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FUNORTE- FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS

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FUNORTE- FACULDADES UNIDAS DO NORTE DE MINAS

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM IMPLANTODONTIA

ALTERAÇÕES TECIDUAIS AO REDOR DE IMPLANTES UTILIZANDO O CONCEITO PLATAFORMA SWITCHING:

REVISÃO DE LITERATURA

MAIRAIRA TELES LEÃO E SILVA

Salvador/BA

Outubro 2012

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MAIRAIRA TELES LEÃO E SILVA

ALTERAÇÕES TECIDUAIS AO REDOR DE IMPLANTES UTILIZANDO O CONCEITO PLATAFORMA SWITCHING:

REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso Especialização em Implantodontia da Funorte- Faculdades Unidas do Norte de Minas, como parte dos requisitos para obtenção do grau de especialista em Implantodontia.

Orientador: Dr. Luis Rogério Duarte

SALVADOR/BA OUTUBRO 2012

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MAIRAIRA TELES LEÃO E SILVA

ALTERAÇÕES TECIDUAIS AO REDOR DE IMPLANTES UTILIZANDO O CONCEITO PLATAFORMA SWITCHING:

REVISÃO DE LITERATURA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação do Curso Especialização em Implantodontia da Funorte- Faculdades Unidas do Norte de Minas, como parte dos requisitos para obtenção do grau de especialista em Implantodontia.

___________________________________________________________________

Prof° Dr. Luis Rogério Duarte – Orientador (presidente)

1° examinador

2° examinador

SALVADOR, ______de______________________de 2012

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Agradecimentos

À toda equipe Reclident por ter organizado e ter feito valer todo o curso, sobretudo a mente brilhante do meu orientador Luis Rogério que sempre me deu força com suas palavras de conforto e de superação, muito obrigada!

À todos os professores por sempre estarem presentes ensinando e enriquecendo nosso conhecimento.

Ao grupo feminino do curso, Paty, Mila, Déa, Rosinha e Karina, que por vezes sempre fazíamos nossos lanches recheados de fofocas e ensinamentos.

À Mila e Marcelo por estarem presentes nas indas e vindas de curso.

E finalmente, agradeço à minha equipe cinza que tanto me aturou em picos de estresse e alegria. Obrigada a todos!

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“A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original”

(Albert Einstein)

(6)

RESUMO

O tratamento com implantes osseointegrados é considerado bem sucedido quando há integridade entre o implante e os tecidos que o envolvem. No entanto, usualmente, há um processo de remodelação e reabsorção da crista óssea alveolar adjacente aos implantes instalados. Estudos propõem que o uso de abutments menores do que a plataforma do implante (conceito plataforma switching) diminuem esta reabsorção. Assim, o processo de reabsorção óssea usando a PS pode ser explicada por dois fatores principais: o distanciamento do gap de união do implante/abutment dos tecidos circundantes ao implante e a concentração do estresse deslocado dos tecidos da periferia. Pensando nisto, este trabalho teve o objetivo de avaliar por revisão de literatura a resposta tecidual ao redor de implantes osseointegrados tratados através do conceito plataforma switching.

Palavras-chave: Plataforma Switching; Preservação da crista óssea; Tecidos Peri- implantares.

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ABSTRACT

Treatment with osseointegrate implants is considered successful when there is integrity between implant and surround tissues. However, usually, there is a process of remodeling and reabsorption of the adjacent alveolar crestal bone. Some studies suggest than the use of smaller abutments than the implant platform (platform switching concept) decrease resorption. Thus, the process of bone resorption using the PS can be explained by two main factors: the distance of the gap junction implant / abutment of the tissues surrounding the implant and the concentration of tissue stress shifted from the periphery. With this in mind, this study aimed to evaluate the literature review by the tissue response around dental implants treated by switching platform concept.

Key-words: Platform switching; Crestal bone preservation; Peri-implant tissues

(8)

SUMÁRIO

1-Introdução---9

2- Revisão de literatura---10

3- Materiais e métodos---13

4- Resultados 4.1- Aspectos biológicos 4.1.1- Tecidos duros---14

4.1.2- Tecidos moles---16

4.2- Aspectos mecânicos---16

5- Discussão---17

6- Conclusão---20

7- Referências---21

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1- INTRODUÇÃO

Com o crescente aumento do número de pacientes desdentados sejam totais ou parciais, e concomitantemente com o aumento do numero de empresas investindo em tecnologia, novos implantes dentais e seus componentes foram criados. A escolha para isto, contudo pôde ficar ainda maior contribuindo de forma importante para a escolha no planejamento de cada caso clínico visando maior preservação do osso e dos tecidos moles ao redor dos implantes dentais.

O nível ósseo peri-implantar tem sido usado como critério para avaliar o sucesso dos implantes dentais, sendo um pré-requisito importante para a preservação da integridade da margem gengival e papila interdental. (27) A utilização de implantes dentais para restabelecer dentes perdidos representa uma grande dificuldade em restaurar o sulco dental e a aparência anatômica da papila ao redor dos implantes. Apesar do avanço tecnológico, em alguns casos, implantes dentais nem sempre proporcionam bons resultados estéticos.(8)

Atualmente existem diferentes hipóteses para a causa da perda óssea precoce da crista, dentre elas se destacam o trauma cirúrgico, sobrecarga oclusal, peri-implantite, microgap, manutenção do espaço biológico e módulo da crista do implante, características macro e microscópicas da região do ombro do implante em contato com o osso, design da interface implante-abutment. (10) Tentando minimizar essas perdas ósseas, alguns aspectos devem ser observados como: número e localização dos implantes, técnica cirúrgica adequada, momento da colocação do implante, o desenho do implante e o fenótipo gengival. (3)

Em 1991, 3i/implantes Innovations (Biomet 3i) introduziu diâmetros de plataformas de implantes maiores, de 5,0mm e 6,0mm, com o intuito de maximizar o contato com as paredes alveolares de dentes recém extraídos, proporcionando melhor estabilidade primária e até mesmo possibilitando sua inserção imediata em áreas onde a qualidade óssea não é muito boa. No entanto, apesar dessa evolução, muitos clínicos ainda continuaram utilizando abutments menores, passando assim a utilizar um conceito antes desconhecido, a Plataforma Switching (PS). (26) O conceito plataforma switching refere-se ao uso de um abutment de menor diâmetro sobre uma maior plataforma do implante. Este tipo de conexão modifica o perímetro

(10)

da junção implante-abutment para o centro do implante movendo, assim, o infiltrado inflamatório para longe da crista óssea. (9,26)

Assim, algumas empresas lançaram diferentes desenhos de implantes, como o cone Morse e a modificação do hexágono externo e interno para a obtenção da plataforma switching, minimizando a ocorrência de alterações na região da crista e mantendo ao máximo a papila interproximal. (3)

Em 2006, Lazzara e Porter foram os primeiros a estudar este conceito, o qual é obtido quando o abutment é menor em diâmetro que a plataforma do implante.

Assim, foi observado que o uso da plataforma switching foi uma ótima opção na tentativa de preservar tecidos moles e duros promovendo melhores resultados estéticos, estabilidade dos tecidos duros e preservando a papila e o tecido mole circundante. (26)

As possíveis razões para esta preservação com plataforma switching deve-se à alteração da localização do microgap ou da concentração do estresse sobre o implante. Diante disso, o presente trabalho avaliou por revisão de literatura a resposta tecidual ao redor de implantes osseointegrados tratados através do conceito plataforma switching.

2- REVISÃO DE LITERATURA

Para se considerar o tratamento com implantes osseointegrados bem sucedido, a perda óssea marginal vertical deve se manter inferior a 1,0 mm no primeiro ano, e 0,2 mm nos anos subsequentes (aproximadamente 1.5mm apicalmente a junção implante/abutment ou ate a primeira espira do implante) (27) Em carga imediata, normalmente, cerca de 1,72mm a 3mm de osso é reabsorvido aproximadamente 6 meses após a inserção (17).

Existem teorias que sugerem que esta remodelação do tecido ósseo circundante é consequência de uma tentativa dos tecidos moles criarem uma barreira ou selamento biológico ao redor da região coronal do implante.(26) outras afirmam que é resultante do estresse na região coronal causado quando os implantes são colocados em função havendo remodelação óssea ou até mesmo decorrente do processo inflamatório da fresagem para instalação do implante. (16)

(11)

A barreira biológica ao redor dos implantes pode ter significante influência na característica dos tecidos moles e duros e depende de uma variedade de fatores que incluem: o design do implante, presença de dente adjacente e qualidade do tecido mole. Assim, a plataforma switching durante o período de osseointegração altera a barreira biológica por distanciar o microgap e controlar a perda circunferencial de osso ao redor dos implantes e principalmente controlar a perda óssea interproximal durante a cicatrização. (15)

Estudos perceberam que a remodelação é decorrente da localização da inflamação do tecido mole da junção do implante-abutment (microgap), como uma ação biológica até o estabelecimento deste espaço. (7,9)

A remodelação óssea ocorre especificamente de uma distância do microgap da interface implante/abutment, esta pode ser biologicamente decorrente também de uma infiltração por colonização bacteriana presente num sistema de implantes de dois estágios e subsequente inflamação.(13,26)

Apesar do conceito plataforma switching não ser bem entendida, várias teorias foram sugeridas para explicar este fenômeno. A teoria biomecânica para a plataforma switching propõe que esta pode diminuir a reabsorção óssea por modificar a zona de concentração do estresse mantendo-a longe da interface da crista óssea e direcionando as forças oclusais ao longo do implante.(16) Outra teoria relaciona que mudando a proporção da conexão implante/abutment pode centralizar a localização biológica por conta da diferença de largura e minimiza a reabsorção óssea marginal. (26)

A superfície tratada, a localização da junção implante/abutment em relação a prótese, o tipo de abutment, a proximidade entre implante e dente, e especialmente o biótipo gengival, devem ser levados em consideração a fim de minimizar a reabsorção tecidual e a perda da crista óssea. (20)

O procedimento utilizando a plataforma switching deve ser preconizado a partir do dia em que o implante é descoberto ou exposto a cavidade oral seja em um ou dois estágios. O conceito não pode ser utilizado após o estabelecimento da largura biológica em torno de uma interface utilizando implante/abutment de mesmo diâmetro. Suas aplicações incluem situações onde a largura do implante é desejável, porém o espaço protético é limitado, em área estética onde a preservação da crista

(12)

óssea pode proporcionar uma melhor estética e onde implantes mais curtos devem ser utilizados. (9)

Aparentemente há duas hipóteses para o reposicionamento horizontal da interface implante/abutment na plataforma switching. A primeira, com o aumento da superfície do implante há uma redução da reabsorção da crista óssea, pois há necessidade de menor exposição da plataforma do implante e assim o tecido mole se estabelece. A segunda hipótese é a de que reposicionando a junção implante/abutment no interior e longe da borda do implante e do osso o efeito do abutment sobre os tecidos pode ser reduzido, e assim reduz a perda óssea. Foi demonstrado que com a plataforma switching, o abutment se afasta da crista óssea e confina o infiltrado inflamatório em uma área de aproximadamente < 90º, enquanto que com um ângulo de < 180º expõe os tecidos moles e duros. Isto pode ser uma explicação para o estudo de 13 anos de acompanhamento de Lazzara e Porter. (26)

Estudo de Pessoa et al., avaliou a influência do plataform-switching com diferentes tamanhos de desadaptações nas deformidades ósseas peri-implantares e nas tensões do parafuso passante de implantes osseointegrados em áreas estéticas, para isso o modelo 3D sólido do alvéolo de extração de um incisivo central superior foi reconstruído a partir de uma tomografia computadorizada. Uma força de 100N foi aplicada no topo do componente, na região central, e em direção palato- bucal, com 45 graus de inclinação em relação ao eixo longitudinal do implante. Os resultados demonstraram que as configurações em plataforma switching proporcionaram uma diminuição do pico de deformação quando comparados com o abutment convencional, sendo que esta se acentua a medida que a desadaptação aumenta. (fig 1) Por outro lado, a tensão no parafuso passante e o gap do abutment nas configurações da plataforma switching foram significantemente maiores que com o abutment coincidindo com a plataforma, assim quanto menor a medida do diâmetro do abutment maior a tensão. (fig 2) Da mesma forma, quanto maior a desadaptação, maior a tensão no parafuso e gap. Desta forma, a carga lateral é resistida principalmente pelo parafuso do abutment e esta sobrecarga pode assim, levar ao afrouxamento da prótese ou em alguns casos na fratura do parafuso.(fig 3) (12)

(13)

Figura 1 - Distribuição de EQVStrain no osso. Notar menor concentração de deformações para a configuração P-S 1,0 mm.

Fonte: PESSOA et al. 2011

Figura 2 - Transmissão da tensão do abutment para a superfície do implante para as diferentes relações de diâmetro implante/abutment. O circulo evidencia a região de contato entre o abutment e o implante.

Fonte: PESSOA et al. 2011

Figura 3 - Distribuição de tensões nos parafusos passantes do abutment. Note a maior concentração de tensões para as configurações em platform-switching (P-S 1,0 mm e P-S 0,5 mm).

Fonte: PESSOA et al. 2011

3- MATERIAIS E METODOS

O presente estudo avaliou por revisão de literatura o impacto do uso do conceito plataforma switching para os tecidos moles e duros circunjacentes ao

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implante. Para isso foram selecionados 27 artigos consultados na base de dados Pubmed/Medline e Lilacs/Bireme, sendo a procura através das palavras-chave

“platform switching”, “crestal bone preservation” e “peri-implant tissues”.

4- RESULTADOS

4.1- Aspectos biológicos 4.1.1- Tecidos duros

Canullo e Rasperini, em 2007 avaliaram a resposta dos tecidos duros em implantes instalados em sítios frescos de extração usando o conceito plataforma switching em maxila. Assim, de 10 implantes instalados e carregados em dois tempos, sendo que a coroa provisória não tinha contato oclusal, avaliados por um período de 18 a 36 meses, foi observado por radiografia pós-operatória de acompanhamento perda óssea na mesial de 0,57mm em média e de 1,01mm na distal em média, sendo a média de reabsorção de 0,78mm. Enquanto que a perda óssea observada para o grupo controle foi de 2,53mm na mesial e de 2,56 na distal.

(2)

Uma série de 60 casos foi dividido em dois grupos, um utilizando o abutment menor e outro grupo controle com abutment de mesmo diâmetro, preconizando duas técnicas, uma de somente um estágio e outra de dois, sendo observado por radiografias: no dia, um mês após, quatro meses e seis meses após a instalação da prótese. O valor médio de reabsorção óssea na face mesial para o grupo controle foi de 2.53mm, enquanto que para o grupo de estudo foi de 0.76mm. O valor médio de reabsorção óssea na distal para o grupo controle foi de 2.56mm ao passo que o grupo de estudo foi de 0.77mm.(7)

Hurzeler et al., avaliando 22 implantes, sendo 14 usando plataforma switching (grupo teste) e 8 usando plataformas regulares (grupo controle) revelaram que apesar da remodelação óssea encontrada durante o primeiro ano depois de restaurado com plataforma switching, houveram significantes diferenças comparado ao não uso deste conceito, sendo que na crista óssea no conceito PS este valor foi de -0,22mm +0,53mm e para o implante não utilizando este conceito este valor foi de -2,02mm +0,49mm . (23)

(15)

Estudo de Canullo et al. 2010, avaliou clinicamente e radiograficamente por um período de 30 meses a cada 6 meses, 69 implantes com microroscas cervicais usando o conceito PS. Foi constatado que não houve sangramento à sondagem, a profundidade não excedeu 3mm e que a reabsorção da crista óssea foi de: 0,99mm para o grupo com plataforma de 4,3mm; de 0,83mm para o grupo com plataforma de 4,8mm; de 0,64mm para o grupo com plataforma de 5,5mm e de 1,48 para o grupo controle (3,3 de plataforma). Assim foi constatado que a menor perda óssea ocorreu no grupo em que houve maior discrepância implante/abutment, foi observado também que durante o período de acompanhamento a maior perda óssea para os casos foi durante os primeiros 6 meses após carregado e que durante os 2 anos seguintes esta perda foi mínima. (19)

Em 2008, Danza e Carinci, estudaram a plataforma switching e elaboraram a plataforma switching óssea (PSO). A PSO é um anel ósseo formado na parte coronal do implante que fica em continuidade com a crista óssea alveolar. A PSO é obtida usando na cabeça do implante microroscas reversas com pescoço cônico inverso, promovendo crescimento da crista óssea residual ao redor do pescoço do implante e carregando várias vantagens, como: redução do estresse mecânico da crista óssea alveolar, reposição da papila gengival no anel ósseo ( condição fisiológica) e maior vascularização para os tecidos. (1)

No estudo de Vigolo & Givani de 2009, os autores observaram 182 implantes hexágonos externos, com 5mm de diâmetro cada, instalados durante os anos de 2000 e 2002, os mesmos foram avaliados durante um período de 5 anos por radiografias periapicais e cone-bean e segundo alguns sinais clínicos, sendo de 3 em 3 meses no primeiro ano e de 6 em 6 anos nos anos seguintes. Assim, foi observado que durante o primeiro ano de acompanhamento a perda óssea marginal para o grupo controle foi de 0.9mm e a perda para o grupo teste (PS) foi de 0.6mm.

Para os anos seguintes ao estudo não foram encontradas diferenças significativas para esta reabsorção. (22)

Em carga obliqua (15 graus), o estresse sobre o osso esponjoso é maior no modelo plataforma-switching do que no modelo convencional. Os valores encontrados para estresse de compressão foram de -69,4MPa para o modelo convencional e de -30,1 MPa para o modelo plataforma switching, sabendo que o

(16)

estresse de compressão pode comprometer o suprimento sanguíneo e pode ocasionar necrose aumentando o risco de reabsorção da crista óssea. (6)

4.1.2- Tecidos moles

Em estudo de Baumgarten et al. 2005, os autores perceberam que há necessidade de tecidos moles com profundidade de aproximadamente 3mm ou mais, afim de acomodar o espaço biológico sem prejuízo (2,9). Assim, a remodelação da crista óssea pode ocorrer quando um inadequado tecido mole está presente criando um espaço e consequentemente um isolamento biológico é estabelecido, o qual irá isolar a crista óssea e protegê-la de injúrias orais. (9,21)

Estudo de Canullo et al., 2010, avaliou a presença e distribuição de células inflamatórias, vascularização de tecidos bem como a presença de fibras colágenas no tecido mole peri-implantar ao redor de implantes restaurados com o conceito plataforma switching e sem este conceito após 4 anos de reabilitação e sua correlação dos parâmetros histológicos com os clínicos relacionando a inflamação gengival em 37 casos clínicos com seres humanos, sendo estes divididos em: GC, com 3,8mm; G1, com 4,3mm; G2, com 4,8mm e G3, com 5,5mm. Foi observado que houve maior sangramento durante a sondagem quando usando maior diâmetro de implante, no entanto não houve diferenças histológicas nem morfológicas significativas entre os espécimes biopsiados que concluam o primeiro achado.(18)

4.2- Aspectos mecânicos

Estudo de Maeda et al. em 2007 avaliaram por analise tridimensional com elementos finitos dois modelos, ambos sobre implante cilíndrico de 4x15mm, sendo o primeiro com abutment de 4,0mm e o outro com abutment de 3,25mm. Os modelos foram testados com 10N em direção perpendicular na periferia do abutment, sendo aferidas as tensões diretamente sobre o abutment/ implante e na interface óssea ao redor do implante. Foi observado que a tensão sobre o implante plataforma switching foi deslocada para o centro do implante enquanto que no convencional esta tensão esteve concentrada sobre a periferia, próximo à interface osso/ implante, concentrando sobre o osso cortical maior energia de tensão. (16)

(17)

Com o propósito de analisar e comparar o estresse da interface osso-implante simulou-se uma força equivalente a 200N na vertical e 40 N na direção buco-palatal, em modelos utilizando a plataforma switching e outro não utilizando em região posterior de maxila, foi observado que a maior concentração de estresse se deu no lado palatino e foi maior também no modelo convencional. Percebeu-se que o estresse estava concentrado principalmente na primeira espira do implante próximo a junção do osso medular e cortical. O estresse sobre o osso circundante não foi distribuído somente no lado palatino entre a plataforma e a área apical do implante, mas também ao longo da superfície das espiras do modelo plataforma switching. No osso cortical o estresse encontrado foi de 130.06MPa para o modelo convencional e 98.8 MPa para o plataforma switching. Assim, estes modelos apresentaram reduções da concentração de tensão em Von-Misses, na área de osso compacto onde se utiliza o conceito plataforma switching. (6)

Investigando o efeito de implantes com microroscas e sem estas com o uso de abutments de diferentes diâmetros (conceito plataforma switching) através de análise por elementos finitos foi observado que, aplicando 100N verticalmente e a 15° em relação ao eixo vertical, o implante com microroscas apresentou 29% maior estresse em comparação ao que não possuía as roscas. No entanto, quando o diâmetro do abutment diminuiu, o modelo com microroscas mostrou redução do estresse sobre o nível da crista óssea. Assim, a plataforma switching reduziu o estresse em maior grau no modelo com microroscas em comparação ao modelo sem estas. (24)

5- DISCUSSÃO

No estudo de Vela-Nebot et al. 2006, houve redução da perda óssea em todos os casos em que a proporção implante/abutment foi modificada quando comparada com o grupo controle, e o conceito plataforma switching promoveu melhores resultados estéticos quando houve redução da profundidade do espaço biológico e consequentemente redução da perda óssea. (7)

Estudo realizado por ROSA et al., observou um caso de restauração dentoalveolar imediata em alvéolo comprometido enxertado utilizando o conceito plataforma switching. Estes observaram menor reabsorção fisiológica da crista

(18)

óssea provavelmente devido ao reestabelecimento do espaço biológico ocasionado pela presença de uma inclinação interna da plataforma do implante e a significante diferença entre os diâmetros da plataforma do implante e do abutment, induzindo assim a preservação do tecido ósseo e o crescimento do tecido mole. (5)

Hermann et al. observou que o restabelecimento do espaço biológico, o uso da plataforma switching, desing do implante na região cervical, superfície do implante tratada, microroscas cervicais, profundidade de inserção, design do implante e o mínimo de microlesões nos tecidos moles periimplantares são fatores determinantes na preservação da crista óssea. Os autores explicaram que estes fatores assim como outros determinam a resolução estética nas restaurações com implantes. (14)

Avaliando a instalação de dois implantes utilizando o conceito plataforma switching, pode-se concluir que este conceito diminui a reabsorção óssea ao redor dos implantes, preserva a crista óssea podendo ser uma ótima opção para o tratamento com implantes. (9)

O selamento gengival (com presença de um menor número de bactérias), a ausência dos micromovimentos e um segundo estágio cirúrgico minimamente invasivo (um traumatismo excessivo no tecido periosteal) são fatores importantes para impedir a perda óssea cervical peri-implantar. (26) Ficou provado que tal infiltração pode ser minimizada utilizando o torque correto de acordo com cada fabricante, mas pode aumentar em casos onde o parafuso é solto e reapertado repetidamente.(13)

Entender a reação biológica de remodelação óssea inicial e suas possíveis mudanças são importantes para a estabilidade e localização da margem gengival.

(17) Os autores chegaram a conclusão que a plataforma switching não representa em longo prazo risco dos tecidos à inflamação. (18)

Canullo & Rasperini (2007) observaram que em carga imediata com plataforma switching, esta pode promover estabilização do tecido duro peri-implantar com preservação do tecido mole e papila.(2) A presença da crista óssea é um dos fatores chave que influenciam a aparência ou manutenção da arquitetura do tecido mole peri-implantar. (24)

(19)

Autores sugeriram que o processo biológico de perda da crista óssea em altura pode ser reduzido quando a interface implante/abutment é reposicionada horizontalmente para longe da crista. (26)

Com o intuito de evitar a perda óssea e preservar a estabilidade a longo prazo dos tecidos duros e moles circundantes ao implante o estudo proposto por Hermann et al. em 2007 concluiu que alguns parâmetros devem ser avaliados, dentre eles: a posição do implante quanto a distancia entre implantes e com dentes naturais;

desing do implante e macro e micro estrutura e superfície do implante, assim também como a utilização do conceito plataforma switching em combinação com inserção do abutment num mesmo tempo cirúrgico. Os autores tabém sugeriram que realizar o countersink durante a fresagem; a carga sobre o implante e a concentração do estresse na porção cortical pode ser responsável pela remodelação óssea. (14)

A estabilidade do osso cervical na região peri-implantar ao redor do pescoço do implante e a ausência de reabsorção são papeis chaves na manutenção da papila gengival e óssea na região anterior.(20)

Quando há necessidade de dois estágios cirúrgicos ou quando o implante é prematuramente exposto ao meio oral e bactérias, alterações na crista óssea podem ocorrer. A fim de criar um adequado espaço biológico e fixação do tecido mole, a remodelação da crista óssea ocorre ate a primeira espira do implante, 1,5 a 2,0 mm apical a junção implante/abutment. Como a formação do espaço biológico é atrasada quando esta técnica é de dois estágios, observou-se que como resultado de uma técnica cirúrgica de somente um estágio a remodelação da crista óssea começa imediatamente. Isto indica que uma vez estabelecido a dimensão biológica, o selamento com o tecido mole e a restauração protética definitiva promove proteção funcional por isolar a crista óssea do ambiente oral. (26)

Um sistema de implante deve ser concebido com o intuito de distribuir melhor o estresse para o osso de maneira que suporte a restauração e sua fixação no osso.

Em particular, a reabsorção da crista óssea é um dos principais sintomas para diagnosticar a falha do implante depois da osseointegração e da estabilidade primaria. (24)

(20)

A possibilidade de rearranjo mecânico leva a um acréscimo ou decréscimo da qualidade de osso peri-implantar de acordo com o aumento da magnitude e frequência em que esta forma é aplicada. (24)

Herman et al. reportaram que a reabsorção da crista óssea alveolar é significantemente influenciada por micromovimentos dos componentes protéticos, e não pelo tamanho do microgap. (14)

Um critica observada para as pesquisas de acompanhamento radiográfico é que não houve consistência entre os estudos com relação ao projeto de pesquisa (como local e profundidade do implante, grupos controle/não controle, estado do local cirúrgico e possível uso de materiais de enxerto), dificultando a avaliação dos resultados destes trabalhos que usam o mesmo método de avaliação. (25)

Para Atieh et al. em 2010, os estudos tiveram algumas limitações, dentre elas esta a avaliação da perda óssea somente na mesial e distal do implante enquanto que não avaliou o osso a nível bucal e lingual, e o nível ósseo foi avaliado somente em uma dimensão, na qual a distancia vertical do ponto mais coronal foi medido ate o ponto de contato osso- implante, assim é importante que seja medido o osso marginal no sentido horizontal e vertical, pois a distancia entre a junção implante/abutment associado as células inflamatórias e a crista óssea pode influenciar tanto na reabsorção no sentido horizontal como vertical.(11)

6- CONCLUSÃO

Os estudos demonstraram menor perda óssea usando a Plataforma Switching. No entanto, apesar das grandes vantagens trazidas pela plataforma switching autores apontam como grande desvantagem o aumento do estresse gerado sobre o abutment e o parafuso de fixação.

(21)

REFERÊNCIAS

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Vol.4. Ed 2. P. 48-51. 2008

2. CANULLO, Luigi; RASPERINI, Giulio. Preservation of peri-implant soft and hard tissues using Platform Switching of implants placed in immediate extraction sockets:

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3. SILVA, F D; VALIATI, R; PFEIFFER, A B. Implicações da perda óssea Peri- implantar em área estética. Innov Implant J. Vol 3. N. 5. P. 47-53. 2008.

4. FERRAZ JUNIOR, A M L; DIAS, A L; PICININI, L S; OLIVEIRA, R G. Perspectivas atuais no uso de implantes platform switching: relato de caso clínico. Innov Implant J.

Vol. 4. N. 3. P. 91-95. Set/Dez 2009.

5. ROSA, JCM; ROSA, DM; ZARDO, CM; ROSA, ACPO; CANULLO, LUIGI.

Restauração dentoalveolar imediata pós-exodontia com implante platform switching e enxertia. Revista Implantnews. Vol. 6. N. 5. Set/out.2009.

6. CHANG, Chih-Ling; CHEN, Chen-Sheng; HSU, Ming-Lun. Biomechanical Effect of Platform Switching in Implant Dentistry: a Three-dimensional Finite Elements Analysis. Int. J. Oral Maxillofacial Implants. Vol. 25: P. 295-304. 2010

7. VELA-NEBOT, Xavier; RODRÍGUEZ-CIURANA, Xavier; RODADO-ALONSO, Carlos; SEGALÀ-TORRES, Maribel. Benefits of an Implant Platform modification technique to reduce crestal bone resorption. Implant Dentistry. Vol 15. N. 3. P. 313- 20. 2006.

8. SERRANO-SÀNCHEZ, Pedro; CALVO-GUIRADO, José Luis; MANZANERA- PASTOR, Ester; LORRIO-CASTRO, Carmen; BRETONES-LÓPEZ, Pablo; PÉREZ- LLANES, Juan Antonio. The influence of platform switching in dental implants. A literature review. Med Oral Patol Oral Cir Bucal. Vol 1. Ed 16 (3). P. e400-5. Maio.

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(22)

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Referências

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