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O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

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Academic year: 2021

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e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a O ENVELHECIMENTO DA POPULAÇÃO

O envelhecimento da população portuguesa constitui um dos principais problemas sociodemográficos do nosso país. De entre os efeitos negativos merece destaque:

Como o índice de dependência de idosos é cada vez maior a população activa tem que suportar encargos cada vez mais elevados com a população idosa.

O aumento dos encargos sociais com as pensões pode pôr em causa a subsistência do sistema de segurança social.

Aumento de despesas de saúde em consequência do maior número de idosos.

Diminuição do espírito de inovação e criatividade da sociedade.

Perda de produtividade do país o que pode pôr ainda mais em causa a já fraca competitividade da economia portuguesa.

Mas não podemos negar que os idosos podem, também, ter um papel importante e positivo na sociedade:

Uma experiência acumulada de saberes e tradições que podem partilhar com as gerações futuras.

O auxílio que dão aos seus filhos na educação dos netos contribuindo economicamente e estruturando laços e relações sociais.

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n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a O DECLÍNIO DA FECUNDIDADE

“ Sentado na poltrona, mesmo em frente à televisão, Hugo Morais, de 11 anos, nem pestaneja enquanto joga na PlayStation. Desde o segundo período que está de castigo por causa das más notas, mas mantém alguns privilégios. “Tirámos-lhe o telemóvel e a televisão do quarto”, conta a mãe, Maria Rosa. Mas nada tem resultado. Hugo é filho único e muito mimado. E a mãe admite ter culpas no cartório.

Egoísta, mandão, desobediente e autoritário, segundo Maria Rosa, Hugo dá razão à fama dos filhos únicos. “Mas também consegue ser muito carinhoso”, salienta a mãe. Todos os dias telefona para o emprego dela, para saber se está a correr tudo bem.

Se dependesse de Maria Rosa tinha outro filho, mas infelizmente não pode. “Eu sei que ele era mais feliz e menos egoísta se tivesse um irmão, diz.”

Fonte. Focus, 142/2002

Portugal à semelhança do que acontece na União Europeia, tem vindo a registar um acentuado declínio da fecundidade. O índice sintético de fecundidade passou de 3,2 em 1950 para 1,4 em 2001.

São muito diversas as consequências do declínio da fecundidade:

A diminuição do número de jovens no total da população nacional, o que faz com que num futuro próximo diminua o número de activos.

Maior pressão sobre os activos ao nível de descontos para a Segurança Social.

Uma sociedade mais individualista, fruto do facto de muitas famílias terem apenas um filho. Um maior envelhecimento da população, sendo cada vez mais problemática a renovação de gerações.

Se um casal é composto por duas pessoas e só geram uma, a população reduz-se para metade. Para que a população não diminua é preciso uma média de 2,1 filhos por mulher que chega aos 50 anos. Isto não está a acontecer em nenhum país da União Europeia.

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e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a

O BAIXO NÍVEL EDUCACIONAL



Um dos problemas mais graves com que Portugal se debate é o baixo nível educacional da sua população, o que faz com que o nosso país seja pouco produtivo e pouco competitivo.



Se analisarmos a literacia, o panorama é ainda mais preocupante. Entre 20 países que fazem parte da OCDE, Portugal surge em penúltimo lugar em termos de literacia documental ( capacidade de localizar e utilizar informação em vários formatos como mapas, horários e facturas) e quantitativa (capacidade de aplicar operações aritméticas ao dia-a-dia) fiacndo apenas atrás do Chile. No que se refere à literacia escrita

(capacidade de entender e usar a informação de textos, incluindo brochuras e manuais de instruções), Portugal está em antepenúltimo lugar, à frente da Polónia e do Chile.



Em Portugal, cerca de 80% dos indivíduos com fraca literacia são desempregados de longa duração. A falta de trabalho está, assim, ligada, essencialmente, às baixas qualificações da população.

A SITUAÇÃO PERANTE O EMPREGO

À semelhança do que acontece nos outros países desenvolvidos os portugueses trabalham essencialmente nos sectores secundário (34%) e terciário (53%), sendo cada vez menor a população activa no sector primário (13%).

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n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a

A crise económica que se abateu sobre a Europa e Portugal a partir de 2001, com o Produto Interno Bruto a apresentar um crescimento muito reduzido, fez com que a taxa de desemprego aumentasse muito situando-se no final do ano de 2002 nos 5,1%

O Desemprego em Portugal revela características selectivas:

Atinge fundamentalmente os jovens, as mulheres e a população com menor instrução.

No nosso país as mulheres (6,1%) são mais afectadas pelo desemprego do que os homens (4,2%).

No que se refere ao nível de instrução dos desempregados, 210 mil têm instrução até ao terceiro ciclo e 62 mil possuem o ensino secundário ou superior.

O desemprego apresenta grandes variações a nível regional: O Alentejo, Lisboa e Algarve são as regiões que registam uma taxa de desemprego mais elevada. Pelo contrário as regiões autónomas são as menos afectadas pelo desemprego a nível da UE.

O aumento do desemprego em Portugal está relacionado com um conjunto de factores:

A crise económica que tem afectado Portugal e a União Europeia, com muitas empresas a falirem e outras a extinguirem muitos postos de trabalho.

A insuficiente qualificação e formação profissional da população portuguesa.

A concorrência por parte de países com mão-de-obra mais barata.

Existe em Portugal uma forte precariedade laboral, com uma grande percentagem da nossa população, em especial os jovens, a ter trabalhos temporários

(contratos a termo ou prestação de serviços).

Outro fenómeno importante é o subemprego, o facto de termos trabalhadores com habilitações superiores

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e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a

O REJUVENESCIMENTO E A VALORIZAÇÃO DA POPULAÇÃO

OS INCENTIVOS À NATALIDADE

A baixa das taxas de natalidade e de

fecundidade diminuem o espírito de

inovação e criatividade da sociedade.

O país perde competitividade, sendo este

um fenómeno que tem afectado mais o

interior

Estas regiões ficam muitas vezes habitadas

apenas por idosos, normalmente pouco

qualificados e que têm uma qualidade de

vida inferior àquela com que os jovens hoje

sonham.

É necessário que as regiões do interior

procurem adoptar medidas concretas que

conduzam ao rejuvenescimento e à fixação

da população melhorando a sua qualidade

de vida.

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n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a A QUALIFICAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA

Um dois principais obstáculos ao

desenvolvimento português é a fraca

qualificação da sua mão-de-obra.

O forte abandono escolar situa-nos no

último lugar da União Europeia.

O fraco nível da qualificação da

mão-de-obra retira competitividade a Portugal e faz

com que o investimento estrangeiro procure

outros países.

A adesão de 10 países à União Europeia

com mão-de-obra mais qualificada e mais

barata que a portuguesa é um desafio para o

nosso país se afirmar na Europa e no mundo.

Portugal precisa urgentemente de

melhorar a produtividade dos seus

trabalhadores, e isso só é possível através da

qualificação da mão-de-obra e de uma aposta

numa educação e formação de qualidade,

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As áreas do Litoral registam uma densidade populacional muito superior às do Interior.

As regiões Autónomas da Madeira e Açores a densidade populacional apresenta semelhante à que se verifica no continente, com o Litoral a registar maiores densidades do que o interior.

A desigual distribuição espacial da população portuguesa, apesar de já não ser um fenómeno recente, tem-se acentuado consideravelmente nos últimos anos, com uma progressiva

concentração da população e das actividades económicas na faixa litoral a Norte do Sado -LITORALIZAÇÃO.

As fortes assimetrias resultam de factores de ordem natural (relevo, clima e fertilidade dos solos), mas essencialmente de factores humanos (socioeconómicos e demográficos)

É no Litoral que se concentra uma maior densidade de vias de comunicação, de grandes centros urbanos, de uma maior variedade de actividades económica, de maior oferta de emprego, de maior número e variedade de equipamentos (saúde, educativos, cultura, desporto). e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a

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n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a OS FACTORES NATURAIS



O clima é mais favorável ao

povoamento da áreas do Litoral,

onde é mais ameno e se regista uma

maior humidade, que favorece a

formação de solos férteis. A

precipitação superior favorece as

actividades agro-pecuárias.



O interior regista Invernos mais

frios e Verões mais quentes, com

períodos de seca prolongados o que

é um factor repulsivo da população

pois impede a prática da agricultura.



O relevo português favorece

igualmente as regiões do Litoral. A

Planície Litoral pela sua maior

acessibilidade, pela particular

ligação ao mar e pelas condições

mais favoráveis à prática da

agricultura é aquela que regista

maior concentração da população.

OS FACTORES HUMANOS

Os factores humanos são na actualidade os maiores responsáveis pela desigual distribuição da população no nosso país.

É no Litoral que se situam as principais indústrias e serviços, os quais beneficiam de boas vias de comunicação, melhores infra-estruturas o que atrai o investimento.

Melhores infra-estruturas

A decisão das empresas em localizar-se preferencialmente no Litoral resultam dos seguintes aspectos:

Mão-de-obra mais abundante e especializada.

Maior número de fornecedores e maior concorrência entre eles.

Grande diversidade de serviços de apoio à produção.

Melhores possibilidades de investigação. Maior proximidade em relação aos mercados.

Assim, as áreas mais industrializadas de Portugal localizam-se nos concelhos periféricos do Porto, com prolongamentos até Braga e Aveiro e no eixo de Lisboa Setúbal. As actividades do sector terciário associadas à industrialização e urbanização estão igualmente mais concentradas no Litoral.

As menores condições socioeconómicas nas regiões do interior fez com que a população jovem optasse pela emigração e pelo êxodo rural,

contribuindo para o despovoamento do interior. Para além da litoralização, existe no território nacional uma forte bipolarização com as

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e la id e I n ê s 1 0 º a n o G e o g ra fi a

OS PROBLEMAS NA DISTRIBUIÇÃO DA POPULAÇÃO

O DESPOVOAMENTO DO INTERIOR

São várias as consequências que resultam para os centros urbanos onde o despovoamento é mais acentuado:



Diminuição acentuada da população jovem e o envelhecimento da população.



Maior isolamento da população, devido à fragmentação do povoamento, acentuando-se o seu carácter disperso.



Os rendimentos dos idosos resumem-se às magras reformas funcionando a agricultura de subsistência como forma de diminuir as carências alimentares.



Carências ao nível das infra-estruturas básicas (electricidade, água canalizada, saneamento, rede telefónica)



Degradação do património construído e ambiental, devido à falta da presença do homem.



O desemprego é um fenómeno que é simultaneamente causa e consequência do despovoamento.

A CAPACIDADE DE CARGA HUMANA

È o nível de actividade humana que uma região pode suportar. Trata-se, assim, do número máximo de indivíduos que podem ser fisicamente acomodados numa determinada área.

È importante compreender os prejuízos que resultam de uma excessiva concentração humana no Litoral e de um escasso povoamento no interior pois originam elevados custos económicos e sociais para um país.

É PRECISO ADOPTAR MEDIDAS QUE POSSAM TORNAR O INTERIOR MAIS ATRACTIVO , QUE CONSIGAM ESTANCAR A SAÍDA DA POPULAÇÃO EM DIRECÇÃO AO LITORAL E QUE TORNEM ESTAS REGIÕES MAIS DESENVOLVIDAS E MAIS COMPETITIVAS.

Desenvolvimento do sector primário com a criação de produtos de qualidade e certificados Melhoramento de infra-estruturas sobretudo viárias para melhor acessibilidade.

Apoio a actividades industriais com a criação de parques industriais geradores de emprego. Atribuição de benefícios fiscais, subsídios e facilidades de crédito para atrair as empresas.

Reabilitação dos núcleos urbanos com recuperação de edifícios de interesse patrimonial e valorização de núcleos rurais rústicos e a protecção dos recursos naturais.

Referências

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