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MINÉIA LIMA DA SILVA A METODOLOGIA INTERACIONISTA E O DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DE ACORDO COM PIAGET E WALLON

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Taboão da Serra 2019

MINÉIA LIMA DA SILVA

A METODOLOGIA INTERACIONISTA E O

DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DE ACORDO

COM PIAGET E WALLON

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Taboão da Serra 2019

A METODOLOGIA INTERACIONISTA E O

DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DE ACORDO

COM PIAGET E WALLON

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera de Taboão da Serra, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Pedagogia.

Orientador: Mariana Cardoso

MINÉIA LIMA DA SILVA

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MINÉIA LIMA DA SILVA

A METODOLOGIA INTERACIONISTA E O

DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DE ACORDO

COM PIAGET E WALLON

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera de Taboão da Serra, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Pedagogia.

BANCA EXAMINADORA

Professora. Especialista, Érika Cristina. Fragoso.

Professor. Mestre, Jeter Gomes Santana.

Professora. Especialista, Márcia de Jesus Temoteo.

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Dedico este trabalho...

Agradeço primeiramente à Deus, que me deu o dom da vida e me abençoa todos os dias com o seu amor infinito. Sou grato aos meus pais pela aprendizagem de toda uma Aos amigos e colegas de estudo meu muito obrigado (a), por torcerem e vibrarem com a minha conquista.

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AGRADECIMENTOS

Obrigado, meu Deus, por abençoar o meu caminho durante esse trabalho. A fé que tenho em ti alimentou meu foco, minha força e minha disciplina. Sou grato pelas bênçãos que recaíram não só sobre mim, mas também sobre todos os amigos e familiares.

Dedico esse trabalho em memória da minha mãe falecida que tanto amava. Sou grata aos colegas de sala da universidade, que tornaram os dias de aula mais felizes. Gratidão eterna aos nossos orientadores, que foram incansáveis desde o primeiro encontro e nunca negaram uma ajuda.

Agradeço à instituição, que me proporcionou a chance de expandir os meus horizontes. Obrigada pelo ambiente criativo e amigável nesses três anos e meio de formação.

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O principal objetivo da educação é fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações fizeram. (PIAGET, Jean).

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SILVA, MINÉIA LIMA. A metodologia Interacionista e o Desenvolvimento da aprendizagem de acordo com Piaget e Wallon

.

2019. 33 páginas. trabalho de conclusão de curso (graduação em Pedagogia) – Faculdade Anhanguera, Taboão da Serra, 2019.

RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo geral, apresentar reflexões e compreender, alguns aspectos relevantes da metodologia interacionista em Piaget, entender como acontece o processo de aprendizagem de acordo com Piaget e Wallon e compreender as semelhanças entre as teorias Piagetianas e Wallonianas e suas contribuições na área pedagógicas. Neste caso serão consultados livros de autores nomeados e documentos oficiais, publicados nos últimos 31 anos, sobre a temática apresentada, tendo como os principais autores utilizados, tais como: Azenha (2006) Piaget (2005) Wallon (2010) . Portanto este trabalho tem o intuito de mostrar a importância da a metodologia de ensino na visão interacionista em Piaget e Wallon, a contribuição dos autores com uma reflexão construtivista e quais suas contribuições para o desenvolvimento do educando. Contribuindo assim para o desenvolvimento da educação pessoal, social e acadêmica.

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SILVA, MINÉIA LIMA. A metodologia Interacionista e o desenvolvimento da aprendizagem de acordo com Piaget e Wallon

.

2019.33 páginas. trabalho de conclusão de curso (graduação em Pedagogia) – Faculdade Anhanguera, Taboão da Serra, 2019.

ABSTRACT

The research aims to understand, highlight the relevant aspects of the interactive methodology in Piaget, understand how it happens the cordo learning process with Piaget and Wallon and understand the similarities between Piagetian and Wallonian theories and their contributions in the pedagogical area . In this case will be consulted books of nominated authors and official documents, published in the last 31 years, on the subject presented, having as the main authors used, such as: Azenha (2006) Piaget (2005) Wallon (2010). Therefore this work aims to show the importance of teaching methodology in the interactive vision in Piaget and Wallon, the contribution of the authors with a constructive reflection and their contributions to the development of the student. Thus contributing to the development of personal, social and academic education.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 13

2. RESSALTAR ASPECTOS RELEVANTES DA METODOLOGIA

INTERACIONISTA EM PIAGET. ... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

3. ENTENDER COMO ACONTECE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ACORDO COM PIAGET E WALLOON ... 20

4. DESTACAR SIMILARIDAES ENTRE AS TEORIAS PIAGETIANAS WALLONIANAS E SUAS CONTRIBUIÇÕES NA ÁREA PEDAGÓGICA... ERRO! INDICADOR NÃO DEFINIDO.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 32

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1. INTRODUÇÃO

A presente pesquisa cujo tema foi a Metodologia Interacionista em Piaget e o desenvolvimento da aprendizagem de acordo com Piaget e Wallon, visa ressaltar a relevância da metodologia sócio-interacionista no processo de ensino e aprendizagem, levando em consideração o porquê a aprendizagem ocorre em diferentes momentos.

A partir da Metodologia Interacionista em Piaget e o desenvolvimento da aprendizagem de acordo com Piaget e Wallon, fez-se necessário elencar o seguinte problema de pesquisa: Qual a importância Metodologia Interacionista, para o processo de ensino e aprendizagem de acordo com Piaget e Wallon? O intuito é mostrar e refletir que a partir da Metodologia Interacionista é possível levar o educando a uma aprendizagem eficaz, onde as interações sociais servem como norte para uma aprendizagem que seja significativa.

A pesquisa tem como objetivo geral: Compreender a metodologia de ensino na visão Metodologia Interacionista de acordo com Piaget e Wallon, e como objetivos específicos: Ressaltar aspectos relevantes da Metodologia Interacionista em Piaget. Entender como acontece o processo de aprendizagem de acordo com Piaget e Wallon. Destacar similaridades entre as teorias Piagetiana e Walloniana e suas contribuições na área pedagógica.

A presente pesquisa se enquadra no método da pesquisa bibliográfica, realizada dentro das abordagens qualitativas. Uma das principais características da abordagem qualitativa a intensidade de busca do pesquisador no ambiente da pesquisa, isto é, o pesquisador precisa manter uma proximidade direta e longa com o assunto da pesquisa.

A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos. Embora em quase todos os estudos seja exigido algum tipo de

trabalho dessa natureza, há pesquisas desenvolvidas

exclusivamente a partir de fontes bibliográficas. Boa parte dos

estudos exploratórios pode ser definida como pesquisas

bibliográficas. (GIL, 2002, p.44)

Neste caso foram consultados livros de autores nomeados, Por Que Piaget? A educação Pela Inteligência, Filosofia da Educação de Aranha, artigos acadêmicos: Contribuições de Henri Wallon à relação cognição e afetividade na educação,

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documentos oficiais: Constituição Federal do Brasil de 1988, publicados nos últimos 31 anos, sobre a temática apresentada. Assim, faz com que o pesquisador além de ampliar seus conhecimentos, torne-se um leitor na busca e levantamento dos dados e informações, que envolvam o desenvolvimento e aperfeiçoamento de novas ideias. Para pesquisa foi utilizado como palavras chaves: Interacionismo, contribuições Wallonianas, contribuições Piagetianas, Afetividade, Cognição.

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2. RESSALTAR ASPECTOS RELEVANTES DA METODOLOGIA

INTERACIONISTA EM PIAGET.

Para entender como Piaget chegou à metodologia sócio-interacionista, primeiramente precisamos buscar um pouco de sua trajetória para que então se compreenda como o autor chegou a esse conceito. Saber alguns elementos da vida do homem ajuda a compreender preocupações de cientistas como no caso de Piaget que foi uma criança precoce que se interessava por questões científicas desde os sete anos. Piaget estudou os moluscos que eram abundantes nos lagos suíços. Aos vinte e um anos Piaget já havia publicado mais de 25 artigos relacionados a moluscos e temas zoológicos. Azenha, (2016, p.13) A principal questão que a biologia poderia ajudar a resolver seria a epistemológica, isto é, o problema do conhecimento. Esse é o ponto crucial das preocupações Piagetianas. Explicar o modo pelo qual o homem atinge o conhecimento.

No entanto ele não se interessava apenas por temas biológicos, o cientista também se interessou por questões de cunho religioso que o levou a procurar respostas as suas perguntas na filosofia. Piaget concluiu que havia uma lacuna e esta precisava ser preenchida tal lacuna situava-se entre o rigor, entre os métodos biológicos e a filosofia. Azenha (2006, p.13) “a formação típica de cientista levou-o a procurar um suporte experimental para suas especulações filosóficas de maneira a poder construir uma epistemologia de base biológica”.

Levando em conta os seus estudos religiosos Piaget expõe a ideia de que Deus existe e seria a solução e a explicação de todas as coisas. Ainda falando sobre os seus estudos religiosos o autor expõe em sua teoria a discordância em se trabalhar o ensino tradicional, pois o mesmo tem o professor como detentor de todo o saber.

A escola tradicional não conhece outro relacionamento social além daquele que liga um professor, espécie de soberano absoluto detentor da verdade intelectual e moral, a cada aluno considerado individualmente: a colaboração entre alunos e mesmo a comunicação direta entre eles acham-se excluídas do trabalho da classe e dos deveres de casa (por causa das “notas” atribuídas e da atmosfera de exame. (PIAGET, 2015, p.100).

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A concepção Piagetiana das formações intelectuais surgiu do modelo biológico, onde ocorrem frequentemente traços entre o organismo e o ambiente. Concepções essas adquiridas através de seus estudos sobre os moluscos.

O interesse que impulsionou Piaget foi clássico da filosofia no que se refere à aquisição do conhecimento como se chegar a ele e como é possível se passar a outro tipo de conhecimento qualitativamente superior, partindo dos critérios do conhecimento científico. O motivo que conduziu Piaget a psicologia do desenvolvimento foi determinar as contribuições das atividades do individuo e as restrições da natureza dos objetos. No entanto a originalidade de Piaget inspira-se no tratamento experimental de problemas filosóficos.

Assim, o problema poderia ser superado se o estudo das estruturas cognitivas ou o estudo da linguagem fosse feito de maneira análoga àquela que estuda os órgãos do corpo, levando-nos ao conhecimento dos fundamentos físicos, das estruturas mentais. (AZENHA, 2016, p.28).

Partindo de uma concepção construtivista como salienta Piaget, poderiam ser incluídas a descrição e explicação de como se forma as estruturas intelectuais e as estruturas da inteligência mesmo que estas não tenham sido estabelecidas por ocasião do nascimento elas serão elaboradas gradativamente pela necessidade lógica do organismo. Azenha (2006, p.27) “Admitem a existência de grandes números de estruturas mentais predefinidas por ocasião do nascimento”. A construção do estoque de conhecimentos ou do conjunto de significados que fazem parte da identidade psicológica são resultados das interações com o mundo. Não existem estruturas inatas desses significados que sejam de herança, a forma como o homem interage com o ambiente que irá propiciar a organização desses significados em estruturas cognitivas que resultaram no produto do funcionamento intelectual.

Jean Piaget foi um dos principais autores que falaram sobre o interacionismo e sua importância mediante a formação dos educandos, pois ele retrata de quais os métodos eram utilizados para forçar as crianças a memorizar conteúdos, que eram por forma de castigo invés de fazer a construção do conhecimento.

Enquanto a criança, deixa livre, em meio sociocultural rico, empenha-se, espontaneamente, em intensa atividade intelectual, motora e

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verbal ( aquisição de hábitos e de conhecimentos), na escola só se consegue sua participação nas atividades mediante prêmio e castigo ( notas, conceitos, destaques, privações e até punição corporal). Não será que os processos escolares contariam a forma natural de a criança desenvolver- se? (LIMA,1998,p.9).

Devida à educação não formal, a criança trás saberes que muitas vezes não são levadas em consideração pelos professores e não adéquam suas aulas levando em conta os conhecimentos prévios dos alunos.

A criança surpreende os adultos com extraordinária capacidade de aprendizagem de aspectos vitais e socioculturais que não fazem parte dos currículos e programas escolares. O que apresentamos as crianças em nossas escolas é o mesmo que se deve ensinar? (LIMA,1998,p.10).

Na teoria de Piaget ele fala de dois tipos de abstração e através delas é possível se compreender, a ordem, raciocínio lógico matemático, a realidade e desenvolver o conhecimento científico, pois ele aponta que fazer o uso de materiais concretos é uma excelente forma que o educador tem para chegar ao condicionamento e a alfabetização dos alunos.

J. Piaget distingue dois tipos de abstração ( dois tipos de resultado da ação): a) abstração a partir do objeto, que fornece ao pensamento uma espécie de maquete da realidade, permitindo que a atividade se desenvolva segundo os “atributos” dos objetos ( experiência física ou conhecimento da realidade); b) abstração a partir da ação, através da qual a atividade “ toma consciência” da forma como age sobre os objetos, impondo lhes determinada ordem ( experiência lógico-matemática). O encontro desses dois resultados da ação da o grau de objetividade do indivíduo e o nível de conhecimento científico. (LIMA,1998,p.46).

Outro fator muito importante para o desenvolvimento integral do educando são os aspectos motores, verbal e mental e algo desenvolvido no decorrer de sua evolução e quando a problemas em algum desses fatores automaticamente a sua aprendizagem também estará comprometida, por tanto se faz necessário que o professor esteja sempre atento ao que se relaciona a esses aspectos.

O comportamento ou a atividade (motora, verbal e mental), tendem a manifestar-se, ao longo do desenvolvimento e da evolução, segundo modelos cada vez mais móveis, amplo, abrangentes e plásticos, até alcançarem a possibilidade de todas as combinações possíveis

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(abertura para todos os possíveis): o máximo de equilibração

corresponde ao máximo de possibilidades (flexibilidade).

(LIMA,1998,p.47).

Piaget realizou estudos com crianças em idade escolar observando o desenvolvimento da inteligência e a construção do real, levando-o a elaboração da psicologia genética através da qual elaborou a gênese do desenvolvimento cognitivo, que está dividido em quatro estágios. Segundo Aranha (2006, p.279), “ Os quatro estágios representam o desenvolvimento da inteligência (da lógica), da afetividade e da consciência moral desde o nascimento até a adolescência”.

Portanto os estágios conseguem de certa forma mostrar em qual fase do desenvolvimento a criança se encontra, dando aos professores um melhor entendimento de como ensinar, o que ensinar e como intervir em certas ocasiões.

O estágio sensório motor é marcado pela construção prática das noções de objeto, casualidade e tempo, essa fase necessita de bastante atenção, pois as crianças colocam todo o tipo de objetos na boca e também costumam a morder, conhecida também como fase oral. Pádua (2009, p.28) “Do nascimento a aproximadamente um ano e meio - dois anos, a criança se encontra no estágio sensório-moto”.

No estágio pré-operatório as crianças começam a fazer perguntas sobre todo tipo de questões é egocêntrica se acha o centro das atenções e não consegue se colocar no lugar do outro. Pádua (2009, p.30) “Este estágio é também conhecido como o estágio da representação e a criança permanece nele, aproximadamente, por cinco anos”.

Operações concretas é um estágio onde a criança é capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Pádua (2009, p.31) “Por volta dos 7-8 anos de idade aproximadamente, depois de ter passado por algumas fases de transição, a criança chega à constituição de uma lógica e de estruturas operatórias denominadas concretas”.

Operatório formal é um estágio em que a criança desenvolve o pensamento hipotético-dedutivo e com ele a lógica formal conseguindo aplicar em qualquer situação. Padua (2009, p.32) “Por volta dos 11 - 12 anos de idade, a criança chega ao mundo das operações formais”.

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Na metodologia interacionista o processo de ensino e aprendizagem ganham um novo protagonista: o aluno ele já não é mais visto como um ser passivo e sim um ser ativo e reflexivo. Sendo assim o principal ator de seu conhecimento. Constrói isso junto com o seu educador, que por sua vez se caracteriza como mediador entre o aluno e objeto de ensino auxiliando-o na sua aprendizagem de maneira que o aluno tenha sempre uma ampla experiência em busca do conhecimento.

A escola ativa pressupõe, ao contrario, uma comunidade de trabalho, com alternâncias entre o trabalho individual e o trabalho de grupo, porque a vida coletiva se revelou indispensável ao desenvolvimento da personalidade mesmo sob seus aspectos mais intelectuais. (PIAGET, 2015, p.100).

O conhecimento na criança se dá em um processo de construção histórica, culturais e sociais. A metodologia interacionista pressupõe que o conhecimento do aluno é construído ao longo de todo o processo de ensino, por meio de suas interações com os objetos. Na visão sócio-interacionista o conhecimento não é adquirido e sim construído. O aluno não é concebido como uma tábua rasa, ao contrario, ele trás consigo saberes que devem ser levados em consideração pelo professor e é a partir desses conhecimentos que o professor ira fundamentar sua metodologia de ensino, partindo da realidade concreta do aluno.

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3. ENTENDER COMO ACONTECE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE ACORDO COM PIAGET E WALLON.

Wallon nasceu na França no ano de 1879, antes de ser psicólogo lecionou filofia por um ano, então decidiu estudar medicina. O interesse de Wallon na verdade era pela psicologia com foco na psiquiatria infantil. O médico mostrava-se interessado pelo desenvolvimento psicológico das crianças. Além dos serviços hospitalares que desempenhava ele também se interessou pelo desenvolvimento psicológico das crianças em idade escolar com um olhar para a Educação Infantil.

É, portanto, à psiquiatria que irá dedicar-se durante alguns anos, mais especialmente a psiquiatria infantil nos diferentes serviços hospitalares, com interesse marcado pelas anomalias motoras e mentais da criança sobre as quais se dedica, de 1908 a 1914, com numerosas observações. (WALLON,2010,p.12).

Em 1925, fundou um laboratório destinado à pesquisa e ao atendimento de crianças deficientes. Empenhou-se em estudos sobre a psicomotricidade e os mecanismos da memória. Wallon fez inúmeras publicações que até os dias de hoje servem como fonte de pesquisa no campo da psicologia e no campo da educação.

Entretanto, ele sempre teve a preocupação de assegurar aplicações práticas por vezes imediatas, às suas pesquisas sobre educação infantil. Este foi o caso de seus estudos sobre a psicomotricidade, os mecanismos da memória ou do julgamento moral. (WALLON, 2010, p.13).

Wallon faleceu no ano de 1962 aos 83 anos. E sua pesquisa teve contribuições, para o desenvolvimento infantil de forma integral em seus aspectos afetivos, cognitivos e motor. Sua teoria significa um marco no pensamento psicológico, pois até então a afetividade era pouco valorizada no processo educativo. Wallon (2010,p. 37), “ Destaca que a afetividade é central na construção do conhecimento e da pessoa.

O autor destaca a afetividade como peça chave da sua teoria, é a interação entre a afetividade, motricidade e cognição no contexto da interação emocional e social que acontece o desenvolvimento cognitivo da criança. Wallon, (2010,p. 37), “ Para ele o homem é organicamente social”. Então a atividade motora é um aspecto

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relevante nesse processo. O ato motor é uma atividade expressiva que o bebê usa para se comunicar com o adulto. Wallon, (2010, p. 38), “esclarece que o ato motor quase sempre está dirigido ao outro, seja como solicitação ou manifestação, impregnadas de emotividade”. Com o passar do tempo à função simbólica vai se sofisticando, a criança desenvolve outros recursos, os atos motores vão diminuindo, pois, a criança começa a usar outros recursos para se comunicar com os adultos.

Wallon, (2010, p. 38), “Na medida em que a função simbólica se desenvolve a representação possibilita internalizar o ato motor”. Pode-se usar como exemplo: as palavras, quando as crianças começam a fazer o uso delas, diminuem as atividades motoras que fazem uso para se comunicar e as que ainda usam tornam-se mais refinadas.

O desenvolvimento do pensamento infantil para o autor não ocorre de maneira continua. Ele é marcado por rupturas, ou seja, por períodos de crises e conflitos. Essas rupturas são resultados do amadurecimento do sistema nervoso. Wallon, (2010, p. 40), “A criança passará por diferentes fases, cuja superação se dará por meio da vivência de uma ruptura, ou, nas palavras do autor, de uma crise”.

Entendendo o processo de aprendizagem de acordo como Wallon, destaca-se que a afetividade é de suma importância para a construção do conhecimento e da pessoa, pois o social, o emocional e os sentimentos são importantes para que forneça a maturidade e a independência de forma que a natureza humana compreenda as maneiras de relacionar-se. Então é importante que a criança desde cedo aprenda que não é tudo na hora que deseja, pois se uma mãe toda vez que a criança chorar pega-la no colo, vai fazer com que ela não passe por nenhuma frustração e isso faz com que ela cresça achando que tudo deve ser atendido no momento que quer e quando quer.

Significa dizer que o bebê expressa sua insatisfação por meio do choro, que de início é sua maneira de relacionar-se. Esse choro mobiliza a mãe e ela o interpreta de acordo com seus valores e significados culturais. A interação entre ambos será responsável pelo desencadeamento das funções cognitivas na criança. (WALLON 2010, p.37)

Quando ela ingressa na escola e vê que não é atendida prontamente, entra em conflito, se sente frustrada não tendo interação com os outros alunos causando problemas de aprendizagem causada pelo emocional que não foi trabalhado desde

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cedo no seu convívio com a família. Então podemos dizer que a família é o berço da aprendizagem e que os pais também são fundamentais nesse processo.

A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, Art., 205). Pode se entender que primeiramente o papel deve ser da família e só depois no período escolar que o estado tem dever de preparar e formar os educandos, sendo assim a escola e a família estão intimamente ligados.

Na teoria Walloniana a pessoa é vista de uma forma integral não há divisões. Wallon se posicionou contrário à concepção do ser humano visto de forma fragmentada, para ele mente e corpo fazem parte de um todo integrado mantendo uma relação dialética, onde trocas acontecem a todo instante.

Sua concepção psicogenética dialética do desenvolvimento apresenta uma grande contribuição para a compreensão do humano como pessoa integral, ajudando na superação da clássica divisão mente/corpo presente na cultura ocidental e dos seus múltiplos desdobramentos; Engloba em um movimento dialético a afetividade, a cognição e os níveis biológicos e socioculturais e também traz contribuições para o processo ensino-aprendizagem. (FERREIRA E RÉGNIER, 2010, p.24).

Pode-se dizer que a teoria Walloniana trouxe grandes contribuições para a construção das relações entre educador e educando, colocando a escola como objeto principal na construção dessas relações. Os conhecimentos teóricos relacionados à afetividade apresentados por Wallon servem como norte na construção dos processos de ensino-aprendizagem visando assim ampliar os saberes do professor, assim Ferreira E Régnier, (2010, p.25), “Valoriza a relação professor-aluno e a escola como elementos fundamentais no processo de desenvolvimento da pessoa completa.

E essa relação deve ser pautada na ética visando sempre a criticidade do aluno e seu desenvolvimento social, pois ele é contra a educação tradicional, onde os alunos eram passivos e meros receptores de informações, os professores devem proporcionar aos discentes a reflexão e uma educação de qualidade e criativa.

Em Piaget a criança aprende a partir do real o conhecimento acontece através do amadurecimento pedagógico que irá condizer com a sua faixa etária. Os

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seus conhecimentos são adquiridos através da assimilação do real com o imaginário e os materiais concretos são recursos que auxiliam na aquisição dos conhecimentos.

Nada é mais difícil para o adulto do que saber apelar para atividade do real e espontânea da criança ou do adolescente; no entanto, somente essa atividade orientada e incessantemente estimulada pelo professor, mas permanecendo livre nas experiências tentativas e até erros pode conduzir a autonomia intelectual. ( PIAGET, 2015, p. 97). Os recursos são de extrema importância, pois somente o exercício verbal não é o suficiente para que os alunos consigam resolver os problemas de compreensão. Diante desses pressupostos Piaget valoriza o outro como uma peça chave para que o educando em sua interação com o outro consiga assimilar e acomodar a sua visão de mundo e para que consiga entender os objetivos que lhes são pré-determinados. É essencial aguçar a curiosidade do estudante, desequilibra-lo.

O sujeito, ao entrar em contato com um objeto desconhecido, pode entrar em conflito com esse objeto, ou seja, no processo de assimilação, o que é novo, às vezes, oferece certas resistências ao conhecimento e para conhecer esse objeto o sujeito precisa modificar suas estruturas mentais e acomodá-las. E é a esse processo de busca do equilíbrio dessas modificações que Piaget denominou equilibração. (PÁDUA, 2009, p.25).

Por outro lado se a atividade só envolve coisas desconhecidas o estudante não terá nenhum um ponto de partida de que seja familiar e provavelmente achará tudo difícil. É preciso mesclar as duas coisas, um ponto de partida familiar e um ponto de chegada desconhecido instigante desafiador. Assim o professor estará fazendo o uso da assimilação e acomodação.

Assimilação significa interpretação, ou seja, ver o mundo não é simplesmente olhar o mundo, mas é interpretá-lo, assimilá-lo, tornar seus alguns elementos do mundo, portanto isso implica necessariamente em assimilar algumas informações e deixar outras de lado a cada relação existente entre o sujeito e o objeto. (PÁDUA, 2009, p.24).

O ponto de partida conhecido faz o uso da assimilação dando segurança ao estudante, já um ponto de chegada desconhecido demandara a acomodação, o que pode estimular a curiosidade.

A acomodação é uma variação de comportamento e não uma mera reação a determinados estímulos, pois a capacidade de variação das estruturas mentais deixa claro que mesmo as mais simples reações

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não são processos simplesmente mecânicos; a acomodação é a origem do processo de aprendizagem. (PÁDUA, 2009, p.25).

Na teoria construtivista a aprendizagem sempre envolve algum elemento de descoberta. Não se deve ensinar tudo ao aluno, mas deixar que ele descubra certas coisas através do seu próprio esforço. Isso significa que o aluno vai acabar cometendo erros durante a aprendizagem, afinal ele não vai receber tudo pronto das mãos do professor, mas isso faz parte da busca pelo conhecimento, o importante é que o professor não deixe o estudante estacionado no erro e ajude ele a procurar outros caminhos.

Seus primeiros interesses, suas primeiras brincadeiras, seus desenhos são essencialmente realistas e tendem unicamente a imitação daquilo que existe. Em suma, o pensamento da criança tem toda a aparência de um cuidado exclusivo com o realismo. (PIAGET,2005 p. 33).

Para crescer aprender e adquirir conhecimento o ser humano precisa dos outros, interagir, trocar, partilhar, navegar e construir o conhecimento precisa-se da linguagem, a grande ferramenta social de contato que possibilita a troca com o outro, permitindo ao outro que o complete. A linguagem é a ferramenta que torna o animal homem verdadeiramente humano.

A escola sem sombra de dúvidas é o ambiente, onde proporciona a aprendizagem em todos os fatores. Aranha (2006, p.159) ”. Ninguém pode negar que a escola é por excelência um local em que-bem ou mal- circula o conhecimento”. Se o ambiente for atrativo e que chame atenção do aluno ele com certeza terá mais interesse, com recursos que estejam ao alcance da criança e que ela possa fazer uso dos objetos, a afetividade do professor, a mediação, os métodos, procedimentos fazem com que o aluno chegue ao senso critico colocando em segundo plano aquilo que o senso comum expõe.

Em que medida a criança distingue o mundo exterior de um mundo externo ou subjetivo, e que separações entre o eu e a realidade objetiva? Todas essas questões constituem um primeiro problema: o da realidade na criança. (PIAGET,2005 p. 33).

Para que a criança aprenda, assimile, contextualize e abstraia é necessário que se faça uso dos materiais concretos e de uma metodologia construtivista, onde o aluno tenha contato com os materiais e faça uso de diversos recursos pedagógicos,

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dessa forma, por mais que haja as situações de desequilíbrio o professor como mediador conseguirá fazer com que o aluno chegue na acomodação de forma que aprendizagem seja prazerosa e espontânea.

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4. REFLETIR ENTRE AS CONTRIBUIÇÕES PIAGETIANAS E WALLONIANAS NA AQUISIÇÃO DO CONHECIMENTO HUMANO.

Wallon como Piaget também defende o interacionismo, porém para ele a afetividade esta intimamente ligada às atividades motoras e que as duas juntas são responsáveis pelo desenvolvimento integral da criança. Wallon (2010, p.34) “destaca-se por demonstrar que aspectos como a afetividade e atividade motora, via de regra na análise desse tema, têm importância decisiva no complexo interjogo funcional responsável pelo desenvolvimento da criança”.

Wallon assim como Piaget construiu a sua teoria dividida por estágios que integram a afetividade, inteligência, cognição, ato motor e a pessoa. Destacou que a mudança de uma fase para outra acontece por meio de alternâncias funcionais. As mudanças de estágio para outro ocorrem em movimentos contínuos de internalização e externalização.

Para Wallon o surgimento de uma nova etapa do desenvolvimento implica na incorporação dinâmica das condições interiores ampliando-as e ressignificando-as. A criança atravessa diferentes estágios que oscilam entre momentos de maior interiorização e outros mais voltados para o exterior, sendo possível demarcar alguns deles ao longo do desenvolvimento infantil. (WALLON, 2010 p.34).

No primeiro estágio o bebê realiza movimentos e reflexos involuntários e impulsivos. A afetividade predomina, pois é por meio dela que o bebê estabelece as suas primeiras relações sociais. Wallon, (2010, p. 35). “estágio Impulsivo (0 a 3 meses), estágio emocional (3 meses a 1 ano).

Segundo estágio, ocorre o desenvolvimento da fala os atos motores vão diminuindo e dando lugar ao ato mental, a criança começa a explorar o mundo através dos sentidos e das habilidades motoras. Wallon, (2010, p. 35). “estágio sensório-motor (12 a 18 meses), Projetivo (3 anos).

Terceiro estágio, nesse estágio a predominância da afetividade, a criança tem crises de oposição em relação ao adulto. Imita o modo de ser e pensar dos adultos principalmente das que despertam sua atenção como pais e professores. Wallon, (2010, p. 35). “ estágio do personalismo (3 a 6 aos), crise de oposição (3 a 4 anos), idade da graça (4 a 5 anos), imitação (5 a 6 anos).

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Quarto estágio é caracterizado pelo interesse da criança em explorar coisas novas sobre o meio físico e social. Ela avança no pensamento abstrato, ganha controle de habilidades como a memória voluntária, que é a capacidade de memorizar coisas intencionalmente. Wallon, (2010, p. 35), “estágio categorial (6 a 11 anos).

E o quinto estágio, nessa fase é comum que a afetividade apresente contornos cada vez mais racionais. As mudanças corporais influenciam o adolescente a buscar uma nova personalidade, os conflitos internos e externos fazem com que o adolescente volte para si mesmo buscando a sua autoafirmação. Wallon, (2010, p. 36), “ estágio adolescência (a partir dos 11 anos).

Ao discorrer sobre as características de cada estágio a teoria do desenvolvimento psicogenético de Wallon, oferece elementos de reflexão essenciais no processo de ensino-aprendizagem, contribuindo para que seja mais ativo e dinâmico levando o professor a pesquisar referenciando-se em orientações sobre atividades adequadas aos alunos concretos que ele possui em sala de aula.

E essa relação deve ser pautada na ética visando sempre a criticidade do aluno e seu desenvolvimento social, pois ele é contra a educação tradicional, onde os alunos eram passivos e meros receptores de informações, os professores devem proporcionar aos discentes a reflexão e uma educação de qualidade e criativa.

Wallon é, portanto um teórico que amplia e reconstrói a compreensão sobre o desenvolvimento da criança por erigir um modelo de investigação e interpretação que rompe com visões lineares e positivistas. Ele contribui ao iluminar com outro foco como se dão as passagens de um momento a outro do processo de desenvolvimento. (WALLON, 2010, p. 40).

Pode-se dizer que a teoria Walloniana trouxe grandes contribuições para a construção das relações entre educador e educando, colocando a escola como objeto principal na construção dessas relações. Os conhecimentos teóricos relacionados à afetividade apresentados por Wallon servem como norte na construção dos processos de ensino-aprendizagem visando assim ampliar os saberes do professor, assim Ferreira E Régnier, (2010, p.25), “Valoriza a relação professor-aluno e a escola como elementos fundamentais no processo de desenvolvimento da pessoa completa”.

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Wallon fez inúmeras publicações que até os dias de hoje servem como fonte de pesquisa no campo da psicologia e no campo da educação. Dentre elas podemos destacar uma pequena construção de uma escola no subúrbio parisiense na cidade de Boulogne-Billancourt. Essa escola era destinada e estudos e pesquisas e também para o acolhimento de futuros estudantes e supervisores de educação. Wallon, (2010, p.12) “Laça-se num trabalho de pesquisa sobre o desenvolvimento infantil por meio de entrevistas e enquetes sobre sua adaptação escolar e social, utilizando-se, para isso, de alguns textos testes conhecido nessa época”.

Pode-se enxergar uma similaridade entre Piaget e Wallon no que se refere aos seus estudos baseado no interacionismo, pois o autor expõe em sua teoria a discordância em se trabalhar o ensino tradicional, porque o mesmo tem o professor como detentor de todo o saber.

O autor tem como concordância o interacionismo, pois ele é fundamentado na valorização do sujeito, do aluno de suas experiências, suas capacidades, mas não só, pois ele também leva em conta os objetos. Aranha, (2006, p. 164), “ O conhecimento não está então no sujeito, nem objeto, mas resulta da interação entre ambos”. O interacionismo, também leva em conta os conhecimentos prévios do aluno, e as suas interações com o outro sendo esse um fator essencial na construção dos seus conhecimentos, pois o professor é um mediador e não detentor do saber. Aranha, (2006, p. 164), “Portanto, para o interacionismo não existem, de um lado, o sujeito constituído e, de outro, um objeto dado que se põem a interagir, mas é pela própria interação que se constituem o sujeito e o objeto”

Os dois autores falam que a afetividade é essencial para a vida do educando, assim como o ato motor, por que se a criança não consegue desenvolver bem as suas habilidades motoras provavelmente terá problemas com o seu desenvolvimento na fala, no andar, na motricidade grossa e fina, então para que todas sejam efetuadas com excelência os seus aspectos motores devem estar em pleno desenvolvimento, juntamente com os outros fatores respeitando a fase intelectual, ou seja, a maturidade da criança.

Se a afetividade é a energética ( motor, motivação, disparador, tonalidade, etc.) da ação ( e a ação é a inteligência motora verbal e mental), necessariamente, diz, deve haver um paralelismo constante entre a vida intelectual e a vida afetiva ( a forma d amar, por tanto, varia com o nível mental do amante). É provável, pois, que todo

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problema afetivo seja solidário a um problema intelectual ( não sendo o contrário verdadeiro, pois os problemas intelectuais são de natureza estrutural). Não se pode por exemplo, falar em “ amor materno” se a criança não tem a permanência do objeto ( fenômeno intectual)... (LIMA, 1998, p.57).

No ensino do Brasil, pode- se observar diversas contribuições dos autores Wallon e Piaget, pois por volta dos anos 90 vários textos foram traduzidos por estudantes e pesquisadores, despertando assim, o interesse em usar de suas metodologias no contexto escolar.

Destacamos os estudos e pesquisas que colocam em diálogo as chamadas abordagens psicogenéticas, reunindo, Piaget, Vigotski e Wallon, nesse conjunto que reúne cerca de 150 documentos, vários aspectos do desenvolvimento infantil e da aprendizagem são discutidos e investigados tomando como suporte esses referenciais. (WALLON, 2010, p. 40).

As contribuições de Piaget foram inúmeras, pois ele descobriu quatro estágios sendo eles: sensório motor, pré-operatório, operações concretas e operações formais, que trouxeram o entendimento de como a criança se comporta em cada fase, para que os educadores pudessem pautar o ensino levando em conta a maturação dos seus alunos.

A contribuição de Piaget para pedagogia tem sido, até hoje, inestimável, sobretudo devido às indicações sobre o estágio adequado para serem ensinados determinados conteúdos às crianças, sem desrespeitar suas reais possibilidades mentais, ou seja, de acordo com o seu desenvolvimento intelectual, afetivo e moral. (ARANHA, 2006, p. 177).

Piaget deixa bem claro em sua teoria que fazer referências entre o real e o abstrato são aspectos que ajudam na aprendizagem, pois quando a criança faz inferência com o seu dia a dia e sua realidade se torna mais fácil a sua assimilação e acomodação que também são critérios que o autor usa para dizer quando e como a criança aprende, pois ela só consegue contextualizar certos contextos se o acomoda e para que haja acomodação, no entanto precisa assimilar e é então que entra o exercício do real.

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A atitude dos indivíduos perante o real ( quer o real as crianças). A atitude dos indivíduos perante o real ( quer o real seja a natureza física, quer o meio sociocultural) depende de seu nível de desenvolvimento ( o tipo de organização das sociedades depende do nível médio do desenvolvimento de seus membros, o que modifica fundamentalmente as “teorias sobre o poder” dos sociólogos e politicólogos. (LIMA,1998, p. 53).

Pode-se dizer então que a aprendizagem tanto em Piaget como em Wallon ocorrem por meio de estágios e da maturidade dos alunos, pois assim os educandos entendem os conceitos básicos que se presa na educação do Brasil, pois ela vem pautada na ética, na moral, na afetividade, na interação social, na cognição, nas atividades motoras, em assimilação e acomodação de conteúdos, onde o equilíbrio se chega através de conteúdos bem contextualizado, visando o real, os materiais concretos e o professor como mediador dos conceitos. E as teorias veem para auxiliar o professor a compreender como ocorre o processo de ensino-aprendizagem, onde fornece elementos de reflexão, para intencionalizar a aprendizagem relacionando novos conceitos, valores e novos comportamentos.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Na presente monografia, foi apresentado o resultado de um estudo que teve como propósito, compreender a metodologia de ensino na visão interacionista de Piaget e Wallon, com autores que defendem uma educação construtivista. Sendo assim o tema da pesquisa foi: A Metodologia Interacionista e o Desenvolvimento da Aprendizagem de Acordo com Piaget e Wallon. Esse tema é importante porque vem-se de uma aprendizagem que era tradicional, onde os alunos aprendiam de uma forma mecânica sem o mínimo de interação e sem fazer associações com as suas vivencias, com o seu meio, então a aprendizagem acabava por ser sem sentido e os alunos não aprendiam, somente decoravam aquilo que se era proposto para reproduzir em provas que não valorizavam uma aprendizagem significativa. Os autores Piaget e Wallon trouxeram uma metodologia de ensino diferente daquela usada em sua época, onde há a valorização do eu, do outro e do grupo, trazendo uma alfabetização baseada em materiais concretos e na afetividade.

No primeiro capitulo foram abordados os aspectos relevantes da metodologia interacionista em Piaget, o autor fala da importância do desenvolvimento da inteligência e a construção do real na vida dos educandos e para tanto ele criou o estágio do desenvolvimento cognitivo que são eles: sensório motor, pré-operatório, operações concretas e operatório formal. Os estágios podem ser medidos conforme a maturidade em que a criança se encontra, dando aos professores um melhor entendimento de como ensinar, o que ensinar e como intervir em certas ocasiões.

No segundo capitulo falou-se Como Acontece O Processo De Aprendizagem De Acordo Com Piaget E Walloon. Na concepção de Wallon destaca-se que a afetividade é de suma importância para a construção do conhecimento e da pessoa, pois o social, o emocional e os sentimentos são importantes para que forneça a maturidade e a independência de forma que a natureza humana compreenda as maneiras de relacionar-se. Já Em Piaget a criança aprende a partir do real o conhecimento acontece através do amadurecimento pedagógico que irá condizer com a sua faixa etária. Os seus conhecimentos são adquiridos através da assimilação do real com o imaginário e os materiais concretos são recursos que auxiliam na aquisição dos conhecimentos.

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No terceiro capitulo falou-se sobre as contribuições entre as teorias Piagetianas e Wallonianas na aquisição do conhecimento humano, deste modo tanto Wallon como Piaget defendem o interacionismo. Os dois autores falam que a afetividade é essencial para a vida do educando, assim como o ato motor, por que se a criança não consegue desenvolver bem as suas habilidades motoras provavelmente terá problemas com o seu desenvolvimento na fala, no andar, na motricidade grossa e fina, então para que todas sejam efetuadas com excelência os seus aspectos motores devem estar em pleno desenvolvimento, juntamente com os outros fatores respeitando a fase intelectual, ou seja, a maturidade da criança.

Pode-se dizer que a aprendizagem tanto em Piaget como em Wallon ocorre por meio de estágios e da maturidade dos alunos, pois assim os educandos entendem os conceitos básicos que se presa na educação do Brasil, pois ela vem pautada na ética, na moral, na afetividade, na interação social, na cognição, nas atividades motoras, em assimilação e acomodação, onde o equilíbrio se chega através de conteúdos bem contextualizado, visando o real, os materiais concretos e o professor como mediador da aprendizagem.

A problemática em questão era: Qual a importância Metodologia Interacionista, para o processo de ensino e aprendizagem de acordo com Piaget e Wallon? No de correr da monografia a pergunta foi respondida, pois com os métodos utilizados pelos autores a partir da Metodologia interacionista é possível levar o educando a uma aprendizagem eficaz, onde as interações sociais servem como norte para uma aprendizagem que seja significativa, por mais que haja as situações de desequilíbrio o professor como mediador conseguirá fazer com que o aluno chegue à acomodação de forma que aprendizagem seja prazerosa e espontânea.

Sugestões para uma evolução da pesquisa seria incluir as contribuições de Vigotsky na aprendizagem interacionista.

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REFERÊNCIAS

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AZENHA, Maria da Graça, Construtivismo: de Piaget a Emilia Ferreiro,- 8ª edição- São Paulo: Ática, 2006.

BRASIL. Seção I Da Educação. Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Constituição Federal da Republica

Federativa Do Brasil,

https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_08.09.2016/art_205_.a sp, acesso em: 20/04/219

FERREIRA E RÉGNIER, Contribuições de Henri Wallon à relação cognição e afetividade na educação, Aurino Lima Ferreira e Nadja Maria Acioly-Régnier Educar, Curitiba, n. 36, p. 21-38, 2010. Editora UFPR.

GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4ª ed. São Paulo: Atlas, 2002.

LIMA, Lauro de oliveira, Por que Piaget? : a educação pela inteligência/ Lauro de Oliveira Lima.- Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

PÁDUA Gelson Luiz Daldegan de - A EPISTEMOLOGIA GENÉTICA DE JEAN PIAGET- 2009- Revista FACEVV/ 1º Semestre de 2009.

PIAGET, Jean, A representação do mundo na criança: com o concurso de onze colaboradores/ Jean Piaget; tradução Adail Ubirajara Sobral ( colaboração de Maria Stela Gonçalves), - Aparecida, SP: Ideias & Letras,2005.

PIAGET, Jean, Para onde vai a educação?/ Jean Piaget; tradução Ivete Braga-22ª ed.- Rio de Janeiro: José Olympio, 2015.

WALLON, Henri, Henri Wallon/ Hélenè G.- Alfandéry; tradução: Patrícia Junqueira. Org. Elaine T.D.M. Dias – Recife: Fundação Joaquim Nabuco, Editora Massagana, 2010. 134p.:Il. – ( Coleção Educadores)

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