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A imagem do afrodescendente no livro didático

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - UNIJUÍ

DÉBORA RIBEIRO PELINSON

A IMAGEM DO AFRODESCENDENTE NO LIVRO DIDÁTICO

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DÉBORA RIBEIRO PELINSON

A IMAGEM DO AFRODESCENDENTE NO LIVRO DIDÁTICO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como condição para a graduação no curso de História – Licenciatura Plena, na Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ.

Orientadora: Vera Lúcia Trennepohl

IJUÍ 2014

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Pelinson. Débora Ribeiro. 1988-

A imagem do afrodescendente no livro didático/Débora Ribeiro Pelinson.-2014.

53 f.: il. color. ; 30 cm.

Orientador: Vera Lúcia Trennepohl

Trabalho de conclusão de curso (Licenciatura) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, Curso de História, 2014.

1. O livro didático na perspectiva da historiografia. 2. A lei das relações

étnico-raciais. 3. Representações do afrodescendentes no livro didático. Trennepohl, Vera Lúcia. Curso de História. A imagem do afrodescendente no livro didático.

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A imagem do afrodescendente no livro didático.

Trabalho de Conclusão de Curso, apresentado ao Departamento de Humanidades e Educação, curso de História, Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, como parte dos requisitos para a sua conclusão.

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RESUMO

O presente Trabalho de Conclusão de Curso busca aprofundar o estudo a respeito das imagens apresentadas nos livros didáticos de História dos afrodescentes e suas mudanças com o passar do tempo com relação a foco e abordagem. O estudo desta temática por muito foi deixado de lado, mas com a tomada de consciência da importância de todas as etnias da formação do povo brasileiro a pesquisa foi realizada nos próprios livros didáticos, pois, mesmo com a legislação dizendo que todos são iguais muitas etnias sofrem um preconceito senão explícito, de forma velada. Além desses, alguns pensadores desse mesmo tema acresceram no resultado desse trabalho. O principal objetivo é perceber que as imagens dos livros didáticos são uma maneira de perceber qual a imagem subliminar que a sociedade faz dos afrodescendentes e como a busca de igualdade de condições sociais e respeito transformaram também essa imagem impressa no objeto de estudo da maioria dos estudantes. Percebi que a o afrodescendente ainda é relatado como escravo, mas que está no educador em sala de aula levar o educando a pensar a respeito dessa imagem presente no livro didático e a partir dela formar opiniões e mudar estereótipos sociais não somente dos afrodescendentes, mas, da sociedade como um todo.

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ABSTRACT

This Work Course Conclusion search further study about the images presented in the textbooks of history afrodescentes and its changes over time with respect to focus and approach . The study of this subject by far was dropped , but with the awareness of the importance of all ethnic groups in the formation of the Brazilian people, the survey was conducted in the textbooks themselves , because even with the law saying that all are equal many ethnicities suffer a prejudice than explicit, in veiled form . Besides these , some thinkers of that theme further compounded the result of this work . The main objective is to realize that the images of the textbooks are a way to find out the subliminal image that society has of African descent and how the quest for equality of social conditions and respect also turned this image printed on the object of study of most students . I realized that the African descendant is still reported as a slave , but that is the teacher in the classroom lead the student to think about this in this textbook image and from it form opinions and changing social stereotypes not only of African descent , but the company as a whole.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...08

1- O LIVRO DIDÁTICO NA PERSPECTIVA DA HISTORIOGRAFIA...10

1.2- Os desafios dos educadores...14

2 - A LEI DAS RELAÇÕES ÉTNICO RACIONAIS...16

2.1 - Breve relato do processo de surgimento do preconceito no Brasil...16

2.2 - O resultado das lutas por igualdade étnico-racial...17

2.3 - A polêmica lei de cotas...20

2.4- O papel dos órgãos de igualdade racial...22

3- REPRESENTAÇÕES DO AFRODESCENTE NO LIVRO DIDÁTICO...24

3.1- Alguns exemplos de imagens de afrodescendente em livros didáticos...25

3.2- O papel do educador com relação às imagens presentes nos livros didáticos...46

4- CONCLUSÕES...47

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INTRODUÇÃO

Atualmente a cultura brasileira é vista como o resultado das muitas culturas e etnias que miscigenadas formam o povo brasileiro. Podem-se perceber traços cotidianos que demonstram essa afirmativa através de costumes, culinária, vocabulário de cada região com sua peculiaridade, decorrente dos grupos sociais formadores daquela povoação, seja dominante ou outro = índio, afro, imigrante. O rosto do povo brasileiro segue a mesma máxima, com traços das mais variadas etnias, que agora formam a identidade de um País.

Muitas reflexões se formam ao longo dos estudos, que inquietam acerca das mudanças que positivamente vêm valorizando cada vez mais a cultura típica brasileira e percebendo na etnia negra um valor que precisa ser respeitado na sua íntegra e na diversidade, pois todos os brasileiros, se não possuem traços físicos, possuem com certeza uma cultura que é resultado também da presença negra.

Este trabalho busca refletir sobre a imagem do negro no livro didático, sendo elemento norteador da prática pedagógica. Ele está presente em todas as realidades escolares, mudando somente sua face e a maneira que é utilizado em sala de aula. Perante essa realidade, é necessário perceber como as mudanças sociais estão sendo refletidas nas publicações usadas nas escolas brasileiras.

Muitas mudanças na sociedade ocorreram através das lutas das militâncias afro-brasileiras que agora têm a seu favor a legislação, que conta com o amparo de leis e decretos para a cultura afro brasileira ser respeitado como parte atuante desta sociedade, mesmo que por muito tempo a etnia negra tenha tido seus direitos (civis e humanitários) negados. E, para que sejam cada vez mais reconhecidos e respeitados, o estudo da História Afro-Brasileira e Indígena é hoje parte da disciplina de História nas escolas, buscando desta forma desenvolver um respeito e reconhecimento à diversidade.

O conhecimento é construído através das mais variadas formas e, como se sabe, as linguagens são a maior porta de entrada para este processo de aprendizagem. Dito isso se percebem as linguagens, como a escrita, a oral e as imagens, sendo esta última passível de múltiplas interpretações e, por isso, é tão significativa e perigosa, pois através de uma

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interpretação errônea se pode conceber um conceito ou um estereótipo que não condiz com a realidade. Gerando inclusive um descaso social com a figura analisada.

O trabalho consistiu no levantamento de informações de diversas fontes, que analisavam a temática em questão. Para isto foram consultadas fontes bibliográficas que tratam dos mais variados aspectos que oportunizaram a realização desta pesquisa. Foram analisado mais de vinte livros didáticos, mas somente foram citados nove que possuíam imagens pertinentes ao intuito do trabalho. Além de artigos acadêmicos, teses de estudiosos do assunto e livros que tratam da temática.

Portanto este trabalho busca analisar essa realidade no livro didático, tendo em vista a imagem que está sendo construída dos afrodescendentes na Educação. Esta pesquisa está organizada em três capítulos. No primeiro capítulo, analisa-se o papel do livro didático nas escolas, tendo como perspectiva a visão Historiográfica. No segundo, há um apanhado das leis relacionadas às relações étnico-raciais no Brasil, principalmente as voltadas à Educação. No último, estudam-se as imagens em alguns livros didáticos, fazendo uma análise minuciosa quanto às imagens dos afrodescendentes nos mesmos.

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1-O LIVRO DIDÁTICO NA PERSPECTIVA DA HISTORIOGRAFIA

O ensino da História está intimamente ligado ao formar pessoas com capacidade de entender a realidade em que estão inseridos, saber dos fatos estes que resultaram em mudanças ou não, retrocessos e avanços dos modelos em que esta sociedade esteve e está inserida. Os fatos ocorridos nas sociedades são compostos de uma grande gama de

informações e constatações relevantes que formam os contextos em que estão inseridosos

sujeitos. Por isso, não basta somente conhecer os fatos históricos, mas também interpretá-los e atribuir maior ou menor relevância aos mesmos.

A realidade atual está desafiando os professores a pensarem alternativas para qualificar o seu trabalho. Uma dessas possibilidades é buscar ao máximo contextualizar os conteúdos programáticos ao cotidiano dos educandos para que os mesmos permaneçam com sentido na vida deles. Não se pode deixar de mencionar que a linguagem oral dentro do ensino da História é de extrema importância por trazer aos educandos uma proximidade, até mesmo intimidade, com o que está sendo estudado. Precisa-se buscar essa personalização do conteúdo, tarefa do educador, pois a leitura de bons textos históricos é muito importante na formação. Mas somente isso não basta para formar um educando, será necessário desenvolver noções para continuamente fazer suas reflexões históricas. Precisa-se ressaltar que não se pode, por mais que se possa muito memorizar, absorver todo o conhecimento passado somente pelo discurso de um bom educador. Neste momento é que bons textos são de grande valia no processo de ensino aprendizagem.

Para este estudo recorre-se a textos históricos, normalmente, em livros didáticos, que, via de regra, são amplamente utilizados nas escolas brasileiras e no mundo. Essa prática não acontece somente no ensino de História, mas na grande maioria das disciplinas curriculares, nas quais os mesmos seguem como norteadores de milhares de docentes em sua prática.

A presença do texto como forma de ensino vem de longa data, segundo Ananias e Bettini (2010, pág.04), “desde a antiguidade, ensina-se por meio de textos, como mostram os fragmentos de importantes filósofos, como, por exemplo, Homero, Safro, Pindoro, Aristóteles, na Grécia antiga. Já em Roma, as escolas usavam “sentenças morais e os preceitos das doze tábuas”, servindo como um material didático para a aprendizagem da

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cultura romana”. Pode-se perceber que o registro escrito do conhecimento surge junto com a vontade de perpetuar o conhecimento, ou seja, desde que surge o ensino esta prática de ter textos para o auxílio, ou até mesmo registro do que se ensina já se faz presente.

No Brasil as primeiras politicas relacionadas ao livro didático datam da década de 1930 quando começa a ser estimulada a produção e o uso deste recurso nas escolas. Na

década seguinte, há o primeiro Decreto-Lei denº 8460, de 26 de dezembro de 1945, onde

se instituam as regras sobre importação, produção e utilização dos livros, ficando sua escolha a cargo dos educadores. E assim segue a prática relacionada ao livro didático até 1960 quando o Ministério da Educação (MEC) faz uma parceria com a Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) para a distribuição gratuita de uma grande quantidade de livros didáticos. E em 1970, acabando-se a parceria para a distribuição dos livros, o Governo Federal passa a criar seus próprios mecanismos para arrecadação de fundos que pudessem dar continuidade ao projeto de distribuição dos livros didáticos.

No entanto no ano de 1980 são adotadas novas práticas quanto ao uso do livro, tais como o uso dos livros por mais alunos por meio da reutilização e do controle da escolha e distribuição pelo Governo Federal. Nesse momento algumas universidades juntamente com professores estaduais e municipais, com o apoio de suas entidades sindicais, se organizaram e buscaram produzir os seus materiais didáticos. Se pode citar, como exemplo, o projeto realizado pela Universidade do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, UNIJUÍ, intitulado Projeto Estudos Sociais, que, juntamente com as autoridades locais, realizaram discussões com os educadores, para desenvolver uma nova proposta curricular e nesta percebeu-se que os livros didáticos que existiam para o uso em sala de aula estavam voltados para aulas sistemáticas que pouco exigiam de reflexão dos educandos. Visto isso, ao longo dos estudos foram elaborados livros didáticos com textos produzidos pelos professores em grupos que não se identificaram nos mesmos e que foram publicados pela Editora UNIJUÍ. Este processo de estudo e, por fim, produção do

material de sala de aula, é também um exemplo metodológico para os educadores.

A partir da década seguinte, o governo diminuiu ainda mais o uso dos livros didáticos restringindo-os às séries iniciais do ensino fundamental. Essa prática foi adotada até meados de 1995 quando a distribuição volta a todo o ensino fundamental. E onde se pode

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perceber, também, a venda dos livros de História e Geografia por parte do Governo Federal, acoplados aos já existentes de Português, Matemática e Ciências. Nesta década, também, foi criada a Comissão para avaliação dos livros que atua até os dias de hoje. Já nos anos 2000, houve um expressivo aumento da distribuição dos livros que o MEC tem oferecido a todos os níveis da educação básica, inclusive atlas, dicionários de línguas estrangeiras e exemplares diferenciados para portadores de necessidades especiais (Ananias e Bettini, 2010).

Como se percebe na breve explanação da linha do tempo do livro didático no Brasil, nos anos das décadas de 1980 e 1990 houve uma redução da quantidade de livros didáticos produzidos sendo reutilizados nas escolas e, como o sistema de escolha era realizado por duas opções, as coleções enviadas para as escolas não contemplavam a primeira opção escolhida pelos educadores. E os educadores, por vezes, precisaram se organizar de forma diferenciada com outros textos (muitas vezes, de produção própria). Com relação a esse contexto, Cassiano (2004) realizou uma pesquisa que ilustra esta realidade na cidade de São Paulo entre os anos de 2002 e 2004 e nela registra que em uma manobra comercial por muitas vezes os livros foram entregues misturando primeiras e segundas opções, o que dificultava o seu uso pelos educadores que precisaram se adaptar a esta situação e se baseavam, como dito anteriormente, em outros materiais ou até mesmo reproduzindo o material que havia sido enviado para avaliação e para a escolha.

Este material didático tão conhecido e difundido no ensino escolar é a busca de levar a todos igualdade de conhecimento, além da tentativa de manter os conteúdos dentro de uma grade. Há uma necessidade de a escola se tornar libertadora, trazendo liberdade de pensamento e autonomia para as escolhas do cotidiano (Freire, 1996) e, pensando nisso, se oferecer a quantidade de conhecimento necessária em cada etapa/série/ciclo de ensino possibilitaria a mesma oportunidade de aprender, pois partimos do preceito da Constituição Federal de que todos têm direito à educação de qualidade.

Há outro aspecto que também pode ser levantado: voltando-se ao lado econômico, este segmento é de uma demanda bastante grande para atender a toda a necessidade que as escolas demandam. Há uma grande quantidade de educandos a serem atendidos em muitas disciplinas, além da enorme quantidade de escolas a serem contempladas. Isso é importante, pois gera um setor econômico que trabalha para oferecer sempre um material

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de melhor qualidade para manter-se no ramo, e sempre que há certa disputa quem realmente ganha em termos de qualidade são os clientes. Neste caso os educadores, que terão um material de excelente qualidade, e os educandos, que terão um educador embasado, podendo ministrar aulas com mais qualidade e melhorando o processo de

ensino-aprendizagem.

Os livros são, sem dúvida, parte do movimento escolar e devem servir ao educador na tentativa de facilitar e mediar o conhecimento, que deve ser construído com o educando. Como normalmente a escolha dos mesmos é realizada pelos educadores, é de grande valia que tenham consciência de que esse material tão importante para alguns não pode ser visto como a única forma de construir o conhecimento, que, muito além do conteúdo cru presente no livro didático a importância real está no que se passa nas aulas, no debate, na interação de vivências, é o que realmente tornará o conhecimento importante e proveitoso. Os critérios adotados pelo MEC na avaliação para a disponibilidade de escolha dos livros pelos educadores são a concepção de História; o conhecimento histórico; as fontes históricas/documentos; as imagens; a metodologia de ensino-aprendizagem; as capacidades e habilidades; as atividades e exercícios; a construção da cidadania; o manual do professor; a editoração e os aspectos visuais (Fernandes, 2004). Com esses critérios se busca um material que contemple um ensino de História que possa ser trabalhado por qualquer aluno de maneira a torná-lo um ser critico da realidade em que está inserido, percebendo-a mutável a todo instante. Mas cabe ao educador acrescer a todos esses critérios citados a adequação do material com a maturidade dos seus educandos, sua aproximação com a realidade da comunidade escolar, perceber se os conceitos explorados no livro não são caricatos, principalmente nas imagens, e, além disso, selecionar textos que tornem o aluno cada vez mais instigado a aprender, deixando de lado livros com textos narrativos-descritivos com leituras cansativas, que desmotivam as aulas.

Os educadores devem, também, ter atenção na análise das informações transmitidas nos textos dos livros didáticos, pois a escrita sempre deixa, mesmo que implícito, algo das ideologias do autor. E a escola deve ser lugar de estudo das pluralidades Então, não há como o educador pregar algo como o correto, mas sim se posicionar demonstrando suas preferências, mas, em contrapartida, permitir ao educando formar sua própria concepção/ideologia. Assim, quanto maior for a gama de pontos de vista que puderem ser

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discutidos em sala de aula o educando multiplicará a possibilidade de escolher o que lhe é mais razoável e expressar suas posições e opiniões.

Os livros didáticos também demonstram o que a sociedade espera que seja ensinado nas escolas, não deixando de ser uma maneira velada de controlar o ensino por parte da elite da educação com alguma influência governamental, principalmente nas escolas públicas. Dentro disso, os Parâmetros Curriculares Nacionais dizem: “Na escolha dos conteúdos, a preocupação central desta proposta é propiciar aos alunos o dimensionamento de si mesmos e de outros indivíduos e grupos em temporalidades históricas. Assim, estes conteúdos procuram sensibilizar e fundamentar a compreensão de que os problemas atuais e cotidianos não podem ser explicados unicamente a partir de acontecimentos restritos ao presente. Requerem questionamentos ao passado, análises e identificação de relações entre vivências sociais no tempo. Isto significa que os conteúdos a serem trabalhados com os alunos não se restringem unicamente ao estudo de acontecimentos e conceituações históricas. É preciso ensinar procedimentos e incentivar atitudes nos estudantes que sejam coerentes com os objetivos da História”. Ou seja, além de conhecer os conteúdos, os educandos precisam, principalmente, dar significado aos mesmos.

1.1- Os desafios dos educadores

Os educadores, como pôde ser visto até agora, são os personagens principais tanto escolha como no uso dos livros didáticos. A boa escolha desse material de apoio é sem dúvida, um subsídio que dá uma grande segurança ao educador no processo de ensino- aprendizagem. Mas o educador deve permitir ao educando, em seus procedimentos, outras possibilidades de aprendizagem, usando de outros meios de realizá-lo.

O educador tem papel central em toda a atividade que propor em sala de aula e com isso sua intencionalidade, não existindo regras rígidas para se levar os mais variados materiais e propostas de atividades. O mais importante é o modo como será proposto pelo educador e, de acordo com a resposta dos educandos, ir se aprofundando esses novos recursos. A estranheza em princípio, faz parte da cultura do uso contínuo do livro didático, que aos poucos vai sendo acrescida de novos materiais e substituída pela familiaridade com esses recursos didático-pedagógicos (Garcia, 2011).

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Com o aumento da tecnologia, atualmente é possível incorporar às aulas elementos digitais e pesquisas estão sendo realizadas de maneira cada vez mais prática e mais rápida. A escola precisa acompanhar este processo social, assim o uso de filmes e imagens digitalizadas pode ser agregado como subsídio de aprendizagem. Com relação aos mais variados pontos de vista dos mesmos conteúdos, as pesquisas virtuais podem trazer para a sala de aula muitas facetas de um mesmo conteúdo, enriquecendo o aprendizado.

A ludicidade, por sua vez, sempre é boa em sala de aula em todos os níveis de ensino, pois não há nenhuma perda se o conhecimento histórico for construído com jogos, músicas e criações artísticas; a demais, quando há interdisciplinaridade, o conhecimento ganha mais valor para o educando. As aulas da disciplina de História acontecem quase sempre através de leituras e atividades de reflexão e a ludicidade pode entrar como fator que agregue prazer e descontração nesses momentos, mas é preciso tomar cuidado para que não se perca a seriedade no trabalho. De qualquer modo, jogos e brincadeiras são de grande valia em sala de aula, pois, além da realidade que precisa ser usada como material de aprendizagem, os resultados dessa interação sempre serão satisfatórios.

Atualmente, os próprios livros didáticos trazem, além dos textos para análise que são ponto de partida para a construção do conhecimento, muito outros boxes com curiosidades, contexto do assunto trabalhado, descobertas recentes, gravuras e desenhos. Nessas seções, acredito estar a maior parte dos resquícios ideológicos que o autor deixa transparecer nos livros didáticos, pois são para complementar os conhecimentos e são de escolha pessoal do autor e, por essa razão, os educadores precisam tomar mais cuidado.

Neste aspecto é que este trabalho fará uma abordagem mais profunda logo adiante sobre as ilustrações que estão nos livros didáticos com foco na imagem do afrodescente e sobre a passagem do tempo, o avanço na busca dos direitos sociais e a importância que está sendo dada pela sociedade a essa etnia brasileira.

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2- A LEI DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS

2.1 Breve relato do processo de surgimento do preconceito no Brasil

O Brasil é um país continental conhecido mundialmente pela pluralidade cultural que resultou da miscigenação das mais variadas etnias e nacionalidades que se instalaram e ajudaram a promover o desenvolvimento desta Nação. Neste contexto o preconceito se fez presente, inicialmente de maneira aberta e comum na sociedade e, com o passar do tempo, de forma velada, onde se revelar “racista” gera até mesmo punição criminal, mas a prática diária mostra uma opinião implícita diferente da que se busca transparecer.

A origem dos preconceitos étnico-raciais surge da teoria eurocêntrica dos colonizadores do Brasil, que se colocaram como parâmetro do seria correto, moderno e superior para qualquer povo. Seu conceito de civilidade lhes deu o direito de classificar hábitos diferentes dos seus como bárbaros, e com isso garantiram o direito de inferiorizar os membros de outras etnias e os tornar mercadorias, iniciando assim o processo de escravidão colonial, prática comum e aceita inclusive religiosamente. A cor da pele, neste momento, passa a ser o valor mais relevante para se definir o peso social de uma pessoa dentro da pirâmide social colonial.

A escravidão foi um período marcado por grande sofrimento e segregação social dos, primeiramente africanos, e, após, seus descendentes. Não havia direitos em nenhuma instância (humana, social e/ou cultural). Nesse momento o termo raça era o diferencial biológico que barrava a participação desses sujeitos dentro da sociedade. A resistência foi algo comum, tanto com a força nos momentos de rebeldia ou fuga, quanto cultural onde mesmo com tantas proibições as raízes da cultura africana se fizeram presentes nos atos religiosos (que resultaram nas religiões de matizes africanas como a umbanda e o candomblé que muito eram praticadas nas senzalas), na dança/luta da capoeira e tantos outros costumes que atualmente nos são corriqueiros no cotidiano.

Com a abolição da escravatura, as elites brasileiras buscaram uma unidade nacional, da qual os afrodescendentes não faziam parte e os imigrantes poderiam ser uma alternativa que se encaixaria nesse propósito (citação de Munanga em Lima-2008). Logo as práticas citadas anteriormente, como a capoeira e as religiões africanas, passaram a ser perseguidas com o objetivo de extinção da sociedade, que nesse momento buscava um branqueamento

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para poder ser vista como uma unidade nacional. Desta maneira poderia haver a ascensão dos mestiços como parte integrante da sociedade, pois se gostaria que os traços africanos fossem sendo esquecidos pela população.

O tempo passou e as restrições sociais fizeram com que aos afrodescendentes brasileiros restassem sempre as piores condições sociais e a base da sua pirâmide (Lima, 2008). Pode-se afirmar, neste momento, que não havia mais um preconceito biológico e sim social, pois a essa etnia foi sendo introduzida essa condição social como característica.

No entanto, com todas essas estratégias da elite em tornar a sociedade livre das raízes africanas elas forem se fortalecendo ainda mais e a busca pela igualdade social desta etnia brasileira fez com que muitos avanços fossem alcançados. Tratarei a seguir da legislação que traduz esses avanços sociais dos afrodescendentes na sociedade brasileira.

2.2 O resultado das lutas por igualdade étnico-racial

As lutas pela igualdade racial iniciaram antes mesmo da assinatura da abolição da escravatura, pois muitas leis criadas antes dela tinham por finalidade se encaminhar para a igualdade social, mas todas as leis anteriores à Lei Aurea ainda eram muito mais pertinentes aos dominadores com suas maneiras de não deixar os “donos” dos escravos em prejuízo. Nessa luta pela abolição houve muita participação de pessoas brancas que defendiam a liberdade aos escravos, que naquele momento não eram somente negros, havendo muitos mestiços.

Com a tão sonhada liberdade, chega o momento dos negros e mestiços viverem livres em uma sociedade sem cativeiros, mas perceberam que a sociedade não era igualitária e nem caminhava para sê-lo, pois não havia ninguém que percebesse suas necessidades e pudesse reivindicar mudanças.

Mas novamente não houve uma simples aceitação desse cenário negativo. Começaram a surgir grupos de negros que atuavam como porta-vozes de sua raça, não pretendendo voltar ao seu passado africano somente, mas dispostos a se constituírem cidadãos brasileiros negros com opiniões e pontos de vista a serem ouvidos por todos, mas

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principalmente pelos próprios negros que precisavam ter autoestima elevada para encarar as situações diárias de preconceito e provar sempre sua capacidade (Pereira, ).

Existiram muitas organizações negras no Brasil que mantinham estatutos e práticas para haver igualdade e buscavam defender os ideais de sua raça. Podem-se classificar esses movimentos em três fases: a primeira, que vai do início do século até 1937, com o Golpe do Estado Novo, tendo como principal organização a Força Nacional Brasileira (FNB), que tinha como base de pensamento a inclusão do negro na sociedade sem transformá-la. Essa força usava de seus textos publicados em seus periódicos para fazer com que aos poucos os negros fossem aceitos em todas as esferas, mas tinham arraigado um grande sentimento nacionalista; a segunda fase, iniciando com a redemocratização na década de 1940 até a década de 1970, podendo ser citadas como personagens principais as organizações do Teatro Experimental Negro (TEN) e a União dos Homens de Cor (UHC). O TEN buscava inicialmente integrar os negros no cenário artístico nacional através do teatro, mas após sua criação acabou tomando funções culturais e políticas, e a UHC pautava sua atuação mais no campo do protesto político e cultural, sendo que ambos mantinham publicações onde se faziam ouvir pela sociedade; e por fim, a partir de 1970, inicia-se o chamado Movimento Contemporâneo, que pregava o fim do “mito da democracia racial” e teve como principal representante o Movimento Negro Unificado (MNU). Este movimento queria, com o fim desse mito, desmanchar a ideia de que o povo brasileiro não era racista e inicia-se também neste momento o uso dos conceitos de “consciência” e “conscientização”, ou seja, se busca, através de um apelo mais popular que o TEN e o MNU, formar uma consciência de valorização do negro e sua cultura não

misturada a outras, mas respeitada como cultura de origem negra brasileira (Pereira, ano).

Todo esse contexto histórico esteve sempre produzindo informações relevantes e buscando participação na sociedade em que está inserido o negro se fez presente também na construção da Constituição com o artigo 5º, que se refere à igualdade de todos perante a lei. E em 1989 é aprovada a Lei Nº 7716, de 05 de janeiro, definindo os crimes de preconceito de raça ou cor.

Em termos educacionais, temos um avanço real a partir de 2002 com a aprovação das seguintes leis e decretos: a Lei Nº 10.558/02, que cria o Programa de Diversidade na Universidade, com fim de promover o estudo de estratégias para o acesso de pessoas

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pertencentes a grupos socialmente desfavorecidos à Universidade; o Decreto Nº 4.876/03, que dispõe sobre a análise, seleção e aprovação dos Projetos Inovadores de Cursos, financiamento e transferência de recursos, e concessão de bolsas de manutenção e de prêmios de que trata a Lei nº 10.558, de 13 de novembro de 2002, que instituiu o Programa Diversidade na Universidade (MEC).

Mas a Lei que realmente trouxe mudanças significativas na Educação Brasileira foi a Nº 11.645/08, que incluiu no currículo oficial da rede de ensino pública e particular a temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena” conforme preceituam os seguintes parágrafos: “§ 1° O conteúdo programático a que se refere este artigo incluirá diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir desses dois grupos étnicos, tais como o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional, resgatando as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil; e “§ 2° Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras” (MEC).

Então com essa Lei o negro passa a ter espaço de personagem ativo na História Brasileira, não somente como o cativo que fez o trabalho braçal durante a escravidão no país, mas que também contribuiu em todas as áreas sociais como as outras etnias para formar a cultura brasileira que conhecemos hoje. Nas última décadas, várias políticas afirmativas são construídas e percebe-se a importância de debater essas questões nos espaços formais de aprendizagem.Uma dessas polêmicas diz respeito à Lei de Cotas.

2.3 A polêmica lei de cotas

A tramitação para a aprovação do Decreto Nº 7.824/12 criou muito debate junto à população brasileira, pois estabelece a Lei de Cotas, como ficou conhecida, e levantou a discussão sobre se o Governo estaria realmente pagando uma dívida histórica de

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desigualdade com os negros e pardos ou estava na verdade pregando veladamente a incapacidade dessa etnia de ingressar na rede superior ou técnica de ensino particular ou pública. Percebe-se a importância de estudos que demonstrem o papel e a situação social dessas minorias na sociedade brasileira.

Segundo o texto legal as instituições de ensino superior e técnico devem reservar 50% das vagas de cada curso e turno para estudantes que cursaram o ensino médio somente em escolas públicas, e destes 50% para estudantes que tenham a renda familiar igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita. E também deverá ser reservado o mesmo percentual divulgado no último censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de população autodeclarada parda, negra e indígena para os estudantes que se autodeclarem dessas etnias (Diário Oficial da União, Nº169, 2012).

Segundo Macêdo (2009), a Lei de Cotas Raciais teve origem nos Estados Unidos da América no ano de 1961, no mandato do Presidente John Kennedy, “como uma forma de ação afirmativa voltada para combater os danos causados pelas leis segregacionistas que vigoraram entre os anos de 1896 e 1954, as quais impediam que os negros frequentassem a mesma escola que os brancos americanos”. Na tentativa de promover a igualdade universal, a lei foi duramente criticada pela Suprema Corte Americana, que no final dos anos 70 conseguiu declarar inconstitucionais as cotas para negros e outras minorias. O autor cita como exemplos de outros países que criaram sistemas de cotas para minorias a Índia, que em 1950 criou cotas para beneficiar os indivíduos das castas inferiores, os Dalits, que prevê até os dias atuais de 7,5% a 15% dos cargos na administração, nas assembleias parlamentares e na educação por um período de 10 anos por se prever que nesse período seriam minimizadas as desigualdades sociais, mas a lei continua até os dias atuais por conta de brechas na lei, mas mesmo com a Lei de Cotas mais de 52% da população é beneficiada por alguma cota e 63% dos Dalits continuam analfabetos. No Sri Lanka que após sua independência em 1948 deparou-se com uma enorme rixa entre cingaleses e tâmeis, culminando em uma guerra civil após a promulgação da sua primeira Constituição com movimento separatista dos tâmeis, e para apaziguar os conflitos a Constituição foi reformulado e criado um sistema distrital de cotas para ingresso na universidade pelos tâmeis, mas, novamente, o sistema de cotas falhou e as consequências da guerra civil se agravaram, pois a rixa se inflamou com o sistema instaurado.

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Com esse triste histórico mundial, voltamos à Lei de Cotas que no Brasil mistura-se entre sociais e raciais. O debate para sua aprovação foi acalorado devido às muitas opiniões que se fizeram presentes, pois há discordância de posições mesmo em grupos de militantes dos movimentos de afrodescendentes. Cito, por exemplo, de posição contrária a esta lei José Roberto Ferreira Militão (advogado, já foi secretário-geral da Comunidade Negra do Governo do Estado de São Paulo e atuou na Comissão de Assuntos Antidiscriminatórios da OAB/SP), que em seu artigo intitulado “Cota valida teses racistas” (2012) afirma que não temos identidade racial, pois sendo fruto de intensa miscigenação não há mais como nos intitularmos de alguma etnia, mas sim pertencentes todos a uma mesma etnia: a brasileira. Assim, as cotas raciais contribuem para voltarmos a um passado onde todos tinham um rótulo. Para ele, deve-se sim contemplar as cotas sociais já que aproximadamente 70% dos mais pobres são negros ou pardos.

Já como exemplo de posição favorável a esta lei cito Hédio Silva Jr. (advogado, foi secretário de governo do Estado de São Paulo e atua como Diretor Acadêmico da Faculdade Zumbi dos Palmares e do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades), que em seu artigo intitulado “Cotas enriquecem Universidades” (2012) defende que sempre existiram cotas no Brasil desde a Lei da Nacionalização do Trabalho, de Getúlio Vargas, que obrigava a que dois terços dos trabalhadores sejam nacionais, passando pela Lei de 1968 que previa cotas de 50% para agricultores ou filhos deles nas universidades ou cursos técnicos de Agronomia ou Pecuária nas instituições federais e na Constituição de 1988 prevê cotas para portadores de deficiências em cargos públicos e privados e de mulheres para candidaturas entre outras e, quando em se trata de beneficiar a população negra abre-se um debate que não tem sentido. E afirma ainda que alunos cotistas possuem desempenhos iguais ou melhores em comparação aos alunos não cotistas.

Então essa Lei dividiu e divide opiniões, mas foi aprovada e devemos respeitá-la e esperar para que, com o devido estudo, possa se verificar que posição fez o melhor prognóstico da situação. Acredito que todo o avanço para uma melhor oportunidade de educação é válida, mas na verdade, para poder dar uma igualdade de oportunidades, precisa-se mudar o olhar sobre a educação como um todo, investindo na qualidade desde o início da vida estudantil de todos os brasileiros. Afinal, há como haver grandes índices de

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aprovação para as universidades se há um ensino deficitário no ensino fundamental e médio. Como citado por Militão (2012), mais de 70% da população pobre é composta por negros e pardos, deveria-se pagar todos os débitos que realmente o Brasil deve ao povo afrodescendente com educação de qualidade e uma vida digna como um todo, ou seja,

combinar a política de inclusão com a política de cotas sociais com qualidade de ensino.

2.4- O papel dos órgãos de igualdade racial

Atualmente, o Brasil possui muitos órgãos que são responsáveis pela busca da diminuição da desigualdade racial e pela criminalização dos preconceitos, em âmbito nacional, há a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, que tem a função de promover a igualdade racial e a proteção de grupos raciais étnicos afetados por toda e qualquer discriminação

Já em nível estatual, no Rio Grande do Sul existe a Coordenadoria da Igualdade Étnica e Racial, que visa “desenvolver políticas públicas de promoção da igualdade racial, em especial nas áreas de saúde, educação, habitação, geração de trabalho e renda, cultura, segurança e planejamento. Também são funções da coordenadoria assessorar as secretarias e órgãos de governo na execução dessas políticas e promover a igualdade e a proteção dos direitos de pessoas e grupos étnico-raciais afetados pela discriminação e preconceito com foco nos negros e nos indígenas. Caberá à coordenadoria desenvolver o empreendedorismo de afrodescendentes, programar políticas afirmativas de acesso, inclusão e permanência no mercado de trabalho. Essa coordenadoria também fica responsável por promover e preservar o patrimônio da cultura indígena do Estado, além de construir e implantar programas com o objetivo de dar visibilidade à comunidade indígena e negra. Outro objetivo importante é construir em parceria com o governo federal um centro de referência da diversidade étnico-cultural com ênfase na população negra e indígena. O órgão disponibilizará serviços e orientações voltados para a preservação cultural desses povos” ( Secretaria da Justiça e dos Direitos Humanos do Estado do Rio Grande do Sul ).

Em Caxias do Sul, a Coordenadoria da Igualdade Racial é o órgão que representa as minorias raciais e desenvolve políticas públicas relacionadas ao trabalho e desenvolvimento da população caxiense, considerando as diversidades culturais e raciais, promovendo os

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direitos humanos para todos, subordinada à Secretaria de Segurança Pública e Proteção Social.

Pode-se dizer que a população afrodescendente está sendo bem assistida, pois foi através desses órgãos governamentais que, juntamente com outras entidades não governamentais, a maioria das ações germinou e amadurecereu na forma de discussões e após projetos que deram como resultado a algumas leis que aqui foram apresentadas.

3- REPRESENTAÇÕES DO NEGRO NO LIVRO DIDÁTICO

Conforme já especificado neste estudo, o livro didático é de suma importância na vida escolar e no processo de ensino-aprendizagem das escolas brasileiras, tendo o papel de base

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para a aprendizagem dos alunos e para o planejamento e execução do trabalho dos professores. Mas justo por ter conhecimento a cerca desse importante papel dos livros didáticos e dos avanços é que o movimento negro teve, através de luta e discussão social em relação ao respeito à sua etnia e ao seu espaço na sociedade que se explicita mediante as muitas leis e decretos que norteiam medidas educacionais capazes de permitir conhecer e valorizar o afrodescendente na História brasileira. Vejamos agora a imagem que os livros didáticos em análise trazem e o conceito que implicitamente podem criar nos educandos.

Vivemos em um mundo rodeado de signos que formam nosso sistema de comunicação e de leitura de mundo, como afirma Teixeira (2009): “Parte-se do princípio de que os seres humanos estão inseridos, necessariamente, em um sistema de signos que é a linguagem. Este sistema tem na linguagem visual um dos elementos modeladores do nosso pensamento, das nossas emoções, dos nossos esforços e atos”. Assim, aprendemos desde o início da vida que precisamos desses meios para compreender o meio em que estamos inseridos e participar do mesmo através da linguagem, sendo que a linguagem é composta por variados signos como a fala, a escrita e a imagem (Teixeira, 2009).

Ao adentrar o mundo escolar, a criança passa por um processo de dar importância à escrita já que a princípio domina a fala. Há nesse momento uma ruptura com o ambiente e com as formas de comunicação a que está acostumado e passa a um sistema simbólico novo, buscando construir novos conhecimentos e ideias de mundo. Mas o caminho a percorrer é longo e há um apego à imagens para facilitar a construção de novos conhecimentos, já que a leitura de imagens é algo particular e não possui pré-requisitos para a sua realização e mesmo quando dominada a leitura dos signos da escrita, ainda há o gosto pela leitura de imagens e este se faz presente pelo gosto ao material de aprendizagem (neste caso o livro didático), pois, quanto maior a quantidade e a qualidade das imagens, maior o apego e o gosto dos educandos (Costa, 2010).

Neste momento é que as imagens ganham tamanha importância social para a formação dos cidadãos, pois seus conceitos, mesmos que implícitos, estarão arraigadas aos dos educandos que estão formando. Conforme dito anteriormente nesta pesquisa, as imagens são escolhidas pelo autor, que, mesmo inconscientemente, as prefere devido à sua ideologia, sua visão social, pois, como afirma Freire (1977) “a educação não é neutra, mas sim um ato politico”. Para afirmar esta relação das imagens escolhidas para os livros didáticos, Teixeira (2009) cita Aumont (2005): “a produção de uma imagem jamais é gratuita, em todas as sociedades, as imagens são elaboradas para determinados usos individuais ou coletivos. Os fins variam desde propagandas, informações, religiosas, são ideológicas geralmente. O autor ressalta como essencial a vinculação da imagem com o domínio do simbólico, o que faz com que a imagem seja mediadora entre o espectador e a realidade”.

Levando em conta a realidade brasileira, o livro didático ganha destaque, pois a maioria da população é formada por cidadãos de classe baixa e que na maioria das vezes não tem acesso à literatura e é mediante esses livros que serão sua porta de entrada para o mundo

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letrado. E, levando em conta a afirmativa de Militão (2012) de que 70% da população pobre é composta por negros ou pardos, estas imagens podem interferir na formação positiva ou negativamente do preconceito em relação a essa parcela da população, como, também, levar essa parcela da população a perceber de uma ou outra forma a sua condição social.

Freire (1977) afirma que a educação é uma maneira da classe dominante expor sua ideologia social, mas, na tentativa de manter seu status, procurando não gerar mudanças reais. Expondo isso na ótica das imagens dos negros, essa buscava formar o estereótipo de que os negros são preguiçosos, feios, miseráveis. Em âmbito histórico, a imagem do negro foi sempre a de escravo, as imagens de mulheres servindo aos senhores nas casas grandes e de homens no trabalho braçal, primeiro nos engenhos de açúcar a após nos cafezais, e de escravos sendo castigados ou fugindo para quilombos, enfim, como essas pessoas não tiveram participação na construção deste país. Com o passar do tempo, o negro tomou a imagem de trabalhador braçal normalmente em trabalhos penosos e insalubres e as mulheres de empregadas domésticas ou babas, e suas expressões eram sempre sérias, em imagens escuras e quase sempre lateralizado (Freitas e Jesus, 2011).

Essas imagens só podiam gerar aos negros sentimentos de autossegregação e de negação de sua origem étnica, o que em tese seria a aposta da elite no “branqueamento” da sociedade. Mas na verdade gera um descrédito na educação e na escola, que passa a ser um lugar onde o negro não se encontra, não tem voz nem vez, normalmente terminando no abandono ou no desleixo do processo ensino-aprendizagem.

Atualmente essa imagem vem mudando, devido à valorização dos negros pelos próprios negros, que querem se perceber e reconhecer como cidadãos atuantes da sociedade em que estão inseridos e valorizar sua participação na formação da mesma. Agora podemos ver em livros didáticos famílias negras sorrindo, bem vestidas, e escolas com alunos negros felizes e inseridos no ambiente. Um grande avanço conseguido através de muita luta dos movimentos afro brasileiros.

3.1- Alguns exemplos de imagens de negros em livros didáticos

Para ilustrar o texto anterior, farei uma análise de alguns livros didáticos em ordem cronológica para perceber esse avanço quanto à valorização da imagem dos negros nos mesmos. Os livros não são de mesmas coleções nem sequenciais, pois o objetivo é perceber como os autores escolheram as imagens mostrando suas ideologias implícitas e o contexto social em que foram concebidas as respectivas publicações.

Maria Januária Vilela Santos, autora do livro História Moderna e Contemporânea da Editora Ática, de 1990, traz poucas imagens de negros, mas aparecem no capítulo que tratam

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do neocolonialismo onde negros aparecem em posições subalternas e em uma de joelhos diante dos brancos, seus conquistadores.

Fonte: História Moderna e

Contemporânea

No livro de Estudos Sociais, intitulado Rio Grande do Sul, da autora Elva Verlang Krämer, de 1991, que faz um estudo da formação histórica do estado, em sua capa há uma imagem de uma redução jesuítica, suas imagens são caricaturadas, os rostos são desenhados com poucos detalhes, e traz poucas fotografias em preto e branco principalmente para representar as paisagens, os relevos e as estações do ano. Nessas caricaturas de pessoas nenhuma tem a pele negra. Chama a atenção os capítulos que tratam da abolição da escravatura e a influência do negro no Rio Grande do Sul. Neles se ressalta um povo gaúcho que iniciou uma campanha abolicionista antes do resto do país e que nas estâncias quase não havia distinção entre negros e brancos, que as crianças cresciam e brincavam juntas e os adultos tomavam chimarrão juntos, citando algumas heranças étnicas no vocabulário gaúcho.

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Fonte: Rio Grande do Sul.

O livro História Antiga e Medieval, de Osvaldo Rodrigues de Souza, de 1992, da Editora Ática, não há nenhuma imagem de pessoas negras. Do mesmo autor, no mesmo ano, tem o volume intitulado História do Brasil, volume Dois, já traz na capa uma corrente e ao fundo impresso como marca d’água escravos. Todos os negros que aparecem no livro são escravos, em algumas, apresentam-se subjugados, realizando trabalhos para os senhores e, em outras, guerreando pela sua liberdade em revoluções que ocorreram no período Imperial. E há também um capitulo sobre as lutas pela abolição da escravatura com várias imagens de negros escravos. A partir daí, não há mais imagens de negros no livro.

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Fonte: História do Brasil

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Fonte: História do Brasil

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Fonte: História do Brasil.

No livro História, de Martins, da Editora FTD, do ano de 1997, o negro novamente aparece desde a primeira imagem somente como escravo, mas a linha de tempo se encerra com o Iluminismo. As imagens mostram os escravos nos mais variados episódios do período escravocrata. No capítulo denominado “Escravidão: o sofrimento que produz riqueza” faz-se referência à vida dos escravos, ressaltando todo o sofrimento por que passaram, e relata as resistências que ocorriam como a fuga para os quilombos.

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Fonte: História

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Fonte: História

Fonte: História

A Editora Moderna lançou em 2005 o livro História: Uma Abordagem Integrada, de volume Único, dos autores Nicolina Luiza de Petta, Eduardo Aparicio Baez Ojeda e Luciano Delfini, no qual diminui a quantidade das imagens dos negros como escravos (ainda

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presentes), mas aparece uma fotografia de escravos com seu senhor, todos em pé lado a lado, com o senhor um pouco à frente, bem como uma fotografia de africanos adultos em bancos escolares na África.

Fonte: História: uma abordagem integrada

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Fonte: História: uma abordagem integrada

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Fonte: História: uma abordagem integrada No livro destinado ao segundo ano do ensino fundamental, das autoras Thatiane Pinela e Liz Andréia Giaretta, da Editora Quinteto Editorial, intitulado De Olho no Futuro, têm muita figuras e imagens, com a presença negra e parda bastante significativa, ainda inferior aos de brancos, mas as crianças negras aparecem brincando integradas ao grupo, há o desenho de professor negro e de uma família negra feliz brincando em um gramado.

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Fonte: De olho no futuro

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Fonte: De olho no futuro.

Um exemplar de 2009, da Editora Direção Cultural, dos autores J.A. Tiradentes e Denise Rampazzo da Silva, intitulado Sociedade em Construção História e Cultura Afro-Brasileira, tem em sua capa o contorno do continente Sul Americano e do Africano ligado por uma corrente simbolizando a ligação escrava dessas terras. As imagens não são tão inovadoras, ainda caem no cotidiano escravocrata, mas há algumas imagens de rodas de capoeira e de rituais religiosos e movimentos afros, esculturas africanas e personagens sociais negros.

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Fonte: Sociedade em construção História e cultura afro-brasileira.

Fonte: Sociedade em construção História e cultura afro-brasileira.

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Fonte: Sociedade em construção História e cultura afro-brasileira.

Fonte: Sociedade em construção História e cultura afro-brasileira.

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Fonte: Sociedade em construção História e cultura afro-brasileira.

Fonte: Sociedade em construção História e cultura afro-brasileira.

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O livro de História da Coleção Aprendendo Sempre, da Editora Ática, dos autores J. William Vesentini, Dora Martins e Marlene Pécora, do ano de 2012 têm na capa personagens caricatos de todas as etnias onde o negro é de porte musculoso e usa terno e gravata. O foco da coleção são as pessoas, tratadas como gente em todos os capítulos, as imagens dos negros ainda são as ilustrações do período da escravidão, mas aparecem no enfoque da gente africana; mulheres negras em passeata do Dia da Consciência Negra sorrindo, e também um box com relação ao Patrimônio Cultural Afro do Jongo, com uma imagem da dança, entre outras que valorizam a História Negra.

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Fonte: História.

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Fonte: História

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Fonte: História

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Fonte História.

3.2- O papel do educador com relação às imagens presentes nos livros didáticos Como se pôde ver no breve levantamento dos livros didáticos realizado anteriormente, pouco se mudou a imagem do negro em termos históricos. Os negros ainda são vistos como os escravos que foram os braços que trabalharam para a construção das riquezas do Brasil. A visão da resistência e dos hábitos da senzala incorporados pelo povo brasileiro estão mais em foco nas novas edições dos livros didáticos, mas pouco se avança em termos de conhecer mais a fundo de onde vieram os escravos e se cotidiano africano, pouca in formação se tem a cerca desses aspectos.

A postura e o enfoque do educador neste momento são de suma importância para que exista uma leitura desta imagem de maneira a minimizar o efeito preconceituoso que estas podem criar. Afinal, deve-se ressaltar a imagem do escravo pensante, atuante dentro do seu espaço, e não como uma mercadoria.

Como se pode perceber, em poucos livros há um estudo do continente africano, devido ao pensamento eurocêntrico que domina a produção didática. Então, é dever do educador realizar este estudo concomitante, construindo uma imagem desse continente que, como em uma capa do livro Sociedade em Construção História e Cultura Afro-Brasileira (2009), há uma ligação íntima e que se precisa conhecer, pois muito do que é o Brasil tem raízes africanas.

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4-CONCLUSÕES

A Educação é base de formação de um povo. A capacidade de reflexão da sociedade é elemento de inserção social, de perceber seu lugar no todo. A identidade cultural é um diferencial que precisa estar presente na Educação, pois a valorização e a preservação das

raízes culturais demonstram respeito à História como um todo. O Brasil, nessa perspectiva

de identidade cultural, é muito rico devido à miscigenação de etnias que formam o povo brasileiro, um povo que possui uma gama de faces que muitas vezes é esquecida pela educação, e tem inúmeros subsídios para a sua construção.

Os afrodescendentes brasileiros estão se mostrando um grupo social que luta pela valorização quanto à sua participação histórica e na luta contra o preconceito. É este grupo social que é focalizado na presente pesquisa, composta por temas cotidianos de sala de aula no ensino de História. Tais temas são muitas vezes despercebidos, pois já são parte da vivência escolar, mas o ponto de vista necessita de mudanças, pois acontece de se perpetuarem certos estereótipos que contribuem para a falta de mudanças sociais que a escola busca como instituição transformadora de indivíduos em cidadãos que consigam refletir sobre a sociedade em que vivem.

Os livros didáticos são a porta de entrada de muitos educandos ao mundo da leitura e, sem dúvidas, são o elemento norteador do planejamento de muitos (a maioria) dos educadores e por meio deles explicitam sua a linha de ensino. A escolha deles é o momento de o educador realizar uma leitura de como os textos são conduzidos e que conceitos desejam construir sobre os conhecimentos construídos com os educandos. Avaliar se aquele livro possui textos e imagens que irão acrescer o olhar social do seu educando para que valha a pena seu estudo.

As imagens que os atuais livros didáticos da disciplina de História pouco mudaram. Nelas o afrodescendente a continua a ser o escravo, o trabalhador braçal, poucas vezes aparece em outros momentos históricos. Mas a ideia de negro pobre e sujo pouco aparece, o que é um grande avanço para o término deste estereótipo social que muito contribuiu para o preconceito.

Percebe-se que os livros mais atuais e voltados para as crianças menores são os que mais se preocupam em integrar a imagem do afrodescendente na maioria das situações. Isso

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porque nessa fase de aprendizagem os educandos são mais atraídos e prestam mais atenção a esse subsídio didático.

Além dessa realidade, o que mais chama a atenção é o papel docente na escolha do livro didático que será usado em sala de aula, pois é nesse momento que se podem prevenir situações embaraçosas e preconceituosas no processo de ensino-aprendizagem. Para tanto, o docente novamente precisa se antecipar e precaver essas situações com uma leitura atenta ao material oferecido para avaliação e escolha.

Mas o que mais se ressaltou com todo este processo de pesquisa de aprofundamento deste tema é que, para haver um estudo eficiente a respeito da História Afrodescendente e Indígena, caberá novamente ao docente pesquisar materiais alternativos para poder ter conhecimentos relevantes e que realmente acrescentem sentido ao todo, pois até mesmo no livro produzido para este componente específico é mais do mesmo, pouco acrescentando em informações para além do que os demais livros didáticos se propõem dar a conhecer.

Novamente grifo que o professor, além do conhecimento em si, também precisa orientar a interpretação das imagens que os livros didáticos expõem se no material disponível, pois, se só existirem imagens comuns, como as citadas anteriormente do negro escravo, precisa-se buscar outra possibilidade, seja ela uma nova imagem ou uma proposta de produção de uma releitura que possa apresentar outro olhar.

A presença do livro didático parece ser de difícil dissociação da Educação, mas precisa-se muito acrescer a ele conhecimentos e novas propostas de construir o conhecimento. Os acontecimentos cotidianos precisam ganhar importância, pois, é através deles que o educando está sendo participante da sociedade. Assim sendo. Acredito ser de suma importância a uso de jornais (a própria produção), de jogos que permitam interação entre os alunos e o conhecimento de forma lúdica, da tecnologia seja para exemplificar o que se fala por gráficos, mapas, etc, ou para a produção dos mesmos pelos educandos e filmes, peças de teatro, a arte como um todo para construir em algo concreto o que o conhecimento abstrato deseja ou resgatar algum resquício do passado que se julgue importante.

A Educação é uma das formas mais importantes de os afrodescendentes buscarem sua real inclusão social, que é pelo que lutam e lutaram os movimentos que muito avançaram em

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sua participação na sociedade e cabe aos novos educadores perceberem sua importância e fazerem parte desta evolução social que está acontecendo.

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