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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL

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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS E FORMAÇÃO INTEGRADA

ESPECIALIZAÇÃO EM FISIOTERAPIA DERMATO FUNCIONAL

RICARDO GIBRAN CAMARGO DE OLIVEIRA

OS RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS MAIS UTILIZADOS NA

QUEIMADURA: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Goiânia 2013

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OS RECURSOS FISIOTERAPÊUTICOS MAIS UTILIZADOS NA

QUEIMADURA: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

RICARDO GIBRAN CAMARGO DE OLIVEIRA

Artigo apresentado ao curso de Especialização em Fisioterapia Dermatofuncional e do Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada, chancelado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás.

Orientadora: Prof. Ms. Elicéia Márcia Batista

Goiânia 2013

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RESUMO

Os Recursos Fisioterapêuticos mais Utilizados na Queimadura: Uma Revisão Bibliográfica

Introdução: O presente trabalho se propõe a mostrar as diferentes condutas

fisioterapêuticas auxiliando na reabilitação de pacientes queimados. As queimaduras são acidentes extremamente comuns, praticamente todos os indivíduos sofreram ou sofrerão uma queimadura em alguma ocasião da vida. Posto isso, coube-nos realizar uma pesquisa com o objetivo de demonstrar quais os principais recursos fisioterapêuticos possíveis de utilização num quadro de queimadura. Métodos: Trata-se de uma Revisão de Literatura com análise descritiva. Utilizaram-se uni termos em português e inglês respectivamente como fisioterapia, queimadura, reabilitação, burns, thermal injury, physiotherapy, physical therapy and rehabilitation nos portais Science Direct, Medline, Highwire, Periódicos Capes, Google Acadêmico, dentre outros, publicados entre 1990 e 2012 Resultados e Conclusões: Este

estudo observou diversas técnicas fisioterapêuticas realizadas em pacientes vítimas de queimaduras, podendo colaborar na reabilitação e melhora do quadro clínico destes pacientes. Na queimadura, a fisioterapia exerce um papel preventivo, caso seja iniciada precocemente. Caso contrário, o paciente poderá desenvolver sequelas, principalmente pela imobilização ou pela posição antálgica que exerce. Quanto mais precoce for iniciada a fisioterapia, melhores serão os resultados futuros.

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4 INTRODUÇÃO

Queimaduras são lesões dos tecidos orgânicos em decorrência de trauma de origem térmica resultante de exposição a chamas, líquidos quentes, superfícies quentes, frio, substâncias químicas, radiação, atrito ou fricção. A queimadura está entre os traumas mais graves, pois, além dos problemas físicos que podem levar o paciente à morte, podendo acarretar outros problemas de ordem psicológica e social1.

Quando se faz uma avaliação das causas no Brasil, os dados estatísticos sobre as lesões por queimaduras são escassos. Contudo, estes dados são importantes para que se possa compreender a magnitude do problema e para que se possa identificar as populações mais atingidas e as circunstâncias nas quais as queimaduras ocorrem, de forma que seja possível implementar programas de prevenção. O levantamento de dados epidemiológicos também é importante para a organização de unidades especializadas no tratamento de pacientes portadores de queimaduras. Existem no Brasil, poucos centros especializados no atendimento de queimados, de forma que muitas das vítimas de queimaduras são internadas em hospitais que não estão equipados para atendê-las.

Costuma-se classificar as queimaduras de acordo com a profundidade da pele lesada. Esta classificação é importante para se avaliar o prognóstico (previsão de cicatrização e cura) da queimadura. Quanto mais superficiais, melhor o prognóstico, já as queimaduras mais profundas têm um prognóstico mais grave2. As queimaduras são classificadas em12:

. Primeiro grau: É a queimadura mais superficial e caracteriza-se por deixar a pele hiperemiada, edemaciada, e com presença de dor. De maneira geral as queimaduras de primeiro grau podem ser tratadas clinicamente com a utilização de pomadas e evoluem satisfatoriamente.

. Segundo grau: Caracteriza-se pelo aparecimento de frictena, que é a manifestação externa de um descolamento dermo-epidérmico. Tem uma profundidade intermediária.

. Terceiro grau: Caracteriza-se pelo aparecimento de uma zona de morte tecidual (necrose).

. Quarto grau: Envolve a completa destruição de todos os tecidos, desde a epiderme até o tecido ósseo subjacente. Este tipo de queimadura ocorre normalmente em resultado do

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5 contato com a eletricidade. Haverá uma ferida de entrada, que estará carbonizada e deprimida3.

O que justifica a escolha pela elaboração desse trabalho foi à preocupação com a problemática em relação à gravidade e as sequelas das lesões nos pacientes pós-queimaduras. Buscando prevenir ou amenizar deformidades cutâneas após lesões térmicas. Entende-se que a atuação da fisioterapia, junto a um trabalho multidisciplinar venha contribuir para a diminuição desse desconforto do paciente, que pode comprometer seu estado emocional e qualidade de vida, devido às mudanças em sua autoimagem. -se de uma pesquisa bibliográfica, que se buscou investigar pelos livros, bases de dados e revistas especializadas informações publicadas sobre o tema4.

Esse trabalho tem como objetivo pesquisar, analisar e relatar os recursos fisioterapêuticos mais utilizados na queimadura.

TRATAMENTO EMERGENCIAL EM SITUAÇÕES DE QUEIMADURAS

Não interessa qual a profundidade da queimadura térmica, o primeiro cuidado é o da interrupção da atividade agressiva aos tecidos orgânicos, podendo ser conseguido com a utilização de água corrente na zona lesada. Um jato fraco de água levemente morna, demoradamente usado na zona queimada é o melhor tipo de tratamento imediato para a queimadura2.

As queimaduras mais profundas têm um tratamento inicial com pomadas e frequentemente necessitam, posteriormente, a utilização de procedimentos cirúrgicos, como a enxertia de pele retirada de outras regiões, pois a necrose destrói a zona lesada e exige este tipo de reparação. Todas as queimaduras mais profundas podem deixar cicatrizes mais ou menos evidentes2.

Dentre os outros tipos de enxerto, segundo sua origem, podem-se citar:

Aloenxerto ou Homoenxerto - quando o tecido é retirado de um cadáver, usualmente a pele pode ser armazenada em bancos de pele por tempo prolongado. Utilizado quando não há possibilidade de auto-enxerto. Xenoenxerto ou Heteroenxerto – a pele utilizada vem proveniente de outra espécie de animal. Geralmente a pele de porco é a utilizada. Enxerto

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6 temporário – a pele artificial é quando existem extensas áreas queimadas. Sua indicação visa à sobrevivência.

Os principais problemas apresentados pelos enxertos são a colorações alteradas (amarelado marrom escuro), edema (impede o contato direto com o leito receptor) e infecções (deslocamento do enxerto). Uma das maiores preocupações do fisioterapeuta é a imobilização ocorrente da parte lesionada (por parte do paciente) para impedir o movimento por causa da dor. Isto resulta numa acumulação ainda maior do edema na região, bem como na rigidez da articulação e na imobilidade dos tendões e músculos existentes na região queimada5.

A queimadura promove alterações tanto locais como também sistêmicas, apresentando grandes variações na evolução do processo de reparação, as quais dependem da precocidade da intervenção terapêutica. O tratamento do paciente queimado envolve uma equipe multiprofissional, sendo que o tratamento fisioterapêutico atua também de forma complementar as cirurgias, principalmente as enxertias. A conduta inicial a qualquer intervenção deve ser a realização de uma anamnese efetiva cuja finalidade é direcionar as condutas a serem realizadas, visando resultados eficientes. Abordagem fisioterapêutica envolve terapias locais e sistêmicas para prevenir e/ou tratar as sequelas locais5.

O tratamento fisioterapêutico deve ser iniciado precocemente após o acidente, com raras exceções. O principal objetivo da intervenção fisioterapêutica em pacientes queimados é prevenir a perda de movimento, minimizar e evitar as deformidades anatômicas, diminuir a perda de massa corporal. O papel do fisioterapeuta envolve, também, a elaboração de um programa de tratamento adequado a cada tipo de paciente, as atividades devem ser planejadas e com assistência diária, avaliando as condutas diariamente de acordo com a evolução do

paciente, visto que as necessidades de reabilitação se modificam com frequência6. A fase de reabilitação começa ainda na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Corresponde à reabilitação física, como a dieta hiperproteica para melhorar a cicatrização e o posicionamento dos membros inferiores estendidos, evitando-se cicatrizes hipertróficas e contraturas articulares. Outra questão é o suporte emocional, já que a queimadura gera alterações na autoimagem, além de sentimentos como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático7.

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7 A reabilitação do paciente queimado começa no momento em que o paciente chega ao hospital, sendo um processo sempre mutável, de preferência modificado diariamente. O fisioterapeuta deve observar, antes de prescrever seu plano de tratamento, qual o tipo de postura ou movimento, qual o tipo de contração muscular, qual a sucessão de movimentos e o ritmo que ele deseja aplicar e que seja possível ao paciente executar, sendo para este a melhor escolha aquela relacionada ao seu estado atual8.

Na UTI o paciente queimado tem na fisioterapia um recurso de grande valor, devido a imobilidade decorrente de vários fatores. Dessa forma a prevenção de retrações, contratura e deformidades, além de complicações respiratórias no paciente queimado, deve ter início no primeiro atendimento fisioterapêutico Se o trabalho for realizado por profissionais especializados e dedicados ao programa de reabilitação, o paciente queimado pode, certamente, retornar a uma vida produtiva9.

Para a maioria dos pacientes, a fase mais difícil de reabilitação ocorre após o processo de cicatrização das feridas. Após a avaliação inicial, o fisioterapeuta dará início à avaliação da capacidade do paciente em movimentar-se, e medirá a amplitude de movimentos disponíveis do paciente e se houve comprometimento em outros sistemas10. A fisioterapia e a reabilitação do paciente queimado apontam três pontos nos quais os médicos devem salientar na reabilitação do paciente queimado:

1-Cuidado especial para as queimaduras da região da face, pescoço, pelas aderências que podem causar na cicatrização das queimaduras de terceiro e quarto graus.

2- Queimaduras na região dos genitais que podem causar alterações na uretra, pênis e vagina, por destruição de tecidos nobres.

3- Queimaduras de mãos e pés, que podem deixar seqüelas de posições viciosas que, posteriormente, impeçam na recuperação, na obtenção de atitudes adequadas para o trabalho e para deambulação10.

Enquanto o fisioterapeuta trabalha com o paciente, ele precisa monitorar continuamente os sinais clínicos, para que sejam avaliadas as respostas cardiovasculares e respiratórias ao tratamento. A área da mão acometida por queimaduras requer uma avaliação mais detalhada, a fim de evitar contraturas ou deformidades que prejudique a qualidade de vida do paciente3.

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8 As metas para o tratamento fisioterapêutico de reabilitação são de acordo com o prognóstico e potencial do paciente. O fisioterapeuta tem que ter como metas: Obter uma limpeza na ferida, para o desenvolvimento da cicatrização e aplicação de enxerto; manter a amplitude de movimento; impedir complicações ou reduzir as contraturas cicatriciais; impedir complicações pulmonares; promover total dependência na deambulação e a independência das atividades do dia a dia; melhorar a resistência cardiovascular. Quanto ao tratamento fisioterapêutico se dá através do correto posicionamento do membro, órteses e próteses, cinesioterapia, massagem, eletroterapia, ultrassom, laser, radiação ultra vermelha e crioterapia.

POSICIONAMENTO

O correto posicionamento do membro é importante na prevenção de deformidades, pois o paciente adota uma posição confortável que pode gerar fibrose e rigidez articular que podem levar a sequelas definitivas. Portanto o paciente não deve ser mantido na mesma posição por longos períodos, havendo necessidade de alternâncias constantes, a fim de minimizar a instalação de contraturas, prevenir bolhas, escaras, edemas e melhorando o retorno venoso e linfático5.

Toda vez que um paciente é acometido por uma infecção aguda, que inviabiliza a movimentação espontânea no leito, ele está correndo risco de desenvolver patologias secundárias que poderão piorar drasticamente o quadro clínico dele, estas patologias poderemos citar as ulcerações (escaras), contraturas de tecidos moles ou articulares, posturas viciosas e até problemas respiratórios.

A elevação dos membros queimados é de extrema importância porque atuam na melhora do retorno venoso linfático, prevenindo assim, a formação de edemas no local. O fisioterapeuta irá atuar de forma que no momento em que a pessoa queimada estiver na fase de cicatrização ele possa posicioná-la de forma que a articulação se oponha ao efeito de encurtamento proporcionado pelo processo de reparação. Ele terá a preocupação de em pequenos espaços de tempo estar movendo o paciente de forma sutil, mas que permita a ele a alternância de posições, evitando assim, que em certos locais fique muito tempo parados ou

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9 que esquentem, diminuindo bruscamente a chance do surgimento de sequelas secundárias8,

11,12.

O posicionamento do membro queimado deve ser feito em uma posição antideformidade, que será garantido por meio de órteses. As talas ou órteses podem ser estáticas ou dinâmicas. Além da imobilização as talas exercem uma pressão que irá causar um achatamento e um alongamento da cicatriz, sendo assim, ela permite ser remodelada à medida que a contratura melhora.

CINESIOTERAPIA

A cinesioterapia na queimadura com exercícios de mobilização ativa e passiva faz a preservação dos movimentos do membro queimado, mantendo a função de deslizamento dos tendões, ampliando o movimento e a força muscular. A movimentação deve ser iniciada assim que o paciente apresentar condições clínicas necessárias para a reabilitação. São contraindicados principalmente na fase aguda, técnicas de manipulação agressivas, pois pode haver excessivo estiramento da pele e lesões articulares. O ganho ocorrido durante os exercícios podem ser mantidos através do uso de órteses.

A atividade física, quando o paciente ainda está em fase de recuperação, pode ser muito incômoda e dolorosa, no entanto é de extrema importância ser instituída de forma precoce para a manutenção da amplitude articular. A deambulação também deve ser iniciada precocemente a fim de proporcionar ao paciente queimado a oportunidade de manter um contato social e exercitar os membros inferiores, evitando possíveis perdas funcionais. Antes de iniciar qualquer tratamento precoce neste tipo de paciente, deve-se fazer uma análise criteriosa acerca de seus limites funcionais já existentes, para que os mesmos sejam respeitados. A massagem prévia, antes de qualquer manejo do paciente, servirá para aumentar a mobilidade tecidual, evitando assim mais danos, não só em áreas adjacentes à queimadura, mas, sim na própria região lesada13.

ELETROTERAPIA

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10 A eletroterapia não deve ser usada com a ferida aberta e sim já na fase de cicatrização. As correntes elétricas atuarão na cicatrização da queimadura, no que se diz respeito à recuperação da função motora perdida ou diminuída. O TENS - auxilia no controle da dor, sua aplicação durante 20 a 30 minutos tem efeitos positivos com programação de troca de curativos. O estimulo elétrico produzido pelo FES gera no local um aumento da atividade muscular por influência das propriedades morfológicas, fisiológicas e bioquímicas que estimularão o aumento da força muscular14.

ULTRASSOM

Os efeitos térmicos dessa categoria incluem o alívio de dor, da inflamação aguda ou crônica, inibição dos espasmos musculares, aumentando ainda a extensibilidade do colágeno. Os efeitos físicos não térmicos desejáveis causam o aumento da permeabilidade celular, da síntese protéica, do fluxo de íons de cálcio e da passagem de metabólitos através da membrana celular, o que contribui de forma positiva na reparação tecidual.Há um consenso no sentido de que o ultrassom pode acelerar a resposta inflamatória, promovendo entre os efeitos desencadeados por este processo, as liberações de histamina, de fatores de crescimento pela granulação de macrófagos, mastócitos e plaquetas, além de incrementar a síntese de fibroblastos e colágeno15.

O ultrassom pode ser utilizado na fase ambulatorial, na dosagem de 1 a 2W/cm2, modo contínuo, objetivando efeito lítico, atuando na modelagem das fibras colágenas subjacentes à lesão cicatricial e possui alto poder de regeneração16.

Na prática clínica, em pacientes vítimas de queimaduras, a aplicação de ultrassom normalmente é feita após epitelização completa da lesão com o objetivo de adquirir ou favorecer um realinhamento do colágeno. Se for usado o ultrassom continuamente em dosagens de 1 a 2w/cm2, e diretamente sobre a cicatriz durante seis a oito minutos, tal processo poderá facilitar aumentos na amplitude de movimentos e poderá reduzir a dor associada à cicatriz. O ultrassom trabalha mais efetivamente se for usado nas cicatrizes com menos de um ano de idade17.

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11 Utiliza-se essa terapia para melhorar a cicatrização no tratamento de queimados e de pacientes que receberam algum tipo de enxerto ou retalhos, ativando a vascularização dessas regiões, assim como no tratamento de dores agudas e crônicas de diversos tipos, devido às suas características de aliviar a dor, estimular a reparação tecidual, reduzir o edema e hiperemia nos processos anti-inflamatórios, prevenir infecções, além de atuar em parestesias e paralisias. Este recurso é muito utilizado, quando a lesão por queimadura se encontra em aberto, porque ele bioestimula a regeneração da área através do reparo tecidual. A sua utilização é rápida, não invasiva e efetiva18.

CRIOTERAPIA

O frio, quando é aplicado logo após a lesão, serve para aliviar a dor e diminuir a severidade, principalmente quando a lesão é de primeiro grau e segundo grau. Este método é muito eficiente e recomendável porque o resfriamento local é benéfico, visto que ele permite uma vasoconstrição, limitando o escape de plasma e a prevenção da hipóxia secundária e diminuição do metabolismo celular. A crioterapia pode ser utilizada neste tipo de tratamento com as seguintes finalidades: Minimizar a formação de edemas, bolhas, promover a analgesia, auxilia no processo de cicatrização e alongamento do tecido conjuntivo. Com o propósito analgésico, usa-se o frio como contra irritante, produzindo endorfinas e aumentando limiar da dor. Abaixo de 10ºC, ocorre bloqueio total das transmissões dos impulsos nervosos5.

Até quarenta e oito horas após traumas leves ou moderados, o frio vai atuar tanto na diminuição da dor como prevenindo edema e sangramentos, por vasoconstrição reflexa simpática e liberação de histamina. Deve-se ter atenção para o período de vasodilatação pós-aplicação que poderá aumentar o edema e sangramento. Tais efeitos podem também ser usados precocemente nos casos de queimaduras19.

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12 Este recurso é empregado para alivio da dor, aumento da mobilidade articular e reparo de lesões de tecidos moles. Os efeitos fisiológicos já catalogados pelos estudiosos deste recurso são: vasodilatação, aumento do fluxo sanguíneo, aumento da leucocitose, aumento da fagocitose, aumento do metabolismo, relaxamento muscular e de outras estruturas, analgesia e aceleração de cicatrização14.

MASSOTERAPIA

Após o enxerto estar estável e as margens totalmente cicatrizadas, a massagem poderá ser iniciada. Um creme hidratante pode ser aplicado durante este processo. A massagem deverá ser inicialmente, realizada nas bordas do enxerto com movimentos pequenos e pouca pressão superficial. Trabalhar gradualmente mais no centro enquanto o enxerto amadurece. Para ele, é importante evitar a pressão e o tocar de leve na pele, pois isto pode causar bolhas no enxerto. O objetivo é amaciar e mobilizar o tecido enxertado para proporcionar liberdade de movimento e melhorar a nutrição, restaurando a função. A massoterapia poder ser utilizada em regiões cicatrizadas, enxertadas ou áreas doadoras, desde que observado o tipo de cicatriz21. Ela tem a finalidade de melhorar a aparência do plano cicatricial e liberar aderências, tornando o tecido mais elástico e uniforme16.

Os efeitos dos movimentos das massagens em cicatriz de queimaduras são: aumento da circulação sanguínea, mobilização de fluido intersticial, prevenção de aderências, mobilização dos tecidos aderidos, diminuição do aumento da sensibilidade local22. A massagem é uma intervenção que clinicamente pode ser útil para acompanhar os exercícios de ADM tornando o exercício mais maleável. A cicatriz imatura poderá ser alongada facilmente e as contraturas corrigidas. Cicatrizes duras que são rotineiramente massageadas tendem a amolecer11. Devem ser massageadas de modo lento e por cinco a dez minutos, três a seis vezes ao dia. A massagem tem papel fundamental na reabilitação do paciente queimado, sendo várias as modalidades utilizadas. Dentre as mais indicadas citam: massagem clássica, drenagem linfática, massagem transversa profunda, massagem reflexa e massagem respiratória5.

a) Massagem clássica: melhora a circulação sanguínea facilitando a penetração de agentes lubrificantes do tecido

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13 b) Drenagem linfática: atenua edemas e linfedemas.

c) Massagem Transversa Profunda: manobras de Wetterwald rompem aderências, aumentando a mobilidade do tecido.

d) Massagem reflexa: as manobras liberam aderências e promovem analgesia.

e) Massagem respiratória: utilizada como meio de incremento para mobilização de secreções.

Ainda, a vacuoterapia ou depressoterapia poderá complementar a massoterapia, por sua ação desfibrosante de grande interesse em cicatrizes aderentes, promovendo seu remodelamento16.

CASUÍSTICA E METODOS

Trata-se de uma Revisão de Literatura com análise descritiva. Utilizaram-se uni termos em português e inglês respectivamente como fisioterapia, queimadura, reabilitação, burns, thermal injury, physiotherapy, physical therapy and rehabilitation nos portais Science Direct, Medline, Highwire, Periódicos Capes, Google Acadêmico, dentre outros, publicados entre 2000 a 2012. Palavras chaves utilizadas: Queimadura, Fisioterapia e Reabilitação.

Por se ocupar das explicações dos fenômenos, a pesquisa lançará mão do método comparativo, visto que o mesmo permite analisar o dado concreto, deduzindo do mesmo os elementos constantes, abstratos e gerais, constituindo, verdadeiramente, uma “experimentação indireta” 4.

Este trabalho vem com a proposta de abordar, através de pesquisas bibliográficas, os benefícios dos recursos fisioterapêuticos na queimadura tratamentos fisioterapêuticos para cada tipo de queimadura, visando dar suporte para as vítimas deste tipo de lesão, ajudando-as a possuir uma noção maior e melhor de como elas podem tratar os diversos tipos de queimaduras e suas consequências ao organismo desde a hora que ocorreu a lesão até ao total restabelecimento da área afetada ou do sistema comprometido.

Por fim, a proposta especial e principal deste trabalho será de mostrar, de maneira direta, como a fisioterapia pode ajudar na reabilitação explicando a importância de cada recurso fisioterapêutico no restabelecimento total (na maioria dos casos) das queimaduras, independentemente de sua gravidade20.

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14 Foram excluídos os artigos fora do tempo determinado e que, após o cruzamento das palavras-chave, não se relacionaram com o tema da pesquisa.

Os critérios de inclusão dos artigos foram definidos a partir da questão investigada, ano de publicação e idioma do texto (inglês e português).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os artigos foram submetidos a uma leitura analítica composta de leitura integral do texto, identificação das ideias-chaves, hierarquização e sintetização das ideias. Após a análise, realizou-se a leitura interpretativa.

As metas para o tratamento reabilitativo e fisioterápico são contingentes com o prognóstico. Isso significa que quanto mais cedo houver intervenções, maiores serão as chances do paciente não ficar com seqüelas. Durante a realização deste artigo, no decorrer das revisões, foi percebido que os recursos utilizados são bem distintos, o que faltava especificamente era organizá-los de acordo com sua aplicabilidade com cronologia da lesão11. A literatura pesquisada aponta que é essencial intervir precocemente no processo cicatricial do paciente queimado, de modo a evitar complicações inerentes de uma hospitalização prolongada e diminuir o comprometimento estético e funcional.

Através da avaliação consegue-se coletar informações acerca do estado geral e particular do paciente queimado e que irão dirigir de forma específica às modalidades terapêuticas implementadas5, 16. A abordagem fisioterapêutica do paciente queimado tem dois fundamentos primordiais: avaliação do potencial de sequela da injúria térmica e avaliação da condição psicossocial do indivíduo. Esses dois pólos são necessários para que se estabeleça uma relação terapêutica de colaboração e envolvimento do paciente em sua reabilitação. O fisioterapeuta gastará um bom tempo com cada paciente durante cada sessão de exercícios16.

As recompensas de um programa de tratamento bem-sucedido são enormes quando um paciente que sofreu uma queimadura potencialmente fatal é capaz de deambular do hospital e retornar para um desenvolvimento produtivo na comunidade. Sendo assim na abordagem fisioterapêutica, o processo de reabilitação compreende várias etapas onde a meta é o restabelecimento funcional e social do paciente. Sobre os cuidados com a pele, para melhorar a estética da pele queimada a fotoproteção é indispensável17, 11, 23.

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15 A abordagem fisioterapêutica do paciente queimado envolve desde a fase de internação e deve ser precoce e contínua. A atuação de uma equipe multidisciplinar se faz necessária para alcançar os melhores resultados.

CONCLUSÃO

A abordagem fisioterapêutica ao paciente queimado é essencial para a reabilitação mais rápida e com mínimas sequelas. Neste estudo, percebeu-se que a avaliação por meio da fisioterapia visa direcionar as decisões para que sejam determinados os recursos que podem ser utilizados. Durante este processo de recuperação, a Fisioterapia utiliza-se de vários métodos e técnicas terapêuticas, sendo as principais condutas a cinesioterapia, massoterapia, crioterapia, ultrassom, laser, radiação infravermelha, posicionamento e massagem. As metas e resultados da fisioterapia precisam ser cuidadosamente individualizados para favorecer a cicatrização da ferida e dos tecidos moles e reduzir o risco de infecção.

Portanto o Fisioterapeuta tem papel muito importante na recuperação funcional do paciente com queimaduras, pois dispõe de técnicas capazes de tratar de forma eficiente e precisa, assegurando resultados satisfatórios.

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16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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ABSTRACT

Introduction: The purpose of this research is to explain and show the different

physiotherapy behaviors in rehabilitation of burned patients. Burn accidents are extremely common, almost all people have suffered or will suffer a burn at some time in life. So, we develop this research showing up which are the main physiotherapeutic resources that are possible to use in a case of burn. Results and conclusion: This study observed at many

physical therapy techniques performed on burn patients, helping and assisting in rehabilitation and clinical improvement of these patients. In burns, physiotherapy exert a preventive place, if started early. Otherwise, the patient may develop sequels, mainly by the immobilization or erect position. Earlier the therapy is initiated, better will be the future results.

Keywords: physiotherapy; burns; rehabilitation.

Pesquisadores:

Ricardo Gibran Camargo de Oliveira

Fisioterapeuta; Discente do curdo de Pós Graduação em Dermatofuncional do Centro de Estudos Avançados e Formação Integrada – CEAFI. Graduado no Curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Anápolis – Uni Evangélica, Anápolis – Brasil.

Elicéia Márcia Batista

Referências

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