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COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL AULA 1

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Academic year: 2022

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COMUNICAÇÃO

ORGANIZACIONAL

AULA 1

Profª Cláudia Osna Geber

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CONVERSA INICIAL

Nesta aula, vamos abordar os principais conceitos e definições da comunicação organizacional, assim como os temas diretamente relacionados à introdução a essa temática. São eles:

 Conceito: surgimento, definição e evolução

 Processos: processos envolvidos na comunicação organizacional

 Políticas: políticas envolvendo a comunicação organizacional

 Estratégia: importância da comunicação organizacional para a estratégia empresarial

Fundamentos teóricos: principais teorias da comunicação organizacional

CONTEXTUALIZANDO

Vivemos em uma sociedade movida pela informação, sendo este o centro da nossa vida. Assim como as pessoas, as organizações também se relacionam por meio da comunicação, podendo esta ser uma vantagem competitiva ou um grande problema. A vantagem ocorre quando a empresa sabe aproveitar a comunicação a seu favor, e o problema ocorre quando a empresa tem dificuldade em perceber que o fluxo de informação vai além de um simples processo linear (Chiavenato, 2014).

Nesse contexto, e durante toda a disciplina, lembre-se de que a comunicação não se refere ao que é dito, mas ao que é entendido, e por isso é fundamental o cuidado em todas as formas de comunicação, sejam elas verbais, escritas, orais, gestuais e etc. (Legieri, 2018).

Ao falar de comunicação organizacional, é importante destacar, ainda, que esse é um tema em ascensão nos últimos anos (Abbud; Lima, 2015).

Em 2014, por exemplo, havia mais de 29 grupos de pesquisas sobre essa temática cadastrados no CNPQ (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), tendo sido criada, em 2006, a Associação Brasileira dos Pesquisadores em Comunicação Organizacional e Relações Pública (ABRAPCORP) (Abbud; Lima, 2015).

É importante destacar a necessidade de estudar, pensar, repensar e compreender a comunicação organizacional para conseguir compreendê-la (Abbud; Lima, 2015).

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Saiba mais

Assista ao vídeo disponível no link a seguir e comece a entender a importância desse tema:

O COMETA Halley e as “falha” de comunicação. Elias Crazy, 23 fev.

2011. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yZgKEAz9BWo>.

Acesso em; 30 jan. 2019.

TEMA 1 – CONCEITO

Toda organização funciona com base em processos de comunicação, afinal a dinâmica organizacional só se torna possível quando a organização garante a conexão e a integração entre os seus membros (Chiavenato, 2014).

A comunicação é inerente à natureza das organizações, já que as estas são formadas por pessoas que, assim como você, se comunicam e interagem entre si (Kunsch, 2016).

Nesse sentido, a comunicação precisa ser facilitada nas organizações, funcionando como um sistema de cooperação em que as pessoas interagem entre si e com os demais, buscando objetivos comuns (Chiavenato, 2014).

Mas como surgiu esse conceito?

A comunicação organizacional interna surgiu por volta de 1950 com o objetivo de informar aos colaboradores sobre as regras, benefícios e comunicados das organizações (Legieri, 2018).

Assim como grande parte da história das organizações, a comunicação organizacional na forma como a conhecemos hoje está bastante relacionada ao período da Revolução Industrial, que incorporou diversas mudanças em todo o mundo. Entre essas mudanças, destacam-se a expansão das empresas e as novas relações de trabalho (Kunsch, 2016).

Uma das consequências das mudanças geradas pela Revolução é que as empresas passaram a buscar novas formas de comunicação com seus públicos, tanto interno quanto externo, com publicações dirigidas para eles (Kunsch, 2016).

Para o público externo, especialmente para o consumidor, foi criada a propaganda, porém, para o público interno, a comunicação ainda era muito mais

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administrativa, funcionando simplesmente como um “transmissor” de informações (Kunsch, 2016).

Com a crescente demanda por um aprimoramento das formas de comunicação, frente aos novos processos de gestão, a comunicação foi assumindo características diferentes das originais, buscando atender ao que os públicos estavam buscando (Kunsch, 2016).

Essas mudanças foram (e são) afetadas, principalmente, pelo fim da Guerra Fria, em 1989, com um novo cenário político, e posteriormente pela globalização e pela revolução da informação e da própria comunicação, fazendo com que as organizações se ajustassem constantemente à nova função estratégica da comunicação e se adaptassem à realidade em que estão inseridas (Kunsch, 2016).

Estas realidades sofrem diversas influências devido a diferentes fatores, dentre os quais as comunicações existentes e que evoluem nos contextos sociais. Por isso, recomenda-se que a comunicação organizacional seja analisada como um fenômeno, sendo um processo que constitui e reconstitui a organização (Abbud; Lima, 2015).

Uma das principais autoras que abordam essa temática, Margarida Maria Krohling Kunsch (2016), reforça essa recomendação ao afirmar que a organização é um fenômeno comunicacional contínuo que, no mundo atual, ocorre dentro de um contexto mais complexo nas organizações e sociedades, e por isso são grandes os desafios a serem enfrentados em uma sociedade em que predomina a incerteza global.

E o que é, então, comunicação organizacional? Vamos, primeiramente, falar sobre o que é comunicação.

Comunicar é uma palavra definida, basicamente, como a transmissão de uma informação de uma pessoa para outra ou de uma organização para a outra, sendo um fenômeno por meio do qual um emissor influencia e esclarece um receptor. É importante esclarecer que, mais do que simplesmente enviar uma informação ou uma mensagem, a comunicação deve servir como forma de intercâmbio, tornando-a compreensível para os lados envolvidos. Portanto, uma comunicação que não torna comum a informação ou mensagem não é uma comunicação eficaz (Chiavenato, 2014).

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Já a comunicação organizacional envolve todas as formas de comunicação utilizadas pelas organizações para se relacionarem e interagirem com os seus públicos (Scroferneker, S.d.).

De forma mais ampla, podemos entender comunicação organizacional como todo o planejamento e o trabalho realizados por uma organização para transmitir uma mensagem para os seus diferentes públicos, como colaboradores, gestores, imprensa, fornecedores, sociedade e acionistas, entre outros (Legieri, 2018).

A comunicação organizacional é um composto que dá forma à organização, transformando-a no que ela é e pode ocorrer de maneira formal ou informal. Assim como as comunicações interpessoais, as comunicações organizacionais são imperfeitas, sendo alteradas e transformadas ao longo do processo. Consequência disso é que o destinatário da mensagem pode receber algo diferente do que foi enviado (Chiavenato, 2014).

Saiba mais

Leia a reportagem e reflita sobre quais os principais pontos você considera como fundamentais que uma empresa siga para ter uma boa comunicação organizacional.

DINO. A importância de uma comunicação eficiente no ambiente de trabalho. Revista Exame, 10 out. 2017. Disponível em:

<https://exame.abril.com.br/negocios/dino/a-importancia-de-uma-comunicacao- eficiente-no-ambiente-de-trabalho/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

TEMA 2 – FUNÇÕES e PROCESSOS

As funções básicas da comunicação são: controle, motivação, expressão emocional e informação. O controle refere-se à forma como, por meio da comunicação, o comportamento das organizações, grupos e pessoas é gerenciado (por exemplo, se um grupo hostiliza outro). A motivação é promovida pela comunicação ao definir o que uma pessoa deve fazer (por exemplo, definindo as metas de um funcionário). A expressão emocional é a forma como a comunicação estabelece a maneira pela qual as pessoas expressam seus sentimentos de satisfação ou insatisfação. A informação, por último mas não menos importante, é a atuação da comunicação como facilitadora da tomada de decisões, transmitindo as informações necessárias para tal (Chiavenato, 2014).

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Goulart (2015) complementa essas funções ao destacar que as principais funções da comunicação organizacional são as seguintes:

 Estruturar e deixar clara a imagem da organização interna e externamente;

 Influenciar as atitudes e preferências do público-alvo;

 Estabelecer conivência;

 Adequar os comportamentos às normas estabelecidas;

 Aprimorar o fluxo de informações e o clima da empresa;

 Integrar os funcionários com os objetivos da organização, gerando compromisso.

Nesse conjunto de funções, apresentam-se como as principais tarefas organizacionais (Chiavenato, 2014):

 Definição de objetivos organizacionais;

 Planejamento estratégico;

 Avaliação do desempenho das pessoas;

 Gerenciamento de equipes;

 Liderança;

 Treinamento e desenvolvimento;

 Motivação;

 Programação do trabalho;

 Delegação de responsabilidade;

 Mudança organizacional.

Destacam-se, então, as atividades que devem ser desenvolvidas para que as funções e as atividades da comunicação sejam alcançadas. São elas as seguintes (Chiavenato, 2014):

 Entrevistas de seleção ou de avaliação;

 Condução de reuniões;

 Conversas formais e informais;

 Redação de cartas e memorandos;

 Elaboração de relatórios escritos;

 Contatos com subordinados;

 Contatos com clientes;

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 Contatos com fornecedores;

 Internet: emails, chats, workshops e outros canais de comunicação com funcionários.

Essas atividades são desenvolvidas por diferentes áreas nas empresas, variando conforme o tamanho de cada organização (pequena, média e grande), porém tendo sempre em mente que a informação deve chegar a todos os colaboradores (Legieri, 2018).

Duas das áreas que, em geral, ficam responsáveis pela comunicação organizacional são as áreas de recursos humanos (com divulgações sobre as regras, benefícios, eventos e comunicados em geral) e marketing (com a promoção de parcerias, contato com a imprensa e comunicação para o consumidor) (Legieri, 2018).

Em relação ao processo da comunicação, trata-se de um processo sistêmico, em que cada etapa constitui um subsistema ou parte integrante do todo, sendo que a influência em qualquer subsistema afeta diretamente os demais (Chiavenato, 2014).

O processo de comunicação pode ser entendido como um sistema aberto composto por fonte, codificação, canal, decodificação e receptor ou destino e, tendo como base os estudos de Restreppo, apresentam-se as quatro dimensões deste processo (Scroferneker, S.d.):

 Informação: o que dá a forma, configura as operações próprias de cada organização;

 Divulgação: divulga, torna a informação pública;

 Socialização: gera as relações, reforça os processos culturais;

 Participação: é onde se completa o ciclo da comunicação, quando o

“outro” lado envolvido escuta e reconhece.

Essa abordagem das quatro dimensões explora a questão da comunicação e da organização, ou seja, como a organização pode ser interpretada pelas formas de comunicação que nela são desenvolvidas (Scroferneker, S.d.).

Esse processo das comunicações nas organizações deve ser estudado como um processo dinâmico, com novos autores, meios e definições em cena (Scroferneker, S.d.), consequentemente sofrendo a interferência de ruídos e estando sujeita a barreiras pessoais, físicas e semânticas (Chiavenato, 2014).

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Saiba mais

Acesse o link a seguir e assista a esta animação sobre os processos da comunicação organizacional e amplie seus conhecimentos sobre o assunto abordado:

O COMETA Halley e as “falha” de comunicação. Elias Crazy, 23 fev.

2011. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=yZgKEAz9BWo>.

Acesso em; 30 jan. 2019.

TEMA 3 – POLÍTICAS

Toda organização tem políticas formais e informais que norteiam o seu dia a dia, sua forma de trabalhar e toda a sua estrutura, e com a comunicação não poderia ser diferente (Nery, 2010)

Para se ter uma boa comunicação, é necessário, antes de qualquer outra etapa, ter uma política de comunicação estruturada (Legieri, 2018).

E uma política de comunicação estruturada refere-se às normas que irão definir o planejamento, o desenvolvimento e a aplicação no decorrer do processo de comunicação (Legieri, 2018).

De forma mais específica, a política de comunicação é o conjunto formado pelas diretrizes, procedimentos e ações relacionadas às diferentes formas de comunicação organizacional (Nery, 2010)

Uma política sólida de comunicação organizacional é fundamental para integrar os colaboradores, alinhando-os com a cultura da empresa (Interface Comunicação, 2017), além de servir de suporte para o desenvolvimento do plano de comunicação, que deve estar em linha com os objetivos estratégicos da empresa (Nery, 2010).

Nesse contexto, reforço que uma boa política de comunicação organizacional deve conseguir mobilizar os colaboradores para alcançar os objetivos da empresa, sendo que uma política sólida vai ainda além, não só integrando os colaboradores mas também relacionando-os à cultura da empresa (Endeavor Brasil, 2015).

É importante, porém, a clareza de que o desenvolvimento de uma política de comunicação validada por toda a organização é um processo complexo e demorado, que demanda comprometimento e vontade de todos os envolvidos.

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Provavelmente por isso poucas instituições tenham essa política estabelecida (Beltrame; Alperstedt, 2015).

As políticas de comunicação são diferentes dos planos de comunicação basicamente pela sua frequência, pois, enquanto os planos são elaborados periodicamente, indicando objetivos a serem atingidos em um determinado período de tempo, as políticas de comunicação tendem a ser mais duradouras e só revisadas quando existe uma necessidade de mercado (Nery, 2010).

A formalização da política, principalmente para organizações em que todos são responsáveis pela comunicação, é bastante recomendada, assim como a sua elaboração, tendo como base a missão, a visão e os valores da organização. Além disso, toda política deve ter os princípios básicos da organização, como a transparência com o mercado, funcionários e consumidores (Nery, 2010).

Além disso, uma das premissas para a construção de uma política é que ela seja desenvolvida com a participação efetiva dos públicos internos, ou seja, trata-se de uma construção coletiva, de um trabalho em equipe (Beltrame;

Alperstedt, 2015).

Ao construir uma política de comunicação organizacional, a empresa passa por um processo de aprendizado, o que contribui para uma mudança e uma melhoria estratégica, já que as organizações irão explorar e aprender diferentes formas de atuar, abrangendo toda a organização (Beltrame;

Alperstedt, 2015).

Algumas das principais recomendações para a criação de uma política são as seguintes (Beltrame; Alperstedt, 2015):

 Identificar um líder para executar o projeto, capaz de motivar a equipe;

 Escolher um coordenador operacional para auxiliar o líder no projeto;

 Contratar um consultor externo com experiência no assunto;

 Definir um grupo de pessoas da área de comunicação para comandar o processo, oficializando este processo;

 Envolver todos os públicos;

 Buscar um maior envolvimento de todos os gestores da organização;

 Ter clareza de quem são os públicos-alvo;

 Criar canais de comunicação específicos para divulgar os processos e interagir com os públicos;

 Fazer um diagnóstico da organização;

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 Incluir diferentes representantes dos setores;

 Adotar uma construção coletiva;

 Utilizar das tecnologias disponíveis, como fóruns online;

 Promover eventos durante o processo, para que as pessoas troquem ideias;

 Buscar construir a política em um período em que os envolvidos tenham tempo para se dedicar ao projeto;

 Não deixar que disputas políticas influenciem no processo;

 Buscar um conteúdo bastante amplo e abrangente;

 Saber enfrentar os conflitos.

Destaco, então, que é essa política que fortalece o aspecto estratégico da empresa (Nery, 2010), assim reforçando ainda mais a importância dessa ferramenta.

Saiba mais

Leia o artigo disponível no link a seguir e entenda melhor sobre essa ferramenta e sobre as características necessárias para uma empresa desenvolvê-la:

BUENO, W. C. Política de comunicação: só poucas organizações podem ter. RH Portal, 2 set. 2015. Disponível em: <https://www.rhportal.com.br/artigos- rh/poltica-de-comunicao-s-poucas-organizaes-podem-ter/>. Acesso em: 30 jan.

2019.

TEMA 4 – ESTRATÉGIA

A comunicação organizacional ocupa um espaço cada dia mais relevante, tanto em termos acadêmicos quanto em termos corporativos. Isso é resultado de diversos estudos e produção de conhecimento sobre o tema e da crescente demanda do mercado em utilizar as práticas da comunicação. Destaca-se, ainda, que, apesar de a comunicação ser inerente às organizações, ela torna-se cada vez mais uma ferramenta estratégica que auxilia na gestão das empresas (Kunsch, 2016), sendo que a gestão da Comunicação Organizacional pode ajudar a desenvolver estratégias competitivas (Reis, 2016).

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Como ferramenta estratégica, a comunicação organizacional é fundamental para o sucesso das empresas e, exatamente por isso, seu principal objetivo deve ser compartilhar os valores e a cultura da empresa, fazendo com que eles sejam entendidos pelo seu público-alvo interno (por exemplo, os funcionários) e externos (por exemplo, os consumidores) (Interfacecomunicação, 2017).

Neste contexto de enxergar a comunicação organizacional de forma estratégica, as informações transmitidas não podem ser selecionadas de forma aleatória, pois precisam pertencer ao contexto da empresa, fazendo sentido para os seus públicos (Marchiori, 2011).

Enquanto antigamente o foco da transmissão era na mensagem, hoje este ele está muito mais no significado, na informação e no conhecimento (Abbud;

Lima, 2015) e, nesse contexto, a forma como os colaboradores das organizações se comunicam e se relacionam é cada vez mais importante, pois um ambiente favorável influencia diretamente no sucesso das organizações (Interface Comunicação, 2017).

O principal objetivo estratégico da comunicação organizacional é, portanto, traçar planos que guiem a empresa para atingir seus objetivos, já que a estruturação de uma comunicação sólida para os públicos internos e externos se reflete na imagem da marca (Pimentel, 2017).

E como fazer essa comunicação sólida?

Algumas dicas são as seguintes (Pimentel, 2017):

 Fazer o diagnóstico da empresa considerando todas as informações válidas disponíveis;

 Definir objetivos;

 Identificar quem é o público que se busca atingir;

 Mapear os melhores canais para alcançar este público;

 Definir os custos envolvidos e o orçamento disponível;

 Definir o conceito principal da comunicação;

 Gerenciar os resultados alcançados em cada canal.

O plano de comunicação deve, portanto, considerar a estratégia da empresa, sua cultura, missão, visão e valores, assim como também as suas metas e objetivos, já que, por exemplo, se uma das metas for fidelizar clientes,

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a comunicação será uma das principais ferramentas para alcançá-los por meio das ações e divulgações criadas para esta fidelização (Pimentel, 2017).

Uma vez que o sentido da organização não compreende apenas a sua estrutura física, equipamentos e recursos financeiros, entre outros, a comunicação para se tornar estratégica também precisa ir além, não se restringindo apenas a planos e projetos, mas incorporando as pessoas e a sua busca por objetivos claros e específicos (Abbud; Lima, 2015).

Consequência direta desse cenário apresentado, a comunicação vem sendo reconhecida como um dos fatores mais importantes dentro de uma empresa, afinal qualquer ação começa com comunicação, e a falha nesse processo pode causar, por exemplo, mal-estar entre os funcionários e perdas financeiras para as empresas (Azeredo, 2011).

Finalizo, então, destacando que a comunicação organizacional deve ser o elemento de equilíbrio e de transformação dos processos sociais da organização. E, para que isso ocorra, essa comunicação deve trabalhar os diferentes públicos-alvo da organização, possibilitando um equilíbrio nas relações do público interno que repercuta no público externo, o consumidor da organização (Azeredo, 2011).

Saiba mais

Acesse o link a seguir e leia um artigo que traz exemplos de situações em que o funcionário “é o último a saber” e entenda ainda melhor os motivos pelos quais a comunicação é tão fundamental para a estratégia da empresa:

CALDAS, P. A importância da comunicação nas organizações.

Administradores, 15 abr. 2017. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/a-importancia- da-comunicacao-nas-organizacoes/103997/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

TEMA 5 – FUNDAMENTOS TEÓRICOS

Os períodos considerados mais marcantes nas teorias da comunicação organizacional foram entre 1900 e 1970 e de 1970 até os dias de hoje (Scroferneker, S.d.).

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No período entre 1900 e 1970, as teorias a respeito da temática adotaram como base, majoritariamente, a Teoria das relações humanas e a Teoria da gestão organizacional (Scroferneker, S.d.).

Entre os anos 20 e os anos 50, as teorias tinham um foco maior na comunicação empresarial e, até meados da década de 70, tinham uma forte influência das teorias das relações humanas, sendo a comunicação advinda dos altos cargos gerenciais “para baixo” (Abbud; Lima, 2015).

A partir de 1970, começam a ser adotadas as teorias moderna ou empírica, naturalista e crítica (Scroferneker, S.d.).

A Teoria moderna destaca-se pela sua ênfase na medição e no controle, enxergando a organização como algo que pode ser mensurado, e a comunicação como uma ferramenta que permite o alcance dos objetivos organizacionais (Scroferneker, S.d.).

Essa orientação modernista representou uma mudança no que vinha sendo estudado sobre comunicação ao aliar os estudos das habilidades que tornam os indivíduos eficientes na comunicação e em seus trabalhos com os fatores que aumentam a eficiência da comunicação na organização como um todo (Abbud; Lima 2015).

Essa teoria da década de 80 passou a ser utilizada por diversos pesquisadores do assunto pelas suas novas possibilidades de estudar a comunicação organizacional (Abbud; Lima, 2015).

Já a teoria naturalista analisa a organização como resultado da construção social, sendo a comunicação parte integrante dessa organização, como uma condição necessária para a existência dela (Scroferneker, S.d.).

A teoria crítica é a mais recente de todas elas e enxerga a organização como uma batalha entre os conflitos de classes, sendo que a comunicação tem o papel de disfarçar as realidades da organização (Scroferneker, S.d.).

Dessa forma, os estudos que antes tinham um foco na comunicação como mensagem passaram a priorizar as práticas rotineiras centradas no emissor, sendo que, entre a década de 90 e o ano 2000, os estudos sobre essa temática passaram a adotar novos métodos e perspectivas teóricas, buscando adquirir uma forma mais abrangente, que fosse além da informação mas também incorporasse os propósitos da organização (Abbud; Lima, 2015).

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Na Europa, como os estudos da comunicação iniciaram com foco em mídias como o rádio, a comunicação organizacional era vista como um ramo da mídia (Abbud; Lima, 2015).

Já no Brasil, os estudos dessa temática começaram no jornalismo empresarial, com a primeira publicação em 1925, quase 100 anos depois da primeira publicação mundial (Abbud; Lima, 2015).

Na década de 60, com a expansão dos departamentos de relações públicas e das grandes empresas, notou-se a necessidade de aprimoramento da comunicação e, na década de 80, influenciado pelo pensamento de Mumby, a comunicação organizacional passou a ser vista sob a ótica que envolvia as organizações e seus atores, dando espaço para uma abordagem mais ampla e universal da temática – essa teoria revela que existem pessoas nas organizações que brincam, interagem uns com os outros, namoram etc. (Abbud;

Lima, 2015).

Destacam-se entre os principais autores brasileiros dessa temática Kunsch e Torquato, ambos conhecidos pela sua preocupação em ampliar o campo da comunicação organizacional e também defini-la como um importante setor estratégico das organizações (Scroferneker, S.d.).

As teorias da comunicação organizacional que vão além da busca pelos interesses da organização, olhando também com atenção para os interesses dos consumidores, com perspectivas da organização se adequar ao ambiente em que estão inseridas, se tornam, então, cada dia mais presentes na academia e nas empresas (Abbud; Lima, 2015).

Saiba mais

E já que estamos falando da evolução das teorias da comunicação organizacional, leia, no link a seguir, uma reportagem da Revista Exame e conheça um pouco de uma nova ferramenta digital, desenvolvida para melhorar a comunicação nas organizações:

DINO. Solução promete aumentar o alcance da comunicação interna nas empresas. Revista Exame, 19 set. 2017. Disponível em:

<https://exame.abril.com.br/negocios/dino/solucao-promete-aumentar-o- alcance-da-comunicacao-interna-nas-empresas/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

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TROCANDO IDEIAS

Apesar de ainda estarmos no começo de nosso estudo, creio que tenha ficado clara a importância de uma boa comunicação para o sucesso de qualquer empresa.

Esse conceito vem evoluindo há bastante tempo e atualmente é imprescindível para alcançar os públicos internos e externos, por isso é bom começar a se aprofundar na temática, pensando no seguinte: se você tivesse criado uma empresa hoje, no mundo globalizado em que vivemos, quais seriam as suas estratégias de comunicação iniciais?

NA PRÁTICA

Saiba mais

Leia o artigo disponível no link a seguir:

VAZZOLER, E. O custo da falta de comunicação nas empresas. Progic, 2017. Disponível em: <https://endomarketing.tv/falta-de-comunicacao/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

Considerando o que aprendemos em sala de aula, avalie:

1. Que processos podem ser utilizados para reduzir esta falta de comunicação?

2. Quais atividades poderiam ser envolvidas nessa redução?

3. Que outras sugestões e recomendações, com base no que você estudou nesta aula, poderiam ser aplicadas para a empresa não ter custos extras gerados pela falta de comunicação?

FINALIZANDO

Nesta aula, trabalhamos com a origem do conceito de comunicação organizacional, retomando a década de 50 e também a Revolução Industrial, quando tudo começou.

Definimos o que é a comunicação para, em seguida, pensar numa definição de comunicação organizacional, ferramenta estratégica cuja importância foi evidenciada para as organizações principalmente frente ao cenário atual em que vivemos.

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Foi dado destaque também para as diferentes funções e atividades da comunicação organizacional realizadas por diferentes áreas, como a de recursos humanos e pelos processos envolvidos para que a empresa garanta uma comunicação efetiva e eficaz.

Ainda nesta aula, abordamos as políticas envolvidas na comunicação organizacional e também as principais teorias, antigas e da atualidade, sobre essa temática.

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REFERÊNCIAS

ABBUD, M. E. O. P; LIMA, M. D. C. Comunicação organizacional: histórico, conceitos e dimensões. Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação. XIV Congresso de Ciências da Comunicação na Região Norte. Manaus, 28 a 30 maio 2015. Disponível em:

<http://www.portalintercom.org.br/anais/norte2015/resumos/R44-0415-1.pdf>.

Acesso em: 30 jan. 2019.

AZEREDO, T. A. C. O processo de comunicação dentro da empresa.

Administradores, 5 jul. 2011. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/artigos/academico/o-processo-de- comunicacao-dentro-da-empresa/56412/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

BELTRAME, M. M. L. L.; ALPERSTEDT, G. D. Construção de política de comunicação em instituições de educação profissional, científica e tecnológica:

uma proposta com base na experiência do IFSC. Navus – Revista de Gestão e Tecnologia, v. 5, n. 2, 2015. Disponível em:

<http://navus.sc.senac.br/index.php/navus/article/view/224>. Acesso em: 30 jan.

2019.

CHIAVENATO, I. Comportamento organizacional: a dinâmica do sucesso das organizações. 3. ed. São Paulo: Manole, 2014.

ENDEAVOR BRASIL. Comunicação organizacional: um por todos, todos pelos resultados. Endeavor Brasil, 8 jul. 2015. Disponível em:

<https://endeavor.org.br/pessoas/comunicacao-organizacional/>. Acesso em; 30 jan. 2019.

GOULART, F. Funções da comunicação organizacional. RH Portal, 2 set. 2015.

Disponível em: <https://www.rhportal.com.br/artigos-rh/funes-da-comunicao- organizacional/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

INTERFACECOMUNICAÇÃO – Comunicação Empresarial. Comunicação empresarial e comunicação organizacional: entenda as diferenças.

Interfacecomunicação, 21 jun. 2017. Disponível em:

<https://interfacecomunicacao.com.br/comunicacao-empresarial-e-

comunicacao-organizacional-entenda-as-diferencas/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

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KUNSCH, M. M. K. Comunicação organizacional estratégica: aportes, conceituais e aplicados. Summus, 2016.

LEGIERI, D. Comunicação organizacional: a importância de uma boa comunicação interna. Intelligenza, 2018. Disponível em:

<https://www.intelligenzait.com/portal/comunicacao-organizacional-a-

importancia-de-uma-boa-comunicacao-interna/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

MARCHIORI, M. Cultura e comunicação organizacional: um olhar estratégico sobre as organizações. 2. ed. São Caetano: Difusão, 2011.

NERY, M. Políticas de comunicação organizacional. Voz da comunicação, 13

jul. 2010. Disponível em:

<http://vozdacomunicacao.blogspot.com/2010/07/politicas-de-comunicacao- organizacional.html>. Acesso em: 30 jan. 2019.

PIMENTEL, M. O. Em pauta: manual prático da comunicação organizacional.

Curitiba: InterSaberes, 2017.

REIS, K. Comunicação organizacional: desafios para deixá-la mais fluída.

Cultura Colaborativa, 19 jul. 2016. Disponível em:

<https://culturacolaborativa.socialbase.com.br/comunicacao-organizacional- desafios/>. Acesso em: 30 jan. 2019.

SCROFERNEKER, C. M. A. Perspectivas teóricas da comunicação organizacional. Boletín Temático Alaic, S.d. Disponível em:

<http://www.eca.usp.br/associa/alaic/boletin11/cleusa1.htm>. Acesso em: 30 jan. 2019.

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