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Avaliação pós-ocupação em centros de referência

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Academic year: 2021

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MONIQUE WEBER

AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM CENTROS DE REFERÊNCIA

Ijuí 2018

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AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM CENTROS DE REFERÊNCIA

Trabalho de Conclusão de Curso de Engenharia Civil apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador(a): Lia Geovana Sala

Ijuí /RS 2018

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AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO EM CENTROS DE REFERÊNCIA

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 12 de julho de 2018

Prof. Lia Geovana Sala Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFSC - Orientadora Prof. Lia Geovana Sala Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ BANCA EXAMINADORA

Prof. Tarcísio Dorn de Oliveira (UNIJUÍ) Mestre em Patrimônio Cultural pela UFSM Prof. Lia Geovana Sala (UNIJUÍ) Mestre em Arquitetura e Urbanismo pela UFSC

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Dedico este trabalho aos meus pais, namorado e amigas pelo incentivo, paciência e apoio nos momentos em que eu necessitava.

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A Deus por ter me capacitado na elaboração desse trabalho e por ter me cuidado em todas as viagens até a universidade ao longo desses anos de estudo;

Aos meus pais pelo incentivo e confiança que sempre depositaram em mim;

Ao meu irmão Henrique e à minha tia Samara pelas discuções de temas, opiniões e dicas que sempre foram de muita utilidade;

À minha professora orientadora Lia por acreditar no meu potencial e me dar a liberdade de discutir e desenvolver algumas propostas diferentes na execução deste estudo;

À minha amiga Cristiana por abrir as portas da Prefeitura Municipal de Panambi para que eu pudesse realizar este estudo e por acreditar na minha capacidade;

Ao prefeito Daniel Hinnah por autorizar esse estudo e me direcionar às demais áreas da Prefeitura;

Às minhas amigas Alana, Natália, Tanajara, Gabriela e Fabiane e ao meu namorado Marco que se fizeram presentes para me acalmar, consolar e distrair, e que sempre me incentivaram na execução tanto do curso quanto deste estudo;

Estendo meus agradecimentos a todos que, de alguma forma, contribuíram para a realização deste trabalho. Enfim, a todos que estiveram do meu lado, me apoiando, incentivando e torcendo pela realização desta conquista.

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“A maior recompensa pelo trabalho não é o que nos pagam por ele, mas aquilo em que ele nos transforma.

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WEBER, M. Avaliação Pós-Ocupação em Centros de Referência. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

A Avaliação Pós-Ocupação transparece e evidencia a importância que a qualidade dos ambientes construídos exercem sobre o bem estar das pessoas, possibilitando situações que favorecem o exercício profissional na busca de soluções coerentes, duradouras, racionalizadas e que prezem pelo aumento da qualidade de vida dos usuários. Neste trabalho o intuito é verificar a satisfação dos usuários das edificações do Centro de Referência de Assistência Social e do Centro de Referência da Mulher localizados no município de Panambi/RS através de uma avaliação pós-ocupação. Para tal, desenvolveu-se dois tipos de questionários. O primeiro, conhecido como Mapeamento Visual, foi aplicado em todos os funcionários dessas unidades públicas e permite o registro da percepção dos ambientes na planta baixa humanizada da edificação. O segundo, conhecido como Questionário, reúne um conjunto ordenado de perguntas e foi aplicado na população em geral que é atendida nessas unidades através de uma entrevista estruturada. A amostra desse segundo modelo de questionário foi de 36 pessoas no Centro de Referência de Assistência Social e 12 pessoas no Centro de Referência da Mulher. Apresentou-se e comentou-se os resultados obtidos no Mapeamento Visual de forma a esclarecer os apontamentos registrados e organizou-se os resultados dos Questionários em planilhas para melhor leitura e compreensão das opiniões expressadas. Por fim, esses resultados foram analisados e convertidos em recomendações para os edifícios existentes e para novos projetos semelhantes. Dentre as recomendações, destacam-se o fechamento superior e lateral da área de serviços no Centro de Referência de Assistência Social e o isolamento acústico das salas de atendimento no Centro de Referência da Mulher. Ainda, esse tipo de estudo gera uma grande experiência para a vida profissional, auxiliando na criação de projetos melhores e mais eficazes do que os que já foram executados.

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Figura 1 - Esquema da APO ... 18

Figura 2 - Fluxograma de Atividades da APO ... 22

Figura 3 - Placa de Identificação CRAS ... 30

Figura 4 - Delineamento da pesquisa ... 34

Figura 5 - Localização CRAS ... 36

Figura 6 - CRAS Arco Íris ... 37

Figura 7 - Localização CRM ... 38

Figura 8 - CRM Vanessa da Silva Santos ... 39

Figura 9 - Acesso ao CRAS ... 44

Figura 10 - Sala Atendimento Familiar (CRAS) ... 44

Figura 11 - Almoxarifado (CRAS) ... 45

Figura 12 - Copa (CRAS) ... 46

Figura 13 – Área de Serviço (CRAS) ... 47

Figura 14 - Sala Multiuso (CRAS) ... 48

Figura 15 - Sala Atendimento 01 (CRM) ... 49

Figura 16 - Sala Atendimento 02 (CRM) ... 49

Figura 17 - WC Funcionários (CRM)... 50

Figura 18 - Recepção (CRM) ... 51

Figura 19 - Sala Equipe (CRM) ... 51

Figura 20 - Sala Multiuso (CRM) ... 52

Figura 21 - Profissão dos entrevistados (CRAS) ... 54

Figura 22 - Idade dos entrevistados (CRAS) ... 54

Figura 23 - Escolaridade dos entrevistados (CRAS) ... 55

Figura 24 - Sexo dos entrevistados (CRAS) ... 55

Figura 25 - Tempo de utilização do edifício (CRAS) ... 56

Figura 26 - Bairro onde mora (CRAS) ... 56

Figura 27 - Profissão dos entrevistados (CRM) ... 60

Figura 28 - Idade do entrevistado (CRM) ... 61

Figura 29 - Escolaridade do entrevistado (CRM) ... 61

Figura 30 - Sexo do entrevistado (CRM) ... 62

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Tabela 1 - Famílias referenciadas x capacidade de atendimento... 26

Tabela 2 - Resumo dos ambientes do CRAS ... 29

Tabela 3 - Amostra e porcentagem de funcionários entrevistados ... 41

Tabela 4 - Amostra e porcentagem de usuários entrevistados... 41

Tabela 5 - Avaliação da sala de atendimento (CRAS) ... 57

Tabela 6 - Avaliação da sala de grupo (CRAS)... 57

Tabela 7 - Avaliação do edifício (CRAS) ... 58

Tabela 8 - Opinião dos usuários (CRAS) ... 59

Tabela 9 - Percepção do usuário (CRAS) ... 59

Tabela 10 - Avaliação do ambiente de maior utilização (CRM) ... 63

Tabela 11 - Avaliação do edifício (CRM) ... 64

Tabela 12 - Opinião do usuário (CRM) ... 65

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ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas APO Avaliação Pós-Ocupação

CRAS Centro de Referência de Assistência Social CRM Centro de Referência da Mulher

NBR Norma Brasileira

NOB Norma Operacional Básica da Assistência Social PAIF Proteção e Atendimento Integral à Família SNAS Secretaria Nacional de Assistência Social SUAS Sistema Único de Assistência Social

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1 INTRODUÇÃO ... 13 1.1 CONTEXTO ... 13 1.2 PROBLEMA ... 14 1.2.1 Questões de Pesquisa ... 15 1.2.2 Objetivos de Pesquisa ... 15 1.2.3 Delimitação ... 16 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 17 2.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO ... 17

2.2 PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS ... 23

2.3 CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL ... 24

2.4 CENTRO DE REFERÊNCIA DA MULHER ... 30

3 MÉTODO DE PESQUISA ... 33

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA ... 33

3.2 DELINEAMENTO ... 34

3.3 LOCAIS DE ESTUDO ... 36

3.3.1 Centro de Referência de Assistência Social ... 36

3.3.2 Centro de Referência da Mulher ... 37

4 RESULTADOS E ANÁLISES DOS RESULTADOS ... 40

4.1 LEVANTAMENTO DE DADOS ... 40

4.1.1 Amostragem ... 40

4.2 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO POR MEIO DA ENTREVISTA ESTRUTURADA E MAPEAMENTO VISUAL ... 42

4.2.1 Elaboração e aplicação do Mapeamento Visual ... 42

4.2.2 Apresentação dos resultados do Mapeamento Visual no CRAS ... 43

4.2.3 Apresentação dos resultados do Mapeamento Visual no CRM ... 48

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 67

REFERÊNCIAS ... 70

APÊNDICE A – MAPEAMENTO VISUAL (CRAS) ... 73

APÊNDICE B – MAPEAMENTO VISUAL (CRM)... 74

APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO ... 75

ANEXO A – PLANTA MOBILIADA (CRAS) ... 76

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1

INTRODUÇÃO

Segundo Marques e Lara (2003), embora o projeto arquitetonico esteja baseado em aspectos tradicionalmente valorizados pelos arquitetos, tais como estrutura, uso de materiais adequados e estabilidade, a adequação da proposta às necessidades dos usuários ainda representa um grande enclave. Pois, embora trabalhada na fase projetual, muitas vezes acaba não se encontrando na proposta final da edificação.

Ainda conforme os autores supracitados, na concepção arquitetonica alguns ambientes passam a adquirir caracteristicas meramente funcionais e soluções arquitetônicas que valorizam apenas o caráter estético da edificação. Cria-se, assim, espaços sem os devidos cuidados quanto à usabilidade, ao conforto e ao bem-estar, gerando insatisfações e inadequações na execução das tarefas.

O espaço deve traduzir os anseios e necessidades daqueles que o utilizam, incentivando-os à execução de suas tarefas, passando o ambiente construído a ter uma grande importância motivacional, quando responde às demandas identificadas (VILLAROUCO, 2001).

Portando, no decorrer deste capítulo será apresentada a contextualização para o desenvolvimento da Avaliação Pós-Ocupação em dois centros de referência, bem como apresentar o problema que levou a motivação da escolha desse tema. Também serão abordadas as questões da pesquisa, os objetivos da pesquisa a serem alcançados e a delimitação do tema.

1.1 CONTEXTO

A Avaliação Pós-Ocupação (APO) transparece e evidencia a importância que a qualidade dos ambientes construídos exercem sobre o bem estar das pessoas, seja no trabalho, em casa ou nos espaços públicos que compõem nossos municípios. Possibilita assim situações que favorecem o exercício profissional na busca de soluções coerentes, duradouras, racionalizadas e que prezem pelo aumento da qualidade de vida dos usuários.

Nesse sentido, surgiu a intenção de realização de uma APO no Centro de Referência de Assistência Social e no Centro de Referência da Mulher, no município de Panambi/RS, visando a obtenção de dados quanti-qualitativos a respeito da satisfação dos usuários dessas edificações.

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Tendo em vista que esses locais devam fornecer, tanto para os profissionais que atuam nesses locais quanto à população que utiliza deles para obtenção de apoio em determinada causa, uma sensação de acolhimento e de bem estar.

1.2 PROBLEMA

O processo produtivo de edificações no Brasil tem apresentado a utilização repetitiva de tipologias de projetos para as mesmas finalidades, deixando-se de levar em consideração as necessidades específicas dos usuários. De certa forma, segundo Ornstein (2009), o processo projetual do empreendimento deve definir parâmetros que garantam a obtenção da qualidade na maioria dos aspectos possíveis da edificação. Dessa forma, o contínuo conhecimento das reais demandas dos usuários, através de análises e avaliações pós-ocupacionais, pode contribuir para a qualificação desses empreendimentos.

Nota-se, ainda, poucas pesquisas voltadas à utilização, operação e manutenção de edificações. A escassez dessas informações promove a repetição de falhas em projetos semelhantes e com mesma finalidade. Ainda, pode-se reduzir a vida útil do ambiente construído e deteriorar as relações humanas no espaço devido à ausência dessa análise preventiva.

A avaliação pós-ocupação (APO) é um conjunto de métodos e técnicas, baseados em pesquisas aplicadas, que fornecem insumos para a realimentação do processo projetual, definindo-se diretrizes para novos projetos definindo-semelhantes com ênfadefinindo-se no ponto de vista e bem estar dos usuários finais da edificação (NAKAMURA, 2013).

Ainda conforme a autora supracitada, em países desenvolvidos esse tipo de avaliação é entendido como base de dados do processo de desenvolvimento de projetos há pelo menos quatro décadas. Já no Brasil, a APO vem sendo incorporada gradativamente nas práticas de construtoras após a promulgação do Código de Defesa do Consumidor, em 1990, e mais recentemente, com a entrada em vigor da NBR 15.575 – ABNT 2013.

Tradicionalmente, as pesquisas nessa área avaliam os aspectos técnicos, funcionais e comportamentais da edificação. Tendo essas informações aliadas ao ponto de vista de um especialista, pode-se fazer recomendações para o programa de manutenções do edifício. Com a dinâmica acelerada dos ambientes construídos, torna-se necessária sua aplicação mais frequente e

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______________________________________________________________________________ com prazos cada vez mais reduzidos no processo de concepção do projeto até seu destino e uso final.

Segundo Ornstein (1992), identifica-se pouco hábito de uso da APO no Brasil, muitas vezes pelo fato de perturbar as atividades cotidianas do ambiente construído, sendo assim, evitada ou não bem recebida pelos agentes envolvidos no uso, manutenção e administração destes espaços. Todavia, a ausência de pesquisas avaliativas desses ambientes em uso faz com que exista um distanciamento entre causas e consequências, perdendo-se o controle de qualidade do processo.

De acordo com Rheingantz, et al. (1997), a meta do fabricante ou projetista deve ser a criação de produtos com desempenhos que atendam às expectativas de mercado, com preços acessíveis e que apresentem o mínimo possível de defeitos. E, neste aspecto, a APO pretende analisar a performance dos edifícios, através da comparação sistematizada e rigorosa dos resultados, segundo critérios de desempenho pré-estabelecidos.

1.2.1 Questões de Pesquisa

Qual a percepção de qualidade aplicada nas edificações do Centro de Referência de Assistência Social e Centro de Referência da Mulher?

Qual é a opinião dos usuários em relação ao conforto dessas construções? 1.2.2 Objetivos de Pesquisa

Objetivo geral:

Averiguar de que forma as edificações do Centro de Referência de Assistência Social e do Centro de Referência da Mulher estão atendendo as necessidades dessas unidades de assistência pública e qual a impressão da população e dos profissionais que as utilizam através de uma avaliação pós-ocupação.

Objetivos específicos:

Analisar a funcionalidade e acessibilidade dos projetos arquitetônicos; Verificar necessidade e possibilidade de expansão das edificações;

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_____________________________________________________________________________________________

Coletar dados demonstrativos e qualitativos, através de entrevista, em relação à satisfação dos usuários quanto à localização, conforto acústico, térmico, lumínico e de ventilação, segurança estrutural, proteção contra incêndio, acessibilidade, estanqueidade à água e durabilidade.

1.2.3 Delimitação

Este trabalho delimitou-se na realização de uma Avaliação pós-ocupação no Centro de Referência de Assistência Social e no Centro de Referência da Mulher do Município de Panambi/RS através de uma pesquisa quanti-qualitativa com enfoque na avaliação técnica dos projetos e no nível de satisfação dos profissionais e população que utilizam essas edificações.

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2

REVISÃO DA LITERATURA

Para o desenvolvimento deste trabalho realizou-se pesquisas em diversas fontes na busca de embasamento que justificasse os objetivos propostos. Para um melhor entendimento das necessidades, este capítulo aborda a Avaliação Pós-Ocupação (APO), o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e o Centro de Referência da Mulher (CRM).

2.1 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO

A Avaliação Pós-Ocupação (APO), segundo Rheingantz et al. (1997), é um processo sistematizado e rigoroso de avaliação de edifícios, passado algum tempo da sua construção e ocupação. Ela focaliza as necessidades dos ocupantes do edifício e gera dados sobre as consequências das decisões de projeto na performance da edificação.

Sendo assim, se ocupa não só da qualidade como potência ou de modo universal, mas se refere à qualidade associada às necessidades de seu propósito, levantada a partir da experiência de seus usuários e de seus níveis de satisfação. A influência e as consequências das decisões projetuais são assim avaliadas, especialmente as relacionadas com a percepção e uso por parte dos diferentes agentes envolvidos (RHEINGANTZ et al., 2009).

A APO tem por finalidade possibilitar melhorias nas edificações e na qualidade de vida dos clientes, ocupantes, ou de qualquer pessoa que entre em contato com estes direta ou indiretamente. Em consequência, ganha-se em operacionalidade e segurança, garantindo respostas como maior produtividade e interação entre os setores (PENNA, 2004).

Essa avaliação, conforme Nakamura (2013), apresenta como princípio o fato de que os edifícios e os espaços livres em uso, independentemente de sua função, devem estar sujeitos a permanente avaliação. A APO pode gerar diagnósticos que fundamentam recomendações e intervenções no edifício, além de fornecer informações importantes que colaboram para a criação de projetos similares no futuro.

Ainda conforme a autora, qualquer ambiente construído como edifícios, espaços públicos cobertos ou descobertos, infraestrutura urbana, cidade ou região, são passíveis de avaliação. No entanto, a APO é mais utilizada em projetos de média e alta complexidade, como hospitais, escolas,

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aeroportos e indústrias, além de conjuntos residenciais com elevado grau de repetição e também interiores corporativos.

De acordo com Ornstein (1992), é importante ressaltar que os interesses pelos resultados e descobertas, obtidos através de uma APO, podem se configurar em interesses e significados diferenciados para pessoas e grupos distintos, o que pode implicar tensões ou conflitos entre o avaliador e estas pessoas ou grupos de interesse. De fato, os resultados serão considerados bons para alguns e maus para outros.

Toda obra arquitetônica contempla várias fases antes da sua concepção: planejamento, programa, projeto e, finalmente a sua construção. No entanto, essa etapa deve passar por frequentes manutenções e avaliações pós-ocupação, no intuito de ter uma edificação que satisfaça os anseios de seus usuários, podendo servir de base para novos projetos, conforme ilustrado na Figura 1.

Figura 1 - Esquema da APO

Fonte: ORNSTEIN (2014, disponível em:

<http://www.fau.usp.br/cursos/graduacao/arq_urbanismo/disciplinas/aut0188/Apo_Conceitos_e_Exemplos_Resumo. pdf>)

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______________________________________________________________________________ Baseado nesse esquema, entende-se que a aplicação da APO deveria estar implícita no cotidiano de todos os profissionais nos campos da arquitetura e urbanismo e da engenharia civil, com o intuito de ampliar a qualidade de seus processos de projetos e produtos. Saber como se comporta efetivamente o usuário no ambiente construído deveria ser uma prática corrente nas diferentes esferas: pública, institucional, privada, coorporativa, entre outras. No Brasil, desde os anos de 1970, tem se disseminado essa preocupação no ensino e na pesquisa, porém, ainda é preliminar sua ação nas rotinas do mercado imobiliário e nos órgãos do governo (VILLA, SARAMAGO e GARCIA, 1990).

É diante de tal cenário que, nas últimas décadas, os estudos na área de ambiente construído estão sendo bastante propagados. E, é neste contexto, que surge a preocupação com a participação do usuário na produção do projeto, com a psicologia ambiental e a avaliação pós-ocupação (VILLAROUCO, 2002).

Segundo Villa, Saramago e Garcia (1990), a APO é uma atividade que se origina do interesse em aprender sobre o desempenho do ambiente construído incluindo os níveis de satisfação das expectativas relativas à construção e aos usuários. Em alguns países como o EUA e Canadá, as agências governamentais passaram a incluir a APO como um mecanismo que respalda as decisões projetuais cujos objetivos são a melhoria nos projetos de edificações públicas em sua construção e distribuição.

E, de acordo com Benevente (2002), é importante ressaltar que a Avaliação Pós-Ocupação distingue-se da avaliação de desempenho, principalmente por incorporar no processo de avaliação o parecer do usuário em relação aos aspectos priorizados.

A APO diz respeito a uma série de métodos e técnicas que diagnosticam fatores positivos e negativos do ambiente no decorrer do uso, a partir da análise de fatores socioeconômicos, de infra-estrutura e superestruturas urbanas dos sistemas construtivos, conforto ambiental, conservação de energia, fatores estéticos, funcionais e comportamentais, levando em consideração o ponto de vista dos próprios avaliadores, projetistas, clientes, e também dos usuários (ROMÉRO e ORNSTEIN, 2003).

Então, a APO é entendida como um método interativo que detecta patologias e determina terapias no decorrer do processo de produção e uso de ambientes construídos, através de

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participação intensa de todos os agentes na tomada de decisões. Após análise do ambiente são identificados os fatores positivos e negativos. Os primeiros devem ser cadastrados e recomendados para futuros projetos semelhantes e os demais submetidos a algumas recomendações que poderão minimizar ou sanar o problema identificado (ORNSTEIN, 1992).

Ainda conforme a autora, a APO ocupa-se de fazer avaliações comportamentais e avaliações técnicas, organizados da seguinte forma:

• Avaliação Técnico-construtiva e conforto ambiental:

o Materiais e técnicas construtivas que relaciona pontos como: estrutura, junta de dilatação, cobertura, impermeabilização, etc.

o Conforto ambiental que demonstra preocupação com: iluminação e ventilação (naturais e artificiais), conforto acústico e térmico, conservação de energia, etc.

• Avaliação Técnico-funcional: avalia o desempenho funcional do espaço resultante entre o proposto originalmente e o construído. Ex.: áreas de lazer, de descanso, de circulação, etc.

• Avaliação Técnico-econômica: relaciona o custo com o benefício. Ex.: variação de custo por área construída em função da largura ou comprimento da planta-tipo. • Avaliação Técnico-estética: Ex.: cor, textura, volumetria, etc.

• Avaliação Comportamental: variáveis que lidam com o ponto de vista do usuário. Ex.: privacidade, território, adequação ao uso, etc.

• Estrutura Organizacional: preocupa-se com as subvariáveis não necessariamente de ordem física. Pode fazer referência a problemas de ordem funcional ou gerencial de uma empresa.

Segundo Rheingantz et al. (1997), de acordo com os objetivos do cliente e do tempo necessário, a APO possibilita a adoção de melhorias a curto, médio e longo prazo:

• Melhorias de curto prazo: possibilidade de identificar e solucionar problemas nos diversos sistemas/serviços, otimizar o uso do espaço interno e feedback da performance do edifício, otimizar as atitudes dos ocupantes do edifício, através do seu envolvimento efetivo no processo de avaliação, conhecer a influência das

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______________________________________________________________________________ modificações ditadas pela redução dos custos na performance do edifício, informar decisões tomadas e melhorar a compreensão das consequências das decisões projetuais na performance do edifício.

• Melhorias de médio prazo: flexibilidade e facilidade de adaptação às modificações organizacionais e crescimento contínuo, incluindo reciclagem de serviços/sistemas para novos usos, redução significativa nos custos de construção e de manutenção do ciclo vital do edifício, acompanhamento permanente da performance do edifício, por profissionais e usuários.

• Melhorias a longo prazo: aperfeiçoamentos na performance a longo prazo do edifício, otimizar dados de projeto, padrões, critérios e produção de literatura técnica, otimizar e quantificar as medições de performance do edifício.

Qualquer APO deve ser previa e cuidadosamente formulada. O planejamento adequado da pesquisa implica no levantamento adequado dos dados e no alcance das metas dentro dos prazos previstos. Na APO de ambientes construídos pode ser adotado um fluxograma de atividades que encontra-se dividido em etapas de coleta ou levantamento de dados, diagnóstico, recomendações para o ambiente – estudo de caso e, finalmente insumos para novos projetos (ORNSTEIN, 1992).

A coleta de dados é constituída de sete subetapas, que são: • Levantamento da memória do projeto e da construção; • Cadastro atualizado dos ambientes construídos (ass built); • Cadastro atualizado do mobiliário e dos equipamentos;

• Levantamento, tabulação de dados e informações coletadas junto aos usuários; • Levantamento técnico-construtivo, conforto ambiental e funcional;

• Levantamento de normas, códigos e especificações técnicas existentes;

• Estabelecimento de critérios e padrões, quando não existirem normas para efeito comparativo. Conforme mostra a Figura 2.

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_____________________________________________________________________________________________ Figura 2 - Fluxograma de Atividades da APO

Fonte: ORNSTEIN (1992, p. 63)

Segundo Rheingantz et al. (2009), por mais bem elaborados e aplicados que sejam, esses instrumentos não garantem o sucesso de uma avaliação, visto que são incapazes de apreender a experiência produzida em um mundo que não é pré-definido. Assim, esses resultados devem ser

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______________________________________________________________________________ vistos como complementos capazes de colaborar com a experiência reflexiva e intuitiva vivenciada durante a observação.

2.2 PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS

As configurações físicas do ambiente influenciam o comportamento humano, passando a ser aspecto definidor do sucesso ou não de um projeto arquitetônico, visto que cada indivíduo percebe o espaço de forma diferenciada (ARAÚJO, 2003).

Ainda conforme o autor supracitado, a percepção é um processo mental de interação de cada pessoa com o meio ambiente, podendo ser através de mecanismos perceptivos ou cognitivos. Como mecanismos cognitivos têm-se motivações, necessidades, expectativas, dentre outros. Desta forma, a mente humana interfere na construção da realidade percebida pelo usuário, proporcionando-o, ou não, satisfação.

Uma avaliação nada mais é do que a atribuição de valor a um determinado objeto, podendo estar relacionado com a percepção ou com a satisfação. A percepção se caracteriza por ser uma coleta inicial de informações através dos sentidos, onde o usuário avalia o ambiente a partir do seu entendimento (MORAES, 2008).

Já a satisfação é definida por Juran (1991) como o resultado alcançado quando as características do produto correspondem às necessidades do cliente. Também pode estar associado a percepção do indivíduo quanto às suas vivências e desejos.

Em relação ao comportamento humano, Guimarães (2004) percebe haver uma força que leva as pessoas a agir seja no sentido de buscar ou fugir de uma determinada situação. O autor afirma existir uma diferenciação entre os termos motivação e satisfação. O primeiro está ligado ao estímulo de ação, enquanto o segundo está voltado ao conceito de prazer.

Quando o foco está voltado ao ambiente físico, e este responde às necessidades dos usuários, as atividades serão realizadas de forma positiva. Os ambientes que contribuem para aumentar a sensação de alegria, motivação e segurança, geram uma maior participação das pessoas na resolução de problemas e no trabalho de modo geral (MORAES, 2004).

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Por outro lado, de acordo com o autor supracitado, espaços planejados inadequadamente ou uso dos equipamentos de forma incorreta geram um maior gasto de energia na realização de tarefas, podendo vir a ocasionar impactos na saúde, insatisfação e absenteísmo. Assim, em condições ambientais desfavoráveis, capazes de gerar impacto negativo, poderá existir o estresse ambiental.

2.3 CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social (2011), o Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) é o sistema governamental responsável pela organização e oferta de serviços da Proteção Social Básica nas áreas de vulnerabilidade e risco social dos municípios e DF. Pode ser cofinanciado por: Federação, Estado, DF ou Município.

É considerado a porta de entrada da assistência social e deve se localizar em áreas de maior vulnerabilidade. O principal serviço ofertado pelo CRAS, independentemente de sua fonte financiadora, é Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF) que objetiva a prevenção da ruptura de vínculos familiares e comunitários, a promoção de ganhos sociais e materiais e o acesso a benefícios, programas de transferência de renda e serviços socioassistenciais. Seu público alvo são as famílias e indivíduos em situação grave de desproteção, pessoas com deficiência, idosos, crianças retiradas do trabalho infantil, pessoas inseridas no Cadastro Único, beneficiários do Programa Bolsa Família, entre outros (BRASIL, 2015).

Esta unidade pública é referência para o desenvolvimento de todos os serviços socioassistenciais de proteção básica do Sistema Único de Assistência Social (SUAS) no seu território de abrangência. Demais serviços, de caráter preventivo, protetivo e proativo, tais como Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (para crianças, idosos e adolescents), Projovem Adolescente ou projetos de inclusão produtiva, podem ser ofertados diretamente no CRAS, desde que disponha de espaço físico, material e equipe compatível, de modo a não prejudicar o desenvolvimento do PAIF (BRASIL, 2016).

Tem-se como elemento determinante para o desenvolvimento de serviços destinados às famílias o reconhecimento de suas características, identidades culturais, interesses, necessidades e potencialidades distintas e que sua composição pode apontar demandas específicas, tais como:

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______________________________________________________________________________ famílias com crianças pequenas demandam atenções diferenciadas daquelas destinadas às famílias com portadores de deficiência.

Segundo Brasil (2009), identificando-se as áreas de maior vulnerabilidade e risco social, o gestor municipal deve organizar o espaço do município em territórios e indicá-los no Plano Municipal de Assistência Social, definir o número de CRAS a serem implantados, o número de famílias referenciadas a cada CRAS e as ofertas de serviços necessários. Os prazos de implantação devem levar em consideração a disponibilidade orçamentária de longo prazo, a disponibilidade de terrenos e edificações, recursos humanos e materiais necessários.

Ainda, a oferta de CRAS deve analisar o que já está sendo ofertado no território, pois poderão ser ofertados outros serviços além da PAIF, desde que programado o espaço físico e os recursos humanos compatíveis com as ofertas. Para isso deve-se ter, previamente, um planejamento de construção e reforma dessas unidades.

Por sua vez, a localização deve ser, prioritariamente, em locais com concentração de famílias com renda per capita mensal de até ½ salário mínimo e com presença significativa de famílias e indivíduos beneficiários dos programas de transferências de renda. É de responsabilidade do município a identificação desses territórios para a implantação do CRAS. Nos casos de municípios de pequeno porte, pode ser instalado em áreas centrais, ou seja, áreas de maior convergência da população. E nos casos de territórios com baixa densidade demográfica, pode ser instalado em local de melhor acesso à população (ALAGOAS, [201-?]).

Já nos municípios de médio e grande porte, bem como nas metrópoles, o CRAS deve situar-se nos territórios de maior vulnerabilidade. Caso não haja imóvel compatível ou exista grande incidência de violência, a unidade deve ser instalada em local próximo ao território de abrangência, a fim de garantir o efetivo referenciamento das famílias e seu acesso à proteção social básica (BRASIL, 2009).

Segundo Brasil (2005), a definição do número de famílias a serem referenciadas aos CRAS deve guardar relação com o porte do município, como prevê a Norma Operacional Básica da Assistência Social (NOB-SUAS). Para uma cidade de pequeno porte contendo entre 20.000 e 50.000 habitantes deve ter pelo menos 1 CRAS para até 3.500 famílias referenciadas. Dessa mesma forma, o número de famílias que vivem no território constitui parâmetro para a capacidade de

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atendimento do CRAS. A definição da estrutura física e da equipe de referência também deve considerar esses dados. A seguir, na Tabela 1, consta a relação entre o número de famílias e a capacidade de atendimento/ano do CRAS.

Tabela 1 - Famílias referenciadas x capacidade de atendimento

Fonte: BRASIL (2009, p. 35)

Segundo Brasil (2009), constituem atividades necessárias à implantação de um CRAS e à oferta dos serviços socioassistenciais, em especial do PAIF:

• Elaborar diagnóstico socioterritorial e identificar necessidades de serviços; • Planejar com outras instâncias sociais a implantação da unidade;

• Implantar as condições físicas, institucionais e materiais necessárias; • Selecionar, admitir e capacitar a equipe de referência.

Anualmente, realiza-se o censo CRAS com o intuito de conhecer o índice de desenvolvimento de cada CRAS no Brasil, a partir da definição de indicadores para cada um dos seguintes critérios: estrutura física, funcionamento, recursos humanos e atividades. Essas informações criam condições para análise da situação dos CRAS, definição e pactuação de pontos a serem superados, metas a serem alcançadas e verificação do cumprimento das metas de desenvolvimento dos CRAS. É, portanto um instrumento estratégico para o SUAS, pois destina-se ao monitoramento de todos os CRAS, independentemente de sua fonte de financiamento.

O espaço físico do CRAS é reflexo da concepção de lugar de concretização de direitos socioassistenciais, local em que as famílias são acolhidas, onde são disponibilizados os serviços de proteção básica e encaminhamentos necessários. Portanto, deve ser organizado de modo que as famílias que vivem no território de abrangência o reconheçam como uma unidade pública que possibilita o acesso a direitos. Sua mudança de endereço pode constituir um fator que põe em risco

(27)

______________________________________________________________________________ essa referência. Sendo assim, os CRAS não podem ser instalados em edificações inadequadas e improvisadas, devendo responder a requisitos mínimos para a adequada oferta dos serviços nele ofertados (ALAGOAS, [201-?]).

O CRAS não pode ser compreendido simplesmente como uma edificação. A disposição dos espaços e sua organização refletem a concepção sobre o trabalho social com famílias adotadas pelo município. Esses espaços devem ter ambiência, ser amplos e de qualidade, possibilitando o sigilo e a confidencialidade das informações. Ainda, deverão contar com acessibilidade para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (BRASIL, 2009).

É recomendado que a instalação do CRAS seja preferencialmente em imóvel adquirido pela gestão municipal para essa finalidade. A propriedade do imóvel é importante para que a unidade se constitua como referência para a população. Ademais, o imóvel deve possuir características dimensionais e ambientais adequadas, elementos que podem mais facilmente ser resolvidos em imóveis públicos, com construção ou reformas.

Conforme previsto na Resolução da Comissão Intergestores Tripartite Nº 06 de 01 de julho de 2008, não é permitido que esta unidade pública estatal seja implantada em associações comunitárias e ONG’s. Também não é admitido o compartilhamento de espaço físico do CRAS com estruturas administrativas, tais como secretarias municipais de assistência social ou outras secretarias municipais e/ou estaduais, prefeituras, subprefeituras, entre outras.

Segundo Brasil (2009), detalha-se os espaços que todo CRAS deve dispor:

• Recepção: não deve ser apenas um ambiente de espera, mas também de acolhimento e informação. Para isso, deve dispôr de um pequeno balcão de recepção, até quarto lugares de espera, material informativo sobre os serviços e ações desenvolvidas, os nomes dos técnicos e coordenador da unidade, horário de funcionamento, mapa do território de abrangência, endereço de outros CRAS existentes no município e informações sobre os direitos socioassistenciais dos usuários;

• Sala de atendimento: deve abrigar até 10 pessoas e ser um ambiente que garanta a privacidade do atendimento prestado. As famílias ou indivíduos devem sentir-se seguros para relatar as situações vivenciadas e para a construção de vínculo com os

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_____________________________________________________________________________________________

profissionais do CRAS. Também deve conter material informativo e que possibilite a identificação do seu território de abrangência;

• Sala de uso coletivo: espaço prioritário para a realização de atividades do PAIF. Destina-se também à realização de palestras, reuniões, apresentações, entre outros. A sala deve ser ampla, de modo a acomodar até 30 pessoas de modo confortável, contar com mobiliário que possa ser deslocado e que garanta a livre circulação dos usuários e serviços. Esta sala também deve assegurar privacidade e ter material informativo sobre os direitos socioassistenciais dos usuários;

• Sala administrativa: espaço para uso da coordenação e dos profissionais do CRAS é muito importante para o desenvolvimento da função do CRAS de gestão territorial, para a organização das informações relativas aos serviços prestados e sobre as famílias e as situações de vulnerabilidade e risco. Deverá conter ao menos uma mesa para a coordenação, uma mesa para a equipe técnica, duas mesas de computadores e arquivos;

• Copa: é um espaço importante nos CRAS para o preparo de lanches oferecidos aos usuários, em especial no decorrer do desenvolvimento de grupos de famílias ou serviços de convivência, bem como para o uso da equipe de referência do CRAS; • Banheiros: 1 para uso feminino, 1 para uso masculino, 1 para uso feminino adaptado

a pessoas com deficiência e 1 para uso masculino adaptado a pessoas com deficiência.

A quantidade e a metragem dos espaços ficam condicionados à relação entre famílias referenciadas ao CRAS e a sua capacidade de atendimento anual. É imprescindível que os CRAS estejam adequados às normativas relacionadas à garantia de acessibilidade aos seus usuários, tendo como base a norma técnica NBR 9050 (ABNT, 2015). Os ambientes do CRAS devem ser capazes de exteriorizar valores e edificar uma identidade que reflita o seu caráter público e de concretização de direitos. (ALAGOAS, [201-?]).

Segue abaixo, na Tabela 2, o resumo dos espaços, usos, metragens e quantidade de ambientes, segundo a capacidade de atendimento anual do CRAS:

(29)

______________________________________________________________________________ Tabela 2 - Resumo dos ambientes do CRAS

Fonte: BRASIL (2009, p. 54)

Os espaços listados acima não esgotam as possibilidades de estrutura física do CRAS. Ao contrário, para o funcionamento qualificado dessa unidade, a existência de outros espaços físicos é relevante, tais como área externa e área de serviço. Outro item essencial para o desenvolvimento do PAIF é o automóvel, sobretudo para a realização de visitas domiciliares e para o acompanhamento de famílias em áreas dispersas do território de abrangência do CRAS.

É recomendado que todos os ambientes do CRAS sejam providos de adequada iluminação, ventilação, privacidade, salubridade e limpeza. O material de construção, a estética, a disposição interna e externa dos espaços e a adequação dos serviços devem expressar a cultura local, de forma a estimular a expressão e o sentimento de pertença das famílias usuárias. O CRAS deve explicitar, no nível estético e simbólico, não apenas valores da boa arquitetura e da boa engenharia, mas sobre eles, valores da política pública de assistência social e do território onde se instala (BRASIL, 2009).

(30)

_____________________________________________________________________________________________

Todos os CRAS deverão receber identificação por meio de uma placa, conforme Figura 3, de modo a garantir a visibilidade da unidade e o acesso facilitado das famílias beneficiárias, bem como sua vinculação ao SUAS.

Figura 3 - Placa de Identificação CRAS

Fonte: BRASIL (2009, p. 58)

Cumprindo a prerrogativa do SUAS, o CRAS deve ter a mesma nomenclatura em todo o país e significado semelhante para a população em qualquer território da federação. Desse modo, a placa de identificação possui identidade visual.

2.4 CENTRO DE REFERÊNCIA DA MULHER

Em 2003, por meio da lei nº 10.683, foi criada a Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, com a competência de assessorar direta e imediatamente o Presidente da República na formulação, coordenação e articulação de políticas para as mulheres. Isso teve como base a ratificação da Convenção pela Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher da Organização das Nações Unidas pelo Brasil em 1984. Essa convenção define três áreas de abrangência da violência contra a mulher: a que ocorre no âmbito familiar, a que ocorre no âmbito comunitário e a praticada ou permitida pelo Estado, por meio de seus agentes (BRASIL, 2006).

Assim, o Estado brasileiro assumiu o compromisso de coibir todas as formas de violência contra a mulher e adotar políticas destinadas a prevenir, punir e erradicar a violência de gênero.

(31)

______________________________________________________________________________ Em decorrência disso, desenvolveu-se o Plano Nacional de Políticas para Mulheres que vem apoiando ações de prevenção e combate à violência contra as mulheres, bem como de atendimento às mulheres em situação de violência.

O conceito de Rede de Enfrentamento à Violência contra a Mulher diz respeito à atuação articulada entre as instituições/serviços governamentais, não-governamentais e a comunidade, visando ao desenvolvimento de estratégias efetivas de prevenção e políticas que garantam o empoderamento e construção da autonomia das mulheres, os seus direitos humanos, a responsabilização dos agressores e a assistência qualificada às mulheres em situação de violência (GOIÁS, 2012).

Os Centros de Referência são estruturas essenciais do programa de prevenção e enfrentamento à violência contra a mulher, destinados a prestar acolhimento e atendimento humanizado às mulheres em situação de violência, proporcionando atendimento psicológico e social, orientação e encaminhamentos jurídicos necessários à superação da situação de violência, contribuindo para o fortalecimento da mulher e o resgate da sua cidadania (PARANÁ, [20--?]).

Nessa perspectiva, de acordo com Brasil (2006), os Centros de Referência devem exercer o papel de articulador das instituições e serviços governamentais e não governamentais que integram a Rede de Atendimento, sendo o acesso natural a esses serviços para as mulheres em situação de vulnerabilidade, em função de qualquer tipo de violência, ocorrida por sua condição de mulher. Ainda, devem prestar acolhimento permanente às mulheres que necessitem de atendimento, monitorando e acompanhando as ações desenvolvidas pelas instituições que compõem a Rede, instituindo procedimentos de referência.

A estruturação do espaço físico, equipamentos e recursos humanos necessários para o funcionamento do Centro de Referência de Atendimento à Mulher, deverá ter por base a população a ser atendida e a meta estabelecida no projeto (GOIÁS, 2012).

Essas edificações devem, preferencialmente, estarem localizadas próximas aos serviços da Rede de Atendimento e dispor de um veículo tipo utilitário para transporte em situações de emergência e visitas domiciliares. Também, devem ter espaços bem iluminados e sinalizados, com placas de identidade visual própria (contendo indicação dos parceiros do co-financiamento) e

(32)

_____________________________________________________________________________________________

atendendo aos quesitos de acessibilidade para facilitar o acesso da população ao serviço (BRASIL, 2006).

O espaço físico dos Centros de Referência devem conter, no mínimo:

Recepção - composta por 3 salas: uma com assentos confortáveis e murais com materiais relativos à prevenção e ao enfrentamento da violência contra a mulher, outra para o atendimento geral, com espaço para mesas e material de apoio e ligada a esta, a terceira sala dirigida a estudos sobre a violência contra a mulher, aberta, por meio de hora marcada a estudantes, profissionais e membros de movimentos sociais, contendo mesa, cadeiras, estantes para materiais de estudo, computador ligado à internet e impressora.

Atendimento – o espaço deve estar dividido em uma sala de espera, uma sala para atendimento jurídico, outra para o atendimento psicológico, uma mais para o atendimento social e uma última sala que deve ser ampla o suficiente para promover o atendimento de grupos.

Coordenação – deve ser composta por 3 salas: uma para a coordenação, uma para o arquivo e uma última para reuniões.

Apoio – deve prever uma sala para almoxarifado, uma sala de estar para a equipe e uma copa-cozinha.

Áreas comuns – devem ser compostas por dois banheiros femininos e um masculino, uma brinquedoteca, uma sala para atividades e uma área verde.

Ainda, os ambientes devem possuir um código de sinalização apropriado e que, de forma clara e objetiva, permita o fácil e adequado acesso aos diferentes serviços e espaços existentes (BRASIL, 2006).

(33)

______________________________________________________________________________

3

MÉTODO DE PESQUISA

Esta pesquisa teve como intuito a realização de uma avaliação pós-ocupação no Centro de Referência de Assistência Social e no Centro de Referência da Mulher no município de Panambi/RS. Seu foco foi o atendimento das necessidades laborais dos profissionais que atuam nessas edificações e também a satisfação dos usuários dessas unidades públicas. Tal procedimento, segundo Ornstein (1992), gera base de dados para criação de edificações melhores no futuro. Seus critérios de avaliação são originados em expectativas que são baseadas em situações vivenciadas.

De acordo com Fonseca (2002), methodos significa organização, e logos, estudo sistemático, pesquisa ou investigação. Ou seja, metodologia é o estudo da organização ou dos caminhos a serem percorridos para se realizar uma pesquisa, um estudo, ou para se fazer ciência. Portanto, deve-se conhecer os mecanismos e ferramentas utilizadas na pesquisa para obtenção dos resultados desejados.

3.1 ESTRATÉGIA DE PESQUISA

Esta pesquisa objetivou verificar se as edificações do Centro de Referência de Assistência Social e do Centro de Referência da Mulher atendem as necessidades dessas unidades de assistência pública e se a população e os profissionais que as utilizam estão satisfeitos através da realização de uma avaliação pós-ocupação.

Do ponto de vista da sua natureza, o estudo classifica-se como uma pesquisa básica, contando com uma revisão bibliográfica sobre o tema. Segundo Gil (2008), essa pesquisa básica deve ser motivada pela curiosidade, onde suas descobertas devem ser divulgadas para toda a comunidade, possibilitando assim a transmissão e debate do conhecimento.

Quanto à forma de abordagem do problema, pode ser qualificada como quantitativa e qualitativa. De acordo com Zamberlan et al. (2014), a pesquisa quantitativa considera que tudo pode ser quantificável, ou seja, traduzir em números opiniões e informações para classifica-las e analisa-las. Já a pesquisa qualitativa não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas, mas requer a interpretação dos fenômenos e atribuição de significados no processo de pesquisa.

(34)

_____________________________________________________________________________________________

Já em relação aos objetivos é uma pesquisa exploratória que tem por objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito. Para tal, realizou-se aplicação de dois tipos de questionários nos usuários das edificações. A grande maioria dessas pesquisas envolve: levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado e análise de exemplos que estimulem a compreensão (GIL, 2002).

E, tendo em vista os procedimentos técnicos, conforme Zamberlan et al. (2014), nas pesquisas em geral não se utiliza apenas um procedimento metodológico, mas todos os que forem necessários ou apropriados para o caso, sendo eles: pesquisa bibliográfica abrangendo todo o referencial teórico já tornado público em relação ao tema de estudo, levantamento (Survey) com a realização de uma sondagem de opinião pública sobre o tema de estudo e, ainda, um estudo de caso investigando um fenômeno dentro de seu contexto da vida real.

3.2 DELINEAMENTO

A pesquisa foi dividida em três etapas: exploratória (1), desenvolvimento (2) e reflexão (3), cujo esquema está representado na Figura 4.

Figura 4 - Delineamento da pesquisa

(35)

______________________________________________________________________________ Na primeira etapa (Exploratória) efetuou-se a pesquisa bibliográfica específica, através do levantamento de normas, códigos e especificações técnicas existentes, gerando dados para o referencial teórico e fundamentando a pesquisa.

Após, coletou-se os dados dos projetos das edificações junto ao órgão público responsável. Neste caso utilizou-se dos projetos da Prefeitura Municipal de Panambi. Todos esses dados foram utilizados para análise da funcionalidade, acessibilidade, possibilidade de expansão e de modificações de suas edificações.

Na segunda etapa (Desenvolvimento) realizou-se visitas aos locais, inicialmente para o contato com a população e o reconhecimento dos quesitos analisados, visando conhecer o ambiente. Após esse primeiro contato, desenvolveu-se dois questionários que foram aplicados nos usuários.

O primeiro, conhecido como Mapeamento Visual é um instrumento que objetiva: (a) verificar aspectos relacionados com territorialidade e apropriações, (b) avaliar a adequação do mobiliário e do equipamento existente e (c) possibilitar que o usuário registre em plantas baixas humanizadas e de fácil identificação os pontos positivos e negativos do ambiente considerado (RHEINGANTZ et al., 2009).

Já o segundo, ainda conforme o autor, conhecido como Questionário, deverá reunir um conjunto ordenado de perguntas formuladas com o objetivo de saber informações sobre a percepção dos usuários em relação à localização, conforto acústico, térmico, lumínico e de ventilação, segurança, acessibilidade, entre outros.

Ainda nesta etapa, realizou-se a estruturação dos resultados, onde os dados obtidos foram estruturados em gráficos e tabelas. De acordo com Ornstein (1992), deve-se levar em consideração o princípio da compactação, ou seja, quanto mais condensados e agrupados estiverem os dados, mais fácil se torna a leitura.

Na última etapa (Reflexão), analizou-se os dados com o objetivo de responder as questões do estudo. Os resultados foram convertidos em recomendações para os edifícios existentes e para novos projetos semelhantes.

(36)

_____________________________________________________________________________________________

3.3 LOCAIS DE ESTUDO

3.3.1 Centro de Referência de Assistência Social

O prédio do Centro de Referência de Assistência Social (CRAS), no município de Panambi, está localizado na Rua Concórdia, nº 9, no Bairro Arco Íris, conforme ilustra-se na Figura 5. Essa construção contou com recursos do governo Federal e foi inaugurada em 27/04/2017. Antes disso, o CRAS estava estabelecido no Bairro Vila Nova em um prédio alugado.

Figura 5 - Localização CRAS

Fonte: Google Maps (2018)

O CRAS é uma unidade voltada para o atendimento as famílias e indivíduos em situação grave de desproteção, pessoas inseridas no Cadastro Único, beneficiários do Programa Bolsa Família, entre outros. O principal serviço ofertado é Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), objetivando ganhos sociais e materiais, acesso a benefícios e serviços socioassistenciais.

No ano de 2017 foram realizados cerca de 1.699 atendimentos no CRAS e 520 visitas domiciliares. A unidade possui 2.370 famílias registradas no Cadastro Único. Promovem 6 grupos

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______________________________________________________________________________ do PAIF, atendendo em média 90 mulheres, e 2 grupos do Serviço Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), atendendo em média 78 adolescentes e 30 idosos, mas nem todos esses grupos realizam os encontros na sede própria do CRAS, devido à distância das localidades atendidas.

Este espaço conta com uma equipe técnica capacitada para dar apoio às famílias e prestar atendimento aos indivíduos inseridos no Cadastro Único. Sua construção é ampla, possui instalações confortáveis para as pessoas que forem buscar assistência e espaços adequados para realização dos encontros de grupos, conforme ilustrado na Figura 6.

Figura 6 - CRAS Arco Íris

Fonte: Autoria Própria (2018)

A edificação conta com uma sala de recepção, uma sala para atendimento familiar, uma sala para os funcionários, uma sala multiuso, um almoxarifado, uma cozinha, uma área de serviço, uma área externa, dois banheiros para PNE e usuários e dois banheiros para funcionários, conforme Planta Mobiliada (CRAS) no Anexo A.

3.3.2 Centro de Referência da Mulher

O prédio do Centro de Referência da Mulher (CRM), no município de Panambi, está localizado na Rua Assis Brasil, nº 74, no Bairro Bela Vista, conforme ilustra-se na Figura 7. Foi

(38)

_____________________________________________________________________________________________

conquistado na Consulta Popular de 2011, recebendo recursos financeiros do Estado para sua construção. Está sendo utilizado desde 28 de julho de 2016 e sua inauguração ocorreu no dia 21 de novembro do mesmo ano.

Figura 7 - Localização CRM

Fonte: Google Maps (2018)

O CRM é uma unidade voltada para o atendimento das mulheres em situação de violência e oferece suporte psicológico, social e jurídico, além de realizar encaminhamentos para a rede de atendimento à mulher. No ano de 2017 foram realizados cerca de 150 atendimentos e, em 2018 já foram registrados 48 atendimentos até o momento. A unidade possui capacidade para 25 atendimentos semanais.

Por se tratar de atendimentos que demandam sigilo a edificação foi construída em uma área não muito próxima ao centro da cidade, garantindo assim uma maior confidencialidade.

Este espaço conta com uma equipe técnica capacitada para dar apoio às mulheres em situação de violência. Sua construção é ampla e possui instalações confortáveis para as mulheres que forem buscar assistência, conforme ilustrado na Figura 8.

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______________________________________________________________________________ Figura 8 - CRM Vanessa da Silva Santos

Fonte: Autoria Própria (2018)

A edificação conta com uma sala de recepção, uma sala para atendimento geral, uma sala para atendimento jurídico, uma sala para atendimento psicológico, uma sala multiuso, um almoxarifado, uma cozinha, uma lavanderia, um banheiro para PNE e dois banheiros femininos, conforme Planta Mobiliada (CRM) no Anexo B.

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_____________________________________________________________________________________________

4

RESULTADOS E ANÁLISES DOS RESULTADOS

Neste capítulo apresentam-se as metodologias aplicadas para a avaliação pós-ocupação dos prédios do Centro de Referência de Assistência Social e do Centro de Referência da Mulher, bem como os resultados dos questionários aplicados.

4.1 LEVANTAMENTO DE DADOS

O levantamento de dados da memória do projeto foi realizado junto à Prefeitura Municipal de Panambi, coletando-se informações a respeito dos projetos das edificações, obtenção de recursos financeiros para construção, comprovação de posse dos terrenos onde estão localizados os prédios, datas de inauguração, serviços oferecidos e médias de atendimentos efetuados em cada centro. Essas informações foram obtidas através de entrevistas com pessoas-chave na elaboração, concepção, inauguração e utilização das edificações em estudo.

As visitas técnicas realizadas foram acompanhadas pelas coordenadoras de cada unidade pública. Para verificação do cadastro atualizado dos ambientes construídos, mobiliários e equipamentos existentes pôde-se realizar registros fotográficos dos ambientes externos e internos. Ainda, verificou-se a quantidade de funcionários que atuam nessas edificações.

De acordo com Ornstein (1992), é adequado que o levantamento junto aos usuários e as análises decorrentes prevaleçam em relação a levantamentos técnicos, estes últimos atuando apenas como informação de apoio. Isto ocorre quando o estudo de caso é um ambiente construído em que os usuários não correm risco de vida.

4.1.1 Amostragem

Para o levantamento de dados, algumas pesquisas requerem que se trabalhe com 100% da população. Para outras, é possível que o pesquisador trabalhe apenas com uma amostra da população (LABES, 1998).

De acordo com Zamberlan et al. (2014), a amostra é um subgrupo de uma população selecionada para participação no estudo e o planejamento de uma amostragem começa com a especificação da população-alvo. Essa população-alvo deve ser definida com precisão, sob pena de

(41)

______________________________________________________________________________ não se realizar uma pesquisa eficiente e ela acabar sendo inócua para o desenvolvimento dos resultados.

Dessa forma, a população estudada consiste nos funcionários que atuam nas edificações selecionadas e, também, os usuários que buscam atendimento nessas unidades públicas. No caso dos funcionários, aplicou-se o questionário de Mapeamento Visual na população total, conforme indicado na tabela 3.

Tabela 3 - Amostra e porcentagem de funcionários entrevistados

Fonte: Autoria Própria (2018)

Já em relação aos usuários, buscou-se a utilização de amostragem por conveniência, onde os entrevistados foram escolhidos por estarem no lugar exato e no momento certo. Os dados das amostragens estão indicados na tabela 4.

Tabela 4 - Amostra e porcentagem de usuários entrevistados

Fonte: Autoria Própria (2018)

Houve boa receptividade na aplicação dos questionários por parte dos respondentes. Porém, ressalta-se que alguns usuários optaram em não responder ao questionário pelo fato de não se sentirem à vontade e outros por não estarem com tempo disponível.

Local Quantidade de funcionários Amostragem Porcentagem das amostras (%) CRAS 12 12 100,00% CRM 4 4 100,00%

Local

Quantidade

média de

atendimentos

semanal

Amostragem

de uma

semana

completa

Porcentagem

das amostras

(%)

CRAS

40

36

90,00%

CRM

18

12

66,67%

(42)

_____________________________________________________________________________________________

4.2 AVALIAÇÃO PÓS-OCUPAÇÃO POR MEIO DA ENTREVISTA ESTRUTURADA E MAPEAMENTO VISUAL

A APO aplicada nos Centros de Referência foi do tipo indicativa de curto prazo, realizada por meio de visitas aos ambientes estudados e entrevistas selecionadas com usuários-chave, buscando os aspectos positivos e negativos e, também, aspectos de conforto ambiental que afetam o uso do ambiente pela população.

Nesse tipo de pesquisa o questionário é o método mais utilizado para levantamento de dados. Isso se dá pela sua praticidade, baixo custo e pelo grande número de informações que podem ser obtidas a partir dele (NUNES; CARISSIMI, 2011).

Optou-se pela aplicação da entrevista estruturada para a população usuária das edificações devido a sua praticidade e confiabilidade. De acordo com Richardson et al. (1999), as perguntas estruturadas (fechadas) possibilitam uma fácil codificação, diminuem o tempo de aplicação e facilitam o preenchimento do questionário. Uma pergunta estruturada pode ser de múltipla escolha, dicotômica ou escalonada.

Já para os funcionários, optou-se pela utilização do Mapeamento Visual, instrumento que possibilita identificar a opinião dos funcionários a respeito do seu ambiente de trabalho. Sua aplicabilidade em ambientes de convívio contribui para o entendimento da vitalidade de um lugar com relação às funções humanas e o bem estar de seus usuários (RHEINGANTZ, 2009).

Ainda, em contraponto, realizou-se a avaliação técnica visual por meio de visitas ao local, registros fotográficos e relatos dos funcionários e população usuária. Tais visitas possibilitaram a quantificação da população respondente. Ambos os métodos contribuíram para as considerações finais.

4.2.1 Elaboração e aplicação do Mapeamento Visual

Segundo Thorne (1995), algumas das primeiras avaliações de edifícios com base nas ciências sociais produziram informações em um formato que era totalmente inadequado para os projetistas, embora sua forma fosse bastante compatível com os métodos da disciplina original. Então, concebeu o mapeamento visual com o propósito de identificar a opinião dos funcionários sobre o seu ambiente de trabalho.

(43)

______________________________________________________________________________ Para tal, conforme Rheingantz et al. (2009), prepara-se uma planta baixa humanizada do ambiente e complementa-se com um conjunto de questões capazes de estimular o respondente a registrar graficamente quais são, na sua opinião, os pontos positivos e negativos do ambiente considerado.

A utilização de recursos visuais em APOs é relativamente simples e de fácil execução em campo, necessitando, todavia, na maioria das vezes, da permanência do entrevistador para instruir o informante durante a aplicação (ORNSTEIN, 1992).

Nesta situação, a partir das plantas baixas mobiliadas coletadas diretamente na Prefeitura Municipal de Panambi, criou-se os questionários contendo a planta baixa mobiliada e atributos a serem inseridos nos ambientes utilizados pelos respondentes, conforme Mapeamento Visual (CRAS) no Apêndice A e Mapeamento Visual (CRM) no Apêndice B. Deixou-se alguns campos em branco para que o respondente pudesse inserir algum atributo que não estava mencionado na legenda.

Esses questionários foram aplicados nas primeiras visitas realizadas nos locais de estudos, durante o mês de Abril. Utilizou-se uma tarde no CRM e duas tardes no CRAS devido à ausência de alguns funcionários.

4.2.2 Apresentação dos resultados do Mapeamento Visual no CRAS

Os resultados obtidos do questionário tem por base a utilização dos ambientes, ou seja, o respondente não registra sua opinião em todas as peças da edificação, mas sim nos locais em que ele faz uso. Com isso, algumas peças receberam pouquíssimas avaliações dos usuários. Dessa forma, apresenta-se e comenta-se as informações coletadas em cada peça da edificação.

• Acesso coberto: assinalou-se como sendo um ambiente pequeno para abrigo aos usuários e sente-se a necessidade de colocar um toldo que ligue o prédio ao portão, permitindo um acesso mais tranquilo principalmente em dias de chuva, conforme Figura 9.

(44)

_____________________________________________________________________________________________ Figura 9 - Acesso ao CRAS

Fonte: Autoria Própria (2018)

• Sala At. Familiar: assinalou-se como aspectos positivos ser um ambiente grande, agradável e tranquilo, conforme Figura 10. Porém, como aspecto negativo o fato de ser quente. É neste ambiente que se presta o atendimento com a assistente social contendo espaço necessário para os diálogos e, também, uma brinquedoteca para entretenimento infantil.

Figura 10 - Sala Atendimento Familiar (CRAS)

(45)

______________________________________________________________________________

• Recepção: assinalou-se como aspectos positivos ser um ambiente grande, agradável, claro e tranquilo. Porém, como aspecto negativo o fato de ser apertado, quente e barulhento. Nota-se que o mobiliário está disposto de tal forma que faz com que a peça pareça pequena.

• WC PNE: assinalou-se como sendo um ambiente quente e com mau cheiro.

• Almoxarifado: assinalou-se como sendo um ambiente pequeno, apertado, quente e escuro, conforme Figura 11. Sente-se a necessidade de um espaço maior para guardar os materiais utilizados nos grupos do PAIF e insumos que são repassados aos usuários do Cadastro Único.

Figura 11 - Almoxarifado (CRAS)

(46)

_____________________________________________________________________________________________

• Copa: assinalou-se como aspecto positivo ser um ambiente agradável. Porém, como aspecto negativo o fato de ser pequeno, apertado e quente, conforme Figura 12. Sente-se dificuldade de utilização quando encontra-se mais de duas pessoas nesse ambiente.

Figura 12 - Copa (CRAS)

Fonte: Autoria Própria (2018)

• WC: assinalou-se como aspectos positivos ser um ambiente agradável e tranquilo. Porém, como aspectos negativos o fato de ser quente, escuro e ter mau cheiro. Mencionou-se que esse odor se deve ao refluxo da tubulação.

• Área de serviço: assinalou-se como sendo um ambiente pequeno, quente e exposto ao tempo. Esse último aspecto consiste ao fato de não possuir um isolamento superior e lateral para que se possa trabalhar normalmente em dias de chuva, conforme Figura 13.

(47)

______________________________________________________________________________ Figura 13 – Área de Serviço (CRAS)

Fonte: Autoria Própria (2018)

• Sala Coord./Adm.: assinalou-se como aspectos positivos ser um ambiente agradável e claro. Porém, como aspectos negativos o fato de ser pequeno, apertado, quente, barulhento e ter mau cheiro. É nesse ambiente que a maioria dos profissionais estão alocados. As bancadas são voltadas ao centro da peça e quando estão ocupadas deixam um pequeno espaço atrás das cadeiras para passagem dos demais colegas gerando assim a percepção de ser um ambiente pequeno e apertado.

• Circulação: assinalou-se como sendo um ambiente pequeno, apertado e escuro. • Área Externa: assinalou-se como aspectos positivos ser um ambiente agradável e

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