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VINTE TODO DIA FIXCICLANDO 18

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VINTE

TODO DIA

VINTE

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FIXCICLANDO

FIXCICLANDO

aviso importante

Este material está protegido por direitos autorais (Lei nº 9.610/98), sendo

vedada a reprodução, distribuição ou comercialização de qualquer informação

ou conteúdo dele obtido, em qualquer hipótese, sem a autorização expressa

de seus idealizadores. O compartilhamento, a título gratuito ou oneroso, leva

à responsabilização civil e criminal dos envolvidos. Todos os direitos estão

reservados.

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DIREITO PROCESSUAL PENAL

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Resumão do ponto do dia: para não esquecer mais

Pontos abrangidos:

1. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Organização Criminosa (12.850/2013).

2. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Proteção à Testemunha (9.807/99).

3. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Lavagem de Dinheiro (9.613/98). 4. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Interceptação Telefônica

(9.296/96).

5. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Drogas (11.343/06).

6. Aspectos processuais penais na legislação extravagante. Lei de Falência e Recuperação de Empresas (11.101/2005).

ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS (LEI 12.850/13)

MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA

colaboração premiada

captação ambiental de sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos ação controlada

acesso a registros de ligações telefônicas e telemáticas, a dados cadastrais constantes de bancos de dados públicos ou privados e a informações eleitorais ou comerciais

interceptação de comunicações telefônicas e telemáticas afastamento dos sigilos financeiro, bancário e fiscal infiltração, por policiais, em atividade de investigação

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cooperação entre instituições e órgãos federais, distritais, estaduais e municipais na busca de provas e informações de interesse da investigação ou da instrução criminal

#NÃOCONFUNDA: Meios de obtenção de prova são formas para se alcançar uma prova e não se

confundem com as provas propriamente ditas, nem com os meios de prova (que são a forma como a prova se apresenta no processo).

FONTE DE PROVA

é o termo utilizado para designar pessoas ou coisas das quais se consegue a prova. Divide-se em fontes pessoais (como o ofendido, o acusado, as testemunhas), ou fontes reais (documentos, p. ex.) Tudo aquilo que possa servir para esclarecer a existência do delito pode servir como fonte de prova.

MEIOS DE PROVA São os instrumentos pelos quais as fontes de prova são introduzi-das dentro do processo. Trata-se de uma atividade endoprocessual desenvolvida perante o juiz.

MEIOS DE OBTENÇÃO DE PROVA

Guardam relação com procedimentos extraprocessuais regulados por lei, com o objetivo de produzir provas materiais e que podem ser realizados por outros funcionários que não o juiz. Exemplo mais corri-queiro é a delação premiada.

Galera, nos últimos tempos, os tribunais superiores têm se debruçado sobre os efeitos, conceitos e tudo o mais que se relacione com a colaboração premiada prevista na Lei 12.850/2013. É mais que entendimento jurisprudencial isolado: é uma verdadeira compilação do que a doutrina majoritária vem defendendo há alguns anos. Vamos conferir?

#DEOLHONAJURIS: Colaboração premiada é um instituto previsto na legislação por meio do qual

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um outro acordo de colaboração premiada, demonstrando, assim, não ter compromisso com a verdade. Em razão disso, o acordo seria ilícito e todas as provas obtidas a partir dele também seriam ilícitas por derivação, devendo ser anuladas. O STF concordou com o HC? A ordem foi concedida? NÃO. O STF indeferiu o habeas corpus. • A colaboração premiada é apenas meio de obtenção de prova, ou seja, é um instrumento para colheita de documentos que, segundo o resultado de sua obtenção, poderão formar meio de prova. A colaboração premiada não se constitui em meio

de prova propriamente dito. • O acordo de colaboração não se confunde com os depoimentos

prestados pelo colaborador com o objetivo de fundamentar as imputações a terceiros. Uma coisa

é o acordo, outra é o depoimento prestado pelo colaborador e que será ainda valorado a partir da análise das provas produzidas no processo. • Homologar o acordo não significa dizer

que o juiz admitiu como verídicas ou idôneas as informações prestadas pelo colaborador. Quando

o magistrado homologa o acordo, ele apenas afirma que este cumpriu sua regularidade, legalidade e voluntariedade. • O STF entendeu que o acordo não pode ser impugnado por terceiro, mesmo que seja uma pessoa citada na delação. Isso porque o acordo é personalís-simo e, por si só, não vincula o delatado nem afeta diretamente sua situação jurídica. O que

poderá atingir eventual corréu delatado são as imputações posteriores, constantes do depoimento do colaborador. • A personalidade do colaborador ou o fato de ele já ter descumprido um

acordo anterior de colaboração premiada não têm o condão de invalidar o acordo atual. Não

importa a idoneidade do colaborador, mas sim a idoneidade das informações que ele fornecer e isso ainda será apurado no decorrer do processo. STF. Plenário. HC 127483/PR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 26 e 27/8/2015 (Info 796).

Não viola o entendimento da SV 14-STF a decisão do juiz que nega a réu denunciado com base em um acordo de colaboração premiada o acesso a outros termos de declarações que não digam respeito aos fatos pelos quais ele está sendo acusado, especialmente se tais declarações ainda

estão sendo investigadas, situação na qual existe previsão de sigilo, nos termos do art. 7º da

Lei nº 12.850/2013. STF. 2ª Turma. Rcl 22009 AgR/PR, rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 16/2/2016 (Info 814).

Não existe obrigatoriedade legal absoluta de que as declarações do colaborador premia-do sejam registradas em meio audiovisual. O § 13 premia-do art. 4º da Lei nº 12.850/2013 prevê que

“sempre que possível, o registro dos atos de colaboração será feito pelos meios ou recursos de gravação magnética, estenotipia, digital ou técnica similar, inclusive audiovisual, destinados a obter maior fidelidade das informações”. Desse modo, existe sim uma recomendação da Lei no sentido de que as declarações sejam registradas em meio audiovisual, mas isso não é uma obrigação legal

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O descumprimento de acordo de delação premiada ou a frustração na sua realização, isola-damente, não autoriza a imposição da segregação cautelar. Não se pode decretar a prisão

preventiva do acusado pelo simples fato de ele ter descumprido acordo de colaboração premiada. Não há, sob o ponto de vista jurídico, relação direta entre a prisão preventiva e o acordo de cola-boração premiada. Tampouco há previsão de que, em decorrência do descumprimento do acordo, seja restabelecida prisão preventiva anteriormente revogada. Por essa razão, o descumprimento

do que foi acordado não justifica a decretação de nova custódia cautelar. É necessário verifi-car, no caso concreto, a presença dos requisitos da prisão preventiva, não podendo o decreto

prisional ter como fundamento apenas a quebra do acordo. STJ. 6ª Turma. HC 396658-SP, Rel. Min. Antônio Saldanha Palheiro, julgado em 27/6/2017 (Info 609). STF. 2ª Turma. HC 138207/PR, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 25/4/2017 (Info 862).

#AJUDAMARCINHO #DIZERODIREITO: Papel do Poder Judiciário no acordo de colaboração premiada

A colaboração é um meio de obtenção de prova cuja iniciativa não se submete à reserva de

jurisdição. Nesse sentido, as tratativas e a celebração da avença são mantidas exclusivamente entre o Ministério Público e o pretenso colaborador. O Poder Judiciário é convocado ao final

dos atos negociais apenas para aferir os requisitos legais de existência e validade, com a

indispensável homologação.

Natureza da decisão que homologa o acordo de colaboração premiada

A decisão do magistrado que homologa o acordo de colaboração premiada não julga o mérito

da pretensão acusatória, mas apenas resolve uma questão incidente. Por isso, esta decisão

tem natureza meramente homologatória, limitando-se ao pronunciamento sobre a

regulari-dade, legalidade e voluntariedade do acordo (art. 4º, § 7º, da Lei nº 12.850/2013). Na decisão

homologatória, magistrado examina se as cláusulas contratuais ofendem manifestamente o ordena-mento jurídico. No ato de homologação da colaboração premiada, não cabe ao magistrado,

de forma antecipada e extemporânea, tecer juízo de valor sobre o conteúdo das cláusulas avençadas, exceto nos casos de flagrante ofensa ao ordenamento jurídico vigente.

Em caso colaboração premiada envolvendo investigados ou réus com foro no Tribunal, qual é o papel do Relator?

É atribuição do Relator homologar, monocraticamente, o acordo de colaboração premiada,

analisando apenas a sua regularidade, legalidade e voluntariedade, nos termos do art. 4º, § 7º

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Em caso colaboração premiada envolvendo investigados ou réus com foro no Tribunal, qual é o papel do órgão colegiado?

Compete ao órgão colegiado, em decisão final de mérito, avaliar o cumprimento dos termos

do acordo homologado e a sua eficácia, conforme previsto no art. 4º, § 11 da Lei nº 12.850/2013.

Acordo de colaboração homologado pelo Relator deve, em regra, produzir seus efeitos, salvo se presente hipótese de anulabilidade O acordo de colaboração devidamente homologado indivi-dualmente pelo relator deve, em regra, produzir seus efeitos diante do cumprimento dos deveres assumidos pelo colaborador. Vale ressaltar, no entanto, que o órgão colegiado detém a

possibili-dade de analisar fatos supervenientes ou de conhecimento posterior que firam a legalipossibili-dade do acordo, nos termos do § 4º do art. 966 do CPC/2015. O direito subjetivo do colaborador nasce e se perfectibiliza na exata medida em que ele cumpre seus deveres. O cumprimento

dos deveres pelo colaborador é condição sine qua non para que ele possa gozar dos direitos

decorrentes do acordo. Por isso diz-se que o acordo homologado como regular, voluntário e legal

gera vinculação condicionada ao cumprimento dos deveres assumidos pela colaboração, salvo

ilegalidade superveniente apta a justificar nulidade ou anulação do negócio jurídico. STF.

Plenário. Pet 7074/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 21, 22, 28 e 29/6/2017 (Info 870).

O sigilo sobre o conteúdo de colaboração premiada deve perdurar, no máximo, até o rece-bimento da denúncia (art. 7º, § 3º da Lei nº 12.850/2013). Esse dispositivo não traz uma regra de observância absoluta, mas sim um termo final máximo. Para que o sigilo seja mantido até

o recebimento da denúncia, deve-se demonstrar a existência de uma necessidade concreta. Não havendo essa necessidade, deve-se garantir a publicidade do acordo. STF. 1ª Turma. Inq 4435 AgR/ DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 12/9/2017 (Info 877).

#DIZERODIREITO #AJUDAMARCINHO: Competência para homologação do acordo de cola-boração premiada se o delatado tiver foro por prerrogativa de função

Se a delação do colaborador mencionar fatos criminosos que teriam sido praticados por autoridade (ex: Governador) e que teriam que ser julgados por foro privativo (ex: STJ), este acordo de

cola-boração deverá, obrigatoriamente, ser celebrado pelo Ministério Público respectivo (PGR), com homologação pelo Tribunal competente (STJ). Assim, se os fatos delatados tiverem que

ser julgados originariamente por um Tribunal (foro por prerrogativa de função), o próprio acordo de colaboração premiada deverá ser homologado por este respectivo Tribunal, mesmo que o

delator não tenha foro privilegiado. A delação de autoridade com prerrogativa de foro atrai a competência do respectivo Tribunal para a respectiva homologação e, em consequência, do órgão do Ministério Público que atua perante a Corte. Se o delator ou se o delatado tiverem

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respectivo Tribunal.

Análise da legitimidade do delatado para impugnar o acordo de colaboração premiada

Em regra, o delatado não tem legitimidade para impugnar o acordo de colaboração premiada. Assim, em regra, a pessoa que foi delatada não poderá impetrar um habeas corpus alegando

que esse acordo possui algum vício. Isso porque se trata de negócio jurídico personalíssimo.

Esse entendimento, contudo, não se aplica em caso de homologação sem respeito à

prerro-gativa de foro. Desse modo, é possível que o delatado questione o acordo se a impugnação estiver relacionada com as regras constitucionais de prerrogativa de foro. Em outras palavras,

se o delatado for uma autoridade com foro por prerrogativa de função e, apesar disso, o acordo tiver sido homologado em 1ª instância, será permitido que ele impugne essa homologação

alegan-do usurpação de competência. STF. 2ª Turma.HC 151605/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgaalegan-do em

20/3/2018 (Info 895).

O delegado de polícia pode formalizar acordos de colaboração premiada, na fase de inqué-rito policial, respeitadas as prerrogativas do Ministério Público, o qual deverá se manifes-tar, sem caráter vinculante, previamente à decisão judicial. Os §§ 2º e 6º do art. 4º da Lei nº

12.850/2013, que preveem essa possibilidade, são constitucionais e não ofendem a titularidade da ação penal pública conferida ao Ministério Público pela Constituição (art. 129, I). STF. Plenário. ADI 5508/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 20/6/2018 (Info 907).

O corréu em regra não pode ser testemunha. Porém, correu colaborador pode ser levado a ser ouvido em juízo e, assim, será questionado (e, nesse caso, deve prestar o compromisso de dizer a verda-de, renunciando ao direito ao silêncio).

E quais são os requisitos para a colaboração?

COLABORAÇÃO EFETIVA + COLABORAÇÃO VOLUNTÁRIA (E NÃO ESPON-TÂNEA)

Devem ser alcançados um dos seguintes resultados:

identificação dos demais coautores e partícipes da organização criminosa e das infrações penais por eles cometidas;

a revelação da estrutura hierárquica e da divisão de tarefas da organiza-ção criminosa;

a prevenção de infrações penais decorrentes das atividades da organiza-ção criminosa;

a recuperação total ou parcial do produto ou do proveito das infrações penais praticadas pela organização criminosa;

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Para que o agente possa ser contemplado com os benefícios penais e processuais penais da cola-boração premiada é imprescindível que seja verificada a relevância e a eficácia objetiva das informações repassadas pelo colaborador, devendo, ainda, a colaboração ser ratificada em juízo, caso realizada na fase extrajudicial.

E os benefícios para o colaborador?

PERDÃO JUDICIAL REDUÇÃO DE ATÉ 2/3 DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE

SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS

SUSPENSÃO DO PRAZO PARA OFERECIMENTO DA DENÚNCIA OU SUSPENSÃO DO PROCES-SO POR ATÉ 6 MESES (com suspensão da prescrição)

O MP PODERÁ NÃO OFERECER A DENÚNCIA (se a proposta de acordo de colaboração refe-rir-se a infração de cuja existência não tenha prévio conhecimento + se o colaborar não for o líder da organização + for o primeiro a prestar efetiva colaboração)

#ATENÇÃO: os benefícios não são condicionados à prévia formalização do termo de colaboração

em juízo.

#SELIGANASALTERAÇÕES:

ANTES DO PACOTE ANTICRIME DEPOIS DO PACOTE ANTICRIME Art. 4º [...]

§ 8º O juiz poderá recusar homologação à proposta que não atender aos requisitos legais, ou adequá-la ao caso concreto.

Art. 4º [...]

§ 8º O juiz poderá recusar a homologação da proposta que não atender aos requisitos legais, devolvendo-a às partes para as adequações necessárias. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

ANTES DO PACOTE ANTICRIME DEPOIS DO PACOTE ANTICRIME Art. 4º [...]

§ 16. Nenhuma sentença condenatória será profe-rida com fundamento apenas nas declarações de agente colaborador.

Art. 4º [...]

§ 16. Nenhuma das seguintes medidas será decretada ou proferida com fundamento apenas nas declarações do colaborador: (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

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II - recebimento de denúncia ou queixa-crime; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

III - sentença condenatória. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

ANTES DO PACOTE ANTICRIME DEPOIS DO PACOTE ANTICRIME Art. 7º [...]

§ 3º O acordo de colaboração premiada deixa de ser sigiloso assim que recebida a denúncia, observado o disposto no art. 5º .

Art. 7º [...]

§ 3º O acordo de colaboração premiada e os depoimentos do colaborador serão mantidos em sigilo até o recebimento da denúncia ou da queixa-crime, sendo vedado ao magistrado deci-dir por sua publicidade em qualquer hipótese. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019)

#IMPORTANTE: Se o colaborador se retratar, as informações que eles passou não poderão ser utili-zadas contra ele.

DIREITOS DO COLABORADOR

usufruir das medidas de proteção previstas na legislação específica

ter nome, qualificação, imagem e demais informações pessoais preservados ser conduzido, em juízo, separadamente dos demais coautores e partícipes participar das audiências sem contato visual com os outros acusados

não ter sua identidade revelada pelos meios de comunicação, nem ser fotografado ou filmado, sem sua prévia autorização por escrito

cumprir pena ou prisão cautelar em estabelecimento penal diverso dos demais corréus ou condena-dos

#OLHAOGANCHO: ação controlada. Consiste a ação controlada em retardar a intervenção poli-cial ou administrativa relativa à ação praticada por organização criminosa ou a ela vinculada, desde

que mantida sob observação e acompanhamento para que a medida legal se concretize no

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AÇÃO CONTROLADA NA LEI 11.343/06 AÇÃO CONTROLADA NA LEI 12.850/13 Autorização judicial prévia comunicação prévia

prévia manifestação do MP

-execução por órgão policial execução por órgão policial ou agente admi-nistrativo

#SELIGA: requisição de dados cadastrais. O MP pode solicitar diretamente os dados cadastrais

contidos nos bancos de dados de instituições financeiras, pessoas jurídicas de direito público ou privado e na Justiça Eleitoral.

Art. 15. O delegado de polícia e o Ministério Público terão acesso, independentemente de autorização judicial, apenas aos dados cadastrais do investigado que informem exclusivamente a qualificação pessoal, a filiação e o endereço mantidos pela Justiça Eleitoral, empresas telefônicas, instituições financeiras, prove-dores de internet e administradoras de cartão de crédito.

Art. 16. As empresas de transporte possibilitarão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, acesso direto e perma-nente do juiz, do Ministério Público ou do delegado de polícia aos bancos de dados de reservas e registro de viagens.

Art. 17. As concessionárias de telefonia fixa ou móvel manterão, pelo prazo de 5 (cinco) anos, à disposição das autoridades mencionadas no art. 15, registros de identificação dos números dos terminais de origem e de destino das ligações telefônicas internacionais, interurbanas e locais.

LEI DE PROTEÇÃO À TESTEMUNHA (LEI 9.807/99)

- A Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, é nacional (destinada tanto à União, quanto aos Estados/ DF).

- No âmbito da União, esta lei é regulamentada pelo Decreto nº 3.518/2000, que prescreve ser atribuição do Departamento de Polícia Federal, do Ministério da Justiça, o planejamento e a execução do Serviço de Proteção, para tanto podendo celebrar convênios, acordos, ajustes e termos de parceria com órgãos da Administração Pública e entidades não governamentais.

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proteção e assistência a pessoas ameaçadas ou coagidas em virtude de colaborarem com a investigação ou o processo criminal.

- Os Estados podem legislar sobre essa matéria, segundo a doutrina, por não ser um tema proces-sual ou penal (os programas de proteção), porém, a lei não prevê os Municípios dentro dessas atribuições.

#ATENÇÃO: ainda que os Estados legislem sobre o assunto, devem observar, necessariamente, as

disposições da lei nacional, não podendo contrariá-las.

- Essa lei, não obstante seja tratada dentro da matéria de Direito Processual Penal, tem caráter niti-damente administrativo, organizacional.

- O diploma normativo visa proteger as testemunhas, vítimas e os delatores (réu/investigado cola-borador).

- É uma lei mais benéfica do que a 8.072, 11.343 (que trata sobre os crimes hediondos), porque prevê o perdão judicial. Por essa razão, a doutrina e a jurisprudência entendem que essa lei deve ser aplicada a todos os crimes.

#ATENÇÃO: Não há conflito entre a Lei nº 9.807/99 e a Lei 12.850/2013 (Lei de Organização

Crimi-nosa). Esta é mais detalhada do que aquela, sendo possível, inclusive, a aplicação de seus institutos, por meio de analogia, nos casos não disciplinados pela Lei nº 9.807/99.

#DEOLHONAJURIS:

DELAÇÃO PREMIADA. AUSÊNCIA DE EFETIVA COLABORAÇÃO DO ACUSADO. PERDÃO JUDICIAL. ART. 35-B DA LEI N. 8.884/94. ART. 13 DA LEI N. 9.807/99. VAZIO NORMATIVO. AUSÊNCIA DE PONTO DE COINCIDÊNCIA. ANALOGIA. INVIABILIDADE. FUNDAMENTO NÃO IMPUGNADO. SÚMULA 283/ STF. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. ARESTO PARADIGMA. MESMO TRIBUNAL DE ORIGEM. SOLU-ÇÃO IDÊNTICA. NÃO CONHECIMENTO. 1. A colaboração efetiva é imprescindível para a concessão do perdão judicial, ainda que sob o jugo da legislação apontada pelo recorrente como de aplicação analógica na espécie (art. 35-B da Lei n. 8.884/94), vigente à época dos fatos. 2. Por outro lado, a

aplicação da benesse, segundo a Lei de Proteção à Testemunha - que expandiu a incidência do instituto para todos os delitos - é ainda mais rigorosa, porquanto a condiciona à efeti-vidade do depoimento, sem descurar da personalidade do agente e da lesiefeti-vidade do fato praticado, a teor do que dispõe o parágrafo único do art. 13 da Lei n. 9.807/99. 3. A Corte

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colabora-20 TODO DIA

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alcançada com a documentação oriunda do Tribunal de Contas do Distrito Federal, mesmo que não houvesse confissão do apelante.” (e-STJ fl. 1147). Essa constatação consignada no acórdão recorrido, além de não ter sido impugnada no apelo especial, não poderia ser modificada na instância extraor-dinária por envolver reexame de provas, o que atrai os óbices das Súmulas 7/STJ e 283/STF. 4. O aresto trazido como paradigma provém do mesmo Tribunal em que prolatado o acórdão hostiliza-do, o que não caracteriza dissídio pretoriano para o fim de cabimento do apelo nobre pela alínea “c” do permissivo constitucional. Precedentes. 5. Recurso especial não conhecido. (REsp 1477982/DF, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 14/04/2015, DJe 23/04/2015).

1. “A legitimação do Ministério Público para impetrar habeas corpus, garantida pelo art. 654, caput, do CPP, somente pode ser exercida de acordo com a destinação própria daquele instrumento processual, qual seja, a de tutelar a liberdade de locomoção ilicitamente coarctada ou ameaçada. Vale dizer: o Ministério Público somente pode impetrar habeas corpus em favor do réu, nunca para satisfazer os interesses, ainda que legítimos, da acusação” (HC 22.216/RS, Rel. Min. FELIX FISCHER, Quinta Turma, DJ 10/3/03). 2. O sistema geral de delação premiada está previsto na Lei 9.807/99. Apesar da previsão em outras leis, os requisitos gerais estabelecidos na Lei de Proteção a Testemu-nha devem ser preenchidos para a concessão do benefício. 3. A delação premiada, a depender

das condicionantes estabelecidas na norma, assume a natureza jurídica de perdão judicial, implicando a extinção da punibilidade, ou de causa de diminuição de pena. 4. A aplicação

da delação premiada, muito controversa na doutrina e na jurisprudência, deve ser cuidadosa, tanto pelo perigo da denúncia irresponsável quanto pelas consequências dela advinda para o delator e sua família, no que concerne, especialmente, à segurança. 5. Competindo ao Órgão ministerial formar o convencimento do juiz acerca da materialidade e autoria delitiva aptas a condenação, ficou consagrado o princípio do nemo tenetur se detegere. Apesar da ausência de previsão expressa do princípio da não autoacusação na Declaração Universal dos Direitos do Homem, em 1948, ficou assegurada a presunção de inocência e o direito absoluto de não ser torturado. 6. O Pacto de São José da Costa Rica consagrou o princípio da não autoacusação como direito fundamental no art. 8º, § 2º, g, dispondo que ninguém é obrigado a depor contra si mesmo nem a se declarar culpa-do. 7. A delação premiada, por implicar traição do corréu ao comparsa do crime, não pode servir de instrumento a favor do Estado, que tem o dever de produzir provas suficientes para o decreto condenatório. 8. Ao delator deve ser assegurada a incidência do benefício quando da sua

efetiva colaboração resulta a apuração da verdade real. 9. Ofende o princípio da motivação,

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assim, a pena do paciente em 2 anos e 4 meses de reclusão, competindo, destarte, ao Juízo da Execução a imediata verificação acerca da possível extinção da punibilidade pelo cumprimento da pena imposta na Ação Penal 3.111/04, oriunda da Comarca de Estrela do Sul/MG. (HC 97.509/MG, Rel. Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, QUINTA TURMA, julgado em 15/06/2010, DJe 02/08/2010).

#SELIGA:

CONSELHO DELIBERATIVO

COMPOSIÇÃO ATRIBUIÇÕES

representantes do Ministério Público, do Poder Judiciário e de órgãos públicos e privados rela-cionados com a segurança pública e a defesa dos direitos humanos.

Decidir, mediante voto da maioria absoluta de seus membros, sobre:

I - o ingresso do protegido no programa ou a sua exclusão;

II - as providências necessárias ao cumprimento do programa.

EXCLUÍDOS DO PROGRAMA DE PROTEÇÃO

indivíduos cuja personalidade ou conduta seja incompatível com as restrições de

comporta-mento exigidas A exclusão não trará prejuízo a eventual presta-ção de medidas de preservapresta-ção da integridade física desses indivíduos por parte dos órgãos de segurança pública.

condenados que estejam cumprindo pena

indiciados ou acusados sob prisão cautelar em qualquer de suas modalidades

#MUITOIMPORTANTE:

PROTEÇÃO AOS RÉUS COLABORADORES

PERDÃO JUDICIAL DIMINUIÇÃO DE PENA

Agente primário

-Colaboração efetiva e voluntária Colaboração efetiva e voluntária personalidade do beneficiado e a natureza,

circunstâncias, gravidade e repercussão social do

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Resultados da colaboração (não cumulativos): I - a identificação dos demais coautores ou

partí-cipes da ação criminosa;

II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;

III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.

Resultados da colaboração (não cumulativos): I - a identificação dos demais coautores ou

partí-cipes da ação criminosa;

II - a localização da vítima com a sua integridade física preservada;

III - a recuperação total ou parcial do produto do crime.

LAVAGEM DE DINHEIRO (LEI 9.613/98)

- O §5º do art. 1º da lei traz a previsão de colaboração premiada ao agente que colaborar

espon-taneamente com as autoridades.

BENEFÍCIOS DA COLABORAÇÃO (não cumulativos)REQUISITOS

redução da pena de 1/3 a 2/3 e fixação do regime

inicial aberto ou semiaberto apuração das infrações penais

identificação dos autores, coautores e partícipes localização de bens, direitos ou valores objetos do crime.

substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos

perdão judicial

- Sabemos que uma das condições da ação penal é a justa causa, ou seja, o lastro probatório

mínimo que o Promotor deverá instrumentalizar em sua denúncia. Na lei de lavagem de capitais há a

necessidade de demonstração de 2 (dois) lastros probatórios, o que a doutrina tem chamado de “justa

causa duplicada”, que consiste na comprovação de que houve ocultação ou dissimilação de dinheiro,

bens ou valores E de que essa conduta se deu em razão da existência de uma infração penal, direta ou indiretamente.

JUSTA CAUSA DUPLICADA =

Comprovar que houve ocultação ou dissimilação de dinheiro, bens ou valores +

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- E de quem é a competência para processar e julgar os crimes de lavagem de dinheiro?? Muita atenção aqui, pessoal! A competência, em regra é da Justiça Estadual. Mas será de competência da Justiça Federal nos seguintes casos:

COMPETÊNCIA PARA OS CRIMES DE LAVAGEM DE DINHEIRO

REGRA: JUSTIÇA ESTADUAL

EXCEÇÃO: JUSTIÇA FEDERAL - contra o sistema financeiro nacional

- contra a ordem econômico-financeira

- em detrimento de bens, serviços ou interesses da União, suas entidades autárquicas ou empresas públicas

- infração penal antecedente de competência da Justiça Federal

- A lei prevê a possibilidade de o membro do MP ou o delegado de polícia, após ouvir o MP, reque-rer/representar ao juiz pela decretação de medidas assecuratórias a fim de salvaguardar o efeito prático de futura condenação. Para tanto, é preciso se provar a existência de indícios suficientes de infração

penal.

Art. 4º O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante representação do delega-do de polícia, ouvidelega-do o Ministério Público em 24 (vinte e quatro) horas, havendelega-do indícios suficientes de

infração penal, poderá decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado ou

acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das infrações penais antecedentes.

§ 4º Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens, direitos ou valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação pecuniária, multa e custas.

- Há previsão, ainda, da ação controlada, que consiste no retardamento da interferência

esta-tal, por razões de política investigatória, a fim de se alcançar um maior número de participantes daquela

associação, conseguir coletar mais provas, descobrir coautores e partícipes da empreitada criminosa, recuperar o produto ou proveito da infração ou resgatar, com segurança, eventuais vítimas.

Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério Público, quando a sua execução imediata puder

comprometer as investigações.

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recer e nem constituir advogado, os autos ficarão suspensos (e a prescrição também), à exceção da produção antecipada de provas. Pois bem. A lei 9.613 tem previsão diversa do CPP!

Art. 2º. § 2º No processo por crime previsto nesta Lei, não se aplica o disposto no art. 366 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal), devendo o acusado que não comparecer nem constituir advogado ser citado por edital, prosseguindo o feito até o julga-mento, com a nomeação de defensor dativo.

- Assim, não há o que se falar em suspensão do processo e da prescrição nos casos de acusado citado por edital que não comparece e nem constitui advogado. De toda forma, o juiz irá nomear um defensor dativo para esse acusado aparentemente inerte.

#ATENÇÃO! Com o advento da Lei nº 13.964/2019 (Pacote Anticrime), a Lei de Lavagem de Capitais passou a prever de forma expressa a possibilidade de infiltração de agentes e de ação controlada:

Art. 1º [...]

§ 6º Para a apuração do crime de que trata este artigo, admite-se a utilização da ação controlada e da infiltração de agentes. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)

- Para finalizar, a lei de lavagem de dinheiro brasileira estabeleceu regras de cooperação

priva-da para o combate ao crime em análise. As pessoas e instituições que atuam em setores considera-dos sensíveis ao crime, mais utilizaconsidera-dos nos processos de reciclagem, têm obrigação de guardar e sistematizar informações sobre usuários de seus serviços, de informar às autoridades de atividades suspeitas de lavagem de dinheiro efetuadas através de suas instituições. Todas as pessoas físicas que atuem em qualquer dos setores sensíveis devem observar as normas de vigilância e comunicação previstas nos art. 10 e 11.

Art. 10. As pessoas referidas no art. 9º:

I - identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos termos de instruções emanadas das autoridades competentes;

II - manterão registro de toda transação em moeda nacional ou estrangeira, títulos e valores mobi-liários, títulos de crédito, metais, ou qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por esta expedidas;

III - deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos, compatíveis com seu porte e volume de operações, que lhes permitam atender ao disposto neste artigo e no art. 11, na forma disciplinada pelos órgãos competentes;

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falta deste, no Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles esta-belecidas;

V - deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas.

§ 1º Na hipótese de o cliente constituir-se em pessoa jurídica, a identificação referida no inciso I deste artigo deverá abranger as pessoas físicas autorizadas a representá-la, bem como seus proprietários.

§ 2º Os cadastros e registros referidos nos incisos I e II deste artigo deverão ser conservados durante o período mínimo de cinco anos a partir do encerramento da conta ou da conclusão da transação, prazo este que poderá ser ampliado pela autoridade competente.

INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA (LEI 9.296/96)

- Interceptar significa cortar a passagem de algo, interromper o fluxo de algo. Assim, por intercep-tação telefônica entenda-se o ato de interromper, realizar uma interferência no fluxo de comunicação telefônica entre duas pessoas diferentes do interceptador, sem o conhecimento dos interlocutores. O interceptador capta o fluxo da comunicação entre duas pessoas estranhas a ele.

#NÃOCONFUNDA:

INTERCEPTAÇÃO telefônica ESCUTA telefônica GRAVAÇÃO telefônica

Ocorre quando um tercei-ro capta o diálogo telefônico travado entre duas pessoas, sem que nenhum dos interlo-cutores saiba.

Ocorre quando um tercei-ro capta o diálogo telefônico travado entre duas pessoas, sendo que um dos interlocuto-res sabe que está sendo reali-zada a escuta.

Ocorre quando o diálogo telefônico travado entre duas pessoas é gravado por um dos próprios interlocutores, sem o consentimento ou a ciência do outro. Também é chamada de gravação clandestina (às ocul-tas).

Para que a interceptação seja válida é indispensável a autori-zação judicial.

Para que seja realizada é indis-pensável a autorização judicial.

A gravação telefônica é válida mesmo que tenha sido realiza-da SEM autorização judicial. A única exceção em que haveria ilicitude seria no caso em que a conversa seja amparada por sigilo.

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ceptação telefônica já realizada não se torna prova ilícita.

- O encontro fortuito de provas, também chamado SERENDIPIDADE, ocorre quando a prova de uma infração penal é descoberta a partir da investigação de outra infração penal. Nesse caso, se da interceptação telefônica surgirem provas da prática de outro delito para o qual o juízo que autorizou a interpretação telefônica não possui competência, a interceptação é válida.

- O delito descoberto a partir da interceptação, como consequência do encontro fortuito de provas, é denominado CRIME ACHADO.

- A serendipidade é classificada como SERENDIPIDADE DE 1º GRAU e SERENDIPIDADE DE 2º GRAU. A serendipidade de 1º grau consiste na descoberta de provas de outra infração penal que tenha conexão ou continência com a infração penal investigada. Em razão da conexão ou da continência, é possível que os elementos encontrados sejam utilizados como meios de prova. Não se trata de prova ilícita.

A serendipidade de 2º grau se dá quando não há essa relação de conexão ou de continência entre a infração investigada e a infração encontrada. Nesse caso, os elementos de prova encontrados não podem ser utilizados como meio de prova, embora possam servir como notitia criminis.

- O STJ vai além, e diversamente do entendimento doutrinário, admite a validade da prova decorrente da serendipidade, mesmo que não haja nenhuma relação de conexão ou de continên-cia entre o delito investigado e o delito descoberto.

- A medida de interceptação telefônica depende de indícios pré-existentes de autoria ou participa-ção do agente no delito a ser investigado.

- Havendo uma investigação devidamente instaurada, com indícios razoáveis de autoria ou de participação em infração penal punida com reclusão, é válida a instauração de interceptação telefônica a partir de denúncia anônima, desde que os fatos narrados na denúncia sejam confirmados posteriormente por elementos colhidos em investigação, aptos a demonstrarem os indícios razoáveis de autoria em rela-ção ao delito objeto da denúncia anônima.

- O termo inicial é o dia em que a interceptação é efetivada, e não o dia da autorização judicial, devendo os 15 dias serem contados a partir do efetivo início da interceptação.

- São possíveis as renovações sucessivas da interceptação telefônica sem que haja limite de vezes, desde que sejam indispensáveis para a colheita de prova. Cabo ao representante ou requerente a avalia-ção da necessidade de manutenavalia-ção da prorrogaavalia-ção tantas vezes quantas forem necessárias.

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tigação para subsidiar a denúncia.

#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:

A Resolução 59/2008 do CNJ disciplina e uniformiza o procedimento de interceptação de comu-nicações telefônicas e de sistemas de informática e telemática nos órgãos jurisdicionais do Poder Judiciário. Foi proposta uma ADI contra esse ato normativo. O STF decidiu que essa Resolução é constitucional, com exceção do § 1º do art. 13, que prevê o seguinte: “§ 1º Não será admitido pedido de prorrogação de prazo de medida cautelar de interceptação de comunicação telefônica, telemá-tica ou de informátelemá-tica durante o plantão judiciário, ressalvada a hipótese de risco iminente e grave à integridade ou à vida de terceiros, bem como durante o Plantão de Recesso previsto artigo 62 da Lei nº 5.010/66”. Em relação ao § 1º do art. 13 da Resolução 59/2008, o CNJ extrapolou sua compe-tência normativa, adentrando em seara que lhe é imprópria. Essa previsão violou: a) a compecompe-tência dos Estados para editar suas leis de organização judiciária (art. 125, § 1º, da CF/88); b) a competência legislativa na União para a edição de normas processuais (art. 22, I); c) a norma constante do art. 5º, XXXV, da CF, no que respeita à inafastabilidade da jurisdição. STF. Plenário. ADI 4145/DF, Rel. Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 26/4/2018 (Info 899).

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que a decisão do magistrado foi correta considerando que a decretação da interceptação telefônica não foi feita com base unicamente na “denúncia anônima” e sim após a realização de diligências investigativas e também com base nas informações recebidas dos órgãos públicos de fiscalização. Renovação das interceptações A Lei nº 9.296/96 prevê que a interceptação telefônica “não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabi-lidade do meio de prova.” (art. 5º). A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade. STF. 2ª Turma. RHC 132115/PR, Rel. Min. Dias Tóffoli, julgado em 6/2/2018 (Info 890).

A Lei nº 9.296/96 prevê que a interceptação telefônica “não poderá exceder o prazo de quinze dias, renovável por igual tempo uma vez comprovada a indispensabilidade do meio de prova.” (art. 5º). A interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Contudo, pode ser renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessi-dade. STF. 2ª Turma. HC 133148/ES, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 21/2/2017 (Info 855). A partir do momento em que surgem indícios de participação de detentor de prerrogativa de foro nos fatos apurados, cumpre à autoridade judicial declinar da competência, e não persistir na prática de atos objetivando aprofundar a investigação. No caso concreto, um famoso “bicheiro” foi inter-ceptado pela polícia. Ele conversava constantemente com um Senador, a quem prestava favores. Depois de meses de conversas gravadas entre o “bicheiro” e o Senador, o Juiz responsável remeteu os diálogos para o STF. As interceptações foram declaradas nulas por violação ao princípio do juiz natural. STF. 2ª Turma. RHC 135683/GO, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 25/10/2016.

O simples fato de o advogado do investigado ter sido interceptado não é causa, por si só, para gerar a anulação de todo o processo e da condenação que foi imposta ao réu. Se o Tribunal consta-tar que houve indevida interceptação do advogado do investigado e que, portanto, foram violadas as prerrogativas da defesa, essa situação poderá gerar três consequências processuais: 1ª) Cassação ou invalidação do ato judicial que determinou a interceptação; 2ª) Invalidação dos atos processuais subsequentes ao ato atentatório e com ele relacionados; 3ª) Afastamento do magistrado caso se demonstre que, ao assim agir, atuava de forma parcial. Se o próprio juiz, ao perceber que o advo-gado do investiadvo-gado foi indevidamente “grampeado”, anula as gravações envolvendo o profissional e, na sentença, não utiliza nenhuma dessas conversas nem qualquer prova derivada delas, não há motivo para se anular a condenação imposta. STF. 2ª Turma. HC 129706/PR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 28/6/2016 (Info 832).

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que será proposta. Não há, neste caso, nulidade na prova colhida, nem violação ao art. 1º da Lei nº 9.296/96, considerando que este dispositivo não fixa regra de competência, mas sim reserva de jurisdição para quebra do sigilo das comunicações. Em outras palavras, ele não trata sobre qual juízo é competente, mas apenas quer dizer que a interceptação deve ser decretada pelo magistra-do (Poder Judiciário). Admite-se a divisão de tarefas entre juízes que atuam na fase de inquérito e na fase da ação penal. Assim, um juiz pode atuar na fase pré-processual decretando medidas que dependam da intervenção do Poder Judiciário, como a interceptação telefônica, mesmo que ele não seja o competente para julgar a ação penal que será proposta posteriormente. STF. 2ª Turma. HC 126536/ES, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 1º/3/2016 (Info 816).

O fato de a interceptação telefônica ter visado elucidar outra prática delituosa não impede a sua utilização em persecução criminal diversa por meio do compartilhamento da prova. STF. 1ª Turma. HC 128102/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/12/2015 (Info 811).

Preenchidas as exigências previstas na Lei nº 9.296/96 (ex: autorização judicial, prazo etc.), não deve ser considerada ilícita a interceptação telefônica pela simples ausência de autuação. A ausência de autos apartados configura mera irregularidade que não viola os elementos essenciais à validade da interceptação. STF. 1ª Turma. HC 128102/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/12/2015 (Info 811). Não existe uma imposição legal quanto a, em todos os casos, ser realizada perícia nos diálogos interceptados. Excepcionalmente, no entanto, a perícia pode ser necessária em caso de fundada dúvida sobre o interlocutor. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1233396/DF, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 18/06/2013.

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LEI DE DROGAS (LEI 11.343/06)

O art. 5º, XLIII da CF/88 dispõe que “a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem”. Portanto, NÃO CABE A CONCESSÃO DE FIANÇA, GRAÇA, ANISTIA OU INDULTO (interpre-tação sistemática) nos crimes de tráfico de drogas.

#ATENÇÃO:

CABE NÃO CABE

Liberdade provisória

Conversão da pena privativa de liberdade em restritiva de direitos

Fiança Graça Anistia Indulto

Suspensão condicional da pena

Pessoal, vamos ver agora rapidinho as questões processuais penais previstas na Lei 11.343/06.

NÃO SE IMPORÁ PRISÃO EM FLAGRANTE, devendo o autor do fato ser imediatamente encami-nhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se TERMO CIRCUNSTANCIADO e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários. Nesse caso, ocorre a captura e a condução coercitiva, mas não será lavrado o Auto de Prisão em Flagrante e nem ocorrerá o recolhimento ao cárcere. Diferentemente do que ocorre na lei 9099, que permite a prisão em flagrante ante a recusa do compromisso, a lei 11.343 não condiciona a impossibilidade da prisão em flagrante ao compromisso.

PRAZOS PARA CONCLUSÃO DO INQUÉRITO

LEI DE DROGAS CÓDIGO DE PROCESSO PENAL

PRESO 30 + 30 PRESO 10 SOLTO 90 + 90 SOLTO 30

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INFILTRAÇÃO DE AGENTE POLICIAL NA LEGISLAÇÃO BRASILEIRA Lei 11.343/06 Lei Lavagem de Capitais Lei 12.850/2013 ECA

Não prevê prazo máxi-mo

Não disciplina o proce-dimento a ser adota-do.

Não prevê prazo máxi-mo

Não disciplina o proce-dimento a ser adota-do.

Prazo de 6 meses, podendo ser

sucessi-vamente prorrogada.

Só poderá ser adotada se a prova não puder ser produzidas por outros meios disponí-veis (ultima ratio)

Prazo de 90 dias, sendo permitidas renovações, mas o prazo total da

infiltra-ção não poderá exce-der 720 dias.

Só poderá ser adotada se a prova não puder ser produzidas por outros meios disponí-veis (ultima ratio). A infiltração de agen-tes ocorre apenas na

internet. AÇÃO CONTROLADA

Lei 11.343/06 Lei Lavagem de Capitais Lei 12.850/13

É necessária prévia

autoriza-ção judicial.

Não disciplina o procedimento a ser adotado.

É necessária prévia

autoriza-ção judicial.

Não disciplina o procedimento a ser adotado.

É necessária somente prévia

comunicação.

Disciplina o procedimento a ser adotado, dispondo que o juiz poderá estabelecer limites à ação controlada.

Até o encerramento da dili-gência, o acesso aos autos será restrito ao juiz, ao MP e ao delegado de polícia.

#DEOLHONAJURIS: A investigação policial que tem como única finalidade obter informações mais

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cer denúncia no prazo de 10 DIAS (independente do indiciado estar preso ou solto). O MP pode arrolar até 5 testemunhas, oportunidade em que também deverá requerer as demais provas que entender pertinentes. b) Promoção de arquivamento se for o caso de rejeição da peça acusatória ou se estiver presente uma das hipóteses que autorizam a absolvição sumária. c) Requisição de diligências imprescin-díveis à formação da opinio delicti. d) Requerimento de declinação de competência. e) Suscitar conflito de competência.

Sendo recebida a denúncia, o juiz designará dia e hora para a audiência de instrução e julgamento, ordenará a CITAÇÃO PESSOAL DO ACUSADO, a intimação do MP, do assistente, se for o caso, e requisita-rá os laudos periciais. A audiência de instrução e julgamento serequisita-rá realizada dentro dos 30 dias seguintes ao recebimento da denúncia, salvo se determinada a realização de avaliação para atestar dependência de drogas, quando se realizará em 90 dias.

#ATENÇÃO: O art. 400 do CPP prevê que o interrogatório será realizado ao final da instrução

crimi-nal. Este dispositivo se aplica: • aos processos penais militares; • aos processos penais eleitorais e • a todos os procedimentos penais regidos por legislação especial (ex: lei de drogas). STF. Plenário. HC 127900/AM, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 3/3/2016 (Info 816). STJ. 6ª Turma. HC 403.550/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 15/08/2017.

Nos casos em que ocorre a apreensão da droga, o laudo toxicológico definitivo é, em regra, impres-cindível para a condenação pelo crime de tráfico ilícito de entorpecentes, sob pena de se ter por incerta a materialidade do delito e, por conseguinte, ensejar a absolvição do acusado. Em situações excepcionais, admite-se que a comprovação da materialidade do crime possa ser efetuada por meio do laudo de constatação provisório, quando ele permita grau de certeza idêntico ao do laudo definitivo, pois elaborado por perito oficial, em procedimento e com conclusões equivalentes. STJ. 3ª Seção. EREsp 1544057/RJ, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 26/10/2016.

O grau de pureza da droga é irrelevante para fins de dosimetria da pena. De acordo com a Lei nº 11.343/2006, preponderam apenas a natureza e a quantidade da droga apreendida para o cálculo da dosimetria da pena. STF. 2ª Turma. HC 132909/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 15/3/2016 (Info 818).

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LEI DE FALÊNCIA E RECUPERAÇÃO JUDICIAL (LEI 11.101/2005)

- A competência para o processo e o julgamento dos crimes falimentares é do juízo criminal de onde houver sido decretada a falência ou concedida a recuperação judicial ou extrajudicial.

- O CPP tinha um capítulo destinado ao processo e ao julgamento dos crimes falimentares. Contu-do, a lei de falência revogou tais artigos e determinou que se seguisse o procedimento sumário previsto nos arts. 531 a 538 do CPP.

- A necessidade da intimação da sentença que decreta a falência ou que concede a recuperação judicial decorre da sua natureza de condiçao objetiva de punibilidade.

Art. 183. Compete ao juiz criminal da jurisdição onde tenha sido decretada a falência, concedida a recuperação judicial ou homologado o plano de recuperação extrajudicial, conhecer da ação penal pelos crimes previstos nesta Lei.

Art. 184. Os crimes previstos nesta Lei são de ação penal pública incondicionada.

Parágrafo único. Decorrido o prazo a que se refere o art. 187, § 1º, sem que o representante do Minis-tério Público ofereça denúncia, qualquer credor habilitado ou o administrador judicial poderá oferecer ação penal privada subsidiária da pública, observado o prazo decadencial de 6 (seis) meses.

Art. 185. Recebida a denúncia ou a queixa, observar-se-á o rito previsto nos arts. 531 a 540 do Decre-to-Lei no 3.689, de 3 de outubro de 1941 - Código de Processo Penal.

Art. 186. No relatório previsto na alínea e do inciso III do caput do art. 22 desta Lei, o administrador judicial apresentará ao juiz da falência exposição circunstanciada, considerando as causas da falência, o procedimento do devedor, antes e depois da sentença, e outras informações detalhadas a respeito da conduta do devedor e de outros responsáveis, se houver, por atos que possam constituir crime relacionado com a recuperação judicial ou com a falência, ou outro delito conexo a estes.

Parágrafo único. A exposição circunstanciada será instruída com laudo do contador encarregado do exame da escrituração do devedor.

Art. 187. Intimado da sentença que decreta a falência ou concede a recuperação judicial, o Ministério Público, verificando a ocorrência de qualquer crime previsto nesta Lei, promoverá imediatamente a compe-tente ação penal ou, se entender necessário, requisitará a abertura de inquérito policial.

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em seguida, oferecer a denúncia em 15 (quinze) dias.

§ 2º Em qualquer fase processual, surgindo indícios da prática dos crimes previstos nesta Lei, o juiz da falência ou da recuperação judicial ou da recuperação extrajudicial cientificará o Ministério Público.

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