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Relatório de Atividades Quarto Trimestre 2017

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Relatório de Atividades

Quarto Trimestre 2017

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Relatório de Atividades Quarto Trimestre 2017

Sobre o FAMR:

Criado em julho de 2005 e com sede na cidade da Praia – Cabo Verde, o Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR) é um fundo do Estado, dotado

de autonomia administrativa e

financeira, que tem por objetivo o financiamento sustentado e contínuo da gestão da preservação das estradas que integram a rede rodoviária do país,

garantindo a durabilidade das

infraestruturas viárias.

Agradecimentos:

Os agradecimentos especiais vão para o Instituto de Estradas (IE), cuja colaboração foi importante para o alinhamento das informações apresentadas neste relatório.

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FICHA TÉCNICA

Identificação:

Relatório de Atividades do Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR): 4º Trimestre de 2017

Objetivo:

O presente relatório expõe detalhadamente os resultados associados às atividades ligadas ao funcionamento e às operações de investimento do FAMR ao longo do 4º trimestre de 2017. O documento tem por objetivo servir como uma ferramenta de suporte às decisões de gestão do Conselho Diretivo (CD) do FAMR e de fornecer, às entidades responsáveis pela sua monitorização e fiscalização, dentre os quais cita-se o Ministério das Infra-Etruturas, do Ordenamento do Território e Habitação (MIOTH) e o Ministério das Finanças e do Planeamento (MFP), elementos conclusivos para a avaliação de desempenho e averiguação da regularidade das atividades realizadas.

Metodologia:

Para a elaboração do presente relatório de atividades fez-se recurso à análise de dados primários gerados pelo próprio FAMR e à recolha e análise de dados secundários relacionados ao setor de atividade no qual esta se insere. O tratamento destes dados fez utilização de softwares informáticos simples e sua interpretação fez recurso à observação de variáveis básicas de medição da

performance do FAMR, nos quais incluem-se, entre outros:

 A variação das receitas entradas/arrecadadas

 A evolução dos níveis das despesas de funcionamento

 Os investimentos realizados em construções/intervenções rodoviárias

 O total dos montantes restituidos da Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária (TSMR)

Elaboração:

____________________________________ Hegel Lubrano Teixeira Napoleão Fernandes Gestor Executivo, FAMR

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ÍNDICE DE CONTEÚDOS

FICHA TÉCNICA ... i

LISTA DE GRÁFICOS ... iv

LISTA DE TABELAS ... v

LISTA DE ACRÔNIMOS E ABREVIAÇÕES ... vi

1 SUMÁRIO EXECUTIVO ... 1

2 ASPETOS INSTITUCIONAIS E DE FUNCIONAMENTO ... 2

2.1 Suporte aos órgãos e serviços de gestão ... 2

2.1.1 Conselho Diretivo e Consultivo ... 2

2.1.2 Serviços de suporte à gestão administrativa e operacional ... 3

2.1.3 Instalações e aspetos logísticos ... 4

2.2 Despesas de funcionamento do FAMR ... 4

3 OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO ... 6

3.1 Síntese do contexto operacional ... 6

3.1.1 Evolução dos preços dos combustíveis... 6

3.1.2 Destaques nos meios de comunicação social ... 7

3.2 Resumo anual das atividades operacionais ... 10

3.2.1 Receitas anuais entradas ... 10

3.2.2 Compensação anual das operações de cobrança ... 11

3.2.3 Restituições anuais da TSMR ... 12

3.2.4 Despesas anuais com os serviços de restituição da TSMR ... 14

3.2.5 Execução financeira do PAMR ... 15

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iii

3.3.1 Receitas entradas ... 17

3.3.2 Receitas arrecadadas... 18

3.3.3 Compensação das operações de cobrança ... 18

3.4 Pedidos e restituição da TSMR ... 19

3.4.1 Restituição da TSMR por Ilha ... 20

3.4.2 Restituição por principais entidades – 4º trimestre 2017 ... 21

3.4.3 Despesas com as operações de restituição ... 22

3.5 Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR) ... 22

3.5.1 Estradas Nacionais (EN) ... 23

3.5.1.1 Contratos REMADOR para obras de manutenção e melhorias (A1) 23 3.5.1.2 Contratos simples (A2) ... 24

3.5.1.3 Manutenção corrente de novas estradas (A3) ... 25

3.5.1.4 Compromissos transitados (A4) ... 25

3.5.1.5 Outros projetos rodoviários (A5) ... 26

3.5.2 Trabalhos de urgências (B) ... 27

3.5.2.1 Urgências programadas – REMADOR (B1) ... 27

3.5.2.2 Urgências não programadas – Previsões (B2) ... 28

3.5.3 Estradas Municipais (EM) – Contratos Programa (C) ... 28

4 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS ... 30

4.1 Balancete trimestral ... 30

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 33

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Evolução do preço de combustíveis no posto de venda em 2017 ... 7

Gráfico 2 - Receitas anuais entradas até o 4º Trimestre ... 11

Gráfico 3 - Compensações anuais realizadas até o 4º Trimestre ... 12

Gráfico 4 - Restituições anuais da TSMR até o 4º Trimestre ... 14

Gráfico 5 - Despesas anuais com os serviços de restituição da TSMR até o 4º Trimestre ... 15

Gráfico 6 - Execução financeira do PAMR até o 4º Trimestre ... 16

Gráfico 7 - Compensações das operações de cobrança no 4º Trimestre ... 19

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v

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Despesas de Funcionamento do FAMR ... 5

Tabela 2 - Receitas entradas no quarto trimestre ... 17

Tabela 3 - Receitas arrecadadas no quarto trimestre ... 18

Tabela 4 - Restituição por Ilha no 4º Trimestre ... 21

Tabela 5 - Execução Financeira do PAMR no 4º Trimestre de 2017 ... 23

Tabela 6 - Execução financeira dos contratos REMADOR no PAMR – A1 ... 24

Tabela 7 - Execução financeira dos contratos REMADOR no PAMR – A2 ... 25

Tabela 8 - Execução financeira das novas estradas – A3 ... 25

Tabela 9 - Execução Financeira dos compromissos transitados – A4 ... 26

Tabela 10 - Execução financeira de outros projetos rodoviários – A5 ... 26

Tabela 11 - Execução financeira dos trabalhos de urgências REMADOR (B1) .. 27

Tabela 12 - Urgências não programadas – B2 ... 28

Tabela 13 - Execução financeira dos contratos programa ... 29

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LISTA DE ACRÔNIMOS E ABREVIAÇÕES

ARE Agência de Regulação Económica CCV Correios de Cabo Verde

CdC Casa do Cidadão

ECV Escudos Cabo-Verdianos

FAMR Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária GRT Gestão das Restituições da TSMR

IE Instituto de Estradas

MFP Ministério das Finanças e do Planeamento

MIOTH Ministério das Infra-Estruturas, do Ordenamento do Território e Habitação

PAMR Plano Anual de Manutenção Rodoviária PRST Projeto de Reforma do Setor de Transportes

REMADOR Reabilitação e Manutenção por Desempenho e Obrigação de Resultados

RTC Radio Televisão Cabo-Verdiana

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1 SUMÁRIO EXECUTIVO

O presente relatório de atividades procurou realizar uma análise completa das operações de investimento do Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR) e do panorama económico e social que influenciam o resultado de suas atividades. O relatório, elaborado para o quarto trimestre do encerrado ano de 2017, realiza breve e inicialmente através do capítulo 2 uma avaliação dos aspetos institucionais e de funcionamento do FAMR, passando pelo relato das atuais condições de suporte que existem para atender os seus principais órgãos de gestão. No terceiro capítulo, o documento relata de forma detalhada todas as operações de financiamento e investimento ligadas ao FAMR, começando por uma pequena síntese do cenário económico dos principais indicadores de operação destas atividades. No terceiro capítulo, foram ainda acompanhados a detalhe, as receitas entradas e arrecadadas, as compensações com as operações de cobrança da Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária (TSMR), restituições da TSMR, despesas associadas às restituições e finalmente a execução financeira e técnica do Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR). No quarto e penúltimo capítulo, o relatório apresenta uma demonstração de resultados para todas as atividades desenvolvidas, encerrando no quinto e último capítulo com observações sobre as perspetivas para o primeiro trimestre do próximo ano e algumas recomendações de importância para as tutelas e entidades ligadas às atividades do FAMR.

O presente relatório é ainda complementado pelo Relatório de Contabilidade do FAMR para o 4º Trimestre, uma novidade quanto aos documentos de prestação de contas do FAMR que dantes só apresentava as contas oficialmente com periodicidade anual. O referido relatório de contas conta com a apresentação detalhada das principais demonstrações financeiras exigidas a nível da contabilidade patrimonial, nomeadamente, o Balanço Patrimonial (BP), a Demonstração do Resultado de Exercício (DRE), a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) e também a Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP). Com o acréscimo da referida novidade, a forma de reporte do FAMR deu assim o prometido upgrade considerado necessário por parte de sua nova gestão. Os níveis de detalhe e a organização das informações apresentadas em ambos os documentos receberam um tratamento minucioso, o que serviu para uma melhoria significativa da qualidade e da quantidade de informações necessárias e disponíveis para servirem de suporte à tomada de decisões importantes por parte da direção desta instituição.

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2 ASPETOS INSTITUCIONAIS E DE FUNCIONAMENTO

2.1 Suporte aos órgãos e serviços de gestão

2.1.1 Conselho Diretivo e Consultivo

Até o encerramento do quarto trimestre de 2017, o FAMR esteve sob direção exclusiva do Gestor Executivo. Para a tomada de decisões cuja natureza e competência apelavam pela intervenção do seu órgão deliberativo, o Conselho Diretivo (CD), o Gestor Executivo esteve suportado por autorizações da tutela, nomeadamente, o Ministério das Infra-Estruturas, do Ordenamento do Território e Habitação (MIOTH). No entanto, informa-se que à data da elaboração do presente documento, através do Despacho conjunto nº 3/2018, de 17 de janeiro, foi constituído oficialmente o CD do FAMR, que tem como membros, além do Gestor Executivo a desempenhar o papel de Presidente do Conselho Diretivo (PCD), dois Vogais não executivos a representarem, nomeadamente, o MIOTH e o Ministério das Finanças e do Planeamento (MFP).

A necessidade de constituir um CD para o FAMR foi uma ressalva importante destacada no relatório de atividades do passado trimestre. Com a constituição do CD, o FAMR encontra-se agora em condições de elaborar e aprovar o seu regimento interno, de apreciar e aprovar internamente os seus instrumentos de gestão e de prestação de contas, de melhor controlar a execução técnica e financeira do Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR) e de propor ao Governo, por via do MIOTH, alternativas para a diversificação e incremento da sua atual fonte de receita, isto com o objetivo de permitir com que sejam financiadas intervenções rodoviárias cujo atual Estatuto impede que sejam realizadas com o financiamento das verbas provenientes da coleta da Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária (TSMR).

A constituição de um Conselho Consultivo (CC), também previsto nos Estatutos do FAMR como sendo um órgão desta instituição, será o próximo passo a dar após entrada em funcionamento e consolidação das atividades do recém-constituído CD. O CC poderá representar para o FAMR um órgão de extrema importância para consulta e apoio na definição das suas linhas gerais de atuação, em especial no que diz respeito às propostas de atualização da TSMR, que impacta em particular a sociedade civil. Pelos estatutos, sabe-se que tal conselho deverá ser composto por representantes da área das finanças, viação e segurança rodoviária, infraestruturas, da Associação Nacional dos Municípios, dos Transportes Rodoviários e da Defesa do Consumidor.

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3 2.1.2 Serviços de suporte à gestão administrativa e operacional

Por um impedimento Estatutário, citam-se os pontos 1 e 2 do Artigo 33º do Decreto-Lei nº 9/2017, de 6 de março, que altera e republica os Estatutos do FAMR, o Fundo de Manutenção Rodoviária não dispõe, salvo o cargo de Gestor Executivo, de quadro de pessoal, sendo que os apoios técnicos e administrativos ao FAMR devem ser prestados pelo pessoal do Instituto de Estradas (IE).

É de extrema importância salientar que, as determinações Estatutárias acima citadas não coadunam com a atual realidade administrativa da instituição, que fica assim a carecer, entre outros, dos devidos e legais serviços de apoio logístico, contabilístico, jurídico e administrativo. Atualmente, por forma a contornar estes constrangimentos causados pela imposição dos próprios Estatutos, o FAMR opera com serviços de suporte administrativo e contábil terceirizados e contratualizados sob o amparo dos artigos 32º e 33º da Lei nº 102/IV/93, de 31 de dezembro, que define o regime jurídico de constituição, modificação e extinção da relação jurídica de emprego na Administração Pública. Considerando que tais serviços de apoio continuarão sendo imperiosos com o decorrer dos anos, aconselha-se às tutelas que deem o devido suporte à alteração destas imposições Estatutárias, permitindo ao FAMR possuir um quadro de pessoal próprio que seja enxuto para a realização dos serviços citados, mas que dê à instituição uma maior estabilidade administrativa e garantia de continuidade das suas operações.

Importa ainda destacar, que ao longo do quarto trimestre de 2017, entraram em funcionamento como elementos de suporte à gestão administrativa e operacional do FAMR, dois importantes instrumentos de comunicação e de prestação de serviços. Refere-se nomeadamente ao webisite institucional, acessível através do endereço eletrónico www.famr.cv e à Plataforma de Gestão das Restituições da TSMR, abreviadamente designada por Plataforma GRT e disponibilizada através do endereço eletrónico www.grt.famr.cv.

Sincronizado às redes sociais Facebook e LinkedIn, o sítio web do FAMR vem sendo utilizado como uma importante ferramenta para a comunicação de todas as atividades realizadas pelo FAMR e também para dar a conhecer a missão e os serviços da instituição. Por sua vez, a Plataforma GRT representa atualmente o único intermédio por via do qual os interessados podem realizar os seus pedidos de restituição da TSMR e acompanhar os processos submetidos até o recebimento. Está marcado para o dia 1 de fevereiro de 2018, a assinatura do Acordo de Nível de Serviço (ANS) que permetirá com que os interessados possam, por via dos balcões de atendimento da Casa do Cidadão (CdC), realizarem presencialmente seus pedidos de restituição.

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4 2.1.3 Instalações e aspetos logísticos

Após ter operado grande parte do terceiro trimestre em instalações provisórias, o FAMR pôde no último trimestre de 2017, realizar sua mudança para suas instalações definititivas. A sede fica atualmente instalada no 1º piso do edifício do MIOTH, na Rua Judice Biker, Ponta Belém/Plateau, cidade da Praia, ocupando as mesmas salas utilizadas anteriormente pelo Projeto de Reforma do Setor de Transportes (PRST). As novas instalações comportam adequadamente as necessidades físicas para realização de todas as atividades administrativas e operacionais do FAMR.

No que respeita ao apoio logístico para a realização de deslocações em serviço, o FAMR possui um veículo próprio que embora estando grande parte do tempo a disposição do IE, que carece de viaturas adequadas para realização das deslocações no âmbito das fiscalizações dos serviços de manutenção rodoviária e demais operações ligado às estradas, presta, sempre que necessário e requisitado, o devido apoio às necessidades de deslocação em serviço do FAMR. No entanto, recomenda-se, considerando a necessidade da independência das atividades realizadas por cada instituição, a autonomia logística também no que se refere às necessidades locomotivas.

2.2 Despesas de funcionamento do FAMR

A Tabela 1, apresentada abaixo, ilustra as despesas de funcionamento do FAMR ao longo do quarto trimestre de 2017. No último trimestre daquele ano, o FAMR utilizou para a manutenção dos seus custos de funcionamento o montante total de 1.811.577 ECV, o correspondente a 28% do total do custo de funcionamento no qual se incorreu até o dia 31 de dezembro de 2017 (acumulado), que foi de 6.476.741 ECV.

As Despesas com pessoal representam a grande parte dos recursos utilizados com a finalidade de se sustentar os custos de Funcionamento do FAMR. Ao longo do quarto trimestre do corrente ano o FAMR empregou a quantia de 1.065.305 ECV para fazer face às despesas com o pessoal, equivalendo este montante a 59% do total dos custos de funcionamento da instituição para o quarto trimestre.

No final do mês de dezembro de 2017, o FAMR contava no seu orçamento de funcionamento com um saldo remanescente igual ao montante de 910.316 ECV, um saldo positivo justificado pelo fato de não terem sido executados todas as despesas inicialmente previstas aquando da elaboração do orçamento para o ano económico de 2017 e também pelo fato de terem sido cativos diversas rubricas no equivalente a 10% do total das verbas que foram previstas de serem utilizadas.

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Por fim, vale ainda informar que o total das despesas de funcionamento do FAMR no quarto trimestre de 2017, 1.811.577 ECV, correspondeu aos 1% do total das receitas entradas no mesmo período, que conforme evidencia a parte superior da Tabela 1 foi de 156.264.275 ECV. Assim sendo, o total das despesas de funcionamento do FAMR esteve dentro dos parâmetros determinados pelo Decreto-Lei nº 63/2016, de 23 de dezembro, que regula a distribuição das verbas do FAMR provenientes da TSMR. Salienta-se, no entanto, que esta redução de 3 para 1% do valor das receitas destinadas a cobrir os custos de funcionamento do FAMR, será causa futura de alguns constransgimentos de liquidez por parte da instituição considerando as despesas que esta tem de enfrentar. Em tal caso, a única solução imediata teria de ser a aplicação de verbas inscritas no projeto de investimento do Fundo Rodoviário para a criação e utilização de rubricas neste mesmo projeto com destino cobrir despesas de funcionamento. Recomenda-se por forma a isto evitar, e com relativa urgência, que as tutelas apoiem e efetivem o aumento do percentual das verbas determinadas em lei como sendo destinadas a cobrirem os custos de funcionamento do FAMR.

Tabela 1 - Despesas de Funcionamento do FAMR

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6

3 OPERAÇÕES DE FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO

3.1 Síntese do contexto operacional

Esta seção é destinada à avaliação das variáveis exógenas às atividades operacionais do FAMR, mas que, no entanto, influenciam os seus resultados. Faz-se aqui destaques relativamente a variáveis económicas e contextos sociais que impactam e interessam o FAMR de forma global. A presente seção consta pela segunda vez dos relatórios trimestrais do FAMR, sendo que a entidade ainda não possui internamente nas suas bases de dados históricos que permitissem fazer análises mais elaboradas do que as apresentadas. No entanto, haverá um significativo upgrade dos temas aqui tratados nos próximos relatórios a serem elaborados.

3.1.1 Evolução dos preços dos combustíveis

A principal variável afetando a demanda de um bem é o seu preço, e embora o combustível seja um bem inelástico dado a sua importância para a consecução de todas as atividades desempenhadas pelos agentes económicos no país, o seu nível de consumo é em última instância afetado pelas oscilações de preço que ocorrem.

Considerando que a receita do FAMR está diretamente ligada ao consumo total de combustíveis, avalia-se aqui, através do Gráfico 1 apresentado abaixo, a tendência desta variável desde o início do ano de 2017. Nota-se que os preços apresentados fazem referência aos máximos por litro de combustível comercializado nos postos de venda. Os dados apresentados foram fornecidos pela Agência de Regulação Económica (ARE). Para os meses de janeiro e março, períodos para os quais não houve atualização de preços, aplicou-se o que se encontrava em vigor no mês anterior. Do início do ano para o final do mês de dezembro de 2017, nota-se que no global os preços dos combustíveis aumentaram significativamente. A gasolina por exemplo que estava sendo comercializada em janeiro por 108,3 ECV o litro passou para 118,9 ECV o litro, uma variação acumulada no ano de 9,8%, correspondente a uma variação média mensal de 0,9% para este combstível. Por sua vez, o gasóleo passou de 86,6 ECV no início do ano para 94,9 ECV até o final de dezembro, uma variação acumulada no ano de 9,6%, equivalendo a uma variação média mensal de 0,9%.

Como seria de esperar, o aumento do preço de combustíveis afetou pela negativa as receitas do FAMR em 2017, se comparado o desempenho do quarto trimestre com os demais trimestres do mesmo ano. O total das receitas arrecadadas no 4º trimestre de

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2017 foi de 158.694.068 ECV, uma diminuição de 3,4% em relação ao 3º trimestre do mesmo ano, que foi de 164.778.411 ECV. Mantendo-se a tendência para o aumento dos preços de combustíveis, é de se esperar que o ritmo global do aumento das receitas anuais do FAMR possa vir a diminuir em 2018.

Outrossim, informa-se ainda que a atualização da TSMR hoje afixada em 8 ECV por litro de combustível já passou do período previsto em lei para que fosse atualizada. Esta atualização, que ocorre a cada três anos, acompanha a evolução da taxa de inflação como principal fator e deve ser proposta ao Governo pelo FAMR sob consulta prévia do seu Conselho Consultivo, para que no final e em caso de aprovação, possa vir a ser efetivamente implementada pela ARE.

Gráfico 1 - Evolução do preço de combustíveis no posto de venda em 2017

Fonte: Agência de Regulação Económica (ARE)

3.1.2 Destaques nos meios de comunicação social

Para o último trimestre concluído, as notícias divulgadas pelos meios de comunicação social não foram das mais positivas, no entanto, houve também boas novas no setor rodoviário, especialmente pelo fato de terem sido realizadas algumas inaugurações de estradas novas e reabilitações de troços de estradas que se encontravam em estado altamente degradados. A seguir apresentam-se estas notícias por ordem cronológica das divulgações realizadas pelas respetivas entidades de comunicação:

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A primeira1 notícia, divulgada pelo jornal “A Nação” aos 8 de outubro de 2017 foi muito

positiva. Segundo o edil do Porto Novo, Aníbal Fonseca o Governo irá disponibilizar um montante de 60 mil contos para avançar, em 2018, com a construção da estrada que ligará a zona agrícola de Chã de Branquinho ao resto do concelho, que ainda com sérios problemas de encravamento. Os agricultores em Chã de Branquinho têm vindo a reclamar a construção dessa via para facilitar o escoamento dos produtos agrícolas, considerando que o isolamento tem condicionado o desenvolvimento da agricultura nessa localidade, onde está localizada a barragem subterrânea.

A segunda2 notícia a destacar, divulgado aos 20 de outubro no fogonews.com, tem

como protagonista o Grupo Por Amor Incondicional a São Filipe (GPAIS), que reclama do péssimo estado da estrada de acesso ao hospital regional São Francisco de Assis, exigindo uma intervenção para a sua asfaltagem. O líder do GPAIS e vereador sem pasta na Câmara Municipal de São Filipe, Luís Pires, disse que os doentes, profissionais de saúde, taxistas e demais utilizadores desse troço de estrada fartaram-se de reclamar do péssimo estado do piso da referida estrada perante as autoridades. A terceira3 notícia, divulgada na Radio Televisão Cabo-Verdiana (RTC) aos 29 de

outubro através do jornal da noite, informou pelo edil Boavistense que já estavam garantidas as condições para início das obras da estrada Rabil-Povoação Velha até o final de 2017. Esta obra que se prevê de extrema importância para o município está sendo apoiada pelo Governo através do MIOTH.

A quarta4 notícia, também divulgada pela RTC aos 11 de novembro, relata a

inauguração realizada pelo edil Salense da estrada que liga Bairro Novo 1 e África 70. A quinta5 notícia, que foi divulgada pela RTC no dia 17 de novembro através do jornal

da noite, informa à população que o Governo, através o MIOTH, daria início às obras da estrada Chã de Escudela/Tarrafal de Monte Trigo, Santo Antão, num espaço de tempo de três meses. A estrada terá 12 km de comprimento e custará aos cofres públicos cerca de 40.000.000 ECV.

1 http://anacao.cv/2017/10/08/porto-novo-governo-avanca-60-mil-contos-construcao-da-estrada-acesso-cha-branquinho/ 2 http://www.fogonews.com/index.php?option=com_content&view=article&id=2671:ilha-do-fogo-gpais- reclama-do-p%C3%A9ssimo-estado-da-estrada-de-acesso-ao-hospital-regional&catid=1:noticias&Itemid=2 3http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=62750 4http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=63144 5http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=63331

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9

A sexta6 notícia, relatada pela RTC aos 24 de novembro de 2017, informa à população

que a Câmara Municipal de Santa Catarina e MIOTH inauguraram a estrada que dá acesso à localidade de Banana Semedo. Esta obra enquadrou-se no programa do Governo e da Câmara Municipal para o desenvcravamento das comunidades e custou cerca de 12.000.000 ECV. O troço da estrada inaugurada é de 1.5 km.

Na sétima7 notícia, também divulgado no dia 24 de novembro pela RTC, foi

comunicado o descontentamento da população de Cruzinha em Santo Antão com o estado da estrada que dà acesso àquela localidade.

Na oitava8 notícia, divulgada pela RTC, o edil da Câmara Municipal Ribeira Grande

aparece no lançamento da primeira pedra para a construção de troço de estrada nacional ligando aquele município ao concelho do Paúl. Segundo a notícia divulgada aos 2 de dezembro a obra irá custar cerca de 35.000.000 ECV.

Na nona9 notícia, divulgada aos 10 de dezembro pela RTC, apresentou-se o

descontentamento dos condutores com a demora no conserto da estrada danificada no troço via São Salvador do Mundo – ilha de Santiago. Os estragos neste troço foram provocados pelas chuvas de 2015 e fazem já dois anos que a situação permanece sem solução definitiva.

A décima10 notícia, divulgada aos 17 de dezembro de 2017 pela RTC, comunica a

inauguração da estrada Achada Limpo-Paiol, na cidade da Praia. A construção desta estrada contou com um investimento da Câmara local, que rondou os 50.000.000 ECV. A décima primeira11 notícia, divulgada pela RTC aos 25 de dezembro, mostra o edil

António Aleixo no lançamento da primeira pedra das obras de reabilitação da estrada de Chã de Erva no município do Paúl. A obra irá custos em torno de 7.500.000 ECV e será financiada pelo Governo.

Por fim, a décima segunda12 notícia, também divulgada aos 25 de dezembro de 2017,

apresenta o edil Júlio Lopes na inauguração das obras de reabilitação do troço mais antigo da estrada de Chã de Matias, ilha do Sal.

6http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=63588 7http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=63589 8http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=63805 9http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=64037 10http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=64230 11http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=64436 12http://www.tcv.cv/index.php?paginas=13&id_cod=64435

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3.2 Resumo anual das atividades operacionais

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A seguir, e por forma a melhor compreender e relacionar os dados da análise trimestral realizada da seção 3.3 em diante, faz-se um breve resumo do que foram os resultados operacionais obtidos das principais atividades do FAMR. Estes resumos apresentam resultados anuais acumulados até o último dia do mês de dezembro de cada ano, enquadrando e vislumbrando assim as possibilidades para que o FAMR obtenha nos próximos anos resultados que o possibilitem alcançar melhor ou pior performance da que os obtidos nos períodos homólogos antecedentes. As análises resumidas avaliam pilares tais como receitas anuais entradas, compensação das operações de cobrança, restituições da Taxa de Serviço de Manutenção Rodoviária (TSMR) e despesas associadas e também a execução financeira do Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR).

3.2.1 Receitas anuais entradas

O Gráfico 2, apresentado a seguir, mostra o total das receitas anuais entradas até o fim do 4º trimestre de cada ano. É possível evidenciar observando o gráfico, que de 2012 para 2017 as receitas do FAMR tiveram um crescimento acumulado de 23,2%, passando de ECV 518.655.448 no início do período para ECV 639.072.776 no final do período. O crescimento médio anual entre os anos de 2012 e 2017 foi de 4,5%.

O montante total de receitas entradas nos cofres do FAMR até o final de dezembro de 2017 foi superior à de todos os demais anos considerando o mesmo período, o que significou um novo record na obtenção de receitas para o último encerrado. Se mantidos constantes os ritmos de crescimento, o ano de 2018 poderá por sua vez vir a superar os demais aqui analisados.

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Gráfico 2 - Receitas anuais entradas até o 4º Trimestre

Fonte: FAMR | VIVO ENERGY | ENACOL

3.2.2 Compensação anual das operações de cobrança

As operações ligadas à arrecadação das receitas do FAMR, atualmente realizadas pelas petrolíferas VIVO ENERGY e ENACOL, acarretam custos inerentes ao serem realizadas. Para tanto, o Decreto-Lei nº 47/2010, de 1 de novembro, aproveitou para reconhecer às empresas petrolíferas o direito a uma compensação pelos custos operacionais e administrativos incorridos no exercício de cobrança e transferência da TSMR, calculado na base de 1,5% do total do montante da taxa arrecadada. Esta seção, apresenta com periodicidade anual, até o final do quarto trimestre de cada ano, os valores globais das despesas incorridas pelo FAMR por forma a compensar as entidades petrolíferas citadas.

O Gráfico 3, a seguir apresentado, mostra que seguindo a tendência do aumento das receitas, as compensações pagas às petrolíferas também vêm por sua vez aumentando e de forma significativa. Os valores compensados tiveram um crescimento acumulado para o período analisado de 60,3%, passando de 5.445.551 ECV em 2012

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12

para ECV 8.730.920 nos finais de 2017. Em média, estas compensações vêm crescendo a uma taxa média anual de 12,3% nos últimos cinco anos.

Gráfico 3 - Compensações anuais realizadas até o 4º Trimestre

Fonte: FAMR | VIVO ENERGY | ENACOL

3.2.3 Restituições anuais da TSMR

Para todos os agentes económicos, sejam tais entidades individuais ou coletivas, é garantido de acordo com o Artigo 15º do Lei nº 16/2008, alterado pelo Decreto-Lei nº 47/2010, de 1 de novembro e republicado pelo Decreto-Decreto-Lei nº 7/2014, de 12 de fevereiro, o direito à devolução da TSMR para aquele que provar ter adquirido combustível que não se destine à circulação rodoviária e em cujo preço esteja incluído a taxa de manutenção rodoviária.

Os pedidos de restituição da TSMR, realizados por via dos serviços dos Correios de Cabo Verde (CCV), dão entrada no FAMR no prazo de 60 (sessenta) dias após a aquisição do combustível, que por sua vez e após averiguação de estarem devidamente justificados, procede também num prazo de 60 (sessenta) dias, à restitituição dos montantes solicitados.

O Gráfico 4, apresentado abaixo, evidencia que o ano de 2017 foi o segundo em absoluto o que apresentou, até o fecho do quarto trimestre de cada ano, maiores

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13

montantes restituídos aos operadores passivos que consomem combustível com outro fim que não o de uso para circulação nas estradas. Em 2017, até o fim do mês de dezembro, o montante restituído foi de 70.651.282 ECV, um aumento de 12,8% em relação ao ano de 2016, no qual foi de 62.645.737 ECV. Em média, as restituições têm aumentado a uma taxa anual de 1,9% entre os anos de 2012 a 2017. Para o período em análise, o ano de 2014 foi o que até dezembro teve maiores montantes devolvidos em absoluto, totalizando a soma de 82.987.278 ECV.

É importante ainda destacar, nesta seção que resumidamente analisou as restituições da TSMR, que para o ano de 2018 já entrou em vigor a utilização da Plataforma GRT como intermédio único na gestão dos processos de restituição da taxa de manutenção rodoviária. Na medida em que esta plataforma digital suportado pelo protocolo a ser efetivado no dia 1 de fevereiro de 2018 com a Casa do Cidadão para a prestação presencial dos serviços associados às restituições irão ampliar a possibilidade de acesso ao direito de restituição de um modo geral, espera-se que a informatização do sistema traga enormes ganhos no que diz respeito aos custos previamente envolvidos na prestação do mesmo serviço, tempos de espera associados à realização dos pedidos e recebimentos, uniformização e controle dos dossiers exigidos às diferentes entidades requerentes, geração de estatísticas relativas à TSMR e também no processo de fiscalização das entidades que solicitam a restituição da TSMR.

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14

Gráfico 4 - Restituições anuais da TSMR até o 4º Trimestre

Fonte: FAMR | CCV

3.2.4 Despesas anuais com os serviços de restituição da TSMR

Os front office dos serviços de restituição foram, até o encerramento do 4º trimestre de 2017, realizados através dos CCV por via de um contrato que vigorava entre aquela instituição e o FAMR. Assim, os valores apresentados a seguir no Gráfico 5, representam os custos relativos às tranches do referido contrato cujo montante anual a pagar era de 3.000.000 ECV14.

Nesta subsecção, vale ainda informar que o FAMR irá no ano de 2018 reduzir os custos dos serviços front office de 3.000.000 ECV para 881.500 ECV, passando a gestão destes serviços dos CCV para a Casa do Cidadão, que por via de um acordo de nível de serviço irá protocolar no início de fevereiro a realização presencial dos serviços de restituição.

Observa-se ainda o fato de que, a mudança de parceria dos CCV para a CdC trará enormes benefícios à população em termos de presença local no território nacional das agências desta última instituição, que supera em número e distribuição a da primeira.

14 Os valores inferiores a 3.000.000 ECV contantes no Gráfico 5, pagos para a manutenção dos serviços

de front office, fazem referência a um período qual não havia sido ainda assinado um contrato entre os CCV e o FAMR. O referido contrato foi assinado no dia 3 de março de 2014.

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15

Gráfico 5 - Despesas anuais com os serviços de restituição da TSMR até o 4º Trimestre

Fonte: FAMR | CCV

3.2.5 Execução financeira do PAMR

Até o encerramento do quarto trimestre de 2017, o FAMR empregou o montante total de 454.060.868 ECV em diversas intervenções rodoviárias, dentre as quais se encontram as de manutenção, melhorias, reabilitação, urgências e também daquelas que são realizadas em benefício das estradas municipais. Dentre as obras e serviços de manutenção financiadas, constaram também despesas com estudos e assistência técnica no âmbito das intervenções rodoviárias realizadas.

Para o período em análise, os anos de 2012 e 2016 foram os únicos que tiveram um montante de financiamento de intervenções rodoviárias superior ao ano de 2017, equivalentes a 515.929.447 ECV e 510.185.188 ECV, respetivamente. A razão associada ao maior financiamento deriva de um melhor planeamento orçamental considerando que para estes anos as receitas não foram superiores às arrecadadas em 2017. O Gráfico 6, apresentado abaixo, ilustra a situação explanada. Para o ano de 2018, o budget previsto para a realização de intervenções rodoviárias é de ECV 532.637.217, fazendo com que havendo correspondência a nível da arrecadação de receitas, o montante destinado à realização de obras e serviços rodoviários venha a ser superior à de todos os anos passados.

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16

Gráfico 6 - Execução financeira do PAMR até o 4º Trimestre

Fonte: FAMR | IE

3.3 Operações de arrecadação de receitas provenientes da TSMR

A TSMR, criada pelo Decreto-Lei nº 16/2008, de 2 de junho, passou a representar uma das fontes de receita do FAMR a partir de 2009, tendo passado do ano de 2010 em diante a constituir a única fonte de receita do FAMR. Atualmente, a TSMR corresponde ao equivalente de 8,00 ECV por litro de combustível comercializado nos postos de venda das duas principais entidades petrolíferas presentes em Cabo Verde, nomeadamente a VIVO ENERGY CABO VERDE, SA e a ENACOL - EMPRESA NACIONAL COMBUSTIVEIS, SA.

A presente seção apresenta as receitas entradas e arrecadadas com a TSMR ao longo do quarto trimestre de 2017 e suas respetivas compensações pelos serviços de cobrança que são prestados pelas petrolíferas locais. Receita entrada define-se como sendo o montante total da TSMR coletado e transferido pelas entidades petrolíferas ao FAMR no período exato em que ocorre a transferência destes montantes, pelo que não depende, necessariamente, do período de ocorrência a que esta deveria necessariamente fazer referência. No entanto, receita arrecadada refere-se a aquela do período de referência ou ocorrência do fato gerador da receita e não a da transferência, e normalmente tem desfasagem de 1 (um) mês “de atraso” em relação à receita

(25)

17

entrada. A ressalva a ser realizada, é que para a apuração das contas e demonstrações de resultados prevalece a análise da receita entrada e não da arrecadada.

3.3.1 Receitas entradas

A Tabela 2, mostrada abaixo, apresenta o total de receitas entradas no quarto trimestre de 2017 e os compara com o período homólogo do ano anterior. A primeira coluna, intitulada de “Total Ano*”, começa por realizar a soma do total de receitas entradas nos respetivos anos considerando o período anual na sua totalidade.

Pela análise da tabela, fica evidente que a VIVO ENERGY é a entidade petrolífera que mais contribui para a entrada de receitas. Com o encerramento do quarto trimestre de 2017, do total de 156.264.275 ECV coletados a VIVO ENERGY foi responsável por 61%, o equivalente a 95.659.960 ECV. Já a ENACOL foi responsável pelos demais 39% das receitas entradas daquele período, o equivalente a 60.604.315 ECV.

Comparativamente ao quarto trimestre do ano de 2016, observa-se que as receitas foram nitidamente inferiores, tendo sido para aquele período coletado o montante global de 204.863.528 ECV, 31,1% superior ao do mesmo período de 2017, que já foi referido como tendo sido de 156.264.275 ECV. Tal fato justifica-se pelo fato de não ter ocorrido entrada de receitas no mês de setembro de 2016 (3º trimestre), tendo aquelas receitas entradas vindo a ocorrer apenas no 4º trimestre.

Considerando a coleta total anual, apresentada na primeira coluna da Tabela 2, observa-se que a performance do ano de 2017 até o encerramento do quarto trimestre acabou por superar substancialmente a do ano de 2016 em termos do total de receitas entradas. A diferença entre os dois anos foi de 31.873.271 ECV a favor do último ano económico encerrado, que obteve assim melhores resultados em termos do total de receitas entradas.

Tabela 2 - Receitas entradas no quarto trimestre

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18 3.3.2 Receitas arrecadadas

Seguindo a lógica da análise elaborada para as receitas entradas na subsecção anterior, a Tabela 3, apresentada abaixo, mostra o total de receitas arrecadadas no quarto trimestre de 2017 e os compara com o período homólogo do ano anterior. À semelhança daquela análise, a primeira coluna, intitulada “Total Ano*”, faz a soma do total de receitas arrecadadas dos respetivos anos apresentados, considerando o período anual como um todo, portanto, de janeiro a dezembro.

Como já era de se esperar, a VIVO ENERGY é a petrolífera que mais contribui para a arrecadação de receitas. Com o encerramento do quarto trimestre de 2017, do total de 158.694.068 ECV coletados, a VIVO ENERGY foi responsável por 61%, o equivalente a 97.143.584 ECV. Já a ENACOL, foi responsável pelos demais 39% das receitas arrecadadas para o mesmo período, o equivalente a 61.550.484 ECV.

Comparativamente ao quarto trimestre do ano de 2016, observa-se que o total das receitas arrecadadas em 2017 foi relativamente superior, tendo o último ano fiscal encerrado superado em termos de receitas arrecadadas o ano de 2016 em 8.240.629 ECV. Caso se mantiverem as taxas médias anuais de crescimento das receitas arrecadadas ao longo do ano 2018, teremos novamente um aumento no total das receitas arrecadas pelo FAMR.

Tabela 3 - Receitas arrecadadas no quarto trimestre

Fonte: Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR)

3.3.3 Compensação das operações de cobrança

O Gráfico 7, a seguir apresentado, faz a avaliação dos custos associados às operações de coleta de receitas para o quarto trimestre de 2017. Como explanado na seção 3.2.2, tais operações acarretam, por determinação legal, um custo equivalente a 1,5% do total das receitas arrecadas pelas petrolíferas.

Com a exceção do mês de dezembro, ao longo do quarto trimestre o ano de 2017 teve menores valores a serem compensados às petrolíferas que realizam o serviço de coleta das receitas do FAMR. As compensações do quarto trimestre totalizaram em

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19

2017 o montante de 2.406.399 ECV, pouco acima da metade do que foram as do período homólogo do ano anterior, que foram de nomeadamente 4.206.953 ECV. Tal fato explica-se não só pela maior entrada de receita no 4º trimestre de 2016, mas também pelo acumulo de compesaçlões pagas no mês de dezembro de 2017, período em que se liquidu compensações relativas também ao 3º trimestre daquele ano junto das entidades petrolíferas prestadores do serviço de coleta e transferência da TSMR.

Gráfico 7 - Compensações das operações de cobrança no 4º Trimestre

Fonte: FAMR | VIVO ENERGY | ENACOL

3.4 Pedidos e restituição da TSMR

A seção atual, analisa para o quarto trimestre de 2017, o total das restituições da TSMR, destacando os montantes por municípios e principais entidades a quem foram devolvidas a taxa de manutenção rodoviária. Por fim, é citado na última subsecção da análise, o valor das despesas devidas e pagas aos CCV pelo último trimestre em que realizaram os serviços de restituição da TSMR.

Embora evidenciado na seção 3.2.3 que de modo global as restituições em 2017 aumentaram em relação ao ano de 2016, tais restituições estiveram ao longo do quarto trimestre do último ano económico encerrado (ver Gráfico 8) abaixo da totalidade

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restituída em 2016. O quarto trimestre de 2017 viu devolvido o montante de 13.415.628 ECV aos agentes económicos passivos à circulação rodoviária no ato de consumo de combustível, em contraposição aos 21.018.995 ECV que foram devolvidos no período homólogo de 2016, uma queda de 36,2% para o período analisado.

Gráfico 8 - Restituições da TSMR no 4º Trimestre

Fonte: FAMR | CCV

3.4.1 Restituição da TSMR por Ilha

A primeira observação a ser realizada na Tabela abaixo apresentada é o fato da ilha da Brava encontrar-se isolada relativamente aos serviços de restituição, isto tanto em 2016 quanto em 2017, ao longo do ano e também do quarto trimestre aqui analisado. Este fenômeno terá ocorrido não só pela falta de informação das entidades locais da existência deste direito e dos serviços de restituição, como da burocracia que envolvia o processo até o encerramento do ano de 2017. Espera-se, como já foi frisado anteriormente na seção 3.2.3, que a informatização dos serviços de restituição acompanhado da sua implementação presencial através da CdC venha a corrigir este isolamento da ilha da Brava.

Detacam-se as ilhas do Sal e de Santiago por serem aquelas que maiores valores receberam em termos de TSMR restituída. Por exemplo, para o ano de 2017, a ilha do Sal teve um montante total de restituição equivalente a 6.367.830 ECV e a de Santiago de 4.077.379. Observa-se pela tabela que a única ilha que no mesmo período teve

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aumento de valores restuídos foi a do Fogo, que passou de 75.423 ECV para 289.724 ECV, um aumento de 284%. A maioria das entidades que solicitaram a restituição naquela ilha são pescadores. Na seção seguinte, ao se avaliar as principais entidades beneficiadas com os serviços de restituição da TSMR, explica-se também a razão da ilha do Sal e de Santiago serem as com maior participação.

Tabela 4 - Restituição por Ilha no 4º Trimestre

Fonte: FAMR | CCV

3.4.2 Restituição por principais entidades – 4º trimestre 2017

Para a ilha do Sal, destaca-se principalmente a empresa AGUAS DE PONTA PRETA, LDA, que no quarto trimestre do último ano encerrado solicitou pedidos de restituição da TSMR que totalizaram o montante de 4.392.000 ECV, mais da metade do total de todos os pedidos realizados naquela ilha. A outra entidade de destaque é o grupo CABOTEL - HOTELARIA E TURISMO, LDA, que para o período avaliado solicitou a restituição do montante de 1.533.808 ECV. Esta entidade é a proprietária das unidades hoteleiras Club Riu Funana e Riu Garopa.

Já na ilha de Santiago, destacam-se os pedidos de restituição das Construtoras, a que no fundo atividades de construção realizadas prejudicam em grande escala as rodovias do país, colocando assim em balanço e julgamento a justiça que representa um pedido de restituição por parte destas entidades, que além deste fator de peso, possuem ainda obras financiadas pelo próprio FAMR. Como destaque para o quarto trimestre de 2017, mencionam-se as seguintes entidades com os respetivos valores de pedidos de restituição solicitados:

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 CVC - CONSTRUÇOES DE CABO VERDE, SARL (1.107.640,00 ECV)

 CIMPOR CABO VERDE (509.718,00 ECV)

 ELEVOLUTION ENGENHARIA SA SUCURSAL DE CABO VERDE (458.702 ECV)

 CAB - CERÂMICA, ALFALTO E BETÕES, SA (400.032 ECV)

3.4.3 Despesas com as operações de restituição

Tanto para o quarto trimestre de 2016 quanto para o de 2017, as despesas associadas à restituição da TSMR totalizaram em cada o valor de 900.000 ECV, equivalente a uma das tranches do contrato anual no valor de 3.000.000 ECV que vigorava entre o FAMR e os CCV. A tranche do quarto trimestre de 2016 foi liquidada em novembro enquanto que a de 2017 foi liquidada em outubro. Atualmente, para o cumprimento total das obrigações com o contrato que vigorava com os CCV, o FAMR terá ainda que depositar nos cofres desta entidade uma última tranche referente aos serviços prestados, que será à semelhança das demais o equivalente ao valor de 900.000 ECV. Para o ano de 2018, os serviços presenciais associados aos serviços de restituição serão realizados pela Casa do Cidadão, através de um Acordo de Nível de Serviço que custará aos cofres do FAMR o montante total de 881.500 ECV ao ano.

3.5 Plano Anual de Manutenção Rodoviária (PAMR)

O PAMR é o principal instrumento de gestão do FAMR. Este contempla todas as necessidades de intervenção rodoviária previstas para um determinado ano e é atualmente responsável pela utilização de 82% das receitas coletadas pelo FAMR via a TSMR. Através do PAMR é realizado o acompanhamento da execução financeira e técnica das atividades com vista à realização de obras e serviços de manutenção, trabalhos de melhorias, reabilitações não programadas, trabalhos de urgências e ainda das intervenções na rede rodoviária municipal do país. O PAMR, elaborado pelo IE e aprovado pelo Conselho Diretivo do FAMR, reflete as intervenções rodoviárias realizadas em todas as estradas do país, quer sejam elas nacionais ou municipais. A Tabela 5, apresentada abaixo, apresenta os resultados consolidados referentes à consecução do PAMR para o quarto trimestre de 2017.

Importa ainda salientar, antes do início das análises detalhadas do PAMR e de suas várias subdivisões, que no quarto trimestre do ano em análise foi aprovado pelo FAMR uma reprogramação do PAMR, alterando sua configuração daquele inicialmente aprovado. A reprogramação foi solicitada pelo Instituto de Estradas de acordo com os documentos que acompanharam a nota identificada pela referência IE/2017/576, de 28 de novembro de 2017. Os quadros a seguir evidenciam as referidas reprogramações.

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Tabela 5 - Execução Financeira do PAMR no 4º Trimestre de 2017

Fonte: Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR)

Nas subsecções seguintes, detalha-se a pormenor o resultado financeiro das intervenções rodoviárias realizadas nas três principais e subdivisões do PAMR defenidos para 2017, que se referem nomeadamente às intervenções em estradas nacionais (A), aos trabalhos de urgências (B) e às intervenções rodoviárias realizadas em estradas municipais (C), que são geridas pelas suas respetivas Câmaras e são alvas de acompanhamento técnico e financeiro realizados pelo IE e pelo FAMR respetivamente.

3.5.1 Estradas Nacionais (EN)

3.5.1.1 Contratos REMADOR15 para obras de manutenção e melhorias (A1)

Conforme evidenciado pela Tabela 5 acima apresentada, ao longo do quarto trimestre de 2017 foram utilizados a totalidade de 49.355.590 ECV para a realização de obras contempladas nos contratos REMADOR, com excessão das relativas às obras de cariz de urgência, que se encontram mais à frente analisadas na subsecção 3.5.2.1.

Dos 49.355.590 ECV empregues no último trimestre encerrado nos contratos REMADOR, a totalidade (100%) foi afeta a obras de manutenção corrente, conforme evidenciada pela mesma tabela. Estes recursos foram empregues para obras de manutenção corrente nas Ilhas de Santiago, Fogo, Santo Antão, São Nicolau e Maio, conforme mostra a Tabela 6 a seguir apresentada.

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Para a visualização dos mapas das estradas nacionais contempladas nas ilhas citadas, pode ser consultado o website do FAMR através do link www.famr.cv.

Tabela 6 - Execução financeira dos contratos REMADOR no PAMR – A1

Fonte: Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR)

O saldo total remanescente para a execução dos contratos REMADOR da parte A1, assim como os demais saldos remanescentes para as outras subdicvisões do PAMR a seguir apresentados, totalizando globalmente o montante de 51.247.132 ECV, explica-se pelo fato de terem sido cativos no início do ano, pelo Ministério das Finanças e do Planeamento (MFP), 10% do montante total que foi inicialmente previsto e aprovado para a execução destas intervenções rodoviárias.

3.5.1.2 Contratos simples (A2)

Abaixo, a Tabela 7 apresenta a execução financeira dos contratos simples contemplados no PAMR. As ilhas de São Vicente, Boa Vista e Sal foram nomeadamente as que tiveram intervenções rodoviárias abrangidas por contratos simples. Na totalidade, desembolsou-se ao longo do quarto trimestre o montante de 10.411.602 ECV, dos quais 5.383.695 ECV (52%) foram destinados ao pagamento de intervenções rodoviárias realizadas na ilha da Boa Vista. As estradas contempladas nas diversas ilhas podem ser consultadas nos mapas das estradas nacionais através do website do FAMR.

Importa informar que as intervenções rodoviárias abrangidas pelos contratos simples das ilhas de São Vicente, Boa Vista e Sal são as de manutenção corrente. Embora estas ilhas não foram contempladas pelos contratos REMADOR, não ficaram assim a carecer da devida manutenção de suas rodovias. Para o Sal, os serviços de manutenção corrente custaram no quarto trimestre a quantia de 3.125.700 ECV desembolsadas na sua totalidade em dezembro. Já para São Vicente, estes mesmos serviços custaram o total de 1.902.207 ECV sendo que foi parte desembolsado em outubro e parte no mês de novembro.

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Tabela 7 - Execução financeira dos contratos simples no PAMR – A2

Fonte: Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR)

3.5.1.3 Manutenção corrente de novas estradas (A3)

Não houve, até o término do quarto trimestre de 2017, nenhum pagamento associado a intervenções rodoviárias com vista à manutenção corrente de novas estradas (ver Tabela 8). Na reprogramação orçamental realizada em novembro, foi deduzido a totalidade do valor inicialmente previsto para a manutenção corrente de novas estradas. Os 16.607.765 ECV inicialmente previstos, foram realocados para a parte B2 do PAMR, atendendo assim às intervenções de urgências não programadas.

Tabela 8 - Execução financeira das novas estradas – A3

Fonte: Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR)

3.5.1.4 Compromissos transitados (A4)

A Tabela 9, apresentada abaixo, ilustra uma situação incomum no que se refere à execução financeira do PAMR. No início do ano, o IE com a aprovação o FAMR tinha previsto como sendo compromissos transitados trabalhos de assistência técnica realizados para atender a situação de desastre provocado pelas chuvas de 2016 na Serra Malagueta – Ilha de Santiago e para a construção de duas passagens hidráulicas na ilha do Fogo. No entanto, os valores transitados foram também utilizados para o pagamento de compromissos transitados dos contratos programas com as Câmaras Municipais dos Concelhos de São Salvador do Mundo, Santa Catarina, Santa Catarina do Fogo, Ribeira Grande de Santiago, São Domingos e Tarrafal. Para o caso da ilha do Sal, o compromisso transitado foi relativo a obras na estrada Espargos – Santa Maria.

Do montante global previsto de 23.314.273 ECV para os compromissos transitados, foram ainda deduzidos a soma de 4.028.527 ECV, 17% do montante orçado, com vista a reforçar a parte B2 do PAMR, destinado aos Trabalhos de urgências não programadas.

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Tabela 9 - Execução Financeira dos compromissos transitados – A4

Fonte: Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR)

3.5.1.5 Outros projetos rodoviários (A5)

Ao longo do ano, até o encerramento do terceiro trimestre de 2017, tinham sido empregues apenas o montante de 1.548.666 ECV (10%) do total de 14.840.575 ECV orçado no PAMR para outros projetos rodoviários não contemplados nas demais subdivisões do PAMR. Aquele montante tinha sido utilizado para a contratação de trabalhos de fiscalização na construção da estrada Achada Laje/Saltos Acima – Arribada, localidade da ilha de Santiago.

No quarto trimestre, foram utilizados na parte A5 o montante total de 9.780.250 ECV para a intervenção em outros projetos rodoviários. Deste montante, foram desembolsados no mês de novembro o total de 5.376.250 ECV para o reforço da sinalização vertical e horizontal da estrada Achada Laje/Saltos Acima – Arribada, na ilha de Santiago, e para a fiscalização das obras de construção da estrada Coculi – Chã de Pedras, na ilha de Santo Antão. Em dezembro, o total de 4.404.000 ECV desembolsado foi destinado à cobertura de um contrato programa com a Câmara Municipal da Praia para a realização de intervenções rodoviárias de segurança e conforto na estrada municipal identificada pelo trecho com início à rotunda de Lém Ferreira – rotunda Achada Grande.

Por fim, da parte A5, foram ainda deduzidos o montante de 1.424.036 ECV para reforçar a realização de trabalhos de manutenção corrente na ilha do Maio, constantes da parte A1, que engloba os contratos REMADOR para obras de manutenção e de melhorias.

Tabela 10 - Execução financeira de outros projetos rodoviários – A5

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27 3.5.2 Trabalhos de urgências (B)

Os trabalhos de urgências representam o conjunto de intervenções que se executam em estradas ou secções de estradas novas que se deterioram devido a causas de força maior e imprevisíveis, como são casos de desastres naturais muitas vezes provocadas pelas chuvas em Cabo Verde. Nesta seção do relatório, avalia-se para o quarto trimestre de 2017, a execução financeira das intervenções de urgência contemplados nos contratos REMADOR e demais trabalhos não programados na fase inicial de elaboração do PAMR.

3.5.2.1 Urgências programadas – REMADOR (B1)

Das urgências programadas e contempladas no contrato REMADOR foram aplicados o valor de 15.458.392 ECV ao longo do quarto trimestre de 2017. Do referido montante, foi liquidado no mês de novembro a quantia de 6.592.955 ECV para intervenções rodoviárias de urgências programadas na ilha de Santo Antão pela empresa SCI - SPENCER CONSTRUÇÕES IMOBILIÁRIA, LDA. Na ilha de São Nicolau, foi desembolsado no mês de dezembro o montante de 5.664.901 ECV para intervenções de urgências não programadas pela empresa ELEVOLUTION ENGENHARIA SA SUCURSAL DE CABO VERDE.

Particularmente para a ilha do Maio, o contrato REMADOR previa a realização de intervenções de urgências programadas com a empresa HENRIQUES, FERNANDES E NETO, SA-SUCURSAR, que no entanto, foi penalizada por não ter devidamente cumprido com a realização dos trabalhos previstos. Assim, por forma a concluir os trabalhos previstos inicialmente foi contratado uma entidade local, a ADRIÃO MONTEIRO - CONSTRUÇÃO CIVIL, LDA, para a realizações de intervenções de urgência no montante total de 3.200.536 ECV.

Tabela 11 - Execução financeira dos trabalhos de urgências REMADOR (B1)

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28 3.5.2.2 Urgências não programadas – Previsões (B2)

Do montante global de 42.468.807 ECV previstos inicialmente para a realização de trabalhos de urgência não programados, foi ainda necessário realizar um reforço no valor total de 40.271.301 ECV, passando a parte B2 do PAMR a contar com um orçamento retificado no montante total de 82.740.108 ECV. A necessidade de ter sido realizado uma reprogramação orçamental de expressiva dimensão no quarto trimestre de 2017 esteve relacionada com o fato de terem sido contempladas no PAMR diversas intervenções rodoviárias de caracter de urgência que não tinham sido programadas. Dos 65.013.932 ECV desembolsados em dezembro de 2017 para a realização de intervenções rodoviárias de urgências não programadas, foram utilizados 24.314.881 ECV para a realização de trabalhos de urgência na estrada nacional de Grande Monta na ilha de Santo Antão. Outros 20.730.192 ECV foram utilizados para trabalhos de urgências realizados nas estradas nacionais da ilha de Santiago – Lote 01. Ainda na ilha de Santiago, Lote 02, foram empregues um total de 8.875.501 ECV. A ilha da Brava foi também contemplada com intervenções de urgências no valor de 4.781.700 ECV. Na ilha da Boa Vista, duas intervenções rodoviárias foram pagas na parte B2 do PAMR, sendo uma no valor de 1.780.528 ECV para as urgências em estradas nacionais e 4.631.130 ECV para a liquidação de uma uma divida transitada desde o ano de 2015 com o Laboratório Nacional de Engenharia Civil de Porrtugal (LNEC). O trabalho realizado na altura pelo LNEC tinha como objeto a monitorização da integridade estrutural e da durabilidade da Ponte Ribeira D’Água.

Tabela 12 - Urgências não programadas – B2

Fonte: Fundo Autónomo de Manutenção Rodoviária (FAMR)

3.5.3 Estradas Municipais (EM) – Contratos Programa (C)

A primeira observação a realizar no que respeita aos contratos programas é o fato de que para estes, embora tendo sido cativo 10% do montante total previsto no PAMR e equivalente ao saldo remanescente de 51.247.132 ECV, não foram “poupadas” verbas a serem transferidas aos municípios com o objetivo de realizarem intervenções de manutenção corrente em suas estradas. Assim, a parte C do PAMR é a única que zerou o saldo do orçamento aprovado.

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Nota-se outrossim, que grande parte dos contratos programas foram saldados no quarto trimestre, tendo neste período também ocorrido a maioria das tranches que foram pagas a estes contratos. De modo global, foram bem 63.667.067 ECV o valor total das verbas desembolsadas no quarto trimestre, correspondendo a 63% dos 101.061.600 ECV inicialmente previstos. Destaca-se o fato da Câmara Municipal de São Filipe ter recebido o total do montante do contrato num único pagamento realizado no mês de dezembro, tendo assim ficado sujeita a comprovar devidamente o emprego das verbas transferidas para que possa vir em 2018 a beneficiar-se deste programa. Os constrangimentos associados à delegação das responsabilidades de intervenção rodoviária nas estradas municipais através da transferência de verbas aos municípios advêm do fato destes terem experienciado pela primeira vez no passado ano este método de trabalho. A maioria das Câmaras Municipais consiguiram obter um desempenho razoável na consecução técnica e financeira através dos contratos programas, no entanto, as Câmaras Municipais de São Vicente, Ribeira Grande de Santiago, Sal e São Filipe não conseguiram cumprir devidamente com os prazos na apresentação dos justificativos das verbas transferidas, estando atualmente sujeitas a tal para que possam vir a beneficiar-se de futuros contratos programas.

Tabela 13 - Execução financeira dos contratos programa

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4 DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

Esta seção é reservada a evidenciar resumidamente, para o quarto trimestre de 2017, a saúde financeira do FAMR e de suas operações. A seção é orientada pela Tabela 14 apresentada na página a seguir, que consolida de forma desagregada todas as bases das análises anteriormente elaboradas. Observa-se, que embora este capítulo tenha sido inicialmente pensado e reservado à apresentação de diversas demonstrações financeiras realizadas na ótica da contabilidade geral, como o Balanço Patrimonial (BP), Demonstrações dos Fluxos de Caixa (DFC), Demonstrações dos Resultados de Exercício (DRE) e das Variações Patrimoniais (DVP), tais elementos contabilísticos serão apresentados no Relatório de Contabilidade do FAMR que passa a ter sua primeira publicação trimestral para o quarto trimestre de 2017 e passarão doravante a acompanhar os relatos trimestrais das atividades do FAMR.

4.1 Balancete trimestral

Pela Tabela 14, é possível observar o desempenho das receitas para o quarto trimestre de 2017 e as acumuladas naquele mesmo ano. Conforme tinha sido evidenciado na seção 3.2.1 as receitas vêm tendencialmente aumentando, e o montante de 639.072.776 ECV constitui um novo record de receitas coletadas até o final de dezembro de cada ano. No quarto trimestre de 2017 podemos observar que o valor de 156.264.275 ECV de receitas entradas fizeram face a uma despesa total de 248.189.751 ECV, um deficit no trimestre de 91.925.476 ECV em decorrência de despesas não programadas, mas realizadas no último trimestre, e em especial daquelas decorrentes dos Trabalhos de Urgências não programadas identificadas na parte B2 do PAMR e correspondentes à soma de 65.013.932 ECV.

Observando globalmente os dados, ainda pela mesma tabela, observa-se que o FAMR acumulou até o encerramento do ano de 2017 um total de receitas no valor de 639.072.776 ECV, face a um total de despesas equivalente a 556.057.855 ECV, um

superavit de 83.014.921 ECV. Isto deveu-se ao fato de ter sido inicialmente projetado

no orçamento do FAMR um total de receitas inferior ao que de facto veio a estar disponível ao longo do ano. Nota-se que o orçamento do FAMR contava com 618.423.486 ECV para fazer face ao total de despesas de funcionamento e investimento (FSA + Investimento) que decorressem em 2017, enquanto que arrecadou naquele mesmo ano o montante já referido de 639.072.776 ECV, uma desfasagem positiva de 20.649.290 ECV. Há que se considerar também o fato de ter sido cativado 10% do orçamento do FAMR, correspondente ao valor de 62.365.631 ECV, que não estiveram disponíveis para arcar com as despesas previstas para o ano de 2017. As

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somas destes últimos dois valores citados totalizam o referido superavit no valor de 83.014.921 ECV no ano de 2017.

Por fim, importa informar que somando ao superavit acima apresentado o saldo transitado e não orçamentado/executado do ano de 2016 para 2017, correspondente ao montante de 17.777.203 ECV, obteremos o saldo total transtitado do ano de 2017 para 2018, que figurou ser o equivalente a 100.792.126 ECV16. Tal valor atribui uma

margem significativa de segurança para eventuais quedas das receitas previstas de serem arrecadadas em 2018, base sob a qual foram projetados os compromissos deste ano e elaborado o orçamento, que preveu para as despesas de funcionamento e investimento o total de 649.557.582 ECV.

Tabela 14 – Balancete de execução orçamental do 4º Trimestre de 2017

16 Saldo final do ano de 2017 transitado para o ano de 2018 em conformidade com o extrato do tesouro

apresentado em anexo e ao extrato de contabilidade submetido como anexo ao Relatório de Contabilidade do Quarto Trimestre do FAMR.

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Referências

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