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Academic year: 2021

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TÍTULO: AVALIAÇÃO POSTURAL, QUEIXAS ÁLGICAS E INCIDÊNCIA DE LESÕES EM BAILARINAS TÍTULO:

CATEGORIA: CONCLUÍDO CATEGORIA:

ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE ÁREA:

SUBÁREA: FISIOTERAPIA SUBÁREA:

INSTITUIÇÃO: UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE INSTITUIÇÃO:

AUTOR(ES): LARISSA SERRÃO ARNONI AUTOR(ES):

ORIENTADOR(ES): GISELA ROSA FRANCO SALERNO ORIENTADOR(ES):

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1. RESUMO

Introdução: O ballet clássico exige em sua técnica, a execução de movimentos de grandes amplitudes, equilíbrio, agilidade, força muscular e para isso é necessário uma dedicação por meio de uma alta frequência e intensidade de aulas e ensaios. Tal frequência e intensidade podem predispor as bailarinas a sensações dolorosas, lesões musculoesqueléticas e alterações posturais. Objetivo: Investigar a prevalência de queixas álgicas, lesões e realizar a avaliação postural. Método: Foi realizado um estudo descritivo transversal com oito bailarinas clássicas, os critérios de inclusão foram: idade maior ou igual a 18 anos, dançar ballet há no mínimo seis meses com frequência de duas vezes por semana. Foram utilizados questionários para verificar a dor e a incidência de lesão, e para a avaliação postural foi utilizado o Software de Avaliação Postural (SAPO). Resultados: Encontrou-se maior incidência de dor e lesão em membros inferiores e coluna lombar, além de uma intensidade de dor baixa. Os tipos mais recorrentes de lesão foram: torção, tendinite e distenção muscular. Na avaliação postural verificou-se uma tendência predominante de anteriorização de cabeça, tornozelos valgos e joelhos em semiflexão. Conclusão: os resultados obtidos mostram que o tempo de prática, idade e frequência podem interferir na incidência de lesões, queixas álgicas e na tendência postural.

2. INTRODUÇÃO

O ballet clássico surgiu no século XV na Itália, com o objetivo de animar e distrair a corte por meio de espetáculos. Quando a Rainha italiana Catarina de Médicis casou-se com o futuro rei da França, Henrique II levou a este país a ideia do espetáculo para a corte. No século XVIII, o francês Pierre Beauchamp elaborou as cinco posições clássicas do ballet, no qual todos os movimentos são iniciados e terminados com estas posições. Além disso, existem movimentos de braços e cabeça para acompanhar cada posição (RENGEL e LANGENDONCK, 2006). No período do Romantismo, século XIX, as sapatilhas de ponta passaram a ser utilizadas com o objetivo de gerar uma leveza sobrenatural, buscava-se criar um mundo novo, dando maior importância às fantasias e aos sentimentos humanos (RENGEL e LANGENDONCK, 2006). Atualmente a dança tem sido utilizada com outras finalidades, como parte integrante da educação, profissão, lazer e na reabilitação física (MEEREIS et al., 2011).

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O estilo de dança clássico apresenta como principal característica a busca pela perfeição, movimentos perfeitos, podendo muitas vezes ultrapassar os limites do próprio corpo, ocasionando lesões. Os movimentos do ballet clássico são feitos com grandes amplitudes articulares, movimentos antianatômicos e constantes repetições (BÔAS, 2006). A prática desses tipos de movimentos na dança pode ocasionar lesões musculoesqueléticas e apresentam em maior incidência nos bailarinos profissionais e com mais tempo de prática, tornando muitas vezes lesões crônicas que não foram tratadas ou não tiveram devida atenção. A dança pode se tornar um mecanismo patológico para o aparelho locomotor, já que os bailarinos são submetidos, por exemplo, a grandes sobrecargas externas por meio do uso das sapatilhas de ponta e alterações posturais podendo refletir dor em toda a extensão musculoesquelética do corpo (BATISTA e MARTINS, 2010).

Ademais, a literatura é escassa no que se refere à avaliação postural e ao estudo sobre lesões provocadas pela prática do ballet, diante dessa dificuldade de informações na literatura, torna-se, portanto, o objetivo desta pesquisa a prevalência de lesões, queixas álgicas e avaliação postural em bailarinos. Para tanto, esperou-se encontrar dados esperou-semelhantes aos poucos encontrados na literatura, como bailarinas com mais tempo de dança apresente mais lesões e queixas álgicas e que a postura adotada pelos bailarinos pode sim repercutir em dores e lesões.

Portanto, para conseguir responder aos questionamentos, foi necessário recrutar bailarinos clássicos que aceitassem responder questionários referentes aos dados pessoas, lesões e queixas álgicas e posteriormente eram convidados a realizar a avaliação postural, com a utilização do Software de Avaliação Postural (SAPO) por meio de fotos. Contudo, houve dificuldade na adesão da proposta por parte dos bailarinos, geralmente a recusa era explicitada após a informação de que a participação estava condicionada à realização das fotos. Mesmo com tal dificuldade, foi possível coletar dados de oito bailarinas.

3. OBJETIVO

Investigar a prevalência de queixas álgicas, lesões e realizar a avaliação postural.

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4. METODOLOGIA

Realizou-se um estudo descritivo transversal com oito bailarinas da escola Bravo! Ballet, localizada na cidade de São Paulo. Antes do contato com as bailarinas o projeto foi submetido a Comissão de Ética e Pesquisa da Universidade Presbiteriana Mackenzie e após a aprovação (2013_2/221) iniciou-se a coleta. Os critérios de inclusão para a participação das bailarinas eram idade mínima de 18 anos, no mínimo seis meses de prática de dança e com frequência de duas vezes na semana, concordar com a proposta e assinar ao Termo de consentimento e Termo de Consentimento em utilização de imagens. Não houve adesão por nenhum bailarino, portanto o grupo avaliado é feminino.

Para conseguir avaliar as queixas álgicas foram necessários instrumentos multidimensionais, relacionando diversos fatores à dor. Diante dessa necessidade utilizou-se os seguintes materiais: 1- Questionário, 2- Escala Analógica Visual (LEITE, 2006), 3- Protocolo de McGill (DORE e GUERRA, 2007), 4- Inventário Breve de Dor (forma reduzida) (SILVA e FILHO, 2006), 5- Diagrama Corporal da Localização e Distribuição da Dor (SILVA e FILHO, 2006), 6- Inventário Multidimensional de Dor (SILVA e FILHO, 2006), 7- Escala Multidimensional de Avaliação de Dor (SOUSA et al., 2010).

As voluntárias responderam um questionário, com perguntas referentes ao tempo de prática de dança, dados pessoais, idade, altura, peso, quantos dias e horas por semana se dedica à dança, se realiza outro tipo de atividade física, período de maior dor, frequência de dor na semana e se há algum tipo preparação antes da prática de dança. Foram também apresentadas duas tabelas: a primeira avalia a intensidade da dor, no qual todas as partes do corpo foram apresentadas detalhadamente e uma numeração de 0 a 10 representando a intensidade da dor. A segunda tabela foi referente às lesões, onde o indivíduo anotou a presença de lesão em alguma parte do corpo, tipo de lesão, há quanto tempo e se realizou algum tratamento como fisioterapêutico, cirúrgico ou medicamentoso.

Na sequência, foi utilizada a Escala Analógica Visual (LEITE, 2006) que consiste em assinalar um número de zero a 10, sendo que zero é ausência de dor e 10 é a mais forte dor sentida. O Protocolo de McGill (DORE e GUERRA, 2007) consiste em adjetivos que visam definir a dor que o indivíduo está sentindo. O Inventário Breve da Dor (forma reduzida) (SILVA e FILHO, 2006) avalia a dor em um período de 24 horas e abrange perguntas como: intensidade de pior dor, intensidade

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de menor dor, se há interferência da dor durante o sono, satisfação com a vida, relacionamento com outras pessoas, estado de ânimo, habilidade para caminhar. O Diagrama Corporal de Localização e Distribuição Espacial da Dor (SILVA e FILHO, 2006), o individuo devia assinalar o local onde sente dor, de acordo com as características: pontiaguda, queimação, alfinetada/agulhada, dormência e difusa, além de indicar a intensidade da dor: branda, moderada, severa e intensamente severa. O Inventário Multidimensional de Dor (SOUSA et al, 2010) verificou a dor na última semana e deveria ser respondida em uma escala de 1 até 7, com perguntas referentes à severidade da dor, interferência na vida diária, controle de vida percebido, estado de ânimo-afetividade e suporte recebido.

Para a avaliação postural utilizou o Software de Avaliação Postural (SAPO) que possibilitou avaliar de forma quantitativa a postura desses indivíduos por meio de fotos. A coleta de fotos foi realizada na própria escola de ballet, para maior comodidade das bailarinas seguindo as orientações estabelecidas pelo protocolo do Software. As fotos foram realizadas em uma sala na qual havia um fio de prumo posicionado no teto ao lado da bailarina, um tripé com a distância de três metros da bailarina com a altura referente a metade da altura da bailarina. A câmera utilizada foi da marca Sony modelo Cyber-shot 7.2 mega pixels e foram tiradas as fotos em quatro vistas: anterior, lateral direta, posterior e lateral esquerda. Para garantir a mesma base de sustentação nas diferentes vistas foi utilizado um tapete de borracha preto no qual o indivíduo posiciona-se livremente para a primeira tomada de fotografia. A bailarina era orientada a utilizar biquíni e permanecer na posição ortostática com pés paralelos, os pontos anatômicos eram palpados e em seguida marcados com pequenas bolas de isopor fixadas com fita dupla-face para posterior cálculo dos ângulos. Tais pontos anatômicos foram selecionados de acordo com o Protocolo SAPO.

Os dados coletados foram analisados e apresentados em tabelas e gráficos de forma descritiva, apresentando em média, desvio padrão e porcentagem. Esses dados serão posteriormente apresentados à escola de dança e às bailarinas para levantamento das possíveis lesões e formas de prevenção das mesmas.

5. DESENVOLVIMENTO

No ballet apresenta-se um eterno processo de domínio corporal e precisão de movimentos. E, para isso, necessita de um treinamento intenso e diário, por meio de

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aulas, ensaios e muita repetição, para então, chegar ao objetivo de dançar com beleza aliada a técnica e sendo capaz de produzir um elemento de expressão artística (GONÇALVES e VAZ, 2011). Os movimentos são caracterizados por serem de grandes amplitudes e anti anatômicos. Sendo assim, a demanda exigida por um bailarino de nível intermediário ou avançado, durante as aulas e, ensaios é considerada similar a de um atleta, com a diferença que na dança a preocupação estética é muito maior do que no esporte (ALLOZA et al. 2003)

Segundo Guyton (apud BATISTA e MARTINS, 2010), “a dor é, sobretudo um mecanismo de proteção do corpo, por que não é a sensação pura, mas, em sua maior parte é uma resposta à lesão tecidual criada no âmbito do sistema nervoso”. O ritmo de apresentações, ensaios e aulas, faz com que, em muitos casos, os bailarinos ignorem a dor para continuar dançando, e esta falta de atenção a sintomatologia álgica pode levar a um quadro crônico de lesão, dificultando e prolongando o tempo do tratamento e da reabilitação (GREGO et al, 2006). Ou seja, se o bailarino ignora a dor, está ignorando um aviso biológico de que algo está errado.

A incidência de dor torna-se preocupante quando é relatada no estudo de Batista e Martins (2010), no qual 90% dos bailarinos entrevistados já apresentaram queixas álgicas e as regiões de maior incidência foram joelho (25,4%) e coluna lombar (20,3%). Em um estudo mais antigo de Dore e Guerra (2006) a dor na região lombar foi predominante, evolvendo 85,8% dos bailarinos, estes defendem também que, principalmente os bailarinos profissionais, possuem um limiar de tolerância à dor muito elevado em comparação a outras pessoas.

Ainda não se tem um consenso na literatura a respeito das lesões na prática da técnica clássica, nos estudos de Grego (2006) e Batista (2010), o joelho é a região mais acometida por dores e lesões. O entorse de tornozelo aparece como lesão mais frequente no estudo de Simões (2010). O tipo de lesão é abordado no estudo de Grego e Colaboradores (1999), no qual as lesões mais frequentes no grupo estudado foram distensões, luxações, tendinite e contusões. No estudo de Bôas e Ghirotto (2006), as lesões músculo-esqueléticas mais citadas nos bailarinos foram: distensão de virilha (18,7%), distensão de coxa (15%) e entorse de tornozelo (13,7%). Sendo assim, podemos ressaltar que coluna e membros inferiores são os mais afetados no ballet clássico, necessitando um maior enfoque para tratamento, reabilitação e prevenção.

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As avaliações posturais estão presentes em grande parte dos estudos na literatura, para o auxilio da avaliação postural, Wankler (2011) utilizou, por exemplo, o Software de Avaliação Postural (SAPO). Escalas como a Escala Analógica de Dor (EVA) e Escala Numérica de Dor, também são adotadas nos questionários. Meira e Colaboradores. (2011) e Fernandes e Colaboradores (2011), utilizando o SAPO, relatam ao final de seus estudos que as bailarinas apresentam como postura mais comum a anteriorização da cabeça, a lombar normal ou retificada, pelve em retroversão e hiperextensão de joelho. Já no estudo de Meeires e Colaboradores (2011) os autores relatam uma anteversão pélvica.

6. RESULTADOS

O grupo estudado é composto por oito bailarinas do sexo feminino, apresentam uma idade média de 30,15 (±2,34) anos e começaram a dançar com 5,5 (±1,28) anos, ou seja, o tempo de dança é de aproximadamente 24 anos. As bailarinas se dedicam 3,38 (±0,50) dias por semana para o ballet com duração de cerca de 180 (±18,80) minutos por dia. 75% das bailarinas realiza outra atividade física, sendo a caminhada a atividade mais frequente. Antes de iniciar a prática do ballet, 87,5% das entrevistadas afirma realizar algum preparo, e 63% das bailarinas têm o alongamento e o aquecimento como atividades de preparo.

Quando se referem a dor de uma maneira geral o grupo de bailarinas apresenta EVA 4 ([2,5;5]) e quando dividem-se em regiões corporais a mediana da intensidade da dor não ultrapassa de 4,25 como é o caso do quadril que possui a mediana mais alta: 4,25 ([2,75;6]). Mesmo com a intensidade de dor relativamente baixa, 50% das bailarinas relatam que a dor interfere na capacidade de dançar e deambular e que o período de maior dor concentra-se no período de pós-aula (54,54%) e durante a aula (27,27%). Para a descrição da qualidade da dor, a partir do Diagrama Corporal da Localização e Distribuição de dor, encontramos os seguintes qualificadores: queimação (38,46%), alfinetada, pontiaguda (23,07%) e difusa (15,38%). Pode-se justificar a baixa intensidade da dor, citada pelas bailarinas do estudo pelo conformismo da dor com a prática do ballet, pelo esquecimento, pelo prazer que a dor proporciona, por possuírem um limiar de dor elevado e pela superação (Gonçalves e Vaz, 2011).

No estudo de Dore e Guerra (2007), a região que possui dor, mais citada pelas bailarinas é a coluna lombar representando 87,5% das queixas álgicas,

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seguido pelos joelhos. Já no estudo de Batista e Martins (2010), o local com mais incidência de dor são os joelhos (25,4%), seguido pela coluna lombar (20,3%).

Em se tratando de lesões, 87,5% das bailarinas relataram que apresentaram ao menos uma lesão vinculada à dança, totalizando 15 lesões e a relação lesão/bailarina é de 2,14. Sendo assim, em um período de aproximadamente 24 anos de ballet houve um pouco mais de duas lesões. Dentre as lesões, o local corporal mais recorrente foi o tornozelo (26,66%), seguido de quadril, joelho e coluna lombar todos com 13,33%, além disso, o tipo de lesão mais frequente foi torção e tendinite, ambos com 20% e a distenção (13,33%). Diante do quadro de lesão, apenas 66,66% realizou algum tipo de tratamento no qual variou entre medicamentoso (40%) e fisioterapêutico (40%). Portanto, o local corporal mais lesionado pelo grupo foi membros inferiores e coluna lombar e a lesão foi devido a movimentos repetitivos e relacionado a um trauma.

Em um estudo realizado por Bôas e Ghirotto (2006), verificou-se que 67,1% das bailarinas sofreu alguma lesão durante a dança, já no presente estudo houve lesão em 87,5% das entrevistadas. Tais diferenças nos dados devem-se ao fato da diferença na idade das bailarinas entrevistadas, no qual a média de idade do estudo é de 30 (±2,34) anos e no estudo de Bôas e Ghirotto (2006) a idade varia entre 15-25 anos, ou seja, conforme aumenta à idade, a frequência de lesão também aumenta (GREGO et al., 1999). A repetição dos movimentos no ballet é uma das características na qual ajuda a predispor lesões, os locais mais acometidos por tais lesões são joelho: tornozelo, quadril e coluna lombar, não necessariamente nesta ordem. Os dados obtidos no presente estudo referentes ao local de lesão coincidem com os levantados na literatura, bem como os tipos de lesão que no presente estudo compõe torção e tendinite (20%) e distenção muscular (13,33%).

No grupo avaliado, percebeu-se uma tendência de depressão do ombro direito e segundo Magee (2005) o ombro dominante é mais baixo do que o não dominante, que é justificado pelo maior uso do lado direito, levando a uma leve distensão de ligamentos e músculos. No caso do grupo em questão, 87% das bailarinas possuem dominância do lado direito. Além disso, pode-se sugerir que o lado esquerdo esteja por algum motivo com a musculatura tensionada levando a uma retração muscular, causando essa diferença no alinhamento dos acrômios. Nas vistas laterais a cabeça apresenta-se anteriorizada em todas as bailarinas avaliadas, segundo Kendal (2007), a anteriorização da cabeça pode ocorrer devido a um

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encurtamento dos músculos extensores do pescoço, tais características podem ser relacionadas à postura adotada durante a dança: as bailarinas são instruídas a manter o olhar a cima do horizonte, e a coluna cervical realiza uma ligeira flexão. Já na relação entre o alinhamento vertical da cabeça com o acrômio indica uma projeção do ombro para frente em todas as bailarinas em vista lateral esquerda e 50% na vista lateral direita. Tal projeção para frente do ombro pode indicar uma fraqueza do músculo peitoral. Quanto aos joelhos, 63% apresentam joelhos em semiflexão e apenas 25% em hiperextensão e os tornozelos apresentam tendências ao valgo bilateralmente.

Na literatura encontramos pouco material referente à análise e perfil postural utilizando o SAPO, e com tais materiais é possível verificar no estudo de Meereis e colaboradores (2011), 80% das bailarinas possuem o ombro esquerdo mais elevado, 70% com tornozelos valgos e 60% com joelhos semifletidos, todos os dados coincidem com os dados de nosso estudo. Outro estudo que encontrou dados iguais foi o estudo de Meira e colaboradores (2011), com a única diferença no ombro direito mais elevado e apresentando dados do perfil das bailarinas com torácica retificada, lombar normal ou retificada, retroversão pélvica. Além disso, os estudos de Fernandes e colaboradores (2011) e Meira e colaboradores (2011), identificaram como perfil os joelhos hiperextendidos.

7. CONCLUSÃO

Pelo estudo pudemos observar que existe maior incidência de dor e lesão em membros inferiores e coluna lombar, com intensidade de dor baixa nessa população avaliada. Já os tipos mais recorrentes de lesão foram: torção, tendinite e distenção muscular. Por fim, na avaliação postural verificou-se uma tendência predominante de anteriorização de cabeça, tornozelos com tendência a valgo e joelhos em semiflexão.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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