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AlinedeAra´ujoMaia Aequa¸c˜aodaonda UniversidadeFederaldaPara´ıba

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(1)

Gradua¸c˜ao em Matem´atica

A equa¸c˜ ao da onda

Aline de Ara´ ujo Maia

Jo˜ao Pessoa – PB Novembro de 2017

(2)

Gradua¸c˜ao em Matem´atica

A equa¸c˜ ao da onda

por

Aline de Ara´ujo Maia

sob a orienta¸c˜ao do

Prof. Dr. F´agner Dias Araruna

Jo˜ao Pessoa – PB Novembro de 2017

(3)

M217e Maia, Aline de Araújo.

A equação da onda / Aline de Araújo Maia. - João Pessoa, 2017.

74 f. : il.

Orientação: Araruna, Fágner Dias.

Monografia (Graduação) - UFPB/CCEN.

1. Séries de Fourier. 2. Equação da onda. 3. Corda vibrante. I. Araruna, Fágner Dias. II. Título.

UFPB/BC

(4)
(5)

pre acreditaram em mim e fizeram o poss´ıvel pela minha educa¸c˜ao.

(6)

Am´em.”

Romanos 11:36

(7)

A Deus, pois Nele vivemos, nos movemos e existimos, Ele ´e a fonte de todo o conhecimento e ajuda aqueles que o buscam.

Aos meus pais, Ana Maria (in memoriam) e Manoel Alves, por estarem incondi- cionalmente ao meu lado, me criando no caminho da retid˜ao e sempre influenciando meu interesse pelo conhecimento. Aos meus av´os, Maria da Gl´oria, Isaac Ara´ujo (in memoriam), Eunice Maia (in memoriam) e Antˆonio Amaro (in memoriam), por ofe- recerem um ambiente de amor e aten¸c˜ao especialmente na minha infˆancia. Aos meus tios, em especial minhas tias Zenaide Maria e Joanita Maria, que cuidaram de mim ap´os o falecimento da minha m˜ae.

Ao meu orientador, Prof. Dr. F´agner Dias Araruna, por toda a contribui¸c˜ao e aux´ılio para o meu desenvolvimento n˜ao s´o acadˆemico, mas tamb´em enquanto ser humano. Aos professores membros da banca examinadora, Prof. Dr. Dami˜ao J´unio Gon¸calves Ara´ujo e Prof. Dr. Uberlandio Batista Severo, por aceitarem o convite de participarem deste momento importante.

Aos meus colegas do laborat´orio Milˆenio, a destacar, Thiago Luiz, Raoni, Mariana, C´assio, Ang´elica, Raiza, Jos´e Ribeiro, Esa´u, Julian, Douglas, Marcelo, Jos´e Carlos, Richardson, Mois´es, Josenildo, Suelena, Victor, Leon e Wendel, pelos momentos de estudo e brincadeiras compartilhados. A Liana Coliselli e Karoline Medeiros, minhas amigas e conselheiras.

A todos os colegas da Cru Campus, na pessoa de Shirley Mesquita, pela comunh˜ao no campus e fora dele, e pela vivˆencia crist˜a neste local. Seguramente posso cham´a-los de irm˜aos.

A todos das igrejas Batista em Ferreiros e Luterana, que me auxiliaram com ora¸c˜oes e apoio espiritual.

(8)

Neste trabalho, focamos o nosso estudo na equa¸c˜ao da onda. Apresentamos inicial- mente conceitos b´asicos referentes a Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais (EDPs) e a Teoria das s´eries de Fourier. Em seguida, lidamos com a dedu¸c˜ao f´ısica e resolu¸c˜ao desta equa¸c˜ao. Discutimos diversos problemas de valores iniciais e de fronteira, tais como:

o da corda com extremidades fixas, da corda dedilhada, da corda infinita e da corda semi-infinita. Al´em disso, nos dois ´ultimos, encontramos a solu¸c˜ao de D’Alembert. Na abordagem desses problemas, tivemos a oportunidade de tratar n˜ao s´o de conceitos matem´aticos mas tamb´em de f´ısicos relacionados a este tema.

Palavras-chave: S´eries de Fourier, Corda vibrante, Equa¸c˜ao da onda.

(9)

In this work, we focus our study in wave equations. We present incially basic concepts of Partial Di↵erentials Equations (PDEs) and Theory of Fourier series. In the following, we deal with the physic dedution and also the resolution of this equation. We treat several problems of inicial value and boundary conditions such as: the problem of the string with fixed extremeties, the figering string, the infinity string and semi-infinity string. Additionally, in the last two ones, we have found a solution of D’Alembert type.

In the approach of this problems, we had the opportunity of treating not just with mathematical concepts but also with physical related topics to this theme.

Keywords: Fourier Series, Vibrating String, Wave Equation.

(10)

Introdu¸c˜ao 1

1 Preliminares 3

1.1 Sobre equa¸c˜oes diferenciais parciais . . . . 3

1.1.1 Condi¸c˜oes de fronteira e iniciais . . . . 4

1.2 S´eries de Fourier . . . . 5

1.2.1 Convergˆencia da s´erie de Fourier . . . . 7

2 Equa¸c˜ao da onda 13 2.1 Introdu¸c˜ao . . . . 13

2.2 Nota hist´orica . . . . 14

2.3 Dedu¸c˜ao f´ısica da equa¸c˜ao da corda vibrante . . . . 15

2.4 Exemplos da equa¸c˜ao da onda e diferentes condi¸c˜oes iniciais e de fronteira 19 2.5 Resolu¸c˜ao da equa¸c˜ao da onda por s´eries de Fourier . . . . 21

2.6 Energia da corda vibrante e unicidade de solu¸c˜ao . . . . 30

2.6.1 Interpreta¸c˜ao f´ısica das f´ormulas da energia cin´etica (2.33) e po- tencial (2.34) . . . . 33

2.7 Harmˆonicos, frequˆencia e amplitude de uma onda estacion´aria . . . . . 36

2.7.1 Partes de uma onda estacion´aria . . . . 36

2.7.2 A energia do n-´esimo harmˆonico . . . . 38

2.8 A corda dedilhada . . . . 39

2.9 Vibra¸c˜oes for¸cadas . . . . 43

2.10 A corda infinita . . . . 44

2.10.1 Solu¸c˜ao generalizada da equa¸c˜ao da onda . . . . 45

2.10.2 F´ormula de D’Alembert . . . . 47

2.10.3 Inferˆencias a respeito da f´ormula de D’Alembert . . . . 48

2.10.4 Corda infinita dedilhada . . . . 51

2.10.5 A integral da energia . . . . 56

2.10.6 Unicidade de solu¸c˜ao estrita do problema de Cauchy . . . . 57

(11)

2.10.8 O problema de Cauchy n˜ao-homogˆeneo . . . . 58 2.11 A corda semi-infinita . . . . 59 2.11.1 Coment´arios a respeito de (2.73) . . . . 60

Referˆencias Bibliogr´aficas 63

(12)

A seguir, listamos algumas nota¸c˜oes utilizadas neste trabalho.

@f@x oufx denotam que a fun¸c˜aof foi derivada com rela¸c˜ao a vari´avelx;

K, c, c1,c2, . . .denotam constantes positivas, possivelmente deferentes;

Ck(⌦) denota o conjunto das fun¸c˜oes de classe Ck definitas em um subconjunto

2Rn;

R denota o conjuntoR ={(x, t)2R2; 0< x < L; t >0} ;

R¯ denota o fecho do conjunto R .

(13)

A teoria das Equa¸c˜oes Diferenciais Parciais (EDPs) ´e um campo de estudo da matem´atica amplamente explorado por outras ´areas da ciˆencia, tendo suas origens no c´alculo diferencial e integral com motiva¸c˜ao em problemas oriundos da f´ısica, biologia, ciˆencias econˆomicas, entre outras.

Nos ´ultimos trˆes s´eculos, esta teoria tem conquistado espa¸co significativo tanto na matem´atica pura, sendo considerada parte vital da an´alise, quanto na matem´atica aplicada, onde tem se mostrado uma importante ferramenta.

Tais equa¸c˜oes s˜ao utilizadas para modelar fenˆomenos que dependam da posi¸c˜ao, do tempo ou outras vari´aveis. Muitas leis da natureza encontram nas EDPs uma liguagem objetiva para sua express˜ao, como por exemplo, problemas de eletrodinˆamica, difus˜ao do calor e propaga¸c˜ao de ondas. Entre estes, est´a o famoso problema de vibra¸c˜oes de cordas el´asticas, que se reduz na obten¸c˜ao de uma solu¸c˜ao para uma equa¸c˜ao diferencial parcial, conhecida como a equa¸c˜ao da onda unidimensional.

Neste trabalho, estudaremos a equa¸c˜ao da onda unidimensional de forma detalhada, desde a sua dedu¸c˜ao f´ısica at´e problemas de valores iniciais e de fronteira ligados `a mesma, utilizando como principal referˆencia o livro [2].

E interessante frisar que o problema tratado neste trabalho tem grande contribui¸c˜ao´ hist´orica para a matem´atica, pois foi um dos debates cient´ıficos mais importantes do s´eculo XVIII. Diversos matem´aticos famosos como D’Alembert, Daniel Bernoulli, Euler e Lagrange se debru¸caram para resolvˆe-lo. Foram obtidas solu¸c˜oes de diversas formas, que geraram discuss˜oes a respeito de assuntos importantes como o conceito de fun¸c˜ao.

Muitos destes debates perduraram at´e o in´ıcio do s´eculo XIX, trazendo grandiosas contribui¸c˜oes para a matem´atica da ´epoca e embasando teorias futuras.

Este trabalho est´a dividido em dois cap´ıtulos. No Cap´ıtulo 1 come¸caremos com conceitos b´asicos e, em seguida, de maneira sucinta, mencionaremos alguns resultados pertencentes `a teoria de s´eries de Fourier.

Iniciaremos o Cap´ıtulo 2, o principal deste texto, com uma breve introdu¸c˜ao `a ondas e, em seguida, apresentaremos uma nota hist´orica referente ao problema da corda vibrante. Em seguida, faremos a dedu¸c˜ao f´ısica da equa¸c˜ao da onda unidimensional,

(14)

equa¸c˜ao utilzando o m´etodo de Fourier. Na sequˆencia, apresentaremos um teorema que valida a solu¸c˜ao encontrada. Abordaremos tamb´em diferentes problemas de valores iniciais e de fronteira, dentre eles a corda com extremidades fixas, a corda dedilhada, a corda infinita ou problema de Cauchy- de onde obteremos a f´ormula de D’Alembert-e, finalmente a corda semi-infinita. Dentre tais problemas de valores iniciais e de fronteira, tamb´em poderemos analisar a energia da corda vibrante, harmˆonicos, frequˆencia e amplitude de uma onda estacion´aria, que s˜ao temas de cunho mais f´ısico.

(15)

Preliminares

Neste cap´ıtulo destacaremos informa¸c˜oes importantes para a compreens˜ao de afir- ma¸c˜oes e teoremas usados nesta monografia. Essencialmente, partiremos da explana¸c˜ao acerca do conceito de equa¸c˜oes diferenciais parciais e das condi¸c˜oes iniciais e de fron- teira; posteriormente falaremos da teoria de s´eries de Fourier, sobre a defini¸c˜ao e tamb´em sobre sua covergˆencia pontual e uniforme. Tal teoria ´e impresc´ındivel `a ob- ten¸c˜ao de uma solu¸c˜ao para a equa¸c˜ao que ´e tema deste trabalho, a equa¸c˜ao da onda.

1.1 Sobre equa¸c˜ oes diferenciais parciais

Uma Equa¸c˜ao Diferencial Parcial (EDP) ´e uma equa¸c˜ao envolvendo duas ou mais vari´aveis independentesx, y, w, ...; e derivadas parciais de uma fun¸c˜ao (vari´avel depen- dente) u = (x, y, w, ...). De maneira mais precisa, uma EDP em n-vari´aveis indepen- dentes x1, ..., xn ´e uma equa¸c˜ao da forma

F

x1, ..., xn, @u

@x1, ..., @u

@xn, @2u

@x1@xn, ...,@ku

@xkn

= 0, (1.1)

onde x= (x1, ..., xn)2 ⌦, ´e um subconjunto aberto do Rn, F ´e uma fun¸c˜ao dada e u=u(x) ´e a fun¸c˜ao que queremos determinar.

A ordem de uma EDP ´e dada pela derivada parcial de maior ordem.

Uma EDP ´e ditalinear se ´e de primeiro grau emue em todas as derivadas parciais que ocorrem na equa¸c˜ao; caso contr´ario, diremos que ´en˜ao linear.

A forma mais geral de uma EDP linear de primeira ordem ´e Xn

i,j=1

aij(x)@u

@xj

+b(x)u+c(x) = 0. (1.2)

(16)

Para equa¸c˜oes de segunda ordem a forma mais geral ´e dada por Xn

i,j=1

aij(x) @2u

@xi@xj

+ Xn

j=1

bj(x)@u

@xj

+c(x)u+d(x) = 0. (1.3)

Dizemos que uma EDP linear ´e homogˆenea se o termo que n˜ao cont´em a vari´avel dependenteu ´e identicamente nulo.

As condi¸c˜oes que iremos tratar s˜ao v´alidas para equa¸c˜oes diferenciais parciais linea- res de qualquer ordem, contudo iremos exemplificar com uma EDP de segunda ordem.

Podemos reescrever (1.3) da seguinte forma:

Lu=f. (1.4)

onde f(x) = d(x) e (Lu)(x) =Pn

i,j=1aij(x)@x@2u

i@xj +Pn

j=1bj(x)@x@u

j +c(x)u.

Em (1.4), L´e chamado de operador diferencial que ´e a fun¸c˜ao definida por L:C2(⌦)!C(⌦)

u7!Lu,

O resultado a seguir ´e conhecido como princ´ıpio da superposi¸c˜ao.

Teorema 1.1. Seja L um operador linear diferencial parcial de ordem k cujos coefi- cientes est˜ao definidos em um aberto Rn. Suponha que {un}n2N ´e um conjunto de fun¸c˜oes de classe Ck em satisfazendo a EDP linear homogˆenea Lu = 0 e que {n}n2N ´e uma sequˆencia de escalares tal que a s´erie

X1 n=1

nun

´e convergente e k vezes diferenci´avel termo a termo em ⌦. Ent˜ao u satisfaz Lu= 0.

A prova deste resultado encontra-se em [4, p. 10].

1.1.1 Condi¸c˜oes de fronteira e iniciais

Quando impomos condi¸c˜oes sobre o valor da solu¸c˜ao e das suas derivadas no bordo da regi˜aoRn, onde a solu¸c˜ao est´a definida, tais valores s˜ao chamados decondi¸c˜oes de fronteira, da´ı temos um problema de valores de fronteira.

Quanto `as condi¸c˜oes iniciais, como temos mais de uma vari´avel dependente em EDP, por exemplo, x et, ´e comum fixarmos uma das vari´aveis (t = 0) e assim termos o valor da solu¸c˜ao e de suas derivadas parciais em rela¸c˜ao `a vari´avel fixa como fun¸c˜ao

(17)

das outras vari´aveis, por exemplo, u(x,0) = f(x) e ut(x,0) = g(x), onde f e g s˜ao fun¸c˜oes dadas.

Problemas envolvendo condi¸c˜oes de fronteira e condi¸c˜oes iniciais ser˜ao chamados de problemas de valores iniciais e de fronteira, que abreviaremos com a sigla P V IF.

1.2 S´ eries de Fourier

Nesta se¸c˜ao discorreremos a respeito da teoria de s´eries de Fourier, sob quais hip´oteses uma fun¸c˜ao pode ser representada por uma s´erie de Fourier, e tamb´em acerca da obten¸c˜ao dos coeficientes de Fourier para esta, quando ela existir. Por fim, tratare- mos de teoremas que expliquem a convergˆencia pontual e uniforme desta s´erie.

E importante ressaltar que os resultados aqui expressos ser˜ao apresentados de ma-´ neira sucinta, algumas demonstra¸c˜oes ser˜ao omitidas. Tamb´em ´e importante salientar que esta teoria serve como base para as conclus˜oes obtidas no cap´ıtulo principal mo- nografia, o cap´ıtulo 2.

Para iniciarmos a apresenta¸c˜ao da teoria das s´eries de Fourier, vejamos as a de- fini¸c˜oes a seguir.

Defini¸c˜ao 1.1. Uma fun¸c˜aof :R!R´e dita peri´odica de per´ıodoT sef(x+T) =f(x) para todox.

Defini¸c˜ao 1.2. Seja f : R ! R uma fun¸c˜ao peri´odica de per´ıodo 2L, integr´avel e absolutamente integr´avel no intervalo [ L, L], isto ´e, RL

L|f(x)|dx < 1. Os n´umeros dados por

an = 1 L

Z L L

f(x) cosn⇡x L

dx, n 0,

bn = 1 L

Z L L

f(x)senn⇡x L

dx, n 1,

(1.5)

s˜ao chamados de coeficientes de Fourier da fun¸c˜ao f.

Defini¸c˜ao 1.3. Dada uma fun¸c˜ao f : R ! R peri´odica de per´ıodo 2L, integr´avel e absolutamente integr´avel no intervalo [ L, L], podemos calcular seus coeficientes de Fourier pelas express˜oes em (1.5). E, desta forma, podemos escrever

f(x) 1 2a0+

X1 n=1

ancosn⇡x L

+bnsenn⇡x L

⌘⌘. (1.6)

Isto significa que a express˜ao do lado direito ´e a s´erie de Fourier de f.

O sinal em (1.6) significa que nem sempre ocorre a igualdade, podendo ocorrer

(18)

Por isso, mais adiante, veremos condi¸c˜oes suficientes para que a fun¸c˜ao f seja igual a sua s´erie de Fourier.

Defini¸c˜ao 1.4. Uma fun¸c˜ao f : R !R ser´a seccionalmente cont´ınua se tiver apenas um n´umero finito de descontinuidades (todas de primeira esp´ecie) em qualquer intervalo limitado. Em outras palavras, dados a < b, existem a a1 < a2 < ... < an b, tais que f ´e cont´ınua em cada intervalo aberto (aj, aj+1), j = 1, ..., n 1, e existem os limites

f(aj + 0) = lim

x!a+j f(x) ef(aj 0) = lim

x!aj f(x).

Defini¸c˜ao 1.5. Uma fun¸c˜ao f :R!R ser´a seccionalmente diferenci´avel se for secci- onalmente cont´ınua e se a fun¸c˜ao derivada f0 for tamb´em seccionalmente cont´ınua.

Teorema 1.2. Teorema de Fourier Seja f : R ! R uma fun¸c˜ao seccionalmente diferenci´avel e de per´ıodo 2L. Ent˜ao a s´erie de Fourier da fun¸c˜ao f, dada em (1.6), converge, em cada ponto x para 12[f(x+ 0) +f(x 0)].

Estimativas dos coeficientes de Fourier

Primeiramente, suponhamos que f seja uma fun¸c˜ao peri´odica de per´ıodo 2L, in- tegr´avel e absolutamente integr´avel, da´ı utilizando a equa¸c˜ao (1.5), e que as fun¸c˜oes seno e cosseno s˜ao limitadas por um. Obtemos as seguintes estimativas para os cofici- entesan ebn

|an|= 1 L

Z L L

f(x) cosn⇡x L

dx 1 L

Z L

L|f(x)|dx,

|bn|= 1 L

Z L L

f(x)senn⇡x L

dx 1 L

Z L

L|f(x)|dx.

(1.7)

Agora, usando a hip´otese de f e|f| serem fun¸c˜oes integr´aveis, podemos concluir a existˆencia de uma constanteM, tal que

|an|M e |bn|M, 8 n.

Suponhamos agora quef seja peri´odica de per´ıodo 2Le tamb´em que seja deriv´avel, e tal derivada f0 seja integr´avel e absolutamente integr´avel. Ent˜ao, integrando por partes as express˜oes em (1.5)e tomando valores absolutos obtemos

|an| 1 n⇡

Z L

L|f0(x)|dx

|bn| 1 n⇡

Z L

L|f0(x)|dx.

(1.8)

(19)

Da´ı, usando a hip´otese que f ´e cont´ınua e f0 tem derivada integr´avel e absolutamente integr´avel, temos a implica¸c˜ao de que existe uma constanteM, tal que

|an| M

n e |bn| M

n , 8 n= 1,2, ... (1.9)

Finalmente, suponhamos que f seja peri´odica de per´ıodo 2L, com primeira deri- vada cont´ınua, e a segunda derivada integr´avel e absolutamente integr´avel. Com estas hip´oteses, podemos melhorar as estimativas em (1.9). Para isto, realizamos mais uma integra¸c˜ao por partes nas express˜oes em (1.7) e obtemos

|an| L n22

Z L

L|f00(x)|dx,

|bn| L n22

Z L

L|f00(x)|dx.

Portanto, atrav´es das nossas ´ultimas hip´oteses podemos concluir que

|an| M

n2 e |bn| M

n2, 8 n= 1,2, ... (1.10)

1.2.1 Convergˆencia da s´erie de Fourier Classes das fun¸c˜oes consideradas

Como vimos anteriormente, para definirmos coeficientes de Fourier e, consequente- mente, a s´erie de Fourier de uma fun¸c˜ao f, foi necess´ario admitir algumas hip´oteses sobre esta fun¸c˜ao, tais como periodicidade (f ´e de per´ıodo 2L), integrabilidade e in- tegrabilidade absoluta no intervalo [ L, L], onde a integral que estamos lidando ´e a integral de Riemann. Veremos agora resultados a respeito da convergˆencia desta s´erie.

Defini¸c˜ao 1.6. Uma fun¸c˜ao f ser´a chamada L1 se, e somente se, f e |f| forem integr´aveis.

Convergˆencia pontual da s´erie de Fourier

Neste ponto daremos condi¸c˜oes suficientes sobre a fun¸c˜ao f de modo a grantir sua convergˆencia num ponto fixadoxpara o valorf(x) ou em geral para 12[f(x+ 0) +f(x 0)]. Nosso objetivo ´e mostrar estimativas para

en(x) =sn(x) f(x+ 0) +f(x 0)

2 ,

(20)

onde

sn(x) = 1 2a0+

Xn k=1

h

akcosn⇡x L

+bksenn⇡x L

⌘i .

Inicialmente iremos escrever a soma parcialsn(x) de modo mais conveniente com o obje- tivo de majoraren(x). Para que isto ocorra iremos usar as express˜oes dos coeficientes de Fourier em (1.5) e a identidade trigonom´etrica cos(a b) = cos(a) cos(b)+sen(a)sen(b), para assim obter

sn(x) = Z L

L

1 L

"

1 2+

Xn k=1

cos

k⇡(x y) L

f(y)dy

#

. (1.11)

Antes de prosseguirmos, atentemos para a seguinte defini¸c˜ao:

Defini¸c˜ao 1.7. O n´ucleo de Dirichlet ´e a express˜ao Dn(x) = 1

L 1 2+

Xn k=1

cos

k⇡x L

◆!

. (1.12)

Propriedades do N´ucleo de Dirichlet i)Dn(x) ´e uma fun¸c˜ao cont´ınua;

ii) Usando rela¸c˜oes de ortogonalidade, temos Z L

L

Dn(x)dx= 1;

iii) Dn(x) ´e uma fun¸c˜ao peri´odica de per´ıodo 2L;

iv)Dn(0) = (n+L12);

v) Vale a seguinte express˜ao para Dn(x), comx6= 0,±2,±4, ...

Dn(x) = 1 2L

sen(n+1 2)⇡x L

sen ⇡x2L .

Voltando para a express˜ao (1.11), usando (1.12) e fazendo a mudan¸ca de vari´avel y=x t, obtemos

sn(x) = Z L

L

Dn(x y)f(y)dy = Z L+x

L+x

Dn(t)f(x t)dt.

Dispondo que Dn ef s˜ao peri´odicas de per´ıodo 2L e que Dn ´e par, podemos escrever sn(x) =

Z L 0

Dn(t)[f(x+t) +f(x t)]dt. (1.13)

(21)

De (1.13) temos que a express˜ao en, para a qual queremos estimativas, ganha a forma en(x) =

Z L 0

Dn(t)g(x)dt, (1.14)

com g(x) = [f(x+t) f(x+ 0)] + [f(x t) f(x 0)].

O lema a seguir ´e um importante resultado que ´e usado na demonstra¸c˜ao do Teste de Dini, teorema que fala da convergˆencia pontual da s´erie de Fourier.

Lema 1.3. (Lema de Riemann-Lebesgue)Sejaf : [a, b]!Ruma fun¸c˜aoL1([a, b]).

Ent˜ao

t!1lim Z b

a

f(x)sen(tx)dx = 0,

t!1lim Z b

a

f(x) cos(tx)dx = 0.

(1.15)

A prova deste lema encontra-se em [2, p. 56].

De posse deste lema, enunciemos um resultado referente `a convergˆencia da s´erie de Fourier no pontox.

Teorema 1.4. (Teste de Dini) Seja f :R!R uma fun¸c˜ao peri´odica de per´ıodo 2L e L1([ L, L]). Fixado x em [ L, L], suponha que f(x+ 0) e f(x 0) existam e que exista >0 tal que Z

0

g(x, t)

t dt <1. (1.16)

Ent˜aoen(x)!0, ou seja, sn(x)! [f(x+0)+f(x2 0)], quando n ! 1.

Demonstra¸c˜ao. Para fazermos esta demonstra¸c˜ao, iremos decompor a fun¸c˜aoen(x) em duas partes

en(x) = Z

0

tDn(t)g(x, t) t dt+

Z L

sen

✓

n+1 2

⇡t L

g(x, t) 2Lsen 2L⇡t dt.

A primeira integral ficar´a pequena desde que se tome convenientemente pequeno e usando a hip´otese em (1.16). J´a no caso da segunda integral, usaremos o lema 1.4.

Como

|tDn(t)| t

2Lsen 2L⇡t , (1.17)

e como a fun¸c˜ao do lado direito de (1.17) ´e crescente e cont´ınua no intervalo [0, L], conseguimos a seguinte estimativa:

|tDn(t)| 1

2 para t 2[0, L].

(22)

Portanto, dado ">0, tomamos < min(L,⌘), tal que Z

0

tDn(t)g(x, t)

t dt 1 2

Z

0

g(x, t)

t dt < "

2.

Tal desigualdade ´e poss´ıvel por causa da hip´otese (1.16). Com esse fixado, olhemos para a segunda integral a fim de aplicar o Lema 1.4. Para isto, basta verificar que a fun¸c˜ao

h(t) = g(x, t)

2Lsen ⇡tL , t2[ , L],

´e integr´avel, o que ´e decorrente do fato do denominador nunca se anular em [ , L] e g ser integr´avel. Da´ı, paran suficientemente grande

Z L

sen

✓

n+ 1 2

⇡t L

g(x, t)

2Lsen 2L⇡t dt < "

2, assim concluindo a demonstra¸c˜ao.

Desigualdades

A desigualdade de Bessel ´e dada por a20

2 + X1

k=1

(a2k+b2k) 1 L

Z L L

|f(x)|2dx. (1.18)

Sejam a = (a1, ..., an) e b = (b1, ..., bn) dois vetores do Rn. A desigualdade de Cauchy-Schwarz para vetores doRn tem a seguinte forma:

Xn j=1

ajbj Xn

j=1

a2j

!12 n X

j=1

b2j

!12

. (1.19)

Uma outra desigualdade importante ´e a seguinte:

" n X

j=1

(aj +bj)2

#12

Xn

j=1

a2j

!12 +

Xn j=1

b2j

!12

, (1.20)

conhecida como adesigualdade triangular ou desigualdade de Minkowski.

(23)

Convergˆencia uniforme da s´erie de Fourier

Neste t´opico apresentaremos condi¸c˜oes suficientes sobre a fun¸c˜ao f peri´odica de p´er´ıodo 2L, de modo que estas garantam a convergˆencia uniforme de sua s´erie de Fourier. Vejamos os resultados a seguir.

Teorema 1.5. (Primeiro teorema da convergˆencia uniforme da s´erie de Fou- rier) Seja f uma fun¸c˜ao peri´odica de per´ıodo 2L, cont´ınua e com derivada primeira de quadrado integr´avel. Ent˜ao, a s´erie de Fourier de f converge uniformemente para f.

Demonstra¸c˜ao. Vejamos, em primeiro lugar, que ancosn⇡x

L

|an| e bnsenn⇡x L

|bn|,

e consideremos a s´erie num´erica

X1 n=1

(|an|+|bn|). (1.21)

Usando a estimativa feita sobre os coeficientes de Fourier em (1.10), que diz que caso a fun¸c˜ao f tenha derivada primeira continua e derivada segunda uma fun¸c˜ao L1, ent˜ao a s´erie num´erica em (1.21) ´e majorada pela s´erieMP1

n=1 1

n2, a qual ´e uma s´erie convergente. Entretanto, podemos demonstrar a convergˆencia de (1.21) sem impor tantas restri¸c˜oes sobre a fun¸c˜aof. Suponhamos que f seja uma fun¸c˜ao cont´ınua e que a sua derivada primeira seja uma fun¸c˜aoL2. Usando as rela¸c˜oes em (1.8), conclu´ımos

an= L

n⇡b0n, bn = L n⇡a0n;

onde a0n e b0n designam os coeficientes de Fourier de f0. Da´ı a reduzida de ordem n da s´erie (1.21) pode ser escrita

Xn j=1

(|aj|+|bj|) = L

Xn j=1

1

j(|a0j|+|b0j|), (1.22) que ´e majorada por

L

Xn

j=1

1 j2

!12 " n X

j=1

(|a0j|+|b0j|)2

#12

, (1.23)

onde utilizamos a desigualdade de Cauchy-Schwarz noRn. Em seguida, iremos usar a desigualdade (|a|+|b|)2 2(a2+b2), que ´e a desigualdade de Cauchy-Schwarz no R2,

(24)

no segundo somat´orio em (1.23). Da´ı obtemos a seguinte majora¸c˜ao para (1.22) p2L

Xn j=1

1 j2

!12 " n X

j=1

(|a0j|2+|b0j|2)

#12 .

Finalmente, a s´erie em (1.21) ´e majorada por p2L

X1 n=1

1 n2

!12 " 1 X

j=1

(|a0j|2+|b0j|2)

#12 ,

onde ambas as s´eries convergem, a segunda devido a desigualdade de Bessel.

Teorema 1.6. (Segundo teorema sobre convergˆencia uniforme da s´erie de Fourier) Seja f peri´odica de per´ıodo 2L, seccionalmente cont´ınua e tal que sua de- rivada primeira seja de quadrado integr´avel. Ent˜ao, a s´erie de Fourier de f converge uniformemenre para f em todo intervalo fechado que n˜ao contenha pontos de descon- tinuidade de f.

A prova deste teorema encontra-se em [2, p. 70].

(25)

Equa¸c˜ ao da onda

Nossos objetivos neste cap´ıtulo s˜ao deduzir e estudar a equa¸c˜ao da onda atrav´es da aplica¸c˜ao de conceitos f´ısicos, abordar m´etodos de resolu¸c˜ao desta equa¸c˜ao utilizando a teoria de s´eries de Fourier, verificar a existˆencia e a unicidade das solu¸c˜oes encontradas, e tamb´em a resolver alguns problemas de valor incial para equa¸c˜ao da onda, dentre eles o problema de Cauchy.

2.1 Introdu¸c˜ ao

No campo da f´ısica cl´assica, ondas e part´ıculas s˜ao dois grandes conceitos, ambos concentrando quase todos os ramos desta ciˆencia. Embora sejam iguais em importˆancia, as defini¸c˜oes de onda e part´ıcula que apresentam diferem entre si.

Quando nos referimos `a palavra part´ıcula, esta tem o significado de uma dimi- nuta quantidade de mat´eria capaz de transmitir energia; quando falamos deondas, tal conceito se refere a uma distribui¸c˜ao ampla de energia que vai preenchendo o espa¸co por onde passa. Neste trabalho, destinaremos nossa aten¸c˜ao `as ondas, para, assim, trabalharmos com a equa¸c˜ao que as descreve.

Existem trˆes tipos principais de ondas, a saber, ondas mecˆanicas, eletromagn´eticas e materiais.

As ondas mecˆanicas s˜ao as que se propagam exclusivamente em meios materiais e s˜ao governadas pelas leis de Newton; s˜ao bastante comuns e encontradas facilmente no cotidiano, como, por exemplo, ondas do mar, ondas s´ısmicas e ondas sonoras.

As ondas eletromagn´eticas s˜ao as que resultam da combina¸c˜ao de campos el´etricos e magn´eticos. Tais ondas n˜ao exigem um meio material para se propagarem, isto ´e, podem se propagar no v´acuo; no dia a dia, as ondas eletromagn´eticas est˜ao presentes nos raio X, microondas, raios ultravioletas etc.

As ondas materiais s˜ao associadas com el´etrons, pr´otons e outras part´ıculas funda-

(26)

mentais, e at´e mesmo ´atomos e mol´eculas. Estas s˜ao as menos comuns, e s˜ao, em sua maioria, encontradas em tecnologias modernas e no campo quˆantico.

O que discutiremos neste cap´ıtulo se refere as ondas mecˆanicas. Utilizaremos aqui a segunda lei de Newton para deduzirmos a equa¸c˜ao diferencial parcial que as representa.

2.2 Nota hist´ orica

Os matem´aticos do s´eculo XVIII se debru¸caram sobre problemas dif´ıceis ligados ao campo da f´ısica, dentre os quais um dos mais famosos ´e o problema da corda vibrante.

Estes estudiosos tiveram que desenvolver intensamente o instrumental matem´atico j´a existente para que tal pudesse ser utilizado na resolu¸c˜ao deste problema.

Como veremos neste cap´ıtulo, o problema de vibra¸c˜ao de cordas se reduz a encontrar uma solu¸c˜ao para a equa¸c˜ao

utt =c2uxx,

conhecida como equa¸c˜ao da onda. A equa¸c˜ao foi estudada e derivada pela primeira vez por D’Lambert em 1746. Tal problema tamb´em atraiu a aten¸c˜ao de diversos matem´aticos, como Euler (1748), Daniel Bernoulli (1755) e Lagrange (1759). Os dois primeiros chegaram `a conclus˜ao de que a solu¸c˜ao deveria ser da forma

u(x, t) =F(x+ct) +G(x ct), onde F e G s˜ao fun¸c˜oes reais.

J´a Bernoulli chegou `a express˜ao u(x, t) =

X1 n=1

ansen(nx)cos(nct),

quando a corda de comprimentovibra por uma pertuba¸c˜ao da sua posi¸c˜ao de repouso.

Os m´eritos entre essas solu¸c˜oes foram dicutidos de forma acalorada numa s´erie de debates que perduraram por mais de vinte e cinco anos. Entre os pontos principais destas discuss˜oes estava o que diz respeito `a natureza de uma fun¸c˜ao, j´a que o conceito de fun¸c˜ao como entendemos hoje n˜ao estava formulado de maneira concreta naquela

´epoca. Tamb´em entre as discuss˜oes estavam os tipos de fun¸c˜oes que poderiam ser representadas por s´eries trigonom´etricas. Tais quest˜oes n˜ao foram resolvidas at´e o s´eculo XIX.

Na ´epoca de Euler havia duas classes de fun¸c˜oes, a saber, as cont´ınuas, que eram as que podiam ser expressas por uma equa¸c˜ao entrex ey, e as geom´etricas, que eram todas aquelas que podiam ser tra¸cadas a m˜ao livre. Admitia-se tamb´em que a classe

(27)

de fun¸c˜oes cont´ınuas era menor que a classe de fun¸c˜oes geom´etricas, porque uma linha partida n˜ao era considerada uma fun¸c˜ao cont´ınua no sentido da ´epoca, e sim v´arias fun¸c˜oes.

Essencialmente as solu¸c˜oes propostas por D’Lambert e Euler eram as mesmas, mas a diferen¸ca estava no significado de fun¸c˜ao em cada caso. No caso de Euler admitia-se quaisquer fun¸c˜oes geom´etricas para os dados iniciais; D’Lambert, por sua vez, tomava apenas fun¸c˜oes cont´ınuas para esta posi¸c˜ao.

Bernoulli dizia que a sua solu¸c˜ao era absolutamente geral e que continha as dadas por D’Lambert e Euler, por´em, Euler contestava que isto era imposs´ıvel, pois se a fun¸c˜ao fosse escrita como uma s´erie de senos, isso implicaria que ela era peri´odica e ´ımpar, e a ideia de que uma express˜ao anal´ıtica representasse uma fun¸c˜ao em um intervalo n˜ao era aceita na ´epoca.

Em 1759, Lagrange mostrou que a solu¸c˜ao da equa¸c˜ao da onda para uma corda de comprimento 1, quando a posi¸c˜ao inicial ´e dada porf(x) e a velocidade inicial porg(x)

´e da seguinte forma:

u(x, t) = 2 Z 1

0

X1 n=1

senn⇡ycosn⇡ctf(y)dy+ 2 Z 1

0

1

nsenn⇡ysenn⇡xsenn⇡ctdy, e dessa forma ele conseguiu representar a express˜ao na forma prevista por Euler.

Foi tarefa de Fourier (1811) explicitar os coeficientes e escrever a s´erie de senos e cossenos de v´arias fun¸c˜oes. Ele afirmou que qualquer fun¸c˜ao poderia ser representada pela s´erie que recebeu o seu nome e, apesar disso n˜ao ser verdade, recebeu as gl´orias de ter apresentado a forma da s´erie que deveria representar a fun¸c˜ao.

Todas estas contribui¸c˜oes levaram `a consolida¸c˜ao da moderna teoria das s´eries de Fourier, e dessa forma a matem´atica pode ser desenvolvida para que, assim, o problema de pequenas vibra¸c˜oes de uma corda pudesse ser finalmente solucionado.

2.3 Dedu¸c˜ ao f´ısica da equa¸c˜ ao da corda vibrante

Porcorda entenderemos um fio fino perfeitamente flex´ıvel, isto ´e, que n˜ao apresente resistˆencia ao ser dobrado. Iremos estudar o problema de pequenas vibra¸c˜oes trans- versais de uma corda, e tal fenˆomeno ser´a localizado num plano (x, u). Iremos, ainda, supor que a corda vibre em torno da sua posi¸c˜ao de repouso ao longo do eixox. Por transversal, entenderemos a oscila¸c˜ao que se realiza em um plano que cont´em o eixo dos x e em que cada part´ıcula que comp˜oe a corda se desloca perpendicularmente a esse eixo.

(28)

Figura 2.1: Vibra¸c˜oes transversais

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ondas_transversais

Representaremos por u(x, t) o deslocamento de cada ponto x da corda no instante t, partindo da posi¸c˜ao de equil´ıbrio. Para deduzirmos a equa¸c˜ao diferencial parcial a qual a fun¸c˜ao u(x, t) deve satisfazer, utilizaremos a segunda lei de Newton, tamb´em conhecida como oprinc´ıpio fundamental da dinˆamica, que nos diz:

“A derivada com rela¸c˜ao ao tempo da quantidade de movimento ´e igual a soma das for¸cas aplicadas”.

E necess´ario perceber que as grandezas f´ısicas envolvidas nessa lei s˜ao vetoriais, isto´

´e, dependem da dire¸c˜ao e do sentido dos vetores, de modo que, ao apic´a-la, estaremos atentos a este fato.

No modelo com qual trabalharemos, consideraremos o sistema mecˆanico constitu´ıdo por um trecho arbitr´ario da corda entre dois pontos x = a e x =b. Chamaremos de

⇢(x, t) a densidade linear da corda, que ´e dada pela massa dividida pelo comprimento.

Como estamos supondo que as part´ıculas que constituem a corda se deslocam trans- versalmente atrav´es de pequenas vibra¸c˜oes, vemos que a massa n˜ao se altera ao longo do tempo, concluindo assim que a densidade linear n˜ao depender´a det. Devido a isto, denotaremos a densidade linear da corda por⇢(x).

Portanto, a quantidade de movimento da corda entre os pontos x = a e x = b ´e dada por

M(t) = Z b

a

⇢(x)ut(x, t)dx, (2.1)

onde ut(x, t) designa a velocidade do ponto x da corda no instante t. A integral na express˜ao (2.1) ´e devido a velocidade n˜ao ser necessariamente constante em todos os pontos da corda, logo, a quantidade de movimento deve ser a soma infinitesimal da densidade vezes a velocidade do trecho que estamos trabalhando.

A hip´otese da vibra¸c˜ao transversal tamb´em nos leva a concluir que n˜ao h´a compo- nente de velocidade no eixo x, pois, como dito, as part´ıculas constituintes da corda se movem no sentido normal a x, logo, existe componente de velocidade apenas no eixo u.

(29)

Existem dois tipos de for¸ca a serem considerados. O primeiro tipo se refere `a a¸c˜ao do resto da corda sobre o trecho entreaeb, a que chamamos de for¸cas de tens˜ao na dire¸c˜ao das retas tangentes ao pontoaeb, s˜aoFa eFb respectivamente. E representaremos por f(a, t) e f(b, t), respectivamente, as intensidades destas for¸cas. Na ilustra¸c˜ao abaixo, podemos observar graficamente a representa¸c˜ao destas for¸cas

Figura 2.2: For¸cas de tens˜ao Fonte: [2, p. 131]

onde a e b correspondem aos ˆangulos das retas tangentes `a corda com eixos x =a e x=b, respectivamente.

Usando a segunda lei de Newton, que foi enunciada anteriormente, e lembrando que n˜ao existe quantidade de movimento na dire¸c˜ao do eixo x, devido a ausˆencia da componente de velocidade neste eixo, temos:

X

i

F~i = @ ~M

@t (2.2)

Como foi dito, nesta lei estamos lidando com grandezas vetoriais, logo, existem duas componentes poss´ıveis, a saber, a no sentido ue a no sentido x, as quais s˜ao represen- tadas da seguinte forma:

X

i

f~ix = @ ~Mx

@t X

i

f~iu = @ ~Mu

@t

(2.3)

Olhando para a componente x, e lembrando que n˜ao h´a quantidade de movimento nesta dire¸c˜ao, conclu´ımos que

X

i

f~ix = 0. (2.4)

Al´em disso, veja na Figura 2.2 queFaeFb est˜ao na mesma dire¸c˜ao, que ´e a do eixo x, por´em em sentidos opostos. Da´ı, como em (2.4) o somat´orio destas componente ´e

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