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Novas observações sobre o foco de oncocercose da área do Rio Auaris, território de Roraima, Brasil

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Academic year: 2017

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Bol Of Santi Panam 86(6), 1979

NOVAS OBSERVACÓES

SOBRE 0 FOCO DE ONCOCERCOSE

DA

ÁREA

~0 RIO AUARIS, TERRI-róRIo

DE RORAIMA, BRASIL

Mário A. P. Moraes,* Marcos A. S. Porto,2 Lélio B. Calheiros2 e Anthony J.

Shelley”

0 correto reconhecimento das microfikítias encontradas em biópti

cutâneas num inquén’to sobre oncocercose P, como este estudo demons- tra, da máxima importância para a valida&io dos resultados, quando se tem em mira urna campanha contra aquela doenca.

Introduqao

Em marco de 1976, urna equipe do Mi- nistério da Saúde levou a cabo, na área do Rio Toototobi, Estado do Amazonas, entre os índios yanomamas das aldeias ali exis- tentes, um novo inquérito para oncocer- cose, como etapa inicial de urna campanha a ser em breve desenvolvida contra a doenca nesse grupo indígena. No primeiro inquérito, realizado em 1973 por Moraes et al. (3) e compreendendo 94 indios, fora

encontrado um índice de infestacao de 63,8%. No segundo, o de 1976, em que o número de examinados foi apenas Iigei- ramente maior (97), o índice de infestacao subiu para 91,7%. A diferenca, bastante expressiva, entre os resultados dos dois in- quéritos deveu-se principalmente ao fato de, na segunda investigacáo, ao invés de urna única biópsia-tomada da regiáo es- capular-terem sido retiradas duas-urna da regiáo escapular e outra de urna das nádegasAe cada indivíduo. Como na on-

’ Instituto Evandro Chagas, da Funda@ Serviqos de Saúde Pública (FSESP), do Ministério da Saúde, Belém, Pxá, Brasil.

’ Superintendência de Campanhas de Saúde Pública (SUCAM), do Ministério da Saúde, Brasília, Distrito Federal, BI-4.

s Instituto de Ciências Biológicas, da Universidade de Bra- silia, Distrito Federal, Brasil.

cocercose do rio Toototobi (o que a se- gunda investiga<áo também revelou), o número de microfilárias, ao contrário do que se acreditava, é significativamente maior na parte inferior do que na parte superior do carpo dos indígenas atacados, fácil é concluir-se que a biópsia das náde- gas influiu bastante no segundo resultado.

Os achados desse novo inquérito no rio Toototobi mostraram a necessidade de urna revisáo imediata dos dados anterior- mente obtidos com a simples biópsia do ombro, em outros pontos onde a oncocer- cose é endêmica no Brasil, de modo espe- cial a área do rio Auaris e a serra dos Surucucus, ambas no Território de Ro- raima. Urna pesquisa feita no rio Auaris em 1974, com assistência da OPAS, por Rassi et al. (5), revelou um índice de infes- tacáo de 24,5% em 102 índios examinados. Esses indígenas pertenciam a duas tribos diferentes: 40 ao grupo yanomama (sa- numá) e 62 ao grupo maquiritare (maion- gongue). Urna comparacáo entre os dois grupos mostrou que o índice era maior nos sanumás (30%) do que entre os maiongon- gues (20,9%). Além disso, usando-se gotas espessas de sangue de um de cada quatro indivíduos testados fez-se também a pes- quisa de Mamoneh ozurdi, com resultado inteiramente negativo.

(2)

Indígenas que pertenecern a tribos que habitam nos arredores do rio Auaris.

Acima:

índios maiongongues

com seus colares caracter’ísticos.

Abaixo:

índias sa-

numás. (Fotos: M. A. P. Moraes)

r

_ . ie...-

d

(3)

Moraes et al. ONCOCERCOSE 511

FIGURA l-Mapa do Território Federal de Roraima, Brasil, mostran- do a localiza@o do rio Auaris.

4-

O-

No presente trabalho seráo apresenta- dos os resultados de um novo inquérito entre os indígenas do rio Auaris, feito em julho de 1976, com o emprego da dupla

biópsia.

Material e métodos

0 rio Auaris, um dos formadores do rio Uraricoera, corre no extremo norte da zona ocidental do Território de Roraima (Figura 1). Em sua margem direita, em um ponto a 600 metros de altitude, fica si- tuado um posto da Missão Evangélica da Amazonia (Latitude 4O8’ N, Longitude 64O25’ W), distante cerca de 500 km em linha reta de Boa Vista, capital do Territó- rio. Diversas aldeias sanumás e urna aldeia

4 Segundo Migliazza (2). o grupo ou familia lingüística yanomama compreende quatro subfamílias: Yanomam, sa- numá, ninam e yainomá. A mais numerosa é a yanomam, que está no centro de toda a família. A Iíngua sanumá coma no Brasil com apenas 400 falantes, que moram nas áreas dos rios Auaris e Araca& no Território de Roraima.

maiongongue (a única deste grupo até agora conhecida no Brasil) encontram-se distribuídas em torno daquele posto. Os indígenas sanumás constituem urna sub- família do grupo yanomama,4 enquanto os maiongongues, como sao conhecidos os maquiritares da regiáo, pertencem ao grupo lingüístico caribe. Os maiongongues somam hoje no Brasil pouco mais de 100 indivíduos, todos vivendo nessa aldeia do rio Auaris, urna vez que os demais emigra- ram, já há algum tempo, para os rios Ven- tuari e alto Caura, na Venezuela.

(4)

cura de nódulos oncocercóticos por pal- pacao; e 4) exame oftalmológico.

Os retalhos cutâneos, antes do exame direto, permaneciam em urna gota de água destilada, sobre urna lamina, durante 30 minutos, tempo considerado suficiente à passagem para o meio da maioria das mi- crofilárias neles existentes. Concluído esse exame, retirava-se cuidadosamente o fragmento de pele, e o resto do material nas laminas, depois de seco e corado pelo hemalume de Mayer, era submetido a novo exame para recontagem-e, princi- palmente, identificacao correta das micro- filárias. Os fragmentos, por sua vez, foram preservados e posteriormente pesados em balanca analítica no laboratório, o que permitiu determinar-se o número de mi- crofilárias por miligrama de pele.

Da amostra de sangue, urna gota espessa corada pelo Giemsa serviu para a pesquisa de microfilárias de M. ozzardi; a parte res- tante foi utilizada para obtencão de soro.

0 exame oftalmológico nao pode ser tao

detalhado como aquele feito no rio Tooto- tobi. A experiência ali adquirida, no en- tanto, tornou possível aos autores 0 recon- hecimento das lesôes corneanas, sempre que estas existiam.

Resultados

Dos 126 índios examinados, apenas 24 (19%) apresentavam microfilárias de 0. volvulus na pele. Urna compara@0 entre os dois grupos mostrou que o índice de infes- tacáo é bem mais baixo nos maiongongues l

(8,6%) do que nos sanumás (31,5%). Quanto ao sexo, em ambas as tribos, pre- dominaram as mulheres, náo sendo toda- via significativa a diferenca (Quadro 1).

A pesquisa de microfilárias de M. omzrdi

no sangue foi positiva em 46 (36,5%) indi- víduos, sendo 15 (21,7%) maiongongues e 31 (54,3%) sanumás. A distribuicáo por sexo consta do Quadro 2.

Microfilárias de M. ozzardi foram tam- bém encontradas nos fragmentos de pele e puderam ser detectadas nas preparacóes

CUADRO l-Microfilárias de 0. vo/vu/us na pele de índios maiongon- gues e sanumás, cjo rio Auaris, Brasil, por sexo (1976).

Maiongongues Sanumás Ambas as tribos

Sexo No. + % No. + % No. + % Masculino 34 2 5,8 28 7 25,0 62 9 14,5 Feminino 35 4 ll,4 29 ll 37,5 64 15 23,4

Total 69 6 8,6 57 18 31,5 126 24 19,0

QUADRO 2-Microfilárias de M. ozzardi no sangue de índios maiongon- gues e sanumás, do rio Auaris, Brasil, por sexo (1976).

Sexo

Maiongongues Sanumás

No. + % No. + %

Ambas as tribos

No. + % Masculino 34 $? 23,5 28 13 46,4 62 21 33,8. Feminino 35 7 20,o 29 18 62,0 64 25 39,0

(5)

Moraes et al. ONCOCERCOSE 513 QUADRO Z?-Microfilárias de M. orzardi na pele de indios maiongongues e

sanumás do rio Auaris, Brasil, ,por sexo (1976).

Maoingongues

Sexo No. + % Masculino 34 7 20,5 Feminino 35 4 ll,4

Total 69 ll 15,9

Sanumás

No. + % 28 9 32,l 29 17 58,6

57 26 45,6

Ambas as tribos

No. + % 62 16 25,s 64 21 32,8

126 37 29,3

’ tanto a fresco quanto coradas (Quadro 3). Sua identidade foi estabelecida definitiva- mente através das últimas. Em quatro ín- dios, as microfilárias de M. ozzardi, embora náo tivessem sido encontradas no sangue, estavam presentes nas biópsias de pele. 0 total de positivos para essa filária subiu, assim, para 50, e o índice de microfilare- mia para 39,6%.

Considerando-se as duas espécies de fi- lárias, houve um total de 62 positivos, urna vez que em 12 índios (2 maiongongues é

10 sanumás) a infestacáo era dupla. 0 re- sultado global pode ser assim resumido: dos 69 maiongongues, 4 estavam infesta- dos por 0. volvulu..s apenas, 15 por Manso-

nella e 2 apresentavam infesta@0 dupla; dentre os 57 sanumás, 8 tinham infestacáo por Onchocerca somente, 23 por Mansotiella e 10, infestacâo dupla. Ao todo, 12 (9,5%) índios infestados por Onchocerca, 38 (30%)

por MansoneZZa e 12 (9,5%) por ambas as espécies.

A distribuicáo das microfilárias de 0. ~olvulus na pele foi semelhante àquela ob- servada no rio Toototobi: em 20 dos 24 indios com Onchocerca, predominavam elas - na parte inferior do carpo. Assinale-se que em 19 índios as microfilárias, na verdade, só puderam ser encontradas nas biópsias das nádegas. Isso equivale ‘a dizer que, se apenas a regiáo escapular tivesse sido utili- zada, o número de positivos náo iria além de 4% do total. A par disso, é baixa a den- sidade de infestacáo por essa filária. 0 valor mais alto obtido, em um índio sa-

numá, foi de 15,8 microfilárias por mili- grama de pele. Tal valor, aliás, constituiu urna excecáo notável no inquérito, pois a maioria dos positivos apresentou urna den- sidade inferior a urna por miligrama de pele.

Do mesmo modo, apesar de ser bastante elevada a microfilaremia por M. ozzardi

(principalmente devido aos sanumás), náo se observou um número alto de microfilá- rias dessa espécie no sangue dos individuos parasitados. A microfilaremia média por portador situou-se em 14 por 20 mm3 de sangue. Apenas dois índios, ambos do sexo masculino, apresentaram números exage- rados-145 e 204 microfilárias por 20 mm3 de sangue-s quais influíram bas- tante no número médio.

É

rara a ocorrência de nódulos e ou- tras lesóes dermatológicas atribuíveis a 0.

volvulus, o que está de acorde com a baixa prevalência e a fraca densidade da infesta- cáo nos índios do rio Auaris. Apenas um nódulo pôde ser detectado, no couro cabe- ludo de urna índia, cujas microfilárias eram mais numerosas na parte superior do carpo. Observou-se pele enrugada e, al- gumas vezes, também espessa, com locali- zacáo principalmente no dorso e nádegas, em oito índios, sete dos quais positivos par? microfilárias de 0. volvulus.

Á

excecáo de um, todos pertenciam aos sanumás, e em cinco as microfilárias predominavam na biópsia das nádegas.

(6)

trado nos dois grupos indígenas. Observaram-se, porém, opacidades cor- neanas mínimas em 10 indivíduos, a maio- ria deles (seis), curiosamente, sem microfi- Iárias na pele. Nos quatro com microfilá- rias (tres eram sanumás), estas predomina- vam na parte inferior do carpo, e quanto à densidade, o maior valor achado foi de

1 mf/mg de pele.

Comentários

A área de oncocercose do rio Auaris pode ser considerada como de baixa en- demicidade ou hipoendêmica (prevalencia abaixo de 40%), e de origem talvez mais recente do que a do rio Toototobi. Esta I última suposicáo se baseia na densidade

extremamente baixa verificada entre os maiongongues e sanumás (0 número médio de microfilárias por portador foi de O,l/mg de pele nas biópsias do ombro e 1,8/mg nas biópsias da nádega), e na au- sencia de lesóes graves, qtier cutâneas quer oculares, nos indígenas afetados.

0 uso da dupla biópsia, tal como aconte- ceu no rio Toototobi, deveria ter elevado bastante o índice de infestacáo por 0. vol- vulva encontrado no segundo inquérito. Como isso náo ocorreu, tendo mesmo bai- xado o índice global de 24,5%-encon- trado por Rassi et al. (5)-para 19%, é de supor-se que as microfilárias de M. ozzardi

influíram no resultado do primeiro inqué- rito. Segundo Moraes (4), microfilárias dessa espécie, quando presentes no san- gue, podem ser também encontradas nos fragmentos de pele usados em inquéritos para oncocercose, chegando o achado, ás vezes, a alcancar o valor de 80% em relacáo à positividade no sangue.

É

muito impor- tante, assim, que as microfilárias sejam re- conhecidas de modo correto nas prepara- cões feitas a partir de biópsias cutâneas. A identidade das microfilárias de M. ozzardi

nas laminas de sangue colhidas nesse in- quérito foi confirmada pelo Prof. George

Nelson, da London School of Hygiene and Tropical Medicine.

0 achado de M. ozzardi nos indígenas do rio Auaris, por outro lado, vem demons- trar a existencia dessa filária também na porcáo do grupo ianomama que vive no Brasil. Beaver et al. (1) , em 1976, já haviam referido dita espécie, na Amazonia vene- zuelana, em índios do mesmo grupo que vivem principalmente no alto rio Orinoco. Entre os yanomamas do Brasil, só se tem notícia de sua observacáo, por ora, na mencionada subfamília sanumá. Dadas, l

entretanto, as ligacóes que os indígenas do rio Auaris mantêm com os yanomamas de serra dos Surucucus, no Brasil, e com os yanomamas e maquiritares dos rios Mere- vari e alto Ventuari, na Venezuela, é bem possível que M. ozzardi já ocorra entre os mesmos, em larga escala.

Por último, cumpre mencionar a falta de relacáo entre o resultado das biópsias e o dos testes de Mazzotti, nesses índios: pelo teste de Mazzotti, feito por Rassi et al. (51, em 1974, a positividade foi de 47,7%

(63,3% nos sanumás e 41,9% nos maion- gongues); e pela biópsia (no inquérito .atual), de 19% (31,5% e 8,6%, respectiva-

mente, nos sanumás e maiongongues). Se considerarmos, entretanto, todos os positi- vos para ambas as filárias, os valores seráo, na mesma ordem, 49,2%, 71,9% e 30,4%, os quais melhor se aproximam daqueles en- contrados pelo teste de Mazzotti.

Resumo

(7)

Moraes et al. ONCOCERCOSE 515

l

(fato até entáo desconhecido), veio pôr em dúvida o resultado de outros inquéritos, já realizados no território. dos yanomamas, para delimita@0 da zona endêmica da doenca no Brasil. Neste segundo inqué- rito, levado a cabo com emprego da dupla biópsia na área do rio Auaris, o índice de infestacáo, no entanto, baixou surpreen- dentemente de 24,5% encontrado em

19’74, para 19% em 1976. Microfilárias de outra espécie-ManzoneZla ozzardi-esta-

vam presentes no sangue de 36,5% dos 126 índios testados, e apareceram também em 29,3% das preparacões de pele usadas para o diagnóstico de oncocercose. Ao que tudo indica, as microftlárias de M. ozzardi, não

referidas anteriormente, influíram no re- sultado do primeiro inquérito. 0 foco do rio Auaris, pela sua baixa prevalência, fraca densidade de infesta@0 e ausência de lesóes cutâneas ou oculares graves nas pessoas atacadas, pode ser considerado, por outro lado, como de origem bem re- cente.

Agradecimentos

Os autores agradecern ao Prof. George S. Nelson, da London School of‘f-iygiene and Tropical Medicine, pela identificacão das microfilárias de

Mansonella orzardi nas Eminas de sangue dos índios do rio Auaris.

REFERENCIAS

(1) Beaver, l?. C., J. V. Neel e T. C. Orihel. Dipetalo- glês em Bu11 Pan Am Health Org 7351-56, nema peW.an.s and Mansonella ouardi in In- 1973.

dians of Southern Venezuela. Am] Trop Med (4) Moraes, M. A. P. Mansonella ozzardi microfilariae Hyg 25:263-265, 1976. in skin snips. Tran.s Roy Soc Trop Med Hyg (2) Migliazza, E. Grupos lingüísticos do Território 70:16, 1976.

Federal de Roraima. Em: Atar do Simbósio (5) Rassi B. E. N. Lacerda e 1. A. Guimaráes. Estudio sobre a Biotu Amazônica, Rio de Janeiro, Con- de una zona de oncocercosis en Brasil: En- selho Nacional de Pesquisas, 1967. Vol. 2 cuesta realizada en residentes locales. Bol Of (Antropologia), págs. 153-173. Sunit Panam 80:288-301, 1976. Também pu- (3) Moraes, M. A. P., H. Fraiha e G. M. Chaves. blicado em inglês em Bull Pan Am Heulth Org

Oncocercose no Brasil. Bol Of Sanit Panam 10:33-45, 1977. 76:48-54, 1974. Também publicado em in-

Nuevas observaciones sobre un foco de oncocercosis en un área del río Auaris, territorio de Roraima, Brasil (Resumen)

Un nuevo estudio sobre oncocercosis entre los indígenas del río Toototobi, en el que se 1 utilizaron sendas biopsias tomadas del hombro

y de la nalga, mostró que el índice de infección era mucho mayor que el que se había señalado en un estudio previo en el que se utilizó sola- mente una biopsia tomada del hombro. Esta diferencia, que se atribuye al hecho de que las microfilarias predominan en la parte inferior del cuerpo de los indígeneas afectados (hecho hasta entonces desconocido), es el motivo prin- cipal por el que se ponen en duda los resultados de otros estudios que se han realizado en el te-

rritorio de los yanomamas para d’elimitar la zona endémica de la enfermedad en el Brasil. En este segundo estudio realizado en una zona del río Auaris utilizando la biopsia doble, el índice de infección, sin embargo, disminuyó de una ma- nera sorprendente: de 25.5% en 1974 a 19% en 1976. Microfilarias de otra especie, Mansonella

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mencionadas anteriormente, influyeron en los baja prevalencia, a la poca densidad de la infec- resultados obtenidos en la primera investiga- ción y a la ausencia de lesiones cutãneas u ocu- ción. Por otro lado, puede considerarse que el lares graves en las personas infectadas, es de foco encontrado en el río Auaris, debido a su origen muy reciente.

New observations concerning a focus of onchocercosis in an Auaris River area, Roraima Territory, Brazil (Summary)

A new study on onchocercosis among Indians in the Toototobi River area, employing biopsies of material taken from the shoulder and but- Eocks of each subject, showed that the rate of infection was much higher than that indicated by a previous study, in which a single biopsy of

material taken from the shoulder of each sub- ject had been used. This difference, which is attributed to the fact that the filaria1 worms predominantly infest the lower garts of the body of affected natives (a fact previously unk- nown), is the prime motive for the doubt cast on the results of other studies that have been made in the Yanomama Indians territory with a view to defining the limits of the endemic area of the disease in Brazil. In this second study, carried out in an Auaris River zone and utilizing the

same double biopsy method, it was found, ho- wever, that the rate of infection registered a surprising drop-from 25.5% in 1974 to 19% in 1976. Microfilaria of another species, Mullsone-

lla ozzardi, were found to be present in the blood of 36.5% of the 126 Indians studied, and also appeared in the skin preparations emplo- yed in the diagnosis of onchocercosis. It would appear, therefore, that the microtilaria of the

Mansonella ozzardi, which had not previously been mentioned, influenced the results obtai- ned by the first study. Moreover, it may be considered that the focus encountered in the Auaris River zone, in view of its low prevalence, the relatively minor density of the infection and the absence of serious skin or eye lesions in the persons infected, is of very recent origin.

Nouvelles observations sur un foyer d’oncocercosis dans une région du rio Auaris, territoire de Roraima, Brésil (Résumé)

Une nouvelle étude sur l’oncocercosis entre les indigènes du rio Toototobi et dans laquelle des biopsies prises à l’épaule et à la fesse ont été utilisées, a montré que I’indice d’infection était très supérieur à celui qui avait été signalé dans une étude préliminaire et dans laquelle seule- ment la biopsie prise de l’épaule avait été utili- sée. Cette différence, que l’on attribue au fait que les microfilaires prédominent dans la partie inférieure du corps des indigenes affectés (fait jusqu’alors inconnu) est le motif principal qui

met en doute les résultats d’autres études réali- sées dans le territoire des yanomamas afin de délimiter la zone endémique de la maladie au Brésil. Dans cette seconde étude réalisée dans une zone du rio Auaris et utilisanc la biopsie double, I’indice d’infection a cependant dimi-

Imagem

FIGURA  l-Mapa  do  Território  Federal  de  Roraima,  Brasil,  mostran-  do  a  localiza@o  do  rio  Auaris
CUADRO  l-Microfilárias  de  0.  vo/vu/us  na  pele  de  índios  maiongon-  gues  e  sanumás,  cjo  rio  Auaris,  Brasil,  por  sexo  (1976)

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