• Nenhum resultado encontrado

IV. O SACRAMENTO DA EUCARISTIA

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2022

Share "IV. O SACRAMENTO DA EUCARISTIA"

Copied!
7
0
0

Texto

(1)

IV. O SACRAMENTO DA EUCARISTIA

1. Visão de conjunto

O Concílio Vaticano II ensinou que a Eucaristia é “fonte e cume de toda a vida cristã” (LG 11). Esse ensinamento vem retomado no Catecismo da Igreja Católica (1324 a 1327). Aprofundando as orientações iniciais do seu pontificado (Redemptor Hominis 20) o Servo de Deus João Paulo II, de saudosa memória, deixou em testamento à Igreja a Encíclica Ecclesia de Eucharistia.

Os cânones sobre a Eucaristia são dominados por uma preocupação doutrinal, que se manifesta nos dois cânones 897 e 899, síntese admirável da doutrina católica sobre o “augustíssimo sacramento”.

Toda a comunidade é sujeito da acção eucarística, sob a presidência do sacerdote, “personam Christi gerentem”.

A celebração pela qual se realiza o sacrifício de Cristo e a comunhão sacramental são momentos de uma mesma e única celebração: c. 899 §1 e c. 918.

Toda a disciplina codicial é dominada pela procura de uma participação frutuosa, a “actuosa participatio” que foi a preocupação dominante da reforma litúrgica conciliar: c. 899 §3.

2. A fé da Igreja sobre a Eucaristia: c. 897.

2.1. O conteúdo doutrinal do cânone 897:

 “contém-se, oferece-se e recebe-se” Cristo;

 eucaristia e Igreja;

 sacrifício e memorial;

 cume e fonte;

 sinal de unidade;

 relação com os outros sacramentos e as outras actividades da Igreja.

2.2. Consequências para a comunidade cristã: c. 898

 participação activa;

 adoração e culto;

 deveres dos pastores.

3. A celebração eucarística: o ministro da Eucaristia.

3.1. Celebração válida: só se há sacerdote validamente ordenado (c. 900

(2)

§1). SCDF, Carta sobre algumas questões relativas ao ministro da Eucaristia, 6 de Agosto de 1983.

3.2. Celebração lícita: o sacerdote não impedido pela lei canónica (c. 900

§2).

3.3. O sacerdote que celebra tem a faculdade de aplicar a missa por quaisquer pessoas, vivas ou defuntas (c. 901).

3.4. Celebração individual e concelebração: c. 902.

 reivindicação da liberdade para a celebração individual, face a quantos negavam a sua legitimidade. (Enc. Mediator Dei, 94-96;

Enc. Mysterium fidei);

 recomendação da concelebração: IGMR 153 (EDREL 436);

 a disciplina vigente.

3.5. Celebração frequente prescrita; celebração diária recomendada: c. 904.

Cf. c. 276 §2, 2º, e c. 663 §2. Preparação e acção de graças: c. 909.

3.6. Celebração uma única vez ao dia: c. 905 §1.

3.6.1. um princípio de larga tradição;

3.6.2. excepções em algumas épocas;

3.6.3. excepções na disciplina actual, “ad normam juris”; IGMR 158 (EDREL 441):

 5ª feira Santa (Missa Crismal e Missa na Ceia do Senhor);

 Páscoa (Vigília Pascal e Domingo da Ressurreição);

 Natal (podem celebrar-se as três missas previstas na liturgia: AAS 39 [1947] 373, e guardar os três estipêndios);

 Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos (os sacerdotes de Portugal e de Espanha tinham o privilégio de celebrar três missas no dia 2 de Novembro, concedido por Bento XIV, Const. Quod expensis 26.8.1798; estendido à Igreja Universal, AAS 16 [1924]

116: mas o sacerdote só pode receber um estipêndio, oferecendo as outras duas missas pelas intenções do Santo Padre e por todos os Fiéis Defuntos);

 Sínodo e semelhantes.

3.7. Binação e trinação: 905 §2.

3.7.1. Binação

 quem concede: o Ordinário do lugar;

 por causa justa;

 condição: escassez de sacerdotes;

 quando: também em dias feriais;

 pode receber estipêndio, mas não retê-lo, excepto no dia de Natal:

c. 951 §1.

3.7.2. Trinação:

 quem concede: o mesmo;

 necessidade pastoral;

 condição: escassez de sacerdotes;

(3)

 quando: domingos e dias santos de guarda;

 sobre o estipêndio: c. 951 §1.

3.7.3. É admissível uma repetição ulterior de missas pelo mesmo sacerdote? Só com indulto apostólico.

3.7.4. O perigo espiritual de desrespeitar estas normas.

3.8. Com participação de algum fiel: c. 906. Cf. IGMR 211 (EDREL 494).

3.9. Cada um na sua função: c. 907.

3.10 “Cartas comendatícias” (o celebret, entre nós bilhete de identidade sacerdotal): c. 903. Responsabilidade do reitor da Igreja: cf. c. 501-562.

3.11. Ministro ordinário da Comunhão: c. 910 §1: o bispo, o presbítero e o diácono.

3.12. Ministro extraordinário da comunhão: o acólito e outro fiel designados nos termos do c. 230 §3 (ad normam juris): SCDS, Instrução Immensae caritatis, 29.1.1973, I (EDREL 2728): quem faculta: o ordinário do lugar; a quem: pessoas idóneas individualmente escolhidas; quando:

casos concretos; por tempo determinado; condições: EDREL 2734: vida cristã, fé, bons costumes.

3.13. Ministro da comunhão dos doentes: c. 911. Cf. EDREL 2727, mas 2734, 1.

4. A celebração eucarística: a participação dos fiéis na Eucaristia

4.1. Importância e modos diversos de participar:

“os fiéis participam, por meio da comunhão sacramental, de modo mais perfeito na celebração eucarística” (instr. Sacramentali communione, 29.6.1970).

4.2. Sujeito da Comunhão: c. 912.

4.2.1. A primeira comunhão das crianças:

 tenha suficiente conhecimento e tenha recebido preparação suficiente: c. 913 §1; em perigo de morte: c. 913 §2;

 quem tem de dar a preparação: os pais: c. 914; o pároco: c. 777 e 914;

 dever de vigilância do pároco: c. 914b, mas não é função especialmente encomendada ao pároco: cf. c. 530.

4.2.2. Excomungados, interditos, e que permaneçam em manifesto pecado grave: c. 915. (os divorciados recasados: FC 84; RP 34).

4.2.3. O caso de quem tem consciência de pecado grave: c. 916:

 princípio: recorre antes à confissão sacramental;

 excepção se se dão cumulativamente duas condições: 1) motivo grave; 2) não haja oportunidade de se confessar;

 requisito por direito divino: prévio acto de contrição perfeito.

4.3. Quantas comunhões ao dia: c. 917.

Conselho Pontifício para a Interpretação dos Textos Legislativos:

(4)

Interpretação do “iterum”: 11.6.1984 [AAS 76 (1984) 746]: deve entender- se “duas vezes”.

4.4. Quando sob as duas espécies: c. 925. [Instr. Sacramentali communione 29.6.1970. IGMR 242 (EDREL 525)].

4.5. Quando comungar: momento celebrativo c. 918.

4.6. O jejum eucarístico: c. 919.

 severa disciplina do CIC 1917, c. 858;

 mitigação: Const. Apost. Christus Dominus de 6.1.1953; e Instrução Constitutio Apostolica, 6.1.1953;

 nova mitigação: comunicação 21.11.1964 (uma hora antes da comunhão);

 disciplina vigente: fiéis: c. 919 §1; sacerdotes que celebram duas a três vezes: §2; pessoas de idade avançada, doentes, quem cuida deles: §3.

4.7. Obrigação de comungar ao menos uma vez por ano: c. 920. No tempo da Páscoa, a menos que haja causa justa (emigrantes portugueses em Agosto). Sujeito obrigado: todo o fiel, “depois da primeira comunhão”.

4.8. Normativa sobre o Viático: c. 921-922.

 em perigo de morte (por qualquer causa);

 mesmo que já tenha comungado nesse dia;

 não atrase demais;

 conselho da comunhão frequente aos doentes: c. 921 §3.

4.9. Liberdade para participar em qualquer culto católico: c. 923.

Celebração de acatólicos, cf. c. 844.

5. Ritos e cerimónias da celebração eucarística

5.1. Matéria: pão e vinho ( c. 924); pão azimo (c. 926).

 pão “mere triticeus”: cf. IGMR 282-283 (EDREL 566).

 vinho natural, extraído da videira: cf. IGMR 284 (EDREL 567).

5.2. Nunca consagrar uma matéria sem a outra, ou ambas fora da celebração eucarística: c. 927.

5.3. Liturgia da celebração: c. 928.

5.4. Com os paramentos previstos: c. 929 ; cf. ICMR 298-299 (EDREL 581-582).

Sobre possíveis mudanças na forma dos paramentos, cf. IGMR 304 (EDREL 587).

Ver também Instrução Liturgiae Instaurationes 5.9.1970, 48 (EDREL 2179).

5.5. O caso do sacerdote doente, idoso, cego: c. 930.

(5)

6. Tempo e lugar da celebração eucarística

6.1. Tempo: todos os dias (excepto 6ª Feira Santa e Sábado Santo).

6.2. Hora: “a qualquer hora” (c. 931) com as excepções estabelecidas nas leis litúrgicas.

6.3. Em lugar sagrado, a não ser que... (c.932 §1).

6.4. Sobre altar dedicado ou benzido (c. 932 §2, completado com c. 1235–

1236), a não ser que seja fora de lugar sagrado.

6.5. Num templo acatólico?: c. 933.

De acordo com o princípio de reciprocidade, cf. Directório ecuménico nº 52 (para ortodoxos) e nº61 (para protestantes).

7. Reserva e veneração da Santíssima Eucaristia

7.1. Introdução

A Eucaristia não se esgota na sua celebração, mesmo se esta é o “centro de toda a vida cristã”.

Cuide-se que todas as devoções eucarísticas estejam rectamente ordenadas, situando-as em toda a amplitude do mistério eucarístico.

7.2. Notas históricas.

7.3. Fins da reserva eucarística:

“O fim primário e primitivo da reserva das sagradas espécies fora da missa é a administração do Viático; os fins secundários são a distribuição da comunhão e a adoração de Nosso Senhor Jesus Cristo presente no Santíssimo Sacramento” [Ritual da Sagrada Comunhão e do Culto Eucarístico fora da missa, nº5 (EDREL 760)]

7.4. Lugar da reserva eucarística:

 onde se deve conservar: c. 934 §1;

 onde se pode conservar: c. 934 §2;

 uma condição para a reserva: c. 934 §3;

 onde não se deve conservar: c. 935;

 norma para a casa de um instituto religioso ou outra casa piedosa:

c. 936;

 a Igreja em que está conservada a Eucaristia deve abrir-se aos fiéis, a menos que ... c. 937.

7.5. O Sacrário:

7.5.1. História;

7.5.2. Disciplina:

 um sacrário só: c. 938 §1;

 em lugar nobre e destacado: c.938 §2;

 inamovível, de matéria sólida, não transparente, seguro: c. 938

(6)

§3;

 hipótese para a noite: c. 938 §4;

 guarda diligente da chave: c. 938 §5.

7.5.3. Hóstias consagradas; quantas? c. 939.

7.5.4. Lâmpada do Santíssimo: c. 940.

7.6. Culto à Presença eucarística:

7.6.1. Exposições: c. 941 (não em simultâneo com a missa: §2).

7.6.2. Exposição mais solene e prolongada: c. 941. Ministro da exposição: c. 943.

7.6.3. Procissões, especialmente no dia do Corpo e Sangue de Cristo,

“a juízo do bispo diocesano”: c. 944 §1: a ele corresponde regular as procissões: 944 §2.

8. Estipêndios de Missas

8.1. Introdução:

 um tema incómodo;

 a recomendação do sínodo;

 continua válida a prática tradicional (c. 945 §1);

 recomenda-se a celebração sem estipêndio algum.

8.2. Pressupostos:

8.2.1. A lição da história;

8.2.2. A defesa da Igreja;

8.2.3. Os valores que exprime:

 sinal de oblação pessoal;

 manifestação de comunicação de bens;

 expressão da fé na mediação eclesial.

8.2.4. A finalidade dos estipêndios à luz do c. 946.

8.3. Normas fundamentais:

 nem sequer aparência de negócio (c. 947);

 tantas missas quantos os estipêndios recebidos (c. 948);

 mesmo que hajam perecido sem culpa sua (c. 949);

 como determinar o número quando não foi indicado (c. 950);

 só pode reter um estipêndio por dia, destinando os outros aos fins determinados pelo Ordinário (c. 951 §1);

 quem concelebra 2ª missa não pode receber por ela estipêndio algum (c. 951 §2).

8.4. Normas complementares:

 fixação da quantidade do estipêndio: c. 952;

 quantos se podem aceitar: c. 953;

 lugar da Celebração: c. 954;

(7)

 quando se entrega a celebração a outros: c. 955 (normas sobre quantidade, tempo, certificado, registo, etc);

 missa não celebradas ao fim de um ano: c. 956.

8.5. Normas de controlo:

 anotação pessoal: c. 955 §3-4;

 Vigilância dos superiores: c. 957;

 anotação diligente de encargos: c. 958 §1;

 revisão de livros de missas por parte do ordinário: c. 458 §2.

8.6. Um caso especial: aplicação de uma só missa pelas intenções de muitos que contribuíram com as suas esmolas voluntárias para o estipêndio.

O Decreto da Congregação do Clero de 22 de Fevereiro de 1991. A regulamentação da Conferência Episcopal.

Referências

Documentos relacionados

montanhas e os contornos nítidos da abóbada azul-celeste; quando se deparou, pela primeira vez, com a beleza dos pântanos e dos prados, das criaturas que se moviam, dos pássaros

São quatro as propostas pastorais: catequese e formação sobre os Mandamentos; vida sacramental: confissão-reconciliação, eucaristia-celebração da Palavra-Dia do

Além disso, em virtude do caráter próprio da comunhão eclesial e da relação que o sacramento da Eucaristia tem com a mesma, convém recordar que « o sacrifício eucarístico,

La superación del curso dará derecho al Certificado de Formación del Profesorado en la materia correspondiente, como título propio de la UNED.. DEL PROGRAMA DE DESARROLLO

As espécies encontradas em níveis mais altos em ambos os grupos foram as três do complexo vermelho (P. Os indivíduos não-tabagistas e tabagistas apresentaram perfis

Dois Encontros com os Coordenadores do PRONATEC, visando adequar a gestão do programa às normas vigentes. Comunidade Interna PROEXT Setores de Extensão dos Câmpus A

(B) o SUS é constituído pela conjugação das ações e serviços de promoção, proteção e recuperação da saúde executados apenas pelos Estados e Distrito

Após falar sobre a estrutura geral da Celebração Eucarística a IGMR trata dos diversos elementos (cf. 29-45) da mesma celebração, uma explicitação dos