TUDO QUE EXISTE É TUDO QUE HÁ
Marzulo Mendes
marzulomendes@yahoo.com.br
Brasília-DF 2007
TUDO QUE EXISTE É TUDO QUE HÁ
Marzulo Mendes1 marzulomendes@yahoo.com.br
Resumo
O fenômeno do “tempo” não existe como nós o compreendemos, ele é realmente uma função da perspectiva. O “aqui e o agora” é Tudo Que Existe. Criamos o pensamento, a perspectiva de tempo e espaço para experimentarmos a magnificência do aqui e agora em todos os seus detalhes, e experimentar como Eus eternos essa realidade.
Palavras-Chave: Fenômeno – Tempo – Existe – Pensamento – Realidade
O Fenômeno do “Tempo”
Nós vivemos – operamos - com a ilusão de tempo. Não há um intervalo entre o pensamento e a criação fora do corpo; estamos fora do parâmetro do tempo. O fenômeno do
“tempo” não existe como nós o compreendemos, ele é realmente uma função da perspectiva.
Adotamos a perspectiva de tempo atual e a usamos como uma ferramenta com a qual podemos explorar e examinar nossas experiências mais plenamente, separando-a em partes individuais, em vez de considerá-la uma ocorrência única. A vida é uma coisa única no cosmos que está ocorrendo agora; toda ela está ocorrendo; em toda parte. Não há “tempo”
além do agora. Não há outro “lugar” além do aqui. O aqui e o agora: é Tudo Que Existe.
Criamos o pensamento, a perspectiva de tempo e espaço para experimentarmos a magnificência do aqui e agora em todos os seus detalhes, e experimentar como Eus eternos essa realidade. Esse pensamento explosivo criou o espaço entre nossas partes, Eus, e o tempo necessário para passar de uma parte para a outra. Separamo-nos para olharmos para nós
1 Graduado em Filosofia pela Faculdade IESCO.
mesmos e, estamos, deste então, juntando os nossos pedaços. Dividimos o indivisível através do mecanismo chamado tempo.
Quando olhamos para um objeto sólido através de um microscópio, percebemos que não é de forma alguma sólido, mas um conjunto de milhões de efeitos diferentes, de coisas diferentes que acontecem ao mesmo tempo, criando o efeito maior. Da mesma forma usamos o tempo como o microscópio de nossos Eus. Pense sobre uma Pedra. Inúmeros átomos, prótons, nêutrons e partículas subatômicas de matéria. Essas partículas sempre se movimentam rapidamente, cada uma delas indo, daqui para lá, e levando “tempo” para fazer isso, mas fazendo-o tão rápido que a própria Pedra não parece estar se movendo. Apenas é uma pedra. Fica absorvendo a água da chuva, secando ao sol e sem se mover. E a Pedra perguntou-se “O que é isso dentro de mim, esse movimento?” “É você”, respondeu uma voz distante. “Eu?”, disse a Pedra. “Isso é impossível. Eu não estou me movendo. Qualquer um pode ver isso”. “Sim, de longe”, concordou a Voz. “Daqui você parece sólida, e imóvel. Mas quando eu me aproximo (quando observo atentamente o que está acontecendo) vejo que tudo Que Você É está se movendo. Está se movendo a uma velocidade incrível através do tempo e do espaço em um padrão particular que a cria como o que é chamado de “Pedra”. E, portanto, você é mágica! Está ao mesmo tempo se movendo e imóvel.” E a Pedra pergunta: “Mas qual é a ilusão? A unicidade, a imobilidade, ou a separação e o movimento de minhas partes?” Ao que a voz respondeu: “Qual é a ilusão? A unicidade, a imobilidade da Criação? Ou a separação e o movimento de Suas partes?” Eu lhe digo “Essa é a Pedra dos Tempos. É a verdade eterna que não deixa uma só pedra sem ser virada. É a cosmologia".
A vida é uma série de pequenos movimentos rápidos. Esses movimentos não afetam de forma alguma a imobilidade e Existência de Tudo Que Existe. Contudo, como ocorre com os átomos da pedra, é o movimento que cria a imobilidade, bem diante de nossos olhos. Dessa distância, não há separação. Não pode haver, porque Tudo Que Existe é Tudo Que Há, e não
há mais nada. É o Movedor Imóvel.
Da perspectiva limitada da qual vemos Tudo Que Existe, nos vemos separados e afastados, não como um único ser imóvel, mas muitos, muitos seres constantemente em movimento. Ambas as observações são certas. Ambas as realidades são “reais”.
De uma perspectiva macro, não existe separação, e “olhando de lá” todas as partículas de tudo apenas parecem o Todo. Quando você olha para a pedra a seus pés a vê ali nesse momento como inteira, completa e perfeita. Contudo, até mesmo na fração de um minuto em que tem consciência dessa pedra, há muitas coisas acontecendo dentro dela, (há um movimento incrível, em uma velocidade incrível, de suas partículas). E o que essas partículas estão fazendo? Estão tornando a pedra o que ela é. Ao olhar para a pedra, você não vê esse processo. Até mesmo se tem conceitualmente consciência dele, para você tudo está acontecendo “agora”. A pedra não está se tornando uma pedra; é uma pedra, aqui e agora.
Contudo, se você fosse à consciência de uma das partículas submoleculares da pedra se experimentaria movendo-se em uma grande velocidade, primeiro “aqui”, e depois “lá”, (tempo e espaço). E se alguma voz dentro da pedra lhe dissesse: “Tudo está acontecendo de uma vez”, diria que era de um mentiroso ou charlatão.
Ainda assim, de uma perspectiva distante, a idéia de que qualquer parte dela é separada das outras e, além disso, move-se em uma grande velocidade, poderia parecer uma mentira. Dessa distância poderia ser visto o que não poderia ser visto de perto – que tudo é Um Só, e que todo movimento não muda coisa alguma. Toda a vida é uma questão de perspectiva. Faz parte da verdade da realidade macro da Criação. É um segredo do universo:
tudo é a mesma coisa. Uma Unidade Harmônica.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
VIASADEVA, Srimad Bhagavatam, 19 volumes, São Paulo: BBT, 1974.