• Nenhum resultado encontrado

Cryptococcus neoformans E Cryptococcus gattii: PERSPECTIVAS SOBRE A ECO-EPIDEMIOLOGIA E NOVOS NICHOS ECOLÓGICOS

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Cryptococcus neoformans E Cryptococcus gattii: PERSPECTIVAS SOBRE A ECO-EPIDEMIOLOGIA E NOVOS NICHOS ECOLÓGICOS"

Copied!
21
0
0

Texto

(1)

Cryptococcus neoformans E Cryptococcus gattii: PERSPECTIVAS SOBRE A ECO-EPIDEMIOLOGIA E NOVOS NICHOS ECOLÓGICOS

Tatiana Caroline Dias Pereira¹, Rosângela Abreu Monteiro de Barros² RESUMO

A Criptococose vem assumindo um papel relevante dentre as infecções fúngicas oportunistas por ser considerada uma das micoses mais comuns nos indivíduos imunodeprimidos. Seus agentes etiológicos, Cryptococcus

neoformans e Cryptococcus gattii, são encontrados na natureza em fezes de

pombos e outras aves, além de madeira em decomposição. Esse estudo justifica-se uma vez que o Cryptococcus neoformans e Cryptococcus gattii são fungos cosmopolitas encontrados em diferentes nichos em áreas ambientais, podendo dessa forma, acarretar prejuízo das funções para os indivíduos imunocompetentes, aumentando a morbidade e mortalidade nesses pacientes. Para realização desse estudo, foram feitas pesquisas através de revisão bibliográfica de artigos e periódicos que retratam o assunto. Os dados encontrados neste estudo abrem uma interessante perspectiva sobre a ecoepidemiologia do Cryptococcus gattii, uma vez que verificou-se que sua presença não está associada apenas a nichos ecológicos específicos, podendo ser encontrado em diferentes regiões e árvores.

Palavras-Chave: Cryptococcus neoformans; Cryptococcus gattii; Eco-epidemiology; Cryptococcosis.

ABSTRACT

The cryptococcosis has assumed an important role among the opportunistic fungal infections because it’s considered one of the most common fungal infections in immunocompromised individuals. Its etiologic agents,

Cryptococcus neoformans and Cryptococcus gattii, are usually found in nature

in pigeons and other birds feces, and in rotting wood.Its frequency has increased significantly after the time of transplantation and the use of immunosuppressive drugs and, at the time, with the AIDS epidemic. This study is justified because the Cryptococcus neoformans and Cryptococcus gattii are cosmopolitan fungi found in different niches in different environments and can thus cause damage to the functions of immunocompetent patients, increasing morbidity and mortality in these patients. To conduct this study, research was done through literature review of articles and journals that depict the subject. The findings of this study open an interesting perspective on the eco-epidemiology of Cryptococcus gattii, once it was noticed that their presence is not associated only with specific ecological niches, and it can be found in different regions and trees.

Keywords: Cryptococcus neoformans. Cryptococcus gattii. Eco-epidemiology. Cryptococcosis.

1-Faculdade de Colíder, FACIDER, Colíder,MT ,Brasil.

2- Universidade Federal de Juiz de Fora, UFJF, Juiz de Fora,MG, Brasil.

(2)

INTRODUÇÃO

Os fungos são seres vivos absortivos com organização celular e DNA delimitado por um envoltório nuclear (eucarióticos ou eucariontes). É um grupo extremamente diverso na natureza, e na sua grande maioria vivem de forma saprofítica, entretanto podem viver também como parasitas ou simbiontes. Metabolicamente versáteis, são fonte de metabólitos secundários como os alcaloides e outras substâncias tóxicas. Importantes patógenos de plantas, com frequência causam danos a alimentos e outros produtos (LACAZ et al.,2002).

São comumente encontrados na superfície do corpo como colonizadores ambientais transitórios, porém, sua presença pode ser deletéria, causando infecções humanas como as micoses e os micetomas. Aliando as novas técnicas de isolamento e identificação, diversos fungos foram caracterizados como agentes causadores dessas infecções (LACAZ et al.,2002).

As infecções fúngicas oportunistas são observadas com grande frequência em indivíduos imunocomprometidos, pacientes acometidos por AIDS, transplantados e submetidos à terapêutica antineoplásica e a corticoidoterapia, uma vez que se tornam mais susceptíveis a essas infecções (FERNANDES et al., 2000; DARZÉ et. al.,2000).

A Criptococose vem assumindo um papel relevante dentre as infecções fúngicas oportunistas por ser considerada uma das micoses mais comuns nos indivíduos imunodeprimidos. Seus agentes etiológicos, Cryptococcus

neoformans e Cryptococcus gattii, são encontrados na natureza geralmente em

fezes de pombos e outras aves, além de madeira em decomposição, mas podem viver saprofiticamente no organismo do homem (criptococose-infecção) (SILVA et al., 2008; FILIÚ et al.,2002; FERNANDES et al.,2000).

O gênero Cryptococcus é composto por aproximadamente 34 espécies, entretanto a Criptococose, é transmitida quase que exclusivamente pelas espécies C. neoformans e C. gattii (SILVA et al., 2008; FILIÚ et al.,2002; FERNANDES et al.,2000).

(3)

neoformans está associado a indivíduos imunodeprimidos, enquanto que Cryptococcus gattii está ligado à prevalência em indivíduos imunocompetentes

(SILVA et al., 2008; FILIÚ et al.,2002; FERNANDES et al.,2000).

Nesse cenário, esse estudo justifica-se uma vez que o Cryptococcus

neoformans e Cryptococcus gattii são fungos cosmopolitas encontrados em

diferentes nichos em áreas ambientais, além da universalidade e a peculiar adaptação de pombos, grandes vetores da infecção, a centros urbanos, relacionando-se com a ubiquidade deste agente fúngico, podendo dessa forma, acarretar prejuízo das funções para os indivíduos imunocompetentes e imunodeprimidos, aumentando a morbidade e mortalidade nesses pacientes.

Para realização desse estudo, foram feitas pesquisas através de revisão bibliográfica de artigos e periódicos que retratam o assunto.

1. TAXONOMIA

Desde os primeiros isolamentos de Cryptococcus, sua taxonomia tem sido revista. Com base nas diferenças genéticas, o sorotipo A de Cryptococcus

neoformans foi considerado como variedade distinta do sorotipo D, sendo

designado como Cryptococcus neoformans var. grubii. Diversos autores vêm utilizando progressivamente esta designação (FRANZOT, SALKIN e CASADEVALL, 1999).

Para buscar um consenso entre os autores, foi adotada a seguinte classificação para esse fungo na sua forma anamórfica durante o 16º

Congresso Internacional de Micologia Médica e Humana (ISHAM), realizado no ano de 2006 em Paris: gênero Cryptococcus, compreendendo duas espécies:

C. neoformans e C. gattii. A espécie C. neoformans possui duas variedades: neoformans (sorotipo D) e grubii (sorotipo A), além do hibrido (sorotipos AD).

Já a espécie C. gattii possui o sorotipo B e C (KWON-CHUNG e VARMA, 2006; LEVITZ e BOEKHOUT, 2006; LIN e HEITMAN, 2006).

2. ASPECTOS MORFOBIOQUÍMICOS DO CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS E CRYPTOCOCCUS GATTII

(4)

levedura haploide, capsulada e ovalada, medindo cerca de 3 a 8 µm de diâmetro, com brotamento único ou múltiplo a partir de qualquer ponto da parede celular. Nos meios de cultivos utilizados para leveduras, como ágar Sabouraud glicose ou ágar extrato de malte-extrato de levedura (YMA), crescem após três dias de incubação à temperatura de 25 a 37º. Apresentam-se como colônias mucoides, brilhantes, com a margem lisa e inteira, na cor branca que pode ir até o creme. Não produzem pseudo-hifas ou micélio (KWON-CHUNG e FELL, 1987).

A Identificação do Cryptococcus é feita a partir de um conjunto de características fisiológicas e bioquímicas. O fungo não fermenta carboidratos, assimila por mecanismo oxidativo como única fonte de carbono a glicose, maltose, sacarose, galactose, trealose, melizitose, D-xilose, L-raminose, sorbitol, manitol, dulcitol, D-manitol, α-metil-d-glicosideo, salicina, inositol e frutose. Detém a capacidade de hidrolisar a ureia e não assimila o nitrato como única fonte de nitrogênio inorgânico, além de não sofrer redução de nitrito (BARNETT, PAYNE e YARROW,1983).

Apresenta em sua estrutura microbiológica, uma cápsula de polissacarídeos que lhe confere antigenicidade. Essa cápsula polissacarídea, é considerada o fator de maior virulência do fungo, e atua na resistência à fagocitose mediada por macrófagos, neutrófilos e monócitos interferindo assim, na resposta imunológica do hospedeiro (PERFECT et al., 1998; BUCHANAN e MURPHY, 1998).

3. VARIEDADES E SOROTIPOS

(5)

Para diferenciar as espécies C. gattii e C. neoformans, o teste de CGB (canavanina-glicina-azul de bromotimol) é o mais empregado. A grande maioria dos isolados de C.neoformans são sensíveis a L-canavanina, não assimilando a glicina como única fonte de carbono e nitrogênio, desse modo, não crescem no meio CGB, não alteram o pH e consequentemente, a cor do meio se mantém original (KWON-CHUNG, POLACHEK e BENNETT, 1982; MIN e KWON-CHUNG, 1986).

Porém, a espécie C. gattii é naturalmente resistente a L-canavanina, sendo então, capaz de crescer no meio utilizando a glicina como única fonte de carbono e nitrogênio, produzindo a amônia, elevando o pH do meio e modificando a cor do indicador de pH, o azul de bromotimol, para azul cobalto ou azul esverdeado forte (KWON-CHUNG, POLACHEK e BENNETT, 1982; MIN e KWON-CHUNG, 1986).

A classificação sorológica - A, D e AD (C. neoformans), B e C (C. gattii) reflete as diferenças antigênicas do principal polissacarídeo capsular, a glucuronoxilomanana (GXM). A glucuronoxilomanana é aproximadamente 90% do polissacarídeo capsular. As diferenças na estrutura da GXM entre os isolados produzem diferenças antigênicas que separam os sorotipos A, B, C e D. Os isolados que apresentam constituintes antigênicos dos sorotipos A e D, representam o sorotipo AD, onde os determinantes antigênicos são os mesmos encontrados nos sorotipos A e D (BHATTACHARJEE, BENNETT e GLAUDEMANS, 1984; CHERNIAK e SUNDSTROM, 1994).

4. FATORES DE VIRULÊNCIA

C. neoformans e C. gattii podem ser considerados patógenos primário e

secundário, respectivamente, tendo a capacidade de gerar uma infecção em hospedeiro imunodeprimido e imunocompetente. Os fatores que induzem a sua patogenicidade se referem às características do hospedeiro e aos fatores de virulência propriamente ditos, afetando o grau de patogenicidade (KWON-CHUNG e RHODES, 1986; REOLON, PEREZ e MEZZARI, 2004).

(6)

tamanhos entre 1,8 a 3 µm, através da reprodução sexuada (REOLON, PEREZ e MEZZARI, 2004).

Através da enzima difenoloxidase, o fungo é capaz de sintetizar a melanina (pigmento hidrofóbico, negativamente carregado e de alto peso molecular). Entre as funções atribuídas à melanina, está a resistência aos efeitos fungicidas da radiação ultravioleta, a diminuição à susceptibilidade para anfotericina B e a resistência a agentes oxidantes. A melanina também atua protegendo a célula fúngica da ação de agentes oxidantes, gerados pelo fluxo de radicais livres pelas células de defesa imunológicas (WANG e CASADEVALL, 1994; WANG, AISEN e CASADEVALL, 1995; SALAS et al, 1996).

A cápsula polissacarídica protege o fungo da fagocitose, reduzindo a diminuição da apresentação de antígenos nas células T, levando a diminuição da resposta imunológica do hospedeiro, além de prejudicar a resposta leucocitária, interferindo na presença dos componentes do sistema complemento, impedindo a ligação dos receptores CR3 dos leucócitos (REOLON, PEREZ e MEZZARI, 2004).

Associados a esses fatores de virulência, estão às vias bioquímicas. C.

neoformans e C. gattii são capazes de produzir, tanto em meio de cultura,

quanto durante a infecção, o poliol D-manitol, que é utilizado e também secretado pelo fungo. A biossíntese do manitol pelo fungo protege a célula do stress ambiental – oxidativo e térmico, protege do ataque mediado por polimorfonucleares, além de atuar com um controlador da osmolaridade (CHATURVEDI et al, 1996; REOLON, PEREZ e MEZZARI, 2004).

(7)

5. CICLO DE VIDA

A reprodução do C. neoformans e C. gattii é assexuada, ocorrendo por brotamento, estando à grande maioria dos isolados clínicos e ambientais presentes na forma anamórfica haploide. Entretanto, essa levedura pode se reproduzir sexuadamente, correspondendo ao estado perfeito, denominado de

Filobasidiella neoformans, forma anamorfa C. neoformans e Filobasidiella bacillispora, forma anamorfa C. gattii (KNOW-CHUNG e BENNETT, 1992;

MITCHELL e PERFECT, 1995; SORREL e ELLIS, 1997; BOEKHOUT et al., 2001; CASALI et al., 2001; KNOW-CHUNG et al., 2002; TRILLES et al., 2004).

Apresentam dois tipos de reação sexual ou mating types (MAT), os quais são complementares. Possuem um lócus com dois alelos α (MATα) e a (MATa). Mais de 95% dos isolados clínicos e ambientais corresponde ao MATα (KWON-CHUNG e BENNETT, 1992; MITCHELL e PERFECT, 1995; FRANZOT et al. 1997; SORREL e ELLIS, 1997; CHATURVEDI et al., 2000; LENGELER et al., 2001; FORTES, 2001; OHKUSU et al., 2002; TRILLES et al., 2003; PAPPALARDO e MELHEM, 2003; LITVINTSEVA et al., 2005; TAY et al., 2005; ABEGG et al., 2006).

Um importante fator para a ocorrência do cruzamento é a limitação de nutrientes. As células MATa produzem o feromônio MFa na ausência de nitrogênio e, em resposta a esse feromônio, as células MATα formam um tubo de conjugação. Através da conjugação, as células produzem hifas dicarióticas com grampos de conexão. Essas hifas produzem basídios terminais subglobulosos ou clavados, onde ocorre cariogamia, meiose, mitose e, então a germinação dos basidiósporos em leveduras (KNOW-CHUNG & BENNETT, 1992; SORREL & ELLIS, 1997; CHANG et al., 2000; LENGELER et al., 2001).

Em amostras que apresentam o mesmo mating type, o fungo pode reproduzir por frutificação haploide, ocorrendo em resposta à ausência de nitrogênio e/ou dissecação. Inicialmente a frutificação haploide foi descrita apenas para as células MATα, entretanto, foi observada em alguns isolados MATa (WICKES et al., 1996; TSCHARKE et al., 2003)

(8)

para o lócus reprodutivo, podendo ser encontrado como aneuploide ou diploide, como resultado da reprodução dos sorotipos A (MATα) e D (MATa) (CHATURVEDI et al, 2000; BOEKHOUT et al., 2001; LENGELER et al., 2001).

A reprodução do Cryptococcus é conhecida somente in vitro, porém, ambas as espécies de tipos de reação sexual complementares podem coexistir em um mesmo nicho, possibilitando a ocorrência de cruzamentos naturais (LAZERA et al., 2000; FORTES, 2001; FRASER et al., 2003; TRILLES et al., 2003).

Como consequência desse cruzamento, ocorre transferência do material genético, alteração da virulência e a resistência a agentes antifúngicos. Após a utilização do processo sexual in vivo, o fungo realiza uma subsequente expansão clonal para a sua disseminação. Essa disseminação faz com que grande parte dos isolados ambientais mostre alta similaridade, sendo eles tanto de locais vizinhos ou longínquos. Entretanto, isolados do mesmo nicho não são necessariamente idênticos, mas semelhantes geneticamente (FRANZOT et al., 1997; TRILLES et al., 2003; LITVINTSEVA et al., 2005).

Para o entendimento da ecologia e virulência do fungo, é importante a determinação do fenótipo e da ploidia. O MATα é considerado o mais virulento (KWON-CHUNG e BENNETT, 1992; MITCHELL e PERFECT, 1995; OHKUSU et al., 2002).

6. CRIPTOCOCCOSE

A criptococose é considerada uma infecção fúngica oportunística, pois afeta principalmente indivíduos com o sistema imunológico comprometido, como pacientes com HIV, pacientes em uso de corticoides, imunossupressores, pacientes que fazem uso de medicamentos inibidores do fator de necrose tecidual, diabéticos, portadores de neoplasias malignas, cirrose hepática, insuficiência renal, doença pulmonar crônica, sarcoidose e anemia falciforme (AGUIAR et al, 2006).

(9)

A levedura causa meningoencefalite, acompanhada ou não, de acometimento renal, entre outros órgãos. As lesões pulmonares apresentam-se, na maioria dos casos, silenciosas, menos de 10% dos pacientes com criptococose disseminada apresentam no momento do diagnóstico o envolvimento pulmonar clinicamente aparente (LACAZ et al., 2002; AGUIAR et al., 2006; CONSENSO EM CRIPTOCOCOSE, 2008).

A forma clínica mais comumente diagnosticada é a meningoencefalite, ocorrendo em mais de 80% dos casos, isolada ou associada ao acometimento pulmonar. Essa levedura tem tropismo pelo sistema nervoso central, pois existe grande quantidade de catecolaminas nessa região, componentes importantes para a produção de melanina pelo fungo. Essa substância o protege da ação dos radicais livres, auxiliando na sua sobrevivência no hospedeiro (BIVANCO, MACHADO e MARTINS, 2006; CONSENSO EM CRIPTOCOCOSE, 2008).

A meningite causada pelo C. neoformans é uma das formas mais grave da doença. A grande quantidade de antígenos circulantes do fungo muda a osmolaridade do líquido cefalorraquidiano, alterando a viscosidade e a absorção, acarretando em um aumento da pressão intracraniana causando dores de cabeça e diminuição da acuidade visual. A produção de manitol pela levedura contribui para o aumento dessa pressão (BUCHAMAN e MURPHY, 1998).

Em pacientes imunodeprimidos, com AIDS ou outras doenças imunossupressoras, a meningoencefalite ocorre de modo agudo, com ampla variação dos sinais clínicos, com ausência de sinais meníngeos. Já nos pacientes não imunodeprimidos o quadro clínico resultante da inflamação do sistema nervoso é evidente, com ocorrência dos sinais meníngeos: náuseas, vômitos e rigidez da nuca (CONSENSO EM CRIPTOCOCOSE, 2008)

(10)

Nos pacientes com acesso a terapia antirretroviral (HAART), a incidência de meningoencefalite criptocócica diminui. Entretanto, a doença criptocócica continua sendo uma das principais causas de mortalidade no mundo em desenvolvimento (JARVIS e HARRISON, 2007). Globalmente, estima-se que aproximadamente 957.900 casos de meningite criptocócica ocorram a cada ano, resultando em mais de 600.000 mortes. A região com o maior número de casos estimados em 2006 foi na África (720.000 casos), seguido pelo Sul e Sudeste Asiático (120.000 casos) (PARK et al., 2009).

No Brasil, apesar do uso da HAART, a criptococose é a segunda doença neurológica mais prevalente em pacientes com AIDS e em fase de diagnóstico da síndrome (PAPPALARDO e MELHEM, 2003; OLIVEIRA et al, 2004).

7. ECOEPIDEMIOLOGIA DO CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS E CRYPTOCOCCUS GATTII

Epidemiologicamente, C. neoformans é cosmopolita, podendo ser encontrado em diferentes regiões geográficas, onde a vida saprofítica do fungo é relacionada a vários substratos orgânicos, entre eles, os contaminados com fezes de pombos. C. gattii vem sendo isolado em regiões de clima tropical e subtropical, e sua incidência no ambiente está relacionada à madeira em decomposição (KWON-CHUNG e BENNETT, 1992). Segundo Ellis e Pfeiffer (1990), um dos reservatórios naturais do C. gattii, são as flores do eucalipto –

Eucalyptus camaldulensis. Esse eucalipto é proveniente da Austrália e foi

exportado para o Havaí, Califórnia, México, Brasil, África e Ásia.

(11)

coletadas na região metropolitana de Vitória verificou-se a presença de

Cryptococcus gattii. Esse dado sugere que as condições climáticas da cidade –

região litorânea de temperatura média elevada não são propicias para ocorrência dessa espécie do fungo (BALTAZAR e RIBEIRO, 2008).

Os locais aonde foram isolados Cryptococcus gattii, as regiões de floresta Atlântica, são caracterizadas por terem árvores antigas, com umidade elevada e sombreamento, o que indica ser esse o ambiente propicio pra crescimento de Cryptococcus gattii no estado do Espírito Santo. Outro resultado demonstrado por esse estudo foi de que Cryptococcus gattii ocorre preferencialmente em árvores nativas, em regiões sem muita interferência humana, como sugerido por Nishikawa et al (2003). Nenhuma espécie de

Cryptococcus spp foi isolada de eucaliptos, demonstrando que o eucalipto não

é o único nicho ecológico dessa espécie (BALTAZAR e RIBEIRO, 2008).

Atualmente, Cryptococcus gattii, tem sido encontrado em diferentes árvores e regiões geográficas do mundo, demonstrando que sua ocorrência não está estritamente associada a árvores de eucalipto e a climas tropicais e subtropicais, podendo ocorrer também em locais de clima temperado (BALTAZAR e RIBEIRO, 2008).

FAVALESSA et al (2009), realizaram a primeira descrição da caracterização fenotípica e de susceptibilidade in vitro a drogas de leveduras do gênero Cryptococcus spp. no estado do Mato Grosso. Para a pesquisa, isolaram amostras de pacientes HIV positivos e negativos. Os resultados obtidos neste estudo apontam a maior prevalência de Cryptococcus

neoformans como causa de criptococose, e maior número de isolados desta

espécie susceptíveis ou susceptíveis dose-dependentes.

(12)

As torres, além de atuarem como abrigos para os pombos, servem também como grandes depósitos de excreta dessa ave, facilitando a propagação deste microrganismo. De acordo com Bulmer (1990), o C.

neoformans permanece viável em excreta seca durante 2 anos. A significação

destes espaços como nichos ecológicos para C. neoformans devem ser considerados seriamente através das autoridades políticas.

Em 2008, Silva e Capuano objetivando pesquisar a ocorrência de

Cryptococcus spp e parasitas em amostras de excretas de pombos coletaram

entre janeiro e setembro de 2006, 68 amostras de excretas depositadas em quatro áreas públicas da cidade de Ribeirão Preto, Brasil. Foram encontrados

Cryptococcus spp em 75% das amostras, parasitas em 32% e a presença

concomitante de ambos agentes patogênicos em 25% das amostras. Os resultados obtidos por esse estudo ressaltam a necessidade da adoção de medidas efetivas de proteção de áreas públicas, por meio de redução da população de pombos diminuindo a contaminação ambiental.

Carvalho et al. (2007) pesquisaram 10 amostras de fezes de pombos coletadas da zona rural da cidade de Alfenas,Brasil com o objetivo de verificar a presença de leveduras nas fezes de pombos, além de identificar os isolados em relação aos sorotipos e mating types. Após o isolamento em ágar Níger, 22 isolados com características de Cryptococcus neoformans foram obtidos. Dentre as 22 amostras avaliadas, 8 foram identificadas como C. neoformans. Estas amostras foram caracterizadas como sorotipo A e como sorotipo A MATα. Este estudo reforça a evidência de que as fezes de pombos constituem reservatório para C. neoformans e confirma a prevalência de C. neoformans var. grubii (Aα) nos isolados ambientais.

(13)

a disponibilidade de sementes de Níger, girassol, painço e alpiste nesses locais, que podem servir de substrato para o crescimento do fungo.

Reolon, Perez e Mezzari (2004) pesquisaram fontes saprofíticas de C.

neoformans em Porto Alegre, Brasil em amostras de excretas de pombos

coletadas nas praças da cidade. O fungo C. neoformans foi isolado em 100% (n= 88) das amostras. Esses resultados confirmam a existência de fontes ambientais do C. neoformans nos locais de estudo, onde o fungo pode ser disperso no ar e inalado. O fungo foi verificado em todas as praças onde foi realizada a coleta, sendo semelhante o número de propágulos por grama de fezes em todas as amostras, o que permitiu afirmar que, independente da localização, não houve diferença significativa na contaminação ambiental verificada.

C. neoformans tem a capacidade de colonizar a mucosa do papo dos

pombos sem causar a doença, comportando-se como endosaprófita natural dessas aves. Essa colonização explica-se pelo fato dos pombos terem por hábito, fragmentar e raspar pedaços de madeira e galhos, locais esses que são favoráveis à sobrevivência e reprodução do Cryptococcus, uma vez que ambas as espécies de Cryptococcus, neoformans e gattii, são capazes de produzir a lacase, o que permite a colonização na madeira, principalmente em estado avançado de decomposição (BALTAZAR e RIBEIRO, 2008; REOLON, PEREZ e MEZZARI, 2000; FILIU et al, 2002).

Apesar da resistência à invasão pelo C. neoformans devido a sua elevada temperatura corporal, os pombos são vetores desse fungo através dos seus excrementos. Entretanto, ainda não se sabe o porquê do fungo ser encontrado nesse local, uma vez que ele não é isolado no trato intestinal dessas aves, onde tem dificuldade de sobreviver à competição microbiana (BALTAZAR e RIBEIRO, 2008; REOLON, PEREZ e MEZZARI, 2004; FILIU et al, 2002).

Objetivando avaliar a susceptibilidade a agentes antifúngicos, Horta et al (2005) realizaram um estudo com os primeiros isolados ambientais de C.

neoformans sorotipo D no Rio Grande do Sul, Brasil. Os resultados indicaram

(14)

que as culturas de C. neoformans sorotipo D são mais sensíveis do que as de

C. neoformans sorotipo A.

Drummond et al (2007) avaliaram a atividade de fungicidas azólicos de uso agronômico (epoxiconazol, difenoconazol e ciproconazol) em comparação ao antifúngico de uso terapêutico fluconazol sobre 23 amostras ambientais de

C. neoformans isoladas de fezes de pombos coletadas em fazendas com

práticas agrícolas empregando compostos azólicos e 11 amostras clínicas isoladas de pacientes portadores de criptococose. O estudo não comprovou o desenvolvimento de resistência de C. neoformans aos compostos azólicos, mas a eficiência como antifúngico parece ser maior nos compostos azólicos de uso agronômico. De acordo com os resultados obtidos, tais compostos apresentaram um grau de inibição mais elevado em comparação ao azólico de uso terapêutico fluconazol tanto sobre os isolados de origem clínica quanto ambiental. Entretanto os antifúngicos utilizados na prática médica apresentam menor toxicidade ao paciente do que aqueles empregados no combate das doenças fúngicas das lavouras, aos quais o individuo pode se expor involuntariamente.

Fernandes et al (2000) estudaram 50 pacientes com lesões de criptococose meningoencefálica associada a AIDS, e em todos isolados, foram identificados o fungo, sendo que C. neoformans estava presente em 47 isolados e C. gattii em 3 isolados. Esses resultados demonstram que a criptococose em pacientes com AIDS pode ser também causada por C. gattii, apesar de haver predominância de C. neoformans nesta população.

MOREIRA et al. (2006), no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, realizaram um estudo em 96 pacientes com diagnóstico clinico e laboratorial de criptococose, sendo 81,3% dos pacientes portadores de AIDS.

O C. neoformans foi isolado em 89 casos e o C. gattii em 7 casos. Entre os

fatores de risco, a AIDS (81,3%) foi o mais comumente associado à micose. A pesquisa direta do fungo realizada em 121 amostras demonstrou a presença do microrganismo em 98,3% destas, através de cultura positiva. Neste trabalho, 62,5% dos pacientes portadores de AIDS evoluíram para óbito.

(15)

casos clínicos de pacientes com e sem AIDS. Destes estudos, 9 ocorreram nas regiões centro-oeste, sul e sudeste e 3 ocorreram na região norte e nordeste. Após a revisão literária, constataram que a maior parte dos casos relatados ocorreram como co- infecção associada a AIDS, sendo o agente etiológico mais frequente o Cryptococcus neoformans (sorotipos A e D). A maior prevalência desses casos foram nas regiões centro-oeste, sul e sudeste. A ocorrência de Cryptococcus gattii (sorotipos B e C) foi relacionada a áreas endêmicas, localizadas nas regiões norte e nordeste. Os estudos relacionaram como principais sinais e sintomas clínicos o acometimento do SNC e pulmões. Este estudo aponta para a AIDS como condição agravante para aumentar a prevalência da criptococose nos grandes centros urbanos do Brasil.

CONCLUSÃO

Os dados encontrados neste estudo abrem uma interessante perspectiva sobre a ecoepidemiologia do Cryptococcus gattii, uma vez que sua presença não está associada apenas a nichos ecológicos específicos, podendo ser encontrado em diferentes árvores e regiões. O conhecimento da sua ecoepidemiologia é essencial para adoção de medidas profiláticas e para o conhecimento da distribuição do microrganismo e suas possíveis fontes de infecção. Este estudo reforça a evidência de que as fezes de pombos constituem o principal reservatório para C. neoformans. Os resultados encontrados pelos autores lidos ressaltam ainda, a necessidade da adoção de medidas efetivas de proteção de áreas públicas, por meio de redução da população de pombos para evitar a contaminação ambiental. A significação de espaços públicos como praças e torres de igrejas como nichos ecológicos para

C. neoformans devem ser considerados seriamente através das autoridades

políticas.

REFERÊNCIAS

(16)

isolated from the excreta of psittaciformes in a southern Brazilian zoological garden. Mycopathologia 161:83-90.

AGUIAR, L. L. A.; SANTOS, L. N.; FABRO, A. T.; FAVEN, J.; YOO, H. H. B. 2006. Criptococose pulmonar em paciente com carcinoma de mama (Relato de caso). Boletim Pneumologia Paulista 33.

BALTAZAR, L. M.; RIBEIRO, M. A. 2008. Primeiro isolamento ambiental de

Cryptococcus gattii no Estado do Espírito Santo. Revista da Sociedade

Brasileira de Medicina Tropical, 41(5): 449-453.

BARNETT J.A.; PAYNE R.W.; YARROW D. 1983. Yeasts: characteristics and taxonomy. Cambridge University Press, Cambridge, 1138 pp.

BARONI, F. S.; PAULA, C. R.; SILVA, E. G.; VIANI, F. C.; RIVERA, I. N. G.; OLIVEIRA, M. T. B.; GAMBALE, W. 2006. strains isolated from church towers in Rio de Janeiro city, RJ,Brazil. Revista do Cryptococcus neoformans Instituto de Medicina Tropical São Paulo, 48(2): 71-75.

BHATTACHARJEE A.K.; BENNETT J. E.; GLAUDEMANS C.P.J. 1984. Capsular polysaccharides of Cryptococcus neoformans. Res Infect Dis, 6: 619-624.

BIVANCO, C. F.; MACHADO, C. A. S.; MARTINS, E. L. 2006. Criptococose cutânea. Arquivo Médico ABC 31 (2): 102-109.

BOEKHOUT, T.; THEELEN, B.; DIAZ, M.; FELL, J. W.; HOP, W. C.; ABELN, E. C. et al. 2001. Hybrid genotypes in the pathogenic yeast Cryptococcus

neoformans. Microbiology, 147 (4) p: 891-907.

BUCHAMAN, K. L.; MURPHY, J. W. 1998. Wath makes Cryptococcus

neoformans a pathogen. Emerging Infectious Diseases 4 (1): 71-83.

BOEKHOUT, T.; THEELEN, B.; DIAZ, M.; FELL, J. W.; HOP, W. C.; ABELN, E. C. 2001 Hybrid genotypes in the pathogenic yeast Cryptococcus neoformans. Microbiology, 147 (4) : 891-907.

CARVALHO, V.G.; TERCETI, M.S.; DIAS, A.L.T.; PAULA, C.R.; LYON, J.P.; SIQUEIRA, A.M. & FRANCO, M.C. - Serotype and mating type characterization of Cryptococcus neoformans by Multiplex PCR. Rev. Inst. Med. trop. S. Paulo, 49(4):207-210, 2007.

CASADEVALL, A.; PERFECT, J. R. Cryptococcus neoformans. Washington: ASM Press. 1998.

CASALI, A. K.; STAATS, C. C.; SCHRANK, A.; VAINSTEIN, M. H. 2001.

Cryptococcus neoformans: aspectos moleculares e epidemiológicos.

Biotecnologia, Ciência e Desenvolvimento, 20: 34-37.

(17)

virulence but isnot essential for mating. The Journal of Experimental Medicine, 191: 871- 882.

CHATURVEDI V.P.; FLYNN T.; NIEHAUS W.G.; WONG B. 1996. Stress tolerance and pathogenic potential of mannitol-mutant of Cryptococcus

neoformans. Microbiology, 142: 937-943.

CHERNIAK R.; SUNDSTROM J.B. 1994. Polysaccharide antigens of the

Cryptococcus neoformans. Infect Immun, 62: 1507-1512.

CONSENSO EM CRIPTOCOCOSE. 2008. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 41(5):524-544.

DARZÉ C.; LUCENA,R.; GOMES, I.; MELO, A. 2000. Clinical and laboratory characteristics of 104 cryptococcus meningoencephalitis cases. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical. 33 (1): 21-26.

DINIZ, R.S.; SILVA, I. D.; OLIVEIRA,M. T. B.; FERREIRA, A.A.A. 2005. Criptococose: revisão sistemática dos casos ocorridos no Brasil entre 1995-2005. Rev. Ciência Méd. Biol. 4 (3): 236- 241.

DRUMOND, E.D.; REIMÃO, J. Q.; DIAS, A. L. T.; SIQUEIRA, A. M. 2007. Comportamento de amostras ambientais e clínicas de Cryptococcus

neoformans frente a fungicidas de uso agronômico e ao fluconazol. Revista da

Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 40 (2): 209-211.

ELLIS, D. H. ; PFEIFFER, T. J. 1990. Ecology, life cycle, and infectious propagule of Cryptococcus neoformans. Lancet., 336 (8720): 923-925.

FAVALESSA, O. C; RIBEIRO, L. C.; TADANO,T.; FONTES, C. J. F.; DIAS, F. B., COELHO, B. P. A.; HAN, R. C. 2009. First description of phenotypic profile and in vitro drug susceptibility of Cryptococcus spp yeast isolated from HIV-positive and HIV-negative patients in State of Mato Grosso. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 42(6):661-665.

FERNANDES, O. F. L.; COSTA, T. R.; COSTA, M. R.; SOARES, A. J. S.; PEREIRA, A. J. S. C.; SILVA, M. R. R. 2000. Cryptococcus neoformans isolados de pacientes com AIDS. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 33(1): 75-78.

FILIU, W.F.O.F.; WANKE, B.; AGUENA, S.M.; VILELA, V.O.; MACEDO, R.C.L.; LAZERA, M. 2002. Cativeiro de aves como fonte de Cryptococcus neoformans na cidade de Campo Grande, Mato Grosso de Sul, Brasil. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 35(6): 591-95.

(18)

FRANZOT SP; SALKIN IF; CASADEVALL A. 1999. Cryptococcus neoformans var. grubii: separate varietal status for Cryptococcus neoformans serotype A isolates. Journal of Clinical Microbiology, 37:838-840.

FRASER, J.A.; SUBARAN, R.L.; NICHOLS, C.B.; HEITMAN, J. 2003. Recapitulation of the sexual cycle of the primary fungal pathogen Cryptococcus neoformans var. gattii: implications for an outbreak on Vancouver Island, Canada. Eukaryotic Cell, 2 (5): 1036-45.

FRANZOT, S. P.; HAMDAN, J. S.; CURRIE, B. P.; CASADEVALL, A. 1997.Molecularepidemiology of Cryptococcus neoformans in Brazil and the United States: evidence for both local genetic differences and a global clonal population structure. J. Clin. Microbiol., 35 (9): 2243-2251.

GARCIA, L.C. 2008. Estudo genotípico de Cryptococcus neoformans isolados de amostras ambientais no Município de Florianópolis, Santa Catarina. 2008. Trabalho de conclusão de curso. Centro de Ciências Biológicas,Departamento de Microbiologia e Parasitologia (MIP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

HORTA, J. A.; FAGANELLO, J.; SILVA, L. K. R.; OLIVEIRA, L. T.; SANTURIO, J. M.; VAINSTEIN, M. H.; ALVES, S. H. 2005. Susceptibilidade de

Cryptococcus neoformans var. neoformans (sorotipo D) isolados de Eucalyptus

spp., no Rio Grande do Sul (Brasil), frente ao calor e agentes antifúngicos. Brazilian Journal of Microbiology, 36(1):87-90.

IDNURM, A.; BAHN, Y.; NIELSEN, K.; LIN, X.; FRASER, J. A. 2005 Deciphering the model pathogenic fungus Cryptococcus neoformans. Nature Reviews Microbiology, 3: 753-764.

Jarvis, J. N.; Harrison, T.S.2007.HIV-associated cryptococcal meningitis. AIDS,21: 2119.

KWON-CHUN, K. J.; BENNETT, J. E.; RHODES J.C. 1982. Taxonomic studies on Filobasidiella species and their anamorphs. Antonie van Leeweenhonec, 48: 25-38.

KWON-CHUN, K. J.; POLACHEK I; BENNETT, J. E. 1982. Improved diagnostic medium for separation, of Cryptococcus neoformans var. neoformans (serotypes A and D) and Cryptococcus neoformans var. gattii (serotypes B and C). J Clin Microbiol, 15: 535-537.

KWON-CHUNG K. J. 1975. – A new genus Filobasidiella, the perfect state of Cryptococcus neorformans. Mycology, 67: 1.197-1.200.

(19)

KWON-CHUNG K. J.; RHODES J. C. 1986. Encapsulation and melanin formation as indicators of virulence in Cryptococcus neoformans. Infect Immun, 51: 218-223.

KWON-CHUNG, K. J.; VARMA, A. 2006. Do major species concepts support one, two or more species within Cryptococcus neoformans? FEMS Yeast Research, 6: 574-587.

KWON-CHUNG, K.J. & BENNETT, J. E. 1992. Cryptococcosis. Medical Mycology Philadelphia, 8: 397-445.

LACAZ, C. S.; PORTO, E.; MARTINS, J. E. C.; HEINS-VACCARI, E. M.; MELO. Tratado de Micologia Médica. São Paulo: Sarvier, 2002. 416-435 p. LAZERA, M. S.; CAVALCANTI, M. A.; TRILLES, L.; NISHIKAWA, M. M.; WANKE, B. 1998. Cryptococcus neoformans var. gattii - evidence for a natural habitat related to decaying wood in a pottery tree hollow. Medical Mycology, 36: 119 -122.

LENGELER, K.B.; COX, G.M.; HEITMAN, J. 2001. Serotype AD strains of

Cryptococcus neoformans are diploid or aneuploid and are heterozygous at the

mating-type locus. Infection and Immunity, 69: 115-122.

LEVITZ, S. M.; BOEKOUT, T. 2006. Cryptococcus: the once sleeping-giant is fully awake. FEMS Yeast Research, 6: 461-462.

LIN, X.; HEITMAN, J. 2006. The biology of the Cryptococcus neoformans species complex. Annual Review of Microbiology, 14(5): 69-105.

LITVINTSEVA, A. P.; KESTENBAUM, L.; VILGALYS, R.; MITCHELL, T. G. 2005. Comparative analysis of environmental and clinical populations of

Cryptococcus neoformans. Journal of Clinical Microbiology,43: 556-564.

MIN K. H.; KWON-CHUN, K. J. 1986. The biochemical basis for the distinction between the two Cryptococcus neoformans varieties with CGB medium. Zentralbl Bakteriol Hyg A, 261: 471-480.

MITCHELL, T. G. ; PERFECT, J. R. 1995. Cryptococcosis in the era of AIDS--100 years after the discovery of Cryptococcus neoformans. Clin. Microbiol. Rev.,8 (4): 515-548.

MOREIRA, T. A.; FERREIRA, M. S.; RIBAS, R. M.; BORGES, A. S. 2006. Criptococose: estudo clínico-epidemilógico, laboratorial e das variedades do fungo em 96 pacientes. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 39(3): 255-258.

NISHIKAWA, M. M.; LAZERA M. S.; BARBOSA, G. G.; TRILLES, L.; BALASSIANO, B. R.; MACEDO, R. C.; BEZERRA, C. C.; PERÉZ, M. A.; CARDARELLI, P.; WANKE, B. 2003. Serotype of 467 Cryptococcus

neoformans isolates from clinical and environmental sources in Brazil: analysis

(20)

OHKUSU, M.; TANGONAN, N.; TAKEO, K.; KISHIDA, E.; OHKUBO, M.; AOKI, S.; NAKAMURA, K.; FUJII, T.; SIQUEIRA, I.C.; MACIEL, E.A.P.; SAKABE, S.; ALMEIDA, G.M.D.; HEINS-VACCARI, E.M.; LACAZ, C.S. 2002. Serotype, mating type and ploidy of Cryptococcus neoformans strains isolated from patients in Brazil. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo, 44: 299- 302.

OLIVEIRA, M.T.B.; BOEKHOUT, T.; THEELEN, B.; HAGEN, F.; BARONI, F.A.; LAZERA, M.S.; LENGELER, K.B.; HEITMAN, J.; RIVERA, I.N.G.; PAULA, C.R. 2004. Cryptococcus neoformans shows a remarkable genotypic diversity in Brazil. Journal of Clinical Microbiology 42 (3): 1356-1359

PARK, B.J.; WANNEMUEHLER, K.A.; MARSTON, B.J.; et al. 2009. Estimation of the current global burden of cryptococcal meningitis among persons living with HIV/AIDS. AIDS, 23: 525.

PAPPALARDO, M. C. S. M.; MELHEM, M. S. C. Cryptococcosis: a review of the Brazilian experience for the disease. 2003. Revista do Instituto de Medicina Tropical de São Paulo 45(6): 299-305.

PERFECT, J. R.; COX, G. M.; DODGE, R. K.;SCHELL, W. A.1998. In vitro and in vivo efficacies of the azole SCH56592 against Cryptococcus neoformans. Antimicrob Agents Chemother,40 (8): 1910-1913.

PERFECT, J.R; WONG B.; CHANG Y.; KWONG-CHUNG K. J.; WILLIANSON P. R. 1998. Cryptococcus neoformans: virulence and host defenses. Med Mycol, 36-S1: 79-86.

REOLON A.; PEREZ L. R. R.; MEZZARI A. 2004. Prevalência de Cryptococcus

neoformans nos pombos urbanos da cidade de Porto Alegre, Rio Grande do

Sul. Jornal Brasileiro de Patologia e Medicina Laboratorial, 40(5): 29-33 RUIZ, A; BULMER, G. S. 1981. Participle size of airborne Cryptococcus

neoformans in a tower. Appl. Environ Microbiol 41:125-129.

SALAS S.D.; BENNETT J.E.; KNOW-CHOUNG K.J.; PERFECT J.R.; WILLIAMSON P.R.1996. Effect of the lacase gene, CNLAC1, on virulence of

Cryptococcus neoformans. J Exp Med, 184: 377-386.

SILVA, J.O.;CAPUANO, D.M. 2008. Ocorrência de Cryptococcus spp e de parasitas de interesse em saúde pública, nos excretas de pombos na cidade de Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil. Rev Inst Adolfo Lutz, 67(2):137-141.

SORRELL, T. C.; ELLIS, D. H. 1997. Ecology of Cryptococcus neoformans. Revista Ibero-americana de Micologia, 14: 42-43.

TAY, S.T.; CHAI, H.C.; NA, S.L.; HAMIMAH, H.; ROHANI, M.Y.; SOO-HOO, T.S. 2005. The isolation, characterization and antifungal susceptibilities of

Cryptococcus neoformans from bird excreta in Klang Valley, Malaysia.

(21)

TSCHARKE, R. L.; LAZERA, M.; CHANG, Y. C.; WICKES, B. L.; KWONCHUNG, K. J. 2003. Haploid fruiting in Cryptococcus neoformans is not mating type alpha-specific. Fungal genetics and biology,39: 230-237.

TRILLES, L.; FERNANDEZ-TORRES, B.; LAZERA, M. S.; WANKE, B.;GUARRO, J. 2004. In vitro antifungal susceptibility of Cryptococcus gattii. J. Clin. Microbiol., 42 (10): 4815-4817.

WANG Y.; AISEN P.; CASADEVALL A. 1995. Cryptococcus neoformans melanin and virulence: mechanism of action. Infect Imun, 63: 3131-3136.

Referências

Documentos relacionados

“Os resultados possíveis estão evidenciados, os números a serem operados são sorteados, resta ao sujeito pensar em quais operações ele poderia chegar a obter algum

Universidad aporta a la sociedad en forma crítica y creadora, los resultados y logros de su investigación y docencia, y por medio de la cual, al conocoer la realidad

O preenchimento sedimentar da bacia Potiguar relaciona-se às fases de sua evolução tectônica, onde três estágios tectônicos principais podem ser distinguidos nos

The genomes of 158 bacteria species, isolated from sewage treatment plants, were analyzed in search of the following pathways: nitrification, denitrification,

RESUMO – Foram conduzidos experimentos de campo para determinar a eficiência de armadilhas de feromônio considerando a dose aplicada no liberador, a vida útil do liberador e a

A solicitação foi feita pela Coordenadora executiva da Comissão de implantação do Centro de Cidadania Barbosa Lima Sobrinho (CCBLS). Alexandre José Barbosa Lima Sobrinho foi

Na busca de praticidade passou a optar por alimentos prontos, ou seja, processados e ultra processados que contêm aditivos químicos como os corantes, adicionados aos

Nessa revisão foram incluídos estudos que atenderam aos seguintes critérios: (1) amostra composta por idosas (60 anos ou mais) residentes na comunidade e (2) com