e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO
O envelhecimento da população portuguesa constitui um dos principais problemas sociodemográficos do nosso país. De entre os efeitos negativos merece destaque:
Como o índice de dependência de idosos é cada vez maior a população activa tem que suportar encargos cada vez mais elevados com a população idosa.
O aumento dos encargos sociais com as pensões pode pôr em causa a subsistência do sistema de segurança social.
Aumento de despesas de saúde em consequência do maior número de idosos.
Diminuição do espírito de inovação e criatividade da sociedade.
Perda de produtividade do país o que pode pôr ainda mais em causa a já fraca competitividade da economia portuguesa.
Mas não podemos negar que os idosos podem, também, ter um papel importante e positivo na sociedade:
Uma experiência acumulada de saberes e tradições que podem partilhar com as gerações futuras.
O auxílio que dão aos seus filhos na educação dos netos contribuindo economicamente e estruturando laços e relações sociais.
n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a O DECLÍNIO DA FECUNDIDADE
“ Sentado na poltrona, mesmo em frente à televisão, Hugo Morais, de 11 anos, nem pestaneja enquanto joga na PlayStation. Desde o segundo período que está de castigo por causa das más notas, mas mantém alguns privilégios. “Tirámos-lhe o telemóvel e a televisão do quarto”, conta a mãe, Maria Rosa. Mas nada tem resultado. Hugo é filho único e muito mimado. E a mãe admite ter culpas no cartório.
Egoísta, mandão, desobediente e autoritário, segundo Maria Rosa, Hugo dá razão à fama dos filhos únicos. “Mas também consegue ser muito carinhoso”, salienta a mãe. Todos os dias telefona para o emprego dela, para saber se está a correr tudo bem.
Se dependesse de Maria Rosa tinha outro filho, mas infelizmente não pode. “Eu sei que ele era mais feliz e menos egoísta se tivesse um irmão, diz.”
Fonte. Focus, 142/2002
Portugal à semelhança do que acontece na União Europeia, tem vindo a registar um acentuado declínio da fecundidade. O índice sintético de fecundidade passou de 3,2 em 1950 para 1,4 em 2001.
São muito diversas as consequências do declínio da fecundidade:
A diminuição do número de jovens no total da população nacional, o que faz com que num futuro próximo diminua o número de activos.
Maior pressão sobre os activos ao nível de descontos para a Segurança Social.
Uma sociedade mais individualista, fruto do facto de muitas famílias terem apenas um filho. Um maior envelhecimento da população, sendo cada vez mais problemática a renovação de gerações.
Se um casal é composto por duas pessoas e só geram uma, a população reduz-se para metade. Para que a população não diminua é preciso uma média de 2,1 filhos por mulher que chega aos 50 anos. Isto não está a acontecer em nenhum país da União Europeia.
e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a
O BAIXO NÍVEL EDUCACIONAL
Um dos problemas mais graves com que Portugal se debate é o baixo nível educacional da sua população, o que faz com que o nosso país seja pouco produtivo e pouco competitivo. Se analisarmos a literacia, o panorama é ainda mais preocupante. Entre 20 países que fazem parte da OCDE, Portugal surge em penúltimo lugar em termos de literacia documental ( capacidade de localizar e utilizar informação em vários formatos como mapas, horários e facturas) e quantitativa (capacidade de aplicar operações aritméticas ao dia-a-dia) fiacndo apenas atrás do Chile. No que se refere à literacia escrita(capacidade de entender e usar a informação de textos, incluindo brochuras e manuais de instruções), Portugal está em antepenúltimo lugar, à frente da Polónia e do Chile.
Em Portugal, cerca de 80% dos indivíduos com fraca literacia são desempregados de longa duração. A falta de trabalho está, assim, ligada, essencialmente, às baixas qualificações da população.A SITUAÇÃO PERANTE O EMPREGO
À semelhança do que acontece nos outros países desenvolvidos os portugueses trabalham essencialmente nos sectores secundário (34%) e terciário (53%), sendo cada vez menor a população activa no sector primário (13%).
n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a
A crise económica que se abateu sobre a Europa e Portugal a partir de 2001, com o Produto Interno Bruto a apresentar um crescimento muito reduzido, fez com que a taxa de desemprego aumentasse muito situando-se no final do ano de 2002 nos 5,1%
O Desemprego em Portugal revela características selectivas:
Atinge fundamentalmente os jovens, as mulheres e a população com menor instrução.
No nosso país as mulheres (6,1%) são mais afectadas pelo desemprego do que os homens (4,2%).
No que se refere ao nível de instrução dos desempregados, 210 mil têm instrução até ao terceiro ciclo e 62 mil possuem o ensino secundário ou superior.
O desemprego apresenta grandes variações a nível regional: O Alentejo, Lisboa e Algarve são as regiões que registam uma taxa de desemprego mais elevada. Pelo contrário as regiões autónomas são as menos afectadas pelo desemprego a nível da UE.
O aumento do desemprego em Portugal está relacionado com um conjunto de factores:
A crise económica que tem afectado Portugal e a União Europeia, com muitas empresas a falirem e outras a extinguirem muitos postos de trabalho.
A insuficiente qualificação e formação profissional da população portuguesa.
A concorrência por parte de países com mão-de-obra mais barata.
Existe em Portugal uma forte precariedade laboral, com uma grande percentagem da nossa população, em especial os jovens, a ter trabalhos temporários
(contratos a termo ou prestação de serviços).
Outro fenómeno importante é o subemprego, o facto de termos trabalhadores com habilitações superiores
e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a
O REJUVENESCIMENTO E A VALORIZAÇÃO DA POPULAÇÃO
OS INCENTIVOS À NATALIDADE
A baixa das taxas de natalidade e de
fecundidade diminuem o espírito de
inovação e criatividade da sociedade.
O país perde competitividade, sendo este
um fenómeno que tem afectado mais o
interior
Estas regiões ficam muitas vezes habitadas
apenas por idosos, normalmente pouco
qualificados e que têm uma qualidade de
vida inferior àquela com que os jovens hoje
sonham.
É necessário que as regiões do interior
procurem adoptar medidas concretas que
conduzam ao rejuvenescimento e à fixação
da população melhorando a sua qualidade
de vida.
n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a A QUALIFICAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA
Um dois principais obstáculos ao
desenvolvimento português é a fraca
qualificação da sua mão-de-obra.
O forte abandono escolar situa-nos no
último lugar da União Europeia.
O fraco nível da qualificação da
mão-de-obra retira competitividade a Portugal e faz
com que o investimento estrangeiro procure
outros países.
A adesão de 10 países à União Europeia
com mão-de-obra mais qualificada e mais
barata que a portuguesa é um desafio para o
nosso país se afirmar na Europa e no mundo.
Portugal precisa urgentemente de
melhorar a produtividade dos seus
trabalhadores, e isso só é possível através da
qualificação da mão-de-obra e de uma aposta
numa educação e formação de qualidade,
As áreas do Litoral registam uma densidade populacional muito superior às do Interior.
As regiões Autónomas da Madeira e Açores a densidade populacional apresenta semelhante à que se verifica no continente, com o Litoral a registar maiores densidades do que o interior.
A desigual distribuição espacial da população portuguesa, apesar de já não ser um fenómeno recente, tem-se acentuado consideravelmente nos últimos anos, com uma progressiva
concentração da população e das actividades económicas na faixa litoral a Norte do Sado -LITORALIZAÇÃO.
As fortes assimetrias resultam de factores de ordem natural (relevo, clima e fertilidade dos solos), mas essencialmente de factores humanos (socioeconómicos e demográficos)
É no Litoral que se concentra uma maior densidade de vias de comunicação, de grandes centros urbanos, de uma maior variedade de actividades económica, de maior oferta de emprego, de maior número e variedade de equipamentos (saúde, educativos, cultura, desporto). e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a
n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a OS FACTORES NATURAIS
O clima é mais favorável ao
povoamento da áreas do Litoral,
onde é mais ameno e se regista uma
maior humidade, que favorece a
formação de solos férteis. A
precipitação superior favorece as
actividades agro-pecuárias.
O interior regista Invernos mais
frios e Verões mais quentes, com
períodos de seca prolongados o que
é um factor repulsivo da população
pois impede a prática da agricultura.
O relevo português favorece
igualmente as regiões do Litoral. A
Planície Litoral pela sua maior
acessibilidade, pela particular
ligação ao mar e pelas condições
mais favoráveis à prática da
agricultura é aquela que regista
maior concentração da população.
OS FACTORES HUMANOS
Os factores humanos são na actualidade os maiores responsáveis pela desigual distribuição da população no nosso país.
É no Litoral que se situam as principais indústrias e serviços, os quais beneficiam de boas vias de comunicação, melhores infra-estruturas o que atrai o investimento.
Melhores infra-estruturas
A decisão das empresas em localizar-se preferencialmente no Litoral resultam dos seguintes aspectos:
Mão-de-obra mais abundante e especializada.
Maior número de fornecedores e maior concorrência entre eles.
Grande diversidade de serviços de apoio à produção.
Melhores possibilidades de investigação. Maior proximidade em relação aos mercados.
Assim, as áreas mais industrializadas de Portugal localizam-se nos concelhos periféricos do Porto, com prolongamentos até Braga e Aveiro e no eixo de Lisboa Setúbal. As actividades do sector terciário associadas à industrialização e urbanização estão igualmente mais concentradas no Litoral.
As menores condições socioeconómicas nas regiões do interior fez com que a população jovem optasse pela emigração e pelo êxodo rural,
contribuindo para o despovoamento do interior. Para além da litoralização, existe no território nacional uma forte bipolarização com as
e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a
OS PROBLEMAS NA DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO
O DESPOVOAMENTO DO INTERIOR
São várias as consequências que resultam para os centros urbanos onde o despovoamento é mais acentuado:
Diminuição acentuada da população jovem e o envelhecimento da população. Maior isolamento da população, devido à fragmentação do povoamento, acentuando-se o seu carácter disperso. Os rendimentos dos idosos resumem-se às magras reformas funcionando a agricultura de subsistência como forma de diminuir as carências alimentares. Carências ao nível das infra-estruturas básicas (electricidade, água canalizada, saneamento, rede telefónica) Degradação do património construído e ambiental, devido à falta da presença do homem. O desemprego é um fenómeno que é simultaneamente causa e consequência do despovoamento.A CAPACIDADE DE CARGA HUMANA
È o nível de actividade humana que uma região pode suportar. Trata-se, assim, do número máximo de indivíduos que podem ser fisicamente acomodados numa determinada área.
È importante compreender os prejuízos que resultam de uma excessiva concentração humana no Litoral e de um escasso povoamento no interior pois originam elevados custos económicos e sociais para um país.
É PRECISO ADOPTAR MEDIDAS QUE POSSAM TORNAR O INTERIOR MAIS ATRACTIVO , QUE CONSIGAM ESTANCAR A SAÍDA DA POPULAÇÃO EM DIRECÇÃO AO LITORAL E QUE TORNEM ESTAS REGIÕES MAIS DESENVOLVIDAS E MAIS COMPETITIVAS.
Desenvolvimento do sector primário com a criação de produtos de qualidade e certificados Melhoramento de infra-estruturas sobretudo viárias para melhor acessibilidade.
Apoio a actividades industriais com a criação de parques industriais geradores de emprego. Atribuição de benefícios fiscais, subsídios e facilidades de crédito para atrair as empresas.
Reabilitação dos núcleos urbanos com recuperação de edifícios de interesse patrimonial e valorização de núcleos rurais rústicos e a protecção dos recursos naturais.