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VINTE TODO DIA FIXCICLANDO 17

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DIREITO PENAL

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Resumão do ponto do dia: para não esquecer mais

Pontos abrangidos: 1. Concurso de agentes.

2. Teoria do tipo. Tipo e tipicidade. Do dolo. Da culpa. Erro de tipo. 3. Classificação dos crimes.

CONCURSO DE PESSOAS

- Fala-se em concurso eventual de pessoas quando há crime unissubjetivo, que é aquele que pode ser praticado por apenas um agente. Para o crime plurissubjetivo há concurso necessário, pois sua configuração típica exige a conduta de duas ou mais pessoas.

Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas, na

medida de sua culpabilidade.

- O CP adota a teoria monista temperada: que estabelece a punibilidade diferenciada para cada concorrente, “na medida de sua culpabilidade”, sendo um verdadeiro reforço do princípio constitucional da individualização da pena.

- Teoria monista pura: é corolário da teoria da equivalência dos antecedentes causais (conditio sine

qua non) e dá tratamento igualitário para autores, coautores e partícipes, não fazendo qualquer distinção entre eles. O crime é uno e indivisível, mantendo sua unidade à custa da convergência objetiva e subjetiva das ações dos múltiplos participantes. Existe um crime único atribuído a todos os que concorrem para ele, ou seja, todos que concorrem para o crime são autores dele. A participação não é entendida como acessória; o partícipe é coautor e responde inteiramente pelo evento. - Teoria dualista: distingue o crime praticado pelo autor daquele praticado pelo partícipe (exem-plos: aborto consentido/aborto praticado por terceiro com o consentimento da gestante/facilitação de contrabando ou descaminho e descaminho/contrabando). Crítica: não se ajusta aos casos de autoria mediata. 1 Por Isabella Miranda.

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- Teoria pluralista: haverá tantas infrações penais quantos forem os autores e partícipes, não havendo, também, diferença nas condutas de autoria e participação (exemplo: corrupção passiva e ativa).

TEORIAS SOBRE O CONCEITO DE AUTOR:

- Teoria objetivo-formal: é autor quem executa pessoalmente a ação típica.

- Teoria objetivo-material: distingue autor de partícipe pela maior contribuição do primeiro na causação do resultado.

- Teoria subjetiva: é autor quem atua com vontade de autor (crítica: totalmente arbitrária).

- TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO OU OBJETIVO-SUBJETIVA: tem sua origem no finalismo e a característica geral do autor é o domínio final sobre o fato (domínio do fato significa ter nas mãos o curso típico dos acontecimentos que compreende o dolo). É autor quem sempre executa por sua própria mão todos os elementos do tipo; quem executa o fato utilizando a outro como instrumento (autoria mediata; o coautor, que realiza uma parte necessária da execução do plano global (domínio funcional do fato), mesmo que não seja um ato típico em sentido estrito, mas participando em todo caso da comum reso-lução delitiva. SOMENTE PARA DELITOS DOLOSOS. É justamente com adoção da teoria do domínio do fato que poderemos incluir condutas que, embora aparentem participação (teoria formal-objetiva) em realidade configuram a verdadeira coautoria.

REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS (convergência objetiva + subjetiva):

1. pluralidade de pessoas e condutas (convergência objetiva)

2. relevância causal de cada conduta (convergência objetiva): é preciso que a conduta seja rele-vante para o direito penal.

3. liame subjetivo ou psicológico (é a comum resolução para o fato típico/convergência subjetiva. NÃO PRECISA DE AJUSTE PRÉVIO). Se não há vontade comum há autoria colateral (cada agente deve responder por sua conduta considerada individualmente).

#ATENÇÃO: autoria incerta, quando na autoria colateral não seja possível determinar quem produ-ziu o evento (a solução é admitir a tentativa para ambos).

4. identidade do ilícito penal.

#ATENÇÃO: na autoria mediata não há concurso, há somente convergência objetiva.

COAUTORIA SUCESSIVA: sem prévio ajuste, durante a execução, alguém adere à conduta de outrem.

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§ 1º - Se a participação for de menor importância, a pena pode ser diminuída de um sexto a um terço.

- Cumplicidade desnecessária. É causa de redução de pena somente aplicável na participação em sentido estrito, não alcançando a coautoria.

§ 2º - Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado mais grave.

- DESVIO SUBJETIVO DE CONDUTAS (“concorrer” em sentido amplo, abrange autores e partici-pes). Cooperação dolosamente distinta.

Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.

As circunstâncias de caráter objetivo se comunicam, desde que conhecidas do agente; quando desconhecidas, há erro de tipo.

- Elementares: são dados essenciais à figura típica, sem as quais ocorre atipicidade absoluta (indi-ferente penal) u relativa (desclassificação). As circunstâncias elementares, sejam de caráter objetivo ou pessoal, comunicam-se entre os fatos cometidos entre os participantes, desde que tenham ingressado na esfera de seu conhecimento.

- Circunstâncias/condições: são dados periféricos (de natureza objetiva ou subjetiva), acessórios, que gravitam ao redor da figura típica básica, somente interferindo na graduação da pena. São condi-ções ou qualidades que se referem à pessoa do agente, nada tendo a ver com a materialidade do delito. Não se comunicam, em regra.

CIRCUNSTÂNCIAS OBJETIVAS CIRCUNSTÂNCIAS SUBJETIVAS Relação com o fato criminoso (tempo, lugar, meio

de execução) Possuem caráter pessoal

Sempre se comunicam, salvo se desconhecidas São incomunicáveis, salvo quando elementares do tipo.

Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em

contrá-rio, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

Princípio da executividade. É necessário que o autor inicie os atos executórios (“pelo menos tenta-do”), não havendo punição do partícipe se aquele apenas ficou na cogitação ou nos atos preparatórios (salvo quando for crime autônomo). Participação impunível.

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#ATENÇÃO: é causa de atipicidade, que afasta a incidência da norma de extensão do art. 29 CP.

Fundamentos da punibilidade da participação:

- TEORIA DA PARTICIPAÇÃO NA CULPABILIDADE: o partícipe é punido pela gravidade da influência que exerce sobre o autor, convertendo-o em delinquente ou contribuindo para tanto. O partí-cipe corrompe o autor. Essa teoria encontra-se superada porque a culpabilidade de cada concorrente é individual (independe dos demais); houve a consagração da teoria da acessoriedade limitada, que se satisfaz com a tipicidade e a ilicitude da ação, desprezando a análise da participação na culpabilidade do autor.

- TEORIA DA PROMOÇÃO OU DO FAVORECIMENTO OU DA CAUSAÇÃO: o fundamento da punibilidade da participação está simplesmente no desvalor intrínseco da colaboração prestada a um fato socialmente intolerável (típico e antijurídico). O partícipe é punido porque contribuiu para que o crime fosse cometido. O desvalor da participação consiste em causar ou favorecer a lesão não justificada de um bem jurídico tutelado por parte do autor.

- TEORIA DA ACESSORIEDADE DA PARTICIPAÇÃO: a participação é sempre secundária/acessó-ria, dependente de um fato principal. Assim, o injusto do fato do partícipe dependerá sempre do injusto do fato principal. Algumas teorias disputam a delimitação da punibilidade do partícipe, de acordo com o fato praticado pelo autor:

- TEORIA DA ACESSORIEDADE MÍNIMA: basta que o autor pratique um fato típico (crítica: é absurda porque não estende a causa de justificação). - TEORIA DA ACESSORIEDADE LIMITADA: é suficiente que a conduta do autor seja típica e ilícita para que o partícipe seja responsabilizado. Basta que a ação se ajuste ao tipo previsto na parte especial e que seja contrária ao direito, sem necessidade de o autor ser culpável. - TEORIA DA ACESSORIEDADE MÁXIMA OU EXTREMA: exige que o autor pratique fato típico, anti-jurídico e culpável. Se o autor fosse inimputável ou incidisse em erro de proibição inevitável ou inculpável, o partícipe seria impunível. - TEORIA DA HIPERACESSORIEDADE: exige que o autor pratique fato típico, antijurídico, culpável e punível. Afastada a punibilidade do autor. afasta-se a responsabilidade do partícipe (crítica: não se aplica as escusas absolutórias ao estranho que participa do crime).

Art. 183 - Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores: II - ao estranho que participa do crime.

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#ATENÇÃO: teoria da cumplicidade por meio da ação neutra. Comportamentos não manifesta-mente puníveis que contribuem mediata ou imediatamente para a realização do ilícito penal, no âmbito do concurso de pessoas. Tem por base a teoria da imputação objetiva: aquele que realiza a sua compe-tência social, cumprindo adequadamente seu papel na sociedade, não pode, em razão disso, responder por um delito. #DEOLHONAJURIS: O benefício do arrependimento posterior comunica-se aos coautores e partí-cipes que não tenham participado da restituição da coisa ou da reparação do dano. Assim, uma vez reparado o dano integralmente por um dos autores do delito, a causa de diminuição de pena do arrependimento posterior, prevista no art. 16 do CP, estende-se aos demais coautores. STJ. 6ª Turma. REsp 1187976-SP, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 7/11/2013 (Info 531). - COAUTORIA: todos que dominam funcionalmente o fato, ainda que não realizem a conduta estri-tamente descrita no tipo, são coautores.

- AUTORIA MEDIATA: utilização de inimputável (de acordo com Nilo Batista, se o menor não for instrumento – ainda que inimputável, tem algum discernimento – há a “colaboração” ou “concurso impropriamente dito” ou “pseudoconcurso” ou “concurso aparente”. Nesse caso, o maior é considerado autor direto e o menor é o colaborador); coação física irresistível; coação moral irresistível (inexigibilidade de conduta diversa); estrita obediência hierárquica (inexigibilidade de conduta diversa); indução a erro (responde pelo crime o terceiro que determina o erro). - PARTICIPAÇÃO: tem que haver pelo menos um princípio de execução do fato principal. A tenta-tiva de participação é impunível. Espécies de participação: - instigação: colaboração de ordem espiritual; limita-se a provocar. Abrange a determinação (condu-ta que faz surgir no autor direto a resolução que conduz à execução) e instigação propriamente dita (reforçar a ideia já existente). Sujeito certo e fato determinado. - cumplicidade ou auxílio: colaboração de ordem material. #ATENÇÃO: a cumplicidade pode ser também por omissão, contanto que incumba ao cúmplice um dever de garantidor. É necessário que o favorecimento do partícipe tenha eficiência causal na ação do autor (deve o partícipe ter consciência de que coopera na conduta delitiva do autor, mesmo que este desconheça essa cooperação). Cumplicidade

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necessária: aquela em que o bem ou o auxílio material são entendidos como escas-20 TODO DIA

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sos, ou seja, não poderiam ser fornecidos normalmente por qualquer pessoa. A consequência é a impos-sibilidade de se aplicar a causa geral de redução de pena relativa à participação de menor importância.

TEORIA DO TIPO

- Conceituação de tipicidade É a adequação do fato ao tipo penal; juízo de subsunção. Na visão finalista, tipicidade é uma realidade complexa, formada por uma parte objetiva e uma subjetiva/normativa (dolo/culpa). Para Zaffaroni, contudo, aquilo que está permitido ou fomentado por outra norma não pode ser punido pelo Direito Penal. A tipicidade é composta pela tipicidade legal (descrição típica) e pela tipicidade conglobante, esta representada pela antinormatividade. Em outras palavras, é a tipicidade + licitude.

- Formas de adequação típica

(a) Direta/Imediata: quando o fato se amolda à norma diretamente, ou seja, não necessita de nenhu-ma norma de extensão.

(b) Indireta/Mediata: norma de extensão/ampliação. Garante, tentativa, participação etc. - Causas de exclusão da tipicidade (atipificantes)

Imunidade parlamentar material (art. 53, CRFB), o que inclui crime contra segurança nacional. OBS: Embora dissídio doutrinário, prevalece que configura atipificante.

Princípio da adequação social: tolerância da sociedade em relação à conduta. Ex.: lesões despor-tivas. Consentimento da vítima: Somente opera seus efeitos no caso de bens jurídicos disponíveis. Pode ser atipificante quando o dissenso da vítima integra a estrutura do tipo (E.g., invasão de domicílio – sem consentimento), ou justificante, quando não integra a estrutura do crime. Para que exclua a tipicidade ou a ilicitude, deve ser dado até a consumação do crime. Capacidade para consentir: 18 anos, salvo estupro (14 anos).

Princípio da Insignificância: O princípio da insignificância constitui causa de exclusão da tipicidade material, por ausência de lesão relevante ao bem jurídico, em respeito aos princípios da fragmentaridade e da lesividade. Foi originalmente adotado no Império Romano, com aplicação exclusiva ao Direito Civil, foi introduzido no Direito Penal por Claus Roxin. No Direito Brasileiro, seus requisitos são delineados pela jurisprudência das Cortes Superiores. O STF já definiu os critérios à aplicação do princípio:

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[...] II - A Suprema Corte passou a adotar critérios objetivos de análise para a aplicação do princípio da insignificância. Com efeito, devem estar presentes, concomitantemente, os seguintes vetores: (i) mínima ofensividade da conduta; (ii) nenhuma periculosidade social da ação; (iii) reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e (iv) inexpressividade da lesão jurídica provocada. III - Ante a irrelevância da conduta praticada pelo paciente e da ausência de resultado lesivo, a matéria não deve ser resolvida na esfera penal e sim nas instâncias administrativas. IV – Ordem concedida. (HC 138134, Relator(a): Min. RICARDO LEWAN-DOWSKI, Segunda Turma, julgado em 07/02/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-060 DIVULG 27-03-2017 PUBLIC 28-03-2017)

DOLO E CULPA

CRIME DOLOSO: é a vontade consciente dirigida a realizar (ou aceitar realizar) a conduta descrita no tipo penal.

CONSIDERA-SE O CRIME

DOLOSO DOLO TEORIA

“Quando o agente quis o

resultado” Direto Teoria da Vontade

“Quando o agente assumiu o

risco de produzi-lo” Eventual Teoria do consentimento ou assentimento Espécies de dolo:

DOLO DIRETO OU DETERMINADO

Configura-se quando o agente prevê um resultado, dirigindo sua conduta na busca de realizar esse evento.

DE PRIMEIRO GRAU DE SEGUNDO GRAU

É o dolo por excelência: o agente tem a inten-ção (vontade consciente) de produzir o resultado

e dirige sua conduta para este fim. O dolo abran-ge o fim e os meios escolhidos.

O agente quer um resultado, mas sabe que a sua produção necessariamente dará causa a outros resultados. Também chamado de dolo de consequências necessárias. Exemplo: quero matar meu desafeto, passageiro de um avião, para tanto, coloco uma bomba no avião. - Dolo de 1º grau: morte do desafeto. - Dolo de 2º grau: morte dos demais passageiros/tripulantes.

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DOLO INDIRETO OU INDETERMINADO

O agente não dirige sua vontade a um resultado determinado.

ALTERNATIVO EVENTUAL

O agente quer alcançar um ou outro resulta-do (alternatividade objetiva) ou atingir uma ou

outra pessoa (alternatividade subjetiva). Exemplo: para o agente, tanto faz ferir ou matar. Se ferir, responderá por homicídio tentado. Se

matar, responderá por homicídio consumado.

O agente prevê pluralidade de resultados, diri-gindo a sua conduta para realizar um deles,

assumindo o risco de realizar o outro. Aplica-se a teoria do assentimento.

CRIME CULPOSO: consiste numa conduta voluntária que realiza um evento ilícito não querido ou aceito pelo agente, mas que lhe era previsível (culpa inconsciente) ou excepcionalmente previsto (culpa consciente) e que poderia ser evitado se empregasse a cautela necessária. #NÃOCONFUNDIR: DOLO CULPA - Conduta voluntária + RESULTADO VOLUNTÁ-RIO - Vontade dirigida a realização de um resultado ilícito. - Conduta voluntária + RESULTADO INVOLUN-TÁRIO - A conduta dirigida a realização de um resultado lícito, diverso do produzido.

Elementos estruturais da culpa: • Conduta humana voluntária; • Violação do dever de cuidado objetivo; • Resultado involuntário; • Nexo causal; • Previsibilidade objetiva; • Tipicidade (Princípio da excepcionalidade do crime culposo).

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Espécies de culpa: CULPA PRÓPRIA O agente não quer e não assume o risco de produzir o resultado, mas acaba lhe dando causa por imprudência, negligência ou imperícia.

CULPA INCONSCIENTE CULPA CONSCIENTE

É a culpa SEM PREVISÃO.

O agente, no caso concreto, não prevê o resul-tado que, entretanto, era previsível de acordo

com o parâmetro do homem médio.

É a culpa COM PREVISÃO.

O agente prevê o resultado, mas espera que ele não ocorra, supondo poder evitá-lo com suas

habilidades ou com a sorte. A distinção entre culpa inconsciente e culpa consciente só é relevante para fins teóricos, pois o CP confere o mesmo tratamento jurídico. CULPA IMPRÓPRIA É aquela em que o agente, por erro evitável, imagina certa situação de fato que, se presente, exclui-ria a ilicitude (descriminante putativa). Provoca intencionalmente determinado resultado típico, mas responde por culpa, por razões de política criminal (art. 20, § 1º, 2ª parte CP). Admite tentativa.

Art. 20, CP: “Descriminantes putativas

§ 1º - É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe situação de fato que, se existisse, tornaria a ação legítima. Não há isenção de pena quando o erro deriva de culpa

e o fato é punível como crime culposo”.

ERRO DE TIPO

- Previsto no art. 20 do Código Penal, significa má compreensão/apreensão/interpretação de elementos constitutivos do tipo. Ocorre quando o agente não apreende corretamente os pressupostos fáticos, sejam elementos descritivos, sejam elementos normativos. Ligado ao antigo “erro de fato” (antítese do “erro de direito”), com o qual não se confunde. - Espécies: (a) incriminador, dividido em essencial e acidental, e (b) permissivo, que se insere nas descriminantes putativas. - INCRIMINADOR ESSENCIAL: recai sobre as elementares do tipo. Se invencível, exclui dolo e culpa. Se vencível, exclui apenas a dolo. - INCRIMINADOR ACIDENTAL: recai sobre elemento periférico. Não exclui a imputação.

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- Descriminantes putativas: podem constituir erro de tipo e de proibição. Constituirá erro de tipo permissivo quando o agente imaginar situação de fato que legitimaria a sua ação, como no exemplo clássico de desferir tiros contar alguém que o agente supõe que lhe atacará. Punível o excesso por dolo ou culpa (art. 20, § 1º, CP). - Erro provocado por terceiro: o terceiro responde (art. 20, § 2º, CP) - Erro invertido: o agente imagina estar praticando um crime, quando, em realidade, não está.

ERRO DE TIPO ESSENCIAL ERRO DE TIPO ACIDENTAL

É o erro que recai sobre as ELEMENTARES do tipo.

Art. 20 - O erro sobre elemento constitutivo do tipo legal de crime exclui o dolo, mas permite a punição por crime culposo, se previsto em lei.

É o erro que recai sobre dados secundários do tipo. Não exclui o crime.

Deve-se perquirir se o erro foi inescusável ou escusável, utilizando-se o parâmetro do homem médio.

1) Erro escusável ou inevitável: exclui o dolo e a culpa (exclui o crime);

2) Erro inescusável ou evitável: exclui o dolo, mas permite a punição por culpa, se houver previsão.

Espécies:

1) Erro sobre a pessoa (vítima virtual não sofre perigo);

2) Erro sobre o objeto;

3) Erro sobre o nexo causal (aberratio causae, dolo geral ou erro sucessivo);

4) Erro sobre a execução ou aberratio ictus (atin- ge pessoa diversa, mas a vítima virtual corre peri-go);

5) Resultado diverso do pretendido (aberratio

criminis). #NÃOCONFUNDIR:

ERRO SOBRE A PESSOA (ART. 20, §3º, CP) ERRO NA EXECUÇÃO (ART. 73, CP) Erro na representação da vítima pretendida. Representa-se corretamente a vítima pretendida. A execução do crime é correta – não há falha

operacional. Existe falha operacional (erro na execução).

A pessoa visada não corre perigo, porque foi

confundida com outra. A pessoa visada corre perigo.

#ATENÇÃO: Nos dois casos, o agente responde pelo crime considerando as qualidades da vítima virtual/pretendida (teoria da equivalência).

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ERRO DE PROIBIÇÃO: é erro sobre a ilicitude do fato.

ERRO DE TIPO ERRO DE PROIBIÇÃO

Há falsa percepção da realidade (o agente não

sabe o que faz). O agente conhece a realidade e sabe o que faz, mas não sabe que a conduta é ilícita. Afasta o dolo. A conduta é atípica (falta-lhe o

elemento subjetivo). Afasta a culpabilidade por ausência de poten-cial consciência da ilicitude. Escusável: exclui o dolo e a culpa.

Inescusável: exclui o dolo, mas subsiste a culpa (se houver previsão legal).

Escusável: exclui a culpabilidade (“isenta de pena”). Inescusável: o agente responde pelo crime dolo-so, com redução de pena de 1/6 a 1/3. Exemplo: Fulano sai de uma festa com guarda--chuva pensando que é seu, mas logo percebe que era de outra pessoa. Ou seja, ignorava ser coisa alheia. Exemplo: Fulano, a pedido de um amigo, porta- dor de doença terminal, elimina a sua vida (euta- násia). Fulano não sabia que eutanásia era proi-bida.

CLASSIFICAÇÃO DOS CRIMES

CRIME COMUM Crime que pode ser praticado por qualquer pessoa. Não existe nenhuma condição peculiar para que o indivíduo seja sujeito ativo do crime. Exemplo: homicídio.

CRIME FORMAL Se consuma com a simples atividade, independente do resultado. Exemplo:extorsão. CRIME MATERIAL Se consuma com a produção de resultado naturalístico. Exemplo: homicí-dio.

CRIME DE MERA CONDUTA É aquele em que a lei descreve apenas uma conduta, e não um resultado. Sendo assim, o delito consuma-se no exato momento em que a conduta é praticada. Pode-se citar como exemplo o crime de violação de domicílio, previsto no artigo 150, do Código Penal, em que a lei tipifica a conduta de ingressar ou permanecer em domicílio alheio sem autorização do morador, independente da ocorrência de qualquer resultado naturalístico. CRIME PRÓPRIO OU ESPECIAL Crime que exige uma qualidade especial do sujeito ativo. Por essa razão, não pode ser praticado por qualquer pessoa. Exemplo: crimes funcionais. Podem ser: 1. Puros: a ausência da condição leva a atipicidade do fato 2. Impuros: ausência da condição leva a desclassificação para outro delito.

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3. Próprios com estrutura inversa: é necessário indagar sobre o fato antes de concluir que a qualificação subjetiva de funcionário público subsista real-mente.

CRIME BICOMUM Pode ser cometido por qualquer pessoa contra qualquer pessoa. CRIME BIPRÓPRIO Exige peculiar condição no tocante ao sujeito ativo e passivo.

CRIME DE MÃO PRÓPRIA OU ATUAÇÃO PESSOAL OU CONDUTA INFUNGÍVEL É aquele em que o agente precisa agir pessoalmente, não podendo outra pessoa praticar aquela conduta por ele. Lembrem-se que não se admite a coautoria nos crimes de mão própria, mas apenas participação. Exemplo: falso testemunho. CRIME

INSTANTÂNEO É aquele cuja consumação ocorre num momento determinado. O resultado do crime é imediato. Exemplo: homicídio. CRIME

PERMANENTE

É aquele cujo momento consumativo se prolonga no tempo. Lembrem-se que a classificação como crime permanente ocasiona consequências no prazo prescricional, na possibilidade da prisão em flagrante etc. Exemplo: cárcere privado. CRIME INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES É aquele delito em que, embora a consumação seja imediata, seus efeitos/ resultados se protraem no tempo. Exemplo: crime de bigamia.

CRIME DE DANO É aquele que exige uma efetiva lesão ao bem jurídico para que fique confi-gurada a sua consumação. Exemplo: crime de roubo.

CRIME DE PERIGO

É aquele que se consuma com a mera possibilidade de lesão ao bem jurí-dico.

Subdivide-se em:

Crime de perigo concreto: é necessário que o perigo seja comprova- do. #Fiqueligado: como saber se um determinado tipo penal é de peri-go concreto? Basta verificar se o tipo menciona expressamente o termo “perigo de dano” ou “risco”. Exemplo: art. 309, CTB (#DEOLHONASÚMULA: Súmula 720, STF).

Crime de perigo abstrato: delito cujo perigo é presumido pelo tipo penal, dispensando a comprovação da colocação em perigo do bem jurídico. Exemplo: art. 130, CP. #OBS: parcela da doutrina sustenta a inconstitucio-nalidade desses crimes, por suposta violação ao princípio da ofensividade. #DEOLHONASÚMULA: úmula 575, STJ. Crime de perigo individual: atinge uma pessoa ou um número determinado de pessoas, tal como no perigo de contágio venéreo (CP, art. 130);

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SCrime de perigo comum ou coletivo: atinge um número indeterminado de pessoas, como no caso da explosão criminosa Crime de perigo atual Crime de perigo iminente: o perigo está prestes a ocorrer Crime de perigo futuro ou mediato: a situação de perigo se projeta para o futuro CRIME UNISSUBJETIVO É aquele que pode ser praticado por uma só pessoa, embora nada impeça o concurso de pessoas. Nesse caso fala-se em concurso eventual de agen-tes. CRIME PLURISSUBJETIVO É aquele que exige dois ou mais agentes para a prática do delito. Nesse caso, a doutrina fala em concurso necessário de pessoas. Os crimes pluris- subjetivos podem ser de condutas paralelas (todos possuem o mesmo obje-tivo. Ex: associação criminosa), condutas convergentes (os agentes praticam condutas que tendem a se encontrar. Ex: bigamia) ou condutas divergentes (os agentes dirigem suas ações uns contra os outros. Ex: rixa).

#NÃOCONFUNDIR: Não se devem confundir, todavia, os crimes pluris-subjetivos com os de participação necessária. Estes podem ser praticados por uma única pessoa, nada obstante o tipo penal reclame a participação necessária de outra pessoa, que atua como sujeito passivo e, por esse moti-vo, não é punido (ex: rufianismo – CP, art. 230). CRIME DE DUPLA SUBJETIVIDADE PASSIVA Aquele em que o tipo penal prevê a existência de duas ou mais vítimas, tal como se dá no aborto sem o consentimento da gestante, em que se ofen-dem a gestante e o feto (CP, art. 125), e na violação de correspondência, na qual são vítimas o remetente e o destinatário (CP, art. 151). CRIME UNISSUBSISTENTE

É aquele que se consuma com a realização de um só ato. Não admite a tentativa, devido a impossibilidade de fracionar as condutas. Exemplo: omissão de socorro.

CRIME

PLURISSUBSISTENTE É aquele cuja consumação é composta de vários atos. Admite tentativa e fracionamento dos atos. Exemplo: homicídio. DELITO DE FATO PERMANENTE Delito que deixa vestígios. Também chamado de delito não transeunte. DELITO DE FATO TRANSEUNTE Não deixa vestígios. CRIME PROGRESSIVO Nesses crimes é importante perceber que o agente desde o início pretendia praticar o crime mais grave. Para tanto, por meio de atos sucessivos, prati- cas gradativas e crescentes violações ao bem jurídico. Há apenas uma infra-ção penal. Exemplo: indivíduo que deseja matar outrem paulatinamente pratica inicialmente lesões corporais, embora não responda por elas.

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Isso porque sua intenção desde o início era causar a morte, de modo que responderá unicamente pelo homicídio. PROGRESSÃO CRIMINOSA Nos casos de progressão criminosa, o agente deseja inicialmente produzir um resultado menos grave. Contudo, após atingi-lo, decide prosseguir na sua agressão, causando um resultado mais grave. Haverá mais de uma infração penal. Isso porque, no início da conduta a intenção do agente é a prática do crime “menor”. Posteriormente, há uma alteração na sua vonta-de, que leva à prática de um crime de maior gravidade.

CRIME SIMPLES Apresenta um tipo penal único. Exemplo: homicídio.

CRIME COMPLEXO É aquele que reúne duas ou mais condutas típicas em um único tipo legal (crime complexo em sentido estrito) ou que prevê uma conduta típica acres- cida de uma outra circunstância não tipificada (crime complexo em senti-do amplo). Denominam-se delitos famulativos os delitos que compõem a estrutura unitária do crime complexo. CRIME HABITUAL É aquele delito que busca punir um conjunto de condutas praticadas pelo agente. É preciso que haja uma reiteração dos atos, revelando-se aque-la conduta se tratar de um modo de vida do agente. Lembrem-se que a consumação do crime habitual se prolonga ao longo do tempo. Exemplo: curandeirismo, casa de prostituição. Atenção: nos crimes habituais impró-prios, basta um único ato para a configuração do delito. Apesar disso, a prática de mais de um ato constitui crime único. Exemplo: gestão temerária ou fraudulenta (Lei 7.492). CRIME DE AÇÃO MÚLTIPLA, DE CONTEÚDO VARIADO OU TIPO MISTO

Nos crimes de ação múltipla ou tipo misto, o tipo penal contém várias modalidades de condutas em sua descrição legal. Subdividem-se em: a) tipo misto alternativo (a prática de mais de uma conduta/verbo constitui crime único). Exemplo: art. 33, caput, da Lei de Drogas.

b) tipo misto cumulativo (a prática de mais de uma conduta/verbo constitui mais de um crime). Exemplo: art. 244, CP (abandono material).

CRIME VAGO É aquele em que o sujeito passivo é uma coletividade de pessoas destituída de personalidade jurídica. Exemplo: art. 210, CP (violação de sepultura), tráfico de drogas etc.

CRIME À DISTÂNCIA São conhecidos como “crimes de espaço máximo”. Nesses crimes, a condu-ta e o resultado ocorrem em países diversos. Atenção: o CP adotou a teoria mista ou da ubiquidade em relação ao lugar do crime. CRIME PLURILOCAIS São aqueles cuja conduta e resultado se desenvolvem em comarcas diver-sas, dentro do mesmo país. Nesse caso, é competente o juízo do local em que se operou a consumação (art. 70, CPP). Exceções: tribunal do júri e juizado especial criminal.

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CRIMES EM TRÂNSITO São aqueles em que envolvem mais de dois países, sem lesionar ou expor a perigo bens jurídicos de pessoas que nele vivem. Exemplo: droga enviada do país A, que passa pelo país B e chega ao país C.

CRIME GRATUITO É aquele praticado sem motivo conhecido. Não se confunde com o motivo fútil, definido como desproporcional ao resultado provocado pelo crime.

CRIME DE ÍMPETO

É o crime cometido sem premeditação, em decorrência da reação emocio-nal repentina. Exemplo: homicídio privilegiado, cometido pelo agente sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima.

CRIME EXAURIDO É aquele em que o agente, depois de já alcançada a consumação, insiste naagressão ao bem jurídico. Não constitui novo crime. CRIME DE CIRCULAÇÃO É o crime praticado por meio do uso de veículo automotor, a título de dolo ou de culpa, com a incidência do Código Penal ou do Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997). CRIME DE ATENTADO Nesses crimes, a lei pune de forma idêntica o crime consumado e a sua forma tentada, sem diminuição da pena em face da tentativa. Exemplo: evasão mediante violência contra a pessoa (art. 352, CP). CRIME DE OPINIÃO OU DE PALAVRA São os crimes cometidos pelo excesso abusivo na manifestação do pensa-mento, seja pela forma escrita, seja pela forma verbal. Exemplo: desacato (CP, art. 331). CRIME MULTITUDINÁRIO São crimes praticados pela multidão em tumulto. O conceito de “multidão” deve ser analisado no caso concreto. Exemplo: agressões praticadas em um estádio por torcedores de um time de futebol.

QUASE CRIME É sinônimo de crime impossível (art. 17, CP) e participação impunível (art. 31, CP). Nesses casos, inexistem crimes.

CRIME SUBSIDIÁRIO

Somente se verifica o crime subsidiário se o fato não constitui crime mais grave. Exemplo: crime de dano é considerado subsidiário, em relação ao crime de

incêndio (art. 250, CP). #OLHAOTERMO: “soldado de reserva” é uma expressão utilizada pela doutrina como sinônimo de crime subsidiário. CRIME PRINCIPAL Existe independentemente de outro crime. Exemplo: Furto.

CRIMES PARASITÁRIOS, DE FUSÃO OU ACESSÓRIOS É sinônimo de crime acessório, isto é, aqueles que dependem da prática de um crime anterior para se configurarem. Exemplo: lavagem de dinheiro, receptação, favorecimento real.

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CRIME DE INTENÇÃO OU DE TENDÊNCIA INTERNA TRANSCENDENTE É aquele em que possui uma finalidade específica prevista no tipo penal, que transcende o tipo objetivo. Essa intenção especial não necessita ser alcançada para a consumação do delito. Exemplo: extorsão mediante sequestro (CP, art. 159). Subdividem-se em: a) crimes de resultado cortado: são aqueles em que o resultado naturalísti- co depende, para sua configuração, de comportamento advindo de tercei-ros estranhos à execução do crime. Exemplo: extorsão mediante sequestro (a obtenção da vantagem/resgate depende de ato dos familiares da vítima). b) crimes mutilados de dois atos: são aqueles em que o resultado natura-lístico depende de um novo comportamento do próprio agente. Exemplo: art. 290. CP (agente suprime o sinal indicativo em nota para restituir a nota, agora falsa, à circulação). CRIME DE TENDÊNCIA OU TENDÊNCIA INSENSIFICADA Nesses crimes, é preciso verificar a ânimo do agente para a configuração do delito, pois a tendência afetiva do autor delimita a ação típica. Em outras palavras, a tipicidade pode ou não ocorrer em razão da atitude pessoal e interna do agente. Exemplos: toque do ginecologista na realização do diag-nóstico, pode configurar mero agir profissional ou então algum crime de natureza sexual, a depender da tendência (libidinosa ou não). Do mesmo modo, palavras dirigidas contra alguém, podem ou não caracterizar o crime de injúria em razão da intenção de ofender a honra ou de apenas criticar ou brincar. CRIME FALHO É sinônimo de tentativa perfeita ou acabada. É a tentativa em que o agente esgota os meios executórios que tinha à sua disposição e, mesmo assim, o crime não se consuma por circunstâncias alheias à sua vontade. Exemplo: “A” desfere os seis tiros do revólver contra “B”, que mesmo ferido consegue fugir e vem a ser eficazmente socorrido. CRIME PUTATIVO, IMAGINÁRIO OU ERRONEAMENTE SUPOSTO

É aquele em que o agente acredita realmente ter praticado um crime, quando na verdade cometeu um indiferente penal. Trata-se de um “não crime”. Subdivide-se em: a) crime putativo por erro de tipo; b) crime putativo por erro de proibição ou “delito de alucinação”. CRIME REMETIDO São aqueles crimes em que remetem sua definição típica a outro crime, que passa a integrá-lo. Exemplo: crime de uso de documento falso (“fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302” – CP, art. 304).

CRIME OBSTÁCULO Caracterizam-se pela tipificação, como crime autônomo, dos atos prepa-ratórios de um outro crime. Exemplo: associação criminosa, petrechos para falsificação de moeda.

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CRIMES FUNCIONAIS São aqueles em que o agente público figura como sujeito ativo. Subdivi-de-se em: a) Próprios: o sujeito ativo é indispensável à tipicidade do fato. A ausência desta condição conduz à atipicidade da conduta. Exemplo: corrupção passiva e prevaricação.

b) Impróprios ou mistos: se ausente a qualidade funcional, opera-se a desclassificação para outro delito. Exemplo: peculato-furto (se desaparecer a condição de funcionário público no tocante ao autor, subsiste o crime de furto previsto no art. 155, CP)

CRIMES PARCELARES

São os crimes da mesma espécie que compõem a série da continuidade delitiva, desde que presentes os demais requisitos exigidos pelo art. 71,

caput, do Código Penal. Em relação ao crime continuado, o ordenamento jurídico pátrio adotou a teoria da ficção jurídica e, por essa razão, os diver-sos delitos parcelares são considerados, para fins de aplicação da pena, como um único crime. CRIMES DE RUA OU CRIMES DE COLARINHO AZUL

São aqueles praticados pelas pessoas de classes sociais desfavorecidas, cometidos aos olhos da sociedade. Quando ficam alheios ao conhecimen-to do Poder Público, integram as cifras negras do Direito Penal. A expressão colarinho azul faz menção aos uniformes utilizados pelos operários norte americanos no início do século XX, contrapondo-se aos crimes de colari- nho branco Exemplo: furtos cometidos por miseráveis, andarilhos e mendi-gos. #OLHAOGANCHO: Quando ficam alheios ao conhecimento do Poder Público integram as CIFRAS NEGRAS do direito penal. CRIMES DO COLARINHO BRANCO

Também chamados de White Collar Crimes, são aqueles cometidos por pessoas que gozam da elevada condição econômica e do poder daí decor-rente, como é o caso dos delitos contra o Sistema Financeiro Nacional, de lavagem de capitais e contra a ordem econômica. #OLHAOGANCHO: cifras douradas do Direito Penal são indicativos da diferença apresentada entre a criminalidade real e a criminalidade conhecida e enfrentada pelo Estado. Infelizmente, os registros envolvendo delitos dessa natureza são ínfimos, se comparados à criminalidade de rua, o que inviabiliza a persecução penal e acarreta a impunidade das pessoas privilegiadas no âmbito econômico. CRIME DE CATÁLOGO O conceito está relacionado aos delitos que permitem interceptação tele-fônica, como meio de investigação ou de produção de provas durante a instrução em juízo.

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CRIME DE ACUMULAÇÃO OU DE DANO CUMULATIVO

Como se sabe, determinadas condutas são incapazes de, isoladamente, ofender o bem jurídico protegido pela norma penal. No entanto, a reitera-ção dessas condutas pode causar lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. Exemplo: jogar lixo uma única vez e em quantidade pequena nas margens de um rio não configura, em tese, o crime de poluição. Contudo, se esta conduta for reiterada, restará consumado o delito tipificado no art. 54 da Lei 9.605/1998. CRIMES NATURAIS OU MALA PER SE São comportamentos que já são objeto de punição desde os tempos mais antigos. Refletem a proteção de valores éticos universais. Exemplo: homicí-dio, roubo, furto.

CRIMES DE PLÁSTICO OU MALA PROHIBITA Diferentemente dos crimes naturais, os crimes de plásticos são típicos das sociedades modernas, em que o direito penal aparece como a (falsa) solu-ção para todos os males. Isso contribui para a expansão do direito penal, seja através do recrudescimento das penas, seja por meio da criação efetiva de novos crimes no ordenamento jurídico. Exemplo: Lei Carolina Dieckman (Lei 12.737/12).

CRIMES VAZIOS São modalidades específicas de delito de plásticos, porém caracterizados pela ausência de proteção a qualquer bem jurídico.

CRIMES DE IMPRESSÃO

São aqueles que provocam determinado estado de ânimo na vítima. Divi-dem-se em: crimes de inteligência: são praticados mediante o engano, como o estelionato (CP, art. 171); crimes de vontade: recaem na vontade do agente quanto à sua autodeterminação, como o sequestro (CP, art. 148); e crimes de sentimento: são os que incidem nas faculdades emocionais, tal como a injúria (CP, art. 140). CRIMES DE HERMENÊUTICA Resultam da interpretação dos operadores do direito. CRIMES DE RESPONSABILIDADE Crimes de responsabilidade próprios: Comuns: previstos no CP, Especiais: previstos na legislação especial. Crimes de responsabilidade impróprios: não são crimes, são infrações polí-tico-administrativa. CRIME LILIPUTIANO,

ANÃO, VAGABUNDO São as contravenções penais. CRIME DE AÇÃO

VIOLENTA Cometido mediante emprego de violência ou grave ameaça. CRIME DE AÇÃO

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CRIME GRATUITO Crime sem motivo conhecido. CRIME INTERNACIONAL É o crime que por tratado o Brasil se comprometeu a punir CRIME DE MERA SUSPEITA, SEM AÇÃO, OU DE MERA POSIÇÃO O agente não realiza a conduta penalmente relevante. Ele é punido em razão de seu modo de agir. Não é aplicável no Brasil. #OLHAOGANCHO: Direito à perversão: É o “direito” que o agente possui de planejar atos contrários à lei, dentro do seu pensamento, desde que isso não venha a ser exteriorizado. É o direito de ser perverso. CRIME PROFISSIONAL É o crime habitual quando cometido com finalidade lucrativa.

CRIME INOMINADO Ofende regra técnica ou cultural embora não definido em lei. Não é apli-cável no Brasil. CRIMES DE OLVIDO OU DELITOS DE ESQUECIMENTO Cuida-se de modalidade de crime omissivo impróprio caracterizada pela culpa inconsciente. CRIMES EVENTUALMENTE COLETIVOS São aqueles em que, não obstante o seu caráter unilateral, a diversidade de agentes atua como causa de majoração da pena, tal como se dá no furto qualificado (CP, art. 155, § 4.º, IV) e no roubo circunstanciado (CP, art. 157, § 2.º, II). CRIME COMISSIVO OU DE AÇÃO É praticado por meio de uma ação. CRIME OMISSIVO OU DE OMISSÃO É praticado por meio de uma omissão, uma abstenção de comportamento. Pode ser: 1. Omissivos Próprios ou Puros: omissão está contida no tipo penal;

2. Omissivos Impróprios, Espúrios ou Comissivos por omissão: agente descumpre seu dever jurídico de agir. São crimes materiais; 3. Omissivos por comissão: há uma ação provocadora de uma omissão. Não é reconhecido; 4 Omissivos “QUASE IMPRÓPRIOS”: a omissão não produz uma lesão ao bem jurídico, mas apenas um perigo que pode ser concreto ou abstrato. CRIME DE CONDUTA

MISTA O crime é composto por duas fases distintas, uma inicial e positiva, outra final e omissiva, como por exemplo, apropriação de coisa achada. CRIME DE FORMA

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CRIME DE FORMA

LIVRE É aquele que pode ser executado por qualquer forma ou meio. Exemplo: homicídio CRIME

MONOOFENSIVO Ofendem apenas um bem jurídico. Exemplo: furto. CRIME

Referências

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