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Professora Doutora, Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, Departamento de Geologia Econômica e Geofisica Aplicada.

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CARACTERIZAÇÃO DE PRODUTOS DE PROCESSAMENTO

DE MINÉRIOS DE ESTANHO COM O AUXÍLIO DE ANÁLISE DE

IMAGENS CONJUGADA

À

MICROSCOPIA ELETRÔNICA

DE VARREDURA

1 RESUMO Henrique Kahn 2 Lilia M. Sant'Agostino 3 Sandra G. Gabas 4 Giuliana Ratti 5

O rejeito do minério de estanho de Catavi, Bolívia, com teores da ordem de 0,25% de Sn, foi objeto de estudos de caracterização com o objetivo de se verificar a forma de ocorrência do estanho e avaliar as possibilidades de seu reprocessamento.

O estudo foi desenvolvido mediante a conjugação de técnicas tradicionais de caracterização e análise de imagens acoplada à microscopia eletrônica de varredura. Esta última foi de particular interesse a para a determinação do grau de liberação,

como também para a detenninação do tamanho dos grãos de cassiterita.

Foram estudadas duas amostras constituídas basicamente por quartzo e turmalina. Cassiterita ocorre em granulação muito fina (abaixo de 0.074 mm). não adequada ao

emprego de operações de concentração densitária. A alternativa indicada para o

repwcessamento do material passa, necessariamente. pela concentração por flotaçào. Com base no diâmetro médio das partículas de cassiterita. obtido atra\'és de análise de

imagens, pode se prever a malha de cominuição ideal entre 0.03 e 0.04 mm. Palavras chave: Cassiterita, Caracterização, Análise de Imagens

1

Trabalho a ser apresentado ao XVII Encontro Nacional de Tratamento de Minérios e

Metalurgia Extra ti v a e I Seminário de Química de Colóides Aplicada à Tecnologia

Mineral, 23 a 26 de agosto de 1998, Águas de São Pedro, SP.

2

Professor Doutor, Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, Departamento de Engenharia de Minas, Coordenador do Laboratório de Caracterização Tecnológica.

3

Professora Doutora, Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, Departamento de Geologia Econômica e Geofisica Aplicada.

4

Geologa, Mestranda em Engenharia Mineral pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo.

5

Doutora, Pesquisadora Autonôma atuando junto Laboratório de Caracterização Tecnológica, Departamento de Engenharia de Minas da Escola Politécnica da USP.

l

I

I

(2)

INTRODUÇÃO

O presente trabalho apresenta o estudo de caracterização em produtos de processamento de minério de cassiterita, desenvolvido mediante a conjugação de técnicas tradicionais de caracterização e análise de imagens acoplada à microscopia eletrônica de varredura.

Foram estudadas duas amostras de rejeito de processamento do minério de Catavi, Bolívia, tendo por objetivo verificar a forma de ocorrência do estanho e as possibilidades de reprocessamento deste material, particularmente através de métodos densitários de concentração, tendo em vista a presença de teores de estanho considerados potencialmente interessantes.

A análise de imagens foi empregada não só para a determinação do grau de liberação, como também para a determinação do tamanho dos grãos de cassiterita.

A opção pelo emprego da técnica de análise de imagens, para a determinação de grau de liberação, possibilita não só a automação desta medida como também a obtenção de informações bem mais consistentes e acuradas que aquelas geradas através de técnicas tradicionais de estereologia (Petruk, W, 1989; Kahn, H, 1996; Kramer et ai.

1994; Lastra et ai, 1997)

As composições químicas das amostras estudadas são apresentadas na tabela I, a seguir.

Tabela 1: Composição Química das Amostras Estudadas

Amostra Sn Si02 Al203 Fe203 MgO Na20 K20 Ti02 P20s

Rejeito Fino 0,28 79,0 13,0 2,90 I ,O I 0,29 2,02 0.33 0,27 Rejeito Grosso 0,24 75,0 16,6 2,75 1,08 0,24 3,18 0,44 0,19 A amostra "Rejeito Grosso" apresentava granulação inferior a 25 mm e a "Rejeito Fino" inferior a 2 mm.

METODOLOGIA

A amostra "Rejeito Grosso" foi previamente cominuída abaixo de 0,84mm, através de britador de mandíbulas e moinho de rolos. O produto de moagem obtido e a amostra "Rejeito Fino" foram então classificados através de peneiramento a úmido em 6 frações granulométricas.

As frações granulométricas obtidas foram submetidas a separações minerais através do emprego de liquido orgânico denso (TBE- tetra-bromo-etano, d = 2,96g/cm\

(3)

Análises qmmtcas e mineralógicas foram sistematicamente realizadas em todos os produtos gerados. Análises químicas foram efetuadas através da técnica de fluorescência de raios-X com o emprego de espectrômetro PW2400, Philips. Análises mineralógicas foram realizadas através da integração de recursos de microscopia

óptica, MEV e difratometria de raios-X, difratômetro MPD1880, Philips.

A determinação de grau de liberação e distribuição de tamanho dos grãos de cassiterita foi efetuada a partir dos produtos afundados em meio denso, mediante análise de imagens acoplada a microscopia eletrônica de varredura (MEV) e espectrômetro de raios-X por dispersão de energia (EDS). Foram empregados sistema de análise de imagem Quantimet 600, Leica, microscópio eletrônico de varredura Stereoscan 440,

Leo, e sistema de microanálise por EDS Link-Oxford.

O procedimento adotado para a determinação do grau de liberação por análise de imagens considera a determinação da fração em área (

=

volume) de mineral útil presente em cada partícula (Kahn et ai, 1996), gerando informações que possibilitam f1exibilizar e adequar o conceito de grão livre especificamente para o bem mineral em

questão. compatibilizando-o às especificações de concentrado e características do processo de beneficiamento.

No entanto, no caso específico, a baixa fração volumétrica de cassiterita presente nas amost;as estudadas. limita sobremaneira a qualidade estatística dos dados obtidos. A conjugação de separações minerais aliada à análise de: imagens apresenta-se como uma

alternativa à análise sistemática de um extensivo número de seções.

A distribuição do tamanho de t,'Tãos de cassiterita foi determinada em paralelo, como um dado complementar, visto que no procedimento empregado para o grau de liberação podem ser simultaneamente detemlinados os diâmetros de círculo equivalente por área ou perímetro, ou média entre estes, para os grãos de mineral útil.

RESULTADOS OBTIDOS Análises Granulométricas

Os resultados de análise granulométrica das duas amostras estudadas. com teores e distribuição dos elementos analisados, são apresentados nas Tabelas 2 e 3.

Para a amostra "Rejeito Grosso", verifica-se um conteúdo relativo de finos

(- 0,074 mm) bem mais expressivo que na amostra "Rejeito Fino". Os teores de estanho nas várias frações da primeira amostra são praticamente constantes, com exceção da fração passante em 0,074 mm, onde tem-se um substancial incremento. Já para a amostra "Rejeito Grosso" observa-se que os teores de Sn apresentam enriquecimento para .os finos. Os teores dos demais elementos analisados, em ambas as

amostras, apresentam teores relativamente homogêneos para as frações acima de

0,074mm.

(4)

Tabela 2: Resultados de Análise Granulométrica Amostra Rejeito Fino

Fração (mm) %Peso Teores(%) Distrib.

(%) retido ac. acima Sn SiOz AlzOJ Fe20J MgO KzO Sn + 0,84 15,25 15,25 0,266 79,6 13,0 2,61 1,07 1,96 14,38 - 0,84 + 0,60 14,72 29,97 0,316 79,1 13,5 2,59 1,03 2,06 16,49 - 0,60 + 0,42 17,51 47,48 0,250 80,4 12,3 2,61 1,00 1,85 15,51 -0,42 + 0,30 17,85 65,33 0,253 79,7 12,7 2,79 0,98 1,97 16,00 - 0,30 + 0,21 16,41 81,74 0,267 79,8 12,3 2,93 0,97 1,95 15,53 - 0,21 + 0,074 16,13 97,87 0,296 78,1 13,0 3,27 0,98 2,05 16,92 -0,074 2,13 100,00 0,685 58,2 20,9 7,30 1,10 4,50 5,17 Total 100,00 0,282 79,0 13,0 2,90 1,01 2,02 100,00

Tabela 3: Resultados de Análise Granulométrica Amostra Rejeito Grosso

Fração (mm) %Peso Teores(%) Distrib.

(%) retido ac. acima Sn SiOz AlzOJ FezOJ MgO KzO Sn - 0,84 + 0,60 18,63 18,63 0,158 76,5 15,9 2,19 1,09 2,91 13,06 - 0,60 + 0,42 17,33 35,96 0,173 76,3 15,9 2,50 1,06 2,95 13,36 -0,42 + 0,30 14,10 50,06 0,197 77,6 14,9 2,46 1.0 I 2.78 12,35 - 0,30 + 0,21 10,26 60,32 0,236 77,8 14,7 2.44 0,98 2,81 10,79 - 0,21 + 0,15 6,67 66,99 0,257 78,9 13,8 2,44 0,95 2,59 0,91 - 0,15 + 0,074 8,62 75,61 0,378 78,5 13,8 2,60 0,95 2,59 14,50 -0,074 24,39 100,00 0,323 67,9 21,0 3,78 1,24 4,30 35,04 Total 100,00 0,240 75,0 16,6 2,75 1,08 3,18 100.00

Separações em Líquido Denso

Os resultados de separações em líquidos densos, com teores e respectivas distribuições

no ensaio e na amostra para estanho, são apresentados na Tabela 4 e 5,

respectivamente, para as amostras "Rejeito Fino" e "Rejeito Grosso".

Para o "Rejeito Fino", o produto afundado representa em média 4,9% em peso para o material acima de 0,074mm; este valor varia entre 2,0 e 8,6%, aumentando de forma

substancial para as frações finas; comportamento bastante semelhante é verificado para

a amostra "Rejeito Grosso". Os teores de Sn são em média de 3,70 e 4,0%, respectivamente. A partição deste elemento nos ensaios de separações em líquido

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.

.,

denso varia desde 28 até 87% para o "Rejeito Fino" e de 43 até 95%, para o "Rejeito Grosso", com valores médios de 60 e 72 %, respectivamente.

O produto flutuado, representando cerca de 95% em peso para ambas as amostras, é constituído basicamente por sílica e alumina. Os teores médios verificados são de 8!% Si02 e 12,6% de Al203, com 2,2% Fe203, 2,1% de K20 e 0,9% de MgO subordinados. Os teores deste elementos são praticamente constantes nas várias frações granulométricas.

Tabela 4: Resultados de Separações em Líquido Denso (TBE) Amostra Rejeito Fino

Fração Produto %Peso Teores(%) Distribuição(%)

ensaio amostra

(mm) fraçAo amostra So Si02 AI20, Fe20, MgO K20 Sn Sn

+ 0,84 flutuado 98,02 14,95 0,200 81,0 12,1 2,45 1,04 1,80 72,16 10,37 afundado 1;98 0,30 3,82 34,4 11,9 26,1 I, 13 0,88 27,84 4,00 Total Cale. 100,00 15,25 0,272 80,1 12,1 2,92 1,04 1,78 100,00 14,38 Total Dos. 0,266 79,6 13,0 2,61 1,07 1,96 • 0,84 flutuado 97,27 14,32 0,157 80,9 12,4 2,20 0,99 1,91 52,99 8,74 + 0,60 afundado 2,73 0,40 4,96 36,6 14,6 19,4 1,37 1,18 47,01 7,75 Total Cale. 100,00 14,72 0,288 79,7 12,5 2,67 1,00 1,89 100,00 16,49 Total Dos. 0,316 79,1 13,5 2,59 1,03 2,06 -0,60 flutuado 96,03 16,81 0,125 82,1 12,9 2,10 0,97 1,81 54,15 8,40 + 0,42 afundado 3,97 0,70 2,56 42,8 14,7 17,2 1,60 1,21 45,85 7,11 Total Cale. 100,00 17,51 0,222 80,5 13,0 2.70 1.00 1.79 100,00 15.51 Total Dos. 0,250 80,4 12,3 2,61 1,00 I ,85 -0,42 flutuado 94,71 16,91 0,105 81,5 12,3 2,06 0,92 2,03 29,89 4.78 + 0,30 afundado 5,29 0,94 4,41 34,6 15,4 20,5 1.37 1,34 70.11 11,22 Total Cale. 100,00 17,85 0.333 79,0 12,5 3,04 0,94 1,99 100.00 16,00 Total Dos. 0,253 79,7 12,7 2,79 0,98 1,97 -0,30 flutuado 93,29 15,31 0,074 80,2 13,0 2,03 0,87 2,31 24,85 3,86 + 0,21 afundado 6.71 1,10 3,11 35,9 15,9 20,9 1,43 I ,33 75.15 11,67 Total Cale. 100.00 16,41 0,278 77,2 13,2 3,30 0,91 2,24 100,00 15.53 Total Dos. 0.267 79,8 12,3 2.93 0.97 1,95 -0,21 flutuado 91,41 14,74 0,054 79,1 13,2 2,26 0,81 2,7'2 12,96 2,19 + 0,074 afundado 8,59 1,39 3,86 29,9 15,8 22,7 1,44 1,18 87,04 14,73 Total Cale. 100,00 16,13 0,381 74,9 13,4 4,01 0,86 2.59 100,00 16,92 Total Dos. 0,296 78,1 13,0 3,27 0,98 2,05 TOTAL flutuado 95,06 93,04 0,119 80,8 12,6 2,18 0,93 2,09 40,44 38,35 + 0,074 afundado 4,94 4,83 3,70 34,9 15,2 21,0 1,42 1.23 59,56 56,48 Total Cale. 100,00 97,87 0,295 78,6 12,8 3,11 0,96 2,05 100,00 94,83 OBS: Total Cale.: calculado a panir do balanço de massas dos ensaios de separações em liquido denso

(6)

Tabela 5: Resultados de Separações em Líquido Denso (TBE) Amostra Rejeito Grosso

FraçAo Produto %Peso Teores(%) Distribuição(%) ensaio amostra

malhas ensaio amostra Sn Si02 AhOJ Fe20J MgO K20 Sn Sn

-0,84 flutuado 98,04 18,26 0,097 73,4 17,3 2,54 I, 12 3.74 57,49 7,51 + 0,60 afundado 1,96 0,37 3,58 33,0 14,6 21,9 1,24 1.~5 42,51 5,55 Total Cale. 100,00 18,63 0,165 72,6 17,2 2,92 1,12 3.69 100,00 13,06 Total Dos. 0,158 76,5 15.9 2,19 1,09 2.91 -0,60 flutuado 97,04 16,82 0,072 72,9 17,9 2,71 1,08 3,90 38,44 5,14 + 0,42 afundado 2,96 0,51 3,78 38,5 17,6 20,0 I ,53 1,33 61.56 8.22 Total Cale. 100,00 17,33 0,182 71,9 17,9 3,22 1,09 3.82 100,00 13.36 Total Dos. 0,173 76,3 15,9 2,50 1,06 2,95 -0,42 flutuado 96,17 13,56 0,051 78,3 14,6 2,01 0,97 2,77 27,44 3.39 + 0,30 afundado 3,83 0,54 3,39 35,4 16,6 19,0 1,46 1,39 72.56 8.96 Total Cale. 100,00 14,10 0,179 76,7 14,7 2.66 0,99 2.72 100,00 12,35 Total Dos. 0,197 77,6 14.9 2,46 1,01 2.78 -0,30 flutuado 95,00 9,75 0,035 74,7 17,1 2,13 1,00 3,69 12,79 1,38 + 0,21 afundado 5,00 0,51 4,49 33,1 16.3 18,7 1.38 1,46 87.21 9.41 Total Cale. 100,00 10,26 0,257 72,6 17,1 2,96 1.02 3,58 100.00 10.79 Total Dos. 0,236 77,8 14,7 2,44 0,98 2,81 -0,21 flutuado 94,57 6,31 0,028 80,2 13,2 1,80 0,83 2,69 9,65 0.09 + 0,15 afundado s;43 0,36 4,57 31,3 16,2 18,5 1,36 1,34 90,35 0,82 Total Cale. 100,00 6,67 0,275 77,5 13,4 2,71 0,86 2,62 100,00 0.91 Total Dos. 0,031 78,9 13,8 2,44 0,95 2,59 -0,15 flutuado 91,88 7,92 0,021 76,2 16,3 2,04 0,82 3,13 4.79 0,69 + 0,074 afundado 8,12 0,70 4,73 29,6 16,9 18,1 1.43 1,30 95.21 13.80 Total Cale. 100,00 8,62 0,403 72,4 16.3 3,35 0,87 2,98 100,00 14,50 Total Dos. 0,378 78,5 13,8 2,60 0,95 2,59 TOTAL flutuado 96,04 72,62 0,060 75,3 16,4 2,31 1,009 3,431 28,00 18,19 + 0,074 afundado 3,96 2,99 4,123 33,4 16,5 19,2 1,412 1,348 72,00 46,77 Total Cale. 100,00 75,61 0,221 73,6 16,4 2,98 1,025 3,349 100,00 64.96 OBS: Total Cale.: calculado a partir do balanço de massas dos ensaios de separações em Tiquido denso

Total Dos.: dosado na granulometria

Composição Mineralógica

A composição mineralógica das amostras estudadas foi estabelecida a partir da

conjugação de observações ao microscópio óptico, MEV, difratometria de raios-X e

análises químicas dos produtos de separações minerais. O sumário destes resultados para o material retido em 0,074mm é apresentado na Tabela 6. Salienta-se que variações nas proporções minerais nas frações granulométricas são pouco significativas.

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Tabela 6- Composição Mineralógica Estimada (material retido em 0,074 mm)

Rejeito Fino Rejeito Grosso

Quartzo 77 53 Turmalina 17 39 Minerais micáceos 2 3 Granada 2 3 Óxidos de ferro 3 Monazita 1 1 Cassiterita 0,39 0,27

Outros traços traços

Nota: Outros referem-se a sulfetos, apatifa, zircão, anatásio.

Turmalina e, secundariamente, minerais mtcaceos e granada, são os minerais responsáveis pelos elevados teores de alumina observados em ambas as amostras.

Cassiterita, identificada como o único mineral portador de estanho, encontra-se preferencialmente em partículas mistas, associada ao quartzo e, secundariamente, à

turmalina.

Aspectos texturais da cassiterita para ambas as amostras, referentes a imagens de

elétrons retro-espalhados no MEV, são apresentadas nas Fotos de 1 e 2. Estudos de Liberação e Distribuição Granulométrica da Cassiterita

O produto afundado é constituído tanto por partículas livres como mistas de cassiterita.

estas últimas limitadas a um mínimo de 7% em volume de mineral útil. Os resultados de liberação obtidos para os produtos afundàdos através de análise de imagens foram ponderados com a partição da cassiterita no ensaio de meio denso, de forma a traduzir a liberação da cassiterita nas várias frações granulométricas.

Para os produtos afundados das amostras 'Rejeito Fino" e Rejeito Grosso" foram inicialmente elaboradas curvas acumulativas de distribuição de cassiterita versus a fração deste mineral contida em cada partícula, estabelecendo curvas de liberação para os produtos afundados. Algumas destas curvas são apresentadas na Figura 1 para a amostra "Rejeito Grosso"; os valores de liberação de cassiterita para a amostra

"Rejeito Fino" são muito baixos para o intervalo granulométrico considerado (0,84 a 0,074 mm).

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(8)
(9)

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20 ~ o 20 40 60 80 100

Fração de Mineral Útil nas Partículas(%)

1 - Fração - 0,42 + 0;30 mm

2 - Fração- 0,30 + 0,21 mm

3 - Fração -O, 15 + 0,074 mm

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Considerando-se que os concentrados comerciais de cassiterita não requerem elevada

pureza (75 a 85% do mineral útil são plenamente aceitáveis). pode-se estabelecer

critérios mais adequados e flexíveis para a definição de "grão livrC'". Deste modo.

adotaram-se três situações distintas. conforme exposto a seguir:

• 80% : toda partícula com mai!> de 80~o· de área constituída por cassnerita ê

considerada grão livre. ou seja I 00% para fins de processo e qualidade do

concentrado tina! (especificações):

• 85% : toda partícula com mais de 85% de área constituída por cassiterita é

considerada grão livre (equivalente a !00% de mineral útil)~

• 90% :toda partícula com mais de 90% de área constituída por mineral útil é

considerada grão livre (equivalente a I 00% de mineral útil).

Considerando-se estes valores para a fração de cassiterita contida em cada partícula,

verificou-se a respectiva porcentagem de mineral útil para os vários produtos

afundados. O valor obtido foi então ponderado com a distribuição de estanho

(= cassiterita) nos ensaios de separações em líquido denso, resultando no valor do grau

de liberação para cada fração granulométrica. apresentado na Tabela 7.

Em ambas as amostras, e particularmente para a "Rejeito Fino", a cassiterita acima da

granulação de 0,074 mm não apresenta condições adequadas de liberação para

(10)

Tabela 7 - Resultados de Grau de Liberação

Amostra Fra~o(mm) FraçAo de Mineral Útil nas Partículas

80% 85% 90% Rejeito Fino -0,60 + 0,42 8 8 6 -0,42 + 0,30

5

5

5

-0,30 + 0,21 9 9 7 - 0.2I + 0,074 II 11 10 Rejeito Grosso -0,42 + 0,30 27 22 21 -0,30 + 0,21 46 39 37 -0,21 + 0,15 54 48 45 - 0,15 + 0,074 64 58 51

Operações de concentração densitária não são recomendadas para o processamento das amostras em questão; eventualmente estas poderiam ser aplicadas como etapa prévia à

flotação para a amostra "Rejeito Grosso".

No sentido de avaliar a malha de moagem da cassiterita, para eventual concentração

por flotação, foram determinadas curvas de distribuição granulométrica deste mineral por análise de imagens. Foram considerados os diâmetros de circulo equivalente por área, estando os resultados expostos na Figuras 2 .

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Amostra: Rejeito Grosso, Prod. Afundado

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40 · I! /11 I III, - ·OJ1 •0.014fl'll"''' ,. 1---r--:-1 10 100 - . . CircUodoÁIOI E-(>otnl Amostra: Rejeito Fino, Prod. Afundado

Figura 2: Distribuiçlo de tamanho dos grios de cassiterita

(11)

Verifica-se que as distribuições de tamanho de grãos de cassiterita para os produtos da amostra "Rejeito Grosso" são bem semelhantes, com granulação de dimensões máximas da ordem de 80 micra. Já para os produtos da amostra "Rejeito Fino"

observa-se uma maior dispersão de resultados, com dimensões máximas variando entre 40 a 80 micra.

O adequado estabelecimento de condições de moagem para concentração por flotação requer uma nova etapa de moagem de ambas as amostras em granulação substancialmente mais fina (abaixo de 0,074 mm), seguido de outro estudo de determinação de grau de liberação. No entanto, como alternativa para uma avaliação preliminar, a malha de cominuição para a obtenção de partículas livres de cassiterita pode ser prevista com base no diâmetro médio das partículas de mineral útil. Desta forma tem-se para as amostras estudadas:

• "Rejeito Fino" cominuiçãú a menos 0,04 mm;

• "Rejeito Grosso" cominuição a menos 0,03 mm.

CONCLUSÕES

As duas amostras de reJeito estudadas são constituídas basicamente por quartzo e turmalina, com cassiterita apresentando conteúdos de 0,27 e 0,39% em peso.

A conjugação de técnicas de separações minerais e análise de imagens na caracterização deste material propiciou a obtenção de informações bem mais

consistentes e acuradas, não só relativas ao grau de liberação, mas também à

distribuição do tamanho dos grãos de cassiterita

A cassiterita ocorre em granulação muito fina (abaixo de 0,074 mm), não adequada ao emprego de operações de concentração densitária; esta, no entanto, poderia ser aplicada como etapa prévia à concentração por flotação - operação indicada para o processamento do material estudado.

Como alternativa para uma avaliação preliminar, a malha de cominmçao para a obtenção de partículas livres de cassiterita pode ser prevista com base no diâmetro médio das partículas, obtido através de análise de imagens, tendo-se então para as amostras estudadas:

• "Rejeito Fino" cominuição a menos 0,04 mm; • "Rejeito Grosso" cominuição a menos 0.03 mm.

(12)

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Sciences. Mineralogical Association of Canada. p.l56, 1989

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Ítalo-Brasileiro de Engenharia de Minas, Canela, RS. Revista Egatea, No especial,

p.281 a 287 ., 1996.

Kramer, R.; Hwang, J.Y.; ldentification of low concentrate species in iron ore using

SEMIEDS/image analysis. Process Mineralogy XII, ed. Petruk, W. et al. The

Minerais, Metais and Materiais Society, p. 309-317, 1994.

Lastra, R; Petruk, W.; Image analysis technique and applications to mineral

processing. ln: Modero Approacbes to Ore and Environmental Mineralogy.

Short Course by lntemational Mineralogical Association I Laboratório do Instituto

Geológico Mineiro. S. de Mamede de Infesta. Portugal, 1997.

(13)

CHARACTERIZA TION OF TIN ORE PROCESS BY -PRODUCTS

WITH IMAGE ANAL YSIS SYSTEM COUPLED TO A SCANNING

ELECTRON MICROSCOPY

ABSTRACT Henrique Kahn Lilia M. Sant'Agostino Sandra G. Gabas Giuliana Ratti

Tailings from Catavi tio ore, Bolivia, with ao average of 0.25 % Sn, were object of

applied mineralogical studies focusing the tio minerais occurrence and association. as

well as the evaluation ofthe reprocessing potential ofthese materiais.

The adopted methodology comprised the traditional approach using mineral

separations coupled to image analysis controlling a scanning electron microscopy plus

a EDS system. Image analysis was particularly useful to determine the liberation

degree, as well as the parti ele size distribution of cassiterite grains.

The two samples studied were basically constituted by quartz e turmaline. Cassiterite

occurs as very fine grains, usually below 0.074 mm. The applied mineralogical study indicated that gravity concentration methods are not recommended to process this material; so. the only remaining altemative is by flotation. The cassiterite particle size distribution were used to define the cominution sizes (0.03 and 0.04 mm).

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