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A aventura peruana. foto-aventura

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Academic year: 2021

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Maurício Matos, um dos nossos fotógrafos de viagens favoritos,

regressa à zOOm para contar a sua mais recente aventura por terras

do Peru. Machu Picchu, Lago Titicaca e Cusco foram alguns dos

locais emblemáticos que não escaparam à sua objectiva. Venha daí

descobrir este fascinante mundo visto pelo olhar – e pela câmara –

de um viajante incansável.

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oto-aventura

T E X T O E F O TO S : M AU R Í C I O M AT O S

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T E X T O E F O T O S : M AU R Í C I O M ATO S

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empre fui um apaixonado pela América do Sul, pelas paisagens, pelas pessoas. Depois de visitas ao Brasil, Argentina e Chile, desta vez optei pelo Peru, um país cheio de história e cultura. Se o que me levou até lá foi principalmente a oportunidade de visitar as impressionantes ruínas de Machu Picchu, agora posso dizer que o país tem muito mais para oferecer.

A minha viagem começou pela capital,

gem repentina do nível do mar para os 4 mil metros de altitude fez com que eu andasse um dia inteiro mal disposto.

Já o equipamento, portou-se lindamente. Pela primeira vez fotografei no que pode ser considerado altitude – entre os 2500 e os 4400 metros (com excepção de Lima). É sabi-do que, por vezes, à semelhança sabi-do que acon-tece com as pessoas, a altitude provoca pro-blemas ao equipamento também. No

entan-Na mala de viagem...

O equipamento fotográfico que levei nesta viagem foi, naquilo que é mais importan-te, o mesmo que tenho levado nas últimas viagens. Dois cor-pos Canon 1D Mark IV e as lentes que me

acompa-Canon 1D MK IV . 24mm . f/10 . 1/800” . ISO 400

Latitude: 13,17.1705 S Longitude: 72,9.2487 W Altitude: 2841 metros

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as casas, para fazer artesanato e até para comer.

Seguiu-se uma viagem de quase 3 horas de barco até à ilha Taquile, talvez a maior desi-lusão desta aventura. Além da longuíssima viagem, é necessário subir 580 degraus para alcançar o topo da ilha, local onde tudo se concentra. O esforço valeria a pena se o local tivesse algo de espectacular para oferecer. Mas infelizmente não é o caso, com excepção da vista lá do alto. E depois é preciso contar com quase mais 3 horas para regressar.

No dia seguinte fiz uma viagem de 9 horas de Puno até Cusco. Optei por uma viagem longa e cansativa de autocarro, mas foi a forma de conhecer um pouco do verdadeiro Peru de regiões não turísticas e ver como as pessoas vivem naquela região montanhosa. A chegada a Cusco foi já de noite e como na manhã seguinte parti para o Vale Sagrado dos Incas, só iria conhecer a cidade quando lá voltasse dois dias depois.

E foi no Vale Sagrado que encontrei algu-mas das paisagens mais belas do Peru. Cidades como Pisac ou Ollantaytambo são lindíssimas e oferecem não só uma boa ideia de como eram as cidades na época colonial espanhola, como também têm ruínas Incas

impressionantes e paisagens de cortar a res-piração.

E finalmente chegava o dia mais esperado, por mim e por todos os que visitam o Peru. O dia de conhecer o cenário fantástico que é a cidade Inca de Machu Picchu, uma das mara-vilhas do mundo. E a ida a Machu Picchu não se resume a conhecer o local, é também toda a experiência de lá chegar. Existem essen-cialmente duas formas de atingir o objectivo: a mais aventureira (uma caminhada pela tri-lha Inca, que pode durar 1, 2, 3 ou 4 dias, dependendo da percentagem da trilha que resolvam percorrer); e a mais “preguiçosa” (a viagem de comboio). Optei por esta e posso dizer que é uma viagem única.

Parti de Ollantaytambo, fazendo um per-curso com pouco mais de 40 km mas que, devido ao terreno sinuoso, demora cerca de uma hora e quarenta minutos a percorrer. A linha férrea acompanha quase sempre o rio Urubamba, por entre montanhas com picos altíssimos, passando por pequenas aldeias perdidas no meio do nada até chegar à cida-de cida-de Aguas Calientes, a base para quem visi-ta Machu Picchu. Chegados aqui, há que fazer uma subida de autocarro de cerca de meia hora para alcançar as ruínas. Eu fui no >

Canon 1D MK IV . 42mm . f/11 . 1/500” . ISO 400

Latitude: 15,48.7348 S Longitude: 69,58.4656 W Altitude: 3827 metros

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T E X T O E F O TO S : M I G U E L C L A R O Canon 1D MK IV . 70mm . f/9 . 1/2656” . ISO 400 Latitude: 13,15.4375 S Longitude: 72,16.0267 W Altitude: 2924 metros

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Uma das maiores dificuldades nas viagens fotográfi-cas é como transportar todo o nosso equipamento de forma segura. Nos últimos anos tem-se tornado ainda mais complicado, com o aumento de restri-ções ao nível da bagagem de mão e também com os limites ridículos de peso impostos pela maioria das companhias aéreas. Em especial as europeias. Como é que contorno isso? Em primeiro lugar sou selectivo naquilo que levo. Já lá vai o tempo em que me obrigava a mim mesmo a levar tudo o que tinha. Actualmente estudo bem os locais que vou visitar, o tipo de fotografia que pretendo fazer e escolho o equipamento necessário com algum critério. Depois tento colocar tudo o que seleccionei numa mala ou mochila o mais pequena e leve possível, para que a própria mochila ou mala não contribuam quase tanto como o material para esse limite de peso. É de referir que muitas vezes – a grande maio-ria delas, no meu caso – a bagagem de mão não é pesada. Mas há casos em que é... e normalmente são irredutíveis em relação a isso.

E por falar em bagagem de mão, é imperativo levar sempre o equipamento connosco no avião, não só por possível roubo mas também pela possibilidade de extravio da bagagem, que apesar de nunca me ter acontecido até hoje, é mais comum do que se pensa. A única coisa que normalmente coloco no porão do avião é o tripé, isso porque algumas com-panhias aéreas não deixam levar o tripé como baga-gem de mão.

Aquilo que é ou não permitido também varia muito consoante a pessoa com quem lidamos, mesmo dentro da mesma empresa. No caso de ser absoluta-mente indispensável despachar parte do equipa-mento, o ideal é colocar a mala fotográfica dentro de outra mala comum, de preferência bem usada, de forma a não chamar a atenção dos “amigos do alheio”.

Uma vez chegado ao país de destino, os cuidados dependem muito do país em causa, dos locais que se visitam nesse país, dos sítios onde ficamos aloja-dos, etc. Mas há coisas óbvias e que são cuidados que devemos ter em qualquer lugar, mesmo em Portugal.

Ser discreto, especialmente quando estamos em locais com muita gente. Não é preciso que todos

sai-bam que somos fotógrafos e que temos connosco milhares de euros em equipamento. Não deixar o material sozinho em nenhum momento. Mesmo no hotel, e se for necessário deixa-lo lá, usar o cofre (caso exista) ou então esconde-lo o máximo possível entre roupa ou outras coisas. Às vezes basta escon-der as coisas do olhar de quem possa querer levar o que é nosso, para que a tentação não aconteça. Uma coisa que recomendo sempre é que se leve dois corpos (isto é, duas máquinas), talvez por já ter tido um problema sério numa das minhas viagens. Quando investimos tanto tempo e dinheiro num pro-jecto destes, tudo o que não queremos é que a nossa máquina tenha alguma avaria e que nos deixe pendurados. O segundo corpo pode ser barato… um qualquer. Mas tenha sempre um corpo de backup, para qualquer eventualidade.

Outro assunto importante é como lidar com a ques-tão alfandegária sempre que viajamos para fora da União Europeia, especialmente no regresso a Portugal. É indispensável levar connosco comprova-tivos de que o equipamento foi comprado em Portugal, ou então podemos ter muitos problemas no regresso. Isto pode ser feito de duas formas. Caso tenhamos os comprovativos de compra / garantias do material, então é levarmos esses docu-mentos para os apresentar quando voltarmos, caso nos sejam solicitados.

Outra opção é fazermos uma visita ao balcão da alfândega no aeroporto em causa e pedir o formulá-rio para declarar os aparelhos que vamos levar para fora. Esse formulário permite descrever todo o material, colocar os respectivos números de série e é depois validado pela polícia. No regresso apresen-ta-se esse documento e está o problema resolvido. E o que pode acontecer caso não exista qualquer comprovativo? É simples (e já me aconteceu): apreendem o equipamento e só é libertado median-te a apresentação de provas em como foi comprado em Portugal ou mediante o pagamento do IVA e outras taxas que possam ser exigidas, visto que eles assumem que é um equipamento novo e conse-quentemente, uma importação.

É um assunto no qual tenho bastante experiência porque 80 por cento das vezes sou “vítima” de ins-pecção, especialmente no aeroporto de Lisboa. Claro que me refiro aos trajectos feitos

pela maioria das pessoas que visitam o país. Sendo o Peru constituído maioritariamente por floresta e montanhas, quem quiser arris-car uma viagem mais alternativa, vai encon-trar muito território para estar sozinho.

Acabei por me ver obrigado a mudar a minha forma de fotografar, concentrando-me um pouco mais do que é habitual nas pessoas. Foi uma viagem que me surpreen-deu pela positiva, não tanto pelas fotos que trouxe mas pela experiência que foi conhe-cer o país.

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Referências

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