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Análise comparativa entre fontes de preços utilizadas na elaboração de orçamento de obras públicas para o serviço de fornecimento e instalação de condutores elétricos #2,5mm²

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WELLINGTON LINCONL CHIMANSKI DE SOUZA

ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE FONTES DE PREÇOS

UTILIZADAS NA ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO DE OBRAS

PÚBLICAS PARA O SERVIÇO DE FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO

DE CONDUTORES ELÉTRICOS FLEXÍVEIS #2,5mm²

MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO

CURITIBA 2015

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ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE FONTES DE PREÇOS

UTILIZADAS NA ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO DE OBRAS

PÚBLICAS PARA O SERVIÇO DE FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO

DE CONDUTORES ELÉTRICOS #2,5mm²

Monografia apresentada para obtenção do título de Especialista no Curso de Pós Graduação em Gerenciamento de Obras, Departamento Acadêmico de Construção Civil, Universidade Tecnológica Federal do Paraná, UTFPR.

Orientador: Prof. Dr. Silvio Aurelio de Castro Wille

CURITIBA 2015

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A Deus, pela vida.

Aos meus familiares, pelo apoio incondicional.

À minha esposa Silvia pelo companheirismo e pela compreensão em meus momentos de ausência nos dias de aula do Curso de Especialização em Gerenciamento de Obras.

À Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), pela oportunidade de desenvolver o presente trabalho.

Ao Professor Dr. Silvio Aurélio de Castro Wille, pela orientação.

Aos amigos que direta ou indiretamente contribuíram para a conclusão deste trabalho. Às empresas, construtoras, que autorizaram as visitas de campo para coletas de dados

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O presente trabalho de pesquisa trata de uma análise comparativa entre algumas tabelas de preços utilizadas como referência de preço na elaboração de orçamentos de obras públicas. Para esta análise foi selecionado o serviço de instalação de condutor de cobre flexível #2,5mm² PVC 750V. Foram tomadas as composições de custos unitários de 06 (seis) sistemas referenciais de preço. Inicialmente foi feita uma comparação entre elas para se verificar qual delas é mais adequada de acordo com requisitos retirados da literatura. Nesta análise teórica, o sistema SINAPI foi o que melhor concordou com a literatura. Numa segunda análise foram feitas medições de tempo de execução do serviço em três obras, cujos dados foram usados para elaborar uma composição de custos com dados levantados em campo. Essa composição foi confrontada com as composições de custos dos sistemas referenciais e, indicou indícios de que os sistemas referenciais consideram índices de mão de obra maiores do que o necessário, sendo que o sistema SINAPI foi o que melhor concordou com os resultados da comparação. Palavras-chave: Obras públicas, Orçamentos, Tabelas de referência, SINAPI.

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The present research is a comparative analysis between some price lists used as price reference in the elaboration of public works budgets. For this analysis it was selected the installation service of electrical wire #2.5mm² PVC 750V. Unit costs compositions were taken from 06 (six) price reference systems. Initially, it made a comparison between them to see which one is best suited according to requirements taken from the literature. In this theoretical analysis, the SINAPI system was the best agreed with the literature. In a second analysis were made time measurements in three works whose data were used to construct a unit cost composition using real data. This composition was confronted with the unit cost compositions of reference systems and indicated evidence that the reference systems consider higher labor rates than necessary, and the SINAPI system was the best agreed with the comparison results. Keywords: Public works, Budgets, Reference tables, SINAPI.

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Figura 1 - Estrutura da monografia... 14

Figura 2 – Estrutura da pesquisa... 22

Figura 3 - Protocolo de pesquisa. ... 25

Figura 4 - Obra utilizada para teste piloto. ... 26

Figura 5– Protocolo de coleta de dados preenchido com dados do teste piloto. ... 27

Figura 6 – Protocolo de coleta de dados alterado após aplicação do teste piloto. ... 29

Figura 7 - Matriz para análise cruzada de composições de custos unitários extraídas dos sistemas referenciais de preço. ... 31

Figura 8 – Modelo de composição de insumos. ... 32

Figura 9 – Matriz para confronto entre obra real e sistemas referenciais de preço. ... 32

Figura 10 - Projeto elétrica da sala objeto do estudo de caso 1. ... 36

Figura 11 - a) Profissionais executando serviços na sala durante a coleta de dados. b) Pesquisador fazendo anotações. ... 37

Figura 12 - Projeto elétrico do ambiente objeto do estudo de caso 2. ... 39

Figura 13 - Profissional executando o serviço - Estudo de caso 2. ... 40

Figura 14 - Instalação de luminárias na passarela de acesso. ... 42

Figura 15 - Preço do serviço de fornecimento e instalação de condutores de cobre flexível #2,5mm² -750V dos sistemas referenciais selecionados. ... 47

Figura 16 - Consumo da hora de eletricista para o serviço de fornecimento e instalação de condutores de cobre flexível #2,5mm² -750V dos sistemas referenciais selecionados. ... 49

Figura 17 - Composição de insumos com índices obtidos nos estudos de caso. ... 52

Figura 18 - Formação de preço a partir da composição aferida em campo. ... 52

Figura 19 - Comparativo entre os índices resultantes do estudo de caso e os índices apresentados nas composições dos sistemas referenciais de preço pesquisados. ... 53

Figura 20 - Comparativo entre o preço do serviço de fornecimento e instalação de condutores de cobre flexível #2,5mm² -750V dos sistemas referenciais selecionados ... 56

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Tabela 1 - Exemplo de composição de custos unitários. ... 17

Tabela 2 – Obras públicas utilizadas para seleção dos serviços a serem analisados. ... 33

Tabela 3 – Serviços de Instalações Elétricas mais representativos no orçamento da Obra Nº 1 - Construção do Centro de Artesanato. ... 34

Tabela 4 – Serviços de Instalações Elétricas mais representativos no orçamento da Obra Nº 2 - Construção da UBS Jd. Weissópolis. ... 34

Tabela 5 - Serviços de Instalações Elétricas mais representativos no orçamento da Obra Nº 3 - Reforma da EM 31 de Março. ... 35

Tabela 6 - Dados coletados no Estudo de Caso 1 ... 38

Tabela 7 - Dados coletados no Estudo de Caso 2. ... 41

Tabela 8 - Dados coletados no Estudo de Caso 3. ... 43

Tabela 9 - Sistemas referenciais de preço comumente utilizados em orçamentos de obras licitadas na Prefeitura Municipal de Pinhais para serviços de Instalações Elétricas. ... 44

Tabela 10 - Características dos principais sistemas referenciais de preços utilizados pela Prefeitura Municipal de Pinhais/PR. ... 46

Tabela 11 – Índices de mão de obra observados nos 03 estudos de caso. ... 50

Tabela 12 – Índices de mão de obra observados nos 03 estudos de caso, com correção dos índices para o estudo de caso 2. ... 51

Tabela 13 - Perdas de condutor observadas nos 03 (três) estudos de caso. ... 51

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1. INTRODUÇÃO ... 11

1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA ... 12

1.2 OBJETIVOS ... 12 1.2.1 Objetivo Geral ... 12 1.2.2 Objetivos Específicos ... 13 1.3 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÕES ... 13 1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ... 14 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 15 2.1 OBRAS PÚBLICAS ... 15 2.2 ORÇAMENTO ... 15

2.3 COMPOSIÇÕES DE CUSTOS UNITÁRIOS... 16

2.4 SISTEMAS REFERENCIAIS DE CUSTOS ... 18

2.4.1 SINAPI ... 19 2.4.2 SANEPAR ... 20 2.4.3 CURITIBA ... 20 2.4.4 SEINFRA ... 20 2.4.5 ORSE 21 3. METODOLOGIA ... 22 3.1 ETAPA INICIAL ... 22

3.1.1 A preparação da base teórica... 22

3.2 PLANEJAMENTO ... 23

3.2.1 Definição da metodologia ... 23

3.2.2 Procedimento a ser utilizado para seleção do serviço objeto de estudo ... 23

3.2.3 Procedimento a ser utilizado para seleção dos sistemas referenciais de preços ... 24

3.2.4 Procedimentos a ser utilizado para escolha de obras para coleta de dados ... 24

3.2.5 Protocolo de coleta de dados ... 24

3.3 PREPARAÇÃO ... 26

3.3.1 Aplicação de um teste piloto ... 26

3.3.2 Ajustes no protocolo de pesquisa ... 28

3.4 PROCEDIMENTOS A SEREM UTILIZADOS PARA CONDUÇÃO E COLETA DE DADOS 29 3.4.1 Procedimento a ser utilizado para estabelece o primeiro contato com a empresa ... 29

3.4.2 Procedimento para realizar a coleta de dados ... 30

3.4.3 Procedimento para se realizar a observação direta ... 30

3.5 PROCEDIMENTOS PREVISTOS PARA REALIZAR A ANÁLISE E CONCLUSÃO 30 3.5.1 Análise cruzada: composições de custos unitários dos sistemas referenciais de preços . 30 3.5.2 Procedimento previsto para o confronto entre fontes de preço e estudos de caso ... 31

4. ESTUDO DE CASO ... 33

4.1 SELEÇÃO DO SERVIÇO OBJETO DE ESTUDO ... 33

4.2 ESTUDO DE CASO 1 ... 35

4.3 ESTUDO DE CASO 2 ... 38

4.4 ESTUDO DE CASO 3 ... 41

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 44

5.1 SELEÇÃO E ANÁLISE DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTOS DOS SISTEMAS REFERENCIAIS ... 44

(10)

5.2.2 Análise Qualitativa ... 49

5.3 CONFRONTO ENTRE FONTES DE PREÇO E ESTUDOS DE CASO ... 50

5.3.1 Elaboração de uma composição de custos a partir de dados coletados nos estudos de caso 50 5.3.2 Comparativo entre composição com índices apropriados em campo e sistemas referenciais de preço ... 53

6. CONCLUSÕES ... 57

6.1 RECOMENDAÇÕES PARA ORÇAMENTISTAS DE OBRAS PÚBLICAS ... 57

6.2 RECOMENDAÇÕES PARA OS SISTEMAS REFERENCIAIS DE PREÇO ... 58

(11)

1. INTRODUÇÃO

É fato que todo e qualquer empreendimento no ramo da construção civil, antes de tudo é também uma atividade econômica, logo, é de suma importância conhecer-se previamente os custos envolvidos para subsidiar as tomadas de decisões. Neste contexto, para execução de uma obra além do projeto e das especificações técnicas, faz-se necessário um documento técnico que traga informações sobre custos, tal documento é o orçamento (MATTOS, 2006).

No que tange as obras públicas, o orçamento é o elemento de julgamento do processo licitatório e, num segundo momento, é o delimitador contratual. Logo, é de suma importância que o orçamento de uma obra pública (e de outras também) seja bem elaborado, a fim de se evitar aditivos contratuais, compensações e, em muitos caso, a paralisação de obras por falta de recursos, decorrentes de projetos e planejamentos mal feitos (LIMMER, 1997).

Para que um orçamento seja representativo da obra, além de um rigoroso levantamento dos serviços necessários para execução do empreendimento, é igualmente necessário que os custos unitários destes serviços sejam compatíveis com a realidade local daquela obra. No caso de obras públicas, os custos unitários são obtidos dos chamados sistemas referenciais de preços, que são publicações de diferentes órgãos governamentais aceitas legalmente como referência de custos para obras e serviços de engenharia (BRASIL, 2014).

Decorre daí a problemática abordada no presente trabalho, pois observando-se os diversos sistemas referenciais de preços em vigor e legalmente aceitos pela Administração Pública, verifica-se que para um mesmo serviço o preço divulgado é consideravelmente discrepante. Sendo assim, é importante que o orçamentista responsável pela elaboração de orçamentos de obras públicas, conheça as quais referências de preço são mais adequadas à realidade da obra em que está trabalhado, para não incorrer em empreendimentos com preços equivocados.

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1.1 DELIMITAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA

O presente trabalho situa-se na área de Construção Civil, subárea de Engenharia de Custos e Orçamentação de Obras, focadas em orçamento de obras públicas. A questão a ser abordada é concernente aos sistemas referenciais de preço utilizados na Administração Pública quando da preparação de licitações de obras e serviços de engenharia: as diversas referências de preços comumente utilizadas são adequadas à realidade da obra? Há um sistema de referência de preços preferencial?

Tendo em vista a grande quantidade de serviços necessários à completa execução de uma obra - quer seja ela pública ou não - que constam numa planilha orçamentária, optou-se por delimitar o estudo a um único optou-serviço que fosoptou-sem comumente utilizado e fosoptou-se representativo para o orçamento. O serviço escolhido faz parte do subgrupo de serviços de Instalações Elétricas.

Embora a legislação que rege a elaboração de licitações para obras e serviços de engenharia seja única para todas as esferas da administração pública, cada estado e/ou município pode criar regras adicionais para tal finalidade. Dessa forma, fez-se necessário também delimitar o estudo à uma administração específica. Os orçamentos analisados no presente estudo foram extraídos de licitações realizadas pela Prefeitura Municipal de Pinhais1.

1.2 OBJETIVOS

1.2.1 Objetivo Geral

• Analisar comparativamente as composições de custos dos sistemas referenciais de preços utilizados em orçamentos de obras públicas, para o serviço de instalação de condutores elétricos flexíveis, bitola #2,5mm².

1

O município de Pinhais está localizados na Região Metropolitana de Curitiba, possui àrea de 60,92 km², cerca de 117 mil habitantes e atualmente é a 12ª economia do Estado do Paraná, com PIB de aproximadamente R$ 38.000,00 per cápita.

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1.2.2 Objetivos Específicos

• Identificar os principais serviços do subgrupo de Instalações Elétricas de orçamentos de obras públicas;

• Analisar comparativamente as composições de custos unitários dos sistemas referenciais de preços utilizados pela Administração Pública;

• Comparar as composições de custos unitários dos sistemas referenciais com as de uma obra real.

1.3 JUSTIFICATIVA E CONTRIBUIÇÕES

O autor do presente trabalho é profissional atuante na área de projetos e orçamentos de obras públicas, atua diretamente com a preparação de termos de referência para licitação de obras e serviços de engenharia e viu no presente tema a possibilidade de analisar detalhadamente um assunto constantemente discutido entre empreiteiros e fiscais de obras públicas, gerador de muitos conflitos e que afeta diretamente o orçamento da administração, que é conhecer se os preços praticados estão coerente ou não.

Buscando-se na literatura sobre o tema orçamentos de obras públicas encontra-se diversas críticas à Administração Pública acerca de falha em projetos, orçamentos mal-elaborados, falta de profissionais habilitados e capacitados e, obras paralisadas, superfaturamentos, etc. Quase nunca é encontrada uma orientação, ou metodologia, escrita por autores independentes, elas são quase sempre publicadas por autores ligados ao Tribunal de Contas. Sendo assim, vê-se no presente trabalho uma oportunidade de somar novos conhecimentos visando uma melhoria em procedimentos de Orçamentação de Obras Públicas. Cabe salientar também que são raras as publicações exclusivas sobre Orçamentos de serviços elétricos, as publicações desta área são sempre voltadas à outras etapas das obras como fundação, estrutura, alvenaria, etc. Dessa forma vislumbra-se no presente trabalho uma contribuição para profissionais de Instalações Elétricas.

(14)

1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO

A estrutura do trabalho é ilustrada na Figura 1. No Capítulo 1 é apresentado o problema a ser abordado com suas condições de contorno. Nele também são apresentados os objetivos a serem alcançados com a resolução do problema e demonstra-se a importância que o trabalho trará para a área de Construção Civil. O Capítulo 2 apresenta a fundamentação teórica utilizada e o Capítulo 3 demonstra a metodologia que foi seguida para se alcançar os objetivos. No Capítulo 5 são discutidos os estudos de caso e, por fim, no Capítulo 6 são demonstrados e discutidos os resultados.

Figura 1 - Estrutura da monografia Fonte: o Autor.

Introdução (Capítulo 1)

Fundamentação Teórica (Capítulo 2)

Metodologia (Capítulo 3)

Estudos de Caso (Capítulo 4)

Resultados e Discussão (Capítulo 5)

(15)

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 OBRAS PÚBLICAS

Entende-se como obra pública toda reforma,construção, recuperação ou ampliação do bem público. São exemplos de bens públicos escolas, creches, hospitais, presídios, estradas, pontes, viadutos, etc. As obras públicas podem ser executadas diretamente pela Administração com meios próprios ou indiretamente, via contratação de empresas terceirizadas (BRASIL, 2013).

A contratação de empresas terceirizadas para execução de obras públicas dá-se via licitação, que é o procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse (CARDOSO, 2011).

As licitações no Brasil são regidas pela Lei 8666/1993, também conhecida como Lei das Licitações. No que diz respeito à execução de obras e serviços de engenharia, a lei estabelece que as obras só possam ser licitadas quando (BRASIL, 2014):

[...] I – houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para exame dos interessados em participar do processo licitatório;

II – existir orçamento detalhado em planilhas que expressem a composição de todos os seus custos unitários; [...]

O projeto básico deve conter todos os elementos necessários e suficientes para a caracterização da obra, bem como deve possuir um nível de precisão adequado. O projeto básico deve também possibilitar a avaliação do custo da obra, dos métodos executivos e do prazo de execução (CARDOSO, 2011).

De acordo com Brasil (2013), o nível de precisão de um projeto básico em relação à obra real, deve ser entre 10% a 15%.

2.2 ORÇAMENTO

Um orçamento pode ser entendido como a determinação dos gastos necessários para realização de uma obra ou empreendimento, conforme um planejamento executivo

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previamente definido. No orçamento devem estar definidos todos os custos de execução de cada atividade ou serviço (LIMMER, 2013).

Para Mattos (2006), um orçamento é a soma dos custos diretos, custos indiretos, impostos e lucro envolvidos na execução de uma obra. Do ponto de vista do proprietário, a preocupação com o orçamento está no montante do empreendimento e como será o desembolso deste montante. Já do ponto de vista do construtor, como o preço de venda é fixo, a preocupação está em gerenciar os custos para se maximizar os lucros.

Limmer (2013), ressalta que um dos objetivos do orçamento também é o de constituir-se de um documento contratual, servindo-se de base para medições e faturamento dos serviços executados e para dirimir dúvidas relacionadas a pagamentos.

No âmbito da Administração Pública, o orçamento, também chamado de orçamento-base, é o documento que contém a relação total dos serviços, suas unidades de medida, o custo unitário e o custo total da obra. Tal orçamento, numa licitação, servirá de referência para análise das propostas, tendo em vista a existência de critérios para aceitabilidade de preços unitários e total (BRASIL, 2013).

2.3 COMPOSIÇÕES DE CUSTOS UNITÁRIOS

Toda obra ou empreendimento, em geral, possui uma quantidade grande de serviços que deverão ser executados nas variadas etapas do projeto (entenda-se aqui projeto como todo o empreendimento): locação, fundação, alvenaria, instalações, pintura, etc. A identificação dos serviços necessários à completa execução da obra e suas respectivas quantidades é feita mediante análise dos projetos e das especificações técnicas contidas no memorial descritivo. Uma vez identificados os serviços e suas quantidades, para determinação do custo total do empreendimento é necessário se obter o custo unitário do serviço2 (MATTOS, 2006).

O custo unitário de serviço é obtido a partir de uma composição de custo unitário que contem índices de utilização de materiais, mão de obra, equipamentos e de tarefas subempreitadas que, em conjunto, são necessárias à completa execução de 01 (uma) unidade

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do referido serviço. Com isso, adiciona-se o custo de cada insumo e obtém-se o custo unitário do serviço (BRASIL, 2013).

Mattos (2006) e Limmer (2013) mencionam que as composições de custo unitárias geralmente são extraídas de publicações técnicas especializadas, citando a TCPO - Tabela de Composições de Preços para Orçamentos, da editora PINI como referência para obtenção de índices de insumos. Contudo, o primeiro autor ressalta que a melhor fonte de índices de produção são apropriações de custos em campo, realizados pela própria empresa, pois assim obter-se-ão índices mais adequados à sua realidade.

Tabela 1 - Exemplo de composição de custos unitários.

Insumo Unidade Índice

Cus to unitário (R$) Custo total (R$) Armador h 0,1 6,90 0,69 Ajudante h 0,1 4,20 0,42 Aço CA-50 kg 1,1 2,90 3,19 Arame recozido nº 18 kg 0,03 5,00 0,15 Total 4,45

Se rviço: armação estrutural aço CA-50, envolvendo aquisição das barras, manuseio, corte, dobra, transporte e instalação.

Unidade : kg

Fonte: Mattos (2006).

Dentre a imensa gama de serviços necessários à completa execução de uma obra, há aqueles que dispõe de mais de um método para serem executados, como, por exemplo, a abertura de uma vala, que pode ser feita de forma manual ou mecanizada, em solo mole ou duro, rasa ou profunda. Dessa forma, vislumbra-se uma característica inerente das composições de custos unitários de que elas possuam em sua descrição indicações claras sobre a metodologia para execução do serviço, bem como das condições em que o serviço será executado (SINAPI, 2014).

No que tange aos atributos das composições de custos unitários, Mattos (2006) ressalta também que há insumos secundários, tais como pregos, desmoldante e arame, não precisam ter quantitativos absolutamente precisos, podendo-se utilizar taxas médias de consumo. O mesmo autor ainda cita a importância de se considerar as perdas dos insumos nas composições, que, embora sejam pequenas unitariamente, podem provocar grandes impactos no montante.

(18)

Enquanto os índices de materiais são de fácil obtenção, por poderem ser aferidos de forma direta nos projetos via medição de distâncias, ou até mesmo de forma automática via software CAD, a obtenção dos índices de mão de obra é mais difícil, já que é um processo empírico, não exato, que pode variar significativamente de uma obra para outra, dependendo de diversos fatores, como experiência, motivação, grau de conhecimento do serviço, etc. (Mattos, 2006)

Os índices de mão de obra de um serviço estão relacionados com a produtividade. A produtividade pode ser entendida a relação entre um resultado obtido e o esforço requerido. No âmbito da Construção Civil (e também da Engenharia de Produção), é comumente vista como a quantidade de unidades de trabalho produzidas pelo tempo gasto. O índice de mão de obra é o inverso da produtividade, por exemplo, se o índice de mão de obra de eletricista para a instalação de eletroduto de PVC bitola 3/4" é 0,10 h/m, a produtividade será 10 m/h (MATTOS, 2006).

O ato de se medir os índices de mão de obra para uma composição de custos unitários é chamado de apropriação de índices e, como dito anteriormente, deve ser feito mediante observação do trabalho sendo executado. Mattos (2006), também salienta que na apropriação de índices deve se levar em conta todos os tempos "desperdiçados" com espera de material, mudanças de frente de trabalho, paradas para necessidades fisiológicas, etc.

2.4 SISTEMAS REFERENCIAIS DE CUSTOS

Uma vez elaborados os projetos e levantados os quantitativos de todos os serviços requeridos para execução de uma obra ou serviço, é necessária a precificação unitária dos serviços para se chegar ao valor total da planilha que será utilizada na licitação. Para isso, são utilizados os chamados sistemas referenciais de custos (ou de preços) que são tabelas mantidas por órgãos oficiais das esferas governamentais nas quais são relacionados diversos serviços de engenharia, com seus preços unitários e, até mesmo, detalhes sobre as composições de custos unitários dos serviços (BRASIL, 2014).

A Administração Pública Federal, pelo seu Decreto 7.983/2013, adota como referência o Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil –Sinapi,

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contemplado na tabela supracitada, o mesmo decreto, autoriza que poderão ser utilizados custos oriundos de tabelas referenciais aprovadas pela administração pública federal, de publicações técnicas especializadas ou em sistema específico instituído para o setor ou em pesquisa de mercado.

No tocante ao entendimento do Tribunal de Contas da União (TCU) quanto ao que é um "sistemas específicos instituídos para o setor", cita-se aqui o Acórdão 3.272/2011 referente à irregularidades encontradas em orçamentos de obras da Copa do Mundo 2014 em Natal/RN, no qual manifestou-se conforme segue:

9.1.1.9. [...], adotar, nesta ordem, os seguintes critérios para avaliação dos preços referenciais máximos permitidos:

9.1.1.9.1. mediana dos preços do Sinapi, localidade Rio Grande do Norte; 9.1.1.9.2. subsidiariamente, preços do Sicro2, localidade Rio Grande do Norte; 9.1.1.9.3. subsidiariamente, preços de outros sistemas aprovados pela Administração Pública, na hipótese de não serem encontradas referências nos sistemas anteriores, ou em caso de incompatibilidade técnica das composições desses paradigmas frente às peculiaridades do serviço, desde que demonstrada documentalmente mediante justificativa técnica;

9.1.1.9.4. subsidiariamente, cotação de mercado contendo o mínimo de três cotações de empresas/fornecedores distintos, fazendo constar do respectivo processo a documentação comprobatória pertinente aos levantamentos e estudos que fundamentaram o preço estimado; [...]

2.4.1 SINAPI

O SINAPI teve início em 1969 com a pesquisa de custos da construção civil relacionados ao setor de habitação. Em 1994 o sistema foi ampliado e passou a contar também com dados do setor de infraestrutura e saneamento. Atualmente, é tido como o principal sistema referencial de preço da União, sendo um limitador de preços para contratos com a Administração Pública Federal. A Gestão da SINAPI é compartilhada entre a Caixa Econômica Federal e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE, enquanto aquela é responsável pelas gestão técnica (engenharia), este é responsável pelas pesquisa dos preços e formação de índices (SINAPI, 2014).

O SINAPI divulga mensalmente o Relatório de Insumos e o Relatório de Composições, ambos com os preços unitários para todos os estados da federação. Também é possível obter junto ao SINAPI a ficha de composição de custos unitários dos serviços e diversos documentos informado sobre a metodologia adotada para obtenção dos custos praticados (CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, 2015).

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2.4.2 SANEPAR

A Companhia Paranaense de Saneamento do Paraná - SANEPAR mantém uma tabela de preços unitários para nortear a contratação de obras e serviços de engenharia. A tabela é bem completa no que tange os serviços fins da SANEPAR, isto é, aqueles relacionados à instalações hidrossanitárias, drenagem urbana e saneamento. São publicados apenas os preços unitários dos serviços, não sendo possível visualizar suas composições (SANEPAR, 2015).

2.4.3 CURITIBA

A Prefeitura Municipal de Curitiba publica anualmente a Tabela de Custos Unitários para Obras e Serviços de Engenharia que engloba os custos dos serviços de construção e reparos de edificações, drenagem urbana, iluminação pública, rede de distribuição de energia e pavimentação. A última publicação da tabela data de 06 de maio de 2014 e foi aprovada pelo Decreto nº 398/2014 (PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA, 2015).

2.4.4 SEINFRA

O Governo do Estado do Ceará, por meio da Secretaria da Infraestrutura - SEINFRA, mantém uma tabela com preços e composições de diversos serviços, desde serviços preliminares, como projetos e remoção de terra, até serviços mais complexos, como aqueles relacionados a obras portuárias (SEINFRA 2015).

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2.4.5 ORSE

O Governo do Estado de Sergipe criou em 1999 o Sistema de Registro de Preços para Obras e Serviços de Engenharia e, a partir de então, a Companhia Estadual de Habitação e Obras Públicas de Sergipe - CEHOP desenvolveu o Software ORSE - Orçamento de Obras de Sergipe que trata-se de um banco de dados com mais de 20.000 preços de serviços e insumos. Apesar de o ORSE ser apresentado como um Software, ele pode ser acessado on-line e de forma gratuita (ORSE, 2015).

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3. METODOLOGIA

Neste capítulo será apresentado o procedimento metodológico adotado, bem como serão definidos todos os parâmetros utilizados na pesquisa. A Figura 2 apresenta a estrutura da pesquisa.

Figura 2 – Estrutura da pesquisa.

Fonte: o Autor, adaptado de Bebber (2008).

3.1 ETAPA INICIAL

3.1.1 A preparação da base teórica

Yin (2001) afirma que a base teórica tem papel fundamental no desenvolvimento do projeto de um estudo de caso. No presente trabalho buscou-se por fontes teóricas que trouxessem conhecimentos consolidados sobre o assunto e que embasassem as análises propostas.

Num primeiro momento serão feitas leituras breves de vários materiais para identificar a serventia dos mesmos aos propósitos do trabalho. Isso permitirá uma seleção da literatura útil ao trabalho, que, num segundo momento será analisada mais profundamente.

Etapa Inicial Planejamento Preparação Condução e Coleta Análise e Conclusão

Preparação base teórica Definição da metodologia

Seleção do serviço

Seleção das fontes de preço

Seleção de obras para coleta de dados Protocolo de coleta de dados Teste piloto Ajustes no protocolo de coleta de dados Primeiro contato Coleta de dados Observação direta

Análise cruzada: fontes de preço

Confronto entre fontes de preço e estudos de caso

E s tu d o s d e c a s o

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3.2 PLANEJAMENTO

3.2.1 Definição da metodologia

Yin (2001) menciona que, dependendo do tipo de questão a ser respondida num estudo, um método de pesquisa pode se mostrar mais adequado do que outro. Para responder a questões do tipo "quem", "o que", "onde", "quantos" e "quanto" sugere-se a utilização de estratégias como levantamento ou análise de arquivos, já para entender questões do tipo "como" e "por que", sugere-se a utilização de pesquisa histórica ou estudo de caso.

No presente trabalho será utilizada a análise de arquivos para selecionar o serviço que será objeto de estudo, bem como para a análise cruzada dos diversos sistemas referenciais de preço utilizados na Administração Pública para o serviço selecionado. Também deverá ser utilizado o estudo de caso para a etapa de coleta de dados em campo que subsidiarão a análise cruzada entre os sistemas referenciais e a apropriação de índices em uma obra real.

3.2.2 Procedimento a ser utilizado para seleção do serviço objeto de estudo

Para escolha do serviço a ser analisado serão selecionados 03 (três) orçamentos base de obras públicas licitadas pela Prefeitura Municipal de Pinhais, para estes 03 (três) orçamentos serão selecionados os serviços pertencentes ao subgrupo de Instalações Elétricas, e, para este grupo será aplicada a classificação ABC3 de serviços. Após a classificação ABC, serão tomados os itens integrantes da curva "A" e, após uma comparação entre os 03 (três) orçamentos, buscar-se-á por um serviço representativo e comum às 03 (três) obras.

3A curva ABC de serviços é uma ferramenta de análise de orçamentos que permite saber a representatividade de cada item em relação ao

total. Obtém-se a curva ABC pela tabulação dos serviços em ordem decrescente de custo total (do serviço), indo do mais representativo até o menos representativo no final da tabela. Os serviços cujo custo total acumulado perfaçam 50% do valor do orçamento são classificados como “A” e são os mais representativos, entre 50% e 80% são classificados como “B” e o acima de 80% “C” (Mattos, 2006)

(24)

3.2.3 Procedimento a ser utilizado para seleção dos sistemas referenciais de preços

Para o serviço selecionado serão pesquisadas as respectivas composições de custos unitárias retiradas dos sistemas referenciais de preços utilizados na Administração Pública. Serão analisados 06 (seis) sistemas referenciais, observados em orçamentos de obras licitadas pela Prefeitura Municipal de Pinhais para os serviços de Instalações Elétricas.

3.2.4 Procedimentos a ser utilizado para escolha de obras para coleta de dados

Serão selecionadas 03 (três) obras para a coleta de dados (apropriação de índices). As obras selecionadas precisam ser obrigatoriamente da região de Curitiba. Contudo, não necessitam serem obras públicas, podendo ser selecionadas obras privadas.

3.2.5 Protocolo de coleta de dados

Para Yin (2001) a existência de um protocolo coleta de dados é uma das "principais táticas para se aumentar a confiabilidade da pesquisa". Não se trata de um simples instrumento de coleta de dados, mas deve conter as regras para utilização do instrumento.

O protocolo de pesquisa será elaborado tendo em vista que os dados coletados vão ser utilizados para a elaboração de uma composição de custos unitários, conforme procedimento a ser fundamentado na literatura. A Figura 3 mostra o protocolo de pesquisa a ser utilizado, os campos que aparecem chanfrados foram calculados a posteriori.

(25)

Figura 3 - Protocolo de pesquisa. Fonte: o Autor.

No cabeçalho, no campo "Obra", será anotado o nome da obra para identificação, no campo "Tipo"será anotado se é uma obra pública ou privada e os campos "Data", "Dia da Semana" e "Horário"serão utilizados para referência temporal.

A segunda parte da ficha será utilizada para identificação dos insumos, apropriação dos coeficientes de mão de obra e verificação das perdas de materiais. A observação será dividida em 03 (três) fases: preparação, execução e fechamento. A preparação consiste em algum procedimento prévio necessário à execução do serviço, a execução corresponde à efetiva execução do serviço e o fechamento a algum procedimento posterior ao serviço, porém essencial para sua conclusão.

No campo "Perdas Totais"serão anotadas as perdas de material observadas, e no campo "Equipe"serão anotadas o número de profissionais envolvidos na execução do serviço. Enfim, no campo "Materiais Adicionais"serão identificados os materiais, necessários além do insumo principal.

Função Quantidade

Preparação Eletricista

Execução Aux. Eletricista

Fechamento Servente

Unidade Quantidade

Observações Materiais Adicionais - Descrição

Horário: Obra: Equipe Perdas totais (m) Produtividade (m/h) Quantidade de cabos instalada (m) Tipo:

( ) Obra Pública ( ) Obra Privada

Dia da Semana:

Data:

Instalação de condutores de cobre flexíveis #2,5mm², isolação em PVC 70° 450/750V Tempo parcial

(26)

3.3 PREPARAÇÃO

3.3.1 Aplicação de um teste piloto

O teste piloto é a etapa final de preparação do estudo de caso. O teste piloto permite o aprimoramento do protocolo de coleta de dados decorrente de dificuldades identificadas em campo (YIN, 2001).

O teste piloto foi realizado em uma obra de iluminação pública no Município de Pinhais/PR. Os profissionais envolvidos na execução do projeto eram servidores municipais. A Figura 4 mostra a obra utilizada para teste piloto.

Figura 4 - Obra utilizada para teste piloto. Fonte: o Autor.

(27)

O protocolo de coleta de dados foi aplicado para a instalação de condutores elétricos entre as caixas de passagem localizadas nas bases dos postes ornamentais. A obra estava sendo realizada no período da tarde, num dia bastante ensolarado.

A equipe era formada por um eletricista e um auxiliar de eletricista que também exercia a função de motorista do caminhão cesto-aéreo. É importante salientar que o caminhão não foi utilizado durante a coleta de dados. A Figura 5 mostra o protocolo preenchido com os dados coletados no teste piloto.

Figura 5– Protocolo de coleta de dados preenchido com dados do teste piloto. Fonte: o Autor.

Foram somados os tempos parciais para obtenção do tempo total, que resultou em 7,979 minutos ou 0,133 horas. De acordo com Mattos (2006), o cálculo do índice de mão de obra para cada profissional pode ser feito com a equação abaixo:

Í (1)

onde H é quantidade de um determinado profissional, h é o tempo de execução do serviço e QS é a quantidade de serviço executado. Fazendo-se as devidas substituições, foram encontrados os seguintes valores:

(28)

Í ,

, 0,0044ℎ/" (2)

Í #$ . ,

, 0,0044ℎ/" (3)

3.3.2 Ajustes no protocolo de pesquisa

Com o teste piloto percebeu-se a necessidade de alguns ajustes no protocolo de coleta de dados, a saber:

• O serviço foi executado por dois profissionais que em alguns momentos vezes estavam trabalhando independentes e de uma forma bastante dinâmica. Dessa forma, identificou-se uma dificuldade em cronometrar os tempos parciais de preparação, execução e fechamento, sendo mais fácil a cronometragem do serviço de uma forma global.

• As condições de execução do serviço podem influenciar no andamento do mesmo, como por exemplo, se a obra é interna ou externa, se a tubulação que será utilizada possui diâmetro pequeno ou grande, se já está ocupada ou não, se a guia já está passada ou se os profissionais precisam passá-la, etc. Logo, tais informações não podem passar despercebidas na aplicação do protocolo de coleta de dados.

Valores que precisam ser calculados e/ou tratados a posteriori não precisam constar no protocolo de pesquisa.

Sendo assim, considerando os tópicos acima, foram feitas algumas alterações no protocolo de coleta de dados original, incluindo campos para anotação sobre a existência ou não de guia previamente passada nos eletrodutos, para se anotar se o eletroduto está ocupado ou vazio, para anotações referente ao menor diâmetro de eletroduto verificado durante a execução do serviço e, por fim, para anotações referentes a questões ambientais que pudessem de alguma forma influenciar no andamento do trabalho.

(29)

Figura 6 – Protocolo de coleta de dados alterado após aplicação do teste piloto. Fonte: o Autor.

3.4 PROCEDIMENTOS A SEREM UTILIZADOS PARA CONDUÇÃO E COLETA DE DADOS

3.4.1 Procedimento a ser utilizado para estabelece o primeiro contato com a empresa

No primeiro contato com o responsável da obra, será explicado os objetivos e a importância do trabalho, e será perguntado sobre a possibilidade de se fazer a coleta de dados na obra em questão. Nesta ocasião também será esclarecido ao responsável que a coleta de dados na obra não faz parte de nenhuma avaliação externa, sendo estritamente realizada para fins acadêmicos. Caso a coleta de dados venha a ser autorizada pelo responsável, será feito o agendamento de um possível horário com os profissionais que executarão o serviço para a aplicação do protocolo de coleta de dados.

(30)

3.4.2 Procedimento para realizar a coleta de dados

No dia agendado, deverá ser feita inicialmente uma conversa com os profissionais que executarão o serviço a fim de se coletar informações relevantes ao presente estudo. Em seguida,será feito o procedimento prático de cronometragem utilizando um aplicativo do celular com a função cronômetro. Feito isso, será feita a medição do lance de cabos instalado, utilizando-se uma trena fita de 10m. Por último, deverão ser medidas as perdas de material. Será utilizada uma máquina fotográfica do celular para registro visual das obras estudadas. Concluída a coleta de dados, o protocolo de coleta de dados preenchido será mostrado aos profissionais envolvidos para validação dos dados coletados.

3.4.3 Procedimento para se realizar a observação direta

Numa visita de campo, pela observação direta deve-se verificar comportamentos ou condições ambientais relevantes para o estudo de caso (YIN, 2001). Dessa forma, durante a aplicação do protocolo de coletada de dados serão feitas observações acerca de condições que de alguma maneira possam interferir no andamento do trabalho.

3.5 PROCEDIMENTOS PREVISTOS PARA REALIZAR A ANÁLISE E CONCLUSÃO

3.5.1 Análise cruzada: composições de custos unitários dos sistemas referenciais de preços

Para análise das composições de custos unitários dos sistemas referenciais de preços em mãos, será utilizada uma matriz com os principais atributos quantitativos e qualitativos de composições de custos, de acordo com orientações citadas na literatura, conforme mostra a Figura 7.

(31)

Figura 7 - Matriz para análise cruzada de composições de custos unitários extraídas dos sistemas referenciais de preço.

Fonte: o Autor.

Na matriz mostrada na Figura 3.6, as linhas representam as características analisadas, já as colunas indicam os sistemas referenciais analisados. No subgrupo de informações quantitativas, a primeira linha corresponde ao valor monetário do serviço. Importante observar que foram tomados preços dos serviços dentro de um mesmo mês.As próximas linhas trazem informações sobre os índices de material e mão de obra presentes na composição, bem como a quantidade de perdas consideradas e a existência de materiais adicionais além do próprio condutor elétrico. No subgrupo de informações qualitativas, buscou-se por analisar informações referentes a atributos gerais e específicos das composições.

3.5.2 Procedimento previsto para o confronto entre fontes de preço e estudos de caso

Foi elaborada uma composição de insumos4 com índices apropriados nas obras. Para cada insumo deverá ser considerada a média entre os índices das 03 (três) obras. A Figura 8 mostra o modelo de composição a ser utilizado. No campo "Descrição do serviço:" será anotado o nome do serviço, com todas suas características técnicas e construtivas, no campo "Unidade" será lançada a unidade de medida do serviço e nas colunas "Insumo", "Unidade" e "Índice" serão lançados os nomes dos insumos, suas unidades e a quantidade requerida de cada um, respectivamente.

(32)

Figura 8 – Modelo de composição de insumos. Fonte: o Autor.

A composição de insumos elaborada com índices coletados em obras será comparada com os índices das composições extraídas dos serviços referenciais de preços, conforme matriz ilustrada na Figura 9. As 03 (três) primeiras colunas dizem respeito à composição elaborada com índices apropriados, já nas demais, são lançados os índices extraídos das referências, considerando que na coluna "Desvio" será calculado a discrepância percentual.

Figura 9 – Matriz para confronto entre obra real e sistemas referenciais de preço. Fonte: o Autor.

Insumo Unidade Índice

Descrição do serviço: Unidade:

Índice Desvio Índice Desvio Índice Desvio Índice Desvio

Condutor de cobre flexível seção

#2,5mm², isolação em PVC 750V. m 1,021 Fita isolante plástica, rolo de 5m rl 0,00246

Eletricista com encargos sociais h 0,0049 Auxiliar de eletricista com encargos

sociais h 0,0049

Fornecimento e instalação de condutor de cobre flexível seção #2,5mm², isolação em PVC 750V.

Insumo Unidade Índice

Observado

(33)

4. ESTUDO DE CASO

4.1 SELEÇÃO DO SERVIÇO OBJETO DE ESTUDO

Foram escolhidas obras de edificações com utilizações distintas, porém muito comum na Administração Pública Municipal por serem destinadas à prestação de serviços de responsabilidade dos municípios: a construção de um Centro de Artesanato que se trata de uma edificação com características de um mercado popular, a construção de uma Unidade Básica de Saúde e a reforma de uma Escola Municipal. A Tabela 2 sintetiza as obras públicas selecionadas, bem como o valor de seus orçamentos totais que foram licitados.

Tabela 2 – Obras públicas utilizadas para seleção dos serviços a serem analisados.

Nome da Obra Tipo

Data orçamento

base

Valor total licitado

1 Centro de Artesanato Construção mar/12 R$1.314.466,57 2 Unidade Básica de Saúde Jd. Weissópolis Construção jul/13 R$ 1.252.537,06 3 Escola Municipal 31 de Março Reforma nov/13 R$ 502.405,74 Fonte: o Autor.

As Tabelas 3 a 5 apresentam os serviços pertencentes à curva A dos orçamentos das obras listadas na Tabela 5.1. Comparando os itens mais relevantes das três obras, optou-se por selecionar o serviço correspondente à enfiação de condutores de cobre flexíveis, bitola #2,5mm², isolação em PVC 450/750V, por se tratar de um item que aparece na curva "A" de serviços nos três orçamentos analisados.

(34)

Tabela 3 – Serviços de Instalações Elétricas mais representativos no orçamento da Obra Nº 1 - Construção do Centro de Artesanato.

Item Descrição Unid. Qtde

Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) % % acumul. 1

Luminária fluorescente tipo comercial

2x32W completa c/ 1 reator eletrônico 2x32W/127V e lâmpadas fluorescentes - refletor parabólico e aletas planas pintadas (cfe. especificações). Fornecimento e instalação.

cj 100,00 202,71 20.271,00 14,64% 14,64%

2

Poste externo, ferro galvanizado, H=4,00m. Com 1pétala, com lâmpada vapor sódio150W, completo, com reator. Fornecimento e instalação.

cj 13,00 1.171,05 15.223,65 11,00% 25,64%

3

Poste externo, ferro galvanizado, H=4,00m. Com 2pétalas, com lâmpada vapor sódio70W, completo, com reator. Fornecimento e instalação.

cj 9,00 1.171,05 10.539,45 7,61% 33,25%

4

Cabo cobre flexível classe isolação 450/750V # 2,5mm2 (cores diversas) . Fornecimento e instalação.

m 2600,00 R$ 2,61 6.786,00 4,90% 38,15%

5

Entrada energia Padrão COPEL, c/saída subterrânea, trifásica 200A.

Fornecimento e instalação.

cj 1,00 5.881,85 5.881,85 4,25% 42,40%

6

Cabo cobre nú tempera meio dura secção transversal #50mm2 . Fornecimento e instalação.

m 250,00 21,18 5.295,00 3,82% 46,22%

7

Cabo cobre flexível classe isolação 0,6/1kV # 10mm2 (cores diversas) . Fornecimento e instalação.

m 1000,00 4,67 4.670,00 3,37% 49,59% Fonte: o Autor

Tabela 4 – Serviços de Instalações Elétricas mais representativos no orçamento da Obra Nº 2 - Construção da UBS Jd. Weissópolis.

Item Descrição Unid

. Qtde Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) % % acumul. 1

Eletroduto de PVC rígido, roscável, Ø25mm (3/4"), incl. conex. Fornecimento e instalação.

m 1000,00 9,83 9.830,00 12,03% 12,03%

2 Luminária fluor. sobrepor 2x28W.

Fornecimento e instalação. pç 35,00 268,79 9.407,65 11,52% 23,55% 3

Cabo de cobre c/ isolamento PVC, resistente a chama, 450/750V, #= 2,5mm2. Fornecimento e instalação.

m 3200,00 2,53 8.096,00 9,91% 33,46%

4 Cabo cobre nu, # = 50mm2.

Fornecimento e instalação. m 170,00 25,78 4.381,75 5,36% 38,82% 5 Cabo cobre c/ isolamento em PVC 1kV,

#=2,5mm2. Fornecimento e instalação. m 1300,00 2,95 3.835,00 4,69% 43,52% 6

Luminária plafonfluor. compacta sobrepor 2x23W. Fornecimento e instalação.

pç 28,00 136,69 3.827,32 4,69% 48,20%

7 Luminária fluor. hermética de sobrepor

2x28W. Fornecimento e instalação. pç 10,00 346,13 3.461,30 4,24% 52,44% Fonte: o Autor

(35)

Tabela 5 - Serviços de Instalações Elétricas mais representativos no orçamento da Obra Nº 3 - Reforma da EM 31 de Março.

Item Descrição Unid

. Qtde Custo Unitário (R$) Custo Total (R$) % % acumul.

1 Cabo de cobre flexível #4,0mm²

450/750V. Fornecimento e instalação. m 2.550,00 3,73 9.511,50 24,49% 24,49% 2

Perfilado metálico perfurado 38x38mm, incluindo acessórios de fixação, emenda e parafusos. Fornecimento e instalação.

m 237,00 18,69 4.429,53 11,41% 35,90%

3 Cabo de cobre flexível #2,5mm²

450/750V. Fornecimento e instalação. m 1.750,00 2,51 4.392,50 11,31% 47,21% 4 Eletroduto PVC 3/4", incluindo

conexões. Fornecimento e instalação. m 370,00 9,49 3.511,30 9,04% 56,25% Fonte: o Autor

4.2 ESTUDO DE CASO 1

A primeira obra utilizada para apropriação de índices de mão de obra foi a reforma de uma escola municipal do município de Pinhais/PR Tal obra foi licitada e contratada no final do ano 2014. Ela foi iniciada em fevereiro/2015, com previsão de término para julho/2015.

Dentre os diversos serviços previstos na reforma, também estava prevista a substituição de quase todas as instalações elétricas, com a exceção do reaproveitamento de algumas luminárias e outros equipamentos que se encontravam em boas condições.

A construtora responsável pela execução estava pela primeira vez executando uma obra dentro do município de Pinhais, dessa forma, estava tendo um primeiro contato com o Departamento de Fiscalização de obras, com os fiscais e com as metodologias utilizadas pela contratada.

O primeiro contato com a empresa na obra deu-se numa quinta-feira, dia 14/05/2015, onde o mestre de obra, encarregado de supervisionar todas as equipes no canteiro, autorizou a coleta de dados e verificou juntamente com a equipe de eletricistas quando seria feita a execução da enfiação de condutores elétricos flexíveis #2,5mm² na obra. A reforma estava sendo executada por blocos e, para os dois primeiros blocos a instalação de condutores já estava concluída, restava o terceiro e último bloco, cujas instalações elétricas seriam executadas na próxima semana, mediante a entrega do material na obra.

Como houve demora na entrega dos condutores elétricos na obra, a coleta de dados só pode ser realizada no dia 21/05/2015, numa quinta feira, exatamente uma semana

(36)

após o primeiro contato com a empresa, às 16h00. A equipe de elétrica era formada por 01 (um) eletricista e 01 (um) auxiliar. No momento da coleta de dados a equipe estava trabalhando em uma sala de aula e havia, pelo menos, mais 03 (três) pessoas da equipe de carpintaria, fazendo o madeiramento para posterior colocação do forro. Havia uma certa "pressão" sobre a equipe de elétrica para concluir a instalação dos condutores logo após a conclusão do madeiramento, pois a equipe de carpintaria já queria na sequência instalar o forro da sala. A Figura 10 mostra o projeto elétrico da sala e a Figura 11 a sala durante a execução dos serviços.

Figura 10 - Projeto elétrica da sala objeto do estudo de caso 1. Fonte: o Autor.

(37)

(a) (b)

Figura 11 - a) Profissionais executando serviços na sala durante a coleta de dados. b) Pesquisador fazendo anotações.

Fonte: o Autor.

Foi dado início o serviço de passagem de instalação de condutores e à cronometragem. Durante a coleta de dados foram feitas algumas observações:

• Os profissionais não utilizavam guia para passagem dos cabos. Os condutores de um determinado circuito eram fixados uns nos outros com fita isolante e o eletricista/auxiliar empurrava o chicote pela entrada do eletroduto. Em algumas vezes os condutores não avançavam mais, daí eles eram puxados de volta para fora e então fazia-se uma nova tentativa de enfiação. Essa situação foi observada 02 (duas) vezes. • Havia 05 (cinco) pessoas no local de trabalho envolvidos com trabalhos em altura: 03

(três) profissionais fixando o madeiramento e 02 (dois) fazendo as instalações elétricas. Contudo havia apenas 02 (duas) escadas que eram compartilhadas por todos os profissionais. Isso fez com que em alguns momentos os eletricistas ficassem sem o equipamento para executar o serviço.

• Houve (02) dois momentos em que o condutores elétricos ficaram emaranhados, fazendo com que o eletricista/auxiliar tivesse que perder um pouco de tempo para deixá-los em condições de serem instalados.

(38)

Tabela 6 - Dados coletados no Estudo de Caso 1

Nome da obra: Reforma de Escola Municipal - Sala 1 / Bloco 3

Tipo da obra: Pública

Data e Horário: 21/05/2015, quinta-feira, às 16h00 Tempo total: 34 minutos, 56 segundos e 21 centésimos Quantidade de condutores instalada: 117 m

Perdas: 2,5 m

Equipe: 01 Eletricista e 01 Auxiliar de Eletricista Eletrodutos estavam com guia passada? Não

Eletrodutos vazios? Sim

Menor diâmetro dos eletrodutos: 3/4" (25mm)

Localização: Obra interna

Altura de execução do serviço: Maior parte acima de 1,80m

Materiais adicionais, além do próprio condutor: Fita isolante, ao menos 12x10cm = 1,20m Fonte: o Autor

O índice de mão de obra para cada profissional foi calculado a Equação 1 que resultou nos seguintes valores:

Í ,&'

(,& 0,0049ℎ/" (4)

Í #$ . ,&'

(,& 0,0049ℎ/" (5)

4.3 ESTUDO DE CASO 2

A segunda obra utilizada para apropriação de índices de mão de obra foi a construção de um templo religioso no município de Pinhais/PR. Essa obra começou a ser executada em fevereiro de 2015 e possui previsão de término para Dezembro de 2015. Todos os serviços estão sendo executados por profissionais voluntários, que comparecem à obra aos finais de semana e às quartas-feiras à noite.

O primeiro contato foi feito com o coordenador da área de elétrica da igreja para todos os seus templos no município de Pinhais/PR. Igualmente ao estudo de caso 1, foi feita uma rápida explanação sobre a importância da coleta de dados in loco para realização do presente estudo, mediante a qual o coordenador autorizou, porém informou que a obra ainda não havia ainda demandado a instalação definitiva dos condutores elétricos, e , que quando chegasse o momento, entraria em contato.

(39)

O contato para a visita à obra ocorreu no dia 09/06/2015 e a visita ficou agendada para o dia 10/06/2015, às 19h00, ocasião em que o eletricista estaria no local para a instalação elétricas em um dos ambientes da obra.

No momento agendado para a coleta de dados, havia apenas 01 (um) eletricista na obra, sem nenhum outro profissional para auxiliá-lo, pois, segundo ele, "o serviço era bastante simples". O serviço consistia na instalação dos condutores entre o ponto de luz e o ponto do interruptor para um dos ambientes da obra. A Figura 12 mostra o projeto elétrico do ambiente em que foi realizada a passagem dos cabos, com especial destaque para o eletroduto em que foram instalados os condutores elétricos. As Figura 13 mostra o eletricista executando o serviço.

Figura 12 - Projeto elétrico do ambiente objeto do estudo de caso 2. Fonte: o Autor.

(40)

Figura 13 - Profissional executando o serviço - Estudo de caso 2.

Fonte: o Autor.

Inicialmente o eletricista fez a limpeza do excesso de massa das caixas de passagem, fez a passagem da guia, fixou os cabos da ponta da guia utilizando fita isolante e puxou para o interior da tubulação no sentido descendente (do ponto de luz para o interruptor). Para os trabalhos em altura o eletricista dispunha de uma escada metálica, exclusiva para ele.

Durante a execução do serviço, observou-se uma ocasião de desperdício de tempo quando o eletricista precisou desemaranhar os cabos antes de prendê-los á guia para passagem pela tubulação. A Tabela 7 apresenta os dados coletados no estudo de caso 2.

(41)

Tabela 7 - Dados coletados no Estudo de Caso 2. Nome da obra: Construção de templo religioso

Tipo da obra: Privada

Data e Horário: 10/06/2015, quarta-feira, às 19h00 Tempo total: 03 minutos, 56 segundos e 20 centésimos Quantidade de condutores instalada: 8 m

Perdas: 0,1 m

Equipe: 01 Eletricista

Eletrodutos estavam com guia passada? Não

Eletrodutos vazios? Sim

Menor diâmetro dos eletrodutos: 3/4" (25mm)

Localização: Obra interna

Altura de execução do serviço: Maior parte abaixo de 1,80m Materiais adicionais, além do próprio condutor: Fita isolante, 1x10cm = 10cm Fonte: o Autor

O índice de mão de obra para o eletricista foi calculado com a Equação 1 que resultou no seguinte valor:

Í , *&*

', 0,0081ℎ/" (6)

4.4 ESTUDO DE CASO 3

O terceiro e último caso analisado foi o de um serviço de ampliação do sistema de iluminação de uma escola municipal do município de Pinhais/PR. O serviço foi executado por uma empresa que detêm o contrato de manutenção predial da Prefeitura Municipal de Pinhais. Tal contrato é acionado por demanda: uma vez identificada a necessidade de reparo ou ampliação de pequeno porte em uma edificação, a empresa elabora um orçamento e apresenta à fiscalização para aprovação, depois de aprovado pelo fiscal a empresa fica, a partir daquele momento, incumbida de iniciar a execução do serviço em até 07 (sete) dias.

Inicialmente foi feito contato com a fiscalização contratante sobre a existência de obras que envolvessem a instalação de condutores flexíveis #2,5mm² - 750V. O fiscal indicou que havia este serviço para ser executado e, em seguida, foi entrado em contato com o responsável técnico da empresa para apurar sobre a possibilidade de se fazer a coleta de dados na referida obra. O responsável em nada se opôs e passou a programação da obra acompanhamento. O serviço consistia na instalação de 02 (duas) luminárias numa passarela

(42)

de acesso interno, derivando a alimentação das mesmas de um circuito de iluminação existente. A Figura 14 mostra o serviço executado.

Figura 14 - Instalação de luminárias na passarela de acesso. Fonte: o Autor.

O serviço inicialmente estava previsto para ser realizado no dia 11/06/2015 no período da manhã, contudo, devido a uma situação de emergência em outra obra, foi transferido para o dia 12/06/2015, para às 9h. No dia e horário agendado, ao chegar no local, foi verificado que a tubulação e as luminárias já estavam fixadas, restando apenas a passagem dos condutores mais alguns fechamentos. Havia 02 (dois) profissionais envolvidos no serviço, 01 (um) eletricista e 01 (um) auxiliar de eletricista. Como todos os eletrodutos já estavam passados, cabia aos profissionais fazer a enfiação dos condutores, para isso eles fixaram os condutores do circuito uns nos outros com fita isolante e empurravam o "chicote" para o interior da tubulação, deixando as respectivas sobras nos pontos de derivação. Como os eletrodutos estavam vazios e eram do tipo liso, em nenhum momento verificou-se desperdício de tempo com a não utilização da guia para passar fios. A equipe dispunha de uma escada para os trabalhos em altura.

(43)

Tabela 8 - Dados coletados no Estudo de Caso 3. Nome da obra: Manutenção em escola municipal

Tipo da obra: Pública

Data e Horário: 12/06/2015, sexta-feira, às 9h00

Tempo total: 04 minutos, 08 segundos e 43centésimos Quantidade de condutores instalada: 12 m

Perdas: 0,5 m

Equipe: 01 Eletricista e 01 Auxiliar de eletricista Eletrodutos estavam com guia passada? Não

Eletrodutos vazios? Sim

Menor diâmetro dos eletrodutos: 3/4" (25mm)

Localização: Obra externa (coberta)

Altura de execução do serviço: Maior parte acima de 1,80m Materiais adicionais, além do próprio condutor: Fita isolante, 5x10cm = 50cm Fonte: o Autor

O índice de mão de obra para o eletricista e para o auxiliar foi calculado com a Equação 1 que resultou no seguinte valor:

Í , *(

,& 0,0055ℎ/" (7)

Í , *(

(44)

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 SELEÇÃO E ANÁLISE DAS COMPOSIÇÕES DE CUSTOS DOS SISTEMAS REFERENCIAIS

Uma vez selecionado o serviço objeto de estudo, passou-se à busca das suas respectivas composições de custos unitárias retiradas dos sistemas referenciais de preços utilizados na Administração Pública, comumente utilizadas em orçamentos de obras licitadas na Prefeitura Municipal de Pinhais para os serviços de Instalações Elétricas, conforme indicado na Tabela 9.

Tabela 9 - Sistemas referenciais de preço comumente utilizados em orçamentos de obras licitadas na Prefeitura Municipal de Pinhais para serviços de Instalações Elétricas.

Fonte Descrição do Serviço Referência

Sistemas que divulgam Preço + Composição

SINAPI Cabo de cobre isolado PVC 450/750V 2,5mm² resistente a chama - Fornecimento e Instalação

Dez/2014

SEINFRA Cabo isolado PVC 750V 2,5mm² Jan/2015

ORSE Cabo de cobre flexível isolado, seção 2,5mm², 450/750V / 70ºC Dez/2014

Sistemas que divulgam apenas Preço

SANEPAR Condutor isolado - Cabo 2,5mm² Dez/2014

CURITIBA Condutor cobre 2,5mm² c/ isol. plástico 750V Abr/2013

Sistemas que divulgam apenas Composição

TCPO Cabo isolado em PVC - 750V - 70°C - Flexível 2013 Fonte: o Autor.

Dos sistemas pesquisados, há aqueles em que são divulgadas os preços e as respectivas composições, há aqueles em que são divulgados apenas os preços dos serviços e há ainda aqueles que são divulgados apenas as composições de custos unitários, neste caso utiliza-se preços de insumos obtidos de outras fontes para se obter o preço do serviço.

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5.2 ANÁLISE CRUZADA ENTRE COMPOSIÇÕES DE CUSTOS UNITÁRIOS DOS SISTEMAS REFERENCIAIS DE PREÇOS

A pesquisa pelas fontes referenciais de preço utilizados na elaboração de orçamentos pela Administração pública resultou na Tabela 10 que apresenta as principais características dos sistemas referenciais utilizados na Prefeitura Municipal de Pinhais.

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Fonte: o Autor

TIPO DE

ANÁLISE SINAPI TCPO SEINFRA SANEPAR ORSE CURITIBA

2,74 3,51 1,32 3,82 1,24

HH ELETRICISTA 0,05 0,11 0,11 0,13

HH AJUDANTE DE ELETRICISTA 0,11 0,11

HH SERVENTE 0,05 0,13

PERDAS 0 2% 2% 2%

MATERIAL ADICIONAL Sim, Fita isolante

0,0112xRolo de 5m Não Não Não

Sim, na descrição aparece a frase "Fornecimento e Instalação" Não, pode-se confundir com um insumo Não, pode-se confundir com um insumo Não, pode-se confundir com um insumo Não, pode-se confundir com um insumo Não, pode-se confundir com um insumo

Não Sim Não Não Sim Não

Sim Sim Sim Não Sim Sim

Sim Sim Sim Não Sim Sim

Não Não Não Não Não Não

Não Não Não Não Não Não

Não Não Não Não Não Não

Sim Não Não Não Sim Não

Instalação de condutores de cobre flexíveis #2,5mm², isolação em PVC 70° 450/750V

ITEM ANALISADO

DEIXA CLARO QUE É UM SERVIÇO?

FAZ MENÇÃO À PREPARAÇÃO DO SERVIÇO? FALA DO MÉTODO CONSTRUTIVO?

QUANTITATIVA

COMPOSIÇÃO

PREÇO

FAZ MENÇÃO À ENCARGOS DA M.O.? DEIXA CLARO QUE O CABO É FLEXÍVEL?

DEIXA CLARO QUE A ISOLAÇÃO DO CABO É 750V? DEIXA CLARO QUE A ISOLAÇÃO DO CABO É PVC/70°C? QUALITATIVA

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5.2.1 Análise Quantitativa

5.2.1.1Preço

Uma informação que consta em todas as tabelas referenciais é o preço do serviço. A Figura 15 mostra o gráfico dos preços praticados pelos serviços selecionados para o mês de Dezembro de 2014.

Figura 15 - Preço do serviço de fornecimento e instalação de condutores de cobre flexível #2,5mm² -750V dos sistemas referenciais selecionados.

Fonte: o Autor

Tomando a média dos preços, verificou-se que o preço mais próximo é o praticado pelo SINAPI, com discrepância em torno de 8%. Os preços divulgados pela SEINFRA e pelo ORSE foram os mais caros, com 39% e 51% acima da média, respectivamente. Já os preços praticados pela SANEPAR e pela Prefeitura Municipal de Curitiba ficaram 48% e 51% abaixo da média, respectivamente.

Pela Figura 15 nota-se que um mesmo serviço possui preços bem distintos quando comparados os sistemas referenciais entre si. Dessa forma, percebe-se a necessidade de se

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avaliar outros parâmetros para seleção do sistema referencial mais adequado e não somente o preço do serviço.

5.2.1.2Índices de Insumos

Fazendo-se uma análise da mão de obra considerada para execução do serviço, percebe-se que os sistemas SINAPI e ORSE consideram equipes formadas por eletricistas e por serventes. Já os sistemas SEINFRA e TCPO consideram a figura do auxiliar de eletricista. Tal distinção de equipes impacta diretamente no preço do serviço, tendo em vista que o custo da hora de auxiliar de eletricista é cerca de 5% mais caro (SINAPI, 2015). Tal análise indica que as composições de custos unitários dos sistemas SINAPI e ORSE podem levar a um custo total unitário do serviço inferior aos demais sistemas referenciais. Tal hipótese só foi verificada para o sistema SINAPI.

Analisando o consumo de horas de eletricista para execução do serviço, verificou-se que o sistema SINAPI é mais converificou-servador do que os demais sistemas, pois utiliza menos da metade da quantidade de horas requeridas nas composições extraídas das outras fontes. Isso contribui diretamente para o fato de o custo do serviço praticado pelo SINAPI ser menor do que o praticado pelos sistemas ORSE e SEINFRA. A Figura 16 mostra o consumo de horas de eletricistas para execução do serviço.

No quesito perdas, com exceção do SINAPI, todos os sistemas consideram uma perda de material de 2% para cada unidade instalada, isto é, para cada metro do serviço, consideram 2 (dois) centímetros de perdas. O fato de o sistema SINAPI não computar as perdas na composição de custos unitários certamente contribui para que seu preço para o serviço seja inferior às outras duas composições analisadas.

Outra situação verificada foi em relação aos materiais adicionais utilizados, o SINAPI é o único sistema que considera a utilização de fita isolante na composição do serviço. Também foi verificado que o Sistema SEINFRA possui a mesma composição da TCPO.

Referências

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