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Távora Vilar-Tabuaço

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Academic year: 2021

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Com a outorga daquela concessão assumiu a Hidro-Eléctrica do Douro o encargo de elaborar um plano geral do aproveitamento dos recursos hidráulicos da bacia hidrográfica portuguesa do rio Douro, com desenvolvimento suficiente para servir de base a futuros programas de realiza- ções. Esse Plano Geral engloba os múltiplos aspectos de utilização dos recursos hídricos aproveitáveis que poderão contribuir para uma maior valorização económica do País, e benefi- ciar, duma forma decisiva, as condições econó- mico-sociais da região, a qual abrange cerca de 1/4 da superfície do território continental.

Em Novembro de 1962, a Hidro-Eléctrica' do Douro foi também incumbida de levar a efeito a conclusão do aproVeitamento hidroeléctrico do rio Távora, o que se verificará no ano de 1964.

O aproveitamento hidroeléctrico do rio Douro, por parte de Portugal, iniciou-se pelo seu troço fronteiriço, no qual, em 3 escalões sucessivos - Miranda, Picote e Bemposta - se faz a utiliza- ção energética da parte do troço internacional compreendida entre a respectiva origem e a foz do rio Tormes. De harmonia com as con- dições da concessão, o primeiro escalão a ser construido foi o de Picote, que entrou em explo- ração em Janeiro de 1958; seguiu-se-Ihe o apro- veitamento de Miranda, em exploração desde Novembro de 1960; finalmente, no ano de 1964, completa-se a utilização energética do Douro Internacional com a conclusão dos trabalhos de construção do aproveitamento de Bemposta.

A potência aparente deste conjunto é de 630 MVA, com uma produtibilidade avaliada, em ano médio, em cerca de 3000 milhões de kWh.

Curso de água Escalões Produção anual média milhões de kWh

Miranda 900

Picote 1000

Douro Internacional

Bemposta 1100

3000

Pocinho 370

Valeira 600

Régua 560

Carrapatelo 820

Douro Nacional

Atães 250

2600

Arcas 140

Vale Giestoso 40

Padroselos 160

SIOAleixo 120

Brumela 160

Fridão 190

Tâmega

Torrão 190

1000

Rebordelo 250

Cachão 100

Tua

Foz Tua 320

670

Sampaio 170

Sàbor

O.'adasLaranjeiras 280

450

Castro Daire 100

Paiva

Alvarenga 370

470

Távora

Vilar-Tabuaço 170

170·

Atalaia 80

Vale de Madeira 160

Côa

Pero Martins 250

490

Total 8850

'110OfA~'ISIASPIU~H'ORIO fOTOGRA.FIAS OE AL\I"O

A Hidro-Eléctrica do Douro, S. A. R. L., foi cons-

tituída por escritura de 7de Julho de 1953,

tendo-lhe sido outorgada, em Junho de 1954, a

concessão do aproveitamento da energia das

águas do rio Douro no seu troço nacional e na

parte do troço internacional reservada para Por-

tugal pelo Convénio Luso - Espanhol de 1927.

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o

aproveitamento hidroeléctrico de Bemposta, localizado pró- ximo da povoação do mesmo nome, utiliza um desnível de 68,7 m entre arestituição das águas turbinadas na central de Picote, situada logo amontante, e a foz do Tormes.

O curso do Douro, junto a Bemposta, desenvolve-se num vale relativamente aberto, mas no local de implantação da barragem as margens são acentuadamente abruptas, dando ao perfi I transver- sal do rio a configuração de um U com uma base larga, numa zona de metamorfismo geral em que o terreno é constituido, fundamen- talmente, por rochas migmatiticas e granitos.

A consideração do problema da descarga dos elevados e frequentes caudais de cheia e da dissipação da enorme energia que lhes corresponde, tidas em atenção as condições topográficas egeológicas locais, foi determinante da selecção do esquema geral das obras.

A barragem é do tipo arco-gravidade, com as portadas do descarregador colocadas na parte central do seu coroamento, e com o paramento de jusante definido de modo a que a descarga das cheias se faça em lâmina aderente até uma bacia de dissipação estabelecida no leito do rio e delimitada por um espesso revesti- mento do leito emargens, com betão. A central é subterrânea efica completamente isolada da parte inferior do vale, para se obter assim uma eficaz protecção quanto àconsiderável subida que sofrem as águas do rio por ocasião das grandes cheias. A restituição das águas turbinadas faz-se por uma galeria de fuga única, com a sua boca de saída localizada ajusante da bacia de dissipação.

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Planta geral do aproveitamento

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(f II '20 <lO ~ 60 100 (

/ - Barr~efm : desca-::~dor de cheias 2 - Bacia de dissipação

"'---Jgmadas de ágJa 11- Condutas forçadas 5 - Central 6 - Galeria de fuga

7-- Ediflcios de comando ede des,carga 8 - Subestação g- Descarga auxiliar

/~10 - Galeria de derivação provisória 11- Ensecadeira de montante

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I1

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A barragem de Bemposta tem uma altura máxima de 87 m acima do terreno de fundacão eum desenvolvimento no coroamento de cerca de 297 m, e o ~eu perfil foi aligeirado por uma grande galeria deixada no seu interior, junto às fundações.

A solução projectada revelou, nos ensaios sobre modelo, um comportamento estrutural muito equilibrado. A grande galeria esta- belecida no seu perfil permitiu reduzir em cerca de 33000 m3 o volume de betão eproporcionou ainda outras importantes vantagens.

Destaca-se, entre estas, a dispensa do arrefecimento artificial do betão, que seria necessário efectuar sem o efeito benéfico assim conseguido na dissipação do calor de hidratação do betão, durante a construção da obra. Conseguiu-se ainda, deste modo, uma ins- pecção directa epermanente da zona das fundações e obteve-se uma drenagem eficaz da rocha, anul"ndo-se a possibilidade do apareci- mento de eventuais subpressões.

O descarregador principal de cheias, disposto sobre a barra- gem, é constituido por 4 portadas, munidas de comportas segmento com cerca de 10m de altura e 24 mde vão. Ainda sobre a barra- gem, e na sua zona central, localiza-se o descarregador auxiliar des- tinado a regular o nivel na albufeira quando os caudais a descarre- gar são inferiores a 500 m3/s. Esta descarga auxiliar é constituída por uma portada de 9m de vão, equipada com uma comporta segmento de comando automático.

O caudal máxímo global para que foram dimensionados os órgãos de descarga é de 11000 m3/s. A soleira descarregadora, a que foi adaptado o paramento de jusante da barragem, é prolongada pela bacia de dissipação, estabelecida no leito do rio, e onde, mediante a formação do ressalto hidráulico, se anula, pràticamente, a enorme energia correspondente à descarga das cheias.

A albufeira criada pela barragem de Bemposta prolonga-se, numa extenção de 21,5 km, até Picote, e tem uma capacidade total de 128 milhões de m3, apenas se utilizando, no máximo, 21 milhões de m3 para a regulação dos caudais afluentes. O nivel de explo- ração máximo normal da albufeira situa-se à cota (402), verificando-se uma sobreelevação até à cota (406) para o escoamento da máxima cheia prevista. Para o eventual esvaziamento da albufeira foram instaladas no corpo da barragem duas descargas de fur-:lo consti- tuidas por condutas metálicas de 2,4 m de diâmetro interior, provi- das de comportas planas, que, no conjunto, permitem escoar um caudal de 200 m

3/

s.

Sobre o coroamento da barragem, à cota (408), existe um viaduto, que, além de proporcionar uma ligação entre as duas mar- gens, constitui um apoio indispensável às operações de manutenção das comportas do descarregador.

Acentral de Bemposta é subterrânea e localiza-se no macico

rochoso junto ao encontro direito da barragem. .

Para o estabelecimento da central foi necessário abrir uma caverna com as seguintes dimensões de escavação: 85 m de com- primento, 22 m de largura, e cerca de 45 m de altura máxima. Nela ficam instalados 3 grupos geradores, cada um composto por uma turbina Francis de eixo vertical, com a potência de 108000 CV, e por um alternador trifásico com a potência aparente nominal de 78000 kVA. No conjunto, a potência nominal instalada é de 210000 kW, mas os grupos podem trabalhar em regime continuo de sobrecarga quando a temperatura da água de refrigeração, tomada no rio, não exceder 15° C, podendo conseguir-se assim pontas máxi- mas da ordem de 230000 kW.

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Os alternadores apoiam numa estrutura de betão armado, em forma de cúpula, dimensionada por forma a deixar no seu interior, durante afase de realização dos trabalhos, o espaço necessário à montagem da espiral da turbina, o que permitiu a execução das obras de construção civil com certa independência das montagens do equipamento electromecânico.

As comportas ensecadeiras de jusante das turbinas estão instaladas dentro da central, dispondo-se o seu caminho de rola- mento no interior de uma blindagem autoportante junto da parede.

Para a montagem e manutenção do equipamento da central existem duas pontes rolantes, cada uma com uma capacidade de elevação de 190 t, podendo as duas funcionar em conjunto para movimentar o rotor de um alternador, com um peso de 350 t.

O acesso à central é feito através de um poço, aberto no maciço rochoso, que tem 105 m de altura e 9,5 m de diâmetro.

Neste poço estão instalados: o ascensor de serviço, a escada, os barramentos de saída de energia à 15 kV, e os cabos de baixa tensão que ligam a central com o edifício exterior onde se faz a centralização do comando. É de destacar que os barramentos, pre- vistos inicialmente em cobre, foram executados em alumínio, conse- guindo-se assim apreciável economia.

O circuito hidráulico é comum aos 3 grupos naparte corres- pondente à galeria de fuga. As tomadas de água, estabelecidas a montante do encontro direito da barragem, são providas de grades móveis ede comportas planas com as dimensões úteis de 6,0 m de altura e5,4 m de largura, que constituem o único órgão de protecção de montante das turbinas. As condutas forçadas, estabelecidas em galerias inclinadas, têm um diâmetro interior de 6,0 m, são revestidas com betão e munidas de blindagem metálica na sua parte inferior.

Depois de turbinadas, as águas são restituídas ao rio, ajusante da bacia de dissipação do descarregador de cheias, por meio de uma galeria de fuga única onde convergem os tubos de aspiração de cada uma das turbinas. As dimensões interiores características dessa galeria são: 14,8 m de largura e 16,8 m de altura, correspon- dendo-Ihes asecção de 208 m2.

Os-edifícios de comando ede descarga e a subestação loca- lizam-se na margem direita, em zona sobreelevada relat.ívamente à barragem.

No edifício de comando está centralizada amanobra de todo o equipamento electromecânico e hidromecânico do aproveitamento, e dele pode dominar-se quer a subestação, quer os restantes ele- mentos exteriores principais do aproveitamento: barragem e des- carregador, tomadas de água, e saída da galeria de fuga. Oedifícío de descarga, situado em frente ao edifício de comando, do lado da encosta, abrange a boca do poço de acesso à central, o átrio de descarga, principalmente destinado à manobra de descida do equi- pamento pesado para acentral, e a oficina de transformadores.

Junto a este último edifício estão instalados, em celas indi- viduais, os transformadores destinados a elevar a tensão de produ- ção de 15 kV para atensão de transporte de 220 kV. Os transfor- madores, em número de 10,são monofásicos, cOm potência aparente unitária de 29 MVA, 3 por grupo e 1 de reserva. Sobranceira à pla- taforma dos transformadores dispõe-se, no sistema de fases mistas, a restante aparelhagem da subestação, a qual se desenvolve em socalcos adaptados ao declive do terreno. A subestação está pre- vista para nela se poderem instalar 5 painéis de saida a 220 kV, dispondo inicialmente apenas de 3(1 de ligação com Picote e 2de saídas para o Sul), conforme se indica no esquema unifilar.

Central .•.

Edificios decomando e de descarga ..•.

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(8)

A realização do aproveitamento de Bemposta foi pràtica- mente iniciada no princípio de 1960 com as obras para a derivação provisória do rio.

Estas obras, destinadas a põr a seco o leito do rio na zona dos trabalhos durante a sua execução, abrangeram as ensecadeiras de montante e de jusante. directamente construidas no leito do rio, e uma galeria aberta através da margem espanhola. Com excepção dos períodos de cheia, as àguas do rio puderam ser derivadas por esta galeria, com cerca de 300 mde desenvolvimento e uma secção em forma de ferradura com o diãmetro característíco de 11,0m. A ensecadeira de montante era constituída por um arco cilíndrico de betão com a altura máxima de 20 m. Apresentava como caracterís- ticas particulares a sua forma geométrica, com uma grande abertura angular e uma relação corda-altura das maiores em que este tipo de obra tem sido usado, e aconstituição da parte inferior do seu perfil, formado por enrocamento injectado. contido entre duas fiadas de estacas-pranchas. Ocoroamento desta ensecadeira estava adaptado a soleira descarregadora. A ensecadeira de jusante, também de betão. completava a defesa do recinto da~ obras. O leito do rio no local dos trabalhos foi posto a seco em Outubro de 1961, tendo-se prosseguido então, na zona inferior do vale. com as escavações para fundação da barragem, já antes iniciadas nas cotas mais altas.

Entretanto, a zona de trabalhos da central e do circuito hidráu- lico mantinha-se isolada do rio, desenvolvendo-se as obras com independência do regime hidrológíco. As escavações gerais do nllcleo da caverna da central foram concluídas em Junho de 1962.

tendo-se continuado logo de seguida com aexecução das estruturas de betão para instalação dos grupos geradores. A colocação de betão na barragem foi iniciada em Junho de 1962, tendo-se con- cluído em Dezembro de 1963. O maior volume de betão colocado mensalmente atingiu 32200 m3 e foi realizado no mês de Março de 1963.

No inverno de 1961-62 verificou-se um prolongado período

Galeria de fuga ~ Outubro 1963

~ Barragem Setembro 1962

de 'cheias no rio Douro, tendo-se registado em Janeiro de 1962 a ocorrência excepcional de uma das maiores cheias de que há memó- ria, e aque correspondeu, noDouro Internacional, umcaudal máximo de cerca de 7300 m3/s. Esta situação hidrológica acarretou alguns transtornos para as obras, tendo-se podido no entanto vencer as principais dificuldades para manter as datas essenciais do res- pectivo programa.

A entrada em carga da barragem verificou-se em Outubro de 1963, tendo sido acompanhada por uma atenta análise do seu com- portamento estrutural, através dos elementos de registo da nume- rosa aparelhagem de observação nela instalada e de sucessivas campanhas de observação geodésica.

O estaleiro de construção ocupou cerca de 3000 pessoas,

terido-se atingido um máximo mensal de 3740 pessoas em 1962.

No total, a obra ocupou cerca de 28 milhões de horas de trabalho, correspondendo a maior parte a pessoal com uma reduzida qualifi- cação. Oalojamento do pessoal que trabalhou em Bemposta exigiu a construção de cerca de 40000 m' de superficie coberta, em habi- tações provisórias e definitivas. Na execução do volume total de betão da obra, que é de 450000 m3, consumiram-se cerca de 145000 t de cimento, cujo transporte para o estaleiro foi quase integralmente realizado por caminho de ferro.

A contribuição para a economia nacional correspondente a este empreendimento, ao longo dos 4 anos de maior actividade dos trabalhos, atingiu valores consideráveis, estimando-se o valor médio de vencimentos e salários, relativo à ocupação nacional justificada por esta obra, em cerca de 80000 contos por ano, e as principais aquisições à indústria nacional em cerca de 100000 contos por ano.

Os trabalhos principais do aproveitamento concluiram-se no ano de 1964, iniciando-se assim a produção, para a rede nacional, da energia eléctrica de mais este aproveitamento, que poderá vir a produzir, em ano médio, cerca de 1100 milhões de kWh.

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No aproveitamento hidroeléctrico de Picote a barragem édo tipo arco de dupla curvatura, com 100 m de altura máxima acima do terreno de fundação. O descarregador sobre o coroa- mento da barragem é prolongado para jusante mediante uma estrutura independente da barra- gem, que forma um paramento contínuo termi- nado por um trampolim de lançamento. Três grupos geradores constituídos, cada um, por uma turbina Francis de 93 000 CV e por um alter- nador trifásico de 66600 kVA podem atingir, em conjunto, uma potência máxima de 200000 kW.

Estes grupos estão instalados numa central subterrânea com 88m de comprimento, 16,5 m de largura e 35m de altura máxima de escava- ção, totalmente aberta em granito, e podem produzir cerca de 1000 milhões de kWh em ano médio.

O aproveitamento hidroeléctrico de Miranda é o primeiro a contar de montante notroço inter- nacional do rio Douro. A barragem é do tipo contrafortes de cabeça maciça e tem 80 m de altura máxima acima do terreno de fundação.

O descarregador de cheias, dimensionado para um caudal de 11000 m

3'

s,está localizado sobre o coroamento da barragem e é continuado para jusante por uma bacia de dissipação, protegida por espessa camada de betão. Na central, subterrânea, com 80 m de comprimento, 19,6m de largura e 42,7 m de altura máxima de escava- ção, foram instalados três grupos geradores constituídos, cada um, por uma turbina Francis de 80000 CV e por um alternador trifásico de 60000 kVA. A potência máxima desta central é de 172000 kW e a energia produtível, em ano médio. é de cerca de 900 milhões de kWh.

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Programa efectivo dos trabalhos

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o

Plano Geral de aproveitamentos hidráulicos do Douro e dos seus afluentes em Portugal abrange os múltiplos aspectos da utilização dos recursos hidricos que poderão contribuir para a valo- rização económica e social da região. A produção de energia eléc- trica é o seu aspecto mais saliente pois, na bacia do Douro, concen- tram-se mais de metade dos reCursos hidroeléctricos do Pais.

As avultadas disponibilidades energéticas do curso principal do Douro serão aproveitadas nos seus escalões de Miranda, Picote e Bemposta - no Douro Internacional - e nos de Pocinho, Valeira.

Régua, Carrapatelo e Atães, no Douro Nacional. As caracteristicas do curso principal do Douro não oferecem viabilidade á criação,

naqueles escalões, de armazenamentos com capacidade adequada a

uma significativa regularização dos recursos energéticos. Por isso, a sua utilização terá de seguir apertadamente o condicionamento da evolução hidrológica sazonal e interanual.

Em contrapartida, nos principais afluentes do Douro - Tãmega, Tua, Sábor, Paiva e Cõa - oferecem-se condições favoráveis ao estabelecimento de albufeiras de grande capacidade, permitindo não só a regularização dos caudais afluentes, mas ainda a compensação

daquelas disponibilidades energéticas, por forma a favorecer o

equilíbrio do sistema produtor nacíonal que, sendo essencialmente

hidroeléctrico, reflecte a irregularidade anual e interanual dos rios

portugueses.

O esquema de aproveitamento hidroeléctrico proporciona con- tinuidade quase total na utilização das quedas disponíveis, sem com-

prometer a possibilidade do mais completo aproveitame·nto dos

recursos energéticos. A produção anual média do conjunto de

aproveitamentos previstos no Douro e nos seus principais afluentes é de cerca de 8 850 milhões de kWh. A exploração conjugada des- tes aproveitamentos permitirá garantir uma produção anual de 6000 milhões de kWh, mesmo na ocorrência do regime hidrológico seco mais crítico conhecido.

Do estudo, efectuado com a colaboração da Direcção Geral dos Serviços Hidráulicos, ressalta a viabilidade da beneficiação hidroagrícola de cerca de 11000 ha mediante o estabelecimento de obras de rega, que, nalguns casos, têm as suas condições econó- micas favorecidas pela utilização dos armazenamentos previstos para o aproveitamento hidroeléctrico.

Com a realização dos escalões do Douro Nacional obter-se-á também O melhoramento decisivo das condições de navegabilidade do rio pela instalação de meios de transposição das barragens des- tinados a dar continuidade ánavegação. Poderá assim vir adispõr-se de condições de transporte económicas, que permitirão beneficiar as actividades relacionadas com o aproveitamento de alguns dos mais importantes recursos económicos da região, de entre os quais se salientam: as minas de hematite de Moncorvo - um dos maiores jazigos de ferro da Europa -, as minas de magnetite e asinstalações siderúrgicas de Vila Cova do Marão, e o vinho do Porto.

A existência de um considerável afluxo de espécies piscicolas migratórias no Douro, em especial sável e lampreia, levaram a abor-

dar também o estudo da actividade da pesca fluvial, com vista á

definição das disposições que convirá adoptar nas barragens do

Douro Nacional, relativamente a este problema. Complementarmente

será feito o povoamento piscícola das albufeiras, já iniciado no Douro Internacional.

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