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AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS: UM MÉTODO PARA MENSURAR IMPACTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, GERADOS PELAS INICIATIVAS DE DESENVOLVIMENTO 1.

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Porto Alegre, 26 a 30 de julho de 2009,

Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural

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AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS: UM MÉTODO PARA MENSURAR IMPACTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, GERADOS PELAS

INICIATIVAS DE DESENVOLVIMENTO

joaocarlospadua@hotmail.com

Apresentação Oral-Agropecuária, Meio-Ambiente, e Desenvolvimento Sustentável

JOAO CARLOS DE PADUA ANDRADE1; SALVADOR DAL POZZO TREVIZAN2;

PAULO SERGIO VILA NOVA SOUZA3; VINICIUS AMORIM SILVA4.

1.UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ (UESC), ILHEUS - BA - BRASIL; 2.UESC, ILHEUS - BA - BRASIL; 3.INSTITUTO DE ESTUDO SOCIOAMBIENTAIS DO

SUL DA BAHIA (IESB), ILHEUS - BA - BRASIL; 4.IESB, ILHEUS - BA - BRASIL.

AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS: UM MÉTODO PARA MENSURAR IMPACTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, GERADOS PELAS

INICIATIVAS DE DESENVOLVIMENTO1.

Grupo de Pesquisa: Agropecuária, Meioambiente e Desenvolvimento Sustentável. Coordenação: Flávio Borges Botelho – UNB

Resumo

As ações econômicas, sociais e ambientais que visam melhorar a qualidade de vida de determinada comunidade, têm uma grande importância no processo de desenvolvimento local. Por outro lado, as mesmas necessitam passar periodicamente por um processo de avaliação que possibilite mensurá-las a fim de evidenciar sua real efetividade. É nesse contexto que esse artigo se insere com o objetivo principal de apresentar um modelo de avaliação capaz de mensurar os impactos proporcionados por iniciativas que visam promover o desenvolvimento local. Ele baseia-se na comparação da situação local antes das iniciativas e durante o desenvolvimento das ações propostas, permitindo aos avaliadores absorver tanto as características quantitativas quanto as qualitativas das iniciativas pesquisadas. Ele foi testado, se mostrando eficaz na avaliação de um projeto de desenvolvimento no sul da Bahia, o qual visava promover a melhoria social das comunidades rurais da região.

Palavras-chave: indicadores sociais, qualidade de vida, nível de satisfação, meio ambiente.

Abstract

The economic, social and ambient actions that they aim at to improve the quality of life of determined community, have a great importance in the process of local development. On

1 Extraído da Dissertação de Mestrado defendida no âmbito do Programa de Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente da Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC).

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the other hand, the same ones need to pass periodically for an evaluation process that it makes possible to measure them in order to evidence its real effectiveness. It is in this context that this article if inserts with the main objective to present a model of evaluation capable to measure the proportionate impacts for initiatives that they aim at to promote the development local. It is based on the comparison of the local situation before the initiatives and during the development the actions proposals, allowing to the appraisers to absorb the quantitative characteristics how much the qualitative ones of the searched initiatives in such a way. It was tested, if showing efficient in the evaluation of a project of development in the south of the Bahia, which aimed at to promote the improvement social of the agricultural communities of the region.

Key Words: social pointers, quality of life, level of satisfaction, environment.

AVALIAÇÃO DE PROJETOS SOCIAIS: UM MÉTODO PARA MENSURAR IMPACTOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E AMBIENTAIS, GERADOS PELAS

INICIATIVAS DE DESENVOLVIMENTO.

1. INTRODUÇÃO

As iniciativas que visam promover o desenvolvimento, necessitam passar por um processo de avaliação que possibilite demonstrar seus reais impactos, a fim de que decisões sejam tomadas para corrigir ou fortalecer as ações. Essa avaliação pode ser uma análise tipo ex-post, a qual busca evidências das iniciativas analisadas, afim de manter, abandonar ou reaplicar essas iniciativas, como aponta Weiss (1970). Pode ser também, uma avaliação de resultado a qual consiste em saber se a iniciativa é ou não efetiva, se pode ou não ser generalizada e em quais condições, conforme afirma Patton (1990).

Conceitualmente, o processo de avaliação representa a fixação de um determinado valor a uma coisa, necessitando para tanto, um procedimento mediante o qual se compara aquilo a ser avaliado com um critério ou padrão determinado (FRANCO, 1971), proporcionando um feedback de informações aos interessados pelas iniciativas (TRIPODI et al., 1971).

Alguns autores afirmam que as iniciativas de desenvolvimento podem ser avaliadas, pela mensuração dos impactos proporcionados, num processo denominado de avaliação de impacto (ROSSI et al.,1979). Essa avaliação implica em verificar se os objetivos pré-estabelecidos pelas iniciativas de desenvolvimento sofreram algum tipo de alteração.

Para Lustosa (2002), a construção de um método de avaliação de projetos que visam a promulgação do desenvolvimento sustentável local, pode ser extraída das seguintes conclusões: a) que a metodologia de avaliação agregue aos procedimentos

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formais e quantitativos, aspectos qualitativos; b) para alcançar este fim, a metodologia deverá ser capaz de assimilar as impressões sobre o programa a partir das diferentes perspectivas e interesses; c) e, que embora esse método possa trabalhar com objetivos e metas previamente estabelecidas, a metodologia deve oferecer meios para incorporar efeitos inesperados da ação.

É nesse ambiente de avaliação de ações que artigo se insere visando demonstrar um processo metodológico de avaliação de projetos, o qual mensura as ações das iniciativas através de técnicas qualitativas e quantitativas, tendo como atores do processo, os beneficiados pelas ações. O mesmo foi testado em um projeto de desenvolvimento no Sul da Bahia, mostrando-se capaz e eficiente de ser utilizado como ferramenta no processo avaliativo.

2. CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO UTILIZADO.

Para obter os reais impactos das ações investigadas, é necessário ter informações sociais, econômicas e ambientais das comunidades antes da implementação das iniciativas, a fim de comparar os dois cenários distintos: antes (sem o projeto) e depois (com o projeto). Assim, é extremamente importante, montar um esquema capaz de registrar o máximo de aspectos que poderão sofrer impactos positivos e também negativos.

O que dificulta bastante os processos de avaliações que buscam comparar o antes com o depois, é o conhecimento exato da situação anterior às ações. Além disso, os processos encontrados nas literaturas, são expressos de forma genérica sem abranger as especificidades detalhadas.

Outro aspecto que interfere nos resultados das avaliações, é a utilização de conceitos já estabelecidos nas literaturas que, em muito dos casos, não absorve as peculiaridades locais. Como por exemplo, o projeto analisado que deu origem a esse artigo, visava promover a melhoria da qualidade de vida das comunidades. Observa-se então um primeiro conceito a ser definido: qual a definição de qualidade de vida para os beneficiados pelo projeto? Quais são os indicadores que compõem o conceito de qualidade de vida? Utilizando os conceitos de qualidade de vida existentes na literatura, poder-se-ia não absorver aspectos que, para os indivíduos locais, são de extrema importância para suas vidas, e também pela dinâmica do tema qualidade de vida que varia muito a depender da condição social.

Para construir um método de avaliação capaz de levantar os impactos do projeto analisado sobre a qualidade de vida e sobre os aspectos ambientais, e que fosse capaz também de absorver as peculiaridades locais, o presente modelo de avaliação compõem-se das seguintes etapas:

a) Construção do conceito de qualidade de vida local e verificação dos impactos gerados pelo projeto

b) Construção do método capaz de verificar os impactos sobre os recursos ambientais

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c) Construção do método capaz de verificar a visão dos beneficiados sobre todas as ações do projeto.

2.1. Construção do conceito de qualidade de vida local e verificação dos impactos gerados pelo projeto.

Para construir e testar um conceito de qualidade de vida capaz de absorver as peculiaridades locais, o presente método necessitou das seguintes etapas:

a) Interação com a comunidade local

b) Construção de um índice de qualidade de vida a partir das opiniões locais

c) Analise dos os impactos do projeto sobre o índice de qualidade de vida definido, bem como, as razões dos respectivos impactos.

2.1.1. Interação com a comunidade local

O projeto analisado fez um registro parcial da situação anterior das comunidades o que impedia uma comparação dos dois momentos (antes do projeto e o depois do início do projeto). Para superar tal dificuldade, buscamos através das observações no meio da comunidade, como eram suas vidas antes do projeto. Essas observações foram extraídas através da participação dos pesquisadores no seio da comunidade sem que os mesmos se apresentassem como avaliadores mas sim, como agentes interessados em conhecer um pouco a experiência deles. Eliminando um pouco as distorções que poderiam ocorrer caso os beneficiados estivessem de frente com um avaliador do projeto.

Paralelo as observações levantadas referentes às características da comunidade antes do projeto, essa etapa também verificou, de maneira bastante informal, quais os aspectos que poderiam proporcionar melhoria na qualidade de suas vidas. Foi possível levantar vários indicadores que, na visão dos beneficiários do projeto, deveriam ser trabalhados para melhorar sua qualidade de vida, como por exemplo: acesso aos meios de comunicação, alfabetização, amizades, bens materiais, alimentação, padrão de consumo, condições de moradia, convívio com a família, fortalecimento comunitário, lazer, morar na zona rural, morar na zona urbana, nível de renda, religião e saúde.

2.1.2. Construção de um índice de qualidade de vida a partir das opiniões locais

Após o levantamento dos aspectos indispensáveis à melhoria da qualidade de vida, extraídos das observações no meio da comunidade e que aqui vamos denominá-los de indicadores de qualidade de vida (iqv), a próxima etapa do processo de avaliação, consistiu em construir um conceito de qualidade de vida através do conjunto de indicadores, sendo representado por um índice que denominamos Índice de Qualidade de Vida desejado (IQVd).

A construção do IQVd possibilitou reduzir o número de indicadores levantados na comunidade, uma vez que uns eram mais importantes do que outros. Assim, o IQVd consistiu em atribuir pesos aos indicadores levantados na etapa denominada “interação com a comunidade local”, da seguinte forma:

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a) Peso 3 – contribui muitíssimo, não se pode ter melhoria de qualidade de

vida (MQV) sem ele.

b) Peso 2 – contribui muito mas pode-se ter MQV sem ele. c) Peso 1 – contribui pouco com a MQV.

d) Peso 0 – não contribui de forma alguma na MQV.

Matematicamente, o IQVd, ficou demonstrado pela seguinte expressão:

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Onde:

P - peso do indicador de qualidade de vida.

iqv – indicador de qualidade de vida.

x - pesos atribuídos por cada agricultor ao iqv, variando de 0 a 3. n - número de agricultores entrevistados

Para mensurar os indicadores de acordo com a expressão matemática 1, utilizamos dois quadros.

Com o Quadro 1, coletamos as visões de cada entrevistado sobre todos os indicadores que são necessários para a

MQV e que estão expostos

no ponto 2.1.1 (Interação com a comunidade local). Foi utilizada uma planilha semelhante ao Quadro 1 para cada entrevistado, escolhido através de um sorteio em uma amostra equivalente a 45% do universo.

Buscava saber de cada entrevistado qual a pontuação que ele atribuía a cada indicador na melhoria de sua qualidade de vida. Como por exemplo, substituindo o indicador “a” do Quadro 1, por “acesso aos meios de comunicação”, questionava se esse indicador contribuía para a melhoria da qualidade de sua vida. Se não contribuia, peso 0 (zero) letra “d” do Quadro 1. Se contribuía, questionava de que forma e qual peso o entrevistado atribuía de 1 até 3.

A etapa seguinte consistiu na tabulação das opiniões dos entrevistados. Para tanto, utilizamos planilhas eletrônicas, conforme demonstrado no Quadro 2.

QUADRO 1 – Levantamento das opiniões referentes aos indicadores sugeridos. Indicadores a) não se pode ter MQV sem ele – Peso 3. b) contribui muito, mas

pode-se ter MQV pode-sem ele – Peso 2. c) contribui pouco com a MQV – Peso 1. d) não contribui de forma alguma – Peso 0. a b c n

n

x

x

x

P

n iqv

+

+

+

=

1 2

...

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Como a importância de cada indicador difere de indivíduo para indivíduo, estabeleceu-se um critério no qual, o indicador para compor IQVd, poderia apresentar uma variância de até 0,30, acreditando-se que esse valor fosse capaz de absorver as diferenças

conceituais existentes entre os

entrevistados. Além disso, a utilização do Quadro 2, permitiu observar através da

média aritmética, quais são os

indicadores mais importantes na visão dos entrevistados para promover a MQV dos mesmos. Dessa forma, o IQVd ficou composto pelo somatório dos indicadores

de qualidade de vida (iqv) juntamente com seu peso (P) expresso da seguinte forma:

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No projeto analisado, esse método permitiu estabelecer o IQVd, ficando composto com os seguintes indicadores e seus respectivos pesos:

Onde: iqv1 – alimentação

iqv2 – convívio familiar

iqv3 – fortalecimento comunitário iqv4 – saúde

iqv5 – condições de moradia iqv6 – morar na zona rural iqv7 – amizades

iqv8 – alfabetização iqv9 – renda

Os resultados encontrados no projeto analisado aproximaram-se dos indicadores constantes no sistema de bem-estar da Escandinávia, o qual baseava-se em três verbos: Ter, Amar e Ser. O primeiro verbo referindo-se as condições para uma sobrevivência livre da miséria: recursos econômicos, condições de moradia, emprego, condições de trabalho, saúde e educação; o segundo, referindo-se as necessidades de relacionamentos com outras pessoas; e o terceiro, à necessidade de integração com a sociedade e de harmonização com a natureza (ALLARDT, 1995).

Os resultados encontrados no projeto analisado seguem a linha de Herculano (1998), que afirma que indicadores como acesso aos meios de comunicação, bens e lazer, são importantes no estabelecimento do nível de qualidade de vida da população.

QUADRO 2 – Tabulação das opiniões referentes aos indicadores levantadas no

Quadro 1.

Entrevistados

Pesos atribuídos pelos entrevistados a cada indicador Indicador a Indicador b Indicador c Indicador n 1 2 3 n Total Média Variância n iqv iqv iqv d

P

P

P

IQV

=

+

+

...

+

2 1

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Após a definição do conceito de qualidade vida a partir da visão dos próprios beneficiários que possibilitaram a construção do IQVd a próxima etapa na avaliação do projeto específico consistiu em criar uma metodologia capaz de verificar os impactos do projeto sobre o IQVd.

2.1.3. Analisar os impactos do projeto sobre o índice de qualidade de vida definido, bem como, as razões dos respectivos impactos.

Essa etapa buscou analisar os impactos do projeto sobre os indicadores que compõem o IQVd através de entrevista específica. Esse impacto, primeiro recebeu a denominação de “Z”, representando o percentual dos beneficiados que tiveram alteração no

IQVd , e segundo, buscamos ver quais foram os motivos específicos que propiciaram a respectivo impacto.

Inicialmente, verificamos se o projeto proporcionou alguma melhoria. Em caso afirmativo, impacto positivo (peso 1); caso o projeto não tenha proporcionado nenhuma alteração, sem impacto (peso 0); e, se ao invés de proporcionar uma melhoria, o projeto tenha auferido um resultado contrário, impacto negativo (peso -1). Matematicamente, esse impacto foi mensurado através da expressão 3:

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onde:

i – indicador do IQVd

b – situação do agricultor durante o desenvolvimento das ações do projeto.

Equivale a uma ponderação assumindo valores de -1 (piorou), 0 (continuou na mesma) e 1 (melhorou).

a – corresponde a situação do agricultor antes do projeto, representada por 0 (zero). n – número de agricultores entrevistados.

Os impactos também foram classificados como pequeno (0 < Zi <= 33%), médio (33% < Zi <= 67%), e grande (Zi > 67%), podendo também assumir valores negativos.

A observação feita sobre os indicadores que constituem o IQVd foi definida de uma forma genérica. Perguntamos ao agricultor se o projeto, no decorrer das suas atividades, proporcionou ou não alteração sobre aquele indicador. Caso a resposta fosse positiva, procuramos saber que tipo de alteração ocorreu e de que forma o projeto colaborou. Essa maneira de observação baseia-se na ótica de Constantini (2002), segundo a qual uma avaliação, como qualquer atividade de pesquisa, não pode compreender toda a realidade, podendo-se simplesmente cortar e analisar uma pequena parte da mesma. Para tabular as informações, utilizamos uma planilha conforme demonstrado no Quadro 3.

QUADRO 3 – Tabulação dos impactos do projeto.

n

a

b

Z

i

=

(

)

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8 entrevistados

indicador a indicador b indicador c indicador n a b z a b z a b z a b z 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 n 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Total 0,00 0,00 0,00 0,00 Z 0,00 0,00 0,00 0,00 Desvio Padrão 0,00 0,00 0,00 0,00 Erro Padrão 0,00 0,00 0,00 0,00 Intervalo Confiança Mín 0,00 0,00 0,00 0,00 Máx 0,00 0,00 0,00 0,00 No caso específico, os impactos do projeto analisado sobre o IQVd estão demonstrados na figura ao lado.

Paralelamente, verificamos as razões que levaram o projeto em análise a provocar tais impactos, quais as suas características, enfim, observou-se todas as nuances possíveis referentes às dimensões dos impactos provocados, conforme demonstrado no Quadro 4.

QUADRO 4 – Caracterização dos impactos das ações do projeto sobre os indicadores que compõem o IQV desejado pelos agricultores.

Indicadores do IQVd % de impacto Tamanho do Impacto

Principais razões dos impactos do projeto

Iqv1 –

alimentação 40% Médio

Consumo de novas espécies principalmente leguminosas produzidas nas propriedades que, até então, os agricultores não produziam e que foram introduzidas pelo projeto.

iqv2 – convívio familiar

25% Pequeno

Maior apego à propriedade, fruto das ações do projeto, as quais proporcionaram o retorno de integrantes da família que antes, por falta de perspectivas, foram buscar possíveis melhorias nos centros urbanos.

iqv3 –

fortalecimento comunitário

45% Médio

O projeto trabalhou esse objetivo indiretamente

através das reuniões para discutir o

desenvolvimento das ações e, diretamente através

40 25 45 15 85 35 75 5 85 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 alim enta ção c. fa mili ar f. co mun itári o saúd e r. n a zo na ru ral c. d e m orad ia am izad es alfa betiz ação rend a %

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das oficinas sobre associativismo.

... ... ... ...

2.2. Construção do método capaz de verificar os impactos sobre os recursos ambientais

A análise dos impactos (Z) do projeto obre a conservação ambiental, consistiu em observar mudança no comportamento dos agricultores referentes a dois pontos específicos, identificados no meio da comunidade: uso das queimadas como instrumento de manejo do solo e utilização econômica da madeira na propriedade.

As entrevistas foram realizadas nas propriedades dos agricultores, o que permitiu também, fazer observações in loco das práticas de manejo do solo desenvolvidas. Procuramos saber se o agricultor utilizava a queima como instrumento de manejo do solo e também se ele tirava madeira da propriedade.

Caso a reposta fosse diferente da observação in

loco, prevalecia a observação.

Para os casos de ocorrências de queimadas, atribuiu-se peso 1 (um), e para os casos negativos, 0 (zero). Essa ponderação, que considerava dois períodos, antes e durante as ações do projeto, resultou num valor médio, o qual corresponde ao tamanho do impacto do projeto sobre os remanescentes de mata na propriedade, em conformidade com os dois pontos observados e

que, para o projeto, esses dois aspectos deveriam ser modificados. A mensuração desse impacto, baseou-se na expressão 4:

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onde:

j – comportamento do agricultor.

a – corresponde a atitude do agricultor antes do projeto.

b – corresponde a atitude do agricultor durante as ações do projeto. n – corresponde ao número de agricultores observados.

As ações do projeto analisado proporcionaram uma redução no uso de queimadas

n

b

a

Z

j

=

(

)

19 5 12 5 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20

antes do projeto durante o projeto

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equivalente a 70% para os agricultores observados. Quanto à retirada de madeira, o impacto do projeto foi menor, chegando a 35% para os dados amostrais, conforme figura ao lado.

A entrevista realizada proporcionou a observação de que a redução do uso de queimadas, em parte, é explicada pelo temor que os agricultores tinham de serem punidos de alguma forma pelo projeto, e parte ao fato de um maior apego à terra uma vez que, segundo eles próprios, o uso de queimadas poderia reduzir a capacidade produtiva do solo.

A observação in loco, permitiu a verificação de que o projeto em análise, não provocou impacto positivo nos agricultores situados no entorno da área do projeto analisado, uma vez que os agricultores nestas áreas praticavam a queima como forma de manejo do solo.

Quanto ao impacto das ações sobre a retirada de madeira, a situação foi modificada devido ao fato do projeto sensibilizar constantemente sobre a importância da conservação dos recursos naturais e sobre os riscos legais e ambientais em desenvolver tal prática na Área de Proteção Ambiental (APA). Na entrevista foi possível observar que, embora os agricultores tivessem temor de represálias pela equipe do projeto e penalidades pela fiscalização ambiental da APA, alguns afirmaram que, antes do projeto eles tiravam madeiras e hoje não fazem mais isso em razão da propriedade não dispor mais de madeira.

2.3. Construção do método capaz de verificar a visão dos beneficiados sobre todas

as ações do projeto.

A terceira etapa desse modelo de avaliação de projetos em verificar a visão que os beneficiados pelas ações desenvolvidas pelo projeto tem, baseando-se na utilização de formulários de resposta do tipo Likert (LIKERT, 1932). Essa análise foi desenvolvida da seguinte forma:

a) para cada resposta obtida na entrevista referente ao ponto de vista do agricultor com relação a ação do projeto, foi atribuído um determinado peso, variando de 1 até 5, tendo a seguinte ponderação/conceituação:

Peso 1 - péssima: a ação desenvolvida pelo projeto analisado proporcionou um resultado contrário ao esperado, ou seja, ao invés de contribuir com a melhoria social, econômica e ambiental, a ação proporcionou danos ao agricultor. Como exemplo, para se adequar a uma ação do projeto, o agricultor deixou de praticar uma atividade que dava-lhe um determinado retorno;

Peso 2 - ruim: a ação do projeto não atingiu o resultado esperado, embora não tenha provocado perdas aos agricultores como na situação anterior;

Peso 3 - regular: aquela ação que na visão do agricultor é importante para sua propriedade, mas por razões diversas não foi constantemente desenvolvida;

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Peso 4 - boa: proporcionou alguma melhoria; e

Peso 5 - ótima: aquela ação que atingiu os resultados esperados, satisfazendo assim, as expectativas dos agricultores.

b) Criou-se um índice que corresponde a análise geral dos agricultores com as ações do projeto. Esse índice compõe-se do somatório dos sub-índices, também denominado análise individual de cada ação, expressos como se segue:

1. análise individual (índice_1): corresponde a média dos pesos atribuídos à determinada ação, expresso através da expressão 5:

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onde:

a – opinião de cada agricultor sobre cada ação.

x - pesos atribuídos por cada agricultor, podendo variar de 1 até 5. n - número de agricultores entrevistados.

2. análise geral (índice_2): corresponde à média das médias, expresso na expressão 6:

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onde:

índice_1 – refere-se ao resultado do índice anterior da expressão 5.

n - refere-se ao número de ações avaliadas.

A avaliação do projeto analisado feita pelos agricultores está exposta na tabela abaixo:

categorias péssima Ruim regular Boa ótima AVALIAÇÃO MÉDIA Ações (valor = 1) (valor = 2) (valor = 3) (valor = 4) (valor = 5)

Sistema agroflorestal 2 0 9 6 3 3,40 Produção de hortaliças 0 1 2 10 7 4,15 Produção de mudas 0 1 4 6 9 4,15

n

x

a

índice

_

1

=

(

.

)

n

indice

índice

_

2

=

(

_

1

)

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Renda Mínima 0 1 4 7 8 4,10

Ecoturismo 1 0 9 6 4 3,60

Reflorestamento 0 1 1 13 5 4,10

Assistência Técnica 1 1 12 3 3 3,30

Observa-se na tabela acima que, dos 20 agricultores entrevistados, 2 informaram que a ação denominada “Sistema Agroflorestal” foi péssima; para 9 agricultores a ação foi regular; para 6, boa; e para 3 agricultores a ação foi ótima. Utilizando a expressão 5, concluímos que a ação analisada teve uma média 3,40 situando-se entre regular e boa (mais próxima de regular). A mesma análise serve para as demais ações desenvolvidas pelo projeto.

Após a análise de cada ação individualmente, a próxima etapa foi verificar a média das médias através da expressão número

6, chegando a um valor atribuído pelos agricultores a todas as ações do projeto equivalente a 3,83, estando entre regular (peso 3) e boa (peso 4).

Entre as ações que tiveram avaliação média acima de 4, nesse caso considerada uma boa ação, apenas a produção de hortaliças (figura ao lado) apresenta-se viável para as comunidades, dada a sua capacidade de segurança alimentar e a existência de mercado local para consumo do excedente.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O procedimento metodológico aqui apresentado mostrou-se eficiente na análise de projeto. Ele permitiu observar características essenciais que os projetos que visam o desenvolvimento local devem no mínimo considerar. Com a montagem do Índice de Qualidade de Vida contendo indicadores que os beneficiados acreditam ser essenciais para a melhoria de qualidade de suas vidas, verificamos que, no projeto específico, a renda não é para os indivíduos analisados, o indicador principal. Acreditam que, as iniciativas de desenvolvimento local, devem buscar o fortalecimento de outros indicadores que poderão proporcionar a sustentabilidade tanto econômica, quanto ambiental e social.

Outra vantagem do modelo elaborado é que o mesmo é dinâmico podendo absorver outros pontos de análise na sua estrutura a depender das peculiaridades regionais assim como, ter pontos da sua estrutura atual, modificados e até mesmo excluídos.

Por fim, o modelo apresentado sendo bem utilizado poderá levantar respostas precisas com relação a qualidade das ações dos projetos específicos e também o nível de satisfação dos beneficiados, sendo uma ferramenta capaz de auxiliar no processo de avaliação de projetos colaborando com os tomadores de decisão quanto aos rumos das ações desenvolvidas.

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4. AGRADECIMENTOS

Ao Programa de Apoio a Dissertações e Teses - THE NATURE CONSERVANCY DO BRASIL (TNC), pelo suporte financeiro concedido para realização da pesquisa.

Ao Instituto de Estudos Socioambientais do Sul da Bahia (IESB) pelo suporte teórico e técnico.

A Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC) pela oportunidade concedida para realização dessa pesquisa.

5. REFERÊNCIAS

ALLARDT, E. Having, loving, being: an analternative to the Swedish of welfare research. In NUSSBAUM, M. & SEN, A. (eds). The Quality of Life. Clariton Paperbacks, 1995.

CONSTANTINI, Gianfrancesco. Experiências de avaliação em debate.In FISCHER, T. Gestão do desenvolvimento e poderes locais: marcos teóricos e avaliação. Salvador – BA: Casa da Qualidade, 2002.

FRANCO, R. Algunas reflexiones sobre la evaluacion del desarrollo. Santiago, ILPES, 1971.

HERCULANO, S. C. A qualidade de vida e seus indicadores. In Ambiente e Sociedade, Ano 1, No. 2. Campinas: Oficinas Gráficas da Universidade Estadual de Campinas, 1998.

LIKERT, R. A. Technique for the measurement of scales points on reliability: a Monte

Carlo Approach. Journal of applied psychology 60: 10-13, 1932.

LUSTOSA, Paulo Henrique. Avaliação da indução de desenvolvimento local sustentável:

uma proposta de metodologia. In FISCHER, T. Gestão do desenvolvimento e poderes

locais: marcos teóricos e avaliação. Salvador – BA: Casa da Qualidade, 2002.

PATTON, M. Qualitative evaluation and reseach methods. Newbury Park, 1990.

ROSSI, P.H.; WRIGHT,S.R; FREEMAN, H.E. Evolution: a systematic approach. Londres, 1979.

TRIPODI, T.; FELLIN, P.; EPSTEIN, I. Social program evaluation. Guidelines for health, education and welfare administrators. Peacock Publishers, Inc., Itasca, Illinois, 1971

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WEISS, C. H. The politicization of evaluation research. Jounal of Social Issues. Michigan, 1970.

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