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Educação Patrimonial e Arqueologia: uma proposta metodológica para o Ensino Médio

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Academic year: 2021

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Educação Patrimonial e Arqueologia no Vale do Macacu Programa de Capacitação para o ensino de Arqueologia Cachoeiras de Macacu – Turma 1

Colégio Estadual Maria Zulmira Tôrres

Educação Patrimonial e Arqueologia: uma proposta metodológica para o Ensino Médio

Autores:

João Ricardo Assis: professor de Biologia;

Renata Carvalho Braga: professora de Geografia;

Valeria Pereira: professora de História;

Jorge Medina: Mestre Griô local;

Denílson Siqueira: Fotografia e filmagem.

Apresentação:

A Educação Patrimonial é um componente fundamental no processo de identidade local para os alunos do Município de Cachoeiras de Macacu. O projeto apresentado visa proporcionar uma extensão no processo de multiplicação do ensino de Arqueologia e suas potencialidades profissionais e acadêmicas para os alunos do Ensino Médio em nosso município. Essa perspectiva gera uma abordagem interdisciplinar que a Arqueologia como poucas Ciências pode oferecer, sendo somada ao escasso universo profissional que o município oferece aos seus alunos saídos do ensino médio.

O município de Cachoeiras de Macacu, sempre foi conhecido pelos seus vastos recursos naturais, pelas suas abundantes bacias hidrográficas e generosa oferta de água e biodiversidade. Comemorando seus 334 anos, finalmente estamos diante de uma possibilidade concreta de valoração de seu também rico patrimônio Histórico e Arqueológico. Essa proposta

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ações didáticas para alunos do Ensino Médio das escolas públicas. Essas ações são resultado da Capacitação em Arqueologia dos docentes promovida pelo Programa de Educação Patrimonial, onde o objetivo é oferecer um enfoque pedagógico adequado ao entendimento teórico e prático para alunos do ensino médio, fechando então assim o ciclo de multiplicação dos conhecimentos em arqueologia e da divulgação dos resultados das pesquisas feitas na região.

Atividades:

O que é Arqueologia? Quais são suas praticas e significados? Que relação a Arqueologia tem com nosso presente? Essas questões irão nortear o projeto que se subdivide em etapas teóricas e praticas visando reproduzir o trabalho, pesquisa, técnicas e sistematização de dados realizados ao longo de uma pesquisa arqueológica.

Objetivo Geral:

Oportunizar a alunos do Colégio Estadual Maria Zulmira Torres vivenciarem o trabalho em Arqueologia, permitindo a valoração da história local e o entendimento interdisciplinar que essa prática oferece.

Objetivos específicos:

- Visitações em centros de pesquisa em Arqueologia (Casa da Pedra);

- realização de atividades simuladas de pesquisa na escola;

- quantificação dos resultados e desenvolvimento de técnicas instrumentais de identificação e restauração de artefatos;

- atividade de campo identificando potencialidades arqueológicas locais ainda não exploradas;

- elaboração de relatório com os resultados e fomentação de novos grupos de trabalho.

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Metodologia:

1. Seleção e capacitação dos alunos do projeto: serão selecionados por critério de disponibilidade de tempo e interesse do aluno 12 estudantes do ensino médio que formarão grupos de trabalho (GTs). A divisão de trabalho formará duplas para:

- demarcação;

- escavação;

- registro / desenhos / fotografias ; - resgate / limpeza;

- restauração / acondicionamento;

- identificação / relatórios.

2. Os professores responsáveis pelo projeto irão realizar uma capacitação em arqueologia com base nos conhecimentos adquiridos ao longo do Programa de Capacitação para o ensino de Arqueologia e utilizando o Kit Pedagógico fornecido pelo Programa.

3. Visitação orientada ao Museu Nacional e a Casa da Pedra, com intuito de oportunizar os alunos a vivenciarem os diversos ambientes de pesquisa interdisciplinares que a Arqueologia dispõe.

4. Realização de atividades simuladas que reproduzam todas as etapas da pesquisa em Arqueologia observadas. Essas atividades serão:

Mini sítio arqueológico: identificação, demarcação, escavação em um sítio arqueológico simulado no pátio do colégio. (prática 1 e2)

Reconhecendo artefatos: Utilizando cerâmicas do dia a dia, os alunos procederão à caracterização das mesmas, com pinturas rupestres para a

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Mapeamento cartográfico, fotográfico pictórico, etc. Essa etapa busca reproduzir todos as principais etapas documentais do trabalho arqueológico. O objetivo é buscar com a maior fidelidade possível os procedimentos de documentação e sistematização dos dados obtidos em uma escavação. Será utilizado material do Programa para essa etapa.

Restauração e recriação do ambiente arqueológico: Os alunos procederão às etapas de restauração de artefatos e estabelecimento de uma linha histórica que interligam os sítios e a cidade.

Visitação as regiões da cidade com potencial arqueológico. Os alunos visitaram os sítios arqueológicos onde se fazem pesquisa na região e também regiões ainda não exploradas pelo Programa, devidamente acompanhadas pelos professores e convidados do Projeto.

Cronograma:

AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVEMBRO

Seleção e

capacitação teórica.

Visitação ao M.N. e Casa da Pedra.

Montagem do Sítio didático.

Escavação do sítio didático.

Escavação do sítio didático.

Restauração / identificação.

Restauração / identificação / visitação a área local.

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Avaliação:

Ao longo das atividades propostas os alunos serão avaliados em seu desempenho individual e também em grupo. Os objetivos são prescritos durante as praticas que visão uma reprodução o mais fiel do trabalho interdisciplinar em Arqueologia e seus desdobramentos.

Resultados esperados:

Como foi explicitado anteriormente a proposta desse projeto é apresentar uma alternativa metodológica que complemente o Programa de capacitação para o ensino de Arqueologia.

Propondo uma abordagem exeqüível de atividades na escola e estimulando a partir da observação, estudo e prática o trabalho em Arqueologia. Os grupos de trabalho constituirão relatórios e uma infinidade de informações que ajudara na aproximação por parte dos alunos ao universo da pesquisa e extensão e pelo ensino/pesquisa em arqueologia, a ultrapassar o distanciamento do ensino básico.

Prática 1:

Identificando ferramentas de trabalho:

O objetivo dessa atividade é apresentar aos alunos os materiais de uso em uma pesquisa arqueológica, suas finalidades e formas de manuseio. Os materiais a serem apresentados são:

Metro (1x);

Trena (1x);

Rolo Barbante (1x);

Papel quadriculado (resma);

Nível de bolha (1x);

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Borrifador (1x);

Peneiras (2x fina-grossa);

Formulários e etiquetas (100x cada);

Sacos zip (100x);

Fita crepe (1x);

Régua 1m (1x);

Pranchetas (2x);

GPS (1x).

Prática 2:

Construção de um sítio arqueológico didático:

O objetivo dessa atividade é oferecer aos alunos a oportunidade de simular a atuação em um sítio arqueológico. Serão utilizados materiais atuais como: cerâmicas, carvão, sementes, materiais líticos diversos tipos de sedimento, que serão escavados pelos alunos, procurando ao longo do processo, reproduzir as técnicas e cuidados em uma pesquisa arqueológica real.

Ao longo das atividades procura-se enfatizar as 3 principais etapas de um trabalho de investigação arqueológica:

Prospecção: coleta de informações locais incluindo relatos orais, fotográficos, documentais, etc.

Escavação: utilização cuidadosa das ferramentas de escavação. Registro dos materiais encontrados e associar os artefatos ao contexto histórico.

Estudo e divulgação dos dados obtidos: sistematização dos dados e incorporação dos registros arqueológicos ao acervo histórico da região.

Material:

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2 caibros com 2m de comprimento, 2 caibros com 1m de comprimento, 10cm de altura;

Compensado 2,20/1,60m (1x);

Potes guache grande (branco, azul, vermelho, amarelo), (1x cada);

Pinceis para guache, tamanhos variados (10x);

Pregos e barbante;

Lona plástica preta 3m;

1m3 de areia, 1m3 de argila, 1m3 de saibro;

Seixos rolados de rio;

4 cerâmicas (tigela, pote, prato, moringa);

Madeiras, carvão e cinzas;

Sementes;

Ossos e conchas.

Montagem:

O sítio didático será montado no pátio da escola Maria Zulmira Torres, em um local a céu aberto cimentado. Ele apresenta 3 camadas estratigráficas, caracterizando um ambiente fluvial, com a seguinte configuração:

.1ª camada superior: solo tabatinga, com cerâmicas pré-coloniais e cerâmicas coloniais, lentes de fogueira, madeiras; representa camada mais recente indicando área de contato, com indício colonial.

.2ª camada intermediária: solo argiloso, com materiais líticos, cerâmicas pré-coloniais, lentes de fogueira e madeiras; representa camada intermediária, com ocupação indígena já consolidada e indícios de atividade agrícola de ceramistas pré coloniais.

.3ª camada inferior: solo arenoso e seixos, com materiais líticos lascados e polidos, cochas, e lentes de fogueira; representa camada mais antiga, paleorestinga com indícios de ocupação

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obs: após a conclusão das atividades, os materiais e sedimentos serão reutilizados para construção de canteiros para plantio de hortaliças.

Prática 3:

Restauração / identificação:

Os materiais a serem inseridos no Sítio didático serão preparados pelos alunos que receberão informações sobre técnicas de talhe e instrumentos produzidos: Percussão direta, percussão indireta e técnica de polimento. O material cerâmico será previamente pintado pelas crianças do ensino fundamental em uma atividade paralela a esse projeto. Os motivos das pinturas (figura) obedecerão a pesquisa de colonização indígena na região da bacia do Macacu. A equipe de restauração / identificação utilizará os recursos do Programa de Capacitação para o ensino de Arqueologia para a identificação do material coletado na simulação, presentes nas mídias e folhetos explicativos e kits pedagógicos. Os alunos também procederão pesquisa em sites especializados e resultados de pesquisas desenvolvidas em cerâmicas pré coloniais e coloniais no vale do Macacu.

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Material:

Escovas (2x);

Balde / bacia (1x cada);

Plástico bolha (5m);

Fita crepe (2x);

Cola cascorez (1x);

Pinceis / trincha (2x cada);

Gabarito circular (4x);

Fichas de catalogação / identificação (resma);

Régua 30 cm (1x);

Paquímetro (1x);

Lupas (5x);

Lupa binocular (1x);

Pinças (5x);

Recipientes de coleta (bacias retangulares) (5x);

Bloco de papel canson A3 (1x);

Régua 20cm, transferidor, compasso (1x cada);

Máquina fotográfica digital (1x);

Tripé para máquina fotográfica (1x);

Estante metálica (1x).

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Referencias bibliográficas:

- AMADOR, Elmo da Silva, Baia de Guanabara e Ecossistemas Periféricos: Homem e Natureza. Rio de Janeiro: E. S. Amador, 1997.

- Kit didático: Programa de Capacitação para o ensino de Arqueologia. Educação Patrimonial e Arqueologia no Vale do Macacu – Cachoeiras de Macacu, 2013.

- Lorêdo, Wanda Martins. Manual de conservação em arqueologia de campo. – Rio de Janeiro: IPHAN. Departamento de proteção, 1994.

- Rubinger, Marcos Magalhães. Pintura rupestre: algo mais do que arte pré-histórica. – Belo Horizonte: Interlivros, 1979.

- Serviço Educativo do Museu D. Diogo de Sousa. - Núcleo correspondente no Museu:

Laboratório de Restauro. Oficina Ludico-Pedagógica relacionada: O aprendiz de arqueólogo (Ensino Pré-escolar; 1º, 2º e 3º CEB). Em: http://mdds.imc-ip.pt/pt- PT/RecursosEdu/Informa/ContentDetail.aspx?id=970

- Sítio na Internet: http://arqueologiadigital.com/

Referências

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