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Prof. Henrique Santillo

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Academic year: 2022

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Aula 18 – Ações Possessórias. Ação de Exigir Contas. Ação Monitória.

Inventário e Partilha. Embargos de Terceiro.

Noções de Direito Processual Civil p/ TJAA do TRF3

(2)

Sumário

PROCEDIMENTOS ESPECIAIS DE JURISDIÇÃO CONTENCIOSA 3

AÇÃO MONITÓRIA 4

Procedimento 6

Citação do Réu 8

Atitudes que o réu poderá tomar 9

Rejeição ou Acolhimento dos Embargos 13

AÇÃO DE EXIGIR CONTAS 14

Procedimento 15

Dever Legal de Prestar Contas 17

AÇÕES POSSESSÓRIAS 17

Fungibilidade das Ações Possessórias 20

Cumulação de Pedidos nas Ações Possessórias 21

Caráter Dúplice das Ações Possessórias 22

Caução 23

Ações Possessórias: Posse Nova x Posse Velha 24

Invasões Coletivas de Áreas 27

EMBARGOS DE TERCEIRO 28

AÇÃO DE INVENTÁRIO E PARTILHA 35

Inventário Judicial 37

Partilha dos Bens 52

QUESTÕES COMENTADAS PELO PROFESSOR 59

LISTA DE QUESTÕES COMENTADAS 85

GABARITO 94

RESUMO DIRECIONADO 95

(3)

Procedimentos Especiais de Jurisdição Contenciosa

Um salve a você!

Como você está nesta reta final de estudos? Espero que esteja indo bem.

Nossa aula de hoje abordará todos os procedimentos especiais de jurisdição contenciosa exigidos pelo

edital publicado para concurso do TRF3):

Ações Possessórias. Ação Monitória. Ação de Exigir Contas. Inventário e Partilha.

Embargos de Terceiro.

A FCC , entretanto, tem preferência por três desses procedimentos, os quais deverão ser objeto do seu foco de estudo:

O procedimento especial de Inventário e Partilha é muito extenso e não tão cobrado pela FCC,

ou seja, trata-se de um tópico que não possui um bom custo-benefício. Sugiro que se atente aos destaques e resumos.

A FCC não costuma cobrar a ação de exigir contas.

Vem comigo!

Ações Possessórias

Ação Monitória Embargos de

Terceiro

(4)

Ação Monitória

A ação monitória tutela aquelas situações que, muito embora não haja um título executivo, há fortes indícios de que aquele que afirma ser credor de uma obrigação tenha razão.

Veja só:

Marcela firma um contrato escrito com Renata e se compromete a pagá-la R$20.000,00 que confessou dever a ela.

(Ah, o contrato não foi assinado por testemunhas, logo não poderá ser considerado título executivo extrajudicial!)

Marcela, a credora, poderá ajuizar uma ação de cobrança, que seguirá o rito do procedimento comum.

Supondo que Renata não ofereça resposta, o juiz, se for o caso, reconhece a revelia e profere a sua sentença que condena a ré revel ao cumprimento da obrigação de pagar a quantia. A sentença pode ser recorrida e, somente após o trânsito em julgado, poderá ser finalmente executada.

Marcela também poderá optar pela ação monitória, o que representa um verdadeiro atalho processual.

Veja o porquê: ao contrário do procedimento comum, Renata será citada para pagar a dívida e aquela audiência preliminar de conciliação, típica do procedimento comum, não ocorrerá!

Na ação monitória, se a Marcela não se defender, o mandado de citação inicial é convertido em mandado executivo! Isso mesmo: se não houver resistência do réu, haverá a formação de um título executivo judicial e já passaremos diretamente para a fase de cumprimento de sentença!

A grande “sacada” da ação monitória é esta: o encurtamento do procedimento nos casos em que o réu não

apresenta resposta!

(5)

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

I - o pagamento de quantia em dinheiro;

II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;

III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

Veja uma questão da FCC:

(FCC – TRF5 – 2013) Sobre os procedimentos processuais, julgue o item abaixo:

A ação monitória compete a quem quiser, com base em prova escrita com eficácia de título executivo, pagamento de soma em dinheiro, entrega de coisa infungível ou de determinado bem móvel.

RESOLUÇÃO:

A ação monitória poderá ser utilizada por aquele que possua prova escrita SEM EFICÁCIA DE TÍTULO EXECUTIVO.

O objetivo da ação monitória é justamente o de formar um título executivo judicial que reconheça a obrigação de:

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem

eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

I - o pagamento de quantia em dinheiro;

II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;

III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

Item incorreto.

O objetivo da ação monitória é, portanto, formar um título executivo judicial a favor

daquele que tenha prova escrita na qual se reconheça obrigação de

(a) pagar quantia em dinheiro,

(b) entregar coisa fungível ou infungível, bem móvel ou imóvel

(c) adimplemento de obrigação de fazer ou de

não fazer.

(6)

Procedimento

A petição inicial deverá ser instruída com a prova documental que se pretende dar a natureza de título executivo judicial.

Muito embora não tenha (ainda) força executiva, essa prova documental deve representar uma obrigação líquida, certa e exigível. Veja alguns exemplos:

Contratos sem os requisitos que o caracterizam como título executivo (como a assinatura de mais duas testemunhas)

Um e-mail confirmando a aprovação do orçamento e a execução dos serviços

Contas de telefone, água e energia elétrica, cartas etc.

O STJ consolidou o entendimento de que o e-mail pode ser usado como prova escrita para fins de instrução da ação monitória:

O correio eletrônico (e-mail) pode fundamentar a pretensão monitória, desde que o juízo se convença da verossimilhança das alegações e da idoneidade das declarações.

STJ. REsp 1.381.603-MS, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, por unanimidade, julgado em 6/10/2016, DJe 11/11/2016. Informativo 593.

IMPORTANTE!

A prova documental também pode ser requerida através de uma produção antecipada de provas, que foi colhida de forma oral, mas que deverá ser apresentada na ação monitória em forma de documento:

Art. 700, § 1º A prova escrita pode consistir em prova oral documentada, produzida antecipadamente nos termos do art. 381 .

Também servem como documentos escritos aqueles que foram títulos executivos extrajudiciais, mas perderam a sua eficácia (por prescrição, por exemplo).

Vamos imaginar que uma pessoa queira executar uma obrigação de pagar contida em um cheque e posteriormente descobre que ele está prescrito.

Ela ficará de “mãos abanando”?

NÃO! O credor poderá ajuizar uma ação de conhecimento - a ação monitória - para fazer cobranças de do

valor contido no cheque, o qual não tem mais força executiva!

Esse entendimento foi sumulado pelo Superior Tribunal de Justiça:

STJ, Súmula 299 - É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.

(7)

Vamos a uma questão da FCC?

(FCC – TRT/SP – 2014) Suelen Carolina vende um fogão usado para sua vizinha, Roberta Helena, que lhe paga com um cheque sem a devida provisão de fundos. Só depois que o cheque prescreve Suelen resolve procurar um advogado, a quem pede que proponha a ação contra Roberta, que protelou o pagamento por meio de promessas não cumpridas. O advogado de Suelen:

a) não poderá propor ação alguma contra Roberta Helena, pois a prescrição fez com que Suelen per desse seu direito à demanda.

b) poderá propor execução contra devedor solvente contra Roberta Helena, pois a prescrição do cheque não lhe retira a eficácia executiva.

c) poderá propor ação monitória contra Roberta Helena, pois o título está prescrito mas representa prova escrita sem eficácia executiva.

d) poderá propor somente ação pelo rito ordinário contra Roberta Helena, pois o título prescrito não representa prova escrita para fins monitórios.

e) poderá propor execução contra Roberta Helena, tendo o cheque como confissão de dívida, mas como está prescrito Roberta Helena só pagará o débito se quiser, por configurar obrigação natural.

RESOLUÇÃO:

Por estar prescrito, o cheque perdeu a sua eficácia executiva, razão pela qual não poderá ser ajuizada uma ação de execução.

Contudo, resta ao advogado de Suellen a possibilidade de cobrança por meio da ação monitória, cabível naqueles casos em que a pessoa possui prova escrita sem eficácia de título executivo, como é o caso do cheque prescrito:

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem

eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

I - o pagamento de quantia em dinheiro;

II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;

III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

Quanto à possibilidade de cobrança de cheque prescrito por ação monitória, veja o entendimento do STJ:

STJ, Súmula 299 - É admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito.

Resposta: C

Além deste documento, o autor deverá apresentar uma planilha que traga a atualização do que se

pretende obter com a cobrança realizada (memória de cálculo) OU o valor atual da coisa reclamada OU o

conteúdo patrimonial ou proveito econômico que se pretende obter com a ação monitória,

sob pena de indeferimento da petição inicial:

(8)

Art. 700. A ação monitória pode ser proposta por aquele que afirmar, com base em prova escrita sem eficácia de título executivo, ter direito de exigir do devedor capaz:

I - o pagamento de quantia em dinheiro;

II - a entrega de coisa fungível ou infungível ou de bem móvel ou imóvel;

III - o adimplemento de obrigação de fazer ou de não fazer.

§ 2º Na petição inicial, incumbe ao autor explicitar, conforme o caso:

I - a importância devida, instruindo-a com memória de cálculo;

II - o valor atual da coisa reclamada;

III - o conteúdo patrimonial em discussão ou o proveito econômico perseguido.

§ 3º O valor da causa deverá corresponder à importância prevista no § 2º, incisos I a III.

§ 4º Além das hipóteses do art. 330, a petição inicial será indeferida quando não atendido o disposto no § 2º deste artigo.

Agora veja comigo a seguinte situação: o autor apresentou a prova escrita, mas o juiz não se convenceu de que o autor é, de fato, o credor da obrigação.

→ Se o juiz entender que a prova documental apresentada na inicial não é idônea, ele não vai extinguir o processo, mas sim intimar o autor para emendar a inicial para adaptá-la ao procedimento comum!

Art. 700. § 5º Havendo dúvida quanto à idoneidade de prova documental apresentada pelo autor, o juiz intimá-lo-á para, querendo, emendar a petição inicial, adaptando-a ao procedimento comum.

Citação do Réu

Estando a petição inicial com todos os seus requisitos preenchidos e o juiz reconhecendo que o direito do autor é evidente, ele vai expedir um mandado monitório para que o réu pague a dívida, entregue a coisa ou execute a obrigação pactuada no prazo de 15 dias, além de pagar honorários advocatícios de 5% do valor da

causa!

Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.

Além disso, o mandado deve determinar a citação do réu, que poderá ser feita por qualquer um daqueles meios admitidos para o procedimento comum:

Art. 700, § 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.

(9)

O próprio STJ reconhece a possibilidade de citação do réu por edital:

STJ. Súmula 282 Cabe a citação por edital em ação monitória.

Veja uma questão:

(FCC – TRT/SE – 2011) A respeito da ação monitória, julgue o item abaixo.

Cabe citação por edital em ação monitória.

RESOLUÇÃO:

Perfeito! Na ação monitória, é possível realizar a citação do réu por qualquer dos meios admitidos no procedimento comum, inclusive a citação por edital!

Art. 700, § 7º Na ação monitória, admite-se

citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento comum.

STJ. Súmula 282 Cabe a citação por edital em ação monitória.

Item correto.

Atitudes que o réu poderá tomar

Ao receber o mandado, o réu poderá adotar três condutas:

Cumprir a obrigação no prazo de 15 dias

Se o réu resolver cumprir a obrigação (entregando a coisa, pagando a soma em dinheiro ou executando a obrigação de fazer ou de não fazer), ele estará isento das custas processuais, mas ainda assim deverá pagar honorários advocatícios de 5% do valor da causa!

Art. 701, § 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no prazo.

Importante mencionar que o réu poderá reconhecer a obrigação, depositar 30% do valor do débito e pedir o parcelamento do restante, devendo obedecer às condições do art. 916:

Art. 701. § 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 .

Art. 916. No prazo para embargos, reconhecendo o crédito do exequente e comprovando o depósito de trinta por cento do valor em execução, acrescido de custas e de honorários de advogado, o executado poderá requerer que lhe seja permitido pagar o restante em até 6 (seis) parcelas mensais, acrescidas de correção monetária e de juros de um por cento ao mês.

Permanecer inerte

Se o réu não realizar o pagamento nem apresentar os embargos à ação monitória, será constituído um

título executivo judicial contra ele, que possibilitará o autor a dar início à fase de cumprimento de sentença!

(10)

Art. 701, § 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702 , observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial .

§ 3º É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese do § 2º.

Atenção! É possível que a Fazenda Pública seja ré em uma ação monitória!

Contudo, caso a Fazenda Pública permaneça inerte, o título executivo judicial só será constituído após a confirmação da sentença pelo Tribunal (remessa necessária):

Art. 700, § 6º É admissível ação monitória em face da Fazenda Pública.

Art. 701, § 4º Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art.

702 , aplicar-se-á o disposto no art. 496 , observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial.

Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal, a sentença (...)

Veja comigo esta questão da FCC:

(FCC – TRT/SE – 2011) A respeito da ação monitória, julgue o item abaixo.

É incabível ação monitória contra a Fazenda Pública.

RESOLUÇÃO:

Opa! É perfeitamente possível que a Fazenda Pública figure como ré em ação monitória.

A única particularidade é a de que a sentença desfavorável à Fazenda Pública só produzirá efeitos se confirmada pelo Tribunal (remessa necessária).

Apresentar os embargos à ação monitória

Caso resolva se defender da ação monitória, o réu poderá apresentar os “embargos à ação monitória”

1

! Vamos às principais características:

→ O réu deverá apresentar os embargos

no prazo de 15 dias, ou seja, ao prazo teria para

espontaneamente cumprir a obrigação (15 dias).

1 Trata-se da forma de defesa exercida na ação monitória.

(11)

NÃO é necessário garantir o juízo para embargar à ação monitória!

Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701 , embargos à ação monitória.

→ Os embargos suspenderão a eficácia da decisão que determinou a expedição do mandado, e o processo passa a observar o procedimento comum.

Isso quer dizer que, ao apresentar os embargos, não será formado o título executivo (pelo menos até a sentença de 1º grau!).

Art. 702, § 4º A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art. 701 até o julgamento em primeiro grau.

→ Nos embargos, o réu pode apresentar qualquer matéria que poderia alegar como defesa no procedimento comum.

Contudo, se o réu alegar que o autor pede quantia superior à que realmente é devida, ele fica

obrigado a declarar o montante que entende correto.

Se ele não declarar o valor que considera correto, os embargos serão liminarmente rejeitados (caso esse seja o único fundamento. Se houver outros, a alegação de excesso será desconsiderada pelo juiz).

Art. 702, § 1º Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum.

§ 2º Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida.

§ 3º Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso.

→ Apresentados os embargos, o autor deverá ser intimado na pessoa de seu advogado para impugnar os embargos, também no prazo de 15 dias.

→ Caso queira, o réu poderá apresentar reconvenção em face do autor, ou seja, apresentar uma pretensão contra ele.

ATENÇÃO!

Não é possível apresentar reconvenção da reconvenção: se o réu da ação

monitória apresentar reconvenção, o autor/reconvindo não poderá apresentar uma outra

reconvenção!

(12)

Art. 702, § 5º O autor será intimado para responder aos embargos no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 6º Na ação monitória admite-se a reconvenção, sendo vedado o oferecimento de reconvenção à reconvenção.

Vem comigo resolver uma questão da FCC:

(FCC – TRT/PR – 2010 – Adaptada) Proposta a ação monitória, estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá de plano a expedição de mandado de pagamento ou de entrega da coisa no prazo de 15 dias. Nesse caso,

a) cumprindo o réu o mandado, ficará isento do pagamento dos honorários advocatícios do advogado do autor, arcando apenas com as custas processuais.

b) o oferecimento de embargos pelo réu depende de prévia garantia do juízo, mediante depósito ou oferta de bens à penhora.

c) poderá o réu oferecer embargos, que serão processados em autos apartados, pelo procedimento sumário.

d) poderá o réu oferecer embargos, que suspenderão a eficácia do mandado inicial.

RESOLUÇÃO:

a) INCORRETA. Na realidade, o cumprimento do mandado isenta o réu das custas processuais, não dos honorários advocatícios!

Art. 701, § 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no prazo.

b) INCORRETA. Não é necessário garantir previamente o juízo para oferecer embargos à ação monitória!

Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701 , embargos à ação monitória.

c) INCORRETA. Os embargos à ação monitória serão opostos e processados nos autos da ação monitória.

d) CORRETA. É isso aí: a apresentação dos embargos suspende a eficácia da decisão que determinou o cumprimento da obrigação:

Art. 702, § 4º A

oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art.

701 até o julgamento em primeiro grau.

(13)

Rejeição ou Acolhimento dos Embargos

Ao receber os embargos, o juiz poderá tomar as seguintes decisões:

a. O juiz pode REJEITAR os embargos

Será formado um título executivo judicial contra o réu.

O processo seguirá o rito do cumprimento de sentença (no que for cabível).

ATENÇÃO! Se o juiz considerar que os embargos foram apresentados de má-fé, o juiz condenará o

réu ao pagamento de multa de até 10% do valor da causa em favor do autor.

Art. 702, § 8º Rejeitados os embargos, constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, prosseguindo-se o processo em observância ao disposto no Título II do Livro I da Parte Especial, no que for cabível. [Livro I – Título II - DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA]

b. O juiz pode ACOLHER os embargos

Ao acolher os embargos, o juiz está dizendo ao autor que sua ação monitória é improcedente e que o réu nada lhe deve.

ATENÇÃO! Se for constatada má-fé do autor ao propor indevidamente a ação monitória, o juiz lhe

condenará ao pagamento de multa de até 10% do valor da causa em favor do réu.

Vamos a uma questão para fixar os pontos mais importantes da ação monitória!

(FCC – TRT/MA – 2014 – Adaptada) Na ação monitória,

a) cumprindo o réu o mandado, ficará isento de honorários advocatícios.

b) não é admissível a citação com hora certa.

c) os embargos dependem de prévia segurança do juízo.

d) cumprindo o réu o mandado, não ficará isento de custas.

e) cabe a citação por edital.

ATENÇÃO!

Cabe apelação contra a sentença que REJEITA ou

ACOLHE os embargos!

Art. 702, § 9º Cabe apelação contra a sentença que acolhe

ou rejeita os embargos.

(14)

RESOLUÇÃO:

Letra A: ERRADO. No conceito de Costa Machado (CPC Interpretado, 9ª Ed., Manole, 2010, p. 1.493):

a) INCORRETA. Se o réu cumprir a ordem de pagamento expedida pelo juiz, ele ficará isento do pagamento de custas, mas ainda assim deverá pagar os honorários advocatícios no valor de 5%:

Art. 701, § 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no prazo.

b) INCORRETA. São admitidas todas as formas de citação na ação monitória:

§ 7º Na ação monitória, admite-se citação por qualquer dos meios permitidos para o procedimento

comum.

c) INCORRETA. Os embargos à ação monitória não dependem de prévia segurança do juízo:

Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória.

d) INCORRETA. Cumprido o mandado de pagamento no prazo, o réu ficará isento de custas!

e) CORRETA. É admitida a citação por edital na ação monitória:

STJ. Súmula 282 Cabe a citação por edital em ação monitória.

Ação de Exigir Contas

Em algumas situações, a lei ou o contrato determinam a administração de bens e direitos alheios por terceiros, os quais têm o dever de prestar contas de sua administração:

Veja exemplos:

O tutor que administra os bens do tutelado tem o dever de lhe prestar contas:

Código Civil. Art. 1.741. Incumbe ao tutor, sob a inspeção do juiz, administrar os bens do tutelado, em proveito deste, cumprindo seus deveres com zelo e boa-fé.

O mandatário que administra interesses do mandante.

Por meio do mandato, uma pessoa, denominada mandatário, é investida de poderes por outra, o mandante, para que em seu nome administre seus interesses, jurídicos ou não.

Código Civil. Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do mandato, por qualquer título que seja.

Veja um exemplo de dever de prestação de contas em contrato de mandato:

Mario administra cinco apartamentos de Márcia. Ele recebe os valores relativos à locação dos referidos

bens, realiza os pagamentos inerentes aos imóveis (condomínio, IPTU), abate o valor pela prestação de

serviços e repassa o saldo residual a Marina, mediante depósito em conta corrente, titularizada pela

contratante. Contudo, nos últimos dez meses, Mario tem deixado de fornecer os relatórios mensais acerca

(15)

da despesa e receita. Incomodada, Marina o questiona acerca da omissão, que nada faz. Marcia portanto requer através da Ação de Exigir Contas, a apresentação do relatório

2

→ É aí que entra a ação de exigir contas, que tem por objetivo fazer com que alguém que está administrando bens e/ou direitos de outra pessoa demonstre o resultado dessa gestão!

ou seja, o administrador deve prestar contas de forma a demonstrar a relação entre as receitas e despesas no decorrer dessa administração com a finalidade de apurar eventual saldo.

O administrador também efetua gastos na administração, podendo inclusive ter saldo a seu favor no final da sua gestão.

Dessa forma, na ação de exigir contas será definido quem é credor de quem nessa relação jurídica de direito material. Como? Através da fixação do saldo devedor, o qual poderá ser exigido no mesmo processo.

Procedimento

O procedimento da ação de prestar contas possui duas fases:

A primeira fase vai definir se existe ou não o dever de prestar as contas pelo administrador;

A segunda fase serve para que o réu preste as contas (caso sejam devidas), e para que o juiz avalie se a prestação foi feita corretamente, reconhecendo a existência de saldo credor ou devedor.

Vamos ao procedimento em si:

→ Poderá ajuizar ação de exigir contas aquele que afirma ser o titular do direito de exigir contas por força de um contrato

3

, devendo requerer ao juiz a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação, no prazo de 15 dias!

Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 1º Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem.

2 Enunciado de uma questão cobrada pela FGV no XXIII Exame da OAB.

3 A obrigação de prestar contas advinda de lei seguirá um outro rito.

(16)

→ Ao ser citado, o réu poderá adotar as seguintes condutas:

a. Apresenta as contas e não contesta.

Se o réu apresenta as contas e não contesta, ele está na verdade reconhecendo o seu dever de prestá- las, não é mesmo?

Não haverá a primeira fase e o autor terá 15 dias para se manifestar acerca das contas e a causa será julgada por uma sentença, que decidirá se as contas apresentadas pelo réu estão corretas ou não e apurará o saldo em favor de alguma das partes.

Após, passamos para a fase de cumprimento de sentença.

Art. 550, § 2º Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, prosseguindo- se o processo na forma do Capítulo X do Título I deste Livro.

§ 3º A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser fundamentada e específica, com referência expressa ao lançamento questionado.

§ 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.

§ 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5º, seguir-se-á o procedimento do § 2º, caso contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial, se necessário.

Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial.

b. Contesta a obrigação de prestar contas.

Primeiramente, o juiz vai decidir se o réu tem ou não o dever de prestar contas.

Caso a resposta seja afirmativa, o juiz vai, por meio de DECISÃO INTERLOCUTÓRIA, condená-lo a prestá-las no prazo de 15 dias!

Após a prestação, o processo segue o rito que vimos no item ‘a’.

Art. 550, § 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.

c.

Fica inerte

Se o réu não apresenta as contas nem contesta, será aplicada a pena da revelia e ele será condenado a prestá-las no prazo de 15 dias.

Veja só algumas regrinhas referentes à apresentação de contas pelo autor e pelo réu:

Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver.

§ 1º Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo razoável para que o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos individualmente impugnados.

(17)

§ 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º , serão apresentadas na forma adequada, já instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver, bem como o respectivo saldo.

Dever Legal de Prestar Contas

Agora vamos imaginar a situação em que dever de prestar contas decorra da lei: nesse caso, não será instaurada uma ação autônoma de exigir contas, já que sua prestação deve ser feita nos mesmos autos em que o administrador foi nomeado, através de um incidente processual:

Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de qualquer outro administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado.

E se o administrador não cumprir com o seu encargo legal de administrar os bens e direitos alheios?

O juiz vai condená-lo a pagar o saldo e, caso não haja o pagamento, ele ainda poderá:

Destituir o administrador do cargo

Sequestrar os bens que estão sob a sua guarda

Glosar (retirar) os prêmios e/ou gratificações a que tenha direito

Determinar outras medidas executivas para recuperar o prejuízo suportado (bloqueando valores, ordenando buscas e apreensões etc.)

Art. 553, Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condenado a pagar o saldo e não o fizer no prazo legal, o juiz poderá destituí-lo, sequestrar os bens sob sua guarda, glosar o prêmio ou a gratificação a que teria direito e determinar as medidas executivas necessárias à recomposição do prejuízo.

Ações Possessórias

As ações possessórias têm a finalidade de assegurar a posse de alguém em relação a um bem.

O CPC/2015 elenca três espécies de ações possessórias. O cabimento de cada uma delas será determinado pelo tipo de ofensa que o possuir sofreu em relação ao bem possuído.

a. Ação de reintegração de posse.

Ajuizada se houver

esbulho possessório, ou seja, o possuidor é desapossado da coisa por terceiro,

perdendo a sua disponibilidade. Exemplo: quando há uma invasão e o possuidor é expulso da coisa;

b. A ação de manutenção de posse.

Ajuizada nos casos em que há turbação da posse, quando o ofensor pratica atos materiais concretos que

dificultam o exercício da posse, mas sem desapossar o possuidor da coisa. Ex: quando o agressor destrói

o muro do imóvel da vítima.

(18)

c. O interdito proibitório.

Pode ser requerido quando há apenas

ameaça de esbulho ou turbação. Quero que você perceba que

nenhum ato ofensivo à posse foi praticado. Contudo, há indícios concretos de que algo possa acontecer, como no caso de integrantes do Movimento dos Sem Terra que se posicionam na entrada de um imóvel rural.

Veja:

Art. 560. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação e reintegrado em caso de esbulho.

Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.

É importante que você memorize o esquema abaixo:

Vamos a uma questão?

(FCC – MP/MA – 2014) Em relação às ações possessórias, julgue o item abaixo.

A mera ameaça à posse não justifica sua proteção judicial, havendo necessidade de turbação ou esbulho, a legitimar as ações de manutenção e de reintegração na posse, respectivamente.

RESOLUÇÃO:

Opa! A posse será protegida mesmo nos casos em que houver mera ameaça de esbulho ou turbação, ocasião em que serão admitido o interdito proibitório, de natureza preventiva.

Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha

justo receio de ser molestado na posse poderá

requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.

Ação de Reintegração

de Posse

Esbulho Possessório (perda da posse)

Ação de Manutenção de

Posse

Turbação da Posse (incômodo/embaraço do exercício da posse)

Interdito Proibitório

Ameaça do exercício

da posse

(natureza preventiva)

(19)

Mas, professor, por que isso ocorre?

Há essa proibição, pois, caso uma das partes ajuíze uma ação de domínio (propriedade) contra a outra relativamente ao mesmo bem objeto de ação possessória, as ações seriam reunidas e isso prejudicaria a ação possessória:

Art. 557. Na pendência de ação possessória é vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.

Parágrafo único. Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.

Caro/a aluno/a... Você estudou em Direito Civil que o direito de posse não é subordinado ao direito de propriedade!

Justamente por conta dessa independência, aquele que cometeu esbulho ou turbação da posse

não poderá se defender alegando o domínio/propriedade sobre a coisa.

O “suposto”

proprietário da coisa primeiro deverá restitui-la ao possuidor para só depois alegar o direito de propriedade para ter de volta a sua posse. Esse é o sentido do parágrafo único do art. 557!

O STJ já decidiu que é impossível ajuizar ação de demarcação (que discute domínio) na pendência de uma ação reivindicatória:

Impossibilidade de ajuizamento de ação demarcatória na pendência de processo possessório.

“Infere-se dos mencionados julgados que a ação demarcatória, inegavelmente, tutela o domínio, diferenciando-se da ação reivindicatória, em verdade, quanto à individualização da coisa (...) A ação demarcatória representa, assim, inegável ação petitória (...) Pelo até o momento exposto, dessume-se que, diante da natureza petitória da ação demarcatória, inviável o seu ajuizamento enquanto pendente de julgamento ação possessória, nos termos do que preceituado no art. 923 do CPC/73” (STJ, REsp 1.655.582/MT, Rel. Min. Nancy Andrighi, 3.ª Turma, j. 12.12.2017).

As partes não podem, no curso das ações possessórias,

ajuizar ação de

reconhecimento de domínio (propriedade), exceto se for

em face de terceira pessoa).

(20)

Vamos a um exercício da FCC para fixarmos este tópico:

(FCC – PGM de Campinas/SP – 2016) No caso de ação possessória, julgue o item abaixo:

Obsta a manutenção ou a reintegração de posse a alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.

RESOLUÇÃO:

Negativo! Ao ser demandado em ação possessória, não importa se o réu alegar propriedade ou outro direito sobre a coisa: a manutenção ou a reintegração da posse poderá ser concedida independentemente disso!

Art. 557, Parágrafo único.

Não obsta à manutenção ou à reintegração de posse

a

alegação de propriedade ou de outro direito sobre a coisa.

Outro:

(FCC – PGM de Campinas/SP – 2016) No caso de ação possessória, julgue o item abaixo:

É possível, na pendência de ação possessória, apenas ao réu, propor ação de reconhecimento de domínio, se incontroverso nos dados registrários.

RESOLUÇÃO:

Item incorreto, já que é vedado tanto ao autor quanto ao réu o ajuizamento de ação de reconhecimento de domínio na pendência de ação possessória:

Art. 557. Na pendência de ação possessória é

vedado, tanto ao autor quanto ao réu, propor ação de reconhecimento do domínio, exceto se a pretensão for deduzida em face de terceira pessoa.

Fungibilidade das Ações Possessórias

Venha imaginar comigo a seguinte situação:

Fulano ajuíza demanda possessória contra Fulana, sua vizinha, pedindo a reintegração na posse de seu imóvel. Contudo, o esbulho não foi consumado. Fulano apenas receia ser molestado na posse de seu imóvel.

E aí? O que o juiz deverá fazer nesse caso?

→ Pelo princípio da fungibilidade das ações possessórias, o juiz pode conceder uma tutela possessória diferente da que foi pedida pelo autor, desde que os requisitos para essa concessão

estejam presentes!

No exemplo acima, como houve apenas ameaça à posse de Fulano, o juiz concederá o interdito

proibitório ao invés da reintegração da posse!

(21)

Art. 554. A propositura de uma ação possessória em vez de outra não obstará a que o juiz conheça do pedido e outorgue a proteção legal correspondente àquela cujos pressupostos estejam provados.

Cumulação de Pedidos nas Ações Possessórias

Além do pedido da tutela possessória em si, o autor poderá cumulá-lo com o de:

a. Condenação em perdas e danos

Pode ser que da agressão à posse decorram prejuízos, como a destruição da coisa.

b. Indenização dos frutos

Se a posse for de boa-fé, o réu ficará com os frutos. Se a posse for de má-fé, o réu deverá restitui-los e, não sendo possível, deverá pagar o equivalente em dinheiro

4

.

c. Imposição de medida para evitar novas agressões à posse ou para compelir ao cumprimento da tutela provisória ou final.

É possível que o autor peça ao juiz a fixação de uma multa para pressionar psicologicamente o réu a não tentar novamente praticar atos de agressão à posse.

Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:

I - condenação em perdas e danos;

II - indenização dos frutos.

Parágrafo único. Pode o autor requerer, ainda, imposição de medida necessária e adequada para:

I - evitar nova turbação ou esbulho;

II - cumprir-se a tutela provisória ou final.

4 CÓDIGO CIVIL. Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.

Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.

Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.

(22)

Vamos a uma questão?

(FCC – PGM de Campinas/SP – 2016) No caso de ação possessória, julgue o item abaixo:

Pode-se pedir a imposição de medidas para evitar nova turbação ou esbulho, bem como para cumprir- se a tutela provisória ou final, mas eventual pedido de condenação em perdas e danos deve ser formulado por meio de ação autônoma.

RESOLUÇÃO:

Não é bem assim...

Acabamos de ver que eventual pedido de condenação do réu em perdas e danos poderá ser feito na própria ação possessória, em cumulação com o pedido de tutela da posse:

Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:

I - condenação em perdas e danos;

II - indenização dos frutos.

Outra:

(FCC – SABESP – 2014) No caso de ação possessória, julgue o item abaixo:

Manifestantes invadem as instalações de Polim S.A., empresa de economia mista, firmando acampamento e destruindo parte de suas instalações. Neste caso, julgue o item abaixo.

A Polim S.A. poderá ajuizar ação de reintegração de posse e postular, cumulativamente ao pedido possessório, condenação dos manifestantes em perdas e danos.

RESOLUÇÃO:

Exato! É plenamente possível a cumulação, em ação de reintegração de posse, do pedido possessório e o de condenação em perdas e danos!

Art. 555. É lícito ao autor cumular ao pedido possessório o de:

I - condenação em perdas e danos;

II - indenização dos frutos.

Caráter Dúplice das Ações Possessórias Veja esta situação:

Pode acontecer que as divisas entre dois imóveis não estejam muito bem esclarecidas para os dois proprietários.

X pensa que o Y está esbulhando parte de seu imóvel, ao passo que o Y está convicto de que é X que não

está respeitando as divisas.

(23)

X propõe a ação e Y, ao contestar, alega que ele é que sofreu esbulho, pedindo que o juiz o conceda a reintegração de posse!

Será que essa situação é possível?

SIM, pois independentemente do polo que em que se encontram inicialmente (autor e réu), o caráter dúplice das ações possessórias possibilita que ambas as partes pleiteiem a posse da coisa, sem que seja necessária a apresentação de uma reconvenção para tanto:

Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.

Veja só uma questão da FCC:

(FCC – TJ/CE – 2014 – Adaptada) Julgue o item abaixo.

Nas ações possessórias, é cabível o caráter dúplice da defesa oferecida pelo réu, alegando ter sido ele o ofendido em sua posse, demandando a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho perpetrados pelo autor.

RESOLUÇÃO:

Perfeito! Pelo caráter dúplice das ações possessórias, o réu poderá alegar que a sua posse foi ofendida e ele próprio demandar proteção possessória e indenização em face do autor, que supostamente cometeu a turbação ou o esbulho:

Art. 556. É lícito ao réu, na contestação, alegando que foi o ofendido em sua posse, demandar a proteção possessória e a indenização pelos prejuízos resultantes da turbação ou do esbulho cometido pelo autor.

Caução

O réu poderá requerer ao juiz que o autor preste caução.

Mas por quê?

Imagine só se o pedido do autor seja julgado improcedente e o réu tenha tido, com isso, inúmeros prejuízos por ter perdido a posse do bem. A caução servirá para que sejam ressarcidas as perdas e danos, exceto se o autor for pobre:

Art. 559. Se o réu provar, em qualquer tempo, que o autor provisoriamente mantido ou reintegrado na posse carece de idoneidade financeira para, no caso de sucumbência, responder por perdas e danos, o juiz designar-lhe-á o prazo de 5 (cinco) dias para requerer caução, real ou fidejussória, sob pena de ser depositada a coisa litigiosa, ressalvada a impossibilidade da parte economicamente hipossuficiente.

(24)

Ações Possessórias: Posse Nova x Posse Velha

As ações possessórias de reintegração ou manutenção de posse podem ser classificadas de duas formas diferentes.

a. Ação de força nova

Quando a propositura da ação se dá em um período de até um ano e um dia do esbulho ou turbação, é chamada de ação de força nova.

Nesse caso, a ação seguirá o procedimento especial estabelecido nos artigos 560 a 568 do CPC/2015

b. Ação de força velha

Quando a propositura da ação se dá em um prazo superior a um ano e um dia do esbulho ou turbação, elas são chamadas de ação de força velha.

Nesse caso, segue-se o procedimento comum.

ATENÇÃO! Ainda que proposta após o prazo de um ano e um dia do esbulho/turbação, as

ações de força velha não perdem o caráter de ação possessória:

Art. 558. Regem o procedimento de manutenção e de reintegração de posse as normas da Seção II deste Capítulo quando a ação for proposta dentro de ano e dia da turbação ou do esbulho afirmado na petição inicial.

Parágrafo único. Passado o prazo referido no caput, será comum o procedimento, não perdendo, contudo, o caráter possessório.

Na prática, qual a diferença entre elas?

→ A diferença mais marcante entre as duas ações é que nas ações possessórias de força nova o juiz poderá conceder uma medida liminar de reintegração ou de manutenção da posse:

a. sem a oitiva do réu

b. sem a demonstração de risco de dano grave ou de difícil reparação com a não obtenção imediata da posse!

Bom, como o nosso objeto de estudo é “procedimentos especiais”, chegou a hora de analisarmos as

regrinhas referentes às ações possessórias de força nova – propostas dentro de um ano e um dia do esbulho ou da turbação da posse!

Petição Inicial

Além dos requisitos gerais da petição inicial, na ação de reintegração ou de manutenção da posse o autor deverá provar

Art. 561. Incumbe ao autor provar:

I - a sua posse;

II - a turbação ou o esbulho praticado pelo réu;

(25)

III - a data da turbação ou do esbulho;

IV - a continuação da posse, embora turbada, na ação de manutenção, ou a perda da posse, na ação de reintegração.

Liminar de Reintegração ou de Manutenção da Posse

Como havia mencionado logo acima, a medida liminar típica das ações possessórias é deferida antes de ser ouvido o réu e antes que ele tenha tido a oportunidade de se defender das alegações do autor!

Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o alegado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.

Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegração liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.

Art. 563. Considerada suficiente a justificação, o juiz fará logo expedir mandado de manutenção ou de reintegração.

→ A liminar da possessória pode ser deferida com ou sem audiência de justificação:

a.

Sem audiência de justificação

Por estar bem instruída, pode ser que o juiz já se convença de que efetivamente houve o esbulho ou a turbação da posse do autor.

Nesse caso, o juiz concederá a liminar antes que o réu seja citado!

Nessa situação, o réu terá o prazo de 15 dias para contestar, contados da juntada aos autos do mandado de citação devidamente cumprido.

Isso mesmo! Nas ações possessórias de força nova não haverá aquela audiência preliminar de conciliação ou de mediação – o prazo para o réu contestar já começa direto a partir da juntada do mandado de citação cumprido, sendo que o autor terá o prazo de 5 dias para promover a citação do réu.

b. Com audiência de justificação:

Quando o juiz não estiver totalmente convencido da posse do autor ou da ocorrência do esbulho ou da turbação, ele vai designar uma audiência de justificação para o autor produzir as provas que autorizarão a concessão da medida liminar!

ATENÇÃO!

Se a Fazenda Pública for a esbulhadora ou turbadora, o juiz deverá

SEMPRE

designar a audiência prévia de justificação para que o seu representante judicial seja ouvido antes da concessão da medida!

Caso a audiência tenha sido designada, o réu obviamente será citado.

Contudo, atenção: o prazo para apresentar a contestação tem início com a intimação do réu sobre a

decisão que apreciou a liminar, seja concedendo-a, seja denegando-a!

(26)

Art. 564. Concedido ou não o mandado liminar de manutenção ou de reintegração, o autor promoverá, nos 5 (cinco) dias subsequentes, a citação do réu para, querendo, contestar a ação no prazo de 15 (quinze) dias.

Parágrafo único. Quando for ordenada a justificação prévia, o prazo para contestar será contado da intimação da decisão que deferir ou não a medida liminar.

Passada essa fase do procedimento especial, o processo seguirá as regrinhas do procedimento comum:

Art. 566. Aplica-se, quanto ao mais, o procedimento comum.

Sim, aluno/a... o que diferencia o procedimento especial da ação possessória é a medida liminar que pode ser concedida sem a observância das regras gerais das tutelas provisórias e a possibilidade da

audiência de justificação... Passada essa fase, o procedimento especial “vira” procedimento comum.

Interdito Proibitório

Todas as regras das ações de reintegração e manutenção de posse (Seção II) sobre liminar, justificação, resposta do réu etc. são aplicáveis ao interdito proibitório:

Art. 567. O possuidor direto ou indireto que tenha justo receio de ser molestado na posse poderá requerer ao juiz que o segure da turbação ou esbulho iminente, mediante mandado proibitório em que se comine ao réu determinada pena pecuniária caso transgrida o preceito.

Art. 568. Aplica-se ao interdito proibitório o disposto na Seção II deste Capítulo.

Nas ações possessórias, o prazo para contestação será de quinze dias, a partir:

a. da juntada do aviso de recebimento ou mandado de citação cumprido, quando não houver justificação prévia

OU

b. da intimação do réu a respeito da decisão sobre a liminar, se a

audiência tiver sido realizada.

(27)

Invasões Coletivas de Áreas

Não são incomuns as invasões possessórias por alguns grupos, como nos casos em que os movimentos de sem-terra organizam invasões a propriedades com o objetivo de reforma agrária, contando com a participação de centenas e centenas de pessoas.

Você há de concordar comigo que determinar e identificar quem são esses invasores é uma tarefa bastante árdua.

Considerando essa dificuldade, o CPC/2015 o juiz deverá determinar as seguintes providências:

Citação pessoal dos que forem encontrados no local

O Oficial de Justiça, ao fazer a citação, procurará por apenas uma vez aqueles que se encontrem no local.

Citação por edital dos que não se encontrem no local

Intimação do Ministério Público – participará como fiscal da ordem jurídica

Intimação da Defensoria Pública – se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica

Dar ampla publicidade sobre a existência da demanda e dos respectivos prazos processuais, utilizando anúncios em jornais ou rádios locais, publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios de comunicação!

Art. 554, § 1º No caso de ação possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas, serão feitas a citação pessoal dos ocupantes que forem encontrados no local e a citação por edital dos demais, determinando-se, ainda, a intimação do Ministério Público e, se envolver pessoas em situação de hipossuficiência econômica, da Defensoria Pública.

§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no § 1º, o oficial de justiça procurará os ocupantes no local por uma vez, citando-se por edital os que não forem encontrados.

§ 3º O juiz deverá determinar que se dê ampla publicidade da existência da ação prevista no § 1º e dos respectivos prazos processuais, podendo, para tanto, valer-se de anúncios em jornal ou rádio locais, da publicação de cartazes na região do conflito e de outros meios.

Vamos falar agora do procedimento relativo às ações possessórias que versem sobre litígio coletivo pela posse de imóvel e que o esbulho ou turbação tenham ocorrido há mais de ano e dia (ação de força velha):

→ O juiz, antes de apreciar o pedido de concessão de medida liminar, designará audiência de mediação, a realizar-se em até trinta dias.

ATENÇÃO! Essa medida liminar não é mesma que vimos para as ações possessórias de força nova!

Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.

(28)

Confere comigo esta questão:

(FCC – PGM de Campinas/SP – 2016) No caso de ação possessória, julgue o item abaixo:

No litígio coletivo pela posse do imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmada na petição inicial houver ocorrido há menos de ano e dia, será obrigatória a designação de audiência de mediação para exame da medida liminar, a ser realizada em até trinta dias.

RESOLUÇÃO:

Opa! Muito cuidado: nos litígios coletivos pela posse de imóvel, a audiência de mediação deverá ser designada apenas em relação às ações de posse velha (superior a um ano e um dia).

Art. 565. No litígio coletivo pela posse de imóvel, quando o esbulho ou a turbação afirmado na petição

inicial houver ocorrido há mais de ano e dia, o juiz, antes de apreciar o pedido de concessão da medida

liminar, deverá designar audiência de mediação, a realizar-se em até 30 (trinta) dias, que observará o disposto nos §§ 2º e 4º.

Item incorreto.

Veja outras regrinhas:

§ 1º Concedida a liminar, se essa não for executada no prazo de 1 (um) ano, a contar da data de distribuição, caberá ao juiz designar audiência de mediação, nos termos dos §§ 2º a 4º deste artigo.

§ 2º O Ministério Público será intimado para comparecer à audiência, e a Defensoria Pública será intimada sempre que houver parte beneficiária de gratuidade da justiça.

§ 3º O juiz poderá comparecer à área objeto do litígio quando sua presença se fizer necessária à efetivação da tutela jurisdicional.

§ 4º Os órgãos responsáveis pela política agrária e pela política urbana da União, de Estado ou do Distrito Federal e de Município onde se situe a área objeto do litígio poderão ser intimados para a audiência, a fim de se manifestarem sobre seu interesse no processo e sobre a existência de possibilidade de solução para o conflito possessório.

§ 5º Aplica-se o disposto neste artigo ao litígio sobre propriedade de imóvel.

Embargos de Terceiro

Embargos de terceiro é ação de procedimento especial que tem por objetivo liberar bens de terceiro

possuidor ou proprietário que foram alvo (ou estão na iminência de ser) de indevida constrição judicial.

Essa ação poderá ser utilizada, por exemplo, quando em uma execução por quantia certa o juiz determinar

equivocadamente a penhora de um bem pertencente a terceiro, não às partes do processo de execução.

(29)

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.

§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.

Veja quem poderá ser considerado terceiro para fins de ajuizamento dos embargos:

Art. 674, § 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:

I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843 ;

II - o adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação realizada em fraude à execução;

III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;

IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.

Além do proprietário ou do possuidor do bem, são considerados terceiros:

O cônjuge ou companheiro

Quando ele defende bens próprios ou de sua meação, exceto no caso de bem indivisível, já que a meação recairá sobre o produto da arrematação5.

O adquirente do bem

Quando ele for atingido pela decisão do juiz que considerou haver fraude à execução.

Nesse caso, o adquirente vai tentar demonstrar que não houve fraude na aquisição do bem!

Aquele que teve seus bens constritos em decorrência de desconsideração da personalidade jurídica

Quando ele não tiver participado do contraditório no referido incidente

O credor com garantia real

Com a finalidade de impedir a expropriação judicial do bem ou direito sobre o qual recai a sua garantia.

5 Art. 843. Tratando-se de penhora de bem indivisível, o equivalente à quota-parte do coproprietário ou do cônjuge alheio à execução recairá sobre o produto da alienação do bem.

(30)

Veja só esta questão da FCC:

(FCC – TRF5 – 2013) Sobre os procedimentos especiais, julgue o item abaixo.

Os embargos de terceiro podem ser opostos somente pelo proprietário que, não sendo parte no processo, sofrer turbação ou esbulho em seus bens, como penhora ou arresto.

RESOLUÇÃO:

Opa! Não é somente o proprietário turbado ou esbulhado por penhora ou arresto que poderá opor embargos de terceiro.

Também haverá legitimidade ativa o possuidor do bem:

Art. 674. Quem, não sendo parte no processo, sofrer constrição ou ameaça de constrição sobre bens que possua ou sobre os quais tenha direito incompatível com o ato constritivo, poderá requerer seu desfazimento ou sua inibição por meio de embargos de terceiro.

§ 1º Os embargos podem ser de terceiro proprietário, inclusive fiduciário, ou possuidor.

Além do proprietário e do possuidor, possuem legitimidade ativa os seguintes sujeitos:

Art. 674, § 2º Considera-se terceiro, para ajuizamento dos embargos:

I - o cônjuge ou companheiro, quando defende a posse de bens próprios ou de sua meação, ressalvado o disposto no art. 843 ;

II - o

adquirente de bens cuja constrição decorreu de decisão que declara a ineficácia da alienação

realizada em fraude à execução;

III - quem sofre constrição judicial de seus bens por força de desconsideração da personalidade jurídica, de cujo incidente não fez parte;

IV - o credor com garantia real para obstar expropriação judicial do objeto de direito real de garantia, caso não tenha sido intimado, nos termos legais dos atos expropriatórios respectivos.

Item incorreto.

Quando poderão ser opostos os embargos?

O art. 675 responde essa pergunta para nós:

Art. 675. Os embargos podem ser opostos a qualquer tempo no processo de conhecimento enquanto não transitada em julgado a sentença e, no cumprimento de sentença ou no processo de execução, até 5 (cinco) dias depois da adjudicação, da alienação por iniciativa particular ou da arrematação, mas sempre antes da assinatura da respectiva carta.

Parágrafo único. Caso identifique a existência de terceiro titular de interesse em embargar o ato, o juiz mandará intimá-lo pessoalmente.

(31)

Podemos esquematizar essa regrinha da seguinte forma:

Qual o juízo competente para processar e julgar os embargos?

Depende!

Art. 676. Os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e autuados em apartado.

Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.

→ A princípio, os embargos serão distribuídos por dependência ao juízo do processo em que foi realizada a constrição judicial indevida.

Temos aqui um caso típico de conexão por acessoriedade!6

→ Se o ato de constrição indevida tiver sido realizado pelo juízo deprecado em cumprimento de carta precatória, será dele a competência para julgar os embargos.

6 Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pedido ou a causa de pedir.

Art. 61. A ação acessória será proposta no juízo competente para a ação principal.

Prazo para os Embargos de Terceiro

Processo de Conhecimento

A qualquer tempo, até o trânsito em julgado

da sentença

Cumprimento de Sentença

Até 5 dias após o ato de expropriação, antes da assinatura da

carta

(32)

EXCEÇÃO! Mesmo que determinada a constrição por carta precatória, a competência será do juízo

deprecante se:

a. Ele próprio tiver indicado o bem constrito b. Se a carta já tiver sido cumprida e devolvida

Confere comigo esta questão da FCC:

(FCC

– TRT/SP – 2013) O Banco “X” ajuizou na comarca de São Paulo, Capital, ação de cobrança

contra o correntista Afonso, julgada procedente por sentença transitada em julgado. Iniciada a fase de cumprimento de sentença, Afonso não cumpre espontaneamente a sentença condenatória. A penhora on-line é infrutífera. O Banco “X”, então, descobre a existência de um imóvel comercial na cidade e comarca de Ribeirão Preto, requerendo a sua penhora. O Magistrado da Capital, onde o feito tramita, determina, então, a expedição de carta precatória à comarca de Ribeirão Preto para penhora do imóvel comercial em questão, de propriedade do devedor, e a sua respectiva avaliação. Os atos

são devidamente cumpridos pelo juízo deprecado. O Banco exequente “X”, apresenta requerimento

de adjudicação do bem imóvel comercial penhorado. O executado é intimado para se manifestar sobre o requerimento e, em seguida, a adjudicação é deferida pelo Magistrado.

Stela, esposa do executado Afonso, pretende resguardar sua meação no imóvel comercial objeto de adjudicação e, para tanto, deverá oferecer embargos de terceiro perante o juízo

a) deprecado, onde foi realizada a constrição, no prazo de 5 dias depois da adjudicação.

b) deprecante, no prazo de 5 dias depois da adjudicação.

c) deprecante, no prazo de 15 dias depois da adjudicação.

d) deprecado, onde foi realizada a constrição, no prazo de 15 dias depois da adjudicação.

e) deprecante, no prazo de 10 dias depois da adjudicação.

RESOLUÇÃO:

A esposa Stela deverá oferecer os embargos de terceiro no juízo deprecante.

Mas por qual motivo, professor?

Porque o juízo deprecante (da capital) já indicou o bem a ser penhorado!

O Magistrado da Capital,

onde o feito tramita, determina, então, a expedição de carta precatória à

comarca de Ribeirão Preto para penhora do imóvel comercial em questão, de propriedade do devedor, e a sua respectiva avaliação.

Se o juízo deprecado (Ribeirão Preto) tivesse indicado o bem penhorado, os embargos deveriam lá ser opostos, o que não é o caso da questão:

Art. 676. Os embargos serão

distribuídos por dependência ao juízo que ordenou a constrição e

autuados em apartado.

Parágrafo único. Nos casos de ato de constrição realizado por carta, os embargos serão oferecidos no

juízo deprecado, salvo se indicado pelo juízo deprecante o bem constrito ou se já devolvida a carta.

Referências

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