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Dental Press J. Orthod. vol.15 número2

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Academic year: 2018

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Dental Press J. Orthod. 5 v. 15, no. 2, p. 5-6, Mar./Apr. 2010

Isaac Asimov, escritor e mestre de ficção cien-tífica, disse uma vez, em uma palestra: “Quem escreve ficção científica não pode evitar fazer previsões – não de algo que vai ocorrer, mas do que pode ocorrer”. Como pesquisadores, em fato, frequentemente têm a obrigação de vasculhar o presente para jogar luz no futuro, poderíamos – modestamente – nos comparar a escritores de ficção científica. E é essa a posição que assumirei a partir de agora nesse editorial. Responderei a uma pergunta que recentemente foi feita a mim.

Como estará a Ortodontia daqui a 30 anos?

Em 30 anos, a World Federation of Ortho-dontists (WFO) terá estabelecido orientações para o conteúdo programático de cursos de pós-graduação em Ortodontia de todo o mundo. O número de cursos com baixa carga horária, nos países com maior desenvolvimento da educação, terá caído dramaticamente. Nesses países, os cursos tenderão a ter duração de 2 a 3 anos em tempo integral. Entidades como o Board Brasileiro de Ortodontia e o Board Americano de Ortodontia serão fundamentais no processo de checagem da qualidade dos profissionais formados. A comu-nidade ortodôntica se tornará mais global. Aulas interativas serão assistidas simultaneamente por alunos espalhados pelo globo.

Uma maior capacitação em informática será fundamental para a prática da especialidade. Modelos de estudo serão digitais, não apenas para acelerar o processo de confecção e análise, mas também porque os custos de armazenamento dos modelos de gesso se tornarão exorbitantemente altos nas principais cidades do mundo. Impres-soras tridimensionais serão utilizadas sempre e quando modelos físicos forem necessários. Mas existirão outras razões para o aprofundamento em informática.

Métodos de sobreposição de imagens tridimen-sionais serão rotineiros. Os alunos de Ortodontia terão acesso a artigos com melhor desenho e a evidência científica tomará mais corpo. Como uma das consequências, racionalizaremos o uso dos raios X nos exames de imagem.

Os avanços tecnológicos permitirão individua-lizações de tratamento com mais facilidade e, con-sequentemente, será possível atender mais pessoas em menos tempo, com alto nível de excelência. Isso implicará em maior acesso ao tratamento pela população. Também levará a ajustes óbvios. Países, como o Brasil, que já contam com mais cirurgiões-dentistas do que requerem as necessi-dades de saúde bucal, terão encolhido o tamanho do sistema educacional odontológico.

A prática clínica ortodôntica sofrerá mudan-ças também. A informática se inserirá dentro do atendimento ao paciente, auxiliando o fluxo de trabalho. Sistemas de controle dos movimentos dentários alertarão o ortodontista sempre que ele se distanciar dos objetivos do tratamento ou demo-rar para tomar as medidas terapêuticas necessárias. Os pacientes, por sua vez, serão mais interativos com o tratamento, tomando decisões ainda mais esclarecidas sobre o que será feito neles.

Todos os aspectos aqui discutidos conduzirão a um único ponto: a Ortodontia aumentará a quali-dade da assistência prestada e o impacto positivo na vida da população global.

Muitos talvez estejam se perguntando, nes-se momento, qual a relação dessa ficção com a Ortodontia atual. A resposta é que ela é total. É claro que resenhei apenas um possível cenário futuro, entretanto, a imagem criada já está sendo desenhada nesse momento e o mais preocupante disso é que muitos jovens profissionais não estão atentos para esse fato.

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Editorial

Dental Press J. Orthod. 6 v. 15, no. 2, p. 5-6, Mar./Apr. 2010

Modelos digitais já são uma realidade tangível a preços acessíveis. Além disso, profissionais es-tão incorporando-os à rotina clínica, realizando set-ups virtuais e incrementando suas aulas e apresentações para pacientes. Métodos como o apresentado por Motta et al., no presente número do jornal, para a sobreposição de imagens tomo-gráficas são parte de uma tecnologia disponível a todos os interessados por ela.

O movimento de busca por uma Odontologia baseada em evidências é irreversível, bem como o é a necessidade de uma formação sólida para gerar bons profissionais. Jovens cirurgiões-dentistas, recém-egressos das escolas de Odontologia, de-veriam se candidatar a cursos de pós-graduação com elevada carga horária e que forneçam a eles a base sólida necessária para entrar com a cabeça ereta no mercado de trabalho. Essas verdades podem ser constatadas nas afirmações contidas

na entrevista apresentada nesse número. Nosso entrevistado, o Dr. Turpin, editor-chefe do Ameri-can Journal of Orthodontics and Dentofacial Or-thopedics, ainda ressalta a relevância dos Boards de Ortodontia para o reconhecimento público de um profissional como alguém bem-sucedido. Dessa forma, em sintonia com Asimov, as previsões que fiz não são de algo que vai ocorrer, mas daquilo que pode ocorrer. Qualquer que seja o futuro, o preparo para ele está na busca por boa formação e boa educação continuada. Jovens ortodontistas, preparem-se para ele buscando a excelência em sua formação, pois vocês são os personagens dessa ficção.

Jorge Faber Editor chefe

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