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A percepção dos contabilistas do município de Florianópolis, com relação à implantação do Sistema Público de Escrituração Digital

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

ANDRÉA DA SILVA PIRES

A PERCEPÇÃO DOS CONTABILISTAS DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS, COM RELAÇÃO À IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO

DIGITAL

FLORIANÓPOLIS 2010

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS

A PERCEPÇÃO DOS CONTABILISTAS DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS, COM RELAÇÃO À IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO

DIGITAL

Monografia apresentada ao Curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Catarina como requisito parcial à obtenção do grau de Bacharel em Ciências Contábeis.

Orientador: Prof. Dr. Luiz Felipe Ferreira Co-orientador: Prof. M.Sc. Neri Müller

FLORIANÓPOLIS 2010

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ANDRÉA DA SILVA PIRES

A PERCEPÇÃO DOS CONTABILISTAS DO MUNICÍPIO DE FLORIANÓPOLIS, COM RELAÇÃO À IMPLANTAÇÃO DO SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO

DIGITAL

Esta monografia foi apresentada como TCC, no curso de Ciências Contábeis da Universidade Federal de Santa Catarina, à banca examinadora constituída pelo professor orientador e membros abaixo mencionados.

Florianópolis, SC, 06, dezembro de 2010.

Professora Valdirene Gasparetto, Dra.

Coordenadora de TCC do Departamento de Ciências Contábeis

Professores que compuseram a banca examinadora:

Professor Luiz Felipe Ferreira, Dr. Orientador

Professor Neri Müller, M.Sc Membro

Professor Nivaldo João dos Santos, M.Sc Membro

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Dedico este trabalho, aos meus pais Lenoir e Eliane Pires, pelo amor e apoio incondicional.

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Acreditava que a parte mais fácil da monografia seria fazer os agradecimentos, agora percebo o quanto eu estava enganada. As contribuições e participações para a realização desse trabalho foram inúmeras, e neste momento tenho a responsabilidade de nomear essas pessoas. Para não ser injusta, e não esquecer ninguém, pretendo não citar nomes, pois a cada minuto me recordava de uma nova pessoa, de uma nova ajuda.

Meu maior agradecimento a Deus, pois tudo que conquistei e irei conquistar é por vontade dele.

À minha família e ao meu namorado, mais que agradecimentos, desculpas. Várias foram as crises, e as ausências. Obrigada por me aturarem mal humorada, pela compreensão, paciência e incentivo dispensados durante todo este tempo.

Ao orientador professor Luiz Felipe Ferreira, que com seu conhecimento e experiência me ajudou a vencer mais essa etapa, e que me aturou ligando aos finais de semana.

Ao co-orientador e chefe, professor Neri Müller, pela disposição em ajudar sempre que precisei, pelas leituras minuciosas a cada nova versão, pelas sugestões e acima de tudo pelo apoio.

Aos meus amigos de curso e de trabalho, que sempre estiveram presentes, e não sabem o quanto me ajudaram.

Aos amigos que fiz durante esses quatro anos e meio de universidade, e que admiro cada um deles pelas suas particularidades.

Aos profissionais da área contábil, que me forneceram informações fundamentais para realização desse trabalho.

Enfim, a todos que fizeram parte da minha vida, pois todos contribuíram direta ou indiretamente para que eu chegasse até aqui.

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"A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original" (Albert Einstein)

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Quadro 1: Períodos principais da história da Contabilidade ... 22 Quadro 2: Benefícios com implantação da NF-e ... 34 Quadro 3: Estudo Bibliométrico – Evolução da publicação de pesquisas relacionadas ao SPED... 37 Quadro 4 - Perfil dos Respondentes... 41 Quadro 5 - Perfil dos respondentes por sexo... 41 Quadro 6- Itens a serem revistos de acordo com o grau de dificuldade encontrada ... 50

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Gráfico 1 - Quantidade de colaboradores... 42

Gráfico 2: Forma de tributação ... 43

Gráfico 3 - Subprojetos que conduziram a implantação do SPED nas empresas ... 44

Gráfico 4- Necessidade de mudanças ou adaptações nas estruturas e rotinas das empresas que implantaram o SPED... 45

Gráfico 5 - Busca por informação... 47

Gráfico 6 - Perfil do profissional contábil... 48

Gráfico 7 - Impactos do projeto SPED nos escritórios ... 49

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AC - Autoridade Certificadora

ANPCONT - Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis

AR - Autoridade de Registros

CRC-SC - Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina CFC - Conselho Federal de Contabilidade

CT-e - Conhecimento de Transporte Eletrônico DF – Distrito Federal

ECD - Escrituração Contábil Digital EFD - Escrituração Fiscal Digital

ENANPAD – Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração

ENCAT – Encontro Nacional de Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais FCDL - Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas

ICMS - Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação COTEPE: Comissão Técnica Permanente do ICMS

NCM - Nomenclatura Comum do Mercosul NF-e - Nota Fiscal Eletrônica

NFS-e - Nota Fiscal de Serviços Eletrônica PVA - Programa Validador e Assinador

RICMS – Regulamento do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual, Intermunicipal e de Comunicação

SPED - Sistema Público de Escrituração Digital TIC - Tecnologia da Informação e da Comunicação USP – Universidade de São Paulo

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PIRES, Andréa da Silva. – A percepção dos contabilistas do município de Florianópolis, com relação à implantação do Sistema Público de Escrituração Digital. Florianópolis, 2010. 61 p. Monografia (Bacharelado em Ciências Contábeis) – Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis. 2010.

As exigências decorrentes da implantação do SPED exigem uma adaptação na estrutura operacional e de gestão da empresa, e também uma melhor capacitação dos profissionais que para ela trabalham. Sendo assim, tem-se como objetivo geral do trabalho investigar a percepção dos profissionais do município de Florianópolis, que atuam na área contábil, com relação à implantação do Sistema Público de Escrituração Digital e sua influência na formação profissional. Para o atendimento do objetivo, realizou-se um estudo descritivo do tipo survey, pretendendo identificar e descrever as características, opiniões e atitudes dos profissionais contábeis devidamente associados ao SESCON grande Florianópolis, estabelecido em Florianópolis e com endereço eletrônico listado no sitio do SESCON em 14 de outubro de 2010, chegando-se a 153 endereços eletrônicos válidos. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário, composto por 22 questões, entre perguntas do tipo fechadas, fechada/aberta e abertas. Os resultados obtidos demonstraram que muitos profissionais estão inseguros quanto à correta aplicação dos procedimentos estabelecidos na legislação, para os respondentes, as modificações são inúmeras, exigindo uma dedicação ainda maior, dos profissionais contábeis. O trabalho permite concluir que apesar das dificuldades com a implantação do SPED, a busca por adequação, por parte do profissional da área contábil para atender essas novas exigências, teve como resultado direto, melhoria na qualidade da informação, possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes, ganho de produtividade e agilidade nos processos.

Palavras-chave: Sistema Público de Escrituração Digital, Percepção dos Contabilistas, Formação Profissional.

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1. INTRODUÇÃO... 13 1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS... 13 1.2 TEMA E PROBLEMA ... 14 1.3 OBJETIVOS ... 15 1.3.1 Objetivo Geral ... 15 1.3.2 Objetivos Específicos ... 16 1.4 JUSTIFICATIVA... 16 1.5 DELIMITAÇÃO... 19 1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO... 19 2. REFERENCIAL TEÓRICO... 21 2.1 A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE ... 21

2.2 A CONTABILIDADE E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO... 23

2.3 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED) ... 25

2.3.1 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL... 28

2.3.2 ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL ... 31

2.3.3 NOTA FISCAL ELETRÔNICA (NF-E) ... 31

3. METODOLOGIA ... 35

3.1. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO ... 35

3.2 PROCEDIMENTOS PARA REVISÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO ... 36

3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA... 38

3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANÁLISE DOS DADOS... 38

4. ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 40

4.1 O GRUPO DE PESQUISA... 40

4.2 PERFIL DO PROFISSIONAL ... 40

4.3 CARACTERIZAÇÃO DO ESCRITÓRIO ... 42

4.4 SOBRE A IMPLANTAÇÃO DO SPED ... 43

4.5 SOBRE OS BENEFÍCIOS E AS DIFICULDADES COM A IMPLANTAÇÃO DO SPED.... 46

4.6 SOBRE O PROFISSIONAL DA CONTABILIDADE EM RELAÇÃO AO SPED ... 46

4.7 TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO E SEUS IMPACTOS SOBRE A CONTABILIDADE. 50 5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS... 52

REFERÊNCIAS... 54

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1.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

A evolução da contabilidade como ciência social está diretamente associada ao grau de desenvolvimento comercial, social e institucional da sociedade. À medida que as atividades foram se desenvolvendo e as organizações tornando-se mais complexas, ampliou-se a necessidade de aperfeiçoamento do instrumento de avaliação da situação patrimonial.

Independente do porte, é através da Contabilidade que os gestores obtêm informações de como os negócios estão se portando, qual sua rentabilidade, seu grau de endividamento, além de manter o controle de gastos, despesas, receitas. A Contabilidade transforma os dados em informações, por isso a base dos registros precisa traduzir transparência e a realidade operacional, para dessa forma auxiliar na gestão da empresa.

Para IUDÍCIBUS (2009, p.7):

O sistema contábil deveria ser capaz de produzir, em intervalos regulares de tempo, um conjunto básico e padronizado de informações que deveria ser útil para um bom número de usuários, sem esgotar as necessidades destes, mas resolvendo-lhes as mais prementes.

Como instrumento de gestão empresarial, a Contabilidade vem se desenvolvendo e se aperfeiçoando para auxiliar os gestores na tomada de decisão. Com esse objetivo, o profissional da área contábil está fazendo uso das Tecnologias da Informação e das Comunicações (TICs) para melhorar sua prestação de serviços.

Utilizando-se da tecnologia, o profissional da área obtém benefícios na forma de executar a Contabilidade de uma empresa, quais sejam a automatização dos processos, o desenvolvimento de tarefas em rede, a facilidade e rapidez no acesso aos dados. A tecnologia, os sistemas de informação contábil funcionam como um banco de dados e através dele, pode-se, a qualquer momento e lugar, ter acesso à informação, o que, por sua vez, auxilia a tomada de decisão.

Nesse contexto, objetivando melhor acompanhamento tributário, a Receita Federal do Brasil passou a fazer uso desse banco de dados, quando instituiu o SPED (Sistema Público de Escrituração Digital), através do Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, trazendo, ainda como finalidade promover a integração dos sistemas nas três esferas de

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governo, federal, estaduais e municipais, através da padronização e do compartilhamento das informações.

De acordo com informações disponibilizadas no portal do SPED, criado com o propósito de modernizar as atividades contábeis e aperfeiçoar o controle fiscal, o SPED é um conjunto de programas, englobando a Escrituração Fiscal Digital (EFD), a Escrituração Contábil Digital (ECD), a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), a Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e), o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), o Controle Fiscal e Contábil de Transição (FCONT), o Livro de Apuração do Lucro Real Eletrônico e Central de Balanços. Mesmo fazendo parte da composição do projeto, esses programas mantêm independência entre si e seguem legislação e critérios próprios.

A obrigatoriedade de utilização desse projeto por determinadas empresas vem beneficiar, sobremaneira, o profissional da área contábil, uma vez que diversos controles que estavam a cargo da Contabilidade passam a ser desempenhados pela empresa. Toda a movimentação será gerada por sistemas informatizados e integrados pela empresa, reduzindo sensivelmente o índice de erros com a escrituração das notas fiscais de forma manual, assim como o tempo despendido com a digitação e conferência dos documentos.

Desse modo, o projeto SPED configura-se um marco importante na mudança de comportamento de muitos profissionais, pois o contador deixou de ser um prático para ser um técnico, um verdadeiro conhecedor da profissão. Para Duarte (2008), com o Sistema Público de Escrituração Digital a responsabilidade do profissional contábil torna-se maior, uma vez que o trabalho intelectual sobrepõe-se ao operacional. Ressurgem, assim, outras tarefas típicas do contador, como a contabilidade gerencial, o planejamento tributário, a auditoria, a assessoria.

O contador precisa assumir uma nova postura, não pode mais ser visto como um profissional que exerce funções meramente fiscais. O seu papel é muito mais amplo, não apenas prático. Vivemos na era do conhecimento, e o contador precisa se manter atualizado, acompanhar as mudanças no ambiente, aplicando o seu conhecimento a cada situação.

1.2 TEMA E PROBLEMA

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apenas da empresa, mas também dos profissionais que nela trabalham. A abrangência do SPED vai além da Contabilidade e do departamento fiscal, atingindo e influenciando outras áreas como departamento de compra e de vendas, departamento de informática, departamento de logística, expedição, departamento de faturamento, departamento financeiro.

O Sistema Público de Escrituração Digital impõe um novo relacionamento entre a empresa, a Contabilidade e o fisco, mudando o contexto operacional como é desenvolvida a Contabilidade, e exigindo maior transparência no conjunto de informações apresentadas ao fisco. Através do SPED, o fisco aprimora o seu sistema de controle, considerando que o projeto proporciona, em tempo real, acesso às informações declaradas, e faz a análise informatizada dessas informações, substituindo, gradativamente, a fiscalização realizada diretamente na empresa, fazendo a averiguação dos documentos impressos em papel, sendo que muitos poderiam transcorrer o prazo decadencial e o fisco não tomar conhecimento.

Por se tratar de um assunto recente, pouco investigado pela área acadêmica, que apresenta inúmeras alterações legais, e que afeta os departamentos contábil e fiscal, aumentando a necessidade de preparação técnica por parte dos profissionais para atender as novas demandas, torna-se necessário investigar os impactos causados com a progressiva implantação do Sistema Público de Escrituração Digital, além, é claro, do acompanhamento da legislação.

Nesse contexto tem-se como pergunta de pesquisa a seguinte questão: qual a percepção dos profissionais da área contábil a respeito da implantação do Sistema Público de Escrituração Digital?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

O objetivo geral deste trabalho é investigar a percepção dos profissionais do município de Florianópolis, que atuam na área contábil, com relação à implantação do Sistema Público de Escrituração Digital.

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1.3.2 Objetivos Específicos

Para atingir o objetivo geral, decorrem como necessários os seguintes objetivos específicos:

• Identificar o perfil do profissional que atua na área contábil.

• Identificar os subprojetos que conduziram a implantação do SPED.

• Identificar, sob a ótica dos contadores, quais os benefícios e dificuldades da implantação do SPED.

• Avaliar a percepção dos contadores com relação à implantação do SPED.

1.4 JUSTIFICATIVA

Diante da necessidade de adaptação às novas exigências, as quais interferem diretamente no contexto operacional como é desenvolvida a Contabilidade, e cobram maior transparência no conjunto de informações apresentadas ao fisco, este estudo visa contribuir, oportunizando espaços para reflexões ao apresentar a percepção de profissionais que atuam na área contábil, com relação à implantação do SPED e sua influência na formação profissional.

Decorrente de se tratar de um tema atual, em termos de produção científica, há poucas pesquisas explorando o Sistema Público de Escrituração Digital. Nesse sentido, este trabalho também vem contribuir para o aprofundamento a respeito do assunto, encontrando sua justificativa, por caracterizar-se como marco para futuros estudos, aprofundando a pesquisa sobre o tema aqui discutido.

Ademais, considerando a importância do projeto na relação contribuinte, contabilidade e fisco, e apesar do elevado número de empresas obrigadas a utilizarem o SPED, ainda encontramos alguns entraves.

Durante a Assembléia Geral da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL) de Santa Catarina, realizada em 22 de outubro de 2010, entre outros assuntos abordados, tratou-se da obrigatoriedade, a partir de janeiro do próximo ano, da entrega do

SPED Fiscal para as empresas do Lucro Presumido.

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empresarial, que pede à Secretaria da Fazenda a ampliação desse prazo, de forma a dar mais tempo para que os segmentos envolvidos possam se adaptar às novas exigências. Na oportunidade, representantes das entidades contábeis apontaram escassez de pessoal capacitado para operacionalizar a nova sistemática de lançamentos Uma vez que, apesar de as empresas contábeis darem todo suporte de implantação ao novo sistema, a responsabilidade da geração de arquivos corretos, dentro das exigências definidas pelo SPED, é das próprias empresas.

Desse modo, quanto à viabilidade, o presente estudo se torna viável uma vez que há tempo hábil para realizá-lo.

E visando relacionar artigos que pudessem contribuir para a formulação do problema, objetivo geral, para a construção do referencial teórico, bem como para observar a originalidade do trabalho proposto, inicialmente, foi realizado um estudo bibliométrico.

A bibliometria abrangeu os artigos publicados nos períodos de 2007 a 2009, inicialmente nos congressos da USP (Universidade de São Paulo); ANPCONT (Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Ciências Contábeis); ENANPAD (Encontro da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Administração); e Congresso Brasileiro de Custos. Posteriormente, devido à carência de publicação na área, esse ambiente de coleta foi ampliado para o Congresso Brasileiro de Contabilidade; Congresso UFSC de Controladoria e Finanças; e a Revista Catarinense de Ciências Contábeis. Quanto às terminologias de busca foram utilizadas: Sistema Público de Escrituração Digital, SPED, NF-e, Nota Fiscal Eletrônica, Escrituração Fiscal Digital e Escrituração Contábil Digital.

Foram, então, selecionados e mapeados 6 (seis) artigos, sendo que, após análise, verificou-se que eles não tratavam do mesmo tema proposto por este trabalho, ou seja, investigar a percepção dos profissionais, que atuam na área contábil, do município de Florianópolis, com relação à implantação do Sistema Público de Escrituração Digital e sua influência na formação profissional. Desse modo, verificou-se a originalidade deste estudo.

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Quadro 1 – Estudo Bibliométrico – Artigos mapeados e seus objetivos Fonte: Elaborado pela autora

Evento Ano Título Autores OBJETIVO DO ARTIGO

ENANPAD 2008 Proposta de um Framework para apoio à adoção da NF eletrônica Milca S. Martins, Edimara M Luciano, Mauricio G Testa.

Propor um framework para a adoção da Nota Fiscal eletrônica, que abranja os mecanismos componentes e intervenientes

dessa adoção. A questão de pesquisa que este trabalho pretende responder é: quais são

e como se relacionam os mecanismos componentes e intervenientes da adoção da

NF-e? Congresso Brasileiro de Contabilidade 2008 Governança eletrônica na administração pública: estudo de caso sobre a nota fiscal eletrônica - nf-e Sidinei Aparecido Pereira, Rosilene Locks, Duilo Souza Matos, Gleimiria Batista da Costa.

Identificar as percepções dos contribuintes acerca dos benefícios apontados pelo projeto

conceitual da Nota Fiscal Eletrônica-NF-e implantado pelo Governo do Estado de Rondônia. Além disso, buscará alcançar, ainda, os seguintes objetivos específicos: a) conhecer os conceitos a respeito do assunto através da exploração do referencial teórico;

b) examinar o processo de implantação da Nota Fiscal Eletrônica no Estado de

Rondônia. Congresso Brasileiro de Contabilidade 2008 Nota fiscal eletrônica: projeto nacional e a iniciativa municipal de São Paulo – uma análise comparativa Wolney Resende de Oliveira, Diulie Fernandes Maia.

Fazer uma contextualização do projeto, procurando promover o entendimento do

que, efetivamente, a NF-e significa e representa e como ela surgiu, incluindo uma

correlação entre NF-e e a Certificação Digital, dentre outras tecnologias

envolvidas. Congresso UFSC de Controladoria e Finanças 2008 Os impactos da implantação do sistema público de escrituração digital (SPED) na gestão das micro e pequenas empresas Suzana Francisco, Suelen Haidar Ronchi, Pedro José Von

Mecheln.

Verificar como a informatização do sistema tributário nacional irá refletir na gestão das

micro e pequenas empresas.

Congresso UFSC de Controladoria e Finanças 2009 Compatibilizar as demonstrações contábeis de acordo com o modelo governamental – proposta de adaptação à escrituração contábil digital Blênio César Severo Peixe, Carlos Emílio Felsky.

Analisar, de forma objetiva, a implantação do sistema público de escrituração digital do

governo, verificando em que este sistema contribui para uma tributação mais justa.

Revista Catarinense da Ciência Contábil 2009 Sistema público de escrituração digital - SPED: um estudo nos escritórios de contabilidade no município de Pinhalzinho - SC Marciane Maria Mahle, Alex Fabiano Bertollo Santana.

Verificar o nível de percepção para a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital nos escritórios de

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Observa-se no quadro 1 a descrição do objetivo dos artigos mapeados, podendo-se constatar que não houveram artigos que tratassem do mesmo tema aqui proposto.

No entanto, um desses artigos foi selecionado por possuir certo grau de semelhança com o tema proposto, uma vez que objetiva verificar o nível de percepção para a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital nos escritórios de contabilidade do município de Pinhalzinho – SC.

1.5 DELIMITAÇÃO

Esta pesquisa objetiva investigar a percepção dos profissionais, que atuam na área contábil do município de Florianópolis, com relação à implantação do Sistema Público de Escrituração Digital e sua influência na formação profissional. Sendo assim, a partir do objetivo percebeu-se necessária a delimitação do universo a ser pesquisado, uma vez se tornar inviável a aplicação do questionário a todos os contadores de Florianópolis.

Nesse sentido, o estudo foi delimitado a partir dos escritórios de contabilidade devidamente associados ao Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Consultoria, Perícias, Informações e Pesquisas da Grande Florianópolis – SESCON grande Florianópolis, com domicílio em Florianópolis e com endereço eletrônico listado no sitio do Sindicato em 14 de outubro de 2010, chegando-se a 153 endereços eletrônicos válidos.

Quanto à delimitação do estudo com relação ao horizonte temporal, foram analisados os respondentes de 14 de outubro a 03 de novembro de 2010.

1.6 ORGANIZAÇÃO DO ESTUDO

Este estudo é formado por cinco capítulos, estruturados com subseções. No primeiro capítulo, apresenta-se a introdução, na qual se busca abordar: (i) a contextualização sobre o tema de pesquisa; (ii) o objetivo geral; (iii) os objetivos específicos; (iv) a justificativa; e (v) a delimitação da pesquisa. No segundo capítulo, aborda-se a revisão da literatura sobre o Sistema Publico de Escrituração Digital,

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compondo um panorama geral sobre os principais subprojetos do SPED, quais sejam: a Escrituração Fiscal Digital (EFD); a Escrituração Contábil Digital (ECD); e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). No terceiro capítulo, descreve-se a metodologia da pesquisa, na qual se apresentam: (i) o enquadramento metodológico; (ii) os procedimentos para revisão da literatura; (iii) a população e a amostra do estudo; e, (iv) os procedimentos para coleta e análise dos dados. No quarto capítulo, apresentam-se os resultados da coleta de informações sobre o SPED, a fim de atender os objetivos desta pesquisa. No quinto capítulo apresenta-se a conclusão do trabalho e sugestões para futuros trabalhos.

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2.1 A EVOLUÇÃO DA CONTABILIDADE

Uma das ciências mais antigas, a Contabilidade surgiu da necessidade de registro e controle do patrimônio, estando sua evolução associada ao desenvolvimento da sociedade como um todo.

Ao tratar o assunto Sá enfatiza (1997, p.15):

A Contabilidade nasceu com a civilização e jamais deixará de existir em decorrência dela; talvez, por isso, seus progressos quase sempre tenham coincidido com aqueles que caracterizam os da própria evolução do ser humano.

Para Iudícibus (2009), o homem primitivo, ao contar seus rebanhos, seus instrumentos de caça e pesca seus fardos de alimentos, já estava praticando uma forma rudimentar de Contabilidade. Esse mesmo autor afirma ainda (2009, p.29) que “a Contabilidade é tão antiga quanto o homem que pensa, ou melhor dizendo, que conta”.

A fragilidade dos elementos de comprovação, no entanto, faz com que não exista um conhecimento concreto de quem ou quando a contabilidade foi criada. Para Sá (1997), a natureza sigilosa dos trabalhos, a ética exigida, a própria forma como se desenvolveram os registros, a dificuldade de identificar os autores e até mesmo o próprio tempo, são responsáveis pela imprecisão de datas quando tratamos da história da Contabilidade e sua evolução.

Para maior clareza desse assunto, no quadro a seguir serão apresentados os períodos principais da história da Contabilidade sob a ótica de Sá (1997), destacando-se que esta abordagem não invalida a de outros estudiosos no assunto.

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INTUITIVO PRIMITIVO

Vivido nos períodos lícitos da Pré-história da Humanidade, caracteriza-se pelas manifestações rudimentares de arte e pré-escrita. O homem dessa época buscava memorizar aquilo que dispunha e que não precisava mais buscar na natureza, porque armazenara. O documento mais antigo que se conhece dessa época, uma lâmina de osso de rena, contendo sulcos que indicam quantidades, foi encontrado na gruta de D’Aurignac, no departamento de Haute Garone, na França.

RACIONAL – MNEMÔNICO

Ocorrido na Antiguidade, iniciou-se cerca de 4.000 a. C, com o estabelecimento de métodos de organização da informação. Apuração de custos, revisão de contas, controles gerenciais de produtividade, orçamentos já eram praticados em registros feitos em pranchas de argila, em civilizações da Mesopotâmia. Cerca de 2.000 anos antes de Cristo, a Mesopotâmia já adotava o Razão, tinha muitas demonstrações e sumários de fatos patrimoniais.

LÓGICO RACIONAL Desenvolvido na Idade Média da Humanidade, na segunda metade do século XI. A preocupação com a causa e o efeito do fenômeno deu origem as partidas dobradas, e a aplicação dos números arábicos à escrituração.

LITERATURA

Iniciou-se no século XV, com a preocupação de ensinar por meio de livros. Livros que ensinavam a escrituração contábil já existiam, porém, foi a obra do frei italiano Luca Pacioli, editada em Veneza, em 1494, que impulsionou a difusão da literatura contábil.

PRÉ- CIENTÍFICO Iniciou-se no final do século XVI. Nessa fase, ocorreu a formação das primeiras teorias empíricas.

CIENTÍFICO Desenvolvido nas primeiras décadas do século XIX, nele apareceram as primeiras obras científicas e as primeiras escolas do pensamento contábil. Neste período passou-se a estudar a essência dos fenômenos patrimoniais.

FILOSÓFICO - NORMATIVO Vivido a partir da década de 50 do século XX, quando o avanço da tecnologia e dos sistemas de informações criou a preocupação de normatizar as informações.

Quadro 1: Períodos principais da história da Contabilidade Fonte: Adaptada de Sá (1997. p.16)

Nesse panorama, a história nos mostra que a Contabilidade era feita de forma bastante primitiva. Inicialmente era apenas um cálculo mental; posteriormente, à medida que o homem começava a possuir maior quantidade de bens, tornou-se mais difícil a sua memorização. A partir de então, com o surgimento da escrita, o homem começou a registrar as suas contas, misturando números com figuras, sendo feitas em pedras, argilas ou até mesmo em papiros.

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propriedade. Essa preocupação é uma constante e, à medida que as atividades vão se desenvolvendo e se tornando mais complexas, a Contabilidade também foi se desenvolvendo, a fim de atender às novas exigências. Hendriksen e Van Breda (1999, p. 39) colocam a Contabilidade como a base para o crescimento do Capitalismo, além de ser a história da Contabilidade a história da nossa era.

Segundo Ribeiro (2006, p.19):

A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações sobre o Patrimônio, informações essas de ordem econômica e financeira, que facilitam as tomadas de decisões, tanto por parte dos administradores ou proprietários como também por parte daqueles que pretendem investir na empresa.

Do surgimento da Contabilidade aos dias atuais, foi grande a sua evolução e a de seus objetivos. Inicialmente, suas informações eram destinadas aos proprietários; hoje, os seus usuários são os mais variados, abrangendo os acionistas, órgãos de regulamentação, o governo e até mesmo seus clientes, fornecedores e concorrentes.

Atualmente, aliada ao avanço tecnológico e ao advento da internet, a Contabilidade aprimorou os seus sistemas de controles, sua forma de desenvolver e de prover informações.

2.2 A CONTABILIDADE E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO

A evolução da ciência contábil se confunde com o desenvolvimento da sociedade. Essa ciência não foi apenas consequência do desenvolvimento humano, mas o próprio provedor de informação que alimenta o mundo capitalista. Hendriksen e Breda (1999) colocam a Contabilidade como base para o crescimento do capitalismo.

Essa evolução da sociedade ampliou os usuários da informação contábil, e, com isso, surge a necessidade de uniformizar e padronizar as informações geradas. Nesse sentido, os avanços tecnológicos se constituíram um facilitador desse processo.

Recentemente, com o avanço da tecnologia, a criação da calculadora, do computador e da internet, a Contabilidade se tornou mais ágil e dinâmica. A verdade é que os avanços tecnológicos afetaram a sociedade como um todo. A Contabilidade é apenas um dos vários setores beneficiados pelo uso da tecnologia.

Por armazenar muita informação, funcionando como banco de dados da empresa pelo qual se permite acompanhar todas as suas transações, sua evolução patrimonial, e até

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mesmo fazer projeções, os sistemas contábeis facilitaram o acesso a esses dados, a análise e a validação da informação.

Segundo Hendriksen & Breda (1999, p.38):

A Contabilidade desenvolveu-se em resposta a mudanças no ambiente, novas descobertas e progressos tecnológicos. Não há motivo para crer que a Contabilidade não continue a evoluir em resposta a mudanças que estamos observando em nossos tempos.

Com o desenvolvimento da Tecnologia da Informação e das Comunicações (TIC), essa ciência vem fazendo parte do dia-a-dia das pessoas, ocupando espaço nas organizações nas mais diversas tarefas. Para a Contabilidade, a TIC trouxe mudanças significativas, proporcionando ganhos de produtividade e eficiência nos processos, através do fornecimento de informações.

A tecnologia da informação aplicada à Contabilidade facilitou a troca de comunicações e modernizou todo o sistema. As funções tradicionais da Contabilidade, como escrituração, elaboração de balancetes, livros, análise dos dados, foram profundamente afetadas. Para Moscove, Simkin e Bagranoff (2002, p.22): “Uma característica da era da informação é o emprego da maior parte da força de trabalho como trabalhadores do conhecimento. Esses trabalhadores estão produzindo e usando informação e conhecimento.” Com a integração dos computadores e da internet, o homem vive a revolução do conhecimento e da informação.

Nesse contexto, Deitos (2003) afirma que os avanços tecnológicos impactam sobre a Contabilidade por duas vias: pelo contexto externo, macro dos negócios, que ao atingir os usuários dos serviços contábeis, atingem, mesmo que indiretamente, os serviços contábeis; e pelo contexto interno, através da alteração de processos e ferramentas que envolvem as atividades de processamento dos fatos contábeis.

No entanto, tecnologia e informação não são suficientes, deve-se ter mais do que isso, deve-se ter qualidade nessa informação, conhecimento e capacidade para utilizá-la em benefício da empresa. Nesse sentido, Duarte (2008, p. 15) enfatiza que “A informação pura não é conclusiva, não transforma a empresa, não toma decisões nem cria oportunidades. Para que ela tenha valor é preciso utilizar as habilidades humanas de análise e síntese.”

Sendo assim, cabe ao contador explicar e interpretar os fenômenos patrimoniais. O contador deve estar preparado para realizar uma triagem das informações, analisando-as e identificando o que é importante para o futuro da empresa, gerando, dessa forma, um diferencial para a organização.

(25)

De maneira alguma a tecnologia substitui o papel do contador, somente este tem a capacidade de raciocinar, tomar decisões, analisar os fatos e buscar soluções.

2.3 SISTEMA PÚBLICO DE ESCRITURAÇÃO DIGITAL (SPED)

Conforme menciona Ribeiro (2006), o principal fim da Contabilidade é fornecer informações, de caráter econômico e financeiro, sobre o patrimônio. O governo, por sua vez, identificou, na Contabilidade, um instrumento para exercer o seu papel fiscalizador, uma forma de tomar conhecimento do gerenciamento das empresas.

Fazendo uso das informações obtidas através da Contabilidade, aliada ao avanço da tecnologia, a qual possibilita o cruzamento dessas informações, e ao advento da internet pela qual as informações são repassadas quase que em tempo real, foi desenvolvido o Sistema Público de Escrituração Digital.

A implantação do SPED constitui avanço no sentido de facilitar as atividades de fiscalização sobre operações; padronizar e promover a integração das informações apresentadas; além de diminuir a burocracia. Através desse projeto, a informação gerada pela Contabilidade deve se adequar às necessidades do fisco, uma vez que as informações repassadas são unificadas e padronizadas conforme determinação legal.

Faz-se necessário mencionar que, o Brasil não é o precursor na implantação de um sistema eletrônico como o SPED. Conforme Faria et al. (2010), adotando nome diferente, em 2001, o Chile já havia lançado essa ideia. O Chile foi um dos primeiros países da America Latina a validar documentos por meio de Certificado digital. Posteriormente, o México adotou a ideia de um sistema eletrônico que promovesse a integração entre as esferas do governo e aumentasse a eficiência da administração pública.

No Brasil, instituído pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, o SPED faz parte do Programa de Aceleração Federal (PAC 2007 – 2010) e trata-se de uma iniciativa integrada das administrações tributárias nas três esferas de governo - federal, estadual e municipal, com a finalidade de estabelecer um novo tipo de relacionamento entre o fisco e o contribuinte. Com esse novo sistema, o fisco reuniu as informações em um único banco de dados, compartilhado entre as esferas, fazendo diminuir e uniformizar as obrigações entregues pelos contribuintes; e, ainda, possibilitando o cruzamento das informações.

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Instrumento que unifica as atividades de recepção, validação, armazenamento e autenticação de livros e documentos que integram a escrituração comercial e fiscal dos empresários e das sociedades empresárias, mediante fluxo único, computadorizado, de informações.

O projeto SPED é composto por três grandes subprojetos: Escrituração Contábil Digital (ECD), Escrituração Fiscal Digital (EFD) e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e). Agregam-se ao mesmo projeto outros cinco subprojetos: Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e), Conhecimento de Transporte eletrônico (CT-e), Controle Fiscal e Contábil de Transição (FCONT), Livro de Apuração do Lucro Real Eletrônico e Central de Balanços.

Faz-se necessário ressaltar que cada subprojeto é independente, devendo, assim, ser observada a legislação de cada uma. O fato, porém, de uma empresa estar enquadrada em um subprojeto não necessariamente a obriga aos demais.

De acordo com constante no sítio eletrônico da Receita Federal do Brasil (2010), o projeto SPED é uma construção conjunta de 20 instituições, entre órgãos públicos, conselhos de classe, associações e entidades civis.

Para Oliveira (2009), “O novo sistema busca uniformizar o cumprimento de obrigações, facilitar os trabalhos das auditorias e agilizar o tratamento das informações.”

Nesse sentido, encontra-se, no sítio eletrônico da Receita Federal do Brasil (2010), uma lista com os principais benefícios do projeto SPED:

• Redução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento de documentos em papel;

• Eliminação do papel;

• Redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações acessórias;

• Uniformização das informações que o contribuinte presta às diversas unidades federadas;

• Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas;

• Redução do tempo despendido com a presença de auditores fiscais nas instalações do contribuinte;

• Simplificação e agilização dos procedimentos sujeitos ao controle da administração tributária (comércio exterior, regimes especiais e trânsito entre unidades da federação);

• Fortalecimento do controle e da fiscalização por meio de intercâmbio de informações entre as administrações tributárias;

• Rapidez no acesso às informações;

• Aumento da produtividade do auditor através da eliminação dos passos para coleta dos arquivos;

• Possibilidade de troca de informações entre os próprios contribuintes a partir de um leiaute padrão;

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• Redução de custos administrativos; • Melhoria da qualidade da informação;

• Possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fiscais;

• Disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos distintos e concomitantes;

• Redução do Custo Brasil;

• Aperfeiçoamento do combate à sonegação;

• Preservação do meio ambiente pela redução do consumo de papel.

A criação do SPED, segundo Duarte (2008), representa uma maneira inteligente, encontrada pelas autoridades fiscais, de utilizar a tecnologia da informação para tornar mais eficiente a fiscalização e, assim, buscar a redução do índice de sonegação no País.

Diariamente, se observa que os empresários brasileiros criticam a carga tributária, os encargos, os juros altos, a falta de recursos. (A TRAVA DOS IMPOSTOS, 2010). Entretanto, muitos dos problemas de sobrevivência enfrentados pelas empresas, principalmente as de pequeno porte, são causados pela falta de informação e de conhecimento dos próprios empresários. A falta de um bom gerenciamento e de eficiente interpretação dos dados acaba por distorcer a realidade da empresa. Em muitos casos, o empresário não conhece o verdadeiro valor dos seus produtos ou serviços, não conseguindo, assim, repassar o ônus tributário no valor da venda.

Ainda no entender de Duarte (2008), com o Sistema Público de Escrituração Digital, a responsabilidade do profissional contábil torna-se maior, uma vez que o trabalho intelectual sobrepõe-se ao operacional. Ressurgem, assim, outras tarefas típicas do contador, como contabilidade gerencial, planejamento tributário, auditoria, assessoria.

Nesse sentido, o sucesso da profissão do contador, na atual conjuntura, depende de alguns fatores importantes como qualificação, visão gerencial, perfil empreendedor, conhecimento em informática, capacidade de interpretar corretamente a legislação, habilidade de aprender, capacidade preditiva, poder de feed-back.

Os três principais subprojetos do SPED: o SPED Contábil (ECD), o SPED Fiscal (EFD), e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) serão abordados, mais detalhadamente, no próximo item.

(28)

2.3.1 ESCRITURAÇÃO CONTÁBIL DIGITAL

A Escrituração Contábil Digital (ECD) é um subprojeto do SPED que, de maneira geral, substitui a escrituração em papel dos livros mercantis pela escrituração de seus equivalentes de forma digital. Sendo assim, deverão ser transmitidos de forma eletrônica os seguintes livros e documentos contábeis: livro Diário e seus auxiliares, livro Razão e seus auxiliares, Balancetes Diários, Balanços e fichas de lançamento comprobatório dos assentamentos neles transcritos, todos fazendo uso do certificado digital.

A Instrução Normativa RFB nº 787, de 19 de novembro de 2007, e seus derivativos obrigam as empresas sujeitas à tributação do Imposto de Renda com base no Lucro Real a transmitir, por meio do SPED, os seus livros contábeis. Para as demais sociedades empresárias, a ECD é facultativa.

A escrituração contábil será mantida exclusivamente em formato digital, em que, a partir do sistema de contabilidade, a empresa gera um arquivo, o qual será submetido ao Programa Validador e Assinador – PVA, fornecido pelo SPED. Após a validação, o arquivo necessita ser assinado digitalmente pela pessoa que detém poder para assinar, de acordo com os registros na junta comercial, e pelo contabilista responsável. Após a assinatura é gerado um requerimento, o qual é encaminhado para registro digital na Junta Comercial, e esta, por sua vez, analisará o requerimento e o Livro Digital. A análise poderá gerar três situações: Autenticação do livro, Indeferimento, Sob exigência. Um livro colocado sob exigência pela Junta Comercial, após sanada a irregularidade, deve ser reenviado ao SPED. O PVA tem, ainda, as funcionalidades de visualização da escrituração e de geração e recuperação de backup.

Conforme relembra MAHLE (2009, p. 81):

As informações transmitidas e disponíveis no ambiente nacional do SPED serão compartilhadas com os órgãos e entidades das administrações tributárias dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, observando o estabelecido no Decreto 6.022 de 2007, garantindo total integridade do sigilo bancário, fiscal e comercial da empresa.

De acordo com o art. 5º da Instrução Normativa nº 787, a transmissão da ECD deve ser realizada anualmente, até as 20 horas do último dia do mês de junho do ano seguinte ao ano-calendário a que se refira à escrituração, sob pena de multa no valor de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por mês-calendário ou fração de atraso, de acordo com o art. 10 da mesma Instrução Normativa.

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A figura a seguir apresenta o fluxo das informações geradas para o ambiente SPED, desde a geração do arquivo pelo sistema da contabilidade até a autorização do registro.

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Figura 1: Fluxo das informações geradas para o ambiente SPED

Fonte: Boal, Luiz; Juskow, Sergio. Os impactos da NF-e e do SPED para o Contabilista. Apostila PROJETO EDUCAÇÃO CONTINUADA – CRC. Maio 2009.

(30)

2.3.2 ESCRITURAÇÃO FISCAL DIGITAL

A Escrituração Fiscal Digital (EFD), instituída nacionalmente pelo Convênio ICMS nº 143, de dezembro de 2006, de maneira simplificada, é a escrituração fiscal do contribuinte, enviada ao fisco num formato eletrônico. A EFD substitui, assim, a escrituração e a impressão em papel dos seguintes livros fiscais: Registro de Entradas, Registro de Saídas, Registro de Inventário, Registro de Apuração do IPI e Registro de Apuração do ICMS.

A Escrituração Fiscal Digital passou a ser obrigatória somente a partir de 1º de janeiro de 2009, conforme previsto no Convênio 143/06. Dispõe a cláusula 3ª do mesmo convênio que o contribuinte pode ser dispensado da EFD desde que autorizado pela Unidade Federada ou pela Receita Federal. No Estado de Santa Catarina, o Anexo 11 do RICMS/SC trata, a partir do art. 24, sobre a EFD.

O art. 25 do Anexo 11 do RICMS/SC define as empresas obrigadas à EFD e os respectivos prazos de início:

I – a partir de 1º de janeiro de 2009 para o contribuinte:

a) cuja soma do valor contábil das saídas realizadas pelo conjunto dos seus estabelecimentos localizados neste Estado, informado na Declaração de Informações do ICMS e Movimento Econômico – DIME, referente ao exercício de 2007, seja igual ou superior a R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais); b) prestador de serviços de comunicação e de telecomunicação e fornecedor de energia elétrica, que emitiu em 31 de julho de 2008 seus documentos fiscais em uma única via por sistema eletrônico de processamento de dados, de acordo com o estabelecido no Anexo 7, Seção IV-A;

II – a partir de 1º de abril de 2010, para os contribuintes cuja soma do valor contábil das saídas realizadas pelo conjunto dos seus estabelecimentos localizados neste Estado, informado na Declaração de Informações do ICMS e Movimento Econômico – DIME, referente ao exercício de 2008, seja superior a R$ 24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de reais), exceto quanto aos contribuintes já obrigados de acordo com o inciso I;

III – a partir de 1º de julho de 2010, para o contribuinte cuja soma do valor contábil das saídas realizadas pelo conjunto dos seus estabelecimentos localizados neste Estado, informado na Declaração de Informações do ICMS e Movimento Econômico – DIME, referente ao exercício de 2008, seja igual ou superior a R$ 12.000.000,00 (doze milhões de reais) até R$ 24.000.000,00 (vinte e quatro milhões de reais), exceto quanto aos contribuintes já obrigados de acordo com o inciso I;

IV – a partir de 1º de julho de 2011 para os demais contribuintes registrados no Cadastro de Contribuintes do ICMS – CCICMS, exceto os enquadrados no Simples Nacional.

§ 1º A partir de 1º de janeiro de 2009 os contribuintes não obrigados à EFD, excetuados os optantes pelo Simples Nacional, poderão optar de forma irretratável pela sua utilização, mediante requerimento dirigido à Secretaria de

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Estado da Fazenda.

§ 2º Os arquivos digitais com o registro da escrituração fiscal relativa aos meses de janeiro a agosto de 2009 poderão ser entregues até o dia 30 de setembro de 2009.

§ 3º No caso de fusão, incorporação ou cisão, a obrigatoriedade de que trata o

caput se estende à empresa incorporadora, cindida ou resultante da cisão ou

fusão.

O arquivo digital da EFD deverá ser enviado até o 20º dia do mês subsequente ao da apuração do imposto, conforme estabelece art. 33 do anexo 11 do RICMS/SC.

A partir da base de dados da empresa deverá ser gerado um arquivo digital de acordo com leiaute estabelecido em Ato COTEPE, informando todos os documentos fiscais e outras informações de interesse dos fiscos federal e estadual, referentes ao período de apuração. Esse arquivo deverá ser submetido à importação e validação pelo Programa Validador e Assinador (PVA), fornecido pelo SPED, o qual verifica a consistência das informações prestadas no arquivo. Após essas verificações, o arquivo digital é assinado por meio de certificado digital1. É importante frisar que quem desenvolve ou adquire o programa gerador do arquivo digital do SPED fiscal é a empresa; o validador o fisco fornece.

A EFD somente terá validade, para efeitos fiscais, após a confirmação de recebimento do arquivo pelo fisco. A geração, o armazenamento e o envio do arquivo digital não dispensam o contribuinte da guarda dos documentos que deram origem às informações nele constantes, na forma e prazos estabelecidos pela legislação aplicável.

2.3.3 NOTA FISCAL ELETRÔNICA (NF-E)

O projeto Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) tem seus principais idealizadores nas Secretarias da Fazenda dos Estados e do Distrito Federal, nas Secretarias de Finanças dos municípios e na Secretaria da Receita Federal do Brasil. Todas essas entidades, devidamente representadas, em agosto de 2005, no evento do II ENAT - Encontro Nacional de Administradores Tributários, em São Paulo, assinaram o Protocolo ENAT

1 Criada pela Medida Provisória nº. 2.200-2, de 24 de outubro de 2001, a Certificação Digital, tem o objetivo

de garantir a autenticidade, a integridade, a confidencialidade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica. É uma ferramenta tecnológica que identifica com precisão com que pessoa física ou jurídica está se comunicando virtualmente, permite o acesso a informações, além de assinar documentos eletrônicos dando-os validade legal.

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03/2005, visando o desenvolvimento e a implantação da Nota Fiscal Eletrônica. De acordo com SOUSA NETO e SOUZA (2005 apud Martins 2008):

O projeto brasileiro de Nota Fiscal Eletrônica foi inspirado em soluções pioneiras do exterior, como o modelo chileno e mexicano. O Chile adota, desde 2003, a Nota Fiscal Eletrônica – denominada de fatura eletrônica para negócios entre empresas. Mais recentemente, experiências bem sucedidas como no México reforçam a tendência e a consolidação desta modalidade de documento fiscal.

Instituído pelo Ajuste SINIEF 04/2006, e todas as suas alterações posteriores, a Nota Fiscal Eletrônica tem o objetivo de promover a integração e o compartilhamento de informações entre os órgãos fiscalizadores, reduzindo, assim, os custos e entraves burocráticos, além de facilitar o cumprimento das obrigações tributárias.

Conforme Duarte (2008, p. 69):

A NF-e é um documento eletrônico que contém dados do contribuinte remetente, do destinatário e da operação a ser realizada. Este documento é assinado com certificado digital do remetente e enviado à Secretária da Fazenda (SEFAZ) de sua unidade federativa, para validação e autorização.

A NF-e poderá ser utilizada, em substituição à Nota Fiscal modelo 1 ou 1-A, pelos contribuintes do Imposto sobre Produtos Industrializados - IPI ou Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre a Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, com exceção das notas fiscais de venda efetuada fora dos estabelecimentos comerciais.

De maneira simplificada, o contribuinte terá que transmitir à Secretaria da Fazenda de sua jurisdição o arquivo da NF-e contendo as informações fiscais da operação comercial, digitalmente assinado. Por sua vez, a SEFAZ fará uma pré-validação do arquivo e devolverá um protocolo de recebimento (Autorização de Uso), sem o qual não poderá haver o trânsito da mercadoria. Para acompanhar o trânsito da mercadoria será expedida uma representação gráfica simplificada da Nota Fiscal Eletrônica, intitulada DANFE (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica). Conforme relembra Mahle (2009, p. 79):

o DANFE somente será emitida após a Autorização de Uso da NF-e, portanto, o contribuinte não emitirá a Nota Fiscal, mas sim o DANFE, documento que tem código de barra para leitor óptico da chave de acesso e contém todos os dados necessários para escrituração, devendo ser impresso em papel.

O projeto NF-e institui mudanças significativas no processo de emissão e gestão das informações fiscais. No que tange às características da Nota Fiscal Eletrônica, de acordo com o ENCAT (2010) no projeto conceitual da NF-e, elas são as seguintes:

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formato XML (Extended Markup Language);

• Apresenta garantia de autoria, integridade e irrefutabilidade, certificadas através de assinatura digital do emitente, definido pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileiras (ICP Brasil);

• O arquivo da NF-e deverá seguir o leiaute de campos definido em legislação específica;

• Deverá conter um “código numérico”, obtido por meio de algoritmo fornecido pela administração tributária, que comporá a “chave de aceso” de identificação da NF-e, juntamente com o CNPJ do emitente e o número da NF-e;

• Para poder ser válida, deverá ser enviada eletronicamente e autorizada pelo fisco, da circunscrição do contribuinte emissor, antes de seu envio ao destinatário e antes da saída da mercadoria do estabelecimento;

A transmissão da NF-e será efetivada, via Internet, por meio de protocolo de segurança ou criptografia;

• A NF-e transmitida para a SEFAZ não pode mais ser alterada, permitindo-se apenas, dentro de certas condições, seu cancelamento;

• Deverão ser emitidas em ordem consecutiva crescente e sem intervalos, a partir do 1º número sequencial, sendo vedada a duplicidade ou o re-aproveitamento dos números inutilizados ou cancelados;

• A critério das administrações tributárias, a NF-e poderá ter o seu recebimento confirmado pelo destinatário.

Quanto aos benefícios com a implantação da NF-e, o Portal Nacional da Nota Fiscal Eletrônica lista benefícios tanto para os contribuintes como para as administrações tributárias, como demonstrados no quadro a seguir.

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BENEFICIADOS BENEFÍCIOS

Contribuinte Vendedor (Emissor da NF-e)

Redução de custos de impressão; Redução de custos de aquisição de papel; Redução de custos de envio do documento fiscal;

Redução de custos de armazenagem de documentos fiscais; Simplificação de obrigações acessórias, como dispensa de AIDF; Redução de tempo de parada de caminhões em Postos Fiscais de Fronteira;

Incentivo a uso de relacionamentos eletrônicos com clientes (B2B);

Contribuinte Comprador (Receptor da NF-e)

Eliminação de digitação de notas fiscais na recepção de mercadorias; Planejamento de logística de entrega pela recepção antecipada da informação da NF-e;

Redução de erros de escrituração devido a erros de digitação de notas fiscais;

Incentivo ao uso de relacionamentos eletrônicos com fornecedores (B2B);

Sociedade

Redução do consumo de papel, com impacto positivo no meio ambiente; Incentivo ao comércio eletrônico e ao uso de novas tecnologias;

Padronização dos relacionamentos eletrônicos entre empresas; Surgimento de oportunidades de negócios e empregos na prestação de serviços ligados à Nota Fiscal Eletrônica.

Administrações Tributárias

Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal;

Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um melhor intercâmbio e compartilhamento de informações entre os fiscos; Redução de custos no processo de controle das notas fiscais capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito;

Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação;

Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fiscal da Secretaria da RFB (Sistema Público de Escrituração Digital – SPED).

Quadro 2: Benefícios com implantação da NF-e Fonte: Adaptado de ENCAT (2010).

Importante mencionar que a cada Estado a ao DF cabe sua regulamentação da Nota Fiscal Eletrônica através do regulamento do ICMS estadual. No estado de Santa Catarina, a NF-e é regida pelo Anexo 11 do RICMS-SC, e pela Portaria nº 189/07, que define sobre o credenciamento para emissão.

O projeto SPED como um todo, não apenas limitando-se a NF-e, influencia o usuário da informação contábil, proporcionando um novo relacionamento entre a empresa, a Contabilidade e o fisco. Uma vez que exige maior transparência no conjunto de informações apresentadas ao fisco, melhorando o acompanhamento tributário. Contribui ainda com maior rapidez no acesso as informações e desburocratização dos processos, além de influenciar na gestão das empresas. Para o contador o projeto proporciona maior valorização profissional a partir do momento que este participa e conhece todo o processo. Deixando de ser visto pelo foco meramente fiscal (apuração de impostos), para ser visto como um auxiliador do empresário na tomada de decisão.

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3. METODOLOGIA

A necessidade humana de conhecimento e aprendizagem levou ao surgimento da pesquisa. O tipo de pesquisa e a estratégia a ser adotada muito dependerá do problema, dos objetivos e das metas a serem alcançadas, do tempo e dos recursos disponíveis.

De acordo com Souza, Fialho e Otani (2007, p.21), a pesquisa científica procura evidenciar:

[...] além do próprio fenômeno, as causas e a lógica de sua ocorrência. Procura-se, na verdade, estabelecer princípios, conceitos e leis que permitam explicar as razões da ocorrência de um determinado fenômeno. Assim, após serem repetidas várias vezes pelo raciocínio humano, essas razões tornam-se verdades provisórias, axiomáticas.

Neste sentido, a pesquisa científica é capaz de responder ao problema proposto, de organizar informações, assim como é também uma maneira formal de comprovar as causas da ocorrência de um fenômeno.

3.1. ENQUADRAMENTO METODOLÓGICO

Para Beuren (2003), uma pesquisa monográfica deve ter uma contribuição científica, apresentando, de forma sistemática e ordenada, um melhor entendimento sobre o tema abordado. Explica, ainda, que a monografia objetiva a reflexão de um tema ou problema específico, resultante de um procedimento de investigação sistemático.

Souza, Fialho e Otani (2007) acreditam não ser possível realizar um trabalho científico sem a utilização rigorosa dos instrumentos e procedimentos de pesquisa, para, só assim, se obter resultados cientificamente prováveis.

Desse modo, de acordo com os objetivos, esta pesquisa é caracterizada como descritiva do tipo survey, uma vez que pretende identificar e descrever as características, opiniões e atitudes de determinado grupo. Para Cervo, Bervian e Silva (2007, p.65), a pesquisa descritiva “(...) observa, registra, analisa e correlaciona fatos ou fenômenos (variáveis) sem manipulá-los. Busca descobrir, com a maior precisão possível, a frequência com que um fenômeno ocorre, sua relação e conexão com outros, sua natureza e suas características”. Com relação à maneira como o trabalho será conduzido, os procedimentos adotados encontram amparo em Tripodi, Fellin e Meyer (1981, p. 39) ao mencionarem que

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“pesquisas que procuram descrever com exatidão algumas características de populações designadas são tipicamente representadas por estudos de survey”. Barbetta (1994, p. 17) corrobora com esses autores, afirmando que “neste tipo de pesquisa observam-se diversas características dos elementos de uma certa população, utilizando-se questionários ou entrevistas. A observação é feita naturalmente e sem interferência do pesquisador”.

Quanto à fonte de coleta de dados, será de natureza primária, uma vez que as informações serão obtidas diretamente em campo. De acordo com Beuren (2003, p.134), a coleta de dados de fonte primária é a que “trabalha com informações que não receberam tratamento analítico.” Para tal realização optou-se pela aplicação de um questionário como instrumento de pesquisa.

No que se refere à forma de abordagem do problema, Richardson (1985, p. 38) enfatiza que:

Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos dinâmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudança de determinado grupo e possibilitar, em maior nível de profundidade das particularidades do comportamento dos indivíduos.

Beuren (2003) concorda ao afirmar que, na pesquisa qualitativa, busca-se aprofundamento em relação ao fenômeno que se estuda, visando o destaque de características não observadas na abordagem quantitativa.

Neste sentido, a abordagem do problema, neste estudo, deu-se de forma qualitativa, uma vez que se buscou levantar e interpretar as opiniões dos contadores, numa tentativa de melhor conhecer o contexto do problema.

3.2 PROCEDIMENTOS PARA REVISÃO DO REFERENCIAL TEÓRICO

A revisão da literatura, no primeiro momento, ocorreu nos anais do período de 2007 a 2009, dos principais eventos nacionais de Contabilidade, sendo: ANPCONT, ENANPAD, Congresso Brasileiro de Custos e Congresso USP de Controladoria e Contabilidade.

Posteriormente, devido à carência de publicação na área, esse ambiente de coleta foi ampliado para o Congresso Brasileiro de Contabilidade, Congresso UFSC de Controladoria e Finanças e a Revista Catarinense de Ciências Contábeis.

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Foi utilizada, como critério de seleção dos artigos, a ocorrência de palavra-chave no título, resumo e/ou nas palavras-chaves do artigo, das seguintes terminologias: Sistema Público de Escrituração Digital, SPED, NF-e, Nota Fiscal Eletrônica, Escrituração Contábil Digital e Escrituração Fiscal Digital.

Sob a perspectiva de investigar o Sistema Público de Escrituração Digital, foram identificados, no material selecionado, seis artigos, conforme demonstra o Quadro 4, a seguir.

Quantidade de Artigos

Evento 2007 2008 2009 Total

ANPCONT 0

CONGRESSO BRASILEIRO DE CUSTOS 0

CONGRESSO USP DE CONTROL. E CONTABILIDADE 0

ENANPAD 1 1

CONGRESSO BRASILEIRO CONTABILIDADE 2 2

CONGRESSO UFSC DE CONTROL. E FINANÇAS 1 1 2

REVISTA CATARINENSE DA CIÊNCIA CONTÁBIL 1 1

0 4 2 6

Quadro 3: Estudo Bibliométrico – Evolução da publicação de pesquisas relacionadas ao SPED Fonte: Elaborado pela autora

A bibliométria permitiu verificar a carência de publicação sobre o Sistema Público de Escrituração Digital, bem como perceber que grande parte delas se remetia a um subprojeto do SPED, a nota fiscal eletrônica.

Dentre os artigos encontrados, o artigo Sistema Público de Escrituração Digital - SPED: um estudo nos escritórios de contabilidade no município de Pinhalzinho – SC, dos autores Marciane Maria Mahle e Alex Fabiano Bertollo Santana, publicado na Revista Catarinense da Ciência Contábil, é o que mais se assemelha aos objetivos desta pesquisa.

Esse referido artigo objetiva verificar o nível de percepção para a implantação do Sistema Público de Escrituração Digital nos escritórios de contabilidade de Pinhalzinho – SC. A análise dos dados deu-se em todos os escritórios de Contabilidade registrados no Município, o que totaliza 12 escritórios. No entanto, o estudo diverge do aqui proposto, quando este busca, através de amostragem, investigar a percepção dos profissionais do município de Florianópolis que atuam na área contábil, com relação à implantação do Sistema Público de Escrituração Digital e sua influência na formação profissional.

A fim de complementar o material coletado, utilizou-se de informações disponíveis nos sítios eletrônicos das entidades envolvidas no projeto SPED, bem como na legislação vigente, além de recorrer, sempre que se julgou necessário, à bibliografia existente acerca do tema.

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3.3 POPULAÇÃO E AMOSTRA

Um fator importante para delinear uma pesquisa é identificar quem se pretende investigar. Dessa forma, Barbetta (2004, p. 18) chama de população alvo o “conjunto de elementos que queremos abranger em nosso estudo. São os elementos para os quais

desejamos que as conclusões oriundas da pesquisa sejam válidas”. Já a população acessível

é considerada por Barbetta (2004, p. 18) como a “população ou conjunto de elementos que queremos abranger em nosso estudo e que são passíveis de serem observados, com respeito às características que pretendemos levantar”.

Nesse sentido, visando atender o objetivo desta pesquisa, definiu-se como população alvo deste estudo os contadores devidamente associados ao Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis, Assessoramento, Consultoria, Perícias, Informações e Pesquisas da Grande Florianópolis - SESCON, estabelecido em Florianópolis e com seu endereço eletrônico listado no sítio do SESCON em 14 de outubro de 2010, o que corresponde a uma população de 189 escritórios.

Quanto à população acessível, aquela que foi passível de ser observada, corresponde a 153 escritórios, uma vez que o correio eletrônico identificou erro em 36 dos endereços disponíveis, impossibilitando assim o envio de correspondência eletrônica.

Para Barbetta (2004), quando se pretende conhecer as características de uma população é muito comum se observar apenas uma amostra, e se obter uma estimativa para as características populacionais de interesse.

Desta forma, o método de amostragem utilizado para esta pesquisa definiu-a como não probabilística por acessibilidade. Foram considerados como amostra todos os respondentes do questionário no período compreendido entre o dia 14-de outubro e 1º de novembro de 2010. No período definido houve retorno de 44 questionários, o que caracteriza uma amostra de 28,75 % da população acessível.

3.4 PROCEDIMENTOS PARA COLETA E ANÁLISE DOS DADOS

A captação de informações para desenvolvimento da pesquisa deu-se através da aplicação de um questionário, constante no apêndice deste trabalho. Beuren (2003, p. 130) define o questionário como “um instrumento de coleta de dados constituído por uma série

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