• Nenhum resultado encontrado

SauloTeruoTakami

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "SauloTeruoTakami"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

CORÉIA DO SUL: ENSINO-APRENDIZAGEM, TECNOLOGIA E INOVAÇÃO COMO BASES PARA O DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

Saulo Teruo Takami

Discente de Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Geografia UNESP – Rio Claro

stakami@piracicaba.sp.gov.br

Resumo

Desde o início do século XX a península da Coréia foi palco de disputas imperialistas por localizar-se em uma região estratégica, uma vez que encontra-se próxima as potências orientais. O Japão dominou tal região até a Segunda Guerra Mundial por localizar-se próximo à China, ou seja, uma base militar mais próxima do inimigo. Depois a mesma foi dividida entre os Estados Unidos e a União Soviética na Guerra Fria. Até hoje a região é dividida, parte setentrional dominada pela Coréia do Norte e a meridional pela Coréia do Sul. Em 1961 o General Park deu um golpe de Estado com o objetivo de reformular a economia sul-coreana, através do Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Econômico, por se tratar de um país que não possui recursos minerais ou energéticos, o plano se dedicou a exportação para promover o crescimento econômico, pois em 1960 as exportações representavam 40 milhões de dólares e em 1995 passaram a representar 165 bilhões de dólares, ou seja, durante tal intervalo os produtos sul-coreanos ganharam o mercado internacional, graças aos produtos inovadores e de alta tecnologia. O artigo tem como objetivo geral, explicitar como o ensino e a aprendizagem são as principais bases para o desenvolvimento econômico. E por objetivos específicos, analisar as políticas educacionais da Coréia do Sul, os altos investimento em Pesquisa e Desenvolvimento e a gestão das grandes corporações coreanas que possuem destaque internacional a fim de auxiliar o objetivo geral.

(2)

Introdução

No início do século XX muitas nações imperialistas dominaram diversos territórios, em 1910 a península da Coréia foi anexada pelo Japão. Constituindo-se num ponto estratégico para o império nipônico, uma vez que se localiza próximo a Rússia, a mesma disputou o território em questão com o Japão, logo seria um local ideal para uma base militar japonesa, pensando em um possível ataque, caso conveniente, também localiza-se ao nordeste da China, região da Manchúria, rica em jazidas de carvão mineral. Com a derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial, a península coreana foi dividida entre os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), na altura do paralelo 38ºN, segundo as orientações da Organização das Nações Unidas (ONU). À meridional encontra-se a Coréia do Sul e a setentrional a Coréia do Norte.

Segundo Vizentini (2009, p. 7) a URSS consolidava sua área de influência na Ásia, e permanecia como fornecedora de ajuda econômica à Coréia do Norte e o apoio militar mais imediato cabia à China. Por outro lado, havia uma política anticomunista pelos EUA que solidificava a aliança entre Washington e a capital da Coréia do Sul – Seul, uma vez que a Guerra Fria foi uma disputa ideológica entre o capitalismo e o comunismo. Mas o país permanecia fraco e instável, com o governo autoritário e corrupto de Syngman Rhee até 1960.

Em 1961 ocorreu um golpe militar, liderado pelo General Park Chung-hee, com o objetivo de reformular a economia sul-coreana, pois o país se encontrava numa situação crítica, por conta da fome e da miséria, diferentemente da Coréia do Norte que estava em processo de industrialização. O novo governo deprimiu a classe política, uma vez que a mesma era corrupta.

Para desenvolver a economia sul-coreana foi criado o Plano Qüinqüenal de Desenvolvimento Econômico (PQDE). Segundo Yoon e Souza (2001, p. 340).

“O que o PQDE pretendeu foi um desenvolvimento econômico liderado pelo governo, com o objetivo de estabelecer a base da economia de auto-sustentação. Para isso, estimulou-se a capacidade criadora dos empresários sob o princípio da economia de mercado. Seguidamente o governo utilizou políticas fiscais, financeiras e cambiais para incentivar os empresários. Além disso, o governo investiu bastante capital na infra-estrutura, o que as empresas privadas não podiam fazer.” (KOREAN DEVELOPMENT INSTITUTE, 1991, p.174-175).

(3)

Ainda segundo os autores, o primeiro plano qüinqüenal (1962-1966) tentou a industrialização por substituição de importações; o segundo plano alterou a estratégia de industrialização, baseando-se na exportação de produtos da indústria leve. O terceiro e quarto planos procuraram estabelecer a indústria pesada e a indústria química. Desde o quinto plano, a estratégia mudou para a estabilização e modernização tecnológica. O objetivo do PQDE foi promover a industrialização do país. A estratégia foi direcionar a economia para fora, devido aos problemas internos e externos. Para aumentar as exportações de produtos industrializados, o governo utilizou políticas fiscais e financeiras. Conseqüentemente, industrialização e comércio exterior têm forte correlação na Coréia do Sul.

Segundo Kim e Nelson (2005, p. 13) as exportações da Coréia do Sul cresceram de meros US$ 40 milhões em 1960 para US$ 125 bilhões em 1995, com praticamente todo o crescimento representado por produtos que a Coréia do Sul não sabia como produzir no início do período.

O fato de o país não possuir recursos minerais e energéticos fez com que o mesmo buscasse formas alternativas de crescimento econômico. Encontraram na exportação a melhor forma de desenvolvimento.

QUADRO 1 Principais produtos exportados pela Coréia do Sul ao longo dos anos.

Década Produto

1960 Tecidos, roupas e brinquedos 1970 Navios, aços, produtos eletrônicos 1980 Computadores, semicondutores, automóveis 1990 Eletrônicos, televisores, reatores nucleares Fonte: Tecnologia, aprendizado e inovação: as experiências das economias de industrialização recente / organizadores: Linsu Kim e Richard R. Nelson; tradutor: Carlos D. Szlak. - Campinas, SP: Editora da UNICAMP, 2005.

Para Yoon e Souza (2001, p. 342) a cada dez anos ocorreu considerável transformação estrutural da indústria sul-coreana. A característica básica dessas transformações foi a orientação da economia do país em questão para o mercado internacional. Essas rápidas mudanças estruturais não poderiam ter sido realizadas

(4)

apenas pelo mercado, elas foram possíveis pela união de forças cooperativas entre governo, empresas e o resto da sociedade.

No que diz respeito ao governo sul-coreano, o mesmo investiu em infra-estrutura para estimular as atividades privadas e na indústria de transformação. Também utilizou incentivos fiscais. Quanto às empresas e o comércio exterior, os produtos da Coréia do Sul, uma vez no mercado internacional, fizeram com que a economia se dinamizasse, mantendo o ritmo acelerado do crescimento econômico. Por conta disso ficou mais fácil obter capitais estrangeiros, porque aumentou a confiança na economia sul-coreana.

Já a sociedade contribui com a mão-de-obra qualificada, uma vez que o ensino e a aprendizagem são as ferramentas para uma nova tecnologia. A presente pesquisa analisará os fatores sociais, mais especificamente o ensino e a aprendizagem, como os principais responsáveis pelo desenvolvimento econômico, uma vez que a maioria das bibliografias tratam apenas de fatores econômicos e políticos, apesar de todos os fatores estarem relacionados.

Assim sendo, o artigo tem como objetivo geral, explicitar como o ensino e a aprendizagem são as principais bases para o desenvolvimento econômico. E por objetivos específicos, analisar as políticas educacionais da Coréia do Sul, os altos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e a gestão das grandes corporações coreanas que possuem destaque internacional a fim de auxiliar o objetivo geral.

Embasamento Teórico

Segundo Yoon e Souza (2001, p. 362) antes dos anos 1980 não era comum considerar o capital humano e o efeito-aprendizagem como fatores do crescimento econômico. Atualmente, porém, há uma aceitação mais generalizada dessas variáveis como sendo os fatores mais importantes do crescimento econômico. Assim sendo, é relevante citar algumas características socioeconômicas do país em questão.

De 1960 a 1990 a população da Coréia do Sul cresceu em torno de 74%, em 1980 aproximadamente 20% da população tinha entre 15 e 24 anos, ou seja, mão-de-obra barata e abundante e dependendo da qualificação o ensino superior seria necessário. Também a migração rural-urbana contribuiu para aumentar a oferta de mão-de-obra para o setor industrial.

Segundo Kim e Nelson (2005, p. 9) nas últimas décadas, muitas Economias de Industrialização Recente (EIRs) – como na Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura e Hong

(5)

Kong – transformaram-se de economias pobres e tecnologicamente atrasadas em economias afluentes e relativamente modernas. Todos esses países possuem um conjunto significativo de industriais, fabricantes de produtos tecnologicamente complexos, que compete eficazmente com as empresas estabelecidas em países industrialmente avançados.

Vários cientistas como Smith e Marx apontaram o avanço tecnológico como o principal responsável pelo desenvolvimento econômico, mas para tal expansão, primeiramente, o conhecimento científico é o maior responsável, uma vez que através de pesquisas são desenvolvidos novos recursos. Segundo Benko (1995, p. 164) a tecnologia é um saber científico e social da produção que, apelando para todas as ciências e ao seu modo de raciocínio, dá origem a técnicas de fabricação e de gestão.

Assim, a Coréia do Sul investe entre 2% e 3% do seu Produto Interno Bruto (PIB) em atividades de P&D. Também, no ano 2000, o país registrou 3472 patentes no sistema norte-americano. Tais dados foram conquistados graças as políticas de desenvolvimento tecnológico. Para Staub (2009, p. 8) ao mesmo tempo em que o país definiu um processo progressivo de domínio de tecnologias, investiu pesadamente na formação e capacitação de recursos humanos e na realização de atividades tecnológicas. Também orientou sua industrialização para setores para os quais a produção e as exportações requerem e demandam inovações. Neste sentido, a Coréia conseguiu potencializar o seu desenvolvimento agregando à importação de tecnologias e fazendo um esforço local na realização de atividades tecnológicas.

Então a Coréia do Sul é um exemplo de exportador de produtos tecnológicos complexos, pois obteve vantagem competitiva no cenário global devido às suas produtividades, tecnologias, P&D, ensino e aprendizagem, etc. Segundo Porter (1999, p. 167) a competitividade de um país depende da capacidade de sua indústria de inovar e melhorar. As empresas conquistam uma posição de vantagem em relação aos melhores competidores do mundo em razão das pressões e dos desafios. Elas se beneficiam da existência de rivais internos poderosos, de uma base de fornecedores nacionais agressivos e de clientes locais exigentes.

Conforme Mericochi e Gonçalves (1994, p. 30) para Schumpeter, inovação significa fazer as coisas diferentemente no reino da vida econômica. As inovações, resumidamente, podem ocorrer da seguinte forma:

(6)

 Introdução de um novo bem, ou de uma nova qualidade em um bem já existente

 Introdução de um novo método de produção  Abertura de um novo mercado

 Conquista de uma nova fonte de matéria-prima ou de bens semimanufaturados

 Estabelecimento de uma nova organização em qualquer indústria

Ainda segundo os autores o excesso de inovações que surge determina, então, o aparecimento do que Schumpeter chamou de processo de “destruição criadora”: as velhas empresas verificam que seus mercados foram destruídos ou reduzidos pelo aparecimento de produtos competitivos vendidos a preços menores. Assim, essas empresas encerram suas atividades ou são obrigadas a aceitar posição de menor importância no mercado.

A inovação é um fator decisivo para uma determinada empresa ou indústria se destacar, atingí-la só é possível graças a um grupo de cientistas que se preocupam com a eficiência de um dado produto ou administradores eficientes na gestão. Segundo Benko (1995, p. 172) apud Philippe Aydalot (1986) classificou os três modos de inovação tecnológica segundo diferentes modalidades de aquisição do conhecimento tecnológico.

1. O conhecimento interno à empresa criada no seio do processo de produção e de que o engenheiro é o principal agente.

2. O conhecimento interno à empresa criada nas unidades especializadas separadas do processo produtivo. Essa trajetória diz respeito às grandes empresas que dominam um campo novo.

3. O conhecimento criado fora da empresa, pelos laboratórios públicos ou privados, é integrado ulteriormente à produção. A disjunção entre a produção e a pesquisa é muito acentuada.

Assim sendo, para obter a inovação, a qualificação profissional é essencial. Para Miltons e Michelon (2009, p. 3) apud Becker (1964) especifica-se três formas pelas quais o indivíduo pode adquirir qualificações: por meio do treinamento geral, dado pelas firmas, do treinamento específico, também fornecido por firmas com objetivos mais restritos e pela escolaridade formal.

(7)

educacional deve-se as reformas governamentais, contudo a vontade de aprender da população foi fundamental para chegar às condições da atualidade, uma vez que em 1951, durante a Guerra da Coréia a educação não foi interrompida, no chamado “Ato Emergencial da Educação em Tempo de Guerra”.

Desde então o país investe em educação. Em 1960 a porcentagem do orçamento educacional no orçamento nacional aumentou de 15 para 23% em 1980. Além do investimento em educação, o governo também gastou cerca de US$ 681 milhões em

royalties para importar know-how durante a década de 1960 e 1980.

O governo de Kim Young-sam (1993-1997) organizou a Comissão Presidencial para a Reforma Educacional (PCER), em fevereiro de 1994, com o propósito de formar um consenso nacional sobre o desenvolvimento educacional de longo prazo. Em seu primeiro programa de reforma (1995), o PCER mostrou que seu objetivo era eliminar práticas como o ensino orientado exclusivamente para os exames e o excesso de aulas privadas extras. Buscava-se preparar melhor os alunos para a transição para a “sociedade do conhecimento”. Segundo Miltons e Michelon (2009, p. 16) apud Kim e Han (2002), foram propostas as seguintes direções gerais:

 Construção da base para uma sociedade de educação aberta e de ensino continuada

 Diversificação e especialização do sistema universitário  Gerenciamento autônomo da educação primária e secundária  Currículo que desenvolva personalidade e criatividade

 Um sistema de entrada nas faculdades que diminua o ônus sobre os cidadãos

 Valorização da individualidade dos estudantes

 Construção de um sistema que garanta e suporte os fornecedores de educação

 Treinamento efetivo de professores

 Garantia de que 5% do PIB irira para o orçamento educacional

Ainda segundo os autores, o sistema educacional atual da Coréia do Sul consiste em seis anos de escola primária ou elementar, três anos de escola média ou secundária, três anos de escola média ou secundária superior e dois anos de faculdade júnior ou quatro anos de faculdade ou universidade.

(8)

estudantes altamente qualificados eram capazes de produzir novas tecnologias, ou seja, foram motivados pela competição e inovação global.

Então, além dos fatores políticos e econômicos, os aspectos sociais foram fundamentais para o desenvolvimento da Coréia do Sul, logo, a abordagem da Geografia Cultural é de suma importância.

Para Corrêa (2009) a cultura, entendida como significados, direciona a atenção dos geógrafos para a escolha de seus objetos de investigação. Por ser uma abordagem, um modo de olhar a realidade, uma interpretação daquilo que os outros grupos pensam e praticam, a geografia cultural não é definida por um objeto específico, como a própria cultura, concebida segundo o senso comum ou segundo uma visão abrangente. A geografia cultural está focalizada na interpretação das representações que os diferentes grupos sociais construíram a partir de suas próprias experiências e práticas. A abordagem cultural está precisamente centrada nos significados que os diversos grupos sociais constroem relativos à espacialidade passada, do presente e mesmo do futuro.

Procedimentos Metodológicos

A primeira etapa da pesquisa, consiste em uma análise empírica, tendo em vista que a Coréia do Sul é sempre mencionada como exemplo, tanto no meio acadêmico como no meio midiático, devido ao elevado desenvolvimento econômico, rápida recuperação após a Guerra da Coréia, menos de 50 anos, e hoje é considerado um país desenvolvido e possui uma das 15 maiores economias do mundo. Assim sendo, é lícito perguntar: Qual foi a política, educação, gestão e economia adotadas para tal fenômeno? A segunda etapa, consiste em um levantamento bibliográfico reunindo as publicações de autores que já trabalharam com o tema em questão:

 Kim (1984)  Cho (1987)  Gang (1987)  Shin (1990)  Song (1992)  Yoon (1999)  Yoon e Souza (2001)  Staub (2001)  Kim e Nelson (2005)

(9)

Estágio da Pesquisa

A pesquisa encontra-se em desenvolvimento, pois apenas uma parte do levantamento bibliográfico, no que diz respeito à economia e à política sul-coreana, foi concluído. O trabalho apoiar-se-á na Geografia Econômica Cultural, uma vez que o significado na Geografia Econômica, hoje, é bastante considerado. Pois, não apenas o Governo, a Política, a Economia, as Relações Internacionais contribuíram para o desenvolvimento da Coréia do Sul, mas, sobretudo a população, logo a cultura sul-coreana.

Também, serão entrevistados diretores do alto escalão administrativo das grandes corporações para confirmar os aspectos econômicos e culturais da pesquisa. E entrevistas com diplomatas e embaixadores da Coréia do Sul no Brasil.

Reflexões

A globalização permite o crescimento econômico e tecnológico dos países, caso a localização dos mesmos seja favorável para minimizar os custos e maximizar os lucros, uma vez que, hoje, são os locais que selecionam o grande capital. Entre os mecanismos que desencadeiam as vantagens competitivas, podemos citar:

 Aprendizagem especializada

 Integração entre universidades e empresas  Investimento em P&D pelas empresas

Conforme Porter (1999, p. 341) as vantagens duradouras de uma localidade resultam de um ambiente em que as empresas sejam capazes de operar produtivamente e de inovar constantemente, além de aprimorar suas formas de competição para chegar a níveis mais sofisticados, permitindo, assim, o aumento da produtividade. A inovação se refere não apenas à tecnologia no sentido estrito, mas também às maneiras de comercializar, de posicionar o produto e de prestar serviços.

Contudo atinge-se tal estágio graças à força trabalhadora. Na Coréia do Sul a mão-de-obra disciplinada, educada e barata foi o principal fator do crescimento econômico. A educação contribui na qualificação e/ou especialização dos trabalhadores, assim, mais capacitada, estará mais apta para absorver, reproduzir e desenvolver tecnologias, tornando-se, portanto, mais produtivo. Na década de 1980, a porcentagem de estudantes que ingressaram nas faculdades foi a 2ª maior do mundo.

(10)

uma economia onde a habilidade para aprender é crucial para o sucesso econômico dos indivíduos, firmas, regiões e países. Aprendizado refere-se à construção de novas competências e estabelecimento de novas especializações e não apenas acesso à informação. Aprendizado é uma atividade que se insere em todas as partes da economia, incluindo os setores tradicionais e de tecnologia simples.

Então, a Coréia do Sul é considerada ou está caminhando para uma sociedade do conhecimento. Para Santos (1988, p. 64) o conhecimento também faz parte do rol das forças produtivas, sendo este, no atual período, o principal meio de acumulação, sorte que, o conhecimento que separa áreas periféricas e centrais do capitalismo.

Ainda segundo o autor (2008, p. 41) o meio técnico-científico-informacional é um meio geográfico onde o território inclui, obrigatoriamente, ciência, tecnologia e informação. Essa é a nova cara do espaço e do tempo. É ai que se instalam as atividades hegemônicas, aquelas que têm relações mais longínquas e participam do comércio internacional, fazendo com que determinados lugares se tornem mundiais. A instantaneidade da informação globalizada aproxima os lugares, torna possível uma tomada de conhecimento imediata de acontecimentos simultâneos e cria entre lugares e acontecimentos uma relação unitária na escala mundo.

Referências

CANDOTTI, Ennio. Educação e Movimento Sociais na Coréia do Sul. Disponível em:

< http://ftp.unb.br/pub/download/ipr/rel/ipri/2000/2621.pdf >. Acesso em 10 de setembro de 2010.

CHO, Soon. Meta da Economia Coreana e sua Perspectiva. In: LIM, Won-Taek et al., Entendimento da economia coreana. Seoul: Bi-Bong Press, 1987.

COELHO, Espartaco Madureira. Coréia do Sul: organização industrial e desenvolvimento tecnológico (1960 – 1990). 1994. Monografia (Bacharel em Ciências Econômicas) – Faculdade de Ciências Econômicas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 1994. Disponível em: < http://elianapedrosa.com.br/home/livros/coreia >. Acesso em 10 de setembro de 2010.

CORRÊA, Roberto Lobato. Sobre a Geografia Cultural. Disponível em: < http://www.ihgrgs.org.br/Contribuicoes/Geografia_Cultural.htm >. Acesso em 14 de julho de 2011.

(11)

DINIZ, Clélio Campolina e CROCCO, Marco Aurelio (org.). Economia e Território. Capítulo 5. Economia do Conhecimento e Desenvolvimento Regional no Brasil. Belo Horizonte; UFMG, 1999.

GANG, Chul-Kyu. Desenvolvimento Industrial e Política Industrial. In: LIM, Won-Taek et al., Entendimento da economia coreana. Seoul: Bi-Bong Press, 1987.

KIM, Linsu. Da imitação à inovação: a dinâmica do aprendizado tecnológico da Coréia. Artigo, Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005. Disponível em <http://www.scielo.br/pdf/rep/v26n4/12.pdf >. Acesso em 15 de setembro de 2010.

______. e NELSON, Richard R.Tecnologia, Aprendizado e Inovação: as experiências das economias de industrialização recente.Campinas, SP: Editora da Unicamp, 2005. Disponível em: < http://www.inovacao.unicamp.br/report/CI-pre%26intro.pdf >. Acessso em 10 de outubro de 2010.

KIM, Kwang-Suk. Padrão da Industrialização Coreana e suas Fontes. Seoul: KDI, 1984.

SHIN, Tae-Gon. Política Econômica da Coréia do Sul. Seoul: Bub-Mun Sa, 1990. MALDANER, LuísFelipe. O Sistema Nacional de Inovação: um estudo comparado Brasil x Coréia do Sul. 2004. Dissertação (Mestrado em Administração) – Centro de Ciências Econômicas, Universidade do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2004. Disponível em: <http://bdtd.unisinos.br/tde_arquivos/12/TDE-2006-05-30T142259Z-66/Publico/sistema%20nacional.pdf >. Acesso em 12 de setembro de 2010.

MILTONS, M. M. E MICHELON, E. Educação e Crescimento Econômico na Coréia do Sul. Disponível em: <http://www.economiaetecnologia.ufpr.br/XI_ANPEC-Sul/artigos_pdf/a2/ANPEC-Sul-A2-08-educacao_e_crescimento_e.pdf >. Acesso em 12de setembro de 2010.

MORICOCHI, Luiz e GONÇALVES, José Sidnei. Teoria do Desenvolvimento Econômico de Schumpeter: uma revisão crítica. Informações Econômicas, SP, v. 24, n. 8, ago. 1994. Disponível em < ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/tec3-0894.pdf >. Acesso em 15 de setembro de 2010.

PORTER, M. E., 1947 – Competição = On Competition: estratégias competitivas essenciais / Michael Porter; tradução de Afonso Celso da Cunha Serra. - Rio de Janeiro; Campus, 1999.

SANTOS, Milton. Metamorfose do Espaço Habitado. São Paulo: Editora Hucitec, 1988.

(12)

______________. Técnica, Espaço e Tempo: globalização e meio técnico-científico-informacional. 5 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008.

SONG, Byung-Nak. Economia da Coréia do Sul. Seoul: Bag-Young Sa, 1992.

______. Crescimento Econômico e Estrutura Industrial. In: Seoul National University (ed.). 33 Assutos of korean economy. Seoul: Seoul National Univ. Press, 1986, p. 95-104.

STAUB, Eugênio. Desafios Estratégicos em Ciência, Tecnologia e Inovação. Trabalho apresentado pelo autor durante a Conferência Nacional de Ciência e Tecnologia, em Brasília, de 18 a 21 de setembro de 2001. Disponível em: <http://seer.cgee.org.br/index.php/parcerias_estrategicas/article/viewFile/205/199>. Acesso em 01 de outubro de 2010.

VIZENTINI, Paulo G. Fagundes. A Coréia e as Grandes Potências: Estados Unidos, China, Rússia e Japão. Artigo. Disponível em: <http://ftp.unb.br/pub/download/ipr/rel/ipri/2000/2626.PDF>. Acesso em 01 de outubro de 2010.

YOON, Taek Dong. Desenvolvimento Econômico Comparado: Coréia do Sul e Brasil. 1999, Tese (Doutorado em Economia), CPGE/UFRGS, Porto Alegre.

______.e SOUZA, N de J. Uma Análise Empírica Sobre os Fatores do Desenvolvimento Econômico da Coréia do Sul: 1961-1990. Est. Econ., São Paulo, v.31, N. 2, P. 321-367, abril-junho 2001. Disponível em: <http://www.usp.br/estecon/index.php/estecon/article/view/468/179>. Acesso em 20 de setembro de 2010.

Referências

Documentos relacionados

Já na teoria do risco administrativo, imaginada originalmente por Leon Duguit, o Estado deveria indenizar o dano não somente quando este resultasse de culpa do

Mesmo com a maioria dos centenários apresentando elevado percepção qualidade de vida, viu-se que o nível de atividade física e a média de número passo/dia, foram inferiores

A Parte III, “Implementando estratégias de marketing”, enfoca a execução da estratégia de marketing, especifi camente na gestão e na execução de progra- mas de marketing por

As medidas antiparasitárias devem está voltadas principalmente para os animais jovens de até 2 anos de idade, com tratamento a cada 30, 60 ou 90 dias conforme infestações.

A tendência manteve-se, tanto entre as estirpes provenientes da comunidade, isoladas de produtos biológicos de doentes da Consulta Externa, como entre estirpes encontradas

Estudos sobre privação de sono sugerem que neurônios da área pré-óptica lateral e do núcleo pré-óptico lateral se- jam também responsáveis pelos mecanismos que regulam o

As participantes dos grupos focais desta pesquisa se interessam por ciência e buscam informações de qualidade sobre saúde e sexualidade. Elas valorizam o conhecimento

• aumento mínimo de 20% nas matrículas de graduação e o prazo de cinco anos, a partir de 2007 – ano de início do Programa. Contudo, se atingir quantitativamente a meta pode não