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INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL DO ALTO URUGUAI FACULDADES IDEAU

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__________________________________________________________________________________________ Projeto de Aperfeiçoamento Teórico e Prático – Getúlio Vargas – RS – Brasil 1

REPRODUÇÃO INDUZIDA NAS DIFERENTES ESPÉCIES DE PEIXES MAIS CULTIVADAS NO NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

ROSSATO, Vanderson Miorando1*

COLET NETO, Luiz¹ ZORTEA, Letícia Salete¹ DAGA, Paola D. Leidens Bordin¹

LANFREDI, Carine¹ SCOLARI, Cibeli Casanova¹ OLIVEIRA, Daniela dos Santos de2

GALLIO, Miguel² RIBEIRO, Ticiany Maria Dias² ALMEIDA, Mauro Antônio de²

BAZZAN, Alan Eduardo² MAHL, Deise Luiza²

PARIS, Alaercio de²

RESUMO: O presente trabalho tem por objetivo avaliar o uso das diferentes biotecnologias da reprodução em diferentes espécies de peixes criadas comercialmente na região, utilizada principalmente a técnica de indução reprodutiva e a reprodução natural.Os processos reprodutivos dos peixes são controlados pelo eixo hipotalamico-hipofisário-gonadal através de respostas à fatores ambientais, como a temperatura, pH e a qualidade da água. Após a fecundação, os ovos são levados a incubadoras cônicas para a eclosão. Logo após, as larvas são levadas aos viveiros, onde permanecem por quatro semanas até atingirem o tamanho ideal de alevino, ou seja, de cinco a seis centímetros.Portanto, para que se tenha sucesso na reprodução de peixes seja ela natural ou manipulada deve-se sempre buscar equilíbrio entre os fatores naturais e fisiológicos para que se obtenha alevinos de qualidade e baixa mortalidade ao término dos processos.

Palavras-chave: peixes – carpa – jundiá – alevino

ABSTRACT: The present study aims to assess the use of biotechnology are different reproduction in different fish species created in the region commercially using mostly reproductive induction technique and natural reproduction. The reproductive processes of p eixes are controlled by the axis hypothalamic - pituitary - gonadal, crosswise to responses to environmental factors such as temperature, pH, and water quality. After fertilization, the eggs are taken conical incubators for hatching. Soon after, the larvae are taken to the nurseries, where they remain for four weeks until they reach the ideal size of alevino, that is, from five to six centimeters. Therefore, in order to be successful in the reproduction of fish, whether natural or manipulated, we must always seek a balance between natural and physiological factors in order to obtain quality fingerlings and low mortality at the end of the processes. Keywords: fishes – carp– jundia – fry

1 INTRODUÇÃO

A reprodução para a comercialização de peixes vem crescendo muito nos últimos anos, este crescimento faz com que um número cada vez maior de pessoas invista na piscicultura como ramo de negócio. Com o crescimento significativo no consumo de peixes, a demanda por

1 Discentes do Curso de Medicina Veterinária, Nível 8 2017/2- Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS. 2 Docentes do Curso Medicina Veterinária, Nível 8 2017/2 - Faculdade IDEAU – Getúlio Vargas/RS.

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alevinos se torna maior, necessitando assim, que o produtor busque aperfeiçoamento nas melhores técnicas de reprodução existentes para a produção dos alevinos.

Cada espécie abordada neste trabalho tem um método reprodutivo diferenciado, sendo o da tilápia o mais complexo. O jundiá, por exemplo, é o que melhor se reproduz nas condições de temperatura do Rio Grande do Sul, pois é o menos sensível e de fácil adaptação climática. Já as carpas e as tilápias são mais exigentes com relação aos fatores ambientais, apresentando pico reprodutivo apenas no verão, época que favorece os processos reprodutivos devido a temperatura constantemente mais alta da água.

Na reprodução assistida, as fêmeas e os machos selecionados para reprodução ficam separados em tanques específicos, com condições adequadas, principalmente à ausência de estímulos estressores.

O presente trabalho tem por objetivo relatar uso das biotecnologias da reprodução em diferentes espécies de peixes criadas comercialmente na região norte do Rio Grande do Sul.

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Referencial Teórico

Os processos reprodutivos dos peixes são controlados pelo eixo hipotalamico-hipofisário-gonadal através de respostas à fatores ambientais, como a temperatura e a qualidade da água. Sendo que a fecundação dos peixes ocorre de forma externa, as fêmeas e os machos depositam os gametas na água. Os espermatozóides somente serão ativados neste momento, ocorrendo assim à união óvulo – espermatozóide, formando o embrião (ZANIBONI FILHO & WEINGATNER, 2007).

O sistema reprodutivo do macho conta com um par de testículos, entretanto um destes poderá ser atrofiado, estando apenas um funcional, o que não afeta sua capacidade reprodutiva. Os espermatozóides permanecem inativos e imóveis pré-ejacuçação. Do mesmo modo acontece na fêmea, que também apresenta um número par de ovários, podendo ocorrer a fusão ou desenvolvimento de somente um destes (BALDISSEROTTO, 2013).

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são as principais responsáveis por prejuízos e de ocorrência mais comum, já nos estágios larvais e de alevinagem, o comprometimento da produção está mais relacionado a parasitas e fungos, que estão presentes nos viveiros e na água. Para o desenvolvimento de um bom viveiro, deve-se remover toda a vegetação encontrada na escavação do mesmo e em deve-seguida, realiza-deve-se a secagem do viveiro, o qual deve permanecer seco por aproximadamente 10 dias. Decorrido este período, se realiza a desinfecção do mesmo com cal virgem ou cal hidratado por no mínimo 3 dias antes do abastecimento de água. Para correção do pH da água, após a desinfecção com cal, se necessário, utiliza-se calcário. A adubação dos viveiros é feita uma semana antes do povoamento utilizado adubo avícola para favorecer o desenvolvimento de algas e zooplânctons para alimentar as larvas após eclosão (LIMA et al., 2012).

2.1.1 Oreochromis niloticus (Tilápia):

A tilápia nilótica é um peixe que se alimenta de zooplâncton, aceitando muito bem rações comerciais e artesanais, fabricadas com subprodutos agrícolas. É bastante resistente, tanto em relação a doenças como a baixa quantidade de oxigênio na água e ainda suporta bem o superpovoamento dos tanques (LOPERA-BARRERO et al., 2011). Sendo exigentes para a temperatura, podendo esta ser letal quando abaixo de 10ºc e acima de 37ºc (KUBITZA & KUBITZA, 2000).

Essa espécie tem sua reprodução do tipo parcelada, podendo desovar de 8 a 12 vezes no ano, atinge sua maturidade sexual geralmente com quatro ou cinco meses de idade e depende muito de condições adequadas de espaço, manejo, alimentação e do clima da região. Desovam em média 800 a 2.000 óvulos cada desova, em ninhos construídos pelos machos no fundo dos viveiros e após a fecundação a fêmea realiza o cuidado parental, que consiste no recolhimento desses ovos para a boca onde permanecem até o início estágio larval (OLIVEIRA et al., 2007).

2.1.2 Cyprinus carpio (Carpa):

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naturais como o zooplâncton aceitando também subprodutos agrícolas. As carpas podem ser criadas com outras espécies já que estas habitam o fundo dos viveiros liberando espaço para as demais e ainda reduzem a quantidade de sedimentos do fundo dos mesmos (MENEZES, 2010). Os animais desta espécie estão aptos a se reproduzirem apartir dos dois anos de idade, dependendo das condições climáticas, a reprodução pode ocorrer apartir do primeiro ano de vida. O período correspondente a desova ocorre na primavera, quando a temperatura da água se mantem em 18°C ou mais, sendo verificado periodicamente o desenvolvimento das carpas quanto a maturação gonodal. As carpas têm boa aceitação dos protocolos de hipofisação e a coleta de ovos pode ser feita por extrusão ou manualmente por kakabans, que consiste em uma estrutura de madeira em que os ovos se aderem (LOPERA-BARRERO et al., 2011).

2.1.3 Rhamdia quelen (Jundiá):

Espécie de peixe nativa da América do Sul com características de rusticidade e de fácil adaptação a salinidade da água, pH e baixos níveis de oxigênio. Os jundiás são animais onívoros e de hábitos noturnos que toleram temperaturas baixas e apresentam bom desenvolvimento no verão com alto rendimento de carcaça, isso caracteriza seu bom desempenho produtivo (MONTANHA et al., 2011).

Outro fator que favorece a criação de jundiá é o ótimo processo reprodutivo, com maturação gonadal em temperaturas de 17ºC. As fêmeas podem desovar até quatro vezes por ano, pois refazem seu ovário em quatro semanas e a maturidade sexual é atingida no primeiro ano de vida. Já os machos atingem maturidade sexual com cinco meses de idade. Esta espécie não apresenta cuidado parental e na natureza desovam em locais com águas limpas, calmas e fundo pedregoso (BOMBARDELLI et al., 2006).

2.2 Material e Métodos

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local, como laboratório de desova e fecundação, incubadoras cônicas (Figura 1), utensílios utilizados nos processos, como beckers e peneiras, viveiros e tanques.

Figura 1: Incubadoras cônicas para desenvolvimentos dos ovos fecundados até o estágio larval. Fonte: LANFREDI, 2017, Passo Fundo, RS.

A reprodução nas carpas e nos jundiás é realizada através da técnica de indução da maturação final e desova, para isso levou-se ao laboratório as fêmeas aptas a reprodução, selecionadas por apresentarem abdômen arredondado e mole, significando ovos em estágio de repouso, feito isso se realizou a pesagem das mesmas, para posterior administração do hormônio indutor na dose de 4 a 6 mg/kg.

O hormônio utilizado é o extrato hipofisário, proveniente da hipófise de peixes abatidos na fase de pré-ovulação, onde as concentrações hormonais estão altas. Esta administração hormonal é realizada em duas etapas, primeiramente se administra uma carga hormonal preparatória de 10% e após 12 horas se aplica a dose restante de 90% para que a ovulação tenha sucesso. Esta hipófise foi macerada, misturada a dois ml de solução fisiológica e então administrada de forma subcutânea caudal à nadadeira abdominal.

Nos machos realizou-se a técnica de espermiação, que consiste em aplicar uma dose única de dois mg/kg de extrato de hipófise nos reprodutores definidos como maduros, selecionados através da observação da liberação de sêmen após breve massagem abdominal. Essa aplicação de hormônio nos machos deve ocorrer simultaneamente à última dose aplicada nas fêmeas. Buscando minimizar os efeitos do estresse aos peixes durante estes processos, utilizou-se óleo de cravo na água dos tanques em que estavam os animais, por ter efeito tranquilizante a fim de evitar complicações na desova e espermiação.

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ocorrer fora do horário programado, impedindo a coleta dos ovos em tempo adequado. Após o período de ação do hormônio, retorna-se o macho ao tanque para os processos de corte e acasalamento, identificando-se assim as fêmeas já aptas a extrusão.

As carpas capim, prateada e cabeça grande não desovam naturalmente, pois na natureza realizam piracema, que é subida em rios com correnteza, o esforço físico realizado faz com que o organismo do animal queime da gordura e aumente a produção de hormônios responsáveis pela maturação sexual, estimulando a ovulação, como nos viveiros elas não têm espaço suficiente é necessário realizar a indução.

Nessas espécies, assim como nos jundiás, aguardaram-se algumas horas após a última aplicação de hormônio para realizar-se a extrusão dos ovos, sendo monitorada a temperatura da água a cada hora decorrida do processo. As fêmeas iniciaram a liberação dos óvulos espontaneamente na água, nesse momento retiraram-se as mesmas do tanque, efetivou-se a secagem destas e pressionou-se o abdômen para expelirem os ovos. Essa extrusão tem tolerância de uma hora para ser feita, caso não ocorra, esses óvulos serão reabsorvidos pelo organismo. Depois da coleta dos ovos, realizou-se a coleta de sêmen, pressionando o abdômen do macho, sendo que o peixe e os utensílios sempre devem estar bem secos.

A mistura dos ovos com o sêmen se deu em um recipiente, na proporção de 1 kg de ovos para 10 ml de sêmen (Figura 2). Realizada a mistura, adicionou-se água e neste momento ocorreu a fecundação, pois o sêmen se ativa com presença de água e fica viável em torno de 3 minutos, o ovo, por sua vez, abre a micrópila para receber o espermatozoide. Após este processo, os ovos são lavados e levados para a incubadora.

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Os ovos da carpa húngara apresentam proteínas que deixam os mesmos aglomerados uns nos outros, então, após a lavagem, para desnaturar estas proteínas misturou-se os ovos a sal e uréia e mexeu-se por 1 hora e após lavou-se com tanina para não se aderirem novamente e então foram para a incubadora.

Na incubadora cônica, com renovação de água contínua, foram depositados os ovos fecundados e realizou-se a seleção dos mesmos, os ovos que flutuaram mais superficialmente, ou seja, que estavam mais leves, eram removidos com auxílio de uma canula de sucção, pois estes não estavam fecundados ou apresentavam algum defeito no desenvolvimento.

A eclosão dos ovos na incubadora depende da temperatura, quanto maior a temperatura mais rápido serão desenvolvidas as larvas (Figura 3), as quais demoram de um a quatro dias para eclodirem à 18°C - 19° C. As larvas permaneceram na incubadora por um período de um a dois dias, até começarem a se alimentar.

Figura 3: Demonstração da larvicultura. Fonte: NETO, 2017, Passo Fundo, RS.

Para a alimentação das carpas era fornecida gema de ovo cozida e triturada com água, já para os jundiás, sangue coagulado, a fim de que as larvas aprendessem a buscar alimento no viveiro e também ajudasse a abrir o tubo digestivo.

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seleção de matrizes e reprodutores. Esses viveiros (Figura 4) passam por desinfecção e fertilização a cada lote de alevinos.

Figura 4: Viveiros externos em preparação para fertilização e adubagem a fim de receber as larvas dos peixes.Fonte: Zortea, 2017, Passo Fundo, RS.

Realizou-se outra visita no Município de Victor Graeff, em uma piscicultura que realiza a criação de matrizes e reprodutores, reprodução, larvicultura, alevinagem, despesca, depuração, empacotamento e o transporte de alevinos de diversas espécies destinados à venda e um projeto em desenvolvimento, aguardando liberação de órgão responsável, para reprodução de tilápias, sendo que as comercializadas no momento, são importadas de outro estado.

Nesta propriedade foram acompanhadas as biotécnicas utilizadas para a reprodução de tilápias, esta é feita com macho e fêmea no mesmo tanque, onde os mesmos liberam ovos e sêmen naturalmente sem estimulação hormonal e extrusão. Após a fêmea liberar seus ovos, realiza cuidado parental, armazenando os ovos fecundados na sua cavidade oral (Figura 5) até a eclosão dos mesmos, como forma de proteção contra predadores.

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Quando os ovos eclodem e são liberados, estas larvas flutuam por serem mais leves que a água, agrupando-se nas paredes dos tanques onde são coletados, sendo esta, a coleta de nuvem, podendo também ser realizada a coleta diretamente da boca da fêmea.

Realizada a captura na nuvem, estas larvas foram classificadas por tamanho e tempo de vida, através de uma peneira com diâmetro 2,8 mm (Figura 6) onde animais aptos à reversão de sexo passam e os demais ficaram retidos por apresentarem mais de três dias de vida e não serem mais capazes de realizar reversão.

Figura 6: Peneira utilizada para realizar seleção de alevinos aptos a inversão. Fonte: ROSSATO, 2017, Passo Fundo, RS.

As larvas aptas foram colocadas em tanque rede de tela, o qual deve ter água limpa, livre de zooplâncton para que a alimentação seja exclusivamente feita com a ração para reversão, durante trinta dias. A tilápia apresenta sexo genético, mas não morfologia determinada, por esse motivo, almeja-se obter somente machos, pois os mesmos crescem 30% mais que as fêmeas sendo economicamente mais rentáveis.

2.3 Resultados e Discussão

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cada desova para a obtenção da maior qualidade possível e por esse motivo utilizam-se as técnicas reprodutivas.

A reprodução pode ser obtida através da manipulação ambiental ou aplicação de substâncias semelhantes aos estímulos hormonais dos animais (ANDRADE & YASUI, 2003). As técnicas de indução, com aplicação de hormônios, auxiliam o produtor para que a desova ocorra no momento desejado e com condições favoráveis (BALDISSEROTTO, 2013). Assim, como foi visto com as carpas e jundiás, o produtor pode manipular o momento da fecundação que ocorrerá quando óvulos e sêmen entrarem em contato com a água, e mantê-los seguros em incubadoras monitorando até a eclosão destes e também, a alimentação das larvas nos primeiros dias.

De acordo com Orfão (2013), para a indução da reprodução também é essencial a seleção de peixes sexualmente maduros, pois sem os gametas prontos os hormônios utilizados não produzem os efeitos desejados. A seleção de machos maduros normalmente é mais fácil, pois estes liberam sêmen com uma leve massagem na cavidade celomática, enquanto as fêmeas são somente por características externas. Na seleção do macho (Figura 7) para indução realizada, foi possível observar o que foi citado pelo autor.

Figura 7: Demonstração do póro genital dos peixes e liberação de sêmen do mesmo. Fonte: ROSSATO, 2017, Passo Fundo, RS.

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má qualidade da água e fotoperíodo inadequado, práticas de manejo durante a reprodução ou transporte (Dias, 2009). O monitoramento necessário foi realizado pelo produtor na visita, observando as condições climáticas, como temperatura exigida pela espécie e também qualidade da água, com pH ajustado, antes de iniciar os procedimentos de reprodução.

As manipulações dos reprodutores elevam os níveis dos hormônios liberados devido ao estresse, e esses podem causar alterações no metabolismo fazendo com que ele não se alimente, diminuindo proteínas musculares, e outras reações como favorecer o aparecimento de doenças devido a queda de imunidade, má formação, que o deixa vulnerável a parasitas, batérias e vírus, além disso pode interferir nas técnicas reprodutivas. Por esse motivo, nas propriedades em que se acompanhou os processos, foi utilizado óleo de cravo para tranquilizar os animais, que segundo Costa (2011), é um dos métodos eficazes de sedação leve e com a vantagem de ser natural, deixando pouco resíduo metabólico.

Nas tilápias não ocorre esse manejo, pois a técnica de reprodução utilizada na propriedade, ainda em fase experimental, é a natural, fornecendo as condições adequadas para que ocorra a desova e espermiação. O manejo inicia na coleta das larvas e transferência para as hapas, onde ocorrerá a reversão de sexo. Segundo Oliveira et al. (2007), é na fase larval que pode ser feita uma indução para mudança de sexo através de hormônios, com isso permite ao criador ter em seus tanques somente exemplares do mesmo sexo, principalmente aquele que tem melhor crescimento e conversão, sendo este o macho.

A fim de reduzir mortalidade, de principalmente matrizes, durante o período de inverno, o produtor desenvolveu estufas de concreto para manter a temperatura da água constante, fornecendo ração com teor maior de proteínas, para que, desta forma, o peixe mantenha seu metabolismo, pois segundo Rebouças et al. (2014), os peixes são animais ectotérmicos, sua temperatura corporal se altera conforme a temperatura do ambiente, sendo então, a temperatura um fator determinante e responsável pelas atividades fisiológicas dos peixes, podendo citar a reprodução dos mesmos.

3 CONCLUSÃO

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reprodutivos, tendo em vista que, mantendo um manejo correto adequando fatores ambientais desde o processo de indução de ovulação e evitando fatores estressantes, reduz-se as patologias e, tem-se ao final, lotes de alevinos saudáveis com baixa mortalidade e perdas no decorrer das etapas para então ser comercializados e proporcionarem retorno financeiro aos piscicultores.

Sendo assim, a utilização das biotecnologias de reprodução fornece melhores resultados e mais lucro, devido o controle de manipulação na realização dos processos, onde também pode-se proteger as larvas de perdas por predadores, diferentemente do ocorrido na reprodução natural.

REFERÊNCIAS

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COSTA, L. S. Avaliação de óleo de cravo e benzocaína como anestésicos para juvenis de tilápia nilótica. Dissertação (Mestrado em Zootecnia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, 53 p. 2011.

DIAS, M. T. Manejo e sanidade de peixes em cultivo. 1ªed. Brasil. Embrapa Amapá, 2009. FIGUEIREDO, J. R. de; FREITAS, V. J. de F.; GONÇALVES, P. B. D. Biotécnicas aplicadas à reprodução animal.2.ed. São Paulo, Roca, 2014.

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brasileiras. PUBVET, v.11, n.6, p.538-544, Jun., 2017.

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