Álgebra Linear
Cleide Martins
DMat - UFPE - 2019.2
Objetivos
Estudar os Operadores Ortogonais e suas Propriedades Denir Formas Lineares
Operador Ortogonal
Seja V um espaço vetorial munido de um produto interno h., .i e α uma base ortonormal de V Um operador T : V → V é Ortogonal se
[T ]αα é uma matriz ortogonal
Aqui também vale notar que essa denição não é condicionada à base α. Se T é ortogonal e β é outra base ortonormal qualquer então [T ]β
β é ortogonal . Vejamos
[T ]ββ = [I]αβ[T ]αα[I]βα Nessa equação
([T ]αα)−1 = ([T ]αα)t
[I]αβ = ([I]βα)−1 = ([I]βα)t
Operador Ortogonal
Seja V um espaço vetorial munido de um produto interno h., .i e α uma base ortonormal de V Um operador T : V → V é Ortogonal se
[T ]αα é uma matriz ortogonal
Aqui também vale notar que essa denição não é condicionada à base α. Se T é ortogonal e β é outra base ortonormal qualquer então [T ]β
β é ortogonal . Vejamos
[T ]ββ = [I]αβ[T ]αα[I]βα Nessa equação
([T ]αα)−1 = ([T ]αα)t [I]αβ = ([I]βα)−1 = ([I]βα)t
Operador Ortogonal
Seja V um espaço vetorial munido de um produto interno h., .i e α uma base ortonormal de V Um operador T : V → V é Ortogonal se
[T ]αα é uma matriz ortogonal
Aqui também vale notar que essa denição não é condicionada à base α. Se T é ortogonal e β é outra base ortonormal qualquer então [T ]β
β é ortogonal . Vejamos
[T ]ββ = [I]αβ[T ]αα[I]βα Nessa equação
([T ]αα)−1 = ([T ]αα)t [I]αβ = ([I]βα)−1 = ([I]βα)t
Operador Ortogonal
Seja V um espaço vetorial munido de um produto interno h., .i e α uma base ortonormal de V Um operador T : V → V é Ortogonal se
[T ]αα é uma matriz ortogonal
Aqui também vale notar que essa denição não é condicionada à base α. Se T é ortogonal e β é outra base ortonormal qualquer então [T ]β
β é ortogonal . Vejamos
[T ]ββ = [I]αβ[T ]αα[I]βα Nessa equação
([T ]αα)−1 = ([T ]αα)t [I]αβ = ([I]βα)−1 = ([I]βα)t
[I]βα = ([I]αβ)−1 = ([I]αβ)t
([T ]ββ)−1 = ([I]βα)−1([T ]αα)−1([I]αβ)−1 ([T ]ββ)−1 = ([I]βα)t([T ]αα)t([I]αβ)t= ([T ]ββ)t
Exemplo: Rotação em R
3Na Aula 11 vimos como determinar a transformação no espaço que representa uma rotação em torno da reta X = λ(1, 1, 0).
Vamos considerar a rotação de um ângulo θ, R`, em torno da reta ` : X = λv. Para tal,
adotamos uma base ortonormal β = {u1, u2, u3} de R3 onde
u1 é o versor de v.
u2 é um vetor unitário no plano π ⊥ v
Exemplo: Rotação em R
3Na Aula 11 vimos como determinar a transformação no espaço que representa uma rotação em torno da reta X = λ(1, 1, 0).
Vamos considerar a rotação de um ângulo θ, R`, em torno da reta ` : X = λv. Para tal,
adotamos uma base ortonormal β = {u1, u2, u3} de R3 onde
u1 é o versor de v.
u2 é um vetor unitário no plano π ⊥ v
Exemplo: Rotação em R
3Na Aula 11 vimos como determinar a transformação no espaço que representa uma rotação em torno da reta X = λ(1, 1, 0).
Vamos considerar a rotação de um ângulo θ, R`, em torno da reta ` : X = λv. Para tal,
adotamos uma base ortonormal β = {u1, u2, u3} de R3 onde
u1 é o versor de v.
u2 é um vetor unitário no plano π ⊥ v
Exemplo: Rotação em R
3Na Aula 11 vimos como determinar a transformação no espaço que representa uma rotação em torno da reta X = λ(1, 1, 0).
Vamos considerar a rotação de um ângulo θ, R`, em torno da reta ` : X = λv. Para tal,
adotamos uma base ortonormal β = {u1, u2, u3} de R3 onde
u1 é o versor de v.
u2 é um vetor unitário no plano π ⊥ v
u3 é um vetor unitário ortogonal a u1 no plano π
Temos
R`(u1) = u1
R`(u2) = cos θu2+ sen θu3
R`(u3) = −sen θu2+ cos θu3
⇒ [R`]β β = 1 0 0 0 cos θ sen θ 0 −sen θ cos θ
Exemplo: Rotação em R
3Na Aula 11 vimos como determinar a transformação no espaço que representa uma rotação em torno da reta X = λ(1, 1, 0).
Vamos considerar a rotação de um ângulo θ, R`, em torno da reta ` : X = λv. Para tal,
adotamos uma base ortonormal β = {u1, u2, u3} de R3 onde
u1 é o versor de v.
u2 é um vetor unitário no plano π ⊥ v
u3 é um vetor unitário ortogonal a u1 no plano π
Temos
R`(u1) = u1
R`(u2) = cos θu2+ sen θu3
R`(u3) = −sen θu2+ cos θu3
⇒ [R`]β β = 1 0 0 0 cos θ sen θ 0 −sen θ cos θ
Com o produto interno usual as linhas dessa matriz são uma base ortonormal de R3. Portanto
Propriedades dos Operadores Ortogonais
Seja T é um operador em um espaço vetorial V munido de um produto interno h., .i
Teorema (1)
Se T é ortogonal então para quaisquer vetores v e w em V hT (v), T (w)i = hv, wi E reciprocamente,
Teorema (2)
Se para quaisquer vetores v e w em V
hT (v), T (w)i = hv, wi então T é ortogonal.
Prova do Teorema (1) para dim V = 2
Seja T um operador ortogonal em V , α uma base ortonormal (com relação ao produto interno em uso) de V e A = [T ]α α A = a b c d com a2+ b2= 1 ac + bd = 0 c2+ d2= 1 a2+ c2 = 1 ab + cd = 0 b2+ d2 = 1
Considerando todas as coordenadas na base α. Se v = (x1, y1) e w = (x2, y2), então
T (v) = (ax1+ by1, cx1+ dy1)
T (w) = (ax2+ by2, cx2+ dy2)
E temos
hT (v), T (w)i = (ax1+ by1)(ax2+ by2) + (cx1+ dy1)(cx2+ dy2)
= a2x1x2+ abx1y2+ bay1x2+ b2y1y2+ c2x1x2+ cdx1y2+ dcy1x2+ d2y1y2
= (a2+ c2)x1x2+ (ab + cd)x1y2+ (ba + dc)y1x2+ (b2+ d2)y1y2
Prova do Teorema (2)
Seja T um operador em V que satisfaz a condição do Teorema, ou seja, para quaisquer vetores
v e w em V
hT (v), T (w)i = hv, wi
e considere uma base ortonormal α = {v1, v2, . . . , vn}. Precisamos mostrar que A = [T ]αα é
ortogonal. Para isso, considere os vetores w1, w2, . . . , wn cujas coordenadas na base α são as
colunas de A. Então, para i = 1, 2, . . . , n
wi= [T (vi)]α Por hipótese hwi, wji = h[T (vi)]α, [T (vj)]αi = hvi, vji = 1 se i = j 0 se i 6= j
Então as colunas de A são vetores de uma base ortonormal de V e, consequentemente, A é uma matriz ortogonal.
Consequências dos Teoremas (1) e (2)
Sobre operadores ortogonais, podemos destacar as seguintes características Se T é ortogonal então T preserva a norma, ou seja,
kT (v)k = kvk
Se T é ortogonal então T preserva ângulo, ou seja, o ângulo entre T (v) e T (w) é igual ao ângulo entre v e w
Sobre Operadores Ortogonais em R
2Considere um operador ortogonal no plano cuja matriz na base canônica é A =
a b
c d
Então, considerando as colunas, (a, c) e (b, d) são vetores unitários e ortogonais, ou seja a2+ c2 = 1
ab + cd = 0 b2+ d2 = 1
Os pontos (a, c) e (b, d) estão sobre uma circunferência de centro na origem e raio 1. Logo para algum ângulo θ e φ = θ ± π
2
a = cos θ b = cos φ = −sen θ
c = sen θ d = sen φ = cos θ ou
a = cos θ b = cos φ = sen θ c = sen θ d = sen φ = − cos θ
Sobre Operadores Ortogonais em R
2Concluímos que a matriz na base canônica de um operador ortogonal T em R2 é da forma
A = cos θ −sen θ sen θ cos θ ou B = cos θ sen θ sen θ − cos θ = cos θ −sen θ sen θ cos θ 1 0 0 −1 = A.J
Observe que A é a matriz de uma rotação e J é a matriz de uma reexão em torno do eixo Ox. As únicas transformações no plano que são ortogonais, ou seja preservam comprimento e ângulo são composições de A e J.
Sobre Operadores Ortogonais em R
3Quais das seguintes transformações no espaço são ortogonais? Rotação em torno de uma reta que passa pela origem Projeção sobre um plano que contém a origem Reexão em torno de um plano que contém a origem
Formas Lineares
Uma Forma Linear é uma transformação linear T : V → R Exemplos de formas lineares
1 Sendo a e b constantes. T : R2 → R T (x, y) = ax + by 2 Sendo a, b e c constantes T : R3→ R T (x, y, z) = ax + by + cz 3 T : M (n, n) → R T (A) = Tr (A)
Formas Bilineares
Uma Forma Bilinear em V é uma função
B : V × V → R (v, w) → B(v, w) = x que é linear nas duas variáveis, ou seja, tal que
(i) B(av1+ bv2, w) = aB(v1, w) + bB(v2, w)
(i) B(v, aw1+ bw2) = aB(v, w1) + bB(v, w2)
Exemplos de formas bilineares
1 Todo produto interno em V é uma forma bilinear 2 A ∈ M (2, 2), V = R2, v = (x1, y1) e w = (x2, y2)
Outros exemplos de formas bilineares
Generalizando o exemplo 2. Se V é um espaço vetorial de dimensão n, α é uma base de V , [v]α= (x1, x2, . . . , xn), [w]α = (y1, y2, . . . , yn)e M é uma matriz real n × n, então
B(v, w) = [v]αM [w]tα
Outros exemplos de formas bilineares
Generalizando o exemplo 2. Se V é um espaço vetorial de dimensão n, α é uma base de V , [v]α= (x1, x2, . . . , xn), [w]α = (y1, y2, . . . , yn)e M é uma matriz real n × n, então
B(v, w) = [v]αM [w]tα
é uma forma bilinear (isso segue das propriedades do produto de matrizes). Para V = R3 e α a base canônica, considere
M = 2 0 −1 1 3 0 3 2 −2 Com v = (x1, y1, z1) e w = (x2, y2, z2) B(v, w) = [x1, y1, z1] 2 0 −1 1 3 0 3 2 −2 x2 y2 z2 = [x1, y1, z1] 2x2− z2 x2+ 3y2 3x2+ 2y2− 2z2 B(v, w) = 2x1x2− x1z2+ y1x2+ 3y1y2+ 3z1x2+ 2z1y2− 2z1z2
Observe
No exemplo, sendo α = {e1, e2, e3} a base canônica do R3, note que as entradas da matriz M
são
M =
B(e1, e1) B(e1, e2) B(e1, e3)
B(e2, e1) B(e2, e2) B(e2, e3)
B(e3, e1) B(e3, e2) B(e3, e3)
= [B]αα
Generalizando Se B é uma forma bilinear em V e α = {v1, v2, . . . , vn}é uma base de V então
a matriz de B na base α é [B]αα= B(v1, v1) B(v1, v2) · · · B(v1, vn) B(v2, v1) B(v2, v2) · · · B(v2, vn) ... ... · · · ... B(vn, v1) B(vn, v2) · · · B(vn, vn)
Exercício
Verique se a forma bilinear em R2 associada à matriz na base canônica
M = 1 5 5 1 é um produto interno.