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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) COMARCA DE ANÁPOLIS

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 286721-28.2012.8.09.0000 (201292867213)

COMARCA DE ANÁPOLIS

AGRAVANTE : ADIDAS DO BRASIL LTDA

AGRAVADAS : LAST STATION ARTIGOS ESPORTIVOS LTDA E OUTRAS

RELATOR : DES. FAUSTO MOREIRA DINIZ

EMENTA: AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE REPARAÇÃO CIVIL POR DANOS MORAIS E MATERIAIS. PREVALÊNCIA DA NORMA ESPECIAL (ARTIGO 100, INCISO V, ALÍNEA 'A', PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC) SOBRE A GENÉRICA (ARTIGO 94 E 100, INCISO IV, ALÍNEA 'A'). FACULDADE DO AUTOR DA DEMANDA.

I - Segundo precedentes do Superior Tribunal de Justiça, é reinante o entendimento de que prevalece, para fins de fixação do juízo competente para processamento e julgamento de ação de reparação de danos morais e materiais, a

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regra do artigo 100, V, "a", do Código de Processo Civil, sendo competente o foro do lugar onde ocorreu o ato ou fato, tratando-se de regra definidora de competência territorial especial

em relação às demais, genéricas

II - Nessa hipótese, o artigo 100, parágrafo único, do Estatuto Processual, faculta ao autor propor a ação no foro do local em que se deu o ato ou o fato, ou no foro de seu domicílio. DECISÃO MANTIDA. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E DESPROVIDO.

A C Ó R D Ã O

Vistos, relatados e discutidos os presentes autos de Agravo de Instrumento nº 286721-28 (201292867213), comarca de Anápolis, sendo agravante Adidas do Brasil Ltda e agravadas Last Station Artigos Esportivos Ltda e outras.

Acordam os integrantes da Terceira Turma Julgadora da Sexta Câmara Cível do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, à unanimidade de votos, em conhecer e desprover o agravo, nos termos do voto do Relator. Custas de lei.

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Votaram, além do Relator, que também presidiu o julgamento, o Desembargador Norival Santomé e o Dr. Marcus da Costa Ferreira em substituição ao Desembargador Camargo Neto.

Presente a ilustre Procuradora de Justiça, Doutora Nélida Rocha da Costa Barbosa.

Goiânia, 30 de outubro de 2012. DES. FAUSTO MOREIRA DINIZ

RELATOR

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 286721-28.2012.8.09.0000 (201292867213)

COMARCA DE ANÁPOLIS

AGRAVANTE : ADIDAS DO BRASIL LTDA

AGRAVADAS : LAST STATION ARTIGOS ESPORTIVOS LTDA E OUTRAS

RELATOR : DES. FAUSTO MOREIRA DINIZ

RELATÓRIO E VOTO

ADIDAS DO BRASIL LTDA interpôs recurso de agravo de instrumento da decisão, cuja cópia está colacionada em f. 15/21, proferida pelo MM. Juiz de Direito da 4ª Vara de Cível da comarca de Anápolis, Dr. Hamilton Gomes Carneiro, nos autos de exceção de incompetência proposta em face de LAST STATION ARTIGOS ESPORTIVOS LTDA, TELES TELES ARTIGOS ESPORTIVOS e SPORT E CIA ARTIGOS ESPORTIVOS, que julgou improcedente o pedido de exceção de incompetência por ela aforado, nos termos do artigo 100, inciso V, alínea 'a', do Código de Processo Civil.

Nas razões recursais, a agravante pretende obter efeito suspensivo do ato judicial proferido em sede de

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incidente de exceção de incompetência apensada à demanda principal (processo nº 357813-82.2011.809.0006), que a rejeitou e ordenou o prosseguimento da ação principal.

Postula pelo recebimento do presente impulso na modalidade instrumental, visto que o ato judicial alvejado é suscetível de causar-lhe lesão grave e de difícil reparação.

Discorda do posicionamento adotado pelo dirigente processual, por defender que a ação de indenização por danos morais e materiais (lucros cessantes), cumulada com obrigação de fazer e tutela antecipada que lhe move a agravada, deve tramitar na comarca de Barueri, Estado de São Paulo, ao entendimento de ser este o foro o competente para processar e julgar a demanda, nos termos do artigo 100, inciso IV, alínea 'a', do Código de Processo Civil, visto que é onde se encontra localizada a sede da pessoa jurídica.

Afirma que “As Agravadas, por sua vez, alegaram em resposta que, diante do artigo 100, inciso IV, alínea 'b', do Código de Processo Civil, seria competente o Foro da Comarca de Anápolis, Estado de Goiás, uma vez que nesta encontra-se aberta endereço de representação da Agravante, através da qual contraiu as obrigações ora discutidas.” (sic, f. 05).

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Pondera que “(...) os dispositivos legais mencionados acima não possuem o condão, por si só, de concluir pela competência territorial do trâmite da Ação Principal na Comarca de Anápolis/GO nem mesmo a argumentação apresentada, pois, os dispositivos mencionados não se aplicam in casu, pois o local dos fatos não é o Comarca de Anápolis, sendo esta, apenas, o domicílio das empresas autoras.” (sic, f. 08)

Enfatiza que “(...) o departamento comercial da Agravante sediado na cidade de Barueri, São Paulo, e as empresas Agravadas localizadas em Anápolis, Goiás, e tendo o alegado dano ocorrido a partir da suposta proposta pela Agravante de lista de preços de seus produtos diferente daquela inicialmente verificada pelas Agravadas, aplicável à espécie a regra do art. 435 do Código Civil.” (sic, f. 08).

Textua acerca da inexistência de relação de consumo, porquanto as agravadas não são as destinatárias finais dos produtos, não se enquadrando no conceito de consumidoras.

Transcreve repertório jurisprudencial que entende corroborar sua tese.

Em arremate, pugna pela concessão de efeito suspensivo para obstar o prosseguimento dos autos principais. No mérito, requer o conhecimento e provimento do agravo segundo

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as razões alhures transcritas.

Preparo efetivado em f. 13.

A inicial está instruída com as fotocópias de f. 15 usque 1000.

O pleito preliminar foi indeferido em decisão prolatada em f. 1002/1007.

Em certidão exarada em f. 1011, foi certificada a ausência de informações do juízo a quo, bem como de contrarrazões.

É o relatório. Passo ao VOTO.

Configurados os pressupostos de admissibilidade do recurso, dele conheço.

Conforme relatado, trata-se de agravo de instrumento interposto pela agravante, ADIDAS DO BRASIL LTDA, contra a decisão (f. 15/21) proferida nos autos da ação de exceção de incompetência por ela oposta em face dos agravados - LAST STATION ARTIGOS ESPORTIVOS LTDA, TELES TELES ARTIGOS ESPORTIVOS e SPORT E CIA ARTIGOS

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ESPORTIVOS.

In casu, o cerne da questão gira em torno do

ato judicial que julgou improcedente o incidente de exceção de incompetência oposta pela recorrente, declarando a competência da comarca de Anápolis/GO para processar e julgar a presente demanda, ao invés da comarca de Barueri, São Paulo, cuja parte dispositiva ora transcrevo, verbis:

“(...) Entendo que é aplicável ao caso o disposto no artigo 100, inciso V, alínea 'a', do Código de Processo Civil, uma vez que o mencionado artigo determina a competência do lugar do ato ou fato na ação de reparação do dano/indenização, ou seja a Comarca de Anápolis-GO.

III – Dispositivo

Posto isto, restado caracterizada a competência do foro desta Comarca de Anápolis para processar e julgar a ação em apenso, julgo improcedente o presente incidente de exceção de incompetência, com base no artigo 100, inciso V, alínea 'a', do Código de Processo Civil, determinando o normal prosseguimento do feito em apenso.

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De início, é mister esclarecer que as recorridas - LAST STATION ARTIGOS ESPORTIVOS LTDA, TELES TELES ARTIGOS ESPORTIVOS e SPORT E CIA ARTIGOS ESPORTIVOS - propuseram ação de reparação por danos morais e materiais, cumulada com lucros cessantes, obrigação de fazer e pedido de antecipação de tutela de mérito em face da agravante - ADIDAS DO BRASIL LTDA - ao fundamento de que as mercadorias adquiridas pelas autoras foram ofertadas com preços menores que os cobrados posteriormente pela requerida, culpa exclusiva da ré e de sua representação.

Insatisfeito, a recorrente apresentou exceção de incompetência, por entender que o foro competente para o processamento e julgamento da demanda é o da comarca de Barueri/SP.

Chama a atenção ser aplicável na espécie a regra prevista pelo artigo 435 do Código Civil, visto ser competente o foro da comarca de Barueri, local da realização do negócio, mormente porque inexiste entre as partes relação de consumo, sendo, pois, inaplicável o Código de Defesa do Consumidor.

Ao meu ver, assiste razão ao ilustre magistrado a quo, haja vista que a ação de reparação de danos possui como foro competente “(...) aquele que, em virtude de norma

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processual sobre competência, fica constituído, em determinada circunscrição judiciária, para sede da causa ou lide.” (MARQUES, José Frederico, in Manual de Direito Processual Civil, 9ª ed., Campinas: Millennium Editora Ltda., 2003, Vol. I, p. 282), levando-se em conta, assim, o lugar do ato ou fato, por ser este o que facilita a produção de provas para a solução do feito.

De tal arte, por ser de suma importância para o deslinde deste litígio, ressalto que de acordo com o artigo 100, inciso V, alínea 'a', do Estatuto Processual Civil, quando a questão versar sobre reparação de dano, o foro competente para a propositura da ação é o do lugar onde ocorreu o ato ou o fato. Entretanto, o parágrafo único do mesmo dispositivo legal preceitua que em se tratando de ação indenizatória decorrente de delito ou acidente de veículos, a lei contempla uma faculdade do autor, em poder ajuizar a ação no foro do seu domicílio ou no local do fato.

Com efeito, o parágrafo único do artigo 100 do Código de Ritos aplica-se perfeitamente ao presente caso, cabendo a escolha do foro às autoras, ora exceptas, já que a discussão do feito em apenso diz respeito a pleito indenizatório fundado em suposto ato ilícito praticado pela excipiente.

Sobre o tema, importa ressaltar julgado do Superior Tribunal de Justiça, ipsis litteris:

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“COMPETÊNCIA. AÇÃO DE ABSTENÇÃO DE USO DE MARCA CUMULADA COM PEDIDO DE INDENIZAÇÃO. APLICAÇÃO DA REGRA ESPECÍFICA DO ART. 100, V, "A", PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPC, QUE FACULTA AO AUTOR A OPÇÃO DE AJUIZAR A AÇÃO NO FORO DE SEU DOMICÍLIO OU NO FORO DO LOCAL EM QUE OCORREU O ATO ILÍCITO. 1. A norma do art. 100, V, "a", parágrafo único, do CPC (forum commissi delicti) refere-se aos delitos de modo geral, tanto civis quanto penais. 2. Constatada a contrafação ou a concorrência desleal, nos termos dos arts. 129 e 189 da Lei 9.279/96, deve ser aplicado à espécie o entendimento segundo o qual a ação de reparação de dano tem por foro o lugar onde ocorreu o ato ou fato, ainda que a demandada seja pessoa jurídica com sede em outro lugar. 3. Embargos de divergência providos.” (2ª Seção, Eag nº 783280/RS, Relª Minª Nancy Andrighi, DJe 19/04/2012) Negritei.

“CONFLITO NEGATIVO DE COMPETÊNCIA. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. OBRIGAÇÃO DE FAZER E NÃO FAZER. CONCORRÊNCIA DESLEAL. INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL. RELATIVA.

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DECLARAÇÃO DE OFÍCIO. SÚMULA 33/STJ. IMPOSSIBILIDADE. PROPOSITURA DA AÇÃO NO LOCAL DO ATO ILÍCITO. POSSIBILIDADE. FACULDADE DA PARTE AUTORA. ART. 100, V, "A", PARÁGRAFO ÚNICO DO CPC. 1. Na hipótese de competência territorial, por sua

natureza relativa, a declaração de

incompetência não pode ser feita de ofício. 2. Inteligência da Súmula 33 do STJ. 3. Nos termos do entendimento pacificado pela Segunda Seção desta Corte, na hipótese de eventual prática de concorrência desleal, prevalece, para fins de fixação do juízo competente para processamento e julgamento de ação de reparação de dano, a regra do art. 100, V, "a", parágrafo único, do Código de Processo Civil, sendo competente o foro do lugar onde ocorreu o ato ou fato, ainda que a parte ré tenha sede em outro lugar. 4. CONFLITO DE COMPETÊNCIA CONHECIDO PARA DECLARAR COMPETENTE O JUÍZO DE DIREITO DA 6ª VARA EMPRESARIAL DO RIO DE JANEIRO/RJ.” (CC, 110419/SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, DJ de 15/08/2012) Negritei.

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preceito legal supra transcrito, verifico que, sabiamente, o douto juiz firmou a competência do feito na comarca de Anápolis/GO, haja vista ser o local da sede das agravadas, conforme se vê das reproduções dos documentos colacionados em f. 47/71.

Sendo assim, é mister concluir que, como o regramento processual vigente faculta ao autor propor a ação no foro do local em que se deu o ato ou o fato, ou no foro de seu domicílio, correta a conclusão judicial.

Portanto, conforme dito alhures, a regra de competência disposta no artigo 100, inciso V, alínea 'a', parágrafo único, do Estatuto Processual Civil, por ser específica, prevalece sobre as normas genéricas do artigo 94 e 100, inciso IV, do mesmo Diploma Legal.

No mesmo sentido, este egrégio Tribunal de Justiça vem proferindo acórdãos lapidares sobre o assunto, ipsis

litteris:

“EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA. AÇÃO DE REPARAÇÃO DE DANOS. FORO COMPETENTE. LUGAR DO ATO OU FATO. NORMA DE CARÁTER ESPECÍFICO PREVALECE SOBRE A GENÉRICA. INTELIGÊNCIA DO ART. 100, V, 'A', DO CPC. É

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competente o foro do lugar do fato ou ato para processar e julgar a ação de reparação de danos, ainda que a parte demandada seja

pessoa jurídica. Segundo precedentes

doutrinários e jurisprudenciais, a regra do art. 100, V, 'a' do CPC, por ser específica, deve se sobrepor às normas genéricas dos arts. 94 e 100, IV do citado diploma legal. Agravo de instrumento conhecido e provido.”

(1ª CC, AI nº 64880-9, Relª Drª Doraci Lamar Rosa da Silva Andrade, DJ nº 264 de 28/01/2009) Negritei.

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXCEÇÃO DE

INCOMPETÊNCIA. PESSOA JURÍDICA.

REPARAÇÃO DE DANOS MATERIAIS E MORAIS. FORO COMPETENTE. LUGAR DO FATO OU ATO. É competente e foro do lugar do fato ou ato para processar e julgar ação de reparação de danos materiais e morais, ainda que a parte demandada seja pessoa jurídica, ante o entendimento jurisprudencial e doutrinário de que a regra do art. 100, V, a, do CPC, por ser específica, sobrepõe-se às normas genéricas dos arts. 94 e 100, IV, a, do mesmo Código. Precedentes do STJ.” (2ª CC, AI nº 59051-4, Rel. Des. Zacarias

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Neves Coêlho, DJ nº 51 de 17/03/2008) Negritei.

Por fim, considerando a escorreita decisão que firmou a competência da ação de execução na comarca de Anápolis/GO, torna-se manifestamente improcedente o presente recurso.

Ante as razões expostas, já conhecido o recurso de agravo, NEGO-LHE PROVIMENTO para manter inalterada a decisão proferida por seus próprios fundamentos e estes ora agregados.

É o voto.

Goiânia, 30 de outubro de 2012.

03 DES. FAUSTO MOREIRA DINIZ

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