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Palavras-Chave: 1) Materiais; 2) Ciclo de Vida; 3) Design; 4) Impacto Ambiental.

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Roberta Helena dos Santos Tonicelo Bolsista Probic

robertatonicelo@hotmail.com Orientador: Douglas Ladik Antunes, MSc.

Professor do Depto. de Design – UDESC douglasantunes@udesc.br

1. RESUMO

O principal objetivo deste projeto de pesquisa foi realizar um estudo preliminar que subsidie a montagem de uma biblioteca de materiais - Materioteca - no Centro de Artes da UDESC. Tal Materioteca consistirá em um acervo de amostras de materiais subdivididos nos diferentes grupos existentes enfocando todas as etapas dos seus ciclos de vida e possíveis impactos ambientais associados, bem como em referências teóricas sobre cada grupo dos materiais empregados no design de produtos industriais e artesanais, entre eles: os metais, os polímeros, os compósitos, os cerâmicos e os naturais. Obteve-se nesta pesquisa, informações sobre as procedências das principais matérias primas, seus processos de beneficiamento e transformação, formas de transportes, emprego e descarte final; ou seja, esta pesquisa aborda uma visão sistêmica de produto através dos seus ciclos de vida. Foram elaborados fluxogramas representativos dos ciclos de vida dos materiais que serão expostos em painéis aos pesquisadores da Materioteca. Também foram coletadas amostras de materiais, através do contato telefônico e via correio eletrônico, que representam tais ciclos para formar o acervo. As informações acerca dos materiais utilizados no design de produtos e design gráfico são de grande importância para a formação profissional do aluno. Tendo em vista o caráter público da Materioteca, todo o material pesquisado ficará à disposição para os discentes e docentes interessados ou relacionados à área, e às pessoas da comunidade que apresentarem a necessidade de pesquisa ligada aos materiais.

Palavras-Chave: 1) Materiais; 2) Ciclo de Vida; 3) Design; 4) Impacto Ambiental.

2. INTRODUÇÃO

O foco principal do projeto de pesquisa – que possibilitou como um dos resultados este artigo – foi realizar um estudo preliminar que subsidie a montagem de uma biblioteca de materiais - Materioteca - no Centro de Artes da UDESC. Tal Materioteca está em processo de execução e consistirá em um acervo de amostras de materiais subdivididos nos diferentes

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grupos existentes, enfocando todas as etapas dos seus ciclos de vida e possíveis impactos ambientais associados. Além disso, incluirá também a apresentação de referências teóricas sobre cada grupo dos materiais empregados no design de produtos industriais e artesanais, entre eles: os metais, os polímeros, os compósitos, os cerâmicos e os naturais.

Obteve-se nesta pesquisa, informações sobre as procedências das principais matérias primas no cenário nacional, seus processos de beneficiamento e transformação, formas de transporte, emprego e descarte final; ou seja, esta pesquisa aborda uma visão amplificada de materiais através dos seus ciclos de vida. É obvio que nem todos os resultados obtidos podem ser dispostos neste artigo, porém aqui, será estabelecido o recorte epistemológico do estudo feito. Foram elaborados fluxogramas representativos dos ciclos de vida dos materiais através de referências bibliográficas e coletadas amostras de materiais, por meio de contatos telefônicos e via correio eletrônico, que representem tais ciclos para formar o acervo.

Tendo em vista o caráter público da Materioteca, todo o material pesquisado deverá ficar à disposição para os discentes e docentes interessados ou relacionados à área, e às pessoas da comunidade que apresentarem a necessidade de pesquisa ligada aos materiais. Com isso a Materioteca atrelará os produtos com seus ciclos de vida, buscando gerar uma percepção crítica sobre os materiais disponíveis no mercado e seus respectivos impactos sócio- ambientais, assim como os níveis de consumo atuais.

É importante ressaltar, que a formação profissional em Design requer uma atenção muito especial relacionada às áreas de materiais e sistemas de produção, visto que as decisões na seleção responsável dos materiais de um projeto irão implicar diretamente no bom desempenho de um produto. Neste momento torna-se necessário um grande conhecimento sobre tais processos envolvidos, pois os frutos de uma escolha trarão consigo uma série de impactos, positivos e negativos, ao meio ambiente1, associados à extração das matérias primas, pré-produção, produção, distribuição, uso e descarte final dos produtos projetados. Com isso emerge a necessidade de pesquisa e disponibilização de informações sobre os materiais hoje empregados e seus efeitos dentro de um mundo cada vez mais globalizado, conflitante, perverso e desigual.

Dentro deste enfoque, mostra-se importante a aproximação dos estudantes de design aos materiais estudados. Pois em sala de aula, ou mesmo nos momentos de pesquisa, a enorme

1 Meio Ambiente inclui os ecossistemas naturais, sociedade e suas inter-relações (NBR ISO 14001, ABNT).

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distância entre o conteúdo ministrado e o material “real” dificulta a compreensão e assimilação sobre suas propriedades, formas de processamento, sensação tátil e até mesmo seus respectivos impactos. Esta aproximação visa um maior conhecimento e compreensão dos sistemas de produção locais e a forma como as principais matérias-primas são encontradas no mercado, bem como os fatores limitantes de cada grupo de materiais e possibilidades de desenvolvimento e utilização de novas alternativas.

A intensificação do contato entre os discentes do curso de design e os materiais e processos selecionados, pode acarretar em escolhas mais viáveis economicamente, justas socialmente e ecologicamente nas ocasiões de atuais e futuros projetos. Neste enfoque está embasada a montagem da Materioteca, que além de suprir os discentes com informações literárias, irá permitir o contato físico dos materiais.

2. METODOLOGIA

Inicialmente, foram realizadas leituras de livros referentes aos materiais, processos produtivos, impactos ambientais e design, seguidas de fichamentos. Estes estudos serviram de suporte à elaboração de fluxogramas representativos dos ciclos de vida de materiais empregados no design de produtos. Tais fluxogramas apresentam os processos de extração das matérias-primas, beneficiamento, transformação, transporte, uso e destinação final dos materiais, e são complementados por dados teóricos que abordam a caracterização de resíduos sólidos, líquidos e gasosos gerados por estes processos. Os fluxogramas serão expostos em painéis disponíveis aos pesquisadores da Materioteca, para visualização dos ciclos de vida dos materiais. É importante ressaltar que o layout dos fluxogramas elaborados, que estão apresentados no presente artigo, não se referem à forma final de exposição, pois serão ainda ilustrados com fotos. Para tanto, criou-se um banco de imagens que contém fotos de processos, materiais e impactos associados, retiradas da internet, catálogos e revistas.

Além do banco de imagens, foram criados: o banco de catálogos de produtos, extraídos de sites de indústrias de beneficiamento e transformação dos materiais; e o banco de contatos de fornecedores e transformadores de materiais para solicitação de amostras e catálogos, pesquisados no banco de dados da Fiesc – Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina. Foi realizada uma visita a Fiesc e paga a taxa de R$ 50,00 para obtenção de uma

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senha de acesso ao banco de dados, que contém aproximadamente 4.000 indústrias cadastradas dos mais diversos setores. Foi feita, então, uma seleção das indústrias, na qual este número foi reduzido a 165 empresas. Posteriormente, foram enviadas para as empresas selecionadas, via correio eletrônico, cartas de solicitação de amostras de materiais e catálogos de produtos.

Foi realizada também uma pesquisa na internet em sites de indústrias, de beneficiamento e transformação dos materiais, localizadas em outros estados, para a aquisição de contatos telefônicos e solicitação de amostras e catálogos.

Objetivando ampliar o banco fotográfico e o acervo de amostras de materiais, foram visitadas empresas de alguns setores da indústria, como: de mineração, de cerâmica, de transformação de produtos acabados, de reciclagem de plásticos, de vidro e de alimentos.

E, por último, com o intuito de adquirir um acervo bibliográfico para a Materioteca, foi elaborada uma listagem de livros referentes aos materiais, processos produtivos, impactos ambientais e design.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES 3.1 Contatos e Coleta de Amostras

Dos e-mails enviados às 165 empresas selecionadas do banco de dados da Fiesc, somente 36 voltaram para a caixa de mensagem, pelos seguintes motivos: endereço de e-mail desconhecido ou não atualizado e caixa cheia. Foi estipulado um período de quinze dias para o retorno da carta-resposta, e das 129 empresas que receberam a mensagem (anexo 6.1), 9 responderam à carta de solicitação. Devido ao baixo número de retorno, foi enviada uma segunda via da carta de solicitação para as empresas que não a responderam. Desta forma, o número aumentou para 12 empresas. Foram selecionadas algumas indústrias que não responderam à carta, e elaborada uma listagem (anexo 6.2) para um posterior contato telefônico, objetivando aumentar o acervo de amostras de materiais da Materioteca. É importante salientar que a pesquisa terá continuidade até julho de 2005, para a implementação, para tanto foram acessados recursos da Funcitec, conforme edital universal 02/2003.

Através do contato telefônico – adquiridos por pesquisa na rede eletrônica -, foram solicitadas amostras de materiais e catálogos de produtos de empresas como Acesita, Alcoa,

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Alcan, Petrobrás, Cosipa, CSN, entre outras; totalizando um número de 11 empresas contatadas (anexo 6.3).

As empresas que colaboraram com o acervo de materiais para Materioteca, bem como a listagem de amostras coletadas estão apresentadas nos anexos 6.4 e 6.5 respectivamente. A figura 1 apresenta parte do acervo de materiais doados por empresas, professores e colegas e inclui amostras de tipos de madeiras, aços inoxidáveis, papéis, acabamentos superficiais, vidros planos, pellets de polipropileno (PP), perfis em alumínio, e acabamentos em pintura para metais.

3.2 Coleta de Informações e Revisão Bibliográfica

Segundo o Núcleo de Design e Seleção de Materiais – UFRGS, os materiais podem ser subdivididos, em cinco grupos: metais, polímeros, cerâmicos, compósitos e materiais naturais. A quantidade de materiais existentes, somando todos os grupos de classificação, totalizam mais de 90000 tipos diferentes (Ferrante, 1996:9).

O grupo dos metais se subdivide em: metais ferrosos e não ferrosos; os primeiros envolvem os aços e os ferros fundidos, que são oriundos da mistura dos minérios de ferro, do calcário e do carvão mineral, e transformados através da siderurgia. O minério de ferro constitui a matéria-prima essencial à produção dos aços e ferros fundidos, o calcário atua como fundente e o carvão como combustível, como redutor do minério e como fornecedor do carbono. O aço e o ferro fundido diferem pelo teor de carbono, tendo o aço 2% e o ferro fundido acima deste valor. Os ferros fundidos, além de ferro e carbono, contêm outros elementos, tais como: silício manganês, enxofre e fósforo (Teixeira, 1999:114-115). As aplicações dos aços no design e na engenharia são diversas, entre elas: ferramentas, utensílios domésticos, peças automotivas, indústria naval, indústria mecânica, etc.

Figura 1: Alguns exemplos de amostras coletadas. Foto: Roberta Tonicelo.

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Os metais não ferrosos incluem todos os metais que não contém ferro, sendo que aproximadamente 90% da tabela periódica é composta por elementos da classe dos metais não ferrosos. São exemplos deste grupo de materiais o cobre, o alumínio, o bronze, o latão, o chumbo, etc. Na sua maioria, são utilizados no estado puro, contudo, podem também ser utilizados em forma de ligas. O latão é uma liga de cobre-zinco, podendo conter zinco em teores que variam de 5 a 50%, isto significa que existem inúmeros tipos de latões. O bronze, liga de cobre e estanho, é a mais antiga liga conhecida pelo homem. Assim como o latão, o bronze pode conter outros elementos na liga dependendo da aplicação, tais como o chumbo, o zinco, o fósforo e o manganês (Chiaverini, 1986)

O metal não ferroso mais utilizado no design é o alumínio. A metalurgia do alumínio compreende basicamente duas fases: a obtenção da alumina a partir da bauxita e a eletrólise da alumina para se obter o alumínio. Este é empregado em utensílios domésticos, perfilados para

Figura 2: Fluxograma do ciclo de vida dos metais ferrosos.

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arquitetura (janelas, esquadrias, estrutura de edifícios, ponte), embalagens alimentícias, indústria elétrica, indústria farmacêutica, equipamentos de transporte, mobiliário, etc.

Já o cobre pode ser empregado na indústria elétrica, mecânica, química, construção civil e arquitetura. Segundo Chiaverini (1986), o zinco é utilizado para galvanização de produtos em aço, na forma de pigmentos, como elemento de liga do latão e ‘zamac’ (alumínio, cobre e magnésio), chapas para telhados, cabos, arames, ferragens, pilhas, etc. De acordo com Teixeira (1999), o estanho é utilizado em dispositivos de segurança contra fogos e alarmes, extintor de incêndio; revestimento de clipes, alfinetes e grampos; ligas para soldagem e ligas para mancais. O chumbo é empregado em componentes de esmalte cerâmico, na fabricação do vidro cristal, na vulcanização da borracha, em corantes e pigmentos, em caracteres de impressão, revestimentos de cabos elétricos, entre outros.

Figura 3: Fluxograma do ciclo de vida do alumínio.

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Os polímeros, em sua maioria são oriundos do petróleo, que a partir dele se obtém a nafta por destilação. A única Indústria local de produção de nafta é a Petrolífera Petrobrás. Segundo a Plastivida, comissão da ABIQUIM – Associação Brasileira da Indústria Química, 4% da produção mundial de petróleo e usada para obtenção dos polímeros. De acordo com Chiaverini (1986), podem ser subdivididos em: termofixos, que compreendem as resinas

Figura 4: Fluxograma do ciclo de vida do estanho. Figura 5: Fluxograma do ciclo de vida do cobre.

Figura 6: Fluxograma do ciclo de vida do zinco. Figura 7: Fluxograma do ciclo de vida do chumbo.

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fenólicas, epóxi, entre outras; os termoplásticos, que são assim denominados devido à sua plasticidade à alta temperatura, que resulta na possibilidade de sua moldagem em diversas formas, são exemplos de aplicação de termoplásticos as garrafas PET (polietileno tereftalato), os saquinhos de leite de PEBDL (polietileno de baixa densidade linear), entre muitos outros; e os elastômeros, como as borrachas naturais, com base na extração do Látex, ou as borrachas de origem sintética, do petróleo, como o neoprene, o silicone, etc. “As empresas que industrializam estas matérias-primas são divididas em 1ª e 2ª geração petroquímica. A 1ª geração produz os petroquímicos básicos, como o etano e o propeno, que acabam sendo as principais matérias-primas da 2ª geração (...)” (Albuquerque, 2000:22). Existem três pólos petroquímicos de 1ª geração no Brasil, são eles: Petroquímica União em São Paulo, COPENE - Petroquímica do Nordeste na Bahia e COPESUL – Companhia Petroquímica do Sul no Rio Grande do Sul. Estas fornecem o monômero para as petroquímicas de segunda geração produzir os polímeros. A Petroquímica Ipiranga, a OPP e a Innova são exemplos de petroquímicas de segunda geração.

Figura 8: Fluxograma do ciclo de vida dos termoplásticos.

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A matéria-prima para fabricação de produtos cerâmicos é a argila. “Chama-se argila ao material formado de minerais (principalmente compostos de silicatos e alumina hidratados) que têm a propriedade de formarem, com água, uma pasta suscetível de ser moldada, secar e endurecer, sob ação do calor” (Teixeira, 1999:176). O grupo dos materiais cerâmicos inclui a cerâmica comum, a cerâmica avançada e o vidro. Para os acabamentos utiliza-se o esmalte que trata-se de uma espécie de tinta preparada com pós de óxidos metálicos e fundente. Outras técnicas de acabamentos são utilizadas pela indústria como o decalque, a serigrafia, o filme ou selo gomado e o gabarito. As cerâmicas avançadas são empregadas para fins eletro-eletrônicos e para fins estruturais como: ferramentas de corte, rolamentos, matrizes de extrusão, isoladores de velas de ignição, etc. O vidro é composto basicamente de sílica, derivada da areia ou cristais de quartzo. Este material é empregado na fabricação de utilitários domésticos, frascos de perfumes, decoração, arquitetura, etc (Van Vlack, 1973)

Figura 9: Fluxograma do ciclo de vida dos termofixos.

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Figura 10: Fluxograma do ciclo de vida da cerâmica comum.

Figura 11: Fluxograma do ciclo de vida da cerâmica avançada.

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Um material composto ou compósito surge da união de dois ou mais tipos de materiais. Estes podem ser classificados em: compósitos estruturais, compósitos sanduíche, compósitos com fibras e compósitos particulados. Tais materiais podem ser cerâmicos, poliméricos, metálicos, naturais ou ainda oriundos da mistura destes elementos; como por exemplo, a fibra de vidro com resina termofixa. O compósito mais utilizado pela indústria é uma resina plástica com reforço de fibra de vidro. Os compósitos são empregados na indústria náutica, aeronáutica, automobilística, construção civil, transporte, mobiliário, etc (Teixeira, 1999).

Figura 12: Fluxograma do ciclo de vida do vidro.

Figura 13: Fluxograma do ciclo de vida do compósito de fibra de vidro com resina termofixa.

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Os materiais naturais mais utilizados podem ser subdivididos principalmente em: fibras naturais, resinas naturais, tintas, pigmentos, madeiras e seus subprodutos, como a celulose para fabricação do papel. São exemplos de fibras naturais: cipós, juncos, rattan, bambú, vime, fibra de bananeira, piaçava, sisal, etc. As resinas naturais incluem, entre outras, biopolímeros de mamona, mandioca, cana-de-açúcar, ceras, etc. Os pigmentos e as tintas naturais podem ser extraídas de folhas, sementes, frutos ou cascas de árvores, como urucum, casca de eucalipto, fruto de aroeira, etc. Estes materiais representam um grande hall de alternativas, que mantiveram-se sempre disponíveis, mas nunca foram observados com a devida atenção. Atualmente projetos de sucesso vêm apontando as novas possibilidades de uso destes materiais, como o couro vegetal, extraído do látex, tintas naturais extraída de plantas e sementes, papéis brilhantes da terebintina, uma resina oriunda da resina de pinheiros, o junco e o vime, utilizados na confecção de cestarias e mobiliários, entre muitos outros (Tonicelo, 2004).

Cada grupo de materiais relacionados acima podem ser diferenciados segundo suas propriedades físicas e químicas, suas aplicabilidades entre outras características inerentes a estes. Os processos de obtenção das matérias-primas, de beneficiamento e transformação

Figura 14: Fluxograma do ciclo de vida das fibras vegetais.

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variam de caso a caso, podendo representar diferentes aspectos ambientais2, mais ou menos significativos. Seja qual for a classificação do grupo dos materiais, grande parte destes, presentes no mercado, são oriundos da extração mineral ou vegetal.

Serão apresentados, a seguir, alguns dos registros coletados através dos livros revisados, que apresentam importantes dados referentes aos impactos ambientais3 inerentes às etapas dos ciclos de vida dos diferentes grupos de materiais.

Quando falamos de impactos ambientais relacionados aos produtos, pensamos normalmente no seu descarte após o uso, mas os impactos têm diversas fases. Assim, todos os processos envolvidos em cada etapa do ciclo de vida de um produto causam - uns mais, e outros menos - efeitos negativos e/ou positivos sobre o meio ambiente.

Segundo Manzini (2002), as etapas que compõem o ciclo de vida dos produtos referem-se à pré-produção, produção, distribuição, uso e descarte. A pré-produção trata dos processos de extração e beneficiamento das matérias-primas; a produção compreende o processo de transformação das matérias-primas em produtos e acabamentos finais; a distribuição refere-se à embalagem, ao armazenamento e ao transporte; o uso está relacionado com a utilização e o consumo de bens ou serviços; e o descarte corresponde à eliminação do produto após o uso, ou ainda à sua reutilização e/ou reciclagem.

Na etapa que corresponde à extração das matérias-primas o impacto causado é evidente. O esgotamento dos recursos naturais, a devastação das florestas, a extinção de espécies são conseqüências diretas desta etapa. Em relação à produção, além da geração intensa de resíduos sólidos industrias, bem como a emissão de gases e efluentes líquidos, há um alto consumo de energia. O transporte contribui para a poluição não só através do consumo de combustíveis, mas também por meio de emissões gasosas. Além disso, “O transporte de materiais e produtos (...) cria a necessidade de um grande conjunto de estradas, vias férreas, aeroportos e armazéns” (Papanek, 1995:34). Na etapa de descarte dos produtos o impacto ambiental pode ser comprovado pelos enormes montantes de lixo que são acumulados nos famosos “lixões4” e nos aterros sanitários. Até mesmo na reciclagem de materiais ocorre algum impacto ambiental, pois que o próprio consumo de energia torna-se uma variável de

2 Aspectos ambientais: segundo a NBR 14000 são os elementos de uma atividade que podem causar impactos ambientais, podendo ser, mais, ou menos significantes, conforme a magnitude do impacto.

3 Impacto ambiental trata-se de qualquer modificação do meio ambiente, adversa ou benéfica, que resulte, no todo ou em parte, das atividades, produtos ou serviços de uma organização (NBR ISO 14001, ABNT).

4 Lixões são depósitos de resíduos sólidos inadequados.

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impacto. E estes são apenas alguns exemplos de impactos ambientais que um produto pode causar ao meio ambiente.

De uma forma geral os processos de extração dos recursos da natureza são potencialmente impactantes, tendo em vista a grande manipulação de materiais, a conseqüente transgressão paisagística, o uso de metais pesados e substâncias tóxicas, dentre outros efeitos ligados à má remuneração de trabalhadores, contaminação de ecossistemas e conseqüente danos à saúde humana.

Segundo Sampat (2003:138) a dependência da mineração de um país está relacionada à taxa de pobreza de sua população5, existindo uma correlação direta entre o valor percentual da exportação mineral e o percentual da população abaixo da linha de pobreza, isso é claramente revelado em países da África, como Guiné, Niger e Zâmbia e América do Sul, como Chile, Peru e Brasil. Dentre os impactos ambientais mais relevantes, pode-se destacar: a mineração em terras indígenas, a perda de ocupações tradicionais, os abusos aos direitos humanos e os perigos à saúde humana (Sampat, 2003:135).

O Brasil é mundialmente um dos maiores produtores de minerais e de seus subprodutos, segundo Bettencourt e Moreschi (2001:464) somos os maiores produtores mundiais de Nióbio – usado na fabricação de aços de alta resistência -, o segundo maior produtor de ferro e o quarto maior produtor de alumínio, estanho e manganês. Conforme Braile & Cavalcanti (1993:355), o Brasil além de possuir as maiores reservas de minérios de ferro, possui também um dos minérios de mais alto teor: a hematita compacta de Itabira, com 69,5% de ferro puro. A tabela a seguir demonstra os principais depósitos minerais brasileiros, suas localizações e o volume produzido:

5 Dados com Fonte: UNCTAD, Handbook of World Mineral Trade Statistics 1994-1999 (Nova York:2001); Banco Mundial, World Development Indicators 2001 (Washington, DC:2001); PNUD, Human Development Report 2001 (Nova York:2001) (apud Sampat, 2003).

Figura 15: Lixão e seus impactos sócio-ambientais.

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Tabela 1: Principais bens minerais, suas localidades e produção (Taioli, 2001).

Bem mineral Localidade Produção 103t % produção mundial Alumínio

Trombetas (PA), Paragominas (MA), Almeirim (PA), Poços de

Caldas (MG).

11671,00 9,9

Ferro

Quadrilátero Ferrífero (MG), Dist. de Carajás

(PA), Urucum (MS). 186700,00 18,1

Estanho

Pitinga, Rio Xingu e Rio Tapajós (PA), Província Estanífera de Rondônia

(RO), entre outros.

18,00 9,0

Cobre Salobo (PA), Caraíba

(PE), entre outros. - -

Manganês

Serra do Navio (AP), Azul e Buritirama (PA), entre

outros.

956,00 12,5

Níquel

Americano do Brasil (GO), Fortaleza de Minas (MG), Niquelândia (GO),

entre outros.

6x106* 4,4*

* Reserva Mundial

As usinas siderúrgicas geram diversos tipos de resíduos de diferentes naturezas, dentre eles, toma-se como exemplo, águas e despejos dos equipamentos de lavagem, esgotos domésticos, despejos da coqueria6 - águas amoniacais, alcatrão, cianetos e fenóis -, bem como resíduos da produção do aço nas aciarias7. Embora tais resíduos industriais passem por diversos processos de tratamento, a poluição ambiental nos locais de produção é perceptível, até para os mais leigos, como por exemplo, no caso de Cubatão em São Paulo.

No cenário nacional, Santa Catarina se destaca como um dos principais produtores de carvão mineral, esta atividade se localiza na cidade de Criciúma. A exploração de carvão mineral no estado aconteceu de forma bastante impactante, segundo Taioli (2001:475) somente a partir da década de 1980 as principais providencias oficiais foram tomadas para minimizar os impactos ambientais na atividade de mineração de carvão. Dentre os principais impactos associados a esta atividade estão: o aumento da solubilidade de metais pesados em cursos d’água, acidificação da água e do solo e a possibilidade de ocorrência de chuvas ácidas como resultado da queima deste material – que libera H2S.

6 Processo de fabricação do coque e gás a partir do carvão.

7 Local de redução do carbono do ferro gusa que resulta no aço.

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Figura 16: Larva a céu aberto de minério de ferro na mina de Cauê (Itabira, MG). Foto: E. Ribeiro Filho.

Fonte: Taioli, 2001:453

Figura 17: Garimpagem de ouro em Serra Pelada (PA). Foto: E. Ribeiro Filho.

Fonte: Taioli, 2001:45

Sabe-se que os minerais se caracterizam como recursos naturais não renováveis, devido à impossibilidade de reposição destes na natureza. O consumo, portanto, está diretamente ligado ao esgotamento dos minerais, e demais impactos inerentes a estes já enfocados anteriormente.

É importante ressaltar a duração estimada das reservas nacionais em virtude da produção anual, visto que as atividades de design irão influenciar diretamente no consumo e conseqüentemente na redução da duração das reservas. A figura 18 apresenta a duração estimada dos minérios mais produzidos no Brasil.

Figura 18: Duração de reservas X Bem mineral

Fonte: Anuário Mineral Brasileiro, 1997 e Sumário Mineral 1998, Departamento Nacional de Produção Mineral apud Bettencourt e Moreschi

(2001:466).

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É importante notar na figura acima que a duração das reservas em razão do consumo anual, mostra-se preocupante em relação à metais como o ouro, o estanho, o zinco, o manganês e até mesmo o ferro, dentre estes, merece destaque o estanho, cujo emprego na indústria de embalagens aumenta a cada ano. Neste caso, o estanho é agregado ao aço com o objetivo de oferecer assepsia e maior segurança aos alimentos enlatados – nas chamadas folhas de flandres - e a sua reciclagem é praticamente inviável economicamente devido à agregação química deste ao aço e sua difícil separação.

A estratégia ideal para o prolongamento do tempo de duração das reservas é a redução do consumo ou ao menos o consumo responsável, mas esta mostra-se incondizente com as políticas macroeconômicas assumidas pelo país e pelo mundo. Em outro patamar pode-se assumir como estratégia a reciclagem de materiais, que além de aumentar a vida útil dos materiais no mercado, pode gerar emprego e renda, reduzir os impactos ambientais na extração, prolongar a duração de reservas e a vida útil de aterros sanitários, dentre muitos outros benefícios. Porém a reciclagem não é efetivada no Brasil por falta de políticas públicas – nas esferas federal, estadual e municipal - para a coleta e aproveitamento de resíduos, por falta de distribuição mais equilibrada das responsabilidades entre o governo, os cidadãos e as empresas produtoras, por falta de incentivos econômicos e fiscais à este setor, como linhas de crédito especiais e redução da carga tributária. Anualmente o Brasil deixa de economizar bilhões de reais pelo mal aproveitamento dos resíduos gerados8, que poderiam ser empregados em benefício da sociedade (Antunes, 2001).

Segundo Sampat (2003:144), a União Européia (EU) propôs uma Diretriz para Sucata de Veículos, que obriga as montadoras a se responsabilizarem pela destinação final de seus produtos no final da vida útil, nesta proposta as empresas terão que reciclar 85% do peso dos materiais por veículo. A proposta também inclui a suspensão do uso dos metais pesados – como mercúrio, chumbo e cádmio - durante a extração, uso e descarte. O que se pretende aqui não é transpor ou equiparar as políticas européias com as políticas nacionais, e sim demonstrar algumas possibilidades de responsabilização dos “elos” ou “atores” de uma cadeia produtiva.

Considerando ainda as etapas iniciais do ciclo de vida dos materiais, uma grande fonte de matérias-primas e de energia é o petróleo. Este pode ser considerado o “carro-chefe” da economia mundial, empregado na fabricação da maior parte dos polímeros consumidos no

8 Para saber mais ver: Os Bilhões Perdidos no Lixo, de Sabetai Calderoni, 1998.

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mercado atualmente – termoplásticos, termofixos e elastômeros – e nos combustíveis, utilizados no transporte, beneficiamento e transformação de produtos.

A exploração e o consumo do petróleo tem influência direta no ciclo biogeoquímico do carbono e indiretamente aos outros ciclos - como por exemplo da água, do nitrogênio, do enxofre, entre outros -, as conseqüências da transformação do carbono armazenado na terra em carbono disponível no ar são imprevisíveis (Braile & Cavalcanti,1993). Porém alguns efeitos já podem ser percebidos e registrados, como a elevação da temperatura atmosférica – causada pelo efeito estufa -, a liberação de SOx e NOx que se

concentram na atmosfera até se precipitarem na forma de chuvas ácidas, os grandes acidentes como o do Exxon Valdez no Alasca em 1989 e da Petrobrás na Baía de Guanabara em 2000; sem considerar ainda os grandes conflitos mundiais que estão em grande parte norteados pela extração e domínio das vendas do petróleo.

Segundo Taioli, (2003:479) as principais fontes de petróleo nacional estão relacionadas na tabela abaixo:

Tabela 2: Relação das Bacias de Extração de Petróleo no Brasil. Localidade da Bacia % da Produção Nacional

Santos – São Paulo 0,6

Campos – Rio de Janeiro 86,4

Espírito Santo 0,5

Bahia 2,6

Sergipe / Alagoas 3,2

Rio Grande do Norte 4,0

Ceará 1,0

Solimões - Amazonas 1,7

O Brasil produz atualmente aproximadamente 80% do petróleo que consome, porém o preço do barril mantém-se vinculado ao mercado mundial devido aos acordos comerciais estabelecidos entre países e ‘supervisionados’ pelos grandes organismos internacionais – como a Organização Mundial do Comércio – OMC.

Figura 19: Ave atingida por derramamento de petróleo. Foto: Domingos P. Rodrigues, Fonte: Revista World Watch, 2001.

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Os polímeros, como dito anteriormente, abarcam sua alta escala produtiva na extração e transformação do petróleo; nacionalmente destaca-se a produção dos termoplásticos de commodities como por exemplo, o polipropileno (PP), o polietileno de baixa e alta densidade (PEBD e PEAD), o policloreto de vinila (PVC), o poliestireno (PS), entre outros. Segundo Albuquerque (2000:18), a localização da produção dos principais termoplásticos produzidos no Brasil seguem conforme a tabela abaixo:

Tabela 3: Localização e Produção das Principais Indústrias Nacionais de Termoplásticos. Termoplástico Local de Produção Volume Total

Aproximado (t) Tecnologia PEBD Triunfo (RS), Politeno (BA), Union

Carbide (SP) 630000

Atochem, Sumitomo, ICI(Quantum) PEAD Solvay (SP), Ipiranga (RS), Poliolefinas

(BA)*, Politeno (BA)* 572000

Solvay, Hoechst, Carbide, Du Pont Canadá PP OPP (SP), Polibrasil (BA) 700000 Montell/Spheripol, ICI PVC Trikem (BA), Solvay (SP) 641000 Nissho-Iwai/BF Goodrich,

Solvay PS EDN (SP), CBE (SP), Proquigel (SP) 249000 Dow/Fosters Grants,

Monsanto, Proquigel

EPS Basf (SP), Tupy e Resinor 19000 -

PET Rhodia-ster (MG), (BA), Hoescht (SP) 96000 Rhône-Poulenc/Beuler, ICI, Hoescht PA Rhodia (SP), Hoescht (SP) Mazzaferro e

Petronyl 85000 Rhodia, Hoescht

PC (BA) 10000 Idemitsu

ABS/SAN CPB-Camaçari (BA), Nitriflex (RJ) 62000 Borg Warner, Japan Rubber

* Produzem também o polietileno de baixa densidade linear (PEBDL) – 150000 t/ano

As indústrias petroquímicas, que incluem a produção de polímeros são geradoras de uma vasta gama de resíduos de diferentes naturezas. De acordo com Braile & Cavalcanti:

A poluição provocada pela indústria petroquímica, não pode ser medida em termos de níveis quantitativos de contaminantes específicos, mas por métodos genéricos de caracterização.

(21)

Poluentes tais como, alcatrões, óleos e hidrocarbonetos, são, na realidade, misturas de muitas substâncias de difícil separação, identificação e quantificação.

A utilização, por outro lado de parâmetros genéricos e padronizados, permite que efluentes de diferentes procedências possam ser comparados em suas potencialidades de contaminação.

(...) Uma das maneiras de se expressar as características de um resíduo, é em termos de quantidade de poluente produzido por quantidade de produto manufaturado. Entretanto, no caso das indústrias petroquímicas, as informações disponíveis são muito escassas e imprecisas (1993:275-278).

A tabela 4 apresenta alguns dos principais processos da indústria petroquímica e seus respectivos resíduos gerados (Braile & Cavalcanti, 1993):

Tabela 4: Relação de Processos e Resíduos da Indústria Petroquímica.

Processo Fonte Resíduos Produção de amônia Desmineração, regeração,

condensados do processo. Ácidos, bases, amônia.

Processamento do óleo cru Lavagem do cru. Destilação primária.

Sais inorgânicos, óleos, hidrocarbonetos solúveis em água. Hidrocarbonetos, alcatrões, amônia,

acido, sulfeto de hidrogênio. Estireno “Caldas” de destilação. Alcatrões pesados. Destilação extrativa Solvente. Furfural, Hidrocarbonetos C4. Nitração, Parafinas, Aromáticos. -

Aldeídos, cetonas, ácidos, álcoois, olefinas, ácido sulfúrico, ácido

nítrico, aromáticos. Negro de Fumo. Resfriamento. Negro de Fumo, partículas, sólidos

dissolvidos.

Polimerização, Alquilação. Catálise. Catalizadores ácidos exauridos (ac. Fosfórico), cloreto de alumínio.

Polimerização (polietileno) Catalizadores. Cromo, níquel, cobalto, molibdênio.

Borracha butílica. Resíduos de processo. Borracha “fora de especificação”, óleo, hidrocarbonetos leves. Borracha (copolímero) Residuos de processo. Butadieno, água da polimerização,

estireno.

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Nylon 66 Residuos de processo.

Produtos da oxidação do ciclohexano, acido succínico, ácido

adípico, ácido glutárico, hexametileno, diamina, adiponitrila,

acetona, metil-etilcetona.

“Cracking” térmico para produção de olefinas (incluindo fracionamento e purificação)

Efluente do forno e tratamento cáustico.

Ácidos, sulfeto de hidrogênio, mercaptans, hidrocarbonetos solúveis, produtos de polimerização,

soda cáustica, compostos fenólicos, fases residuais, alcatrões e óleos

pesados.

Dentre os tratamentos mais utilizados para os resíduos da indústria petroquímica destacam-se os processos de combustão (incineração) e os tratamentos biológicos. Para Braile

& Cavalcanti, “(...) os resíduos podem ser uma fonte secundária de matérias-primas e um estudo técnico-econômico do reaproveitamento, leva, muitas vezes, a resultados bastantes interessantes. Assim, podem-se citar, entre outros, a recuperação de enxofre, resinas, cloro, etc” (1993:490).

No que se refere à extração dos materiais naturais, estes podem ser utilizados como matéria-prima para o artesanato e o design através do cultivo ou do manejo em ecossistemas naturais. Algumas fibras só são disponíveis por meio da atividade extrativista. É importante ressaltar que o cultivo de tais vegetais dependem de algumas técnicas que devem ser planejadas de forma integrada ao meio ambiente, e esta integração conta com a não emissão de contaminantes no meio ambiente, com o conhecimento dos impactos resultantes da inserção de espécies originárias de outras localidades, etc. Quanto ao extrativismo, é importante considerar a quantidade de fibra que se extrai, pois se a extração de matéria-prima for maior que a capacidade de renovação da natureza, isto poderá causar uma instabilidade do ciclo de vida natural do material e sua influência no ecossistema.

As indústrias ligadas à produção de bens duráveis e não duráveis estão diretamente relacionadas ao impulsionamento da economia mundial. As aglomerações geográficas dos sistemas de produção dependem de fatores econômicos, culturais, sociais, ambientais e, ainda, políticos. As políticas de desenvolvimento, no atual sistema econômico, são fundamentadas no crescimento econômico através da superprodução, que geralmente não levam em conta os

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aspectos sociais e ambientais. A alta produtividade, o desenvolvimento tecnológico acelerado e o imenso consumo de bens materiais, entre outros fatores do atual contexto complexo, desencadeou uma série de problemas sócio-ambientais, tais como: o desemprego, a exclusão social, a devastação das florestas, a extinção de espécies, o esgotamento de recursos naturais, etc.

Apesar das novas leis ambientais, da crescente disponibilidade de produtos ‘ecológicos’ e dos movimentos ambientais, as inúmeras perdas de áreas de florestas e a maior extinção das espécies não foram ainda revertidas. “Durante uma vida, uma década, um ano, ou mesmo um dia, ocorrem mudanças dramáticas profundas e impessoais. (...) No entanto, a maior parte dos danos ecológicos e possivelmente irreversíveis ocorreu apenas durante os últimos trinta anos” (Papanek, 1995:29).

Na obra de, do Worldwatch Institute - WWI9, consta que:

Muitos ecossistemas foram fragilizados a um ponto em que já não tem resistência e não são capazes de suportar perturbações naturais, o que facilita a ocorrência de ‘desastres artificiais’ - calamidades que se tornam mais freqüentes ou mais severas em virtude das ações humanas. Destruindo florestas, construindo barragens em rios, aterrando mangues e desestabilizando o clima, estamos cortando os fios de uma complexa rede de segurança ecológica (Abramovitz apud Capra, 2002:220).

As questões sócio-ambientais são não só produto do sistema econômico atual, mas também o resultado das ações humanas inconseqüentes. “Este sistema como conjunto de ações humanas na sua complexidade, determinou e continua a determinar uma situação insustentável de carga e descarga para o meio ambiente” (Manzini, 2002:325). Jean Paul Deléage ainda afirma que “(...) a exaustão dos recursos naturais sempre aumenta os custos econômicos porque a queda da produtividade natural dos recursos deve ser compensada por energias substitutas e grande esforço tecnológico, sem mencionar o custo de reparação dos danos ao ambiente e à saúde humana” (apud Montibeller-filho, 2001:259).

No âmbito do atual cenário, os dramáticos problemas associados à destinação final dos produtos, como a disponibilidade de espaços para eliminação do lixo, a contaminação do solo e do lençol freático são cada vez mais intensos. Tudo isso está diretamente

9 O WWI, sediado em Washington, dedica-se a pesquisas na área ambiental e desenvolvimento sustentável.

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relacionado com as estratégias de quem produz e de quem projeta; e com as opções de escolha de quem consome. “Cada indivíduo, decidindo como e o que adquirir e utilizar, legitima a existência daquele produto (ou daquele serviço) e está na origem dos efeitos ambientais ligados à sua produção, ao seu emprego e ao seu escoamento final” (Manzini, 2002:64). Sendo assim, cada consumidor deve se responsabilizar por aquilo que consome e fazer escolhas que sejam compatíveis com as necessidades ambientais. Mas, é importante considerar que “É evidente, de fato, que as suas escolhas são condicionadas por uma multiplicidade de fatores independentes de sua vontade” (Manzini, 2002:65). Sobre a responsabilidade do produtor, pesquisadores da Universidade de Lundt, (apud Manzini, 2002) alertam que:

(...) a extensão da responsabilidade do produtor é uma estratégia visando a redução do impacto ambiental de um produto, tornando o produtor responsável pelo ciclo de vida total do produto e, em particular, pela recuperação, pela reciclagem e pela digestão dos resíduos finais. A extensão da responsabilidade pode ser implementada através de instrumentos administrativos, econômicos e informativos. A composição desses instrumentos determina a fórmula precisa da extensão da responsabilidade.

No entanto, é necessário examinar qual a contribuição ou prejuízo que cada uma das pessoas oferece à sociedade e ao meio ambiente através das suas atividades. Capra considera a responsabilidade de cada ser vivo em relação à Natureza da seguinte maneira:

A característica marcante da ‘casa da Terra’ é a sua capacidade intrínseca de sustentar a vida. Na qualidade de membros da comunidade global de seres vivos, temos a obrigação de nos comportar de maneira a não prejudicar essa capacidade intrínseca. Esse é o sentido essencial da sustentabilidade ecológica. O que é sustentado numa comunidade sustentável não é o crescimento econômico nem o desenvolvimento, mas toda a teia da vida da qual depende, a longo prazo, a nossa própria sobrevivência. A comunidade sustentável é feita de tal forma que seus modos de vida, seus negócios, sua economia, suas estruturas físicas e suas tecnologias não se oponham à capacidade intrínseca da natureza da sustentar a vida (2002:224).

Numa época em que a responsabilidade social e ecológica é crucial para a continuidade das mais diversas formas de vida, o design como atividade projetual deve se comportar

(25)

segundo uma ética profissional que faça com que esta atividade interaja com as diferentes soluções técnicas, econômicas, sociais, ecológicas, culturais, etc.

O Conselho Mundial de Sociedades de Design Industrial - ICSID, que reúne mais de 150.000 entidades afiliadas e espalhadas pelo mundo, desde 2002 define o design da seguinte maneira:

(...) uma atividade criativa, cujo objetivo é estabelecer qualidades múltiplas a objetos, processos, serviços e seus sistemas em todo ciclo de vida. Todavia, design é o fator central de humanização inovativa de tecnologias e o fator crucial da substituição cultural e econômica. (...) Design procura descobrir e investigar relações estruturais, organizacionais, funcionais, expressivas e econômicas, com o intuito de aumentar a sustentabilidade global e proteção ambiental (ética global); prover benefícios e liberdade a toda comunidade humana, individual e coletiva, usuários finais, produtores e protagonistas de mercado (ética social); apoiar a diversidade cultural apesar do processo de globalização mundial (ética cultural); e fornecer produtos, serviços e sistemas, com aquelas formas que são expressivas (semiótica) e coerentes com sua complexidade (estética) (ICSID, 2002).

Para Theodore Roszak, “A psicose epidêmica da nossa época é o erro de acreditarmos que não temos qualquer obrigação ética com o planeta que habitamos” (apud Papanek, 1995:31). Neste sentido, torna-se necessário que os designers adotem uma visão sistêmica de produto, considerando todas as etapas do seu ciclo de vida. “Considerar o ciclo de vida quer dizer adotar uma visão sistêmica de produto, para analisar o conjunto dos inputs e outputs de todas as suas fases, com a finalidade de avaliar as conseqüências ambientais, econômicas e sociais” (Manzini, 2002:92). Desta forma, o conceito de ciclo de vida refere-se às trocas (input e output) entre o meio ambiente e os processos que acompanham o ‘nascimento’, a ‘vida’ e a

‘morte’ de um produto. O conhecimento das etapas dos ciclos de vida dos produtos torna visível o real custo econômico, social e ecológico associados aos efeitos do consumo de determinados produtos.

Todo produto, não importa de que material seja produzido, provoca um impacto ao meio ambiente, seja em função do seu processo produtivo, da extração das matérias-primas da natureza, no seu uso e/ou na sua disposição final. A ACV - Análise do Ciclo de Vida - é uma metodologia que tem como função analisar os impactos ambientais de todas as etapas do ciclo de vida de um produto. “A ‘avaliação do ciclo de vida do produto’ abarca todas elas, desde a aquisição original das matérias-primas, passando pelo processo de transformação e montagem,

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a compra do produto acabado (que inclui também expedição, embalagem, publicidade e a publicação de manuais com as instruções), o uso, a recolha do produto após o uso e, finalmente, a reutilização ou reciclagem e tratamento final” (Papanek, 1995:35).

As questões ambientais que envolvem a avaliação do ciclo de vida de um produto são:

“(...) o esgotamento de recursos escassos ou finitos; a produção de gases de estufa; a produção de clorofluorocarbonetos que levam à destruição do ozônio; destruição de habitats e extinção de espécies; materiais ou processos nocivos às plantas, animais e seres humanos; poluição do ar, do solo e da água; poluição sonora com os seus efeitos perniciosos para a psiquê humana; poluição visual” (Papanek, 1995:36). Desta forma, as estratégias que devem guiar o design para uma minimização de impactos ambientais são: minimizar recursos materiais e energias não renováveis; utilizar recursos e processos de

baixo impacto ambiental; utilizar recursos renováveis; estender a vida dos produtos e materiais; facilitar a desmontagem; minimizar embalagens, o consumo no transporte e os resíduos; projetar produtos coletivos, etc (Manzini, 2002). A figura 20 apresenta uma avaliação de impacto ambiental de alguns materiais, segundo o método Ecoindicator 95; os valores abaixo são relativos uns aos outros e são referentes a produção de 1Kg de material, estes foram elaborados na Holanda em um projeto patrocinado pelo governo e envolveu entidades como o CML da Universidade de Leiden, a Prè Consutant, a Philips, a Ocè, a Nedcar e a Fresco (Manzini, 2002:148-149).

Uma outra ferramenta que permite uma análise dos impactos causados pelas atividades humanas é a Pegada Ecológica, que conforme Dias (2002:185), consiste em “(...) um instrumento que permite estimar os requerimentos de recursos naturais necessários para sustentar a vida de uma dada população, ou seja, quanto de área produtiva natural é necessário para sustentar o consumo de recursos e a assimilação de resíduos de determinada população humana”. O cálculo da pegada ecológica baseia-se principalmente nos itens de consumo, pois

Figura 20: Índice de Impactos de alguns materiais – Ecoindicator 95

(27)

que representam os maiores pontos de “pressão” aos recursos naturais. Conforme estudos de Wackernagel et al. apud Dias (2002:193) a pegada ecológica de alguns países são apresentadas na tabela 5:

País Pegada Ecológica (ha/pessoa)

Terras Ecoprodutivas Disponíveis (ha/pessoa)

Déficit Ecológico (ha/pessoa)

Estados Unidos 10,3 6,7 -3,6

Alemanha 5,3 1,9 -3,4

Austrália 9,0 14,0 5,0

Holanda 5,3 1,7 -3,6

Dinamarca 5,9 5,2 -0,7

Reino Unido 5,2 1,7 -3,5

Japão 4,3 0,9 -3,4

Brasil 3,1 6,7 3,6

Chile 2,5 3,2 0,7

Perú 1,6 7,7 6,1

Tabela 5: Pegada Ecológica, disponibilidade de área ecoprodutiva e déficit ecológico de alguns países.

As problemáticas ambientais refletem diretamente na qualidade de vida das pessoas Portanto, a preocupação com a ecologia envolve também responsabilidade social, pois

"Usando menos, preservando para o futuro, a conservação e a moderação no uso das fontes energéticas serão apenas gotas de água, se tais atitudes não estiverem associadas a um processo social capaz de influenciar o design industrial, a indústria e a política” (Papanek, 1995:52). É preciso, então, refletir: “Como o produto afeta os seus muitos usuários ao longo do seu tempo de vida útil?” (Manu, 1995:14).

Além das responsabilidades sociais e ecológicas, a atividade do design deve também respeitar e valorizar as culturas humanas tradicionais e locais. Pois, “O que devemos celebrar hoje não é o nosso sucesso em escala global, mas as satisfações humanas menores de nossas heranças e culturas locais partilhadas, que encontram-se em vias de desaparecer para sempre” (Manu, 1995:13). O design age diretamente sobre a cultura das pessoas e comunidades, ele cria cultura; e por isso, deve avaliar constantemente a sua interferência sobre as comunidades, para que tal interferência não seja equivocada. Na opinião de Jan Kuypers:

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Acima de tudo é a cultura, não a indústria cultural, que está sobre a mesa. É o investimento humano mais importante do nosso tempo. Não está à venda; precisa ser partilhada e deixada crescer em ricas variações de multiplicidade, facilitada por meio da tecnologia. Deve estar ciente dos valores e direitos de outras culturas, para que não sejam mutuamente destrutivas. Não apenas humana, mas humanizada (apud Manu, 1995:28-29).

Contudo, o designer precisa ter consciência de todas as conseqüências sociais, culturais e ecológicas que são causadas pelos produtos que projeta. Mas, infelizmente, as responsabilidades sócio-ambientais ainda não fazem parte da maioria dos projetos de designs e dos produtos industriais existentes atualmente. Segundo Capra, “Esse aumento extraordinário da produtividade de recursos só é possível em virtude da ineficiência e do desperdício absurdos que caracterizam a maior parte do desenho industrial contemporâneo. Como acontecia com os recursos biológicos, os princípios do projeto ecológico - redes, reciclagem, otimização em vez de maximização, etc. - não faziam parte da teoria nem da prática do desenho industrial (...)” (2002:251). Por outro lado, Manu alerta que, “Nos últimos anos, um número cada vez maior de designers vêm ficando fascinados com a possibilidade bastante real de se iniciar uma mudança social através do design” (1995:13).

Diante destas questões sociais, culturais e ecológicas, uma escolha criteriosa e consciente de materiais para um projeto de um produto é essencial para a redução dos efeitos negativos ao meio ambiente e às pessoas. A decisão sobre o uso de materiais requer, então, uma atenção especial por parte do designer, pois está claro que: “Os materiais como fontes primárias - e como componente do produto como um todo - determinam várias formas de impacto ambiental e vários efeitos em nossa saúde e no ecossistema onde vivemos” (Manzini, 2002:148).

4. CONCLUSÕES

A pesquisa na área de materiais mostra-se incessante diante de todas as questões acima citadas, e sua disponibilização a toda comunidade pode tornar-se uma grande referência de que novas alternativas são possíveis e muitas vezes podem estar muito próximas, basta saber olhar.

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É importante salientar que nunca foi objetivo do projeto coletar amostras de todos os tipos de materiais existentes, e sim focalizar aqueles mais utilizados na indústria e aplicados no design.

Há uma grande dificuldade de coleta de informações e amostras de materiais nas indústrias de base nacionais, o principal motivo observado durante a pesquisa refere-se à grande distância entre os responsáveis e profissionais da área de comunicação, cujos contatos foram estabelecidos, e os profissionais diretamente ligados à produção, que estão em contato direto com matérias-primas, produtos semi-acabados e acabados. Neste caso, das indústrias de base, a coleta de amostras e informações mais detalhadas é mais fácil através de visitas técnicas, quando pode-se estabelecer entrevistas semi-estruturadas, registros fotográficos e as respectivas coletas de amostras. Um fator que impossibilitou tais visitas, e conseqüentemente o prejuízo de dados e amostras coletadas, foi a falta total de financiamento para tais estudos, sem considerar, é claro, a bolsa de pesquisa.

Visto que o recurso para implementação da Materioteca foi aprovado no Edital Universal 02/2003 da Funcitec, foi solicitado e aprovado a renovação do período de execução do projeto. Portanto, o projeto se apresenta em andamento e a sua continuidade propiciará o atendimento do objetivo proposto e sua conseqüente implementação. Desta forma, os objetivos iniciais do presente projeto de pesquisa encontram-se em desenvolvimento.

A taxa de retorno de respostas e amostras às cartas de solicitação foi relativamente baixa, a maior parte de doações significativas ocorreram em relação aos contatos estabelecidos via telefone, ou ainda através de visitas. O que fortalece a hipótese, de que, o contato direto com os fornecedores, preferencialmente ligados aos setores de produção aumenta significativamente o rendimento do trabalho de coleta.

A maior disponibilidade de informações relacionados aos impactos ambientais dos ciclos de vida dos materiais fazem referência a outros países, principalmente na América do Norte e Europa; há uma grande dificuldade de encontrar estudos que abordem este assunto no Brasil. Tendo em vista os inúmeros impactos ambientais associados aos ciclos de vida dos produtos; e a escassa disponibilidade de referências bibliográficas, mostra-se urgente o aprofundamento de pesquisas ligadas a esta temática.

As ferramentas metodológicas de análise e avaliação de impactos ambientais estão também mais detalhadas em outros países. Uma dificuldade para a aplicação destas metodologias no Brasil ocorre devido à matriz energética hidrelétrica, visto que ainda estão

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em desenvolvimento estudos para quantificação dos impactos desta matriz. A indisponibilidade de informações sobre os produtos, seus constituintes, e seus respectivos impactos dificulta uma análise mais criteriosa para a aplicação de materiais no design de produtos.

Uma forma encontrada, durante a pesquisa, de relacionar impactos – benéficos ou adversos – com os materiais no cenário nacional, foi através do registro fotográfico, que exprime a noção qualitativa, através da transgressão paisagística, dentre outros, ao invés da quantitativa – utilizada nas metodologias de análise ambiental de sistemas (como por exemplo, o Ecoindicator 95, a Análise de Ciclo de Vida, a Pegada Ecológica, etc). É claro que, esta noção qualitativa não substitui a quantitativa, mas sim a complementa, principalmente quando as informações são de difícil acesso. É importante ressaltar que a fotografia tem uma capacidade de comunicação maior que a oral e a escrita, pois que além de trazer informações de um determinado nível de realidade, pode ser uma boa ferramenta de sensibilização para as questões sócio-ambientais.

Embora, haja uma escassez de informações, o caráter interdisciplinar desta pesquisa, permite o acesso a informações relevantes direcionadas à áreas como a geografia, geologia, biologia, entre outras áreas afins, e sua disponibilização às áreas que envolvem o design permite a eleição de parâmetros e critérios mais amplos para a seleção e escolha de materiais, processos e sistemas de produção. E ainda emergem novas demandas para pesquisas nas áreas de materiais de baixo impacto ambiental, análise ambiental de sistemas de produção e diretrizes para novas possibilidades de uso dos materiais no âmbito da economia mundial.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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DIAS, Genebaldo F. Pegada Ecológica e Sustentabilidade Humana. São Paulo: Ed. Gaia, 2002. FERRANTE, Maurizio. Seleção de Materiais. São Carlos: EDUFSCar, 1996.

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MANU, Alexander. Revista da Aldeia Humana. Florianópolis: SENAI/LBDI, 1995.

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VAN VLACK, Lawrence H. Propriedades dos Materiais Cerâmicos. São Paulo: Editora Edgard Blucher, 1973.

6. ANEXOS

6.1 Empresas contatadas via correio eletrônico10 – Banco de Dados FIESC

1. BANDAG DO BRASIL LTDA

2. INDÚSTRIA DE ARTEFATOS DE BORRACHA WOLF LTDA 3. INDÚSTRIA DE BORRACHAS NSO LTDA

4. TECNOB TECNOLOGIA DA BORRACHA LTDA 5. TECNOLOGIA RUBER LTDA

6. BENETEX RECICLAGEM TEXTIL LTDA 7. BRASIMET COM. E IND. S/A

8. BRINQUEDOS SAXONIA LTDA 9. STAR ZINK GALVANIZAÇÃO LTDA 10. 43 S/A GRÁFICA E EDITORA 11. CLICHERIA BLUMENAU LTDA

12. CROMOLASER FOTOLITOS GRÁFICOS E EDITORA LTDA 13. GRAPHIK FACAS E CORTE VINCO LTDA ME

14. COQUE SUL BRASILEIRO IND. E COM. LTDA 15. KERBER & CIA LTDA

16. MINERAÇÃO VEIGA LTDA 17. CARBONÍFERA CRICIÚMA S/A

18. A MARAVILHA LÂMINAS E MADEIRAS IND. E COM. LTDA 19. ANDREAZZA MADEIRAS S/A

20. ARTEFATOS DE MADEIRA CANTA GALO LTDA 21. ASSENTEX COMPENSADOS LTDA ME

22. BERJO INDUSTRIA E COMÉRCIO DE TORNEADOS LTDA 23. BRAZIMÓVEIS LTDA

24. CIAMA COM. E IND. DE ARTEFATOS DE MADEIRA LTDA

25. COMFLORESTA CIA CATARINENSE DE EMPREEND. FLORESTAIS 26. COMPENSA IND. E COM. DE COMPENSADOS LTDA

27. COMPENSADOS E LAMINADOS LAVRASUL S/A 28. COMPENSADOS NOVACKI LTDA

29. CONDOR S/A MADEIRAS

30. ACEARIA FREDERICO MISSNER S/A 31. ARNO BERNARDES IND. E COM. LTDA 32. ARTEFATOS METÁLICOS FRIGO LTDA 33. CALHAS SABINO LTDA

34. METAIS BIANCA IND. E COM. LTDA 35. METALÚRGICA CICLO LTDA 36. METALÚRGICA DENK LTDA

10 A listagem inclui as empresas que receberam a mensagem da carta de solicitação.

(33)

37. METALÚRGICA DUQUE S/A 38. METALÚRGICA FEY LTDA 39. METALÚRGICA SPILLERE LTDA 40. SIDERÚRGICA CATARINENSE LTDA 41. SIDERÚRGICA SPILLERE LTDA 42. TEVERE S/A

43. TUPER S/A - DIVISÃO TUBOS 44. UNIDAS IND. E COM. LTDA 45. TUPER S/A - DIVISÃO TUBOS

46. VEDAMOTORS IND. E COM. DE JUNTAS LTDA 47. VOLANI METAIS IND. E COM. LTDA

48. WETZEL S/A - DIVISÃO FUNDIÇÃO DE FERRO 49. WIEST S/A

50. WIND INDUSTRIAL LTDA 51. ALCOA ALUMÍNIO S/A

52. DOCOL METAIS SANITÁRIOS LTDA 53. WETZEL S/A - DIVISÃO ELETROTÉCNICA 54. 5 ESTRELAS PAPÉIS E EMBALAGENS LTDA 55. ADAMI S/A MADEIRAS

56. AVELINO BRAGAGNOLO S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO 57. AVELINO BRAGAGNOLO S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO 58. ÁGUAS NEGRAS S/A INDÚSTRIA DE PAPEL

59. CARTONAGEM BATISTENSE LTDA

60. COM. IND. REPRESENTAÇÕES H. RISTHOW 61. CVG CIA VOLTA GRANDE DE PAPEL

62. HEIDRICH INDÚSTRIAL MERCANTIL E AGRÍCOLA S/A 63. IGUAÇÚ CELULOSE E PAPEL S/A

64. ILHABELA EMBALAGENS LTDA

65. INDUMA INDÚSTRIA DE MADEIRAS S/A

66. INDÚSTRIA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES ONDUTEK LTDA 67. INDÚSTRIAS NOVACKI S/A

68. KLABIN KIMBERLY S/A 69. PRIMO TEDESCO S/A

70. RIGESA CELULOSE PAPEL E EMBALAGENS LTDA 71. SÃO BENTO EMBALAGENS LTDA

72. SOPASTA S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO 73. CIA CANOINHAS DE PAPEL

74. RIGESA CELULOSE PAPEL E EMBALAGENS LTDA 75. ANGELGRES REVESTIMENTOS CERÂMICOS LTDA

76. ARTEMAG ARTEFATOS DE MÁRMORES E GRANITOS LTDA 77. BRASIL RECICLE LTDA

78. CASAGRANDE PISOS CERÂMICOS LTDA

79. CECRISA REVESTIMENTOS CERÂMICOS S/A UNID. 02 80. CECRISA REVESTIMENTOS CERÂMICOS S/A UNID. 05 81. CECRISA REVESTIMENTOS CERÂMICOS S/A UNID. 06 82. CERAMARTE LTDA

83. CRISTAIS HERING LTDA 84. CRISTAL BLUMENAU S/A 85. CRISTALLERIE STRAUSS S/A

86. DE LUCCA REVESTIMENTOS CERÂMICOS LTDA 87. ELIANE REVESTIMENTOS CERÂMICOS LTDA

88. INDUCEL INDUSTRIAL CERÂMICOS ESPECIAIS LTDA 89. INDÚSTRIA CARBONÍFERA RIO DESERTO LTDA 90. ITAGRES REVESTIMENTOS CERÂMICOS S/A 91. MARCOS SEBASTIÃO ME

92. MASTERGLASS IND. E COM. LTDA

(34)

93. NATUGRES REVESTIMENTOS CERÂMICOS LTDA 94. PISOFORTE REVESTIMENTOS CERÂMICOS LTDA 95. PORCELANA SCHMIDT IND. COM. IMP. EXP. LTDA 96. PORCELANA SCHMIDT S/A

97. VECTRA REVESTIMENTOS CERAMICOS LTDA 98. CERÂMICA URUSSANGA S/A – CEUSA

99. COLORMINAS COLORIFÍCIO E MINERAÇÃO S/A 100. INDÚSTRIA CERÂMICA IMBITUBA S/A

101. MOLIZA REVESTIMENTOS CERÂMICOS LTDA 102. OXFORD S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIO 103. PORTOBELLO S/A

104. ALPIS IND. E COM. DE TRANÇADOS E TECIDOS INDUST. LTDA 105. ARAFIBRAS INDUSTRIA E COMERCIO LTDA

106. ARTEPLAS ARTEFATOS DE PLÁSTICOS LTDA 107. CANGURU EMBALAGENS S/A

108. COPOBRÁS INDUSTRIAL DE PLÁSTICOS LTDA 109. COVERTECH ACESSÓRIOS LTDA

110. EMBRAPLA EMPRESA BRASILEIRA DE PLÁSTICOS S/A 111. ENGEFIBRA ENGENHARIA IND. E COM. DE PLÁSTICOS LTDA 112. FORZA INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS LTDA

113. GLOPRESS INDUSTRIAL LTDA 114. INTERFIBRA INDUSTRIAL S/A

115. IPIL INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS IMBITUBA LTDA 116. MAGHFRAN CONTEINERS LTDA

117. MERCOTOYS INDÚSTRIA DE BRINQUEDOS LTDA 118. PROFIPLAST INDUSTRIAL S/A

119. STAN PLAST INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS LTDA 120. TECNOCELL INDUSTRIAL LTDA

121. TECNOFIBRAS S/A - UNIDADE II 122. TECNOFIBRAS S/A - UNIDADE I 123. TECNOPERFIL PLÁSTICOS LTDA 124. TERMOTÉCNICA LTDA

125. AB PLAST MANUFATURADOS PLÁSTICOS LTDA 126. INDUSTRIAL DE PLÁSTICOS ZANATTA LTDA 127. INPLAC INDÚSTRIA DE PLÁSTICOS S/A 128. TIGRE S/A TUBOS E CONEXÕES

129. UNIPLAST S/A

6.2 Listagem para Posterior Contato Telefônico – Banco de Dados FIESC

1. CARIBOR TECNOLOGIA DA BORRACHA LTDA

2. INDÚSTRIA DE ARTEFATOS DE BORRACHA WOLF LTDA 3. INDÚSTRIA DE BORRACHAS NSO LTDA

4. CIA CARBONÍFERA CATARINENSE

5. COQUE SUL BRASILEIRO IND. E COM. LTDA 6. CARBONÍFERA CRICIÚMA S/A

7. ADAMI S/A MADEIRAS

8. BAUMGARTEN GRÁFICA LTDA - DIVISÃO LABEL 9. CELULOSE IRANI S/A

10. HEIDRICH INDÚSTRIAL MERCANTIL E AGRÍCOLA S/A 11. INDUMA INDÚSTRIA DE MADEIRAS S/A

12. KLABIN S/A

13. ACEARIA FREDERICO MISSNER S/A

14. AÇOPEÇAS INDÚSTRIA DE PEÇAS DE AÇO LTDA 15. CIA BRASILEIRA DE ALUMÍNIO

16. METALÚRGICA DENK LTDA

Referências

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