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PIADAS POLITICAMENTE INCORRETAS NA SALA DE AULA

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Academic year: 2022

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PIADAS POLITICAMENTE INCORRETAS NA SALA DE AULA Lélia Silveira Melo Souza1 SOUZA, L. S. M. Piadas politicamente incorretas na sala de aula.

EDUCERE - Revista da Educação, Umuarama, v. 14, n. 1, p. 49-81, jan./

jun. 2014.

RESUMO: Nestes últimos tempos, observamos a constante discussão nos meios de comunicação acerca de questões referentes ao politicamente incorreto. Todavia, o tal tema, tão polêmico, não é dado a devida atenção na sala de aula. Nesse sentido, neste artigo temos o objetivo de discu- tir piadas politicamente incorretas em inglês que foram lidas por alunos universitários, por meio da utilização de sequências didáticas tendo por fundamentação teórica multiletramentos.

PALAVRAS-CHAVE: Politicamente correto. Piada. Sequencia didática.

Multiletramentos.

JOKES POLITICALLY INCORRECT IN CLASSROOM ABSTRACT: We have observed lately the constant discussions within the means of communication about politically incorrect matters. Howe- ver, such polemic topics are not given enough attention in the classroom.

This way, in this article we aim at discussing politically incorrect jokes which were read by college students, by means of didactic sequences that have multiliteracy as theoretical background

KEYWORDS: Politically correct. Joke. Didactic sequence. Multilitera- cies.

CHISTES POLÍTICAMENTE INCORRECTO EN CLASE RESUMEN: En los últimos tiempos se observa la constante discusión en los medios de comunicación sobre cuestiones relacionadas al políti- camente incorrecto. Todavía, el tema tan polémico, no es dado la debida

1Doutorado em Linguagem e Educação pela Universidade de São Paulo. Professora da Faculdades Renascentista , Brasil. Inco-Cepel (Centro de Ensino e Pesquisa no Ensino de Línguas) Faculdade de

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atención en clases. Así, se ha buscado con este artículo discutir los chistes políticamente incorrectos en inglés, que fueron leídos por alumnos uni- versitarios a través de la utilización de secuencias didácticas, teniendo por fundamentación teórica multiletrados.

PALABRAS CLAVE: Políticamente incorrecto. Chistes. Secuencia di- dáctica. Multiletrados.

INTRODUÇÃO

O discurso politicamente correto, há muito tempo, tem permeado as diferenças instanciais sociais em que vivemos. Nesse sentido, canções e histórias infantis são adaptadas para não veicularem ideias de violência ou preconceito, e, em algumas escolas, textos considerados politicamente incorretos são banidos por transmitirem pontos de vista julgados racistas, como por exemplo o livro “Caçadas de Pedrinho”, escrito por Monteiro Lobato.

No ensino de língua inglesa, textos humorísticos como chistes, charges e cartuns têm sido utilizados, de modo geral, para tornar a apren- dizagem divertida. Politicamente corretos ou não, esses textos fazem parte de materiais didáticos que seguem as mais diferentes abordagens.

Por outro lado, de acordo com Davies (2005) as piadas politicamente in- corretas são as mais divertidas, mas são as primeiras a serem banidas do ambiente escolar.

Isso posto, fica a questão: é válido banir as piadas politicamente incorretas das aulas de língua inglesa? Ou há algo que os professores pos- sam fazer para utilizar esse tipo de texto com o objetivo de problematizar os conteúdos veiculados e desenvolver o pensamento crítico dos alunos?

Nosso objetivo neste artigo, bem como em outro que escrevemos (Weigel

& Souza 2014) é lançar uma luz sobre estas questões e discutir a presença desse gênero na sala de aula. Não podemos excluir o fato de que o humor é um recurso essencial na sala de aula, mas o contexto determina a forma pela qual pode ser usado (GENTILHOMME, 1995).

Em 1997 um grupo de dezoito acadêmicos reuniram-se para de- bater a questão do politicamente correto,. Nos Estados Unidos, há os que abominam e outros que são mais tolerantes. Outros acadêmicos aceitam e afirmam como o sexismo ou o racismo,.podem conduzir a uma discussão maior acerca do politicamente correto. O humor é um fenômeno comple-

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xo e envolvente, o que o torna mais relativo, uma vez para uns é ofensivo e para outros prazeroso. Neste artigo, vamos discutir piadas consideradas politicamente incorretas e perceber suas nuances quando utilizadas para fins didáticos. Procuraremos mostrar como piadas politicamente incorre- tas foram usadas com o devido tratamento pedagógico em sala de aula.

1. Fundamentação teórica

Neste artigo usaremos o gênero piada para discutir textos poli- ticamente incorretos. Para tanto, faz-se necessário apresentar algumas características desse tipo de texto para que possamos discutir os chistes lidos em classe e tenhamos uma compreensão maior da parte didática das piadas.

Elliot Oring (1989) afirma que o chiste consiste em uma narrativa breve que salienta a falta de sentido que culmina no desfecho. Em outras palavras, a parte cômica da piada está no final. Nesse sentido, de acordo com Rachel Giora (1991), a comicidade reside na quebra de expectativa:

o leitor/ouvinte espera um final para o chiste, mas percebe que foi substi- tuído por outro. Daí a grande surpresa que essa breve narrativa causa no leitor/ouvinte e o posterior riso. Além disso, a comicidade reside naquilo que não é dito (Dolitsky 1992) o leitor/ ouvinte deve preencher por si as lacunas do chiste, ou seja, o implícito.

Normalmente, não se explica uma piada ao leitor/ ouvinte, para que esta não perca sua graça. No entanto, para fins didáticos o não dito deve ser explícito; em outras palavras, muitas vezes o professor deve ler em voz alta a piada e explicar o motivo do cômico, mesmo que isso ponha em risco a comicidade do chiste (SOUZA, 2007).

Uma forma de sanar a não compreensão do chiste na aula de in- glês consiste em preparar os alunos para o texto a ser lido, ou seja, forne- cer o conhecimento pressuposto na sala de aula. Dessa forma, grande par- te dos alunos poderá compreender a piada sem a explicação do professor.

Àqueles que eventualmente não entenderem a graça, esta será explicada individualmente.

Já Victor Raskin (1985) na teoria dos scripts que foi criada para textos humorísticos salienta que o script é a informação evocada por um texto composto por uma palavra ou mais palavras. O teórico salienta que

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um texto para ser humorístico deve ser compatível com dois scripts e esses devem ser opostos em um sentido especial; por exemplo, honesto versus desonesto, magro versus gordo e outros mais. Tal teoria explica a graça que os chistes apresentam.

Freud (1969) em Os Chistes e sua Relação com o Inconsciente corrobora também o fato de que o chiste é uma narrativa especial e breve, caso contrário todo comentário lacônico seria cômico. Para ele, construí- mos semelhanças entre coisas díspares. Além disso o humor é uma forma de expressar os nossos impulsos agressivos que são socialmente aceitos, mas que muitas vezes podem não ser publicamente defensáveis.

Por outro lado, para Bergson (1987), o humor tem uma função social: corrigir comportamentos indesejáveis. Assim, faremos troça da- queles que desejamos ser eliminados da sociedade. Há também para o autor a função moral do humor, ou seja, faremos graça de tudo que quere- mos ver extirpados da sociedade. Esta segunda função do humor, de certa forma caracteriza um possível uso dos chistes politicamente incorretos.

No uso de humor na sala de aula temos a pesquisa de Margonari (2001) em sua dissertação de mestrado selecionou diferentes textos hu- morísticos (poemas charges, piadas etc) e pode verificar que todos eles auxiliam no processo de ensino-aprendizagem. Souza (2007) em sua tese de doutorado verificou que alunos expostos a piadas tem um rendimento melhor do que aqueles que não são e mais recente Mota (2010) em tese de doutorado descreve o modo de abordar o humor em Livro Didático de Inglês.

Bell (2007) menciona que o humor pode constituir uma mensa- gem implícita negativa principalmente com falantes da segundo língua em interação intercultural. Nesse sentido, deve-se evitar certos tópicos.

Verificaremos como isso pode ocorrer quando da análise dos dados.

Essa informações sobre o gênero chiste ajudaram-nos quando da análise dos dados em nossa pesquisa.

1.1. Multiletramentos

Em setembro 1994 um grupo pequeno de acadêmicos se reuniram em Nova Londres, New Hamshire, para discutir o futuro do letramento.

Tal grupo se autodenominou New London Group. As discussões deram

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origem ao multiletramentos pelo fato de descrever a emergência cultu- ral institucional e a ordem global. Por outro lado, com multiletramentos aparecem uma pedagogia diferente em que o texto está relacionado ao visual, áudio, espacial e comportamento. De acordo com o grupo, há seis elementos: o lingüístico, o visual, o gestual, o áudio, o gestual, o espacial.

Multiletramentos surgem dos pressupostos culturais e globais da sociedade, além de propiciar uma visão crítica desta. Assim, ao elaborar- mos as atividades de tratamento pedagógica para as piadas recorremos ao multiletramentos pois este fornece uma visão crítica de nossa sociedade e os alunos poderão debater aspectos cruciais que permeiam as suas vidas.

De acordo com Cope e Kalamtzis (2006), devemos proporcionar a nossos alunos a oportunidade de desenvolver habilidades para entrar em contato com novas formas de trabalho para que aprendam novas lingua- gens. A tarefa de nós professores é formar alunos críticos para interagir no mundo. Poderíamos afirmar que a habilidade mais importante para nossos alunos é saber fazer negociações em nível regional, étnico ou dia- letos. Nesse sentido, nós professores devemos formar alunos hábeis para interagir em situações que envolvam novos aspectos.

Ainda segundo Cope e Kalamtzis (2006), habitamos lugares em que diferenças culturais, e de identidade – estão cada vez mais acentua- das. Além disso, nossas vidas privadas estão se tornando cada vez mais públicas, pertencemos a diferentes comunidades e com qualquer uma de- las temos de negociar. Assim, uma teoria pedagógica que se baseia- em como os seres humanos trabalham na sala de aula e em sociedade forne- ce-nos instrumentos para analisar os chistes de uma forma mais crítica.

Além disso, o conhecimento humano está imbuído no contexto social, cultural e material. Do mesmo modo, as piadas que nossos alunos leram refletem preconceitos de nossa sociedade.

Com base nesses conceitos, os autores apresentam quatro compo- nentes pedagógicos dos quais lançamos mão para dar o tratamento peda- gógico das três piadas que aplicamos na sala de aula. De acordo com os autores, eles não possuem uma hierarquia e podem ser invertidos confor- me a atividade elaborada por nós:

Prática Situada (Situated Practice): Subjaz neste componente que a aprendizagem constitui uma imersão no aspecto pedagógico a qual

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considera necessidades afetivas e socioculturais além das identidades de todos os aprendizes. Os alunos precisam arriscar para aprender.

Instrução Aberta (Overt Instruction): Os alunos desenvolvem explicitamente a metaliguagem. Aqui aparece a gramática a ser ensinada.

Construção Crítica (Critical Framing): Os alunos interpretam o conteúdo social e seu significado à luz de uma visão crítica acerca da sociedade.

Prática Transformada (Transformed Practice): Os alunos trans- ferem para outra situação o que aprenderam. Nesse momento, o professor sugere uma atividade para ampliar o conhecimento dos alunos e que ex- pandam para outras situações o tópico dado.

Esses componentes nortearam a elaboração didática dos exercí- cios para as piadas. Acreditamos que eles lançaram uma luz para que pu- déssemos dar um tratamento didático em cada uma das três piadas, pelo fato de possuírem um componente de crítica didática tão importante para a análise de piadas não politicamente corretas. Na Análise pedagógica em uso com os alunos nesta parte do artigo, discutiremos a aplicação pedagógica de três piadas: uma amena e outras duas provocativas. As piadas foram usadas em seis grupos de alunos de nível intermediário no Inco-Cepel (Inglês para a Comunidade do Centro de Estudos e Pesquisas no Ensino de Línguas) sito na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Os alunos que optaram por participar da pesquisa assinaram um termo de aceite (anexo 1), Participaram da pesquisa 66 alunos, sendo 42 do sexo feminino e 24 do sexo masculino. A faixa etária variou de 19 anos a 51 anos. A diferença de idade ocorreu em razão da presença de funcionários e docentes da Faculdade de Educação. Contamos também com a presença de dois moçambicanos: um do sexo masculino e outra do sexo feminino. Dos seis grupos de pesquisa somente duas não quiseram participar, mas uma delas quando viu as atividades feitas em classe para as piadas também quis tomar parte na leitura dos chistes. Ressaltamos que a coleta de dados foi feita no primeiro e segundo semestres de 2013.

Gostaríamos de salientar que o presente artigo constitui uma continuação de outro (Weigel & Souza 2014), conforme já menciona- mos anteriormente que discutiu a opinião dos alunos acerca de piadas politicamente incorretas. Os dados obtidos fizeram que continuássemos

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a pesquisa para aprofundarmos a questão. Organizamos a exposição dos dados do seguinte modo: mostraremos inicialmente como se apresentam os exercícios da piada e a reação dos alunos que pudemos observar e pos- teriormente a resposta às duas questões que fizeram parte do exercício pe- dagógico. Salientamos que esta pesquisa tem predominantemente cunho qualitativo com alguns aspectos quantitativos por causa dos gráficos ao longo da explanação das piadas.

Vejamos agora um gráfico para mais bem avaliarmos a presença masculina e feminina na pesquisa:

Figura 1: Distribuição dos sexos

No gráfico acima notamos que a presença feminina é maior do que a masculina. Nesse sentido, a pesquisa tem um formato feminino. Sa- lientamos que todas as piadas foram lidas com as respectivas atividades durante uma aula de 70 minutos, nem todos os alunos estavam presentes no início da atividade, muitos chegaram atrasados ou não participaram de todas as três piadas com os respectivos exercícios. Tal fato dificultou o andamento da pesquisa, à medida que os alunos que chegavam atrasados tinham que se inteirar das atividades em andamento em pouco tempo, alguns demoravam alguns minutos para perceberem o que estava aconte- cendo e o que estava sendo pedido na piada.

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Piada 1 (anexo 2)

Para iniciar o nosso trabalho optamos por um chiste mais ameno para não afugentarmos os alunos da pesquisa, apesar de terem assinado o termo de aceite. O nosso objetivo foi encorajá-los para sentirem que a leitura das piadas representasse um desafio. Todas elas receberam um tratamento pedagógico de acordo com a concepção de multiletramentos que coloca quatro componentes pedagógicos: Prática Situada, Instru- ção Aberta, Construção Crítica e Prática Transformada.

Na Prática Situada, os participantes tiveram contato com um conto de fadas pelas figuras que remetiam à história amplamente conhe- cida pelos participantes; além disso deveriam identificar o objeto comum em três das quatro figuras, ou seja, o espelho. Essa proposta permitiu que eles discutissem o ponto central tanto do conto de fadas quanto da piada:

a vaidade. Como sequência da atividade, os alunos narraram em grupos de três ou dois participantes a história da Branca de Neve. Nenhum deles apresentou dificuldade para executar esta tarefa. É importante salientar que os orientamos a iniciarem a leitura da piada somente após nosso con- sentimento para isso. No entanto, a curiosidade foi maior e alguns alunos leram a piada antes dos demais. De qualquer forma, os alunos puderam reviver um pouco de suas infâncias ao entrarem em contato com a história novamente. Em seguida, os demais alunos leram a piada. Pudemos ob- servar feições de sorriso em seus rostos; no entanto alguns alunos não en- tenderam a piada e foi necessário que lêssemos o chiste (SOUZA, 2007).

Uma das características da piada é não revelar o não dito, para que o chiste não perca perde a graça (Dolitsky 1992); no entanto, para fins didáticos deve-se adotar essa atitude para não frustrar os alunos. Uma aluna falou para a classe que a piada não era engraçada. Isso ocorreu somente em uma aula sendo que nas demais os alunos pareciam ter con- siderado uma boa piada. Ainda na prática situada, todos conseguiram responder corretamente as perguntas de falso ou verdadeiro, o que indica que eles entenderam a piada e seu respectivo desfecho. Compreenderam que a piada fez uma crítica à menina - personagem do chiste - pela vaida- de excessiva que ela possuía.

Na Instrução aberta, os alunos tinham de colocar falso ou ver- dadeiro para compreensão da piada e identificar os tempos verbais no

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chiste. Os alunos não tiveram dificuldade para executar ambas as tarefas, o que indica que compreenderam a piada muito bem.

Na construção crítica, os alunos fizeram uma lista das pessoas famosas que consideravam bonitas, porém houve divergências entre as opiniões, o que tornou a discussão frutífera; muitas vezes uma pessoa que um aluno considerava muito bonita para outro não era e vice versa.

Desse modo, observaram que o conceito de beleza é variável, e aquilo que aconteceu na piada também ocorre em nossas vidas.

Na prática transformada, no questionário referente à vaidade dos alunos, todos se consideraram como não vaidosos. Das classes ob- servadas, apenas uma aluna se considerou com essa característica. Perce- bemos que para a maioria dos alunos tal particularidade era vista como negativa e não positiva, por essa razão, mesmo que um aluno fosse vaido- so, ele/ela dificilmente o admitiria perante o grupo. O questionário serviu como forma de discussão para que os alunos se auto avaliassem. Tais ati- vidades motivaram os alunos a conversarem sobre outros assuntos dife- rentes daqueles propostos pelo livro didático. Observamos que as ativida- des motivaram os alunos a conversarem sobre outros assuntos diferentes da piada em si. Podemos verificar que em termos de oposição de script (Raskin 1985) temos: vaidoso versus não vaidoso durante as discussões.

No final das atividades, solicitamos as opiniões dos alunos a res- peito do trabalho realizado com a piada. Perguntamos-lhes se considera- vam que as tarefas propostas poderiam conscientizá-los sobre ser ou não vaidoso. Além disso, perguntamos também se as experiências poderiam ser reproduzidas com outros alunos.. Para que pudéssemos avaliar as opi- niões de maneira mais aprofundada agrupamos aqueles que tinham algum ponto negativo em relação às atividades daqueles que não fizeram nenhu- ma restrição. Analisemos o gráfico abaixo para verificarmos aqueles que fizeram alguma restrição e os que não fizeram:

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Figura 2: Piada1

Verificamos que o número de alunos que não fez nenhuma restri- ção 46 no total – foi superior àqueles que fizeram alguma restrição – 24 no total. Desse modo, a atividade agradou a grande parte dos pesquisados o que nos indica que uma piada politicamente incorreta pode ser utilizada em sala de aula com as devidas precauções (termo de aceite) e a formula- ção de atividades que suscitem a aprendizagem.

De acordo com os alunos que apresentaram alguma restrição, a atividade não faz com que percebam os problemas de ser vaidoso, pois as questões são tratadas de forma superficial não levando a uma reflexão.

Além disso, um deles considera, que as pessoas não vão se conscientizar sobre os problemas de ser ou não vaidoso ouvindo histórias de Branca de Neve ou mesmo lendo uma piada. Em contrapartida, outro participante pondera que a atividade não levaria a uma conscientização, mas poderia ser uma forma de ajudar na medida em que poderia levar a uma reflexão acerca das diferentes belezas e encontrar um equilíbrio naquilo que é de- sigual. Por outro lado, a piada em foco não faz apologia a nada e não fere os princípios éticos. Tal afirmação demonstra que os participantes não se sentiram constrangidos com a piada, embora essa seja classificada como politicamente incorreta. Por outro lado, para alguns alunos (5 no total) as questões não buscam uma reflexão do sentido de ser vaidoso, devido ao não aproveitamento do tema. Todavia, 12 participantes expressaram que apesar das restrições feitas as atividades poderiam ser reproduzidas para

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fins didáticos. Tal fato demonstra que mesmo os alunos que fizeram al- guma restrição à piada, veem pontos positivos na aplicação da atividade.

Na aplicação desta piada houve 46 alunos que não fizeram ne- nhuma restrição e gostaram da atividade, como já mencionamos anterior- mente. Analisaremos o que foi escrito por estes eles. Trinta e cinco alunos colocaram explicitamente que a piada poderia ser reproduzida novamente em outro contexto, na medida em que a integridade moral da pessoa não é posta na berlinda. Todavia, um aluno coloca que a piada poderia também ser usada com adolescentes, que segundo ele, teriam uma reação positiva e discutiriam a vaidade e a futilidade.

Apesar de a piada ter sido classificada como não ofensiva não colocando ninguém como alvo, os exercícios propostos, por sua vez, so- mente pedem o seu ponto de vista do participante não havendo, portanto, uma imposição sobre a vaidade, mas sim uma discussão sobre o tema.

Para outro aluno, a piada é divertida e aborda o assunto de maneira des- compromissada. Também apontaram que ser vaidoso é algo positivo, mas o problema surge quando há o exagero ou o excesso. Nesse caso, as ati- vidades propostas proporcionam a discussão sobre este tema, sendo que muitas vezes a pessoa não tem consciência de ser tão vaidosa e isso cause problemas para ela mesma. A vaidade, a presunção, a futilidade etc. estão presentes no dia-a-dia de nossos alunos e também de nós professores, de modo com que as atividades fazem com que haja discussão sobre o tema.

Um aluno notou que a história da Branca de Neve auxilia na dis- cussão sobre vaidade, outra aluna percebeu que é vaidosa ao responder o questionário. Dessa forma, os exercícios propostos inicialmente podem ser também indicados para autoconhecimento e um aprofundamento so- bre o tema.

. Acrescento que a maioria dos alunos considerou a atividade di- vertida, ao desenvolvê-la, tratando o tema de uma forma leve e lúdica na aprendizagem do inglês, ao mesmo tempo em que ensejou a discussão sobre a vaidade a partir das respostas do questionário. Nesse sentido pes- soas arrogantes que se consideram muito bonitas podem refletir sobre suas atitudes e até mudarem de forma de ser. podendo gerar uma mudança de opinião sobre a vaidade. Além disso, pessoas arrogantes que se consi- deram muito bonitas podem refletir sobre suas atitudes e quem sabe mu- darem a forma de ser. A vaidade é posta em discussão quando comparada

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com outras pessoas na resposta do questionário.

Muitos alunos apontaram que a piada é de fácil compreensão, o que tornou as discussões frutíferas. Por outro lado, um aluno ponderou que se um colega estiver muito insatisfeito com sua aparência ou se esti- ver satisfeito demais poderíamos detectar problemas de depressão, baixa estima ou super estima. Desse modo, para o estudante a atividade serve como parâmetro para detectar alguns problemas psicológicos. Embora a opinião do estudante seja algo positivo, ratificamos que nosso trabalho primordial é pedagógico e não temos a intenção de verificar problemas mais profundos que nossos alunos possam vir a ter.

Piada 2 (anexo 3)

O conteúdo desta piada é mais tocante por se tratar da Segun- da Guerra Mundial podendo, assim, suscitar sentimentos não desejáveis quando de sua leitura, De qualquer modo, abordar o assunto torna-se di- fícil e as possíveis gargalhadas viram sorrisos contidos com receio de que possam demonstrar gosto por tragédia. Nesse sentido, na prática situada colocamos várias figuras que remetem à Segunda Guerra Mundial e per- guntamos o significado das fotos para que os alunos pudessem expressar as suas idéias.

Na primeira foto aparece o Uncle Sam (Tio Sam) requisitando os americanos para participarem da guerra. Essa foto é conhecida pelos alunos e não tiveram problema em identificá-la. Na segunda figura apare- cem dois prisioneiros em um campo de concentração com aparência ma- gérrima ilustrando como eles sofriam. A terceira figura remete à bomba atômica que os Estados Unidos lançaram sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki em resposta ao ataque de Pearl Habour. Na quarta figura, ve- mos Hitler juntamente com Mussolini cujas figuras nossos alunos tam- bém identificaram prontamente. Na quinta e sexta fotos podemos ver um tanque de guerra e as forças aliadas respectivamente. Discutimos com os participantes o que representou cada uma das figuras na guerra e quanto estavam familiarizados com os tópicos. Pudemos perceber que eles co- nheciam o assunto seja por textos no ensino médio seja através de filmes, como também em textos lidos na universidade.

Em seguida, os alunos leram parte de um texto da Wikipédia para

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indicarem a informação que seria nova para eles. Todos ficaram impres- sionados com o número de mortos durante a Segunda Guerra Mundial. As demais informações não causaram tanto impacto, porque eles já as conhe- ciam. Depois disso, discutimos filmes que tratam sobre essa guerra tais como: “A vida é bela”, “A lista de Schindller”, entre outros.. Comentamos que o primeiro, apesar de ser sobre guerra apresentava uma forma singela de lidar com a guerra: uma criança na Segunda Guerra Mundial cujo pai tentava dissimular que estavam em um campo de concentração. Por outro lado, o segundo filme somente mostra, sem nenhum romantismo,e atroci- dades vivenciadas pelos judeus desse período. Citamos esses dois filmes por abordarem de modo tão distinto o tema e serem os mais mencionados pelos alunos.

Finalmente os participantes leram a piada que é bem pequena após todas as discussões feitas na sala. Apresentaremos alguns conheci- mentos prévios que devem possuir para entender a piada necessários ao entendimento Hitler era um estadista e cometeu suicídio, era antissemita e queria exterminar os judeus matando milhares deles em câmeras de gás. Os alunos devem ter esse conhecimento para compreender a piada.

Acreditamos que a maioria entendeu a piada, mas não se ouviu nenhuma gargalhada ou explosão de alegria pode ser ouvido nos grupos em que o chiste foi lido. Aliás, os alunos ficaram mais envolvidos nas atividades desenvolvidas do que na piada em si. A oposição que podemos observar nesta piada é econômico versus não econômico (RASKIN, 1985)

Na construção crítica, a fim de aguçarmos a discussão mencio- namos o ex- presidente do Irã Mahmoud Ahmadinejad que duvidou da existência de campos de concentração e afirmou que os judeus lucraram com isso ao pedirem indenização por terem passado por esse sofrimento.

Perguntamos para a classe se uma piada como essa não seria um contra- -exemplo para a acusação do presidente. Vários alunos afirmaram que so- mente uma piada não poderia ir de encontro à acusação, uma vez que tal argumento não é consistente. De qualquer forma, os alunos discordaram da opinião do presidente do Irã e foram a favor dos judeus nesta questão.

Seguindo a sequência de atividades, na instrução aberta os alu- nos fizeram para o colega de classe mais próximo algumas questões no passado uma vez que a piada utilizava esse tempo verbal. Viram também cinco verbos irregulares no passado. O objetivo da atividade era enrique-

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cer a aprendizagem dos participantes com questões relacionadas à piada.

Desse modo, os alunos também sentem que estão aprendendo com as piadas.

Na prática transformada os alunos foram encorajados a fazer um pôster sobre a guerra. Todos foram unânimes contra a guerra afirman- do quão destrutivas podem ser ao dizimar famílias por três gerações. Um aluno em particular surpreendeu-nos ao dizer abertamente que era a favor das guerras, pois elas exterminavam muitos serem humanas e que equili- bravam o número de pessoas no mundo com o extermínio. Paralelamente a isso haveria com o objetivo de serem mais eficazes com o aumento da tecnologia de armas mais sofisticadas. Perguntamos a ele se lutaria em uma guerra, ele afirmou que não dizendo que faria trabalho administrati- vo. De qualquer forma os pôsteres elaborados demonstram a criatividade dos alunos e colocamos dois nos anexos como exemplos.

Figura 3: Piada 2

Na piada 2, 41 alunos não demonstraram nenhuma restrição em relação ao uso da piada na sala de aula e as respectivas atividades; por outro lado, 9 alunos deles apresentaram alguma restrição quanto ao uso das piadas. Analisemos aqueles do segundo grupo para mais bem enten- dermos o uso da atividade nesses dois aspectos.

De acordo com um aluno não seria possível usá-la com estudan- tes que sofreram com a Segunda Guerra Mundial porque ficariam ofendi-

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dos com a piada, mas alega que seria possível o seu uso com outros estu- dantes com muita cautela na discussão do tema. Para dois outros o tema da piada é de mau- gosto e um pouco forte; no entanto o cartaz salientou um aspecto lúdico da piada. Como dissemos anteriormente, alguns alu- nos chegavam atrasados na atividade da piada, nesse sentido temos dú- vidas se fizeram as críticas criteriosamente, pois não estavam presentes desde o início da atividade. Todavia, acreditamos que esse tipo de piada de humor negro não agrada todos os alunos. Uma aluna ponderou que determinadas questões que ferem os direitos de outra pessoa devem ser evitadas ou devemos tomar mais cuidado, pois podem danificar a moral de outrem. Já outro aluno considerou as discussões muito superficiais, apesar de ajudarem a criar consciência acerca das atrocidades da Segunda Guerra Mundial.

Além dessas considerações, dois alunos apontaram que uma sim- ples piada não poderia por si ser responsável por criar a consciência das atrocidades da Segunda Guerra. Um outro lembrou que apesar de grande parte dos alunos já ter ouvido falar sobre os malefícios da guerra, mas a atividade ajuda a reviver e discutir tais questões, trazendo alguns casos que os alunos desconheçam. Um aluno expressou que a atividade poderia ser utilizada com qualquer estudante, pois é de fácil compreensão conhe- cido por todos os alunos. Por fim, um aluno expressou que a piada era um pouco ofensiva aos seis milhões de judeus que sofreram nas câmaras de gás da Alemanha nazista. No entanto, a partir dessa piada podemos levantar algumas questões acerca do que foi a Segunda Guerra Mundial e, assim, refletirmos sobre esse período catastrófico da história da huma- nidade. Desse modo, podemos perceber que mesmo aqueles alunos que demonstraram alguma restrição em relação ao tema da piada e às ativida- des desenvolvidas, podem vislumbrar aspectos positivos nela.

Já os que não fizeram restrição à piada apontam para o lado po- sitivo desta. Dois alunos disseram que não viam nenhum problema com as piadas politicamente incorretas, pois ao tratarmos de humor sempre alguém pode ser ofendido e isso não deve ser visto com maus olhos. Ali- ás, um aluno salientou que a piada lida em classe não é politicamente in- correta, mas ao ser lida do ponto de vista do perdedor e não do oprimido, não é tão ofensiva. Nesse sentido, o opressor está em situação ruim. De acordo com um aluno,esse tipo de humor é comum em outros países que

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considera alguém inferior, mas acreditamos que ele se faz presente em inúmeros países, sendo uma característica do humor no Ocidente (Berg- son). Esse mesmo aluno mencionou um filme que era uma piada acerca da Segunda Guerra Mundial chamado Primavera para Hitler. Nesse sen- tido, podemos fazer piada sobre temas sérios a fim de diminuir a triste- za que o assunto nos provoca (Freud (1969). A piada serve como uma conscientização sobre o tema. Os alunos gostaram de fazer o pôster, pois foi um momento de conscientização e marcada de posição em relação à Segunda Guerra Mundial e a outras guerras. Do ponto de vista dos alunos, essa atividade desenvolve o senso crítico dos alunos. A presença de um texto informativo antes da piada foi elogiada por contextualizar a piada antes de ser lida. Um aluno apontou que a atividade poderia ser feita com adolescente para que possam aprender os fatos históricos de uma forma diferente do que vemos nas escolas.

Doze alunos sugeriram a ampliação da atividade, com outros alu- nos, uma vez que o debate conduz uma forma lúdica acerca de um assunto polêmico, sendo uma excelente forma de tratar o tema, principalmente com a confecção de posters. Quanto à conscientização de outros alunos ao ler a piada, não houve unanimidade sobre o assunto, uma vez que al- guns alunos demonstraram incerteza e outros afirmaram categoricamente que a atividade proposta leva a conscientização sobre as atrocidades da guerra e, portanto, podemos evitá-la no futuro.. Por outro lado, a ativida- de leva a discussão dos problemas causados na Segunda Guerra mundial e o subseqüente holocausto e posterior guerra nuclear. Além disso conduz a um debate sobre os acontecimentos similares. As fotos selecionadas para discussão da prática situada também causaram um impacto. A ati- vidade também remeteu a assunto estudado no ensino médio e tiveram a oportunidade de retomar o que foi ensinado.

A sequência didática , que exige leitura, interpretação e posterior discussão do tema foi elogiada pelos alunos devido às atividades pro- postas que exigia a participação dos pupilos, Além disso, ela mobiliza o leitor de diversas formas: por meio do texto escrito, das imagens e da ridicularização dos motivos e métodos de guerra utilizando uma piada de humor negro, paralelamente informa sobre as atrocidades na Segunda Guerra e faz uma revisão de um item gramatical: passado simples quando na Instrução .Aberta Para um aluno as atividades preparadas pelos pro-

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fessores são sempre melhores que a dos livros. Assim a contextualização e a sequência didática são coerentes e de fácil entendimento ajudando um desmembramento do conteúdo explícito: passado simples. Uma aluna de família judia aponta que é bom usar piadas para descontração. Ela argu- mentou que sua família faz piada o tempo todo sobre temas polêmicos;

para ela a piada só é ofensiva quando existe a intenção. Além disso, se- gundo a mesma aluna atividades como esta devem ser incentivadas. Fazer piada sobre temas trágicos é muito útil na medida à que serve para vis- lumbrar a tragédia sob perspectiva. É interessante que os alunos apontam que se pode aprender com a piada não constituindo somente um entreteni- mento. No entanto, a piada politicamente incorreta deve ser narrada para determinadas pessoas para que não haja controversa. De qualquer forma, os alunos foram expostos a atividades que normalmente não fazem e isso causou uma opinião positiva para a maioria dos alunos.

De acordo com um aluno, as atrocidades cometidas sempre de- vem ser lembradas a fim de que evitemos cometê-las novamente. Nes- se sentido, a aula foi um momento de reflexão para pensarmos sobre os desvarios da humanidade: os dois homens bem magros de um campo de concentração provocaram reações adversas: para uns era simplesmente uma imagem já vista, para outros teve o impacto de ver a realidade de um campo de concentração pela primeira vez. De qualquer forma, os alunos vivenciaram várias atividades e as discussões foram profícuas. Acredita- mos que uma aula de inglês não seja somente para repetição de diálogos fugazes que se encontram na maioria dos livros didáticos, mas que os alunos possam falar de outros assuntos que estão presentes no dia a dia, como as guerras e o que elas acarretam, para que os participantes se tor- nem cidadãos mais críticos e atuantes no mundo, que sejam sujeitos de suas próprias vidas

Um ponto negativo da experiência foi o escasso tempo para cum- prir todas as etapas desta. Optamos por executar a atividade completa porque não poderíamos garantir a presença de todos alunos na aula subse- qüente, se assim fosse teríamos, de repetir alguns passos para os que não estavam presentes na aula anterior, o que seria enfadonho para os demais que haviam participado alunos e esclarecedor para outros.

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Piada 3 (anexo 4)

Nesta piada discutimos preconceito racial e religioso. Para evitar qualquer dissabor antes do dia em que a piada seria lida conversamos com alunos afro-descendentes e judeus antes do dia que a piada seria lida, para verificar se ficariam constrangidos com o teor da piada; todos eles respon- deram que não haveria problema. Desse modo, ficamos mais confiantes porque a piada não representaria um constrangimento para os alunos.

Na prática situada, selecionamos figuras que proporcionavam discussão sobre o tema. Podemos inferir na figura dos dois bebês que quando nascemos não há preconceito de raça ou de cor, infelizmente o preconceito surge à medida que crescemos e nos desenvolvemos. Os pas- sarinhos nos conduzem a refletir que sempre haverá diferença, mas faz-se necessário ter uma convivência pacífica. As mãos dadas nos mostram que essa convivência é possível entre diferentes raças. No entanto, a placa que proíbe os judeus, permitindo somente os cristãos escancara o preconceito religioso. A entidade Ku Klux Klan impossibilita qualquer união racial. Já o sionismo luta pelo Estado de Israel para os judeus. Depois da discussão sobre preconceito racial e religioso, os alunos leram uma piada racista e com preconceito racial. A leitura em voz alta fez com que os alunos a compreendessem (Souza 2007). Duas alunas consideraram-na engraçada, talvez pelo motivo delas não se sentirem afetadas pelo conteúdo da piada.

Na atividade de compreensão da piada, percebemos que os alunos enten- deram a piada.

Na instrução aberta, os alunos puderam diferenciar o uso do presente contínuo e do futuro, fazendo algumas perguntas que utilizou os dois usos. Na construção crítica havia a figura de dois bebês que ilus- tram o preconceito racial. Perguntamos se a figura era tendenciosa e gran- de parte dos alunos respondeu afirmativamente. Na prática de transfe- rência os alunos escreveram um plano de ação para prevenir agressões contra grupos minoritários, mais adiante apresentaremos alguns deles.

Vejamos o gráfico abaixo para verificarmos a opinião dos alunos sobre o assunto:

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Figura 4: Piada 3

No total, tivemos 40 alunos que não fizeram nenhuma restrição quanto às atividades desenvolvidas em sala de aula, e 10 alunos que fi- zeram alguma restrição. Comecemos por analisar os alunos que apresen- taram alguma restrição em relação à piada. Nesse sentido, três alunos apresentaram aspectos bem negativos tais como, a atividade não ajudará a diminuir o racismo e não é eficaz em seu combate, mesmo assim foram a favor do uso dessa piada para outros estudantes, por acreditarem que a piada seria um alerta sobre o racismo.

Por outro lado, um aluno manifesta que não deveria existir qual- quer tipo de preconceito e não deveríamos aceitar piadas desse tipo. Para ele quanto mais falamos sobre esse sentimento negativo mais este penetra no coração. Para outro aluno, essas piadas são prejudicais dependendo de quem as conta. Um aluno não gostou da piada seja por seu teor étnico, seja religioso; considera que o uso de piadas deste tipo só reforça estere- ótipos negativos e colabora para a propagação do preconceito. Nesse sen- tido, o aluno sugere que as piadas poderiam ser mais brandas sem causar muita polêmica. Acrescenta que o preconceito é prejudicial para aquele que sofre, então poderia mostrar essa realidade de sofrimento. Outro alu- no não acredita que ler piadas sobre racismo diminua a existência deste, na medida em que essas piadas só ajudam a espalhar o racismo e têm o caráter difamatório. Apesar desses pontos negativos um aluno considerou a discussão interessante para a aquisição de vocabulário.

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Vejamos, agora, aqueles que não fizeram nenhuma restrição ao uso da piada Dezoito alunos escreveram que a atividade deveria ser pro- posta a outros participantes, pois é divertida e dinâmica e amplia o vo- cabulário. Para outro, esta piada não aumenta nem diminui o preconceito ou o racismo, podendo ser usada para uma reflexão e debate acerca do assunto, convertendo-se em discussões sobre algo pouco debatido. Nesse sentido, pode diminuir o preconceito e/ou o racismo.

Ainda nesse aspecto, ponderou-se que na história do Brasil o ra- cismo esteve sempre presente e os negros eram considerados como raça inferior. Aos poucos isso mudou, mas ainda temos muito que evoluir.

Esses problemas permanecem em nossa sociedade, desse modo é váli- do o uso de recursos que promovam a reflexão sobre qualquer forma de preconceito Um aluno apontou que o tempo foi muito escasso para uma discussão tão frutífera, mas para ele já é um passo para a mudança

Um outro aluno sentiu falta de discutir alguns processos que ge- raram os preconceitos contra os judeus e os negros. Infelizmente, isso não foi possível realizar, pois acreditamos que poderia acirrar mais as discussões. De acordo com outro participante a diminuição do racismo vai depender de como as pessoas encaram esta problemática, ou seja, se a sociedade não mudar esses preconceitos continuarão sempre em foco.

Daí a importância de uma reflexão sobre esses temas

. Vários alunos gostaram muito de debater o tema, sobre o qual não nos debruçamos com a devida frequência. Além disso, eles elabo- raram argumentos para conversar sobre assunto tão polêmico, sendo a universidade o local propício para que isso aconteça e apontaram que não houve nenhum aspecto ofensivo. Outro participante ponderou que devemos distinguir brincadeiras de piadas com preconceito e exclusão, o que houve na classe foi um chiste, e alguns alunos não gostaram da piada. Desse modo, devemos levar em conta o aspecto lúdico desta e não a seriedade excessiva. A piada foi uma mola propulsora para que discu- tíssemos outros aspectos, mas o texto não deixou de ser um chiste. Afinal podemos discutir problemas sérios de um modo lúdico como ocorreu com as turmas. Nesse sentido, é importante que os alunos assinem o termo de aceite e sintam-se livres para participar ou não da atividade.

Outro aluno observou os presentes participarem e compreendeu o objetivo da atividade, ou seja, a discussão sobre um assunto de modo a

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não ofender nenhuma das partes. Uma aluna também afirmou que gostou das atividades, mas não da piada em si. Assim, a piada serve somente como pretexto para fazer outras discussões.

Finda a discussão sobre os preconceitos apontados, os alunos elaboraram um plano de ação que abrangesse grupos minoritários. Um grupo combaterá o preconceito em relação ao índio brasileiro, seguindo o roteiro assim estabelecido, após discussão a respeito: a inclusão do índio na sociedade, com a garantia de alguns direitos dela Constituição Bra- sileira de 1988, ou seja, educação, saúde, respeito, direito a voto, Outro combaterá o preconceito em relação aos povos da América Latina. Outro grupo tem como meta os deficientes físicos, para tanto conscientizarão as pessoas que são capazes para que sejam oferecidas condições de trabalho e adaptação da cidade para locomoção. Outro grupo planejou ajudar os moradores de rua. Há também a luta que um grupo abraçou: a dos gays em relação aos homofóbicos. Esse plano de ação foi elaborado por dois grupos. Infelizmente devido ao tempo escasso não pudemos realizar esse plano de ação em todas as turmas; em somente uma delas isso foi possível ser levado a diante.

.Podemos então observar que os chistes contextualizados servem de apoio para as piadas politicamente incorretas. Os chistes sem as tarefas tornam-se inócuos e sem sentido. O chiste acaba tornando-se um pano de fundo para a discussão que floresce na sala de aula e frutifica na formação dos alunos

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste artigo, pudemos observar as características das piadas que nortearem nossa análise de chistes. As três piadas tiveram tratamento pe- dagógico tendo por base multiletramentos. Nossa opção teórica ajudou- -nos a elaborar os exercícios à medida que aguçaram o senso crítico dos alunos. Os chistes provocaram muita discussão e foram bem polêmicos.

Os alunos discutiram assuntos que normalmente não o fazem em uma aula de inglês. Todavia, se engajaram nas discussões o que tornou as aulas proveitosas mesmo que porventura não tivessem gostado das piadas em si. Gostaríamos de salientar que apesar de as atividades representa-

(22)

rem um sucesso em termos de número de alunos que não apresentaram restrição quanto às piadas, certos cuidados devem ser tomados; por exem- plo, o termo de aceite. Os alunos devem se sentir livres para participar ou não da atividade, ou seja, se julgarem algumas piadas ofensivas e isso provocar-lhes um problema ele poderá desligar-se da atividade se assim julgar conveniente. Somente uma aluna não participou das atividades, o que indica que os alunos estão abertos à novas formas de aprendizagens e ávidos por discutirem temas polêmicos quando assim estimulados com uma sequencia didática que vá ao encontro de sua vivência.

A forma de conduzir a discussão também influencia as opiniões dos alunos. Os chistes servirão para uma discussão crítica e não reforço de preconceitos. Nesse sentido, a piada foi só um motivo para troca de ideias entre alunos e seus pares. Daí a importância da contextualização das piadas, o que garante a participação efetiva dos alunos. . É impor- tante acrescentar a necessidade de recorrer a conhecimentos de história, sociologia e política para superar as meras opiniões de senso comum que, geralmente, veiculam preconceitos. Acreditamos também que grande parte dos preconceitos advém da pura ignorância e falta de informação.

Todavia, existem aqueles que nascem de crenças arraigadas. Nesse caso, teríamos de nos valer da opinião de um especialista para solucionar o impasse; todavia, isso não impede que atividades como essas sejam feitas na sala de aula.

BIBLIOGRAFIA

BELL, N. D. How native and non native English speakers adapt to humor in intercultural interaction. Humor, v. 20-21, p. 27-48, 2007.

BERGSON, H. O riso. 2. ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.

COPE, B.; KALANTZIS, M. Multiliteracies: literacy learning and the design of social futures. London and New York: Routledge, 2006.

DOLITSKY, M. Aspects of the unsaid in humor. Humor, v. 5, n.1/2, p.

39-48. 1992.

FREUD, S. Os chistes e sua relação com o inconsciente. Tradução

(23)

Margarida Salomão. Rio de Janeiro: Imago, 1969. v. 8.

GIORA, R. On the cognitive aspects of the joke. Journal of Pragmatics, v. 16, p. 465-485, 1991.

MARGONARI, D. M. O papel do humor no processo de ensino- aprendizagem de língua Inglesa. 2001. ... f. Dissertação (Mestrado em Educação Escolar) – Faculdade de Ciências e Letras, Universidade Estadual Paulista, Araraquara, 2001.

ORING, E. Between jokes and tales: on the nature of punch lines.

Humor, v. 2-4, p. 349-364, 1989.

SOUZA, L. S. M. S. O humor é coisa séria. 1997. ... f. Dissertação (Mestrado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997.

______. O humor em aulas de Língua Inglesa: motivação, atitude e questões culturais. 2007. ... f. Tese (Doutorado) - Universidade de São Paulo, São Paulo, 2007.

WEIGEL, A. et al. Piadas politicamente incorretas na aula de língua inglesa: percepção dos alunos. Contexturas, v. 20, p. 70-85, 2014.

Recebido em: 29/04/2013 Aprovado em: 30/05/2014

(24)

ANEXO (1)

JUSTIFICATIVA DO TERMO DE ACEITE

O projeto INCO-CEPEL gostaria de contar com a sua participa- ção em um projeto de pesquisa que será implementado ao longo do 1º e 2º semestres de 2011. Tal pesquisa terá como objeto de estudo o uso de piadas no ensino de inglês e terá como principal instrumento de coleta de dados questionários respondidos pelos alunos sobre a leitura de piada.

Por tratar-se de uma pesquisa qualitativa, outros instrumentos de coleta de dados serão também utilizados. As informações dos participante são confidenciais; portanto, serão usados pseudônimos, quando e se ne- cessário, para garantir o anonimato dos informantes.

Contamos com a sua participação!

Eu,_____________________________________________________, RG ___________________________________ aceito participa da pes- quisa a ser desenvolvida no INCO-CEPEL e autorizo o uso dos ques- tionários por mim respondidos como fonte de dados para a análise, bem como entrevistas e outros instrumentos de coleta de dados que forem ad- ministrados.

Assinatura: ________________________________________________

Data:_____________________________________________________

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Joke 1 (Anexo 2) (Situated Practice)

Look at the drawings below and tell your friend what fairy tale it refers to. Can you tell each other the story? What is the common object in three pictures? The words below will help you tell the story..

http://blogs.disney.com.br/disney-classicos/

Once upon a time, poisoned apple, glass coffin, 7 dwarfs, Queen, Magic, Mirror, huntsman, revived, Prince., witch.

Now read the joke below 06- The sin

A girl knelt in the confessional and said, “Bless me, Father, for I have sinned.” “What is it, child?” The girl said, “Father, I have committed the sin of vanity. Twice a day I look at myself in the mirror and tell myself how beautiful I am.” The priest turned, took a good look at the girl, and

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said, “My dear, I have good news. That isn’t a sin – it’s only a mistake.”

(www.aid-renegade.com / acesso 13/02/2011 Glossary:

sin = pecado vanity = vaidade priest = padre (Overt Instruction)

Put true (T) or false (F) on the phrases below according to the joke.

1. The girl wanted the priest to pardon her.

2. The girl likes mirrors

3. She considers herself to be an attractive girl.

4. The priest agrees with her opinion

The verb tenses which have been used in the joke are:

1. Present continuous,, simple past, present perfect;

2. Past perfect, present perfect, simple present,.

3. Simple past, simple present, present perfect.

((Critical Framing)

The joke is about beauty and the concept people have about it.

On a piece of paper write the name of five people you think they are good-looking and then show your partner. Discuss the similarities and the differences between them.

(Transformed Practice)

HOW VAIN ARE YOU? QUIZ

Discuss the quiz with a friend and tell him/her what you would select.

1. How often do you look in the mirror?

• Um.... why would I look in the mirror? I already KNOW I'm hot!!!!!

• I hate looking in the mirror, because then I actually have to see my- self.

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• Mirrors are stupid. I know what I look like...

• Usually only when I'm doing my hair, but sometimes I like to take a quick peek to make sure I look okay!

2. Do you think you're pretty cool most of the time?

• Yeah, I think I'm a pretty nice person for the most part.

• Um... Pretty cool most of the time? Try like the best thing that's ha- ppened to this world!!!!!!

• I guess...

• No. Nobody else does either.

3. What do you think of your friends?

• Um... They're cool I guess.... I hang with them, don't I?

• What friends? Why would anybody like me?

• My friends? I don't know... They're not as cool as me, though!!!

• I love my friends!!!! They're amazing, and we all get along great!

4. What do you think your friends think of you?

• I don't know... I guess they think I'm a fun person to hang out with!

• Um... I don't really know or care...

• Uh.... DUH!!!!! They think I'm awesome!!!!!! Only because I am, of course.

• They think i'm stupid, fat and ugly, just like I am. They probably are just friends with me out of pity.

5. How long does it take you to get ready for school/work in the mor- ning?

• Like 5 minutes. I already look hot!!!!!!!!!

• I don't really. Why even bother? I'm gonna look ugly no matter what I do.

• About 10 or 15 minutes. I wanna look okay!

• Um... get ready? All I do is throw on some clothes and grab some

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toast. Why spend a bunch of time getting ready? It's just school/work.

Taken from http://www.quibblo.com/quiz/1Zpu2HX/How-Vain-are- -You?view_quiz=1 17/03/2013

Do you think this activity could be used to make people aware of the problems of being vain? Could this activity be reproduced with other students? Answer the questions in Portuguese?

Joke 2 (Anexo 3) (Situated Practice)

What do you know about the Second World War? Here are some pictures that make us remember some of its facts:

http://en.wikipedia.org/wiki/World_War_II

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World War II, or the Second World War (often abbreviated as WWII or WW2), was a global armed conflict that was under way by 1939 and ended in 1945. It involved a vast majority of the world's nations - including all of the great powers - eventually forming two opposing mi- litary alliances: the Allies and the Axis. It was the most widespread war in history, with more than 100 million people serving in military units.

In a state of "total war", the major participants placed their entire econo- mic, industrial, and scientific capabilities at the service of the war effort, erasing the distinction between civilian and military resources. Marked by significant events involving the mass death of civilians, including the Holocaust and the only use of nuclear weapons in warfare, it resulted in 50 million to over 70 million fatalities (Wikipédia 06/04/2012)

Vocabulary

Eventually – por fim Widespread - difundida Resources - recurso Weapon – arma Fatality - morto

On the text above, what information was new to you? Have you ever watched a film about the Second World War? Do the pictures com- plement the text? Now read the a joke about the Second World War. Do you think it is funny?

09 – Hitler

A: Why did Hitler commit suicide?

B: He got the gas bill.

(www.aid-renegade.com / acesso 13/02/2011) Glossary:

bill: conta

(Critical Framing)

The joke refers to the concentration camps that there were in the

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Second World II. Mahmoud Ahmadinejad – ex-president of Iran – dou- bted the existence of such things and he said that Jewish people profited from it. Woulnd´t a joke like the one you´ve just read be a counter exam- ple of his statement? How would you react to that?

(Overt Instruction)

The joke above has a question that uses one word to help make questions in the past : did. Thus we can form the following questions:

Where did you study?, Where did you go yesterday?, Where did you spend your last holiday?

The regular verbs in the past finish with –ed. I studied in a state school. I loved swimming when I was a small child. However, the irregu- lar ones you need to study. Here is a small list:

buy – bought get - got make – made see saw take - took

(Transformed Practice)

You are going to make a poster to make people aware of the pe- ople who have suffered due to wars. Think of the wars we have had in the world in the last thirty years or so and make an appeal to the end of wars. After all, it is us ordinary people who suffer the consequences of all these fights.

Do think this activity could be used to make students aware of the atrocities in the Second World II? Could this activity be used with other students? Answer the questions in Portuguese.

(31)

Joke 3 (Anexo 4) (Situated Practice)

How would you react to the following pictures? All of them are related to prejudice that we face in our society. What do they represent?

http://www.brasil247.com/get_img?ImageWidth=988&ImageId=170833 http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/a/aa/Children_with_Dr._Sa- muel_Green,_Ku_Klux_Klan_Grand_Dragon,_July_24,_1948.jpg

(32)

Now read the joke below and see how much of this prejudice is still present in our society.

01 – The doubt

A little boy, half Jewish and half black, goes to his fa- ther and says "Dad, am I more Jewish, or more black?

His father says, "You're just you, son. Why are you asking such a silly question?"

The little boy says "Well, one of my friends is selling his bicycle for 50 dollars and I don't know whether to offer him 25, or just wait until dark and steal it..."

(www.zetaboards.com / acesso 13/02/2011) Put true (T) or (F) in the phrases below:

1. The father pushed the son to take a decision

2. There is prejudice against both characteristics of the boy 3. According to the text Jewish people are famous for being

mean.

4. At the end the boy takes a decision.

(Overt instruction)

The father asks the boy the following question: Why are you asking such a silly question?. The verb tense being used is the present continuous. We normally use such tense to describe something that is ha- ppening now or future intentions. Look at the two questions below which one refers to something happening now or the future.

1. What are you doing next Friday?

2. What is Anne doing now?

(Critical framing)

The joke above showed a situation in which it is described the prejudice some people still have against Jewish and Black people. What

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is your opinion about this joke? Did you get shocked or do you think it helps to make people more aware against prejudice? Do you think the picture below is biased?

http://www.google.com.br/imgres?start=490&newwindow=1&hl=pt- (acesso 13/30/2011

(Transformed Practice)

You have been invited to participate in a committee which will combat prejudice against minority groups. Think about who you are going to defend and the reasons why they need to be protected. Outline a plan of action to prevent aggressions against these minority groups. It does not need to be necessarily concerning Black People or Jewish it can also be about other persons that suffer some kind of prejudice

Final question

Do you think this activity could be used to diminish racism or make people more aware of it? Could this activity be used with other students? Answer in Portuguese

Referências

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