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Aula 00. Estatuto dos Servidores do MP-PB (todos os cargos) Professor: Herbert Almeida DEMO

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Estatuto dos Servidores do MP-PB (todos os cargos)

Professor: Herbert Almeida

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AULA 0: Lei 10.432/2015

Sumário

REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO QUADRO DE SERVIÇOS AUXILIARES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO

ESTADO DA PARAÍBA ... 4

INTRODUÇÃO ... 4

DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ... 5

QUADRO DE PESSOAL ... 6

CONCURSO PÚBLICO ... 8

PROVIMENTO ... 9

POSSE ... 22

EXERCÍCIO ... 23

ESTÁGIO PROBATÓRIO ... 24

DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA ... 27

CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PROFISSIONAL ... 30

SISTEMA DE AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PROFISSIONAL ... 31

VACÂNCIA ... 31

DESLOCAMENTO ... 34

QUESTÕES FCC ... 44

QUESTÕES COMENTADAS NA AULA ... 49

GABARITO ... 52

REFERÊNCIAS ... 52

Olá concurseiros e concurseiras.

É com muita satisfação que estamos lançando o curso de Legislação Específica aplicada ao Ministério Público da Paraíba - Lei nº 10.432, de 20 de janeiro de 2015 (Estatuto dos Servidores do Ministério Público do Estado da Paraíba) para todos os cargos (Analista e Técnico) do Ministério Público da Paraíba – MP/PB. O nosso curso terá como foco as questões da Fundação Carlos Chagas - FCC.

De imediato, vejamos as características deste material:

todos os itens do edital serão abordados de forma completa, sem perda da objetividade;

 grande quantidade de questões comentadas;

 referências atualizadas, com ampla pesquisa na doutrina e jurisprudência recente;

 contato direto com o professor através do fórum de dúvidas.

Caso ainda não me conheçam, meu nome é Herbert Almeida, sou Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo aprovado em 1º lugar no concurso para o cargo. Além disso, obtive

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o 1º lugar no concurso de Analista Administrativo do TRT/23º Região/2011.

Meu primeiro contato com a Administração Pública ocorreu através das Forças Armadas. Durante sete anos, fui militar do Exército Brasileiro, exercendo atividades de administração como Gestor Financeiro, Pregoeiro, Responsável pela Conformidade de Registros de Gestão e Chefe de Seção.

Sou professor do Tecconcursos das disciplinas de Administração Geral e Pública, Administração Financeira e Orçamentária e, aqui no Estratégia Concursos, também de Direito Administrativo.

Além disso, no Tribunal de Contas, participo de atividades relacionadas com o Direito Administrativo.

Ademais, os concursos públicos em que fui aprovado exigiram diversos conhecimentos, inclusive sobre Direito Administrativo. Ao longo de meus estudos, resolvi diversas questões, aprendendo a forma como cada organizadora aborda os temas previstos no edital. Assim, pretendo passar esses conhecimentos para encurtar o seu caminho em busca de seu objetivo. Então, de agora em diante, vamos firmar uma parceria que levará você à aprovação no concurso público para o MP/PB.

O edital do concurso trouxe o seguinte conteúdo para a nossa disciplina:

LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA APLICADA AO MINISTÉRIO PÚBLICO DA PARAÍBA:

Lei Complementar nº 97/2010, e alterações posteriores (Lei Orgânica do Ministério Público da Paraíba)1. Lei nº 10.432, de 20 de janeiro de 2015 e alterações posteriores (Dispõe sobre o regime jurídico, os cargos, a carreira e a remuneração dos servidores públicos do Quadro de Serviços Auxiliares do Ministério Público do Estado da Paraíba).

Para maximizar o seu aprendizado, nosso curso estará estruturado em três aulas, sendo esta aula demonstrativa e outras duas, vejamos o cronograma:

AULA CONTEÚDO DATA

Aula 0

Lei nº 10.432, de 20 de janeiro de 2015 e alterações posteriores (Dispõe sobre o regime jurídico, os cargos, a carreira e a remuneração dos servidores públicos do Quadro de Serviços Auxiliares do Ministério Público do Estado da Paraíba) Capítulos I a VIII

Disponível

Aula 1 Lei nº 10.432, de 20 de janeiro de 2015 e alterações posteriores Capítulos IX a XI

01/06

1áàL àC à à à à à à à L àO à àMP-PB à à à à àP à

Paulo Guimarães.

Você encontrará o curso no seguinte endereço: https://www.estrategiaconcursos.com.br/curso/lei-organica-do- mp-pb-todos-os-cargos-6873/

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Aula 2 Lei nº 10.432, de 20 de janeiro de 2015 e alterações posteriores

Capítulos XII e XIII

15/06

Vamos fazer uma observação importante! Ao longo da aula, vamos colocar questões de verdadeiro ou falso do Cespe, tendo em vista que o tipo de assertiva desta banca, além de elevado nível, facilita a contextualização com os assuntos intermediários da aula (enquanto o assunto ainda está

fresco na cabeça”). Ao final da aula, após apresentar toda a teoria, vamos trabalhar com questões da FCC e, de forma complementar, com questões de múltipla escolha de outras bancas, quando necessário.

Atenção! Este curso é composto somente por aulas em PDF. Não teremos vídeoaulas para a disciplina de direito administrativo.

Sem mais delongas, espero que gostem do material e vamos ao nosso curso.

Obs.: esta aula, por ser demonstrativa, será mais curta e terá menos questões que as outras aulas do curso.

Observação importante: este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências.

Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-)

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REGIME DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO QUADRO DE SERVIÇOS AUXILIARES DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DA PARAÍBA

Introdução

Os servidores que ocupam os cargos no Ministério Público da Paraíba são servidores públicos estatutários, ou seja, possuem um vínculo com o Estado regulado por uma lei que estabelece um regime de direito público com a Administração. Essa lei normalmente é denominada de “Estatuto dos Servidores Públicos”, daí que surge o nome de “servidores públicos estatutários”.

Nesse contexto, vale dizer que a Constituição Federal de 1988, com a redação atualmente em vigor, exige que cada ente da Federação possua um regime jurídico único para os servidores da administração pública direta, autárquica e fundacional. Dessa forma, deve existir uma lei que estabeleça as regras básicas da relação entre os servidores públicos e a Administração Pública Estadual.

No estado da Paraíba, o regime jurídico único dos servidores públicos da administração pública direta, autárquica e fundacional consta na Lei Complementar Estadual 58/2003. Assim, a regra seria que todos os servidores públicos do estado da Paraíba deveriam se submeter ao regime previsto na Lei Complementar Estadual 58/2003.

Contudo, no dia 20 de janeiro de 2015, foi promulgada a Lei Estadual 10.432/2015, que dispõe sobre o regime jurídico, os cargos, a carreira e a remuneração dos servidores públicos do Quadro de Serviços Auxiliares do Ministério Público do estado da Paraíba.

Nessa situação, surgem as seguintes perguntas: a Lei 10.432/2015 excluiria a aplicação da Lei Complementar 58/2003? E se a resposta for positiva, como isso seria possível, tendo em vista que a Constituição Federal exige a aplicação de um regime jurídico único para os servidores públicos da administração direta, autárquica e fundacional?

Levando em consideração o que expomos acima, só poderíamos concluir que a Lei Estadual 10.432/2015 não exclui a aplicação da Lei Complementar 58/2003. Nesse sentido, o art. 221 daquela Lei dispõe que se aplica aos servidores do Ministério Público da Paraíba, subsidiariamente, o Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado da Paraíba.

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Ainda assim, seria muito contestável o conteúdo da Lei Estadual 10.432/2015, uma vez que ela apresentou regras que vão muito além de um simples plano de carreira, adentrando em detalhes que deveriam constar no regime jurídico único e não em uma lei própria para determinado grupo de cargos ou carreiras.

Porém, essas considerações servem apenas para que possamos entender melhor o papel da Lei Estadual 10.432/2015 e em que contexto ela se insere. Contudo, para fins de prova, não nos interessa o conteúdo da Lei Complementar 58/2003, nem tampouco cabe discutir se a Lei Estadual 10.432/2015 poderia ou não dispor sobre determinadas questões. Todo esse assunto é irrelevante para a nossa prova. O que nos interessa é que a Lei Estadual 10.432/2015 é uma norma totalmente atualizada, que incorporou diversas disposições jurisprudenciais, fato que vai nos facilitar em muito o seu estudo.

Assim, devemos entender que a Lei Estadual 10.432/2015 dispõe sobre o regime jurídico, os cargos, a carreira e a remuneração dos servidores públicos do Quadro de Serviços Auxiliares do Ministério Público do estado da Paraíba; enquanto a Lei Complementar 58/2003 será aplicável de forma subsidiária, ou seja, apenas nas situações em que a Lei Estadual 10.432/2015 for omissa.

Agora, vamos efetivamente começar a estudar a Lei.

Disposições preliminares

Conforme vimos acima, o regime jurídico e a carreira dos servidores do Quadro de Pessoal do Ministério Público da Paraíba passa a ser regido pela Lei Estadual 10.432/20152.

O Estatuto fundamenta-se nos seguintes princípios e diretrizes:

a) qualidade e eficiência dos serviços prestados pelo Ministério Público da Paraíba;

b) valorização do servidor;

c) qualificação profissional;

d) desenvolvimento na carreira, mediante sistema de avaliação de desempenho;

2á à à à à à à à à à à àL àE à à à à L à

à à à E à à“ à àM àP à à à à E

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e) remuneração compatível com a natureza da função, o grau de responsabilidade, a complexidade dos cargos componentes da carreira, bem como a qualificação do ocupante;

f) participação do servidor através dos órgãos de Apoio Administrativo, objetivando formular e implementar as diretrizes do Plano Estratégico Institucional, como forma de assegurar a modernização dos cargos e o necessário equilíbrio dos vencimentos.

Dessa forma, podemos ver a importância que se dá ao servidor, que poderá até mesmo participar da formulação e implementação das diretrizes do Plano Estratégico Institucional. Com efeito, o plano fundamenta-se na valorização do servidor, que deverá receber uma remuneração compatível com a complexidade do cargo e da qualificação do ocupante.

Nessa linha, o art. 2º proíbe a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

Quadro de pessoal

O Quadro de Pessoal dos Serviços Auxiliares do Ministério Público da Paraíba e suas respectivas atribuições é composto pelas carreiras, constituídas pelos cargos de provimento efetivo e comissionado constantes do Anexo I do Estatuto (art. 3º).

O cargo de provimento efetivo é aquele tipo de cargo ocupado por servidor público que obteve aprovação em concurso público e que, após serem preenchidos os requisitos legais, poderá obter a estabilidade.

Por outro lado, o cargo de provimento comissionado é aquele de livre nomeação e exoneração, que se destina unicamente às atribuições de direção, chefia e assessoramento. Assim, as pessoas que ocupam os cargos de provimento em comissão são nomeadas ou exoneradas livremente pela autoridade competente.

A regra é que qualquer pessoa possa ser nomeada para o cargo em comissão, salvo nos casos em que o cargo exija algum requisito específico, como por exemplo uma formação em direto. Além disso, a Constituição Federal dispõe que deve existir um percentual mínimo de cargos em comissão que devem ser ocupados exclusivamente por servidores de carreira3. Seria o caso, por exemplo, de a lei estabelecer que um número X

3CF à à àV à as funções de confiança, exercidas exclusivamente por servidores ocupantes de cargo efetivo, e os cargos em comissão, a serem preenchidos por servidores de carreira nos casos, condições e percentuais mínimos previstos em lei, destinam-se apenas às atribuições de direção, chefia e assessoramento

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de cargos em comissão deverá ser ocupado por Analistas e Técnicas Ministeriais.

Tirando essas exceções, o fato é que a maioria dos ocupantes de cargos em comissão são escolhidos livremente, às vezes sem qualquer critério objetivo. Por esse motivo, é muito comum esses cargos serem utilizados indevidamente para “empregar” pessoas da família de autoridades, em flagrante ofensa aos princípios constitucionais da impessoalidade e da moralidade.

Contudo, no âmbito do Ministério Público do Estado da Paraíba, é vedada a nomeação ou designação, para cargo em comissão, de cônjuge, companheiro(a), parente ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º (terceiro) grau, inclusive, dos respectivos membros e servidores.

Essa vedação não se aplica, porém, se servidor for ocupante de cargo de provimento efetivo da Carreira dos Servidores do Ministério Público da Paraíba, caso em que a vedação é restrita à nomeação ou designação para o exercício perante o membro ou servidor determinante da incompatibilidade, situação que também se aplica à função de confiança (art. 6º).

Vamos explicar por partes!

Inicialmente, o art. 6º veda a nomeação ou designação, para cargo em comissão, de cônjuge, companheiro(a), parente ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º (terceiro) grau, inclusive, dos respectivos membros e servidores.

Na sequência, o mesmo artigo dispõe que essa vedação não se aplica quando o servidor for ocupante de cargo de provimento efetivo de carreira dos servidores do MP-PB. Seria o caso, por exemplo, de um servidor efetivo ocupante do cargo de Analista Ministerial que possui como cônjuge uma servidora ocupante do mesmo cargo. Nessa situação, é possível que um dos dois (ou até mesmo os dois) seja nomeado para ocupar o cargo em comissão no MP.

Porém, essa nomeação não poderá ocorrer se o cargo em comissão for para exercício perante membro ou outro servidor que seja cônjuge, companheiro(a), parente ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º (terceiro) grau. Por exemplo: uma servidora ocupante do cargo de Analista Ministerial não poderia ser nomeada para ocupar um cargo em comissão no gabinete de um Promotor que seja o seu marido.

Por fim, o trecho final do art. 6º estabelece que essa última vedação também se aplica às designações para função de confiança. Nesse

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contexto, devemos saber que as funções de confiança são destinadas exclusivamente aos servidores ocupantes de cargo efetivo. Não se trata de um “cargo”, mas apenas de uma “função”, ou seja, de um conjunto de atribuições. Por exemplo, um Analista Ministerial pode ser designado, pelo Procurador-Geral de Justiça, para exercer a função de “Apoio à Licitação”, recebendo para isso uma função gratificada. Nesse caso, ele permanece ocupando o cargo de Analista Ministerial, mas também desempenhará a função de “Apoio à Licitação”.

Assim, o entendimento para a função de confiança é o mesmo aplicável ao servidor efetivo nomeado para cargo em comissão, ou seja, é possível designar o servidor mesmo que ele seja cônjuge, companheiro(a), parente ou afim, em linha reta ou colateral, até o 3º (terceiro) grau, salvo se as atribuições forem desempenhadas perante o membro ou servidor determinante da incompatibilidade. Por exemplo, um servidor ocupante do cargo de Técnico Ministerial não poderá ser designado para exercer uma função de confiança no gabinete de uma Promotora que seja sua esposa.

Por fim, conforme consta acima, o Anexo I possui a relação dos cargos e respetivas atribuições. Entendemos ser dispensável estudar tal Anexo detalhadamente, mas recomendamos que o aluno leia as atribuições do cargo para o qual está prestando o concurso4.

Concurso público

As regras sobre concurso público guardam muita relação com o que dispõe a Constituição Federal. O concurso possui, basicamente, dupla finalidade. A primeira é a de selecionar os melhores candidatos para o preenchimento da vaga, conforme nível de conhecimento demonstrado na avaliação. A outra finalidade é garantir a todas as pessoas que atendem aos requisitos do cargo o direito de concorrer à vaga.

Assim, o concurso poderá ser de provas ou de provas e títulos, podendo o Ministério Público do Estado da Paraíba incluir, como etapa do concurso público, um programa de formação de caráter eliminatório, classificatório ou eliminatório e classificatório (art. 7º).

4 A Lei Estadual 10.432/2015, atualizada pela Lei Estadual 10.448/2015, está disponível no site da Assembleia

L à àP à à à L àE à à à à à àP à àá à

http://www.al.pb.gov.br/leis-estaduais

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Provimento

Disposições preliminares

De acordo com a Lei 10.432/2015, são requisitos básicos para o ingresso no Ministério Público (art. 8º):

a) para o cargo de Analista Ministerial, diploma de conclusão de curso superior, em nível de graduação, com habilitação legal específica, se for o caso;

b) para os cargos de Técnico Ministerial, diploma de conclusão de ensino médio, ou de habilitação legal de igual nível, quando se tratar de atividade profissional regulamentada;

c) para os cargos de Técnico Ministerial – Diligência e Apoio Administrativo, diploma de conclusão de ensino médio e demais habilitações legais pertinentes.

Além dos requisitos previstos neste artigo, poderá ser exigida formação especializada, experiência e registro profissional dispostos em lei (art. 8º, parágrafo único). Esse ponto merece ser destacado. Os concursos públicos devem permitir a maior competição possível, exigindo-se como requisitos apenas aqueles essenciais para o desempenho das atribuições do cargo.

Contudo, qualquer exigência diferenciada deverá ser feita em lei, não se podendo utilizar atos infralegais para criar condições para acesso aos cargos públicos.

Por conseguinte, não se admite que atos administrativos venham a estabelecer restrições. Nesse sentido, a Súmula 14 do STF estabelece que

Não é admissível, por ato administrativo, restringir, em razão da idade, inscrição em concurso para cargo público”. Na mesma linha, a Súmula 686, também do STF, dispõe que “Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo público”.

Por exemplo, se determinado cargo exigir que o candidato possua curso superior para a investidura, sem definir área de formação, não poderá o edital restringir o acesso somente aos formados em direito. Isso porque tal requisito deverá constar em lei.

Também não pode, por exemplo, limitar a idade ou a altura simplesmente por regra no edital do concurso, uma vez que tal exigência deverá estar amparada em lei.

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A Lei 10.432/2015 também assegura às pessoas portadoras de deficiência o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo, das carreiras de Servidores do Ministério Público da Paraíba, cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras.

Com efeito, devem ser reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso para pessoas portadoras de necessidades especiais.

Formas de provimento

Segundo Hely Lopes Meirelles5, provimento é o ato pelo qual se efetua o preenchimento do cargo público, com a designação de seu titular.

Assim, a Lei 10.432/2015 estabelece seis hipóteses de provimento, vejamos:

a) nomeação;

b) readaptação;

c) reversão;

d) aproveitamento;

e) reintegração;

f) recondução.

Provimento originário e provimento derivado

As formas de provimento apresentadas acima dividem-se em provimento originário e provimento derivado.

O provimento originário é o que se faz através da nomeação, constituindo o preenchimento inicial do cargo sem que haja qualquer vínculo anterior com a administração. Quando se tratar de provimento em cargos efetivos, o provimento originário dependerá sempre de prévia aprovação em concurso público.

A nomeação é a única forma de provimento originário.

Todos os demais tipos constituem hipóteses de provimento derivado, uma vez que pressupõem a existência de prévio vínculo com a Administração. Vale dizer, no provimento derivado, há uma modificação na

5 Meirelles, 2013, p. 482.

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situação de serviço da pessoa provida, que já possuía um vínculo anterior com o poder público.

Por exemplo, a reintegração é forma de provimento derivado, prevista no art. 41, §2º, da CF, em que o servidor estável é reintegrado ao serviço público em decorrência de invalidação de sua demissão. Nesse caso, o servidor estável foi reintegrado ao serviço público, ou seja, já existia uma prévia relação com o poder público, procedendo-se apenas a invalidação de sua demissão, com consequente reintegração.

Dessa forma, podemos mencionar que são formas de provimento derivado previstas na Lei 10.432/2015 readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução.

Das formas de provimento derivado, a reintegração, o aproveitamento e a recondução possuem previsão expressa no texto constitucional (CF, art. 41, §§2º e 3º). Portanto, possuem respaldo diretamente na Constituição da República, motivo pelo qual não podem ser consideradas ilegítimas.

É importante frisar isso, pois, ao “pé-da-letra”, o aproveitamento permite o reingresso do servidor em carreira distinta daquela em que ele foi originariamente provido. O aproveitamento ocorre quando um servidor é reintegrado e, por consequência, eventual servidor que passou a ocupar o seu cargo precisa ser reconduzido ao cargo de origem ou, se não houver vaga, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade (CF, art.

41, §2º).

Nessa linha, podemos mencionar o conteúdo da Súmula 685 do STF, que estabelece que “É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido6. Assim, a redação da Súmula 685 do STF deve ser analisada com uma certa ressalva, uma vez que existe, no próprio texto constitucional, forma de provimento em cargo distinto ao qual o servidor prestou concurso público.

6á à à à“ à à em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido , a interpretação que costuma ser dada à redação é que são inconstitucionais formas de provimento em cargo distinto ao qual o servidor prestou o concurso público, existindo, porém, algumas ressalvas, conforme discutiremos ao longo da aula.

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Além disso, a Lei 10.432/2015 apresenta outras formas de provimento derivado, mas que não constam expressamente na Constituição da República. Trata-se da readaptação e da reversão.

A readaptação é a forma de provimento derivado aplicável nas situações em que o servidor tenha sofrido alguma limitação em sua capacidade física ou mental. Nesse caso, o servidor será readaptado para um cargo com atribuições e responsabilidades compatíveis com a sua limitação. Portanto, percebe-se que também é uma situação de provimento em cargo distinto daquele em que foi aprovado em concurso e que estava provido inicialmente.

Nesse caso, a readaptação é outra situação aparentemente conflitante com a Súmula 685 do STF, contudo nunca foi declarada inconstitucional pelo Pretório Excelso. Percebe-se, portanto, que devemos ter uma visão limitativa da Súmula 685. O que se quer vedar são formas injustificadas de provimento em cargo distinto ao que o servidor prestou o concurso. Por exemplo, o servidor foi aprovado para um cargo de técnico e, anos depois, ascende a cargo de analista. Nesse caso, o servidor passou a ocupar cargo de carreira distinta, com escolaridade e atribuições diferentes, sem prestação de concurso público, situação inconstitucional no entendimento do Supremo Tribunal Federal.

O fato é que, atualmente, podemos observar uma forma de provimento originário (nomeação) e cinco formas de provimento derivado (readaptação, reversão, aproveitamento, reintegração e recondução), conforme iremos discutir abaixo.

Nomeação (provimento originário)

A nomeação é a única forma de provimento originário admitida em nosso ordenamento jurídico, podendo dar-se para provimento de cargo efetivo ou em comissão. Na primeira situação (cargo efetivo), a nomeação dependerá de prévia aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos. Já quando for para provimento de cargo em comissão, não depende de aprovação em concurso, uma vez que se trata de cargo de livre nomeação ou exoneração.

Vale destacar que como forma de provimento originário, a nomeação independe de prévio vínculo com a Administração. Na verdade, em regra, o nomeado não possui nenhum vínculo com o Poder Público antes de sua nomeação.

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Entretanto, existirão situações em que a pessoa já ocupará algum cargo, de provimento efetivo ou em comissão, mas isso não muda a natureza de provimento originário da nomeação. Isso porque a nova nomeação não possui nenhuma relação com o vínculo anterior. Vejamos dois exemplos para deixar as coisas mais claras.

Pedro é servidor comissionado, ocupante do cargo de assistente no gabinete de um Ministro X no Tribunal de Contas. Posteriormente, Pedro veio a ser nomeado para ocupar o cargo de chefe de gabinete do Ministro Y, no Supremo Tribunal Federal. Nesse caso, a nomeação continua sendo provimento originário, pois o provimento no novo cargo não possui relação com o anterior (qualquer pessoa poderia ter sido nomeada para o segundo cargo). Dessa forma, mesmo já sendo agente público, Pedro terá um novo provimento originário quando for nomeado para o outro cargo.

Vamos ao segundo exemplo. Lúcio é servidor efetivo no Tribunal Regional do Trabalho, ocupando cargo de técnico administrativo para o qual foi aprovado por meio de concurso público. Alguns anos depois, Lúcio concluiu seu curso superior e prestou concurso para cargo de analista no mesmo órgão. Obtendo a aprovação, foi nomeado para ocupar o cargo.

Nessa situação, mesmo já sendo servidor efetivo, Lúcio terá novo provimento originário, pois novamente a nomeação no segundo cargo não possui nenhuma relação com o cargo anterior. Mesmo que Lúcio não fosse servidor, poderia ter prestado o concurso e, depois, ser nomeado para o cargo.

Dessa forma, independentemente se a pessoa possui vínculo anterior ou não, a nomeação é forma de provimento originário, justamente por independer de qualquer vínculo prévio com o Poder Público.

Com efeito, a nomeação é o ato administrativo unilateral, pois é a manifestação de vontade unicamente da autoridade administrativa competente. Dessa forma, a nomeação não gera nenhuma obrigação para o candidato nomeado, representando somente o direito subjetivo à posse, por meio da qual será formalizado o vínculo funcional com a administração pública.

Portanto, o candidato nomeado não possui obrigação de ocupar o cargo, mas apenas o direito a formalizar seu vínculo funcional por meio da posse. Não desejando ocupar o cargo, não ocorrerá nenhuma penalidade ao candidato, pois não lhe há obrigação de tomar posse.

Além disso, um ponto muito interessante a se discutir é sobre o direito do candidato aprovado em concurso público de ser nomeado.

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Há poucos anos, a nomeação era tratada como ato administrativo discricionário, na qual a autoridade competente, por meio de seu juízo de conveniência e oportunidade, poderia decidir se nomeava ou não o candidato aprovado em concurso público.

Todavia, nos últimos anos, esse entendimento sofreu importantes modificações. Atualmente, é firme o entendimento de que o candidato aprovado em concurso público, dentro do número de vagas previstas no edital, possui direito subjetivo à nomeação.

Nessa linha, o Supremo Tribunal Federal entende que a regra é a nomeação do candidato aprovado dentro das vagas previstas em edital, afastando-se tal dever apenas em situações excepcionalíssimas, que justifiquem soluções diferenciadas, devidamente motivadas de acordo com o interesse público. Assim, para justificar o excepcionalíssimo não cumprimento do dever de nomeação por parte da Administração Pública, é necessário que a situação justificadora seja dotada das seguintes características7:

a) superveniência: os eventuais fatos ensejadores de uma situação excepcional devem ser necessariamente posteriores à publicação do edital do certame público;

b) imprevisibilidade: a situação deve ser determinada por circunstâncias extraordinárias, imprevisíveis à época da publicação do edital;

c) gravidade: os acontecimentos extraordinários e imprevisíveis devem ser extremamente graves, implicando onerosidade excessiva, dificuldade ou mesmo impossibilidade de cumprimento efetivo das regras do edital;

d) necessidade: a solução drástica e excepcional de não cumprimento do dever de nomeação deve ser extremamente necessária, de forma que a Administração somente pode adotar tal medida quando absolutamente não existirem outros meios menos gravosos para lidar com a situação excepcional e imprevisível.

Por outro lado, no caso de candidato aprovado fora do número de vagas, o tema não se encontra consolidado na jurisprudência. No STF, temos dois julgamentos com conclusões totalmente opostas. Nessa linha, a 2ª Turma do STF entendeu que o direito à nomeação também se estende ao candidato aprovado fora do número de vagas previstas no edital, desde que surjam novas vagas no prazo de validade do concurso8. Em sentido inverso, a 1ª Turma do STF decidiu que a criação de novas vagas durante

7 RE 598099/MS.

8 ARE 790.897-AgR (Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 7/3/2014).

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o prazo de validade de concurso não gera, automaticamente, direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas do edital, salvo se comprovados arbítrios ou preterições9.

Portanto, tal tema é controverso no Supremo Tribunal Federal, sendo que o caso deverá ser solucionado apenas no julgamento do RE 837.311/PI, em que o Plenário deverá firmar o seu entendimento com repercussão geral10.

Readaptação

A readaptação é forma de provimento derivado constante no art. 29 da Lei 10.432/2015, representando a investidura do servidor em cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua capacidade física ou mental verificada em inspeção médica.

Assim, na readaptação, o servidor público estava investido em determinado cargo, mas posteriormente veio a sofrer alguma limitação em sua capacidade física ou mental, devidamente verificada em inspeção médica. Nesse caso, o servidor será investido em outro cargo, que possua compatibilidade com a sua limitação.

Ademais, a readaptação deve ser efetivada em cargo de atribuições afins, respeitada a habilitação exigida, nível de escolaridade e equivalência de vencimentos. Com efeito, o servidor tem direito à readaptação ainda que não exista cargo vago, hipótese em que exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga (art. 29, §2º).

Percebe-se, portanto, que na readaptação o servidor passará a ocupar cargo semelhante ao que ocupava anteriormente, sendo-lhe assegurada a equivalência em seus vencimentos. Assim, o agente público não ocupará cargo superior nem inferior, mas apenas será investido em cargo compatível com sua limitação. Trata-se de uma forma de evitar a aposentadoria de um servidor, em situação na qual ele simplesmente poderia ser readaptado, alternativa muito mais vantajosa para o interesse público.

Porém, se o servidor público for julgado incapaz, ou seja, quando sofrer uma limitação permanente em que não poderá ser readaptado, ele será aposentado (art. 29, §1º).

9 ARE 757.978-AgR (Rel. Min. Luiz Fux, DJe 7/4/2014),

10 RE 837.311/PI. Para maior aprofundamento sobre o tema, sugiro a leitura do seguinte artigo que publiquei no site do Estratégia Concursos: Candidato aprovado fora do número de vagas tem direito à nomeação?

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Reversão

A reversão é forma de provimento derivado, constante no art. 30 da Lei 10.432/2015, consistindo no retorno à atividade de servidor aposentado.

Existem duas modalidades de reversão no Estatuto dos Servidores do Ministério Público da Paraíba:

a) reversão de ofício: quando junta médica oficial declarar que deixaram de existir os motivos que levaram à aposentadoria por invalidez permanente;

b) reversão a pedido: aplicável ao servidor estável que se aposentou voluntariamente e, após isso, solicitou a reversão de sua aposentadoria.

No caso da reversão de ofício, prevista no inc. I do art 30, o entendimento é muito simples. Inicialmente, o servidor foi aposentado por invalidez permanente, mas após inspeção por junta médica oficial constatou-se que os motivos que levaram à aposentadoria não subsistem mais. Dessa forma, trata-se de situação vinculada para o servidor e para a Administração, pois inexistindo as causas da aposentadoria por invalidez deverá ele retornar à ativa. Com efeito, independe, para fins de reversão de ofício, se o servidor era estável ou o cargo está ocupado ou não. Caso o cargo já esteja provido (ocupado), o servidor exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga (art. 30, §3º).

Por outro lado, na reversão a pedido, denominada pela Lei 10.432/2015 de reversão “no interesse da administração”, o servidor que se aposentou voluntariamente faz o pedido para retornar à ativa. Com efeito, a reversão a pedido depende dos seguintes requisitos (art. 30, II):

a) tenha o servidor solicitado a reversão;

b) a aposentadoria tenha sido voluntária;

c) o servidor era estável quando na atividade;

d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação;

e) haja cargo vago.

Percebe-se, portanto, que nesse caso a decisão administrativa é discricionária, ou seja, poderá ser deferido o pedido ou não. Além disso,

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a reversão a pedido só poderá ocorrer se o cargo estiver vago, aplicando- se unicamente ao servidor estável quando se aposentou.

Nos dois casos, o servidor retornará ao mesmo cargo que ocupava antes da aposentadoria ou no cargo resultante de sua transformação (art.

30, §1º). Além disso, o novo tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para concessão da aposentadoria (art. 30, §2º). No entanto, no caso de a reversão ter ocorrido no interesse da administração (a pedido), o recálculo dos proventos da aposentadoria só ocorrerá se o servidor permanecer pelo menos cinco anos no cargo após a reversão (art.

30, §5º).

Outro ponto que precisa ser mencionado é que o servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à aposentadoria.

Por fim, acrescenta-se que a Lei 10.432/2015 veda a reversão, em qualquer dos casos, para o servidor que já tiver completado 70 (setenta) anos de idade, uma vez que, nesse caso, ele já teria ultrapassado o limite para a aposentadoria compulsória (CF, art. 40, §1º, II11).

Aproveitamento

O aproveitamento é forma de provimento derivado com previsão expressa na Constituição Federal (art. 41, §3º).

Dispõe o art. 41, §3º, da Constituição Federal que, uma vez extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade, o servidor estável que o ocupava ficará em disponibilidade, com remuneração proporcional ao tempo de serviço, até seu adequado aproveitamento em outro cargo.

Assim, o aproveitamento é o retorno à atividade do servidor que estava em disponibilidade, devendo ocorrer em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Devemos observar que quando for extinto o cargo público, o servidor estável não poderá ser demitido. Por isso que a Constituição lhe assegura

11 Art. 40. [...] § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: [...] II - compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 88, de 2015)

* Obs.: Devemos lemb à à à à à à à à à àII à àCF à à à à à

Portanto, a idade da aposentadoria compulsória permanece aos 70 anos.

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o direito à disponibilidade, isto é, o direito a ficar sem exercer suas funções temporariamente, mantendo-se o vínculo com a Administração e assegurando-lhe o direito a receber remuneração proporcional ao tempo de serviço, até que seja adequadamente aproveitado em outro cargo. Dessa forma, podemos perceber que o aproveitamento aplica-se exclusivamente ao servidor estável.

Ademais, o aproveitamento é vinculado para o agente público e para a Administração. Nessa linha, se houver vaga, o poder público se obriga a realizar o aproveitamento, da mesma forma como o servidor posto em disponibilidade é obrigado a entrar em exercício. Assim, dispõe o art. 37 da Lei 10.432/2015 que será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo legal12, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

Com efeito, a cassação de disponibilidade é uma penalidade administrativa, na forma do art. 147, IV, confirmando o caráter obrigatório para o servidor público.

Reintegração

A reintegração também é forma de provimento derivado, constando expressamente no art. 41, §2º, da Constituição Federal, e no art. 33 da Lei 10.432/2015.

Nesse contexto, a reintegração ocorrerá quando for invalidada a demissão, por decisão judicial ou administrativa, do servidor público. Em tal situação, o servidor retornará ao cargo de origem, ou ao cargo decorrente de sua transformação, devendo ser ressarcido de todas as vantagens a que teria direito.

Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, até o seu aproveitamento (Lei 10.432/2015, art. 33, §1º).

Além disso, encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será reconduzido ao cargo de origem, sem direito à indenização, ou aproveitado em outro cargo, ou, ainda, posto em disponibilidade (art. 33,

§2º).

Devemos observar ainda que tanto o texto constitucional quanto a Lei 10.432/2015 dispõem que a reintegração se aplica ao servidor estável.

Todavia, é inadmissível cogitar que o servidor não estável possa ser

12 A Lei 8.112/1990 não fixa o prazo para que o servidor em disponibilidade entre em exercício quando ocorrer o seu aproveitamento.

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demitido e, posteriormente, sendo reconhecida a invalidade de sua demissão, ele não possa retornar ao servido público.

Com efeito, a anulação dos atos administrativos provoca efeitos retroativos (ex tunc), ou seja, desde a origem. Dessa forma, reconhecendo- se a ilegalidade da demissão do servidor público, obviamente que ele retornará ao serviço ativo, seja ele estável ou não.

Nesse contexto, Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo13 reconhecem que, em tal situação, o servidor não estável retornará sim ao serviço público. Os autores apenas ressaltam que esse retorno não é denominado reintegração, uma vez que não guarda relação com o conceito legal dessa forma de provimento. Assim, mesmo que não tenha um “nome” específico, o certo é que invalidada a demissão de servidor não estável, terá ele o direito de regressar ao serviço público.

Recondução

Para finalizar as formas de provimento, vamos estudar a recondução, que é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado. Trata- se, pois, de provimento derivado previsto expressamente no texto constitucional (art. 41, §2º) e na Lei 10.432/2015 (art. 34).

Assim, existem duas hipóteses em que ocorre a recondução, ambas aplicáveis apenas ao servidor estável:

a) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo (hipótese prevista somente na Lei 10.432/2015 – art. 34, I);

b) reintegração do anterior ocupante do cargo (hipótese prevista na Constituição Federal – art. 41, §2º – e na Lei 10.432/2015 – art. 34, II).

No primeiro caso, o servidor estável obtém aprovação, por meio de concurso público, para outro cargo. Todavia, quando em exercício no novo cargo, o servidor não consegue aprovação no estágio probatório14, motivo pelo qual não mais poderá permanecer neste cargo. Entretanto, uma vez que o agente possui estabilidade no serviço público, será ele reconduzido ao cargo que ocupava anteriormente.

Vejamos um exemplo. Paulo é servidor estável no cargo de Técnico Administrativo do Supremo Tribunal Federal. Posteriormente, Paulo obteve

13 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 353.

14 Devemos lembrar que o estágio probatório ocorre para cada cargo, ou seja, mesmo que a pessoa seja estável, quando for ocupar um novo cargo efetivo, deverá submeter-se novamente ao estágio probatório.

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aprovação em concurso para o cargo de Auditor-Fiscal da Receita Federal, sendo devidamente nomeado, empossado e, por fim, entrou em exercício.

Contudo, por meio de avaliação especial de desempenho, Paulo é inabilitado no estágio probatório. Nesse caso, ele será reconduzido ao cargo anterior (Técnico Administrativo).

Com efeito, acrescenta-se que se admite essa primeira forma de recondução também para o caso em que o servidor desistir do estágio probatório. Ou seja, admite-se a recondução a pedido, que ocorre quando o servidor estável, durante o período do estágio probatório no novo cargo, solicita o seu retorno ao cargo em que pediu exoneração anteriormente15.

Na segunda hipótese, o servidor é reconduzido em decorrência de reintegração do anterior ocupante de seu cargo. Para melhor elucidação, vejamos o que dispõe o art. 41, §2º, da CF:

§ 2º Invalidada por sentença judicial a demissão do servidor estável, será ele reintegrado, e o eventual ocupante da vaga, se estável, reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização, aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional ao tempo de serviço. (grifos nossos)

Vamos a um novo exemplo. Lucas é servidor estável no cargo X.

Entretanto, sem observar os requisitos legais, sofreu a pena de demissão a bem do serviço público. Em seguida, Otávio, que era servidor estável no cargo Y, foi nomeado para ocupar o cargo de Lucas, uma vez que obteve aprovação em concurso público para aquele cargo. Meses depois, Lucas consegue anular judicialmente a sua demissão, sendo devidamente reintegrado ao cargo X. Nessa situação, Otávio será reconduzido ao cargo Y, sem direito à indenização.

Por fim, dispõe a Lei 10.432/2015 que, se o cargo ao qual o servidor seria reconduzido estiver ocupado, será ele aproveitado em outro cargo.

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A figura abaixo representa as formas de provimento previstas na Lei 10.432/2015.

15 Nesse sentido: STF - RMS 22.933/DF; STJ MS 8.339/DF; ver também a Súmula Administrativa AGU 16/2002, nos seguintes termos: "O servidor estável investido em cargo público federal, em virtude de habilitação em concurso público, poderá desistir do estágio probatório a que é submetido com apoio no art. 20 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, e ser reconduzido ao cargo inacumulável de que foi exonerado, a pedido".

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Para fixar, vamos dar uma olhada em questões.

1. (Cespe – Analista Administrativo/ANTT/2013 - adaptada) A reintegração, a recondução e a remoção são formas de manejo do servidor público estadual. A reintegração consiste na reinvestidura do servidor estável no cargo anteriormente ocupado, quando invalidada a sua demissão por decisão administrativa ou judicial.

A recondução, por sua vez, refere-se ao retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, em razão de inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo ou reintegração do anterior ocupante. A remoção, por fim, é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Comentário: relembrando os termos:

reintegração - ocorre quando um servidor tem sua demissão invalidada por processo administrativo ou judicial. Nesse caso, o servidor deve retornar ao cargo de origem, recebendo ressarcimento de todas as vantagens a que teria jus durante o período de desligamento;

recondução - é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado e decorrerá de duas hipóteses distintas (i) inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo e (ii) reintegração do anterior ocupante.

remoção - representa um deslocamento do servidor para exercer suas atividades em outra unidade do mesmo quadro de pessoal. Dessa forma,

Formas de provimento

Originário Nomeação

Derivado

Readaptação Reversão Aproveitamento

Reintegração Recondução

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o servidor continua no mesmo cargo, sem modificar o seu vínculo com a Administração.

Como podemos observar, a questão está corretíssima!

Gabarito: correto.

2. (Cespe – TA/ANTT/2013) O servidor público reintegrado ao cargo em razão da declaração judicial de nulidade de ato de demissão não tem direito ao tempo de serviço, aos vencimentos e às vantagens que lhe seriam pagos durante o período de afastamento.

Comentário: a reintegração somente irá ocorrer quando a demissão do servidor for invalidada, seja por decisão judicial ou administrativa. Caso a reintegração aconteça, o servidor terá direito ao ressarcimento de todas as vantagens pertinentes ao cargo.

Gabarito: errado.

Posse

É a partir da posse que se firma o vínculo funcional com a Administração, momento em que o nomeado passará a servidor público.

Vale dizer, antes da posse, o candidato nomeado não é servidor público nem possui vínculo jurídico funcional, condição que só ocorrerá no ato da posse.

Nessa linha, a posse é o ato bilateral por meio do qual o servidor é investido no cargo público, assumindo os seus deveres e responsabilidades.

Não se trata, todavia, de contrato administrativo em sentido próprio, uma vez que o servidor público estatutário não firma contrato de trabalho com o poder público. Isso porque a relação entre o servidor público e a Administração é de natureza legal ou estatutária. Assim, a posse é o ato necessário para que se firme o vínculo funcional, representando a condição para o seu aperfeiçoamento. Cabe ao nomeado apenas concordar com os termos constantes na posse, adentrando ao regime jurídico aplicável ao cargo.

Com efeito, é no momento da posse que, em regra, o servidor público precisa comprovar os requisitos previstos para o cargo, como escolaridade mínima e experiência profissional.

Além disso, o prazo para tomar posse é de trinta dias contados da publicação do ato de provimento (nomeação) – art. 9º. Se a posse não ocorrer dentro do prazo legal, o ato de provimento será tornado sem efeito

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(art. 9º, §3º). Logo, não se trata de exoneração, pois o vínculo funcional sequer foi consolidado.

Interessante notar, ademais, que a posse é a formação do vínculo jurídico, com aceitação das responsabilidades e atribuições. Por isso, ela poderá ocorrer por meio de procuração específica, ou seja, o nomeado poderá outorgar, por meio de procuração, a competência para que outra pessoa assine o termo em seu lugar. Obviamente que tal regra é apenas para a posse, uma vez que o exercício só poderá ser realizado pelo próprio candidato aprovado em concurso e nomeado.

No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública (art. 9º,

§2º).

Se, por acaso, o servidor nomeado abrir mão de tomar posse do cargo, o candidato seguinte na ordem de classificação será nomeado.

Por fim, dispõe o art. 10 que a posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica oficial, só podendo ser empossado aquele que for julgado apto física e mentalmente para o exercício do cargo.

Exercício

O exercício é o efetivo desempenho das atribuições do cargo público.

O prazo para o início do exercício do servidor empossado é de quinze dias, prorrogáveis por no máximo 15 dias – a critério do Procurador Geral de Justiça –, contados da data da posse (art. 11). Nesse caso, uma vez que já foi formalizado o vínculo jurídico com a Administração, se o servidor não entrar em exercício no prazo legal, será ele exonerado.

No caso de designação para função de confiança, por outro lado, caso não inicie o exercício no prazo legal, o ato de designação será tornado sem efeito.

Outrossim, os afastamentos em virtude de (a) licenças, (b) férias, (c) disponibilidade remunerada, salvo se decorrente de punição, (d) designação do Procurador-Geral de Justiça para exercício em função de confiança, e (e) outras hipóteses definidas em lei, serão considerados como de efetivo exercício para todos os efeitos legais (art. 12).

A jornada de trabalho dos servidores será fixada em razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada a duração máxima do trabalho semanal de trinta horas e observados os limites

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mínimo e máximo de seis horas e oito horas diárias, respectivamente (art. 13). Todavia, fica instituído o Banco de Horas, a ser regulamentado por Ato do Procurador-Geral de Justiça.

Já o ocupante de cargo em comissão ou de função de confiança submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser convocado sempre que houver interesse da Administração (art. 13, §2º).

Vamos dar uma olhada como o assunto já foi cobrado.

3. (Cespe – AJ/TRT 17 ES/2013) Se a publicação do ato de provimento de determinado indivíduo em cargo público federal tiver ocorrido em 29 de abril de 2013, mas sua posse, somente no dia 15 do mês seguinte, a posse será considerada sem efeito, por ter ocorrido fora do prazo previsto na legislação em vigor.

Comentário: o prazo para a pessoa tomar posse é de trinta dias a contar da publicação do ato de provimento. Já o prazo de exercício é de quinze dias.

Assim, o indivíduo tomou posse dentro do prazo legal, uma vez que entre o dia 29 de abril e o dia 15 de maio decorreram dezesseis dias.

Gabarito: errado.

Estágio probatório

O estágio probatório representa o período de tempo em que a capacidade do servidor será avaliada para o exercício do cargo. Nessa linha, destaca-se que a habilitação em estágio probatório é uma das condições para aquisição da estabilidade.

Assim, dispõe o art. 15 da Lei 10.432/2015 que, ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório, pelo período de três anos, durante o qual a sua aptidão e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguintes fatores:

a) assiduidade e pontualidade;

b) disciplina;

c) capacidade de iniciativa;

d) responsabilidade;

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e) eficiência no desempenho das funções.

A primeira coisa que devemos saber é que o estágio probatório e o ganho de estabilidade são coisas distintas. O estágio probatório é um período em que o servidor será avaliado quanto à aptidão para desempenhar determinado cargo, enquanto a estabilidade é obtida, uma única vez, pelo servidor público dentro de um mesmo ente federado, ou seja, o servidor torna-se estável no serviço público dentro de um ente federado, e não em um cargo determinado16.

Exemplificando, imagine que “A” seja servidor público no órgão Y da União. Após três anos de serviço e cumprido o requisito do §4º do artigo 41 da CF/88, “A” torna-se estável no serviço público. Caso ele seja aprovado em concurso público para o cargo “Z”, ele deverá fazer novo estágio probatório, mas continua estável no serviço público. Dessa forma, caso ele não obtenha desempenho satisfatório (reprove no estágio), será reconduzido ao cargo anterior (Lei 10.432/2015, art. 34, I).

A verificação dos requisitos mencionados será realizada por comissão, especialmente instituída por ato do Procurador-Geral de Justiça para esse fim, e será feita mediante apuração quadrimestral (art. 15, §1º).

Se a conclusão do relatório elaborado pela comissão for desfavorável à efetivação, ou seja, se a comissão concluir que o servidor não deve ser efetivado, o Procurador-Geral de Justiça ouvirá, no prazo de 10 dias, o servidor interessado facultando-lhe ampla defesa (art. 15, §2º).

Ao término do período do estágio probatório, será a avaliação do desempenho do servidor submetida à homologação do Procurador-Geral de Justiça, sendo o servidor declarado estável. Porém, mesmo sendo declarado estável, deverá haver a continuidade de apuração da assiduidade e pontualidade; disciplina; capacidade de iniciativa; responsabilidade; e eficiência no desempenho das funções (art. 15, §3º).

Além disso, de acordo com o art. 15, §4º, o servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado. Assim, aparentemente existe um único caminho para o servidor reprovado no estágio probatório:

exoneração. Entretanto, tecnicamente isso não está correto, tendo em vista que o servidor que for estável na Administração Pública será reconduzido ao cargo de origem, nos termos do art. 34, I, da Lei 10.432/2015.

Dessa forma, devemos ficar ligados na prova, pois poderá aparecer diretamente o texto expresso do art. 15, §4º - “o servidor não aprovado no

16 Alexandrino e Paulo, 2011, p. 363.

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estágio probatório será exonerado” – ou poderá aparecer uma opção tecnicamente mais adequada: o servidor não aprovado em estágio probatório será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo de origem.

O §5º do artigo 15 da Lei 10.432/2015 prescreve que o servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer cargos de provimento em comissão ou funções de direção, chefia ou assessoramento sendo vedada sua cessão a outro órgão ou entidade pública, da Administração Direta ou Indireta da União, dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal.

Todavia, o servidor que estiver exercendo cargo ou função, cujas atribuições não guardarem relação com as do seu cargo de provimento efetivo, terá o tempo do seu estágio probatório suspenso.

Prosseguindo, o §7º do art. 15 estabelece os tipos de licenças e afastamentos que podem ser concedidas ao servidor em estágio probatório:

(a) licença para tratamento de saúde; (b) licença à gestante, à adotante e à paternidade; (c) licença por motivo de doença em pessoa da família; (d) licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; (e) licença para o serviço militar obrigatório; (f) licença para atividade política; (g) licença por acidente em serviço; (h) licença para casamento; (i) licença por luto, em virtude de falecimento de pessoa da família; (j) licença para capacitação, treinamento, reciclagem e aperfeiçoamento; (k) afastamento para exercício de mandato eletivo; (l) afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere;

(m) afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em concurso para outro cargo na Administração Pública.

Finalizando, o §8º do Art. 15 estabelece que o estágio probatório ficará suspenso durante as férias, bem como nas seguintes licenças e afastamentos: (a) licença para tratamento de saúde em pessoa da família;

(b) licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro; (c) licença para atividade política; e (d) afastamento para servir em organismo internacional. Nesses casos, o estágio será retomado a partir do término do impedimento.

Vejamos como isso já foi cobrado em provas!

4. (Cespe – Assistente 1/CNPq/2011) Caso o servidor público não satisfaça as condições do estágio probatório, a sua exoneração do cargo efetivo ocorre a pedido ou de ofício.

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Comentário: segundo o art. 15, §§1º e 3º, da Lei 10.432/2015, quatro meses antes de findo o período do estágio probatório, a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão constituída para essa finalidade, será submetida à homologação do Procurador-Geral de Justiça. Caso não seja aprovado no estágio, o servidor será exonerado ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado. Apesar de a exoneração não ter caráter punitivo, deve ser assegurado ao servidor o direito de defesa.

Assim, em caso de não aprovação no estágio probatório, ocorrerá a exoneração de ofício. Portanto, não existe exoneração a pedido por inabilitação no estágio probatório. Logo, a questão está errada.

Destaca-se, porém, que há a possibilidade de o servidor obter a exoneração a pedido, mas isso não decorre da inaptidão no estágio.

Gabarito: errado.

Desenvolvimento de carreira

O capítulo IV da Lei 10.432/2015 se destina a tratar do desenvolvimento de carreira do servidor do Ministério Público da Paraíba.

Logo em seu primeiro artigo (art. 16) vemos que mobilidade funcional decorre do tempo de serviço, mérito e participação em cursos de treinamento, capacitação, formação e aperfeiçoamento, visando qualificar os servidores, reconhecer o merecimento e a melhoria dos serviços prestados.

Deste modo, é preciso conhecer a carreira dos servidores para que, segundo os critérios mencionados acima, seja possível o avanço na carreira.

Portanto, deve-se saber que os cargos efetivos da carreira são estruturados em seis classes ordinárias, definidas sequencialmente de A a F, compostas, com exceção da primeira e da última, por três padrões, com diferença de vencimentos, de um padrão para o outro, na razão estabelecida em lei.

O desenvolvimento do servidor na carreira ocorrerá mediante progressão funcional e promoção, sendo vedada a utilização de tempo de serviço, graduação ou pós-graduação que já tenha sido utilizada para idêntica finalidade.

A promoção é forma de movimentação existente nos cargos organizados em carreiras, em que é possível que o servidor ascenda sucessivamente do último padrão de uma classe para o primeiro padrão da classe seguinte, observado o interstício de três anos em relação à

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progressão funcional (art. 18, §2º). Assim, na promoção o servidor troca de classe.

Além disso, também não devemos confundir a promoção com a simples progressão funcional, que configura apenas a movimentação do servidor de um padrão para o seguinte dentro de uma mesma classe, observado o interstício de dois anos. Portanto, na progressão funcional o servidor troca de padrão, dentro da mesma classe.

Por exemplo, um Técnico Ministerial que ocupa a classe “B”, no padrão

“1” (B1), após o interstício de dois anos, terá uma progressão funcional para o padrão “2” da mesma classe (B2). Após outros dois anos, terá uma nova progressão funcional para o padrão “3” da classe “B” (B2). Agora, após três anos dessa última progressão, ele terá uma promoção para a classe

“C”, no padrão “1” (C1).

Entretanto, a progressão funcional e a promoção não acarretarão mudança de cargo (art. 18, §3º). Assim, não se admite, por exemplo, que uma pessoa aprovada no concurso de técnico judiciário seja “promovida”

para o cargo de analista judiciário. Tal situação caracterizaria a ascensão, forma de provimento que, conforme já discutimos, é inconstitucional.

Ademais, dispõe o art. 18, §4º, que a primeira progressão funcional ocorrerá após o cumprimento do estágio probatório17.

Com o objetivo de capacitar os servidores públicos, o §2º, do art. 37, da CF, com redação dada pela EC 19/1998, determina que a União, os Estados e o Distrito Federal mantenham escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nesses cursos um dos requisitos para a promoção na carreira.

À vista disso, a progressão e a promoção funcional, somente aplicável ao servidor que estiver desempenhando suas funções no Ministério Público do Estado da Paraíba, ocorrerão com a obtenção de, no mínimo, 60 horas de participação em cursos e/ou eventos de aperfeiçoamento funcional relacionados com o seu cargo ou função, realizados oficialmente pelo Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (CEAF), no decorrer do período de dois e três anos, respectivamente. Tal situação só não será

17 Novamente, o legislador não utilizou o texto adequado na lei. Isso porque a primeira classe das carreiras de Analista, Técnico e Auxiliar Ministerial possui um único padrão. Portanto, após três anos, ocorrerá uma promoção e não uma progressão funcional, pois o servidor será movimentado de uma classe para outra. Assim, seria mais adequado o legislador ter mencionado que a primeira promoção ocorreria após o cumprimento do estágio probatório. Porém, para a prova, devemos levar o texto expresso que consta no art. 18, §4º, isto é, a primeira progressão funcional ocorrerá após o cumprimento do estágio probatório.

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