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Consulta familiar para pacientes hipertensos de difícil adesão ao tratamento

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Academic year: 2022

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No Curso de Especialização em Saúde da Família da UNA- SUS/UFCSPA, o trabalho de conclusão de curso (TCC) corresponde ao portfólio construído durante o desenvolvimento do Eixo Temático II - Núcleo Profissional. Neste eixo são desenvolvidas tarefas orientadas, vinculando os conteúdos com a realidade profissional. O portfólio é uma metodologia de ensino que reúne os trabalhos desenvolvidos pelo estudante durante um período de sua vida acadêmica, refletindo o acompanhamento da construção do seu conhecimento durante o processo de aprendizagem ensino e não apenas ao final deste. O TCC corresponde, portanto, ao relato das intervenções realizadas na Unidade de Saúde da Família contendo as reflexões do aluno a respeito das práticas adotadas.

A construção deste trabalho tem por objetivos:

I - oportunizar ao aluno a elaboração de um texto cujos temas sejam de conteúdo pertinente ao curso, com desenvolvimento lógico, domínio conceitual, grau de profundidade compatível com o nível de pós-graduação com respectivo referencial bibliográfico atualizado.

II – propiciar o estímulo à ressignificação e qualificação de suas práticas em Unidades de Atenção Primária em Saúde, a partir da problematização de ações cotidianas.

O portfólio é organizado em quatro capítulos e um anexo, sendo constituído por: uma parte introdutória, onde são apresentadas características do local de atuação para contextualizar as atividades que serão apresentadas ao longo do trabalho; uma atividade de estudo de caso clínico, onde deve ser desenvolvido um estudo dirigido de usuários atendidos com patologias e situações semelhantes aos apresentados no curso, demonstrando ampliação do conhecimento clínico; uma atividade de Promoção da Saúde e Prevenção de Doenças; uma reflexão conclusiva e o Projeto de Intervenção, onde o aluno é provocado a identificar um problema complexo existente no seu território e propor uma intervenção com plano de ação para esta demanda.

O acompanhamento e orientação deste trabalho são realizados pelo Tutor do Núcleo Profissional e apresentado para uma banca avaliadora no último encontro presencial do curso.

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EVA STHEFANE BANDEIRA MARINHO KAHWAGE

PORTIFÓLIO FINAL

PARAGOMINAS/ PARÁ 2016

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PORTIFÓLIO FINAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Estratégia Saúde da Família, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, para obtenção do Certificado de Especialista sob orientação de Simone Valvassori e André Luiz da Silva.

PARAGOMINAS/ PARÁ 2016

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1. Introdução ou Atividade 1 do Portfólio... 4

2. Estudo de Caso Clínico ou Atividade 2 do Portfólio... 6

3.Promoção da Saúde, Educação em Saúde e Níveis de Prevenção ou Atividade 3 do Portfólio... 8

4. Visita domiciliar/Atividade no domicílio ou Atividade 4 do Portfólio... 10

5. Reflexão Conclusiva ou Atividade 5 do Portfólio... 12

6. Referências... 14

7. Anexos: Anexo 1 – Projeto de Intervenção ... 15

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1. INTRODUÇÃO OU ATIVIDADE 1 DO PORTFÓLIO

Eu sou Eva Sthefane Bandeira Marinho Kahwage, médica clínica-geral formada pela Universidade Federal do Pará no ano de 2016. Já atuei na cidade de Barbarena- PA e atualmente atuo através do Programa de Valorização da Atenção Básica (PROVAB) no município de Paragominas-PA na Estratégia Saúde da Família Jardim Bela Vista.

Minha unidade abrange uma população de cerca de 8 mil pessoas. A população de abrangência da minha área possui características marcantes relacionadas a fatores socioeconômicos, climáticos e ambientais.

A população do território possui um número considerável de Hipertensos (362 pessoas) e Diabéticos (225 pessoas), representando as doenças crônicas mais prevalentes no território.

As características climáticas e ambientais de nossa região também determinam a presença de doenças comuns em clima tropical como doenças virais sazonais. Além disso, o perfil populacional socioeconômico da população, em sua maioria de baixa renda, fala a favor de doenças como Tuberculose, Hanseníase e mesmo parasitoses.

A grande maioria da população habita em casas com pouca estrutura de saneamento básico, poucos cômodos e famílias com grande número de membros.

A presença de um grande número de gestantes na faixa etária adolescente também corrobora com o perfil socioeconômico da área.

Nossa área não possui associação de moradores. A área conta com a presença de um asilo para idosos, uma feira para os produtores rurais, vários pequenos estabelecimentos comerciais, escolas, casas, a unidade de saúde, entre outros.

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A organização das ações em nossa unidade é realizada através de reuniões com a equipe, a qual é formada por dois médicos, um enfermeiro, dez agentes comunitários de saúde, quatro técnicas em enfermagem e uma odontóloga.

As principais ações desenvolvidas pela equipe, contemplam as principais demandas da nossa área. Realizamos ações voltadas a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e gravidez na adolescência, ações com informações em saúde sobre manejo de doenças crônicas como Hipertensão e Diabetes, saúde da mulher com informações sobre a importância de realização de acompanhamento periódicos como mamografia e colpocitologia oncótica, saúde do homem com informações sobre a importância de exames de rastreio como PSA, ações voltadas ao abandono de vícios como tabagismo e alcoolismo, entre outras.

O tema escolhido para realização do Projeto de Intervenção foi “Consulta familiar para pacientes hipertensos de difícil adesão ao tratamento”, o qual consta nos anexos deste Trabalho de Conclusão de Curso.

Este tema foi escolhido devido a minha observação durante as consultas de HIPERDIA da associação entre a difícil adesão ao tratamento dos pacientes e a falta de envolvimento familiar no enfrentamento da doença pelo paciente. Em contrapartida, os pacientes com participação ativa de membros da família nas consultas, realização de exames, administração de medicamentos, mudança de hábitos de vida, possuem melhor adesão ao tratamento medicamentosa e não medicamentoso.

O tema reflete uma realidade da população da área de abrangência formada por um número considerável de Hipertensos, os quais em sua maioria são idosos. Por esse motivo foi escolhido para abordagem no Projeto de Intervenção.

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2. ESTUDO DE CASO CLÍNICO OU ATIVIDADE 2 DO PORTFÓLIO

Paciente F.J.S.P de 63 anos é paciente da Estratégia Saúde da Família Jardim Bela. F.J.S.P é um paciente muito familiarizado com a equipe da Unidade, pois já reside na área há cerca de 35 anos. A equipe da Unidade, porém notou que nos últimos meses F.J.S.P não compareceu mais as consultas.

Numa das reuniões da equipe, o enfermeiro alertou a todos a ausência de F.J.S.P nas consultas. Referiu que havia 6 meses que o paciente não comparecia às consultas do HIPERDIA. O ACS responsável pela área logo manifestou-se afirmando que durante as visitas na área, o paciente já não o recebia mais em sua residência. O enfermeiro lembrou-se então que havia 7 meses que a esposa de seu F.J.S.P havia falecido. Decidi então como médica da Unidade realizar uma visita domiciliar para seu F.J.S.P.

Durante a visita domiciliar, seu F.J.S.P mostrou-se com o humor abatido, pouco falou durante a visita, porém concordou em comparecer a Unidade para uma consulta médica, a qual ficou agendada para o dia posterior.

No dia seguinte, seu F.J.S.P compareceu a consulta médica. Constatei em prontuário que seu F.J.S.P morava com sua esposa numa residência da área há 35 anos, porém havia se tornado viúvo recentemente. Os dois haviam tido três filhos, sendo que os mesmos já estavam todos casados e não residiam na área da unidade.

Seu F.J.S.P é hipertenso e faz uso de Hidroclorotiazida 25 mg um comprimido ao dia, Losartana 50 mg dois comprimidos ao dia e Anlodipino 5 mg um comprimido ao dia.

Neste momento da consulta, seu F.J.S.P confessou que havia exatos 6 meses que ele não realizava o tratamento.

Quando questionado sobre o motivo pelo qual ele havia abandonado o tratamento, seu F.J.S.P referiu que após o falecimento de sua esposa, ele estava sem ânimo para viver.

Ao realizar o exame físico constatei que seu F.J.S.P estava com 150x100mmHg de pressão arterial, circunferência abdominal aumentada, IMC de 33, sem alterações à ausculta pulmonar e cardíaca e à palpação de abdômen.

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Conversamos sobre o período de luto, sobre como seu F.J.S.P estava realizando o enfrentamento do período, de que forma estava lidando para superar o período. O paciente referiu que não sentia desejo de realizar suas atividades habituais, que ficava a maior parte do tempo dentro de casa vendo TV.

Ainda durante a consulta, conversamos sobre o método de consulta familiar, sobre a importância do acompanhamento da família nos enfrentamentos psicológicos e físicos do paciente. Seu F.J.S.P então referiu que evitava as visitas dos filhos, noras e netos, por conta da profunda tristeza que sentia. Conversamos a respeito da possibilidade de seus filhos virem a consulta médica e entender um pouco sobre os enfrentamentos de seu F.J.S.P. O paciente concordou e referiu que na próxima consulta compareceria com os mesmos.

Passados alguns dias, seu F.J.S.P retornou à consulta com seus dois dos seus três filhos. Durante a consulta, já aparentava estar com o ânimo melhorado pela presença dos filhos no acompanhamento. Expliquei aos filhos o objetivo da consulta familiar, principalmente no seguimento dos idosos e retomamos juntos as problemáticas de seu F.J.S.P.

Os filhos de seu F.J.S.P referiram que não tinham conhecimento do abandono de tratamento e do estado emocional de seu pai. Conversamos sobre o luto, suas fases e formas de realizar o enfrentamento. Posteriormente conversamos sobre a retomada no tratamento para Hipertensão e Obesidade de seu F.J.S.P.

Os filhos de seu F.J.S.P se comprometeram em acompanhar mais de perto do tratamento do pai e em comparecer nas próximas consultas com o mesmo. Seu F.J.S.P ficou animado com o apoio dos filhos e mostrou-se disposto a tentar melhorar.

Alguns meses de acompanhamento próximo e multidisciplinar (equipe da unidade juntamente com o NASF) resultaram em melhoria na saúde e qualidade de vida de seu F.J.S.P, o qual compareceu na última consulta com os níveis pressóricos controlados, exames de laboratório normais e perda de 3 quilos de peso.

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3. PROMOÇÃO DA SAÚDE, EDUCAÇÃO EM SAÚDE E NÍVEIS DE PREVENÇÃO OU ATIVIDADE 3 DO PORTFÓLIO

As ações e o aperfeiçoamento das atividades na unidade de saúde foram realizados através de ações voltadas para educação em saúde, promoção em saúde e prevenção de agravos. Durante este ano de atuação no Programa de Valorização da Atenção Básica algumas atividades foram feitas com o objetivo anteriormente citado. Essas ações têm importância fundamental na conscientização da população, na promoção e disseminação de informações que promovem impacto na área da saúde. Além da população pertencente a área de abrangência da unidade, a própria equipe da unidade fortalece seus vínculos ao realizar ações conjuntas.

Na área de saúde mental, ainda existe uma enorme dificuldade para se estabelecer metas e progressos. Muitos pacientes não comparecem a unidade para consultas regulares, somente para renovação de receituário de medicações controladas. Na minha unidade, estabeleci como regra que nenhum paciente de saúde mental receberia receituário controlado sem antes passar por consulta médica e de equipe multidisciplinar. Descobrimos muitos pacientes em uso inadequado das medicações ou uso crônico sem avaliações regulares. Durante as consultas, foi estabelecido que todos os pacientes deveriam receber informações a respeito de sua patologia mental e de seu tratamento. Muitos pacientes foram encaminhados ao CAPS também durante este ano de programa com a finalidade de receberem avaliação e acompanhamento de especialistas (psiquiatras).

Na área de pré-natal identificamos os maiores desafios que tínhamos e trabalhamos para superá-los. Um dos grandes desafios que identificamos foi a grande quantidade de adolescentes gestantes. Realizamos atividades como palestras na própria unidade de saúde com informações a respeito de anticoncepção e métodos contraceptivos. Outro desafio que identificamos foi o acompanhamento concomitante de gestantes em gestação de alto risco com o serviço de obstetrícia do município. A maioria das gestantes referenciadas para este serviço eram avaliadas por profissionais não médicos ou não recebiam acompanhamento continuo do serviço.

Convocamos uma reunião com a gestão de saúde do município e repassamos a

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informação. Ainda quanto ao pré-natal, muitas pacientes tinham dificuldade de acesso as consultas por residirem em colônias distantes da unidade. Realizamos o apoio a essas gestantes, priorizando o seu atendimento e priorizando a realização de exames destas.

Na área de puericultura realizamos diversas ações de incentivo ao aleitamento materno. Muitas puérperas não tinham conhecimento da importância do aleitamento materno exclusivo nos primeiros meses de vida do lactente. Realizamos ações de educação em saúde ensinamos a técnica correta de pega para as mães. As dúvidas quanto a alimentação complementar eram supridas nas consultas puerperais ou em rodas de conversas com as pacientes puérperas. As consultas com crianças menores de 5 anos de idade são todas realizadas pelos enfermeiros do município, entretanto na nossa unidade, estabelecemos vínculos profissionais para que o médico da unidade pudesse estar em acompanhamento conjunto com o enfermeiro através de discussão de casos entre os profissionais.

Ainda na área de puericultura, as vacinas da infância em sua maioria têm sido realizadas na unidade. Foi necessária comunicação a gestão de saúde da falta de algumas vacinas, a qual providenciou após algum tempo. Uma das técnicas de enfermagem da nossa unidade é responsável somente pela sala de vacinação, a qual notifica a falta de vacinas ou materiais, a quantidade de vacinas realizadas e o armazenamento adequado das mesmas.

Realizamos consultas de planejamento familiar com as puérperas para educação em saúde na área sexual e a saúde reprodutiva. As puérperas que necessitam de contracepção são identificadas e encaminhadas para consulta médica juntamente com seu parceiro e lactente, onde forneço as informações sobre a importância do planejamento familiar e os tipos de métodos contraceptivos mais adequados para cada uma.

As ações resultaram em resultados positivos na unidade, porém ainda há muitos desafios a serem vencidos. A atenção primaria necessita de ações de promoção e educação em saúde e prevenção de agravos. Algumas ações têm sido aperfeiçoadas na nossa unidade, principalmente na área de pré-natal. Acreditamos que os resultados muito em breve serão percebidos.

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4. VISITA DOMICILIAR/ATIVIDADE NO DOMICÍLIO OU ATIVIDADE 4 DO PORTFÓLIO

Na unidade onde atuo, Unidade Básica de Saúde Jardim Bela Vista, as visitas domiciliares são organizadas da mesma forma que as demais unidades do município de Paragominas-PA. As visitas domiciliares são realizadas pelo enfermeiro da unidade, o qual identifica os pacientes que necessitam de cuidados através de visita domiciliar médica e informa o médico da unidade. O profissional de enfermagem identifica tanto os casos agudos quanto os casos crônicos.

O médico da unidade programa uma visita domiciliar juntamente com o enfermeiro ou, quando na ausência do enfermeiro, com o Agente Comunitário de Saúde responsável pela família. Durante as visitas, é colhida a história clínica do paciente, relacionando com o contexto familiar e social, o paciente é devidamente examinado e a conduta é tomada. Quando necessário, são realizados também alguns

procedimentos na residência.

Desta maneira, não há uma agenda fixa de visitas domiciliares nas unidades do município onde estou alocada. Tentamos realizar a implementação de uma agenda médica fixa de visitas, porém o projeto ainda está em apreciação pela coordenação

da unidade e gestão do município.

O objetivo das visitas domiciliares é realizar o cuidado de forma integral, captando os pacientes que não possuem condições físicas devido às limitações para comparecer a Unidade de Saúde. Através das visitas domiciliares, estes pacientes

podem ser acompanhados e atendidos.

Dentre as diversas visitas domiciliares realizadas durante o programa, pode ser contato com a paciente A.C.S de 83 anos. Fomos recepcionados pelos três filhos da paciente, os quais referiram que a mesma mora em sua residência juntamente com uma de suas filhas. A paciente estava deitada em seu leito, com fácies dolorosa e pouco contactante. A.C.S é uma paciente hipertensa, cardiopata e diabética. A filha e cuidadora refere que solicitou a visita domiciliar para sua mãe por conta de um trauma decorrente de queda em região de fêmur proximal esquerdo havia 10 dias.

A filha referiu que a paciente foi encaminhada ao Hospital Municipal do município, onde foi avaliada pela equipe médica. O cardiologista responsável liberou

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o laudo com risco cirúrgico, onde o mesmo não indicava a cirurgia por considerar o risco alto. A família, então, por conta própria decidiu na ocasião retirar a paciente do Hospital, mesmo sendo alertados que a mesma deveria permanecer internada por

mais alguns dias.

A filha e cuidadora referiu que a paciente fazia uso de Heparina 5000 ui SC de 12 em 12h (prescrita pelo médico do Hospital), Hidroclorotiazida 25 mg 1 comprimido ao dia, Carvedilol 25 mg 2 comprimidos de 12 em 12 h, Propanolol 40 mg 1 comprimido de 12 em 12h, Glibenclamida 5mg 1 comprimido três vezes ao dia, Metformina 850mg 1 comprimido uma vez ao dia e Sinvastatina 20mg 1 comprimido

uma vez ao dia.

Ao exame físico, a paciente encontrava restrita ao leito, pouco contactante, referindo dores intensas pelo corpo e em membro inferior esquerdo. A paciente estava emagrecida e a cuidadora referiu que a mesma estava tendo dificuldades para alimentar-se. Auscultas cardíacas e pulmonar normais. A paciente estava com sonda vesical de demora. Apresentava também eritema em locais de contato dos membros

com o leito.

Devido ao estado geral da paciente, conversei com a família sobre os riscos da retirada precoce da paciente da internação hospitalar. Expliquei o risco da paciente ter broncoaspiração devido ao leito inadequado, risco de pneumonia aspirativa, de TVP ou TEP, desidratação e desnutrição. Orientei que a paciente deveria ser internada novamente até melhora do estado geral. A família compreendeu a importância e concordou com a internação hospital da paciente.

Enquanto aguardavam o leito, orientei que a deveria ser troca do colchão pelo colchão casca de ovo, elevação do leito em 30-45 graus, troca de decúbito de 2 em 2 horas, alimentação líquida e pastosa, troca de sonda vesical regularmente, higiene pessoal criteriosa e uso das medicações corretamente. Prescrevi Tramal 50 mg 1

comprimido de 8 em 8h.

A paciente foi internada novamente no Hospital Municipal, onde permaneceu por alguns dias até melhora do estado geral. Após vários meses do episódio, a paciente A.C.S já deambula com auxílio de muletas e está com todas as comorbidades controladas.

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5. REFLEXÃO CONCLUSIVA OU ATIVIDADE 5 DO PORTFÓLIO

A trajetória pelo curso de especialização me deu vários ensinamentos. No eixo I foi possível relembrar os mais diversos conceitos relacionados com o Sistema Único de Saúde. Os princípios que regem o SUS devem sempre estar em mente mesmo em meio aos entraves da realidade do sistema.

O contato com os casos clínicos apresentados no Eixo II nos desafiou a rever

nossas práticas clínicas.

Na área do pré-natal muitas gestantes não estavam realizando o devido acompanhamento, algumas por conta de dificuldades de locomoção (residentes em áreas muito distantes ou zona rural), outras por acreditarem que não era necessário realizar o pré-natal. Aos poucos, fui realizando palestras e rodas de conversas para conscientização de todas e esclarecimento de dúvidas. O pré-natal na unidade obteve uma melhora na adesão e eficácia. Identificamos as gestantes de alto risco e encaminhamos para acompanhamento com obstetrícia no ambulatório de alto risco

do município.

As pacientes puérperas também receberam cuidados de maneira mais sistêmica. Os ACS ficaram responsáveis por identificar e marcar a consulta de puerpério das pacientes para orientações sobre aleitamento materno, pega adequada,

anticoncepção e dúvidas gerais.

Na área da puericultura, ainda temos muitos desafios. Os atendimentos de puericultura no município de Paragominas-PA são realizados somente pelo profissional de enfermagem, sendo o médico acionado quando diante de casos que o profissional de enfermagem julgue necessário. Apesar da ausência de agenda médica fixa de puericultura, o trabalho multiprofissional e o bom vínculo entre os profissionais da equipe tem resultado positivo na puericultura.

Na área de saúde mental, obtivemos melhorias. Muitos pacientes estavam sem acompanhamento regular, alguns com os mais diversos problemas sociais (como abandono familiar, uso de substâncias ilícitas, uso incorreto das medicações).

Realizamos a captação destes pacientes através dos ACS e os acolhemos na unidade

em trabalho conjunto com o CAPS.

Na área de saúde do homem, destaco a campanha que realizamos no mês de novembro do ano de 2016 com um número consideravelmente grande (se comparada

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às campanhas anteriores). Realizamos palestras de conscientização, consultas médicas com ênfase nas queixas dos homens, solicitação de exames de rastreio de alterações na próstata, entre outros. Realizamos alguns testes rápidos (HIV e Sífilis)

e distribuímos preservativos masculinos.

Na área de acompanhamento e tratamento das principais doenças crônicas (Diabetes e Hipertensão) tivemos resultados muito favoráveis durante este ano de programa. Esta área foi o tema escolhido para realização do meu Projeto de Intervenção por ser um dos grandes desafios que encontrei na unidade onde fui alocada.

Os pacientes hipertensos da unidade são em sua maioria paciente idosos.

Muitos compareciam as consultas médicas, porém tinham dificuldade para aderir ao tratamento medicamentoso e não- medicamentoso. Constatei que aqueles que eram acompanhados por seus familiares tinham melhor adesão. Iniciei então a implantação de meu PI através do estabelecimento de consultas familiares para os pacientes hipertensos de difícil adesão. Os resultados têm se mostrado satisfatórios, com a inclusão da família no processo de saúde-doença destes pacientes.

Em nossa unidade, havia um grande número de pacientes Diabetes descompensados. Realizamos a identificação destes pacientes através de consultas médicas e exames de acompanhamento. Neste parâmetro, ainda temos muitos desafios. Os pacientes insulinodependentes de uma forma geral possuem maior resistência ao uso da medicação. Tenho investido em consultas médicas ricas em

informações para superar este desafio.

Com relação às visitas domiciliares, como dissertado no tópico anterior, também temos alguns entraves. As visitas domiciliares no município são todas realizadas pelo enfermeiro(a) das unidades. Não há uma agenda médica fixa. O médico da unidade é acionado pelo enfermeiro(a) caso haja necessidade. Realizamos algumas visitas domiciliares a pacientes com limitações agudas e pacientes com

limitações crônicas.

Muitos desafios têm sido superados e outros antigos e novos têm surgido.

Conseguimos resultados positivos em muitas áreas e a equipe teve uma melhor integração neste ano. O trabalho multiprofissional gerou bons frutos para toda a população.

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6. REFERÊNCIAS

Assistência Pré-natal: Manual técnico/equipe de elaboração: Janine Schirmer et al. - 3ª edição - Brasília: Secretaria de Políticas de Saúde - SPS/Ministério da Saúde, 2000.66p.

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Acolhimento à demanda espontânea: queixas mais comuns na Atenção Básica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2012. 290 p. : il. – (Cadernos de Atenção Básica n. 28, Volume II).

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – 1. ed., 1. reimpr. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 95 p. : il. – (Cadernos de Atenção Primária, n. 29).

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica : diabetes mellitus / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013.160 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 36).

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília : Ministério da Saúde, 2013. 176 p. : il. (Cadernos de Atenção Básica, n. 34).

Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Estratégias para o cuidado da pessoa com doença crônica:

hipertensão arterial sistêmica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 128 p. : il.

(Cadernos de Atenção Básica, n. 37).

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7. ANEXOS: ANEXO 1 – PROJETO DE INTERVENÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE UNIVERSIDADE ABERTA DO SUS – UNASUS

EVA STHEFANE BANDEIRA MARINHO KAHWAGE

CONSULTA FAMILIAR PARA PACIENTES HIPERTENSOS DE DIFÍCIL ADESÃO AO TRATAMENTO

PARAGOMINAS/ PARÁ 2016

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EVA STHEFANE BANDEIRA MARINHO KAHWAGE

CONSULTA FAMILIAR PARA PACIENTES HIPERTENSOS DE DIFÍCIL ADESÃO AO TRATAMENTO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Especialização em Estratégia Saúde da Família, Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, para obtenção do Certificado de Especialista.

PARAGOMINAS/ PARÁ 2016

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RESUMO

A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica, cujo controle é de suma importância para a prevenir complicações a longo prazo associadas com a morbidade e a mortalidade cardiovascular e cerebral, dentre outras. O tratamento da hipertensão arterial é baseado em medidas farmacológicas e não-farmacológicas. Entende-se por adesão a um tratamento o nível de compatibilidade entre as recomendações médicas e o comportamento do paciente. Na Estratégia Saúde da Família Pastor Patrício da Silveira de Paragominas/PA, percebe-se a dificuldade no controle da pressão arterial dos pacientes hipertensos, a qual está associada à falta de adesão de alguns pacientes ao tratamento. A participação da família no processo de tratamento dos pacientes hipertensos é de suma importância para o sucesso do mesmo. O objetivo do estudo é melhorar a adesão ao tratamento por parte dos pacientes hipertensos de difícil adesão atendidos na ESF. O método que será utilizado para alcançar os objetivos propostos será de consultas familiares, isto é, consultas médicas com a participação de membros de família dos pacientes a fim de melhorar a adesão dos mesmos ao tratamento.

PALAVRAS-CHAVE: Hipertensão arterial; Tratamento; Adesão ao tratamento;

Consulta familiar.

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SUMÁRIO

1. Introdução... 4

2. Problema... 6

3. Justificativa... 6

4. Objetivos 4.1 Objetivo geral... 7

4.2 Objetivos específicos... 7

5. Revisão de Literatura... 8

6. Metodologia... 11

7. Cronograma... 13

8. Recursos necessários... 14

9. Resultados esperados... 14

10. Referências Bibliográficas... 15

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1. INTRODUÇÃO

Atualmente, a hipertensão arterial sistêmica (HAS) é considerada como um grave problema de saúde pública no mundo todo. Os dados brasileiros apontam que a prevalência da hipertensão arterial entre adultos brasileiros oscila entre 15% e 20%.

A HAS é um fator de risco para o surgimento de várias outras doenças e agravos à saúde. (MANFROI; OLIVEIRA, 2006)

Os autores Robbins e Cotran em 2000 relacionaram a hipertensão arterial com complicações no sistema cardiovascular, vascular e renal como por exemplo insuficiência renal, acident e vascular encefálico, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca. Como complicação, ainda existe o fato de que uma grande parte dos pacientes hipertensos apresentam outras co-morbidades como obesidade, diabetes e dislipidemia. (OLIVEIRA, 2013)

O controle desta doença de maneira continuada é essencial para prevenir de alterações irreversíveis no paciente e associadas à morbimortalidade da doença, exigindo, desta forma, ações em níveis coletivo e individual. (MANFROI; OLIVEIRA, 2006)

O tratamento da HAS é formado por medidas não-farmacológicas e farmacológicas. Os cuidados não-farmacológicos abrangem as mudanças no estilo de vida, com uma dieta hipossódica, diminuição do peso, atividade física regular, abandono de hábitos não saudáveis como tabagismo e alcoolismo. Existem diversas classes de anti-hipertensivos que formam as medidas farmacológicas. Os mecanismos de ação, posologia, potência e efeitos colaterais dos fármacos também variam bastante. (MANFROI; OLIVEIRA, 2006)

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Entende- se por adesão ao tratamento o nível de cumprimento das orientações e medidas terapêuticas estabelecidas pelo médico, sejam elas farmacológicas ou não- farmacológicas, a fim de controlar a pressão arterial do paciente, mantendo a mesma em níveis normais. A adesão é um processo de mudança de comportamento complexo. Este processo é influenciado pelo meio externo, pelos profissionais da equipe de saúde e pelos cuidados realizados pelos mesmos. A adesão deve ocorrer por parte de todos os pacientes hipertensos abrangidos pela equipe. (DANIEL; VEIGA, 2013)

O auto Lopez em 2007 escreveu que a participação da família no tratamento do paciente hipertenso é de extrema importância. Nesse sentido, cabe aos profissionais da saúde o papel de agentes transformadores da sociedade, mostrando a necessidade de inclusão da família no cuidado ao paciente hipertenso. (PUPO, 2015)

Na Estratégia Saúde da Família Pastor Patrício da Silveira em Paragominas/PA, uma grande parte dos pacientes hipertensos possui difícil adesão ao tratamento. A consulta familiar é uma estratégia para melhorar a adesão desses pacientes ao tratamento, através da integração do núcleo familiar no processo de doença e terapêutica.

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2. PROBLEMA

Dificuldade de manutenção e controle da pressão arterial nos pacientes hipertensos da Estratégia Saúde da Família Pastor Patrício da Silveira em Paragominas/PA devido à difícil adesão dos mesmos ao tratamento.

3. JUSTIFICATIVA

Na Estratégia Saúde da Família Pastor Patrício da Silveira abrande uma população de cerca de 7115 pessoas. Destas, 374 são hipertensos cadastrados no HIPERDIA do posto. Entretanto, 370 são os hipertensos que de fato realizam acompanhamento.

A quantidade de pacientes hipertensos acompanhados na ESF é muito grande, contudo nem todos aqueles que acompanham possuem boa adesão ao tratamento.

Durante as consultas médicas, observa-se que grande parte desses pacientes não aderem ao tratamento e as orientações recebidas pelos profissionais da Unidade de Saúde.

Percebemos que os pacientes que possuem apoio e acompanhamento regular por parte dos familiares são aqueles que possuem melhor adesão, em contrapartida, os pacientes que não possuem acompanhamento familiar regular são aqueles com pior adesão às orientações e ao tratamento.

A consulta familiar é uma estratégia para integrar paciente, família e equipe de saúde no tratamento dos pacientes, conscientizando a todos da importância de seguir as recomendações dadas em consulta médica, estabelecer táticas juntamente com a família e agregar a família ao processo de tratamento.

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4. OBJETIVOS

4.1- OBJETIVO GERAL

Melhorar a adesão ao tratamento anti-hipertensivo realizado com os pacientes da Estratégia Saúde da Família Pastor Patrício da Silveira através de consultas familiares.

4.2- OBJETIVOS ESPECÍFICOS

 Identificar através de uma boa anamnese os pacientes hipertensos de difícil adesão ao tratamento farmacológico e não-farmacológico;

 Estabelecer com os pacientes o método de consulta familiar, solicitando que os mesmos compareçam às próximas consultas acompanhados por familiares;

 Incentivar a participação da equipe da Estratégia Saúde da Família no método de consulta familiar, com a importante participação de toda a equipe, em especial dos ACS, os quais levarão a ideia de consulta familiar em suas visitas domiciliares;

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5. REVISÃO DE LITERATURA

A Hipertensão Arterial é uma doença crônica considerada como problema de saúde pública em todo o Brasil e no mundo. Dados mostram que a Hipertensão é a causa de 40% dos óbitos por acidente vascular cerebral, 25% dos óbitos por doença coronariana e quando associada ao Diabetes Mellitus, é responsável por 50% dos acometimentos por insuficiência renal em fase terminal. (REINERS et al, 2012)

Dados do Ministério da Saúde mostram que o nosso país possui aproximadamente 17 milhões de indivíduos com diagnóstico de Hipertensão, sendo destes 35% com idade superior ou igual a 40 anos e cerca de 4% de crianças e adolescentes. (REINERS et al, 2012)

No Brasil, dos pacientes com Hipertensão acompanhados pelos programas nacionais nas Unidades Básicas de saúde cerca de 39% mantêm a pressão arterial em níveis abaixo de 140x90 mmHg. Nos estágios onde a pressão arterial se mantem acima de 160x110 mmHg (estagio 2 e 3) encontraram-se 33% dos pacientes.

(GREZZANA; STEIN; PELLANDA, 2012)

De acordo com a Organização Mundial de saúde, o fenômeno do aumento da expectativa de vida gerou um aumento das doenças crônicas, as quais serão em âmbito mundial a primeira causa a gerar incapacidades nos indivíduos nos anos futuros. (REINERS et al, 2012)

Pesquisas nacionais e regionais apontam que nos países em desenvolvimento a Hipertensão Arterial é uma doença comum, em especial no âmbito urbano. As mesmas pesquisas mostram que a conscientização, terapêutica e o controle da doença ainda são baixos. As causas para o aumento no número de hipertensos nesses países são o aumento da expectativa de vida da população, o processo de urbanização, os hábitos inadequados de alimentação e o estresse. (EID et al, 2013)

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A Hipertensão Arterial é considerada uma doença silenciosa, pois na maioria dos casos apresenta-se assintomática. Este fato é determinante para que o diagnóstico e a terapêutica sejam muitas vezes negligenciados. Associado ao fato de que existe uma difícil adesão ao tratamento por parte dos pacientes e por consequência um controle inapropriado da doença. Cerca de 30% dos pacientes hipertensos conseguem manter seus níveis pressóricos controlados, em contrapartida os demais não. (EID et al, 2013)

Uma revisão sistemática de estudos qualitativos dos mais diversos países mostrou que os pacientes apontavam diversos fatores como impedimento para a boa adesão ao tratamento, dentre eles a dificuldade quanto ao tempo para tomar os remédios ou para comparecer em consultas médicas, o preço do tratamento como um todo (dieta e medicamentos), a falta de condições financeiras para se ter um plano de saúde e dificuldade para lembrarem de tomar a medicação. (EID et al, 2013)

A questão da adesão ao tratamento pelos pacientes que possuem doenças crônicas como a Hipertensão Arterial é um assunto complexo e devem ser levados em consideração diversos fatores. Com relação ao paciente em si, deve-se haver um reconhecimento, aceitação e adequação à doença, assim como conhecimento dos fatores de risco que possui nos hábitos de vida, auto-cuidado e atitudes que sejam saudáveis. (Ribeiro et al, 2012)

A falta de conhecimento sobre a doença, a falta de proatividade quanto às equipes de saúde e a definição do esquema de tratamento e as reproduções negativas quanto à patologia e à sua terapêutica são fatores que dificultam a boa adesão ao tratamento. As causas de dificuldade de mudança no estilo de vida são várias e dentre elas está o desenvolvimento assintomático da hipertensão, a pouca valorização das consequências da doença e a difícil mudança no estilo de vida adotado por toda uma vida. (Ribeiro et al, 2012)

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Dois pontos são importantes quanto ao tratamento não medicamentoso da Hipertensão: a nutrição e a alimentação. A mudança de hábitos nutricionais deve seguir em direção as estratégias que levem a um estilo de vida mais saudável. Com isso, a participação dos familiares tem papel essencial na boa adesão à terapêutica não farmacológica da Hipertensão. (Ribeiro et al, 2012)

O entendimento da família como um ponto chave de intervenção tem sido bastante discutido no meio científico. Essa importância dada ao papel do núcleo familiar tem gerado um melhor entendimento das doenças no contexto familiar e consequentemente da atuação da mesma no processo de doença. (BARRETO;

MARCON, 2014)

As mudanças que aconteceram nos últimos anos de prevalência das doenças e causas de óbitos fizeram com que as famílias brasileiras passassem a dividir espaço com pelo menos um membro portador de doença crônica. Desta maneira, é importante conhecer a importância da participação familiar no enfretamento da Hipertensão Arterial e qual o impacto dessa participação na adesão à terapêutica. (BARRETO;

MARCON, 2014)

Entre os diversos fatores que podem influenciar a adesão ao tratamento, a família apresenta-se como um dos pontos mais importantes na medida em que apoia ou não seus membros doentes, entende ou não as mudanças relacionadas a uma doença crônica, tornando-se ou não disposta a adaptações que são necessárias ao doente. (BARRETO; MARCON, 2014)

Um ambiente familiar estruturado é apontado como um fator de essencial importância para o desenvolvimento de um comportamento de auto-cuidado por parte dos pacientes com Hipertensão. A família exerce influência sobre o processo de adequação do paciente aos seus novos hábitos de vida. O âmbito familiar é visto atualmente como o lugar propício para se adquirir a estabilidade da doença. Através da ajuda e apoio familiar, os pacientes podem conseguir construir novos hábitos de

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vida como atividades físicas, diminuição do peso, nutrição saudável, controle de vícios como alcoolismo e tabagismo e administração do estresse. (BARRETO; MARCON, 2014)

Uma grande parte dos pacientes com doenças crônicas vê nos familiares uma possível fonte de ajuda e segurança. Sendo assim, as relações familiares têm influência direta no sucesso do tratamento da Hipertensão Arterial. (BARRETO;

MARCON, 2014)

6. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, com abordagem qualitativa, transversal, onde buscamos identificar os pacientes hipertensos com difícil adesão ao tratamento e estabelecer com os mesmos o método de consulta familiar.

Os pacientes hipertensos da Estratégia Saúde da Família Pastor Patrício da Silveira devem comparecer às consultas médicas do HIPERDIA. Através de uma boa anamnese serão identificados os pacientes de difícil adesão ao tratamento medicamentosa e não medicamentoso. Serão avaliados na consulta pontos como esquecimento de tomada da medicação, adoção de novos hábitos de vida como exercícios físicos e dieta saudável, níveis pressóricos em que os pacientes têm se mantido, entre outros pontos.

Após identificados, os pacientes serão orientados a comparecerem na próxima consulta acompanhados por familiares. Deve-se orientar aos pacientes sobre a estratégia de consulta familiar e sua importância no contexto da doença.

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Toda a equipe será alertada sobre os pacientes que tem tido dificuldades para aderir ao tratamento, em especial os agentes comunitários de saúde. Estes profissionais receberão informações sobre o papel da família na adesão e consequente sucesso do tratamento e serão orientados a convidarem os familiares para a consulta familiar quando realizarem as visitas no domicílio da área.

As consultas familiares devem acontecer continuamente, com esclarecimentos sobre a Hipertensão, suas repercussões, o papel da medicação no tratamento, bem como das mudanças no estilo de vida, o papel da família no processo de doença e a importância do vínculo familiar no sucesso do tratamento.

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7. CRONOGRAMA

Procedimento Dez Jan Fev Mar Abr Consultas do HIPERDIA e

levantamento dos pacientes de difícil adesão ao tratamento para HAS

X

Identificação dos pacientes e ACS responsáveis por suas áreas

X

Reunião com a equipe de saúde da ESF para repassar informações sobre o método de consulta familiar

X

Convite aos familiares para a consulta familiar realizado pelos ACS e durante as consultas médicas

X

Realização das consultas familiares X

Avaliação do projeto pela equipe X

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8. RECURSOS NECESSÁRIOS

 Sala de consultório médico;

 Prontuários para realização das consultas;

 Canetas;

 Esfignomanômetro;

 Estetoscópio;

 Pasta para arquivo das atividades realizadas

 Profissionais Médico, Enfermeiro, Técnicos de enfermagem e Agentes Comunitários de Saúde.

9. RESULTADOS ESPERADOS

 Conscientizar os pacientes e seus familiares da importância do correto seguimento das orientações dadas em consulta médica para boa evolução dos pacientes;

 Estimular os familiares a participarem ativamente do tratamento dos pacientes;

 Acordar com os familiares e pacientes metas para serem cumpridas a fim de melhorar a saúde dos pacientes;

 Incentivar a equipe de saúde a realizar um trabalho multidisciplinar e com participação também da família do doente;

 Abranger um número máximo de pacientes com a finalidade de mudar o atual contexto de difícil adesão ao tratamento em que muitos se encontraram.

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10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRETO, M. S.; MARCON, S.S. Participação familiar no tratamento da hipertensão arterial na perspectiva do doente. Enferm., Florianópolis, 23(1): 38-46, , Jan/Mar, 2014.

DANIEL, A. C. Q. G.; VEIGA, E. V.Fatores que interferem na adesão terapêutica medicamentosa em hipertensos. Ribeirão Preto, SP, 2013.

EID, L. P. et al. Adesão ao tratamento anti-hipertensivo: análise pelo Teste de Morisky- Green. Rev. Eletr. Enf, 15(2):362-7, Abr/Jun, 2013.

GREZZANA, G. B.; STEIN, A.T.; PELLANDA, L. C. Adesão ao Tratamento e Controle da Pressão Arterial por Meio da Monitoração Ambulatorial de 24 Horas. Porto Alegre, RS, 2012.

MANFROI, A; OLIVEIRA, F.A. Dificuldades de adesão ao tratamento na hipertensão arterial sistêmica: considerações a partir de um estudo qualitativo em uma unidade de Atenção Primária à Saúde. Rev. Bras. Med. Fam. e Com., Rio de Janeiro, v.2, n° 7, Out /Dez 2006.

OLIVEIRA, F. P. Fatores que interferem na adesão ao tratamento anti-hipertensivo pelos idosos. Minas Gerais, 2013.

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PUPO, D. P. Projeto de intervenção para aumentar a adesão ao tratamento de hipertensão no PSF de Estreito Município Água Branca. 2015.

REINERS, A.A.O et al. Adesão ao tratamento de hipertensos da atenção básica.

Cienc. Cuid. Saúde; 11(3):581-587, Jul/Set, 2012.

RIBEIRO, A.G. et al. Hipertensão arterial e orientação domiciliar: o papel estratégico da saúde da família. Rev. Nutr., Campinas, 25(2):271-282, Mar/Abr, 2012.

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