A imunidade tributária das
entidades de assistência social e a atual jurisprudência do STF
Prof. Dr. Paulo Caliendo
Titular PPGD-PUCRS. Ex-Conselheiro CARF.
Julgamentos
IMUNIDADE DO LIVRO ELETRÔNICO REs 330817 e 595676
08.03.2017
EXIGÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR DIs 2028, 2036, 2228 e 2621
02/03/2017
IMUNIDADE SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA PRESTADORA DE SERVIÇOS ESSENCIAIS
(ACO) 2757
Monocrática: Luiz Fux 15.05.2017
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA NÃO ALCANÇA EMPRESAS QUE EXERÇAM ATIVIDADE ECONÔMICA COM FINS
LUCRATIVOS RE 594015 RE 601720 06.04.2017
Para julgar
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA DE EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES
RE 598468 20.11.2016
Favor: Marco Aurélio (Relator Parcial: Edson Fachin
Vistas: Luiz Fux.
INCIDÊNCIA DO IOF SOBRE APLICAÇÕES FINANCEIRAS DE CURTO PRAZO DE PARTIDOS POLÍTICOS,
ENTIDADES SINDICAIS, INSTITUIÇÕES DE EDUCAÇÃO E DE ASSISTÊNCIA SOCIAL SEM FINS LUCRATIVOS
BENEFICIÁRIOS DE IMUNIDADE TRIBUTÁRIA.
Relator: MIN. ROSA WEBER RE 611510
Substituição do Relator: 19/12/2011
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA EM RELAÇÃO AO IMPOSTO DE IMPORTAÇÃO PARA ENTIDADES QUE EXECUTAM ATIVIDADES FUNDADAS EM PRECEITOS RELIGIOSOS.
RE 630790
Min. Roberto Barroso
19/07/2013 - Conclusos ao Relator
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA PARA SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA COM PARTICIPAÇÃO ACIONÁRIA
NEGOCIADA EM BOLSA DE VALORES.
RE 600867
Min. Joaquim Barbosa
18/08/2015 – Pedido de Vistas Min. Cármen Lúcia
Demora nos
julgamentos
Coerência
DESONERAÇÕES DE IMPOSTOS FEDERAIS IMPACTAM REPASSES?
• NÃO. Desoneração FPE - ACO 758
• Sergipe
• 19.12.2016
• Favor: Rel. Marco Aurélio, Cármen Lúcia, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Ayres Britto (aposentado) e Teori Zavascki.
• Contra: Gilmar Mendes e Edson Fachin.
• SIM. Desoneração FPM – RE 705423
• 16.03.2017
• Município de Itabi – Sergipe
• Favor: maioria
• Contra: Fux e Toffoli.
Outros problemas
• Modulação – sem afetar o núcleo dos direitos fundamentais – restrição não expressamente autorizada.
• Tempo de publicação de acórdãos.
Estado Subsidiário
• Ricardo Lobo Torres: “Estado Subsidiário” ou “Estado Regulador
• Diogo de Figueiredo Moreira Neto: “Estado Regulador” ou “Estado de Fomento”.
• Princípio da Subsidiariedade – Silvia Torres, 2001.
• Eficácia Negativa (limita regras de competência) e Positiva (determina
transferência em caso de necessidade).
Tragedy of Commons
Garrett Hardin 1968
2009
beyond markets and States
self-organized governance systems
Saúde – importância
número de internações
Público Filantrópico Privado
49% 41% 10%
56% dos leitos em cidades com menos de 50.000 habitantes Altamente endividado – 25% em tributos
Endividamento crescente
Pressão orçamentária sobre Estados e Municípios Judicialização
Precarização Baixos salários
Fechamento de hospitais
RE 608872 - RECURSO EXTRAORDINÁRIO 23/02/2017
Sem Acórdão Publicado Unanimidade
Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, apreciando o tema 342 da
repercussão geral, deu provimento ao recurso extraordinário, para declarar não ser aplicável à recorrida a
imunidade tributária constante do art. 150, VI, c, da Constituição Federal, sem condenação em honorários,
nos termos da Súmula 512, e custas conforme a lei. Em seguida, o Tribunal fixou a seguinte tese: "A
imunidade tributária subjetiva aplica-se a seus beneficiários na posição de contribuinte de direito, mas
não na de simples contribuinte de fato, sendo irrelevante para a verificação da existência do beneplácito
constitucional a repercussão econômica do tributo envolvido". O Ministro Marco Aurélio fez ressalva à
tese, no tocante à redação, no que foi acompanhado pelo Ministro Ricardo Lewandowski. Ausente,
justificadamente, o Ministro Luiz Fux. Presidiu o julgamento a Ministra Cármen Lúcia. Plenário,
23.02.2017.
Patrimônio - Renda - Finalidade essencial
• § 4º As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
• Interpretação - Savigny
• em degraus? Literal (restritiva/textual), histórica, teleológica e sistemática.
• Móvel
• Sistemática
• Interpretação: restritiva ou ampliativa/ proteção ou promoção
• Essencial – núcleo protegido dos direitos fundamentais
Interpretação: restritiva ou ampliativa?
• proteção ou promoção?
• Promocional:
• CF. Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
• Art. 203. A assistência social (...) tem por objetivos: II - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
• Fins são alcançados pelos meios constitucionais delimitados.
• Finalidade essencial.
Tradição
• Aliomar Baleeiro e Bilac Pinto
• Súmula n° 591/STF. “A imunidade ou a isenção tributária do comprador não se estende ao produtor, contribuinte do imposto sobre produtos industrializados.”
• “(...) Pouco importa que a lei número tal, de 58, tenha dito que contribuinte de iure é o produtor. O que importa, no caso, é o contri- buinte de facto, a fim de assegurar-se objetivo da Constituição. É ele quem vai suportar, no seu patrimônio, o desfalque que representa o imposto de consumo.” RE n.
68 . 538 /SP
“não se pode criar uma ficção de direito de que
quem vai suportar determinado tributo é o
contribuinte de iure, quan- do, na realidade,
vai ser o contribuinte de fato, se, com isso,
anula-se imunidade fiscal recíproca”.
Aliomar Baleeiro, RE n. 68.215/SP
“o fato da repercussão invocada pelo eminente Ministro Aliomar Baleeiro, fenômeno econômico e
não jurídico, e do qual não há
habilitação de ninguém”.
Ministro Thompson Flores, RE n. 68.215/SP
“a imunidade, como princípio constitucional e de acordo com o art. 166
do Código Tributário, pressupõe a realidade cientificamente apurada do
fenômeno da repercussão”
Aliomar Baleeiro, RE n. 78.619/RN, 03.09. 1974
RESTITUIÇÃO DE INDÉBITO
Súmula n. 71 do STF que declarava sucintamente:
“Pagamento Indevido - Restituição de Tributo Indireto – Cabimento: Embora pago indevidamente, não cabe restituição de tributo indireto”, de 13 de dezembro de 1963
Art. 166. CTN
STJ - AgRg no REsp: 797826 – MIN. FUX
PROCESSO CIVIL E TRIBUTÁRIO. ICMS. ENERGIA ELÉTRICA. LEGITIMIDADE ATIVA. CONSUMIDOR FINAL. DEMANDA RESERVADA DE POTÊNCIA. FATO GERADOR.
1. O sujeito passivo da obrigação tributária é o consumidor final da energia elétrica, que assume a condição de contribuinte de fato e de direito, figurando a concessionária como mera responsável pelo recolhimento do tributo. (...)