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Padrão do Seafood Watch para aquicultura

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Academic year: 2022

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Padrão do Seafood Watch® para aquicultura

Introdução ... 2

Princípios norteadores do Seafood Watch para aquicultura ... 3

Metodologia de critérios e pontuações do Seafood Watch para aquicultura ... 4

Critério 1 - Dados ... 5

Critério 2 - Efluente ... 9

Efluente: Avaliação baseada em evidência (conforme a qualidade e disponibilidade satisfatória de dados ) ... 14

Efluente: Avaliação baseada em risco (com base em disponibilidade ou qualidade insatisfatória de dados) ... 15

Efluente: Fator 2.1 – Resíduo despejado por tonelada de peixes ... 15

Efluente: Fator 2.2 – Gestão de impactos da fazenda e cumulativos ... 18

Critério 3 – Habitat ... 21

Habitat: Fator 3.1 – Conversão e função de habitat ... 25

Habitat: Fator 3.2 – Regulamento e gestão de localização de fazenda ... 27

Critério 4 – Uso de substâncias químicas ... 29

Critério 5 - Alimentação ... 35

Alimentação: Fator 5.1 – Uso de peixes selvagens ... 39

Alimentação: Fator 5.2 – Ganho ou perda líquidos de proteína ... 41

Alimentação: Fator 5.3 – Pegada alimentar ... 46

Critério 6 – Fugas ... 47

Fugas: Fator 6.1 – Pontuação de risco de fuga ... 51

Fugas: Fator 6.2 Interações competitivas e genéticas ... 53

Critério 7 – Interação com doença, patógeno e parasita ... 56

Doença: Avaliação baseada em evidência ... 58

Doença: Avaliação baseada em risco ... 59

Critério 8X – Origem do estoque – Independência de estoques de peixes selvagens ... 60

Critério 9X – Mortalidade de predadores e da vida selvagem ... 62

Critério 10X – Fuga de espécies secundárias ... 65

Pontuação geral e recomendação final ... 68

Referências ... 71

Apêndice 1 – Exemplos de habitat ... 77

Apêndice 2 – Orientação adicional para o Critério Habitat ... 79

Apêndice 3 – Orientação adicional para o Critério Alimentação ... 79

(2)

Introdução

O Monterey Bay Aquarium tem o compromisso de inspirar a conservação dos oceanos. Com este objetivo, o Seafood Watch®, um programa do Monterey Bay Aquarium, pesquisa e avalia o impacto ambiental de produtos de aquicultura e compartilha recomendações relativas a peixes e frutos do mar com o público e outras partes interessadas de várias formas, incluindo guias de bolso do Seafood Watch específicos para cada região, aplicativos para smartphone e online em www.seafoodwatch.org.

Este documento apresenta o Padrão do Seafood Watch para aquicultura, aprovado em 30 de setembro de 2015 pelo Seafood Watch Multi-Stakeholder Group (Grupo de partes interessadas do Seafood Watch). O Padrão possibilita a avaliação da sustentabilidade relativa das operações de aquicultura, de acordo com a ética conservacionista do Monterey Bay Aquarium. Ele inclui textos com dados históricos e fundamentação explicando como os pressupostos e os valores do Seafood Watch se refletem nos cálculos e opções de pontuação. As fontes de peixes e frutos do mar selvagens são avaliadas com um padrão diferente. O Padrão para aquicultura e o Padrão para pesca, além do nosso processo de avaliação, avaliações e recomendações, estão

disponíveis em www.seafoodwatch.org.

Esse Padrão será usado para todas as avaliações relativas à aquicultura a partir de 1º de janeiro de 2016 e consiste em:

1. Princípios norteadores definidos

2. Critérios de desempenho com embasamento científico, que são revisados periodicamente conforme as contribuições de especialistas em aquicultura

3. Uma metodologia robusta e objetiva de pontuação que resulta em uma avaliação transparente de uma operação de aquicultura em relação aos critérios de desempenho

A avaliação com base no Padrão do Seafood Watch para aquicultura resulta em uma classificação do Seafood Watch de Melhor opção (verde), Boa alternativa (amarelo) ou Evitar (vermelho).

Os critérios de avaliação são usados para determinar uma pontuação numérica final, bem como subpontuações numéricas e classificações por cores para cada critério. Essas pontuações se traduzem em uma classificação final por cores do Seafood Watch, de acordo com a metodologia descrita na tabela abaixo. A tabela também descreve como o Seafood Watch define cada uma dessas categorias.

Melhor opção

Pontuação final ≥ 6,661 e ≤ 10, e nenhuma pontuação de critério vermelho e Crítico2

Peixes e frutos do mar capturados na natureza e criados em viveiros na lista de “Melhor opção” são ecologicamente sustentáveis, bem manejados e capturados ou criados de modos que causam pouco ou nenhum dano aos habitats ou a outros animais selvagens. Essas operações seguem todos os nossos princípios norteadores.

1 Cada critério recebe uma pontuação de 1 a 10 baseada em pontuações de subfator, conforme descrito no documento abaixo. Pontuações de critério < 3,3 são consideradas critérios “vermelhos”.

2Preocupações severas com conservação recebem pontuações “Críticas”, que resultam na recomendação Evitar.

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Boa alternativa

Pontuação final ≥ 3,331 e ≤ 6,66, e, no máximo, um critério vermelho e nenhuma pontuação Crítica.

Peixes e frutos do mar capturados na natureza e criados em viveiro na lista de “Boa alternativa” não podem ser considerados completamente sustentáveis atualmente. Eles seguem a maioria dos princípios norteadores, mas há uma preocupação com conservação que necessita de aprimoramento substancial, ou há uma incerteza significativa associada com os impactos dessas operações de pesca ou aquicultura.

Evitar Pontuação final ≥ 0 e ≤ 3,33, ou dois ou mais critérios vermelhos, ou uma ou mais pontuações Críticas.

Peixes e frutos do mar capturados na natureza ou criados em viveiro na lista de “Evitar” são capturados ou criados de formas que têm um alto risco de causar danos significativos ao meio ambiente. Eles não seguem nossos princípios norteadores e são considerados insustentáveis devido a uma preocupação com conservação Crítica, ou várias áreas que necessitam de aprimoramento.

Princípios norteadores do Seafood Watch para aquicultura

O Seafood Watch® define “peixes e frutos do mar sustentáveis” como os peixes e frutos do mar de fontes, sejam de captura ou criação, que podem manter ou aumentar a produção sem colocar em risco a estrutura e a função dos ecossistemas afetados.

As fazendas e setores coletivos de aquicultura sustentável, por natureza, gestão e/ou

regulamentação, levam em conta os impactos de fazendas individuais e os impactos cumulativos de diversas fazendas em escala local ou regional ao:

1. Oferecer informações robustas e atualizadas sobre as práticas de produção e seu impacto, disponíveis para análise;

A disponibilidade ou qualidade insatisfatória de dados limita a capacidade de compreender e avaliar o impacto ambiental da produção de aquicultura e, subsequentemente, dificulta uma decisão embasada dos compradores de peixes e frutos do mar. Informações robustas e atualizadas sobre as práticas de produção e seu impacto devem estar disponíveis para análise.

2. Não permitir que os despejos de efluentes excedam, ou contribuam para exceder, a capacidade assimilativa das águas receptoras no nível local ou regional;

As fazendas de aquicultura minimizam ou evitam a produção ou despejo de resíduos ainda na fazenda com um manejo eficaz ou um sistema regulamentar para controlar o local, a escala e os impactos cumulativos dos despejos de resíduos do setor.

3. Estarem localizadas em áreas, escalas e intensidades que mantenham a funcionalidade dos habitats de importância ecológica;

A localização das fazendas de aquicultura não resulta na perda de serviços ecossistêmicos importantes no nível local, regional ou do ecossistema.

4. Limitar o tipo, a frequência de uso, o uso total ou o despejo de substâncias químicas a níveis que representem um baixo risco de impacto a organismos não visados;

As fazendas de aquicultura evitam o despejo de substâncias químicas tóxicas na vida aquática ou limitam o tipo, frequência ou volume total de uso para garantir um baixo risco de impacto a organismos não visados.

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5. Selecionar ingredientes alimentares sustentáveis e convertê-los eficientemente com ganhos nutricionais líquidos;

A produção de alimentos e seus ingredientes constituintes tem impactos ecológicos globais complexos, e a eficiência na conversão pode resultar em ganhos alimentares líquidos ou perdas nutricionais líquidas drásticas. As operações de aquicultura selecionam somente ingredientes alimentares sustentáveis ou com baixo valor para o consumo humano (por exemplo, subprodutos da produção de outros alimentos), e os convertem de forma eficiente e responsável.

6. Prevenir impactos populacionais sobre espécies selvagens ou outros impactos no ecossistema resultantes de fugas do criadouro;

As fazendas de aquicultura, ao limitar as fugas ou a natureza dos fugitivos, previnem a competição, reduções em adaptação genética, predação, danos ao habitat, interrupção de reprodução e outros impactos em peixes selvagens e ecossistemas que possam resultar da fuga de espécies nativas, não nativas e/ou cultivadas que sejam geneticamente distintas.

7. Prevenir os impactos populacionais sobre as espécies selvagens com a intensificação e retransmissão ou aumento da virulência de patógenos ou parasitas;

As fazendas de aquicultura não apresentam um risco substancial de prejudicar as populações selvagens com a intensificação e retransmissão de patógenos ou parasitas, ou o aumento da virulência dos patógenos que ocorrem naturalmente.

8. Usar ovos, larvas ou peixes juvenis de reprodutores criados em viveiro, evitando a necessidade de captura selvagem;

As fazendas de aquicultura usam ovos, larvas ou peixes juvenis de reprodutores criados em viveiro, evitando, assim, a necessidade de captura selvagem, ou, quando reprodutores criados em viveiro ainda não estão disponíveis, garantem que a colheita de reprodutores selvagens não tenha um impacto populacional na espécie afetada. Juvenis capturados da natureza podem ser usados de afluente passivo ou assentamento natural.

9. Prevenir impactos populacionais sobre predadores ou outras espécies de vida selvagem atraídos para as fazendas;

As operações de aquicultura utilizam dispositivos de exclusão ou obstáculos não letais, previnem a mortalidade acidental de vida selvagem e usam controle letal somente como último recurso, garantindo, dessa forma, que qualquer mortalidade não tenha impacto populacional sobre a espécie afetada.

10. Evitar o potencial de introdução acidental de espécies secundárias ou patógenos resultantes do transporte de animais;

As fazendas de aquicultura evitam movimentações internacionais ou entre corpos d'água de animais vivos, ou certificam-se de que a origem ou o destino das movimentações sejam biosseguros para evitar a introdução não intencional de patógenos, parasitas e espécies invasivas no ambiente natural.

Metodologia de critérios e pontuações do Seafood Watch para aquicultura

Aquicultura é o processo de converter recursos de uma forma em outra mais desejável com animais e plantas aquáticos. Essa definição tem como objetivo destacar a importância da eficiência da conversão dos recursos usados para produzir animais e plantas aquáticos cultivados. O produto final pode ser mais desejável do que os recursos brutos economicamente. No entanto, há custos ambientais associados a essa conversão, bem como custos e benefícios sociais e econômicos

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complexos. O impacto ambiental dessa conversão é a base de todas as avaliações sobre aquicultura do Seafood Watch e é o motivo de termos escolhido essa definição de aquicultura.

A sustentabilidade da aquicultura no longo prazo depende do equilíbrio e da sinergia desses custos e benefícios. Em geral, a maximização dos benefícios sociais e econômicos da aquicultura continua a ser o que motiva e o foco da produção de subsistência e industrial. Esses critérios se concentram nos aspectos ambientais da aquicultura e servem de ferramenta para avaliar e realçar os impactos ecológicos e custos, ajudando a informar e a compreender a sustentabilidade ecológica de

diferentes sistemas de aquicultura. O Seafood Watch reconhece a crescente importância das questões sociais e está trabalhando para entender como podemos incluir questões sociais cruciais como parte das nossas recomendações no futuro. Atualmente, estamos testando algumas opções que nos possibilitariam reconhecer o trabalho de outros em nosso processo.

Escopo

Esses critérios podem ser aplicados a todas as espécies e sistemas de produção de aquicultura em todas as escalas, desde fazendas individuais a setores regionais, nacionais e internacionais.

Para fins de esclarecimento, o termo ‘peixe’ neste documento se refere a todas as espécies de peixe, molusco, crustáceo e plantas aquáticas.

Escala de avaliação

O Seafood Watch conduz avaliações em uma variedade de escalas, desde fazendas individuais a setores nacionais. Os critérios são aplicados consistentemente em todas as escalas, dependendo dos dados que estiverem disponíveis. Para todas as escalas de avaliação, suas contribuições relativas aos impactos cumulativos de fazendas vizinhas e do setor de forma mais ampla serão consideradas quando forem relevantes.

Critério 1 - Dados

Impacto, unidade de sustentabilidade e princípio

Impacto: a baixa qualidade ou disponibilidade de dados limita a capacidade de avaliar e entender os impactos da produção de aquicultura. Além disso, não possibilita que decisões conscientes sejam tomadas por compradores de peixes e frutos do mar ou que as empresas sejam responsabilizadas por seus impactos.

Unidade de sustentabilidade: a capacidade de realizar uma avaliação de sustentabilidade robusta.

Princípio: haver informações atualizadas sobre práticas de produção e seus impactos, disponíveis publicamente.

Dados históricos e fundamentação

Geralmente, a aquicultura opera no domínio público, mas registros de fazendas, dados de monitoramento independente e dados de produção do setor costumam ser raros ou indisponíveis, a menos que agregados ou anônimos. Embora as reivindicações de Liberdade de Informação permitam o acesso a algumas fontes, a capacidade de realizar avaliações de desempenho ambiental fundamentadas desse setor é, muitas vezes, limitada.

O critério Dados tem como objetivo recompensar as empresas, setores e reguladores responsáveis que disponibilizam dados sobre suas atividades e impactos, ou as operações

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amplamente pesquisadas (aceitando-se que a pesquisa pode se concentrar em alguns dos piores impactos ou envolvidos com pior desempenho). Entende-se que nem todas as áreas de dados serão aplicáveis a cada avaliação. Nesses casos, a opção “não aplicável” está disponível para evitar a penalização de avaliações por não incluírem dados que não sejam relevantes ao setor/região específico. O cálculo que determina a pontuação final do critério Dados refletirá somente o número das categorias aplicáveis.

O Seafood Watch utilizará dados disponíveis publicamente ou fornecidos de forma privada.

Os dados e informações usados para justificar uma pontuação, ou suas interpretações, serão incluídos no relatório e publicados.

A qualidade e a disponibilidade dos dados são tratadas nesse critério, bem como

individualmente nas áreas-chave de vários outros critérios, com o uso de pontuações baixas para informações “desconhecidas”. A prática de atribuir pontuações baixas caso essas

informações sejam “desconhecidas” segue o uso do Princípio da Precaução do Seafood Watch3, quando há possibilidade de impacto4 significativo, mas as informações não estão disponíveis.

*Observação: a ausência de dados que demonstrem impacto não significa que não há impacto (ou seja, “Sem evidência de impacto” não é o mesmo que “Evidência de não haver impacto”).

Escala de avaliação

- Avaliações nas fazendas – aplique este critério à fazenda que está sendo avaliada, ou em um nível mais amplo, quando relevante (por exemplo, regulamentos ou aplicação).

- Avaliações regionais ou nacionais – aplique a estatísticas regionais ou nacionais, ou impactos relevantes. Use fazendas “típicas” ou “médias” dentro da região ou país, quando necessário.

Para cada uma das categorias de dados na Tabela 2, use as descrições de Qualidade e Confiança dos dados na Tabela 1 para selecionar a pontuação de Qualidade e Confiança de dados de 0-10 apropriada para cada categoria de dados. Embora nem todas as eventualidades estejam na tabela, use os exemplos como diretrizes para determinar a pontuação mais apropriada.

Dados -Tabela 1

Qualidade Exemplos de disponibilidade, qualidade e confiança de dados Pontuação

Alta

A confiança do avaliador é alta de que a operação e seus impactos são completamente entendidos. Os exemplos incluem:

 Pesquisa revisada por colegas e verificada de forma independente, resultados de monitoramento regulamentar oficial ou estatísticas governamentais

10

3 O uso do Princípio da Precaução não visa ser uma resposta generalizada à falta de informações. Em um cenário com impacto em potencial e informações desconhecidas, se houver evidência que demonstre que o risco do impacto é baixo, o Seafood Watch aplicará a abordagem mais sensata à pontuação da avaliação, em vez da abordagem de

“o pior cenário possível” do Princípio da Precaução. O Padrão do Seafood Watch para aquicultura foi desenvolvido para ser funcional e produzir resultados relativamente precisos com poucos dados. Ele foi criado como uma avaliação de risco para impactos baseados em alternativas de impacto (por exemplo, abertura de um sistema de produção como alternativa para avaliação de impacto de doença em populações selvagens, visto que o impacto de patógenos/parasitas em populações selvagens é geralmente desconhecido).

4 Normalmente, refere-se a impactos populacionais (em vez de impactos a animais individuais).

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 Completos, detalhados e disponíveis sem média ou agregação

 Razoavelmente atualizados e abrangem períodos relevantes

 Coletados com o uso de métodos apropriados (por exemplo, frequência de coleta, número de pontos de dados etc.)

Moderada- alta

Os dados são considerados uma representação confiável das operações e/ou impactos. Os exemplos incluem:

 A qualidade dos dados não atende aos padrões da pontuação

‘Alta’ acima, mas os dados estão completos e precisos em relação a essa avaliação

 Razoavelmente atualizados e abrangem períodos relevantes;

pode haver lacunas de dados, mas não são críticas

 Alguma agregação ou média não crítica pode ter ocorrido

 Os métodos de coleta de dados (por exemplo, frequência de coleta, número de pontos de dados etc.) são considerados robustos

7,5

Moderada

Os dados fornecem algumas informações úteis, mas o avaliador (subjetivamente) não tem certeza de que os dados representam completamente as operações da fazenda

 Os dados não podem ser confirmados

 Alguma perda de informações relevantes pode ter ocorrido por lacuna de dados, média ou agregação

 Os métodos de coleta de dados são questionáveis ou desconhecidos.

 Dúvidas ou incertezas permanecem em informações importantes

5

Baixa- moderada

Os dados fornecem poucas informações úteis e não são suficientes para garantir que a operação e seus impactos sejam bem entendidos

 Dados provavelmente não confirmados

 Deficiências em períodos ou métodos de coleta; lacunas de dados ou agregação e média significam que uma interpretação crítica não é possível

 Dúvidas e incertezas significam que é difícil ou impossível chegar a conclusões confiáveis

2,5

Baixa

Os dados não fornecem informações úteis e não são considerados como representativos das operações e/ou impactos

 Os dados estão incompletos ou desatualizados, não foram confirmados ou os métodos de coleta são inadequados

0

Dados -Tabela 2

Categoria Descrição de dados

Pontuação 0-10 ou

n/d Produção

Tamanho do setor ou fazenda e volumes de produção, espécies, número e localizações de fazendas ou áreas, métodos gerais de produção

(8)

Gestão

Leis e regulamentos nacionais, regionais e locais e/ou medidas de gestão do setor5, inclusão de medidas de impacto baseadas na área ou cumulativas, implementação e aplicação em cada fazenda Efluente Teste de qualidade da água, monitoramento de impacto, controle e

aplicação dos regulamentos Habitat

Localizações de fazenda, tipos de habitat, avaliações de impacto, histórico de conversão, monitoramento de habitat, controle e aplicação dos regulamentos do habitat

Substâncias químicas

Características de tipo, frequência, dosagem e despejo, monitoramento de impacto, restrições regulamentares

Alimentação

eFCR (Economic Feed Conversion Ratio, Relação de conversão alimentar econômica), taxas de inclusão de farinha e óleo de peixe (incluindo subprodutos) e de outros grupos de ingredientes6 (rações e óleos vegetais ou agrícolas, produtos e subprodutos de animais terrestres). Sustentabilidade da pesca que fornece ingredientes marinhos

Fugas Números e tamanho dos animais, taxas de recaptura ou sobrevivência, impactos dos fugitivos

Doença

Surtos de doença, mortalidades, níveis e tratamentos de patógenos e parasitas, características de biossegurança, monitoramento ou evidência de impactos, regulamentos e respostas a emergências Fonte Fonte de recursos da fazenda, uso de pesca selvagem para

reprodutores, larvas ou juvenis Vida

selvagem predatória

Taxas de mortalidade de predadores e vida selvagem e evidência de impactos populacionais

Espécies introduzidas

Movimentações internacionais ou entre corpos d'água de animais vivos, espécies e status de domesticação, biossegurança de origens e destinos

Consumo de energia

Uso de eletricidade, combustível etc.

Pontuação total

Pontuação final do critério Dados = _______ (faixa 0–10)

5 Não é necessário que as leis, regulamentos e medidas de gestão sejam fornecidas em inglês. Entretanto, se a capacidade de tradução for limitada, a categoria Gestão do critério Dados deverá ser pontuada de forma a refletir a capacidade do analista de entender o conteúdo dos documentos para determinar sua importância relativa para a avaliação e a robustez do conteúdo.

6 O Seafood Watch reconhece a natureza proprietária das formulações de alimento e não espera que essas informações sejam disponibilizadas, mas dados sobre os níveis básicos de inclusão de grupos de ingredientes importantes são um ponto de partida essencial para a avaliação da sustentabilidade alimentar.

12 – soma(n/d)

Pontuação do critério Dados = Total

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Critério 2 - Efluente

Impacto, unidade de sustentabilidade e princípio

Impacto: as espécies, sistemas de produção e métodos de gestão da aquicultura variam em relação à quantidade de resíduo gerado por unidade de produção. O despejo combinado de fazendas, grupos de fazendas ou setores contribui para as cargas de nutrientes locais e regionais.

Unidade de sustentabilidade: a capacidade de suporte ou assimilativa das águas receptoras locais e regionais além da fazenda ou sua zona de efeito permitida.

Princípio: não permitir que os despejos de efluentes excedam, ou contribuam para exceder, a capacidade assimilativa das águas receptoras no nível local ou regional..

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Dados históricos e fundamentação

Geralmente, o efeito dos despejos de efluente nos corpos d'água receptores está relacionado com a quantidade total de poluentes adicionados no decorrer do tempo em relação à capacidade de suporte das águas receptoras, e não na concentração dos poluentes, exceto nas situações nas quais as concentrações são altas o suficiente para ter impactos localizados (Boyd et al. 2007). O impacto dos resíduos da aquicultura e, principalmente, sua contribuição para os impactos locais e regionais em geral de todas as fontes de resíduos (ou seja, resíduo de agricultura, doméstico etc.) varia amplamente e é de difícil avaliação.

Esse critério diz respeito aos efeitos de efluente fora dos limites da fazenda ou além da zona de efeito permitida. Os impactos de efluente dentro dos limites da fazenda, da área imediata ou da zona de efeito permitida são tratados no critério 3 – Habitat.

Embora fosse preferível realizar uma medição direta dos impactos de efluente resultantes dos despejos de fazenda, geralmente isso é impossível. Normalmente, o impacto não está diretamente relacionado com o resíduo produzido por tonelada de peixes, o resíduo total produzido por uma fazenda ou a concentração de poluentes na água residual despejada. Por exemplo, uma fazenda pequena pode ser altamente poluente, enquanto uma fazenda grande poderia ter um impacto mínimo. Da mesma forma, uma fazenda bem localizada e de tamanho apropriado poderia não causar impacto e uma fazenda mal localizada e de tamanho inadequado poderia causar um impacto7 significativo.

O critério Efluente, portanto, utiliza evidência direta de impactos (ou ausência de impacto), quando possível (na opção de avaliação baseada em evidência), ou uma combinação de fatores de risco conforme descrito abaixo (na avaliação baseada em risco) para analisar o potencial de as operações avaliadas excederem a capacidade de suporte das águas receptoras. O critério Efluente se concentra principalmente nos resíduos solúveis e em partículas de peixes, mas também pode incluir plásticos, sacos de alimento, redes, cordas etc.

quando relevante.

Avaliação baseada em evidência

A Avaliação baseada em evidência é o método preferencial de avaliação, quando há pesquisa e/ou dados satisfatórios disponíveis para demonstrar o nível de impacto (ou ausência de

impacto) dos resíduos efluentes. Assim, as operações de aquicultura que conseguem demonstrar que estão atuando com responsabilidade podem obter uma boa pontuação. Isso também possibilita que dados conclusivos ou outras evidências de pesquisa sobre impactos (positivos ou negativos) sirvam de base para a pontuação.

Uma pontuação Crítica está incluída na tabela para reconhecer impactos extremos nos quais o efluente leva a declínios no nível populacional de espécies importantes além da área imediata da fazenda, ou há atividades ilegais persistentes que contribuem com impactos ecológicos negativos (por exemplo, o despejo ilegal de sedimentos de reservatórios contribui com impactos cumulativos em corpos d'água).

7 Neste cenário, “significativo” pode se referir à contribuição da fazenda ou setor nos impactos cumulativos no corpo d'água receptor, ou pode se referir aos impactos da fazenda ou setor que afetam as populações nativas selvagens além do local da fazenda (ou seja, o efluente pode não ter um impacto cumulativo, mas ainda assim há impactos em uma escala menor).

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Avaliação baseada em risco

A opção de Avaliação baseada em risco leva em conta a quantidade de resíduo despejado por tonelada de produção, combinada com a eficácia da estrutura de manejo ou regulamentar para controlar o despejo total da fazenda e o impacto cumulativo de várias fazendas que afetam o mesmo corpo d´água receptor.

Fator 2.1

Embora o fósforo seja o principal gerador de impactos em alguns ambientes, principalmente de água doce, esse critério utiliza o nitrogênio como alternativa de resíduo devido à facilidade de cálculo, com base na maior disponibilidade de dados sobre o nitrogênio no componente de proteína alimentar ou como fertilizante.

O cálculo da quantidade de nitrogênio despejado pela fazenda (por tonelada de produção) é baseado na quantidade de nitrogênio residual produzido pelos peixes (Fator 2.1a), e, então, na porcentagem desse resíduo que realmente sai da fazenda (Fator 2.1b). O cálculo de entrada de nitrogênio adiciona o nitrogênio no alimento (se usado) ao nitrogênio no fertilizante (se usado) para determinar o total de kg de nitrogênio necessário para produzir uma tonelada de peixes.

A saída de nitrogênio é determinada pelo nitrogênio disponível (como proteína) no peixe cultivado colhido. A saída de nitrogênio é, então, subtraída da entrada de nitrogênio para determinar a quantidade de nitrogênio residual produzida por tonelada de peixes cultivados como efluente.

A porcentagem de resíduo produzido pelos peixes que sai da fazenda (Fator 2.1b) é calculada de forma que uma pontuação de 1 significa que 100% do resíduo produzido pelo peixe é despejado pela fazenda; uma pontuação de zero significa que 0% do resíduo produzido pelo peixe é despejado pela fazenda (por exemplo, um sistema que assimila, coleta, trata ou descarta adequadamente todos os resíduos).

Há ajustes disponíveis para a maioria dos tipos de sistema, para considerar diferentes métodos de tratamento de efluente. Por exemplo, embora sistemas de recirculação completamente fechados não despejem água efluente do sistema, há remoção e descarte de resíduos sólidos do sistema que, se descartados inadequadamente, poderão afetar os ecossistemas vizinhos.

Entretanto, há ajustes que podem ser aplicados, caso se saiba que o descarte apropriado de sólidos está sendo realizado. Assim, combinações de diferentes ajustes permitem que a pontuação de despejo do sistema seja zero, quando todos os resíduos efluentes são descartados adequadamente.

Para lagoas ou outros sistemas, Hargreaves (1998), Gross et al. (2000), Jackson et al. (2003), Boyd et al. (2007) e Sonnenholzer (2008) foram as fontes primárias de dados (e eles concordam amplamente, tanto entre estudos quanto entre espécies). Por exemplo, Boyd et al. (2007) demonstram uma perda de 16% N em efluente de lagoas de bagre em comparação com 17% para camarão de Sonnenholzer (2008), e 22,6% e 24%, respectivamente, para acúmulo de sedimento (consulte a Figura 1).

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Figura 1 – Dinâmica do nitrogênio em lagoa de camarão, por Sonnenholzer (2008).

As pontuações do Fator 2.1b para lagoas são baseadas na Figura 1. As saídas de resíduo com potencial para causar impactos de efluentes são troca de água (17%) mais drenagem de colheita (10%) e remoção de sedimento (24%), totalizando 51%. Essa (0,51) é, portanto, a pontuação básica para lagoas de troca diária (ou seja, 49% do resíduo produzido pelos peixes é decomposto na lagoa). Evidência de tratamentos adicionais de resíduos gera a redução dessa pontuação, conforme a coleta ou outro método de descarte apropriado dos resíduos.

Por exemplo, lagoas de decantação tratarão da maior parte dos 17% perdidos na troca da água (portanto, o ajuste para o uso de lagoas de decantação é - 0,17). Da mesma forma, o descarte apropriado do sedimento/lama da lagoa permite um ajuste de - 0,24.

Tanques e canais têm potencial para o despejo de 100% dos resíduos; assim, a pontuação básica é 1. Os ajustes possibilitam a coleta ou o tratamento de resíduos sólidos e solúveis na base de 20% sólidos, 80% solúveis (Roque D’Orbcastel et al. 2008, Schulz et al. 2003).

Para tanques-rede, 80% dos resíduos que deixam o sistema de produção são resíduos efluentes solúveis e os 20% restantes são de resíduos sólidos que caem abaixo do tanque- rede (Islam 2005, Reid et al. 2009). Os impactos desse resíduo são tratados no critério Habitat (critério 3). Dessa forma, a pontuação básica para tanques-rede é 0,8 (ou 80%).

Fator 2.2

A pontuação de resíduo acima (Fator 2.1) é baseada em “tonelada de produção” e, portanto, não mede diretamente a quantidade total de resíduos despejados de uma ou mais fazendas nem os impactos desses resíduos. Mesmo as operações de aquicultura que produzem muito resíduo por tonelada podem ter um impacto geral mínimo, se o tamanho e a localização da fazenda ou a concentração e a conectividade de várias fazendas forem bem manejadas e regulamentadas. Da mesma forma, as operações que despejam quantidades relativamente pequenas de resíduo por tonelada poderiam causar impactos substanciais, caso as fazendas sejam grandes e/ou concentradas.

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O Fator 2.2 é uma medida da presença e eficácia das leis, regulamentos, medidas de controle de gestão, práticas nas fazendas ou ecocertificação (apropriados à escala do setor) para limitar o despejo total de resíduos de fazendas e os impactos cumulativos do efluente da aquicultura de várias fazendas conforme a capacidade de suporte do ambiente receptor.

Fator 2.2a – Conteúdo de medidas de gestão de efluentes - destina-se a avaliar a capacidade dos sistemas de gestão em vigor que regulam as operações de aquicultura. O Seafood Watch considera que sistemas regulamentares que manejam impactos de acordo com práticas de gestão baseadas em área ou impactos cumulativos são mais apropriados para tratar dos impactos dos setores de aquicultura. É possível que as operações de aquicultura que produzem muito resíduo por tonelada tenham um impacto geral mínimo, se o tamanho e a localização da fazenda ou a concentração e conectividade de várias fazendas forem bem manejadas e regulamentadas. Da mesma forma, as operações que despejam quantidades relativamente pequenas de resíduo por tonelada poderiam causar impactos substanciais, caso as fazendas sejam grandes e/ou concentradas.

Fator 2.2b – Aplicação de medidas de gestão de efluentes - destina-se a avaliar a aplicação e a aplicabilidade dos sistemas de gestão em vigor. Caso haja um sistema de gestão, mas ele não esteja sendo aplicado, não será considerado eficaz.

Observação: “sistema de gestão” refere-se a políticas, legislação ou regulamentos, e/ou medidas de gestão verificadas independentemente, códigos de prática, melhores práticas de gestão ou esquemas de certificação que têm linguagem apropriada8 e autoridade para adoção.

A tabela de pontuação final do critério Efluente foi concebida para reconhecer a importância das diferentes características descritas acima. Por exemplo, mesmo com cargas muito altas de efluentes por tonelada de produção, os impactos podem ser mínimos, se o despejo total for manejado de modo eficaz. A pontuação final inclui uma opção Crítica quando for zero devido à combinação de alto despejo de resíduo por tonelada de produção e regulamentos ou gestão muito fracos para controlar o despejo de resíduo total ou os impactos cumulativos.

Área de avaliação de efluentes

Esse critério diz respeito aos efeitos de efluentes fora dos limites da fazenda ou além da zona de efeito permitida. Impactos dentro dos limites da fazenda, da área imediata ou da zona de efeito permitida são tratados no critério 3 – Habitat. Embora as distâncias relevantes ou os limites das AZEs (zonas de efeito permitidas) variem, 30 m é a distância inicial sugerida para essa avaliação, a menos que haja outras informações disponíveis.

Por exemplo:

 Para fazendas de tanque-rede, o critério 2 – Efluente se aplica além da margem dos tanques- rede (inicialmente sugerida como 30 m a partir da margem dos tanques), ou além de uma AZE.

Isso se aplica a impactos bentônicos e em coluna d'água. O critério 3 – Habitat se aplica a impactos bentônicos sob os tanques-rede e dentro de 30 m de distância ou na AZE.

 Para fazendas de lagoa, o critério 2 – Efluente se aplica além do limite da fazenda ou ponto de despejo, e inclui atividades como descarte de sedimento da lagoa.

8 Linguagem apropriada – evita termos como ‘deve’, ‘minimizar’ etc.

(14)

Seleção da avaliação baseada em evidência ou em risco

Esse critério oferece duas opções de avaliação com base na qualidade dos dados de efluente disponíveis:

 Se houver informações de pesquisa e/ou dados satisfatórios sobre os impactos ecológicos (ou seja, uma pontuação de critério 1 – Dados de 7,5 ou mais para a categoria Efluente), use a tabela de Avaliação baseada em evidência.

Se as operações avaliadas não tiverem dados satisfatórios de efluente e/ou impacto (ou seja, pontuação do critério 1 – Dados de 5 ou menos para a categoria Efluente), ou não puderem ser facilmente analisadas usando a Avaliação baseada em evidência, a Avaliação baseada em risco deverá ser usada.

Efluente: Avaliação baseada em evidência (conforme a qualidade e disponibilidade satisfatória de dados )

A Avaliação baseada em evidência é o método preferencial, caso haja pesquisa ou dados satisfatórios disponíveis (ou seja, pontuação de critério 1 – Dados de 7,5 ou mais para a categoria Efluente). Para realizar a Avaliação baseada em evidência, considere os dados e evidência de impactos disponíveis, e selecione a pontuação mais adequada nos exemplos da tabela abaixo. Embora nem todas as eventualidades estejam na tabela, use os exemplos como diretrizes para determinar a pontuação mais apropriada.

Na tabela, ‘impactos’ são definidos como evidência de eutrofização, baixo oxigênio dissolvido, alto conteúdo de sulfeto, baixo potencial redox, proliferação de algas, alterações na diversidade de espécies ou estrutura de comunidade associadas ao excesso de nutrientes, salinização, dispersão de outros resíduos da fazenda ou outras medições relevantes ou indicadores de superação da capacidade de suporte do ambiente local ou regional a qualquer momento no decorrer de vários ciclos de produção, principalmente incluindo períodos de pico de biomassa, colheita e operações ocasionais (por exemplo, limpeza de lagoa, lavagem ou descarte de sedimento).

Preocupação com efluente

Exemplo de efluente ou poluição Pontuação

Sem preocupação

 A espécie produzida é extrativa ou não recebe alimentação externa ou fertilização de nutrientes e não tem outros impactos de efluente ou resíduo

 O sistema de produção não despeja9 resíduos

 Dados demonstram que os efluentes despejados são da mesma qualidade do que os da fonte de água de entrada

10

Baixa

 Dados não demonstram evidência de que os despejos de efluente causam ou contribuem para os impactos cumulativos em escala regional/do corpo d'água

8

Baixa- moderada

 Dados não demonstram evidência de que os despejos de efluente afetam além das imediações da fazenda ou ponto de despejo10, mas há potencial para impactos cumulativos em escala regional ou no corpo d'água

6

9 Resíduos solúveis e sólidos – incluindo sólidos como sedimento de lagoa, sólidos de filtro, resíduos plásticos etc.

10 Imediações – como referência, distância superior a 30 m da fazenda ou da zona permitida de efeito.

(15)

Moderada

 Dados demonstram apenas evidência eventual, temporária ou mínima11 de impactos além das imediações da fazenda ou ponto de despejo, ou contribuições com impactos

cumulativos locais ou regionais

4

Moderada- alta

 Dados demonstram evidência de impactos frequentes além das imediações da fazenda ou ponto de despejo, ou

contribuição para os impactos cumulativos locais ou regionais

2

Alta

 Dados demonstram que despejos causam impactos persistentes e/ou irreversíveis além das imediações da fazenda ou ponto de despejo, e/ou contribuem para os impactos cumulativos locais ou regionais

0

Crítica

 Dados demonstram que os despejos das operações de aquicultura geram declínio na população de espécies-chave indicativas além das imediações da fazenda ou ponto de despejo, ou resultam em mortalidade de espécies protegidas ou ameaçadas de extinção

C

*Observação: valores intermediários (ou seja, 1, 3, 5, 7 ou 9) podem ser usados, se necessário.

Pontuação do critério Efluente = __________ (faixa 0–10)

Se as operações avaliadas não puderem ser analisadas usando essas categorias ou se a pontuação do critério 1 – Dados for inferior a 7,5 para a categoria Efluente, passe para a Avaliação baseada em risco e os fatores 2.1 e 2.2, abaixo:

Efluente: Avaliação baseada em risco (com base em disponibilidade ou qualidade insatisfatória de dados)

Use esta Avaliação baseada em risco quando a qualidade dos dados não for boa o suficiente para usar a Avaliação baseada em evidência acima; (ou seja, quando a pontuação do critério 1 – Dados para efluente for 5 ou menos).

Esse critério calcula o resíduo produzido por tonelada de peixes e, então, calcula a quantidade desse resíduo que é despejada pela fazenda (Fator 2.1). Isso é combinado com a eficácia do esquema regulamentar ou de gestão para manejar os impactos cumulativos em potencial da tonelagem total de qualquer fazenda individualmente ou de várias fazendas (Fator 2.2).

Efluente: Fator 2.1 – Resíduo despejado por tonelada de peixes

O Fator 2.1 é uma combinação do resíduo produzido por tonelada de peixes (2.1a) e a proporção desse resíduo que é despejado pela fazenda, que, em geral, é determinada pelo sistema de produção (2.1b).

11 Eventual, temporário ou mínimo – como referência, a excedência dos limites regulamentares ou outros valores ocorre em menos de 10% das medições no período de um ano ou menos de 10% da duração total de um ano, e não é considerada como causadora de impacto duradouro além do período de excedência.

(16)

Fator 2.1a – Produção de resíduo biológico por tonelada de peixes a) Conteúdo de proteína da alimentação = _____ %

b) eFCR (Economic feed conversion ratio, Relação de conversão alimentar econômica12) = _____

c) Entrada de nitrogênio de fertilizante por tonelada de peixes produzidos = _____ kg N t- 1 d) Conteúdo de proteína do peixe inteiro colhido = _____ %

e) Fator do conteúdo de nitrogênio da proteína = 0,16 (valor fixo; proteína tem 16% de nitrogênio) Entrada de nitrogênio por tonelada de peixes produzidos = (a x 0,16 x b x 10) + c = ______ kg N t- 1 Nitrogênio colhido por tonelada de peixes produzidos = (d x 0.16 x 10) = _____ kg N t- 1

N residual produzido por tonelada de peixes = Entrada de N - N colhido = ____ kg N t- 1 Pontuação do Fator 2.1a = ______ kg N t- 1

Fator 2.1b – Despejo do sistema de produção

Esse fator avalia quanto do resíduo produzido pelo peixe é realmente despejado pela fazenda;

ele atua como um valor multiplicador (entre 0 e 1) para o Fator 2.1a.

Selecione as pontuações básicas e ajustes para o sistema de produção na tabela abaixo. Os valores pré-selecionados são baseados na literatura científica disponível sobre a dinâmica de nutrientes em diferentes sistemas de aquicultura. Se houver dados específicos disponíveis sobre perda, tratamento e coleta de resíduos ou outros aspectos do sistema de produção que reduzam a perda dos nutrientes, utilize-os quando possível (marcados com um ‘X’).

Característica do sistema Pontuação

básica Ajuste Redes, gaiolas e tanques

1. Tanques-rede ou gaiolas de troca abertos 0,8 2. Gaiolas modificadas (por exemplo, ‘fraldas’) – fornecer dados

sobre a coleta de resíduo

X

Ajuste – outro – fornecer dados -X

Lagoas

1. Lagoas – operação desconhecida ou operação como um sistema de canal de fluxo

1,0 2. Lagoas – troca diária anual média > 3% 0,51 3. Lagoas – troca diária anual média < 3% 0,42 4. Lagoas – um despejo por ciclo, troca na colheita 0,34

5. Lagoas sem troca por vários ciclos 0,24

6. Lagoas – outro – fornecer dados X

Ajuste (troca diária anual média da lagoa > 3%) – ajuste de lagoa de decantação (uso diário com água despejada; tempo de retenção mínimo de 12 horas)

- 0,17

Ajuste (troca diária anual média da lagoa > 3%) – uso de lagoa de decantação para água de colheita despejada

- 0,1

12 eFCR = total de entradas de alimentação dividido pelo total de saída de peixes colhidos durante todo o ciclo de produção. O ideal é que seja obtida uma média de vários ciclos de produção e sejam consideradas as diferenças sazonais (por exemplo, época de chuva e de seca, idade do peixe). Se esses dados não estiverem prontamente disponíveis, seja cauteloso e utilize os melhores dados disponíveis.

(17)

Ajuste (troca diária anual média da lagoa > 3%) – ajuste de descarte apropriado de sedimento

- 0,24 Ajuste (troca diária anual média da lagoa < 3%) – ajuste de lagoa

de decantação (uso diário com água despejada; tempo de retenção mínimo de 12 horas)

- 0,14

Ajuste (troca diária anual média da lagoa < 3%) – uso de lagoa de decantação para água de colheita despejada

- 0,08 Ajuste (troca diária anual média da lagoa < 3%) – ajuste de descarte

apropriado de sedimento

- 0,2

Ajuste – outro – fornecer dados - X

Canais ou tanques

Canais, tanques – operando como fluxo (resíduos sólidos e solúveis despejados)

1,0 Canais, tanques – fluxo com coleta de sólidos E descarte

apropriado (despejo de resíduo solúvel)

0,8 Canais, tanques – sistema de recirculação, coleta de sólidos E

descarte apropriado com tratamento de biofiltro (ou outro) para resíduos solúveis;

0

Canais, tanques – outro sistema de tratamento – fornecer dados X

Ajuste – descarte inadequado de resíduos sólidos coletados + 0,2 Ajuste - tratamento com biofiltro (ou outro) para resíduos solúveis - 0,8

Ajuste – outro – fornecer dados - X

Outros sistemas

Fornecer dados X - X

Outros ajustes

Ajuste - uso de IMTA (aquicultura multitrófica integrada) ou outro sistema de captação de nutrientes – fornecer dados sobre captação de N

- X

Outros ajustes de nutrientes X

Pontuação básica de despejo do sistema de produção (não ajustada) = _____

Ajuste 1 = _____ (deixar em branco se não houver ajustes) Ajuste 2 = _____

Ajuste 3 = _____

Fator 2.1b: pontuação de despejo = _____ (faixa 0-1)

Observação: a pontuação final de despejo deve estar entre 0 e 1 (ou seja, entre 0 e 100% do resíduo produzido é despejado).

Pontuação do Fator 2.1:

A pontuação do Fator 2.1 é o produto da quantidade de resíduo produzido por tonelada de peixes (kg N tonelada-1 peixes) e a porcentagem do resíduo que sai da fazenda. A esse valor é alocada uma pontuação de 0-10 baseada na faixa relativa à aquicultura de despejo zero kg N tonelada- 1 (pontuação 10) a um despejo alto de > 90 kg N tonelada- 1 (pontuação 0 de 10).

Resíduo despejado = Resíduo produzido x Pontuação de despejo do sistema de produção Resíduo despejado por tonelada de peixes = 2.1a x 2.1b = _______ kg N tonelada- 1

(18)

Pontuação do Fator 2.1 = ______ (faixa 0–10)

Efluente: Fator 2.2 – Gestão de impactos da fazenda e cumulativos

Esse fator é uma medida da presença e eficácia das leis, regulamentos, medidas de controle de gestão, práticas nas fazendas ou ecocertificação (apropriados à escala do setor) para limitar o despejo total de resíduos de fazendas e os impactos cumulativos do efluente da aquicultura de várias fazendas conforme a capacidade de suporte do ambiente receptor. É considerado necessário para fazendas, setores ou países que exportam peixes criados em fazenda para promover a transparência sobre as medidas de regulamento e gestão ambiental que controlam a forma como os peixes foram produzidos.

Para fazendas certificadas por terceiros ou outros padrões verificados independentemente, é aceitável responder às perguntas em relação aos padrões relevantes e ao processo de inspeção/auditoria, quando forem considerados mais robustos do que o sistema regulamentar (ou outro).

Fator 2.2a – Conteúdo de medidas de gestão de efluentes

Considere o conteúdo de medidas de gestão relevantes, tais como:

 Regulamentos de efluentes nacionais13, regionais ou locais.

 Códigos aplicáveis de boas práticas do setor.

 Acordos aplicáveis baseados em área ou da organização produtora, ou sistemas de gestão da fazenda.

 Quaisquer outras medidas de gestão relacionadas a efluentes.

Entre em contato com as agências de gestão relevantes e ONGs, acadêmicos ou especialistas do setor no país e decida a pontuação de conteúdo apropriada a partir das descrições na seguinte tabela:

13 Use a ficha informativa de visão geral sobre a legislação aquícola nacional (National Aquaculture Legislation Overview, NALO) das Organizações das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (Food and Agriculture Organization, FAO) do país, se necessário.

Descrição do despejo

Valor (kg N ton- 1)

Pontuação

0 10

Baixo 0,1 – 9,9 9

10 – 19,9 8 Baixo-moderado 20 – 29,9 7

30 –39,9 6

Moderado 40 – 49,9 5

50 – 59,9 4 Moderado-alto 60 – 69,9 3 70 – 79,9 2

Alto 80 – 89,9 1

> 90 0

(19)

Conteúdo Descrição Pontuação

Abrangente

Há, em vigor, um sistema de gestão cumulativo baseado em área para vários setores, incluindo aquicultura, com limites de efluentes definidos para aquicultura em combinação com outros setores14. Os limites são baseados na capacidade de suporte do corpo d'água receptor.

5

Robusto

Há, em vigor, um sistema de gestão cumulativo baseado em área para efluentes de aquicultura, com limites definidos e aplicados nas fazendas, apropriados para o corpo d'água receptor.

4

Moderado

O sistema de gestão define limites de efluentes, baseado em fatores ecológicos relevantes locais, mas não no nível cumulativo ou da área.

Os limites abrangem todo o ciclo de produção e eventos de pico (por exemplo, biomassa máxima, colheita, descarte de sedimento etc.).

3

Limitado

O sistema de gestão não define limites de efluentes específicos ao local, ou os limites não são baseados em princípios ecológicos, ou os limites não abrangem todo o ciclo de produção e eventos de pico (por exemplo, colheita, descarte de sedimento etc.).

2

Mínimo

Estrutura de gestão desconhecida ou indeterminada para aquicultura, ou os limites de efluentes definidos não são específicos ou relevantes para aquicultura ou o corpo d'água receptor.

1

Ausente Não há sistemas de gestão relevantes em vigor para efluentes de aquicultura.

0

Pontuação do Fator 2.2a = _____ (0–5)

Fator 2.2b – Aplicação de medidas de gestão de efluentes

Mesmo regulamentos ou medidas de gestão abrangentes não são eficazes sem a devida adoção e aplicação. Considere as informações disponíveis sobre a aplicação das medidas de gestão de efluentes fornecidas no Fator 2.2a acima e decida a pontuação de aplicação apropriada a partir das descrições na seguinte tabela. Se a certificação de terceiros da operação avaliada for o exemplo mais relevante de gestão, aplique as perguntas ao processo de inspeção/auditoria e certificação.

Aplicação Descrição Pontuação

Altamente eficaz

É possível identificar e contatar as organizações de aplicação, e os recursos são apropriados à escala do setor. A aplicação é ativa na escala baseada em área, e abrange todo o ciclo de produção e eventos de pico. Há evidência de monitoramento e conformidade, e evidência de penalidades por infrações.

5

Eficaz Semelhante a Altamente eficaz acima, mas com pequenas limitações em qualquer aspecto.

4 Moderada As organizações de aplicação são identificáveis e atuantes, mas têm 3

14 Por exemplo, resíduos agrícolas, industriais ou domésticos.

(20)

limitações de recursos ou atividades que reduzem a eficácia.

Algumas lacunas nos dados de monitoramento ou conformidade.

Limitada

As medidas de aplicação são limitadas, não abrangem todo o ciclo de produção ou os eventos de efluentes de pico. Os dados de

monitoramento ou conformidade são limitados.

2

Mínima

As organizações de aplicação e suas atividades são difíceis de identificar. Pouca evidência de dados de monitoramento ou conformidade, ou evidência limitada de penalidades por infrações.

1

Ineficaz Não há evidência de atividade de aplicação eficaz. Recorrência de atividades ilegais.

0

Pontuação do Fator 2.2b = ______ (0–5) Pontuação do Fator 2.2 = (2.2a x 2.2b) / 2,5

Pontuação de gestão de efluentes do Fator 2.2 = _______ (faixa 0–10) Pontuação final do critério de efluente

Embora a redução do resíduo gerado por tonelada de produção seja importante, a quantidade total ou cumulativa de resíduo gerado pelas fazendas e o setor costuma ser mais importante.

A eficácia e aplicação do regime de gestão é mais relevante para o controle do tamanho da fazenda, o despejo de resíduo total e o impacto cumulativo do setor. A matriz de pontuação abaixo, portanto, favorece um despejo baixo de resíduos por tonelada de produção, mas também valoriza a eficácia da gestão para controlar os impactos cumulativos.

Selecione a pontuação de efluentes final na tabela usando as pontuações de despejo de resíduo (Fator 2.1) e gestão (Fator 2.2).

Pontuação de gestão (Fator 2.2)

10 < 10 < 9 < 8 < 7 < 6 < 5 < 4 < 3 < 2 < 1

Pontuação de despejo de resíduo (Fator 2.1)

10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10 10

9 10 10 9 9 9 8 8 7 7 7 6

8 10 9 9 8 8 7 7 6 6 5 5

7 10 9 8 7 7 6 6 5 5 4 4

6 10 9 8 7 6 6 5 5 5 4 3

5 10 8 7 6 6 5 5 5 4 4 3

4 10 8 7 6 5 5 4 4 4 3 2

3 10 8 7 6 5 4 4 4 3 2 1

2 10 7 6 5 4 4 3 3 2 1 0

1 10 7 6 4 3 3 2 2 1 0 0

0 10 6 5 3 2 2 1 1 0 0 0

Pontuação final do critério de efluente = ______ (faixa 0–10) (Pontuação zero = Crítica)

(21)

Critério 3 – Habitat

Impacto, unidade de sustentabilidade e princípio

Impacto: as fazendas de aquicultura podem estar localizadas em uma grande variedade de tipos de habitat aquáticos e terrestres e causar níveis muito variados de impacto em habitats preservados ou previamente modificados, bem como nos “serviços ecossistêmicos” que fornecem.

Unidade de sustentabilidade: a capacidade de manter os serviços ecossistêmicos cruciais relevantes ao tipo de habitat.

Princípio: localizar-se em áreas, escalas e intensidades que mantenham a funcionalidade dos habitats ecologicamente valiosos.

Dados históricos e fundamentação

O critério Habitat avalia os impactos, ou risco de impactos, dentro dos limites da fazenda ou em uma zona de efeito permitida (Fator 3.1) e o escopo e eficácia dos sistemas de gestão ou regulamentares que os controlam (Fator 3.2). Os efeitos da localização da fazenda no habitat são difíceis de quantificar, pois o estabelecimento das fazendas tem um impacto de facto negativo no ecossistema terrestre ou aquático existente relativo às condições básicas. Dessa forma, o grau do impacto deve ser atribuído com relação à alteração na estrutura e função do ecossistema.

Na maioria dos casos, nossa compreensão científica atual da estrutura e função dos

ecossistemas não é ampla o suficiente para ter um conhecimento preciso a priori de como as espécies entram em declínio ou de como as alterações na estrutura ou complexidade da rede afetarão a resistência geral de um ecossistema. Da mesma forma, não podemos prever atualmente onde os sistemas encontrarão pontos de ruptura, embora saibamos que tal dinâmica existe (Ellis et al. 2011, Scheffer et al. 2009).

O critério Habitat também deve dar conta da diversidade de sistemas de produção de aquicultura utilizados (ou seja, os diferentes impactos de tanques flutuantes ou lagoas

construídas), o escopo global dos possíveis habitats (entre oceano aberto, costa, água doce ou terrestre), e também considerar as complexidades da conversão histórica e recente do habitat (por exemplo, para agricultura) e a conversão secundária subsequente para aquicultura.

Além da complexidade técnica de avaliar os impactos no habitat, a opinião de especialistas também varia muito. Considerando a foto de satélite na Figura 2 (de fazendas de camarão na Tailândia), especialistas concluíram que essa é uma área de grande impacto no habitat costeiro com serviços ecossistêmicos altamente reduzidos que deveria receber uma pontuação de habitat baixa, ou uma área que já sofreu um grande impacto pela atividade humana em geral e, portanto, é um bom local para concentrar aquicultura, para evitar mais impactos em habitats preservados (merecendo uma pontuação de habitat alta).

(22)

Figura 2 – Fazendas de camarão no leste da Tailândia, exibindo impactos nos habitats costeiro, estuarino e terrestre, e evidência de conversão histórica de habitats preservados originais para a cultura de arroz e desenvolvimento urbano e subsequente reconversão para lagoas de camarão.

Devido a essas restrições, esse critério é baseado na evidência de alteração na prestação de serviços ecossistêmicos que resulta da conversão do habitat ou modificação para aquicultura.

A alteração no fornecimento de serviços ecossistêmicos tem sido cada vez mais usada para avaliar o impacto da mudança no uso da terra (Metzger et al. 2006). A flexibilidade dessa estrutura de trabalho possibilita sua aplicação nos diferentes ecossistemas terrestres e aquáticos, nos quais as operações de aquicultura estão localizadas.

O critério Habitat inclui duas partes: conversão e função de habitat (F3.1) e eficácia da gestão do local da fazenda (F3.2). O Fator 3.1 calcula o impacto da conversão do habitat para aquicultura em termos de função do ecossistema utilizando indicadores para avaliar as alterações na prestação dos serviços ecossistêmicos. Enquanto o Fator 3.1 avalia o impacto na fazenda, o Fator 3.2 trata da existência e aplicação da gestão e regulamentos que limitam a expansão e o impacto cumulativo de várias fazendas na prestação dos serviços ecossistêmicos.

Fator 3.1 – Funcionalidade do habitat

Esse fator descreve se o setor avaliado mantém a funcionalidade dos serviços ecossistêmicos nos habitats em que opera, ou contribuiu para a perda dos serviços ecossistêmicos

historicamente (> 15 anos atrás), no passado recente (< 15 anos) ou causa um impacto contínuo. O período de quinze anos foi escolhido como a data limite para ‘histórico’ ou

‘recente’ devido à adoção da missão da Convenção de RAMSAR por suas partes em 1999 (“a conservação e uso racional de pântanos…”). Embora a Ramsar seja específica ao habitat de pântanos, sugerimos que também serve como uma data limite apropriada para todo o setor, após a qual houve uma rápida conscientização da importância dos habitats funcionais e o aumento do consenso de que a conversão contínua de habitats preservados é inaceitável.

(23)

A conversão de habitat para fins de aquicultura é medida pelo efeito na prestação de serviços ecossistêmicos. Os ecossistemas promovem funções de suporte à vida, bem como outros serviços valiosos, muitos dos quais são essenciais para o bem-estar humano e para todos os propósitos práticos, não substituíveis. Por exemplo, os ecossistemas costeiros geram uma ampla variedade de serviços ecossistêmicos, incluindo proteção contra danos por ondas e inundações, habitat para peixes e crustáceos (ou seja, produção de alimentos), melhorias na qualidade da água e o aprimoramento de valores recreativos, turísticos, estéticos, espirituais e culturais. A manutenção da prestação de serviços ecossistêmicos cruciais após a conversão para a aquicultura é considerada ideal e o grau de impacto é avaliado pela manutenção/perda de diferentes serviços ecossistêmicos.

Diferentes indicadores foram desenvolvidos para monitorar o status e as tendências na

prestação de serviços ecossistêmicos. Indicadores biológicos, como ocupação de solo, presença de espécies essenciais e índices de biodiversidade, são usados com frequência (Feld et al. 2009).

Os indicadores podem ser medidos em condições “preservadas” ou minimamente impactadas e, então, comparados com o local de aquicultura (Borja et al. 2012), ou podem ser calculados com modelos ecológicos, sensor remoto ou GIS. Como a relação entre um determinado serviço ecossistêmico e os componentes estruturais do ecossistema em particular pode ser não linear (Barbier et al. 2008, Ellison 2008), os indicadores deverão ser úteis para identificar se um sistema está avançando em direção ou já passou de um limiar de funcionalidade. Condições com alteração gradual, como fragmentação de habitat ou perda de diversidade, podem

ultrapassar os níveis de limiar, causando a perda de um serviço ecossistêmico. A recuperação de um serviço ecossistêmico pode ser complexa e, às vezes, até impossível. A restauração do sistema a seu estado anterior requer um retorno às condições ambientais muito antes do ponto de colapso. Esse padrão é conhecido como “histerese” e implica que o tempo de recuperação é, geralmente, mais longo do que a duração do impacto (Scheffer & Carpenter 2003).

Se houver evidência de perda da funcionalidade (ou seja, a prestação de um ou mais serviços ecossistêmicos cruciais for perdida), a pontuação do Fator 3.1 dependerá de há quanto tempo o ecossistema original foi convertido para a produção de aquicultura e do tipo de ecossistema. Se as fazendas foram estabelecidas há mais de 15 anos no ecossistema original (ou “preservado”) ou há menos de 15 anos em um habitat que perdeu a funcionalidade anteriormente (por exemplo, campos de arroz, pastos), a pontuação será mais alta (entre 4 e 6, dependendo do valor do habitat original) do que se a fazenda de aquicultura tiver sido estabelecida recentemente (menos de 15 anos) em um habitat preservado. Essa classificação busca penalizar os danos que resultaram da conversão para aquicultura, mas evita

responsabilizar os setores de aquicultura por conversões de habitat anteriores ou históricas.

Além disso, a pontuação depende do tipo do habitat original. Os habitats são classificados com valor alto, moderado e baixo, de acordo com a quantidade e a qualidade dos serviços ecossistêmicos cruciais que fornecem. A conversão contínua de habitats de valor alto que resulta em perda de funcionalidade recebe uma pontuação zero, e a perda de funcionalidade contínua do habitat devido à atividade de localização ilegal recebe uma pontuação Crítica.

Fator 3.2 – Eficácia da gestão

O impacto da conversão de habitat pode ser considerado de forma cumulativa ou proximal, com fazendas individuais contribuindo incrementalmente para os efeitos na paisagem,

provavelmente com um impacto geral maior. Entretanto, o Seafood Watch acredita que é

(24)

importante considerar os dois níveis de impacto. Para determinar o impacto cumulativo da aquicultura na função do habitat, o Fator 3.2 avalia a existência e aplicação de regulamentos que controlam e/ou limitam o tamanho e a concentração do setor de aquicultura ou, na sua

ausência, medidas efetivas de gestão do setor. A gestão da localização da aquicultura requer uma abordagem regional baseada no ecossistema, focada na capacidade de assimilação

determinada pelas condições básicas. A localização apropriada da fazenda envolve um profundo conhecimento do ambiente, bem como um entendimento dos diferentes fatores institucionais (Longdill et al. 2008). A abordagem de ecossistema deve considerar a operação de aquicultura dentro do ecossistema mais amplo (Soto et al. 2008), protegendo os recursos da comunidade e promovendo a reabilitação dos habitats degradados. Portanto, o processo de localização deve fazer parte de planos de zoneamento mais amplos, como a Gestão da Zona Costeira Integrada (Primavera 2006). Além disso, o processo de localização e regulamentação não só deve se basear em princípios ecológicos, como ser coerente, transparente e objetivo (King & Pushchak 2008).

Fator 3.2a – Conteúdo de medidas de gestão

Esse fator serve para avaliar a capacidade dos sistemas de gestão em vigor que regulam ou manejam de modo eficaz as operações de aquicultura. O Seafood Watch pressupõe que os sistemas regulamentares que manejam impactos de acordo com práticas de gestão de área ou impactos cumulativos são mais apropriados para tratar dos impactos dos setores de aquicultura, visto que é possível que as operações manejadas nas fazendas negligenciem os impactos cumulativos em potencial no habitat. Entretanto, também é possível que a

aquicultura seja manejada de uma forma que cause mínimo impacto geral, se o tamanho e a localização da fazenda, ou a concentração e conectividade de várias fazendas, forem bem manejados ou regulamentados. Além disso, a capacidade de os sistemas de gestão baseados em área mitigarem os impactos cumulativos ainda está sendo determinada.

Fator 3.2b – Aplicação de medidas de gestão

Esse fator serve para avaliar a aplicação e aplicabilidade dos sistemas de gestão em vigor.

O Seafood Watch acredita que a capacidade do sistema de gestão depende de seu mecanismo de aplicação. Caso haja um sistema de gestão, mas ele não esteja sendo aplicado, não será considerado eficaz.

A pontuação final do F3.2 resulta da multiplicação destes dois fatores (3.2a e 3.2b). Com isso, uma pontuação alta somente é alcançada se os dois fatores apresentarem valores altos (ou seja, bons regulamentos e boa aplicação). Por outro lado, mesmo que a eficácia regulamentar e de gestão seja boa, a falta de aplicação resultará em uma pontuação geral baixa para o Fator 3.2.

Reconhecemos que a eficácia regulamentar ou de gestão e a aplicação (embora sejam

consideradas um fator de controle de impactos da aquicultura em habitats de grande escala e ecossistemas) geralmente não estão no controle direto das operações de aquicultura que estão sendo avaliadas. Porém as operações de aquicultura têm controle da seleção de local específico e dos habitats que sofrem impacto direto. Por isso, o Fator 3.1 tem peso duplo em comparação com o Fator 3.2 na pontuação final.

A pontuação Crítica no critério Habitat ocorre quando a pontuação de conversão e função do Fator 3.1 Habitat é 0 de 10, significando que há uma conversão contínua de habitats de valor alto devido a atividades de localização ilegais que resultam na perda de serviços ecossistêmicos.

Referências

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