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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ GABRIEL DE MOURA E COSTA ACIDOSE RUMINAL E PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ GABRIEL DE MOURA E COSTA

ACIDOSE RUMINAL E PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.F) EM BOVINOS

CURITIBA 2015

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GABRIEL DE MOURA E COSTA

ACIDOSE RUMINAL E PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.F) EM BOVINOS

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universisade Tuiuti do Paraná, com requisito parcial para obtenção do Grau de Médico Veterinário

Orientador: Prof: Dr. Welington Hartmann Orientador Profissional: Guilherme França

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Reitor

Prof. Luiz Guilherme Rangel Santos Pró-Reitor Administrativo

Sr. Carlos Eduardo Rangel Santos Pró-Reitoria Acadêmica

Prof. Dra. Carmen Luiza da Silva

Pró-Reitor de Planejamento e Avaliação Sr. Afonso Celso Rangel Santos

Diretor de Graduação

Prof. Dr. João Henrique Faryniuk

Coordenador do Curso de Medicina Veterinária Prof. Dr. Welington Hartmann

CAMPUS: PROF. SYDNEI LIMA SANTOS

Rua: Sydnei A. Rangel Santos, 238 – Santo Inácio CEP: 82010-330 – Curitiba – Paraná

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TERMO DE APROVAÇÃO GABRIEL DE MOURA E COSTA

ACIDOSE RUMINAL E PROTOCOLO DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.F) EM BOVINOS

Este trabalho de conclusão de curso foi julgado e aprovado para obtenção do titulo de Médico Veterinário por banca examinadora do curso de Medicina Veterinária da Universidade Tuiuti do Paraná.

Curitiba, 25 de novembro de 2015

________________________________________________________________ BANCA AVALIADORA

Presidente Prof. Dr. Welington Hartmann

Prof. Dr. Odilei Rogerio Prado

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APRESENTAÇÃO

Este Trabalho de Conclusão de Curso (T.C.C) é apresentado ao curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Universidade Tuiuti do Paraná, constituído de um Relatório de Estágio descrevendo as atividades realizadas, sendo elas: clínica médica, manejo produtivo, reprodutivo, nutricional e sanitário de bovinos leiteiros, acompanhadas no período de 24/08/2015 a 04/11/2015 sob a supervisão do médico veterinário Guilherme França no município de São José dos Pinhais – PR e revisão da literatura sobre Inseminação Artificial em Tempo Fixo. O estágio curricular foi realizado na Fazenda Experimental Pé da Serra que está localizada no município de São José dos Pinhais – PR, executando um total de 400 horas.

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AGRADECIMENTO

Primeiramente a Deus, pelo dom da vida, por derramar suas bênçãos sobre mim, sempre estando presente em todos os momentos, me dando força pra alcançar todos meus objetivos.

Aos meus pais, que são meu alicerce, pessoas que com suas lições me ensinaram bons valores e sempre se doaram por mim a vida toda, com quem eu sempre compartilhei minhas dificuldades e preocupações. Ao meu pai Dalton Luiz de Moura e Costa que me ensinou a ter caráter e me mostrou que toda conquista tem um preço. A minha mãe Marely de Fátima Alves Cordeiro de Moura e Costa mulher guerreira e batalhadora que com seu amor e conselhos me fez uma pessoa otimista, sem medo dos desafios, me incentivando correr atrás dos meus sonhos me proporcionando uma ótima educação.

Agradeço aos meus irmãos que sempre estiveram comigo a vida toda, me apoiando em todas as minhas conquistas.

A todos aos professores do Curso de Medicina Veterinária - UTP que fizeram parte da minha formação acadêmica, o reconhecimento pela dedicação ao ensino de cada um, contribuindo para a formação de todos os estudantes.

Agradeço ao professor e coordenador do Curso de Medicina Veterinária – UTP Welington Hartmann por me orientar nesta etapa importante da minha formação, dedicando seu tempo a me passar seus conhecimentos e me ajudar a concluir o curso. Agradeço também pelos cinco anos que tive o prazer de conviver com ele durante a graduação, pela paciência, dedicação, amizade, por cada palavra de sabedoria por ele dita, e seus conselhos.

Ao meu orientador profissional Médico Veterinário Guilherme França pelo conhecimento adquirido e pela amizade, tornando este período de aprendizado muito satisfatório. Agradeço a Médica Veterinária Emilie Cirino por fazer parte do meu estágio curricular, por todas as palavras de sabedoria ditas, passando seu conhecimento e elevando minhas habilidades práticas. Agradeço ao Marcelo gerente administrativo da Fazenda Experimental Pé da Serra por me receber muito bem me dando suporte para exercer a minha função.

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Agradeço aos meus colegas de curso Rodrigo Tanck, Matheus Guerreiro, Caio Cézar e Jorge Ribas, pela convivência, amizade e todas as conquistas que alcançamos nesses cinco anos. Não poderia esquecer os meus amigos Felipe Bitencourt e Igor Araújo, que sempre estiveram comigo me apoiando e incentivando a concluir o curso, muito obrigado a todos.

Agradeço aos funcionários da Fazenda Experimental Pé da Serra, onde realizei meu estágio obrigatório por todo auxilio neste período.

Agradeço familiares, amigos, funcionários de locais onde fiz estágio, e todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para o meu aprendizado e formação nesses cinco anos, meu muito obrigado.

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RESUMO

Este trabalho tem o objetivo de explanar a execução dos manejos produtivos, reprodutivos e sanitários da pecuária leiteira. No contexto da Medicina Veterinária aplicada aos animais manejo significa conduzir, proporcionar condições adequadas, para melhor atender as necessidades de seu organismo, pelo provimento de bem estar, nutrição adequada e sanidade, de forma que esse conjunto de práticas otimize a produção e a eficiência reprodutiva. Contribuindo com as atividades do manejo reprodutivo consta no corpo do trabalho uma revisão sobre inseminação artificial em tempo fixo (I.A.T.F.), biotecnologia realizada com objetivo de sincronização da ovulação através de manipulação hormonal, viabilizando a eficácia dos procedimentos de inseminação artificial. No que se refere às observações do manejo nutricional, foi possível identificar um grupo de vacas em produção que apresentavam diferentes porcentagens em relação gordura-proteína no leite.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Atividades realizadas no estágio curricular ... 52 Tabela 2 - Relação gordura-proteína do leite dos animais da Fazenda Pé da Serra ... 53

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Baia individual ………... 18

Figura 2 - Baia coletiva ... 18

Figura 3 - Cocho coletivo ……….. 20

Figura 4 - Ordenha tipo espinha de peixe 2 x 5 ... 21

Figura 5 - Muco cristalino do estro ……… 32

Figura 6 - Representação esquemática das variações, na concentração dos principais hormônios que regulam o ciclo estral em bovinos ... 33

Figura 7 - Dispositivo intravaginal de liberação lenta de progesterona ... 38

Figura 8 - Escore de condição corporal ... 40

Figura 9 - Influência do escore de condição corporal sobre a taxa de prenhez .. 41

Figura 10 - Representação esquemática do protocolo Ovsynch ... 46

Figura 11 - Representação esquemática do protocolo Cosynch ... 47

Figura 12 - Representação esquemática do protocolo hCG-synch ... 48

Figura 13 - Inseminação artificial ... 49 Figura 14 - Valores médios do pH e do escore de motilidade de protozoários na

acidose lática experimental ... 56

Figura 15 - Temperatura corporal e frequência cardíaca referentes aos sinais clínicos na acidose metabólica ...

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LISTA DE ABREVIATURAS

Α Alfa

Β Beta

GnRH Hormônio Liberador de Gonadotrofina

FSH Hormônio Folículo Estimulante

LH Hormônio Luteinizante

PGF2 α Prostaglandina F2 α

Ecg Gonadotrofina Coriônica Equina

Hcg Gonadotrofina Coriônica Humana

P4 Progesterona E2 Estrógeno BE Benzoato de Estradiol VE Valerato de Estradiol CE Cipionato de Estradiol CL Corpo Lúteo

SNC Sistema Nervoso Central

ECC Escore de Condição Corporal

IBR Rinotraqueite Infecciosa Bovina

BVD Diarréia Viral Bovina

IA Inseminação Artificial

IATF Inseminação Artificial em Tempo Fixo

IP Intervalo de Partos

CMT California Mastit Test

TRAM Teste de Redução do Azul de Metileno

PR Paraná

Kg Quilograma

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ... 15

2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DE ESTÁGIO ... 16

3. MANEJO PRODUTIVO DE VACAS LEITEIRAS DA FAZENDA PÉ DA SERRA ... 17

3.1 MANEJO DE BEZERRAS E NOVILHAS ... 17

3.2 MANEJO DE VACAS SECAS – PERÍODO DE TRANSIÇÃO ... 19

3.3 MANEJO DE VACAS EM ORDENHA ... 20

3.3.1 Manejo da ordenha ... 21

3.4 MANEJO SANITÁRIO ... 22

4. MANEJO REPRODUTIVO DA FAZENDA PÉ DA SERRA ... 23

5. REVISÃO DE LITERATURA: INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.F) ... 24

5.1 HORMÔNIOS RELACIONADOS À REPRODUÇÃO DA FÊMEA ... 24

5.1.1 Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH) ... 24

5.1.2 Hormônios hipofisários gonadotróficos ... 24

5.1.2.1 FSH e LH ... 24

5.1.2.2 Prolactina ... 25

5.1.2.3 Ocitocina ... 25

5.1.3 Hormônios placentários ... 26

5.1.3.1 Gonadotrofina coriônica equina (eCG) ... 26

5.1.3.2 Gonadotrofina coriônica humana (hCG) ... 26

5.1.3.3 Lactogênio placentário ... 27

5.1.3.4 Proteína b ... 27

5.1.3.5 Prostaglandina ... 27

5.1.4 Hormônios esteróides gonadais ... 28

5.1.4.1 Estrógenos (E2) ... 28

(13)

5.1.4.3 Relaxina ... 29

5.1.4.4 Inibina ... 30

5.1.4.5 Ativina ... 30

5.2 CICLO ESTRAL ... 30

5.2.1 Duração do ciclo estral ... 31

5.2.2 Fases do ciclo estral ... 31

5.3 FOLICULOGÊNESE ... 33

5.3.1 Folículo primordial ou primário ... 34

5.3.2 Folículo secundário ... 34

5.3.3 Folículo terciário ... 34

5.3.4 Fluido folicular (antral) ... 35

5.3.5 Atresia folicular ... 35

5.3.6 Corpo lúteo ... 35

5.4 CONTROLE DO CICLO ESTRAL ... 36

5.4.1 Indução artificial da luteólise ... 37

5.4.2 Simulação da função do corpo lúteo usando progesterona ... 37

5.4.2.1 Implantes ou dispositivos liberadores de progesterona ... 37

5.5 MANEJO REPRODUTIVO ... 39

5.6 ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL (ECC) ... 39

5.6.1 Escore corporal 1 (vaca muito magra) ... 39

5.6.2 Escore corporal 2 (vaca magra) ... 39

5.6.3 Escore corporal 2,5 a 3 (regular) ... 40

5.6.4 Escore corporal 3,5 a 4 (bom) ... 40

5.6.5 Escore corporal 4,5 a 5 (muito gorda) ... 40

5.7 FATORES QUE AFETAM PERÍODO PÓS-PARTO ACÍCLICO ... 41

5.8 CONTROLE SANITÁRIO ... 42

5.9 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (I.A) ... 42

5.10 DETECÇÃO E RECONHECIMENTO DO CIO ... 43

5.11 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.F) ... 43

5.11.1 Triagem de fêmeas bovinas visando inclusão em programa de IATF ... 44

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5.11.3 Protocolos hormonais ... 45

5.11.4 Protocolos de sincronização ... 45

5.11.4.1 Protocolo Ovsynch ... 45

5.11.4.2 Protocolo Cosynch ... 47

5.11.4.3 Potocolo hCG-synch ... 48

6. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO ESTÁGIO ... 49

7. ACOMPANHAMENTO DOS ANIMAIS EM PRODUÇÃO COM PORCENTAGEM DE GORDURA MENOR QUE A PORCENTAGEM DE PROTEÍNA NO LEITE ... 53

7.1 REVISÃO DE LITERATURA: ACIDOSE RUMINAL ... 54

7.1.1 Manifestações clínicas e avaliação do pH ... 55

7.1.2 Prevenção e tratamento ... 58

8. CONCLUSÃO ... 60

(15)
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1. INTRODUÇÃO

A pecuária de leite no Brasil vem ganhando destaque no cenário internacional, devido ao aumento gradativo na produção leiteira. Esse reconhecimento é resultado do desempenho das tarefas realizadas diretamente ao animal, tais como escolha da região onde será desenvolvida a atividade de pecuária leiteira, oferta de pastagens e subprodutos utilizados na alimentação dos animais, bem estar animal, mão de obra capacitada, manejo sanitário adequado em todas as etapas da produção e utilização de biotecnologias para melhor seleção genética, refinando os rebanhos e elevando o potencial de produção dos animais proporcionando maior retorno econômico para os produtores.

A Inseminação Artificial em Tempo Fixo (I.A.T.F) tem sido uma biotecnologia utilizada com maior frequência nos bovinos de corte, porém atualmente vem despertando interesse também no segmento leiteiro, buscando otimizar a eficiência reprodutiva do rebanho, diminuir intervalos entre partos, aumentar os animais em lactação, manter uma produção de leite constante durante todos os períodos do ano, aumentar a produção de bezerros diminuindo custos e proporcionando maior retorno econômico à atividade.

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16 2. DESCRIÇÃO DO LOCAL DO ESTÁGIO

O estágio foi realizado na Fazenda Experimental Pé da Serra localizada no município de São José dos Pinhais – PR.

Possui uma área total de 54 alqueires sendo 18 deles utilizados para agricultura e pastagens. As terras agricultáveis são utilizadas para a cultura de milho com a finalidade de produzir silagem para o rebanho bovino.

O objetivo da Fazenda é atender a finalidade educacional, inserindo os alunos da Universidade Tuiuti do Paraná a atividades e aulas práticas do curso de Medicina Veterinária ministradas pelos professores da instituição. A propriedade possui varias espécies de animais, entre elas ovinos das raças Texel, Suffolk e Dorper, caprinos das raças Boer e Saanen, equinos da raça Mangalarga, Crioulo e Puro Sangue Inglês. Recentemente foram adquiridos bovinos de corte da raça Hereford, no entanto o rebanho leiteiro é o mais expressivo, com 30 vacas em lactação. O plantel de suínos é composto por 10 matrizes da raça Dalland e demais categorias.

(18)

3. MANEJO PRODUTIVO DE VACAS LEITEIRAS DA FAZENDA PÉ DA SERRA

3.1 MANEJO DE BEZERRAS E NOVILHAS

Após o nascimento a bezerra é exposta à vida extrauterina e precisa se adaptar as mudanças fisiológicas. Nos primeiros momentos de vida deve-se estar atento quanto à remoção das membranas fetais e desobstrução de vias aéreas, retirando muco das narinas e boca. A realização da cura do umbigo é feita o mais rápido possível com solução de iodo 2% e repetida por um período de três dias ou até cair o umbigo.

O colostro é fornecido em seguida diretamente com a bezerra mamando na vaca se possível, a ingestão do colostro deve ser feita nas primeiras 6 horas de vida da bezerra período em que a absorção das imunoglobulinas é mais eficiente.

Após separada da vaca a bezerra é conduzida ao bezerreiro em uma baia individual (Figura 1) onde recebe uma alimentação composta por 2 litros de leite pela manhã e 2 litros de leite à tarde, juntamente com 800 gramas de ração para bezerro, feno e água potável à vontade. Esse período de aleitamento artificial tem duração de 60 dias, e após atingir aproximadamente o dobro do peso ao nascer o animal é desmamado e conduzido a uma baia coletiva (Figura 2) passando a conviver com outros animais da mesma faixa etária. Considera-se de grande importância essa fase, em que a bezerra passa a ser estimulada a ingerir alimentos sólidos, com pastagens e concentrados. Após o desmame são realizados os procedimentos de identificar os animais com brincos de plástico flexíveis, e a abertura de uma ficha individual constando a filiação, data de nascimento, foto e demais informações. No primeiro mês de vida também é realizada a mochação.

Após completarem cinco meses são soltas em um piquete direcionado a novilhas, e o manejo alimentar nesta fase consiste de uma dieta contendo 10 quilos de silagem por animal dia, feno, pasto, sal mineralizado à disposição e água potável à vontade. Os animais permanecem neste piquete até alcançarem um escore corporal adequado e o peso ideal para a primeira inseminação que ocorre quando a fêmea atinge 350 quilos.

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18 Figura 1: Baia individual

l

Figura 2: Baia coletiva

Ao serem avaliadas e estarem aptas a receber a primeira inseminação as novilhas são sincronizadas em um protocolo de Inseminação Artificial em Tempo Fixo (I.A.T.F), o protocolo será descrito detalhadamente no decorrer deste trabalho.

A seleção do sêmen é realizada de acordo com animal a ser inseminado e qual a sua necessidade de melhoramento genético, explorando o máximo do seu potencial com objetivo de gerar um produto sempre superior para o rebanho. Um dos fatores avaliados na hora da escolha é comprovação e reconhecimento do sêmen escolhido, os sêmens preferencialmente escolhidos pela propriedade são os de touros com filhas de alta produtividade e touros que tenham avaliação positiva para facilidade de parto.

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3.2 MANEJO DE VACAS SECAS – PERÍODO DE TRANSIÇÃO

Após o diagnóstico de prenhez as novilhas e vacas permanecem no campo até os 60 dias antecedentes ao parto. Na fase de 60 dias que antecedem o parto as vacas são trazidas para um piquete mais próximo de fácil visualização denominado piquete maternidade ou piquete pré-parto. Nesta fase da gestação é fornecida uma alimentação com valores nutritivos adequados aos animais gestantes, também composta pela dieta aniônica nas três semanas que antecedem o parto.

Um dos principais objetivos da utilização de dietas aniônicas em vacas no pré-parto é controlar a hipocalcemia, cetose, edema, laminite e deslocamento de abomaso. A hipocalcemia é caracterizada pela rápida depleção das concentrações de cálcio no sangue, devido a grande demanda de cálcio para a glândula mamária no início da lactação. Os hormônios responsáveis pela absorção de cálcio, tanto no intestino quanto nos ossos, estão em baixa atividade, devido a pequena exigência de cálcio no período seco (VALENTINI, 2009).

Uma dieta aniônica é aquela em que os anions estão em maior quantidade que os cátions, possuindo valor negativo, a qual tem capacidade de causar uma leve acidose metabólica e os eventos químicos e fisiológicos que se sucedem podem ser usados para prevenir alguns distúrbios metabólicos a que as vacas leiteiras no pré-parto estão mais susceptíveis (SCHAFHAUSER, 2001).

As primíparas recebem a mesma dieta que as vacas em lactação. A secagem é realizada 60 dias antes do parto com antibiótico intramamário e selante de teto. As vacas recém-paridas são inseridas na ordenha para desempenhar seu papel na produção.

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20 3.3 MANEJO DE VACAS EM ORDENHA

Esta etapa se inicia ainda no pasto com a condução correta dos animais, o percurso é feito em uma velocidade confortável sem utilização de qualquer tipo de instrumento de agressão minimizando o estresse, são conduzidas sempre pela mesma pessoa e nos mesmos horários, a primeira ordenha é realizada nas primeiras horas do dia às 6:00 h e a segunda ordenha às 16:00 h. Os animais são direcionados ao cocho coletivo (Figura 3) para receberem uma alimentação composta de 35 quilos de silagem por animal, dois quilos e meio de cevada, feno e água potável a vontade, permanecendo neste local por aproximadamente meia hora. Em seguida entram na sala de espera onde recebem individualmente ração tamponada com 20% de proteína bruta conforme a sua categoria de produção. Os animais classificados como lote de alta produção recebem 4 quilos de concentrado e os animais classificados como lote de baixa produção recebem 3 quilos.

Após consumirem a ração as vacas são conduzidas à sala de ordenha tipo espinha de peixe, 2 x 5 (Figura 4)

.

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Figura 4: Ordenha tipo espinha de peixe 2 x 5

3.3.1 Manejo da ordenha

Na sala de ordenha, inicialmente é realizado o processo de higienização dos tetos para a diminuição da carga microbiana, denominado pré-dipping. Este é realizado com água clorada deixando agir por alguns segundos e em seguida secando individualmente os tetos com papel toalha após a desinfecção. Um dos procedimentos sanitários realizados é o teste da caneca de fundo preto, que permite a observação de alterações na composição do leite como por exemplo a presença de grumos, indicativo de mastite clínica. A fase seguinte é a ordenha propriamente dita, as teteiras são conectadas aos tetos dando inicio ao processo.

Após toda a descida do leite as teteiras são retiradas e é realizado o pós-dipping com solução antisséptica para eliminação de bactérias contagiosas.

Após a ordenha o esfíncter do teto permanece aberto por aproximadamente 30 minutos facilitando a entrada de microrganismos. Os animais retornam ao cocho coletivo permanecendo no local por mais uma hora, o que é indicado para que permaneçam em pé, diminuindo as chances de invasão bacteriana nos tetos.

Terminando as atividades na ordenha os animais retornam ao piquete onde pastoreiam e descansam em torno de 10 a 11 horas entre uma ordenha e outra.

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22 3.4 MANEJO SANITÁRIO

As bezerras recebem o colostro nos três a cinco primeiros dias, sendo dois litros por dia, com a finalidade de ingestão de imunoglobulinas. A primeira vermifugação ocorre por ocasião do desmame, e nessa idade também ocorre a primeira vacinação contra as clostridioses. Entre o terceiro e o oitavo mês de vida as bezerras são vacinadas contra brucelose bovina, doença infecto contagiosa de potencial zoonótico, a imunização é realizada com a vacina B19. Aos 90 dias recebem a 2ª dose da vacina contra clostridioses. No mês seguinte, ao atingirem quatro meses, recebem a vacina anti-rábica. Em setembro, quando ocorre a brotação das pastagens, são vacinadas contra pasteurelose, e nos meses de maio e novembro, contra a febre aftosa.

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4. MANEJO REPRODUTIVO DA FAZENDA PÉ DA SERRA

As novilhas da raça Holandesa geralmente atingem o peso de 350 kg aos 14 meses de idade. Esse é considerado o peso ideal para a primeira cobertura ou inseminação, tendo em vista que, em um manejo que possibilite o ganho de peso médio de 0,800 a 0,850 kg por dia, atingirão 600 kg ao término da gestação (HARTMANN, 2011). Esse é o manejo preconizado na Fazenda Pé da Serra.

Quarenta a cinquenta dias após o parto passa-se a observar a ocorrência de cio. As vacas que exteriorizam cio pela manhã são inseminadas à tarde, e as vacas que apresentam cio à tarde são inseminadas no dia seguinte pela manhã, de acordo com o esquema de Trimberger (HARTMANN, 2010).

As vacas que apresentam altas produções, geralmente têm maiores dificuldades de concepção, afetando diretamente seu desempenho reprodutivo e produtivo ao longo de sua vida. Essas são agrupadas e submetidas a protocolos de inseminação artificial em tempo fixo (I.A.T.F).

Essa técnica é historicamente utilizada com êxito na bovinocultura de corte, no entanto em bovinos leiteiros também apresenta benefícios como: diminuição do intervalo entre partos (IEP), dispensa a observação de cio, programação das lactações e organização da propriedade com o descarte das vacas inférteis.

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24 5. REVISÃO DE LITERATURA: INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.F)

5.1 HORMÔNIOS RELACIONADOS À REPRODUÇÃO DA FÊMEA 5.1.1 Hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH)

O hormônio liberador das gonadotrofinas (GnRH) é um hormônio proteico, um decapeptídeo (10 aminoácidos) produzido naturalmente pelo hipotálamo. Induz a liberação pulsátil de LH e constitutiva de FSH, hormônios estes envolvidos com o desencadeamento das ondas de crescimento folicular, maturação folicular, ovulação e luteinização do folículo ovulatório (PALHANO, 2008).

O GnRH é secretado pelas extremidades dos axônios que fazem sinapses com os capilares da eminência média do hipotálamo. O sangue flui para o sistema porta hipotálamo-hipofisário, desta forma o GnRH produzido no hipotálamo é transportado até a hipófise para estimular a produção hormonal dos gonadotrofos (BIOGENESIS, 2004).

Trabalhos experimentais demonstram a variação da frequência e da amplitude no pulso do GnRH, sendo esta liberação pulsátil essencial para a manutenção da secreção de LH e FSH pela adenohipófise (PALHANO, 2008).

Segundo Hafez e Hafez (2004) o GnRH fornece uma ligação humoral entre os sistemas endócrino e nervoso. Ele é sintetizado e armazenado no hipotálamo basal médio.

5.1.2 Hormônios hipofisários gonadotróficos 5.1.2.1 FSH e LH

Hormônios glicoproteicos produzidos e secretados pelas células basófilas da adeno-hipófise. São constituídos por duas cadeias polipeptídicas (subunidades) interligadas, estando as mesmas ligadas as unidades polissacarídicas complexas. Estas subunidades foram designadas alfa (α) e beta (β) (PALHANO 2008).

Gonadótrofos na hipófise anterior secretam ambos hormônios. As subunidades alfa e beta de qualquer um desses hormônios não possuem atividade biológica de modo separado (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

O hormônio folículo estimulante estimula o crescimento e a maturação do folículo ovariano ou folículo de Graaf. O FSH por si só não causa secreção de estrógenos no

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ovário; ao contrário, ele necessita de presença de LH para estimular a produção estrogênica (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

O FSH, que estimula o desenvolvimento dos folículos primários e secundários, o LH, que estimula o amadurecimento do folículo terciário e desencadeia a ovulação (PANSANI E BELTRAN, 2009).

O hormônio luteinizante é uma glicoproteína composta de uma subunidade alfa e uma beta com o peso molecular de 30.000 dáltons e meia vida biológica de 30 minutos. Níveis tônicos ou basais de LH atuam em conjunto com FSH no sentido de induzir a secreção de estrógenos do folículo ovariano desenvolvido. O pico pré-ovulatório do LH é responsável pela ruptura da parede folicular e ovulação (HAFEZ E HAFEZ 2004).

O LH também vem sido utilizado com frequência em programas de sincronização de cio para inseminação em tempo fixo (PALHANO, 2008).

5.1.2.2 Prolactina

A prolactina é um hormônio polipeptídico secretado pela adeno-hipófese. A sua molécula é uma estrutura similar ao hormônio do crescimento. A prolactina inicia e mantém a lactação. É reconhecida como um hormônio gonadotófico por causa das suas propriedades luteotróficas (manutenção do corpo lúteo) em roedores (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

Desempenha importante função na secreção do leite, ou lactogênese. Ela é liberada quando da a manipulação da teta sempre que ocorre ordenha ou mamada (CUNNINGHAM, 1999).

5.1.2.3 Ocitocina

Promove as contrações uterinas em sinergismo com a PGF2α no trabalho de parto e promove ejeção do leite ao atuar sobre as células mioepiteliais dos alvéolos mamários (PALHANO, 2008).

A ocitocina é sintetizada no núcleo supra-óptico do hipotálamo e transportada em pequenas vesículas envoltas por uma membrana através de axônios do nervo hipotálamo-hipofisário. Desempenha um importante papel no processo reprodutivo. Durante a fase folicular do ciclo estral e durante os últimos estágios da gestação, a

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26 ocitocina estimula contrações uterinas, que facilitam o transporte do esperma para o oviduto durante o cio (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

A ocitocina age diretamente sobre a musculatura lisa uterina, facilitando as contrações uterinas e promovendo a saída do feto. Extratos da neuro-hipófise são usados na prática clínica para estimular contrações do útero fatigado durante um trabalho de parto prolongado (FRANDSON et al., 2011).

5.1.3 Hormônios placentários

5.1.3.1 Gonadotrofina coriônica equina (eCG)

A glicoproteína hCG consiste de uma subunidade α e outra β com peso molecular de 40.000 dáltons. O hCG é primeiramente luteinizante e leutrófico, possuindo baixa atividade de FSH (HAFEZ E HAFZ 2004).

A eCG também pode se ligar aos receptores de LH do corpo lúteo (CL) e, assim, promover um aumento das células luteais grandes, que são responsáveis por cerca de 80% da síntese de P4, conferindo-lhe maior volume e maior capacidade de produção de P4, tanto que alguns autores têm apontado o uso da eCG como ferramenta potencial para melhorar as concentrações plasmáticas de P4 em ciclos estrais subsequentes. A eCG possui meia-vida de aproximadamente 46 h, produzida nos cálices endometriais da égua prenhe, entre 40 e 130 dias de gestação, e é a única gonadotrofina capaz de se ligar tanto aos receptores de FSH como aos de LH, isto é, possui atividade folículo estimulante e luteinizante. Assim, a eCG, ao se ligar aos receptores de FSH e LH do folículo, pode promover o crescimento, a maturação folicular e a ovulação (MELLO et al., 2014).

5.1.3.2 Gonadotrofina coriônica humana (hCG)

Segundo Hafez e Hafez (2004) a glicoproteina hCG consiste de uma subunidade α e outra β com peso molecular de 40.000 dáltons. A subunidade do hCG é semelhante à subunidade α do LH em humanos.

É detectada por radioimunoensaios sensíveis, na urina, a partir de oito dias após a concepção da mulher. Possui funções semelhantes ao LH, sendo indicada para tratamento de ovários císticos, indução de ovulação e no estudo de receptores do LH. A

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hCG substitui o LH pituitário, por seu alto custo de purificação, para induzir ovulação de vacas com ovários císticos, em programas de sincronização da ovulação e superovulação (ALBURQUERQUE et al., 2004).

5.1.3.3 Lactogênio placentário

O lactogênio placentário é uma proteína com propriedades químicas similares à prolactina e ao hormônio do crescimento. O lactogênio placentário é mais importante por suas propriedades de hormônio do crescimento do que por suas propriedades de prolactina. Ele é importante na regulação da passagem de nutrientes maternos para o feto (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

5.1.3.4 Proteína b

Segundo Hafez e Hafez (2004) atualmente uma proteína oriunda do tecido placentário foi parcialmente purificada, a proteína B específica da prenhez bovina. A ação fisiológica da proteína B parece estar envolvida na prevenção da luteólise no início da prenhez da vaca.

5.1.3.5 Prostaglandina

As prostaglandinas são membros de uma grande família de compostos endógenos derivados de ácidos graxos oxigenados e insaturados exercendo efeitos distintos em função de seu local de produção e atuação, estando envolvidas em praticamente todas as células e tecidos corporais (PALHANO, 2008).

As prostaglandinas, primeiramente foram isoladas de fluidos das glândulas sexuais acessórias, receberam essa nomenclatura por causa da associação com a glândula prostática. Podem ser consideradas hormônios que regulam diversos fenômenos fisiológicos e farmacológicos, tais como a contração da musculatura lisa dos tratos reprodutivo e gastrointestinal, ereção, ejaculação, ovulação, formação de corpo lúteo, o parto e a ejeção do leite (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

Em relação à atividade reprodutiva das fêmeas bovinas, a expressão mais marcante destes compostos pode se observar na regulação do ciclo estral e durante o trabalho de parto. No ciclo estral, o corpo lúteo (CL), formado após a ovulação de um

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28 folículo dominante, passando antes pela formação do corpo hemorrágico, é uma estrutura altamente vascularizada, cujo fluxo sanguíneo permite sua manutenção (PALHANO, 2008).

A regressão do CL, ou a luteólise, é um fenômeno que ocorre pela ação da prostaglandina F2α (PGF2α), produzida pelo endométrio e liberada na forma pulsátil durante todo o ciclo estral, observando-se um padrão de três a quatro pulsos por dia no inicio do processo, sendo necessário cinco pulsos diários para sua completa regressão (GONÇALVES et al., 2002).

5.1.4 Hormônios esteróides gonadais 5.1.4.1 Estrógenos (E2)

. Os estrógenos são carregados na corrente circulatória por meio de proteínas ligadoras. De todos os esteróides, os estrógenos têm a mais ampla gama de funções fisiológicas. Algumas das funções exercidas pelos estrógenos são:

• Os estrógenos atuam no SNC induzindo comportamento de cio nas fêmeas.

• Atuam no útero aumentando a amplitude quanto à frequência das contrações, potencializando os efeitos da ocitocina e de PGF2α.

• Desenvolvimento físico das características sexuais secundarias femininas.

• Estimulam o crescimento dos ductos e desenvolvem as glândulas mamárias.

• Exercem efeitos de retroalimentação tanto negativos quanto positivos no controle da liberação de LH e FSH através do hipotálamo.

• Em ruminantes os estrógenos também possuem efeito anabólico proteico, aumentando o ganho de peso e crescimento (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

Os estrógenos são indutores da ovulação. Existem várias moléculas de estrógenos disponíveis no mercado para utilização em protocolos de sincronização de cio. Os principais são: 17 β estradiol, benzoato de estradiol (BE), valerato de estradiol (VE) e o cipionato de estradiol (CE). Cada um deles tem um metabolismo diferente, alterando sua meia vida. Normalmente os estrógenos estão sempre associados aos progestágenos nos protocolos de sincronização de cio. Sua ação é independente do estágio do ciclo estral ou da onda de desenvolvimento folicular (SANTIN, 2010).

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5.1.4.2 Progestágenos

Atuam sobre o endométrio promovendo o desenvolvimento e a secreção glandular, inibem a motilidade uterina espontânea, promovem efeito antagônico à ocitocina, efeito sobre as glândulas mamárias estimulando o desenvolvimento do lóbulo-alveolar, podem inibir a ovulação em tratamentos para sincronização de cio (implantes intravaginais e auriculares de progesterona) e são essências para a manutenção da gestação (PALHANO, 2008).

Exercem efeito inibitório sobre a liberação hipotalâmico e hipofisário de GnRH e LH, respectivamente. O corpo lúteo, formado após a ovulação de um folículo dominante, é a principal fonte de progesterona em fêmeas bovinas não-gestantes. A progesterona também é secretada pela placenta, contudo a fêmea mantém atividade luteal durante toda a gestação (PALHANO, 2008).

Segundo Hafez e Hafez (2004) a progesterona é o progestágeno natural de maior prevalência, sendo secretada pelas células luteínicas do corpo lúteo, pela placenta e pelas glândulas adrenais. A progesterona, assim como os andrógenos e os estrógenos, é transportada pela corrente circulatória por uma proteína de ligação. A progesterona desempenha as seguintes funções:

• Atua sinergicamente com os estrógenos na indução do comportamento do cio.

• Provoca a inibição do cio e do pico pré-ovulatório do LH quando em níveis elevados. Portanto, a progesterona desempenha papel fundamental na regulação hormonal do ciclo estral.

• Inibe a motilidade uterina. 5.1.4.3 Relaxina

É um hormônio polipeptídico que consiste de uma subunidade α e outra β, conectadas por duas pontes dissulfídicas e possui peso molecular de 5.700 dáltons. Inibina e insulina são estruturalmente similares, mas as suas ações biológicas são diferentes. A relaxina é secretada primeiramente pelo corpo lúteo durante a gestação. Em algumas espécies a placenta e o útero também secretam relaxina. A principal ação biológica da relaxina é a dilatação da cérvix e da vagina antes do parto (HAFEZ E

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30 Provoca o relaxamento da sínfise púbica para a passagem fetal, estimula o crescimento uterino em conjunto com os estrógeno e a progesterona (ANDREWS, 2008).

5.1.4.4 Inibina

A inibina secretada pelas células de Sertoli promove o controle da secreção de FSH no macho através de ação retrógrada negativa. A secreção ovariana de inibina (pelas células da granulosa do folículo dominante) inibe a secreção de FSH, inibindo o crescimento de outros folículos recrutados nas ondas foliculares (PALHANO, 2008).

As inibinas desempenham um papel importante na regulação hormonal da foliculogênese ovariana durante o ciclo estral. Atuam como sinalizadores químicos para hipófise sobre o numero de folículos em crescimento no ovário. A inibina reduz a secreção até um certo nível, o que mantém o número de ovulações espécie-específico (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

5.1.4.5 Ativina

As ativinas são potentes dímeros liberadores de FSH e estão presentes nos fluídos gonadais, como, por exemplo, no fluído folicular. A ativina é um membro completamente funcional nos fatores de crescimento. É secretada pelas células da granulosa, e estimula a secreção de FSH e LH (ANDREWS, 2008).

A ativina é um membro completamente funcional dos fatores de crescimento (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

5.2 CICLO ESTRAL

As fêmeas bovinas são poliéstricas continuas, apresentando estros em intervalos mais ou menos regulares de 21 dias. Durante o ciclo estral ocorre uma cadeia de eventos que se repetem até o impedimento da luteólise pela gestação. Nas fêmeas ruminantes, o processo de foliculogênese (ativação, crescimento e maturação folicular) tem inicio com a formação dos folículos durante a vida fetal, ou seja, ao nascimento, as crias já tem estabelecido em geral, o número de folículos primordiais nas suas gônodas (GONÇALVES et al., 2002).

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A fase do ciclo estral nos ovários podem ser didaticamente divididas em: maturação folicular, ovulação, luteinização e involução do CL. No útero observa-se as fases proliferativa ou estrogênica (durante a fase folicular ovariana), secretória ou progesterônica (durante a fase luteínica ovariana), e involução (do endométrio) pelo défict de progesterona (fase de luteólise ovariana) (PALHANO, 2008).

5.2.1 Duração do ciclo estral

A vaca é um animal poliéstrico e, não estando prenhe, tende a retornar o cio repetidamente ao longo do ano em intervalos de 18 a 24 dias (média = 21 dias). Por convenção, o dia do cio é considerado o início do ciclo estral (ANDREWS, 2008).

Pode haver variação considerável (dentro da faixa de variação normal) na duração do ciclo estral: mesmos ciclos sucessivos na mesma vaca podem ter variações de vários dias. A maior parte dessa variação se deve à diferença na duração da fase lútea do ciclo ovariano (ou seja, na expectativa de vida funcional de um CL). A regressão do CL pode iniciar tão cedo a partir do 15º dia ou tão tarde quanto no 19º dia do ciclo normal (de 20 a 24 dias) (ANDREWS, 2008).

5.2.2 Fases do ciclo estral

Considera-se o inicio do ciclo estral no momento da ovulação. Porem para melhor compreensão das fases do ciclo associado ao padrão de secreção hormonal, devemos iniciar pela fase do estro, que nos bovinos dura em torno de 12 a 18 horas (PALHANO, 2008).

O início do estro é caracterizado por um aumento da secreção hipotalâmica de GnRH que via sistemas porta-hipotalâmico-hipofísário estimulará a secreção hipofisária de FSH e LH (secreção pré-ovulatória) (PALHANO, 2008).

As altas concentrações de 17 β-estradiol determinam os sintomas

psíquicos/comportamentais (receptividade sexual) e clínicos: vulva hiperêmica, secreção de muco cristalino do estro (Figura 5). Ao atingir determinada concentração plasmática, o estradiol atua nos núcleos hipotalâmicos de liberação pré-ovulatória de GnRH, determinando secreção deste hormônio que, ao chegar na adeno-hipófise, irá

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32 sensibilizá-la para a sua ação e estimular a secreção pré ovulatória de LH, culminando com a ovulação aproximadamente doze horas depois (PALHANO, 2008).

Figura 5: Muco cristalino do estro

Após a ovulação ocorrera a luteinização do folículo, dando origem ao CL, que inicia a produção de progesterona, iniciando-se assim o período de metaestro, que tem duração média de três dias. Com pleno funcionamento do CL e níveis crescentes de progesterona ocorre o bloqueio da secreção hipotalâmica e hipofisária de GnRH e LH respectivamente, por feedback (-) a fêmea encontra-se neste momento no período de diestro (PALHANO, 2008).

Caso tenha ocorrido a concepção, o embrião implantado no endométrio irá estimular a síntese de interferon-t sendo este o sinal antiluteolítico para a manutenção do CL durante a gestação. Caso não ocorra a concepção na época do estro, poderá ser observado ao final do diestro (17º. dia do ciclo) um rápido declínio nos níveis plasmáticos de progesterona em função a involução do CL. Paralelamente se desfaz o bloqueio hipotalâmico-hipofisário, podendo se observar um aumento gradativo das concentrações de FSH e LH dando inicio ao pró-estro, que dura em torno de três dias terminando no estabelecimento de um novo estro (PALHANO, 2008).

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Figura 6: Representação esquemática das variações, na concentração dos principais hormônios que regulam o cicio estral em bovinos.

Fonte: EMBRAPA 1991

5.3 FOLICULOGÊNESE

Da reserva de folículos primordiais, formada durante a vida fetal ou logo após o nascimento alguns folículos crescem continuamente durante a vida do animal ou pelo menos até a reserva se exaurir. Quando um determinado folículo deixa essa reserva, ele cresce até a ovulação ou até que ocorra a sua degeneração, o que acontece com a maioria dos folículos. O folículo de maior tamanho é responsável pela maior quantidade de estrógeno secretado pelo ovário durante o cio, sendo que essa secreção descresse rapidamente durante o pico de LH (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

Vacas ovulam um único folículo, que pode ser identificado pelo seu tamanho cerca de 3 dias antes da expressão do cio, quando há apenas um ou dois folículos grandes nos ovários (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

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34 5.3.1 Folículo primordial ou primário

Os folículos primordiais são constituídos por um oócito quiescente, esférico ou oval, circundado por células da pré- granulosa de formato pavimentoso. O núcleo do oócito é relativamente grande e ocupa uma posição central ou excêntrica, podendo ter o nucléolo evidente. A zona pelúcida, neste estádio, ainda não é totalmente observada, verificando-se uma justaposição do oócito e das células da granulosa, sem nenhuma junção específica. Essa classe de folículos permanece quiescente até a ativação, e depois entra para o grupo de folículos em crescimento (primários, secundários e terciários). Os folículos primários são formados por um oócito circundado por células da granulosa de formato cuboide dispostas em uma única camada. A partir desse estádio, o oócito passa a manter um estreito contato com essas células mediado por endocitose (LIMA-VERDE et al., 2011).

5.3.2 Folículo secundário

Com a multiplicação das células da granulosa, uma nova camada de células é formada, dando origem ao grupo de folículos chamados secundários. Estes folículos são constituídos por um oócito circundado por duas ou mais camadas de células da granulosa de formato cuboide. Com o desenvolvimento dos folículos, o espessamento da zona pelúcida torna-a visível, ocorre à formação das células da teca a partir do estroma intersticial e também aumenta o número de microvilos. Estes estão presentes em oócitos de fetos e adultos e facilitam a captação de nutrientes e excreção de metabólitos, visto que os oócitos presentes no interior do folículo são avasculares e dependentes das células da granulosa circundantes (LIMA-VERDE et al., 2011).

5.3.3 Folículo terciário

Com o crescimento dos folículos secundários e a organização das células da granulosa em várias camadas, ocorre a formação de uma cavidade repleta de líquido denominada antro. A partir deste estágio, os folículos passam a ser denominados terciários (LIMA-VERDE et al., 2011)

(36)

5.3.4 Fluido folicular (antral)

Durante o desenvolvimento folicular, a produção de fluido antral é intensificada pelo aumento da vascularização folicular e permeabilidade dos vasos sanguíneos, os quais estão fortemente relacionados com o aumento do tamanho folicular. Durante o crescimento folicular antral, as células da teca secretam andrógenos aromatizáveis que se acumulam no fluido folicular. Os andrógenos se difundem através da membrana basal do folículo e nas células da granulosa, onde atuam de duas formas: 1) potencializando a ação do FSH no aumento da atividade das enzimas estrogênicas; e 2) como substrato imediato para a conversão de estrógenos por estas mesmas enzimas. O desenvolvimento dos folículos antrais é caracterizado pela continuidade da fase de crescimento, seguindo o recrutamento, a seleção e a dominância, sendo a formação de folículos pré-ovulatórios um pré-requisito para a ovulação e formação do corpo lúteo, bem como para a manutenção da fertilidade (LIMA-VERDE et al., 2011).

5.3.5 Atresia folicular

Os folículos ovarianos passam por mudanças degenerativas durante as quais sua integridade é perdida. A maior parte dos oócitos é perdida em estágios diversos de crescimento. A atresia é associada a uma série de mudanças morfológicas, bioquímicas e histológicas, que variam de acordo com o estágio do crescimento folicular, e também com a espécie do animal. Tais mudanças também podem estar relacionadas ás alterações das células da granulosa e ás alterações no transporte de nutrientes do plasma para o folículo (HAFEZ e HAFEZ, 2004).

5.3.6 Corpo lúteo

A formação do corpo lúteo é um dos processos mais rápidos de que se tem conhecimento na fisiologia animal e, como glândula transitória, tem por função o controle do ciclo estral e, na maioria das fêmeas, manutenção da gestação. A luteogênese e a luteólise dependem de uma complicada sequência de eventos, que ocorrem após a ovulação por mecanismos bioquímicos inter-relacionados e sincronizados. A manutenção da atividade do corpo lúteo dependente de um ajuste entre produção de substâncias luteotróficas e luteolíticas durante o ciclo estral e/ou a

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36 gestação. Sua existência fora destas duas condições (ciclicidade e gestação) reflete uma condição fisiológica anormal, sendo, portanto, o corpo lúteo um fator sinalizador da atividade reprodutiva da fêmea. Isto significa dizer que o corpo lúteo está presente tanto em condições de normalidade fisiológica como em condições de anormalidades, o que serve de parâmetro confiável para avaliar a atividade reprodutiva da fêmea (SALLES e ARAÚJO, 2010).

5.4 CONTROLE DO CICLO ESTRAL

Ciclo estral define-se como sendo o ritmo funcional dos órgãos femininos que se estabelece a partir da puberdade. Compreende as modificações cíclicas na fisiologia e na morfologia dos órgãos genitais e também no perfil dos hormônios relacionados. Durante o ciclo estral ocorre uma cadeia de eventos que se repetem até o impedimento da luteólise pela gestação (MARTINS, 2005).

O ciclo estral é regulado por mecanismos endócrinos e neuroendócrinos, principalmente por hormônios hipotalâmicos, as gonadotrofinas e os esteróides secretados pelos ovários e é caracterizado pelo crescimento e regressão de folículos e do CL (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

Sob o ponto de vista do clínico veterinário parece que o ovário é responsável por cronometrar os eventos do ciclo estral. Essa visão é reforçada pelos resultados do recente desenvolvimento tecnológico da ultra-sonografia, que propicia ao clinico acesso às modificações morfológicas do trato genital feminino durante todo ciclo reprodutivo da vaca (ANDREWS, 2008).

O ciclo é iniciado pela liberação de GnRH pelo hipotálamo, que por sua vez causa liberação de FSH pela glândula pituitária anterior. Isto estimula o crescimento folicular. Do grupo de folículos primários que foram recrutados, e que se desenvolveram ao estágio antral (contendo cavidade preenchida com líquido), o mais maduro (folículo dominante) responde aos níves em elevação de FSH e são destinados a ovulação (folículo pré-ovulatório). Os folículos antrais restantes param de crescer o sofrem atresia. Esse processo é, até certo grau é controlado pela produção de inibina, do folículo dominante, que atua em nível local na limitação da liberação de FSH (BALL E PETERS, 2006).

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Segundo Hafez e Hafez (2004) o controle do ciclo estral depende da manipulação dos eventos hormonais que ocorrem durante o ciclo ovariano/estral normal. Acredita-se que o principal evento dominante envolvido no desenvolvimento de um folículo ovariano até o ponto de ovulação em uma vaca cíclica é a luteólise ou a redução da secreção de P4, que ocorre entre o 17º e o 18º dia do ciclo normal. Essa diminuição na concentração periférica de progesterona pode ser manipulada artificialmente por três maneiras:

• Por meio da indução artificial prematura de luteólise, utilizando substancias luteolíticas como PGF2α;

• Mediante a tentativa de modificar o momento dos eventos ovarianos normais pela combinação de hormônios tróficos e substancias luteolíticas;

• Pela simulação da função do CL por meio de administração de P4 (ou de um de seus derivados sintéticos) durante certo número de dias, seguida de interrupção abrupta.

5.4.1 Indução artificial da luteólise

Luteólise é definida como a perda da função do corpo lúteo (CL) e sua regressão ou involução, que encerra o ciclo estral de vacas. Quando a PGF é utilizada em bovinos para induzir a luteólise, uma única injeção intramuscular precisa ter a mesma eficácia dos pulsos de PGF uterina, atuando localmente no CL para induzir a luteólise funcional e estrutural. No entanto, neste caso, a PGF vai passar pela circulação sistêmica antes de começar sua ação local. Portanto, grandes doses de PGF natural ou potente análogos resistentes ao metabolismo endógeno são necessários para causar uma luteólise eficaz induzida por PGF em bovinos. Definiu luteólise efetiva ou completa, após PGF, como uma queda nas concentrações séricas de progesterona a níveis basais após 2 dias da injeção de PGF (SANTOS E VASCONCELOS, 2011).

5.4.2 Simulação da função do corpo lúteo usando progesterona 5.4.2.1 Implantes ou dispositivos liberadores de progesterona

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38 Os produtos para inserção na vagina incluem dispositivos intravaginais de liberação lenta de progesterona (Figura 7), que consiste em uma espiral de aço inoxidável coberta por uma matriz de borracha de silicone inerte, na qual 1,55 mg de progesterona é impregnada. Uma capsula gelatinosa, contendo 10 mg de benzoato de estradiol, é fixada a superfície interna da espiral (BALL E PETERS 2006).

Figura 7: Dispositivo intravaginal de liberação lenta de progesterona

O dispositivo liberador de progesterona, ou o dispositivo de liberação interna controlada de progesterona, são formas especializadas de implante introduzidas e mantidas no interior da vagina da vaca por um periodo de 7 a 12 dias Com o uso do dispositivo liberador de progesterona pretende-se que o benzoato de estradiol atue como agente luteolítico. Esses dispositivos são introduzidos no interior da vagina por meio de aplicadores especiais, aí permanecendo por ate 12 dias. A P4 é continuamente liberada do elastômero, até a remoção do dispositivo. A remoção depois de 7 a 12 dias faz com que a concentração plasmática periférica de progesterona se reduza, consequentemente simulando a luteólise natural. Assim, a vaca deve exibir sinais de cio 48 a 72 horas mais tarde e em seguida pode-se realizar a inseminação artificial em

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5.5 MANEJO REPRODUTIVO

Para um rebanho expressar toda sua capacidade produtiva deve, ser livre de doenças, estar adaptado as condições ambientais nas quais é explorado, ser alimentado de forma que atenda toda sua demanda nutricional, bem como ser trabalhado dentro de um manejo reprodutivo que permita maximizar o seu potencial de produção (PALHANO, 2008).

De maneira prática, a avaliação do escore de condição corporal tem sido uma ferramenta valiosa para refletir o estado nutricional. O escore de condição corporal ao parto foi positivamente correlacionado com o desenvolvimento folicular precoce no período pós parto (SANTIN, 2010).

5.6 ESCORE DE CONDIÇÃO CORPORAL (ECC)

A avaliação da ECC tanto da vaca leiteira quanto da vaca de corte pode ser avaliada, por inspeção da cobertura subcutânea na região das costelas, do dorso lombar, das ancas e da inserção de cauda, determinando, assim o escore de condição corporal com escala de pontuação variando de 1 vaca muito magra, a 5 vaca muito gorda (Figura 8) (ANDREWS, 2008).

5.6.1 Escore corporal 1 (vaca muito magra)

O mais provável é que a vaca encontre-se em anestro em função da deficiência nutricional. Apesar de ser muito rara, também existe a possibilidade da fêmea estar em gestação adiantada, (maior que sete meses) e seu escore corporal reflete intensa perda de peso ao longo da gestação (PALHANO, 2008).

5.6.2 Escore corporal 2 (vaca magra)

Ocorre a mesma situação que a anterior, porém, provavelmente, em caso de gestação positiva, encontra-se acima de quatro meses (PALHANO, 2008).

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40 5.6.3 Escore corporal 2,5 a 3 (regular)

Caso a fêmea esteja recuperando a condição corporal (ECC-1 para ECC-2 ou para ECC-3) provavelmente estará em anestro. Se estiver perdendo peso (ECC-4 para ECC-3), poderá estar ciclando ou em gestação (PALHANO, 2008).

5.6.4 Escore corporal 3,5 a 4 (bom)

A fêmea poderá estar em gestação ou ciclando. Raramente estará em anestro, a não ser que apresente persistência de corpo lúteo, cisto folicuclar em fase avançada ou algum tempo atrás ficou longo período com escore corporal ruim (PALHANO,2008).

5.6.5 Escore corporal 4,5 a 5 (muito gorda)

Provavelmente estas fêmeas estarão em gestação ou ciclando. Algumas podem ate apresentar repetição de cios (PALHANO, 2008).

Figura 8: Escore de condição corporal

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Figura 9: Influência do escore de condição corporal sobre a taxa de prenhez.

FONTE: CUTAIA, 2006

5.7 FATORES QUE AFETAM O PERÍODO PÓS-PARTO ACÍCLICO

A duração do anestro pós-parto é afetada por diversos fatores, sendo os de maior importância à nutrição, a amamentação, a condição corporal e a idade. Existem também, vários outros fatores que podem contribuir para o anestro, como: a estação do ano, a raça, o grau de dificuldade do parto e a ocorrência de doenças puerperais (ANDREWS, 2008).

Doenças debilitantes, a produção de leite, as patologias do útero, as patologias de ovário e o estresse térmico e a observação de cio impactam diretamente no intervalo entre partos (PALHANO, 2008).

O anestro pós-parto é o período que estende desde o parto até o aparecimento do primeiro estro, sendo caracterizado por ausência de manifestação estral. Neste período, também conhecido como puerpério, ocorre a involução uterina e o restabelecimento da atividade ovariana. A involução uterina é indispensável para que possa haver concepção e envolve processos fisiológicos simultâneos como, redução do tamanho do útero, perda de tecidos, reparação do tecido residual e diminuição do fluído tissular. O tempo de involução uterina da vaca normalmente ocorre por volta dos 35 a 45 dias pós-parto (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

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42 5.8 CONTROLE SANITÁRIO

Possuir um bom manejo sanitário dentro da propriedade é imprescindível para o sucesso no programa de sincronização de cio. As principais vacinas utilizadas são para prevenir as seguintes doenças: febre aftosa, brucelose, leptospirose, IBR e BVD. Deve ser lembrado que algumas vacinas elevam a temperatura corporal por diversos dias após a aplicação, e essa elevação de temperatura se coincidir com aplicação de hormônios para sincronizar o estro, pode levar a uma diminuição dos resultados da sincronização (MILISTETD, 2006).

5.9 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL (I.A)

A utilização e do desenvolvimento da inseminação artificial (IA) são indispensáveis para o melhoramento genético e o aumento da eficiência produtiva dos rebanhos. De todas as biotécnologias aplicadas à reprodução animal, a IA é a mais antiga, a mais simples e de maior impacto na produção animal. A sua propagação inicial decorreu da necessidade da erradicação de doenças infecciosas transmitidas pelo macho durante a monta natural (GONÇALVES et al., 2014).

Quando realizada adequadamente, existem poucas desvantagens em sua utilização. Entretanto é necessário contar com um pessoal treinado em técnicas adequadas e dispor de boas condições para o manuseio das fêmeas durante a terapia hormonal, além da detecção do cio e a própria inseminação (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

Segundo Hafez e Hafez (2004) a inseminação artificial oferece várias vantagens ao criador como:

• Possibilita larga expansão de reprodutores superiores de alto valor genético em qualquer tipo de criação.

• Facilita o teste de progênie em uma série de condições ambientais e de manejo, melhoramento, assim a acurácia da seleção.

• Leva ao melhoramento do desempenho e à potencialidade do rebanho.

• Permite cruzamentos que modificam características de produção.

• Acelera a introdução de novos processos genéticos.

• Possibilita a utilização de reprodutores já morotos, por meio de sêmen congelado, colaborando na preservação de linhagens seletas.

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• Permite o uso de sêmen de reprodutores incapacitados ou oligospérmicos.

• Reduz o risco de propagação de doenças sexualmente transmissíveis.

• É de utilização essencial após a sincronização do cio em grandes grupos de animais.

• Permite que reprodutores com características desejáveis sejam utilizados em acasalamentos genéticos específicos.

• Custo benefício positivo.

A IA facilita os cruzamentos, requerendo que apenas uma das raças seja mantida na fazenda (HAFEZ E HAFEZ, 2004).

5.10 DETECÇÃO E RECONHECIMENTO DO CIO

Para se obter um intervalo de partos (IP) próximo a 12 meses e, consequentemente, maior eficiência reprodutiva, é necessária que a vaca conceba ou fique gestante até três meses após o parto. Para que isso ocorra é importante o retorno ao cio após o parto o mais breve possível; bem como uma identificação (ou detecção) de cio eficiente e uma boa taxa de concepção (CAMARGO, 2001).

Para se obter boa eficiência no reconhecimento do cio, é de suma importância que se conheça bem os sinais dele. A principal característica do cio é quando a fêmea aceita a monta de um touro ou de uma companheira do rebanho. Entretanto, existem outros sinais secundários. Normalmente os animais em cio ficam mais agitados, procurando uma companheira, mugindo ou lambendo e cheirando outros animais do rebanho com mais frequência. Realizam também tentativas de monta em outros animais que podem ou não estar no cio. A presença de muco na vulva ou muco seco grudado no períneo e cauda também são indicativos de cio. A vulva fica avermelhada e “inchada” além do normal (CAMARGO, 2001).

5.11 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO (I.A.T.F)

Visando minimizar os prejuízos causados por um longo período de intervalo entre partos tanto em rebanho destinados à produção de leite como à de carne, diversos estudos foram desenvolvidos no campo da manipulação hormonal para a sincronização

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44 inseminação artificial e a concentração de parição, proporcionando assim, a formação de lotes mais homogêneos de animais para abate (maximizando a estação de monta em gado de corte) e um maior número de partos na época de melhor preço do leite, contribuindo assim para a formação da cota e maior rentabilidade de exploração (PALHANO, 2008).

Com a evolução e o estabelecimento da técnica de IA, os problemas, como detecção de cio, baixo número de animais inseminados e principalmente a necessidade de mão-de-obra em tempo integral, conduziram a busca por algumas alternativas sem comprometer os índices reprodutivos. Assim surgiram as técnicas de inseminação artificial em tempo fixo (I.A.T.F) (CUNHA 2011).

A escolha dos principais protocolos a serem utilizados deverá ser baseada nas características de viabilidade econômica e prática da propriedade trabalhada (PALHANO 2008).

Os métodos de sincronização compreendem o uso de drogas que agem ao nível hipotalâmico-hipofisário e/ou gonodal. Os primeiros métodos de sincronização de estro eram baseados na redução da fase luteínica com uso de análogos sintéticos de prostaglandina (PALHANO, 2008).

5.11.1 Triagem de fêmeas bovinas visando inclusão em programa de IATF

• Identificação e escrituração zootécnica confiável.

• Escore de condição corporal.

• Ciclicidade.

• Infecções uterinas inespecíficas.

• Doenças da reprodução (campilobacteriose, tricomonose, brucelose) e outras que interferem na reprodução (leptospirose, IBR, BVD etc).

• Histórico de maceração fetal em gestação anterior; piometra.

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5.11.2 Vantagens da inseminação artificial em tempo fixo (I.A.T.F) Segundo Seliestre (2008) as principais vantagens da IATF são:

• Inseminação com dia e hora marcado.

• Eliminação na detecção de cio.

• Inseminação de várias vacas por dia.

• Inseminação de vacas com cria ao pé.

• Indução de ciclicidade em vacas em anestro.

• Redução no intervalo entre partos.

• Possibilita altas taxas de prenhez.

• Padronização dos lotes.

• Atingir o objetivo de um bom terneiro por vaca a cada ano. 5.11.3 Protocolos hormonais

Diversos protocolos hormonais têm sido elaborados na tentativa de controlar funções foliculares e luteais ovarianas, possibilitando a IATF. Muitos são os hormônios utilizados para este fim, dentre deles destacam: na fase inicial do protocolo as progesteronas (P4) e o benzoato de estradiol (BE), com a finalidade de sincronizar a onda da emergência folicular. Na fase intermediaria do protocolo, ocorre a remoção do dispositivo de P4 e as prostaglandinas, para assegurar a luteólise. Na fase final do protocolo o BE 24 horas após a remoção do P4, para induzir a ovulação sincronizada. A ovulação também pode ser induzida com hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH) ou LH, administrada 12 horas antes da IATF. Alem disso a gonadotrofina crônica equina (eCG) também pode ser administrada na fase intermediaria do protocolo, para estimular o crescimento final folicular até a ovulação (CUNHA, 2011).

5.11.4 Protocolos de sincronização 5.11.4.1 Protocolo Ovsynch

O protocolo Ovsynch foi desenvolvido com o propósito de permitir a inseminação artificial a tempo fixo sem a necessidade de detecção do cio. As estratégias para o controle da ovulação são, até ao momento, baseadas no controle do tempo de vida do

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46 ovulação, ou no impedimento do retorno ao estro usando tratamentos de progesterona. Parte destas abordagens foram integradas com o desenvolvimento do protocolo Ovsynch. O protocolo consiste na administração de GnRH ou análogos numa altura aleatória do ciclo éstrico. Esta administração de GnRH induz a ovulação ou luteinização do folículo dominante, dependendo da fase do ciclo éstrico em que a vaca se encontra, sincroniza a onda de folículos emergente e controla o estado de desenvolvimento do folículo pré-ovulatório antes da administração da PGF2α, que é realizada sete dias depois da administração de GnRH. A prostaglandina induz a regressão do corpo lúteo original e/ou do corpo lúteo recém-formado. Quarenta e oito horas mais tarde realiza-se uma segunda administração de GnRH para induzir um pico pré-ovulatório de LH e a ovulação subsequente do folículo dominante no espaço de 24 a 32 horas. A inseminação a tempo fixo, será realizada 12 a 16 horas após a segunda administração de GnRH (MARCIEL, 2010).

Figura 10: Representação esquemática do protocolo Ovsynch

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5.11.4.2 Protocolo Cosynch

O protocolo Cosynch é também um protocolo Ovsynch modificado em que a IA é realizada no mesmo momento em que as vacas recebem a segunda administração de GnRH (48 horas após a administração da PGF2α). Este protocolo apresenta como principal vantagem o fato de reduzir o número de vezes que se manuseia os animais. No entanto, apresenta uma taxa de concepção mais baixa do que quando as vacas são inseminadas a tempo fixo, 16 a 24 horas depois da segunda injecção de GnRH (Ovsynch clássico). As taxas de concepção para este protocolo podem ser optimizadas utilizando-se em combinação um bom programa de detecção de cios. Estudos com este protocolo reportam entre 38% e 51% das vacas a demonstrarem cio no segundo dia depois da administração da PGF2α. É importante ter em consideração que as vacas que evidenciam comportamento de cio durante o protocolo necessitam ser identificadas e beneficiadas no momento correcto, pelo que a IATF neste protocolo deve servir sobretudo como forma de inseminação das vacas cujos cios não foram detectados atentadamente (MARCIEL, 2010).

Figura 11: Representação esquemática do protocolo Cosynch

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48 5.11.4.3 Protocolo hCG-synch

Uma alteração recente ao protocolo Ovsynch foi a substituição da segunda administração de GnRH, por hCG. A gonadotrofina crônica humana apresenta uma atividade similar à da LH e promove a ovulação do folículo dominante. A hCG apresenta uma semi-vida mais longa do que a da LH, mantendo o folículo sob uma dominância trópica mais prolongada. Assim, uma estimulação mais prolongada dos receptores foliculares para a LH, devido à ação da hCG, mantendo as concentrações plasmáticas marcadamente aumentadas por cerca de 30 horas após a sua administração, poderá favorecer a luteinização das estruturas folículares após a ovulação quando comparada com a obtida através da administração de GnRH, e assim permitir reduzir a incidência de mortalidade embrionária. A administração do análogo de GnRH induz um pico de LH de apenas 5 horas em novilhas, o qual é aproximadamente metade do pico de LH que ocorre naturalmente (10 horas), podendo ainda assim resultar na indução de uma estimulação completa do folículo ovulatório e formação completa do corpo lúteo funcional, com uma vida normal (MARCIEL, 2010).

Figura 12: Representação esquemática do protocolo hCG-synch

Referências

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