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COR E HABITAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO PÓS- OCUPAÇÃO NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DO CONJUNTO HABITACIONAL JARDINS DO SUL, NA CIDADE DE PELOTAS/RS

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COR E HABITAÇÃO: UMA AVALIAÇÃO

PÓS-OCUPAÇÃO NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS DO

CONJUNTO HABITACIONAL JARDINS DO SUL, NA

CIDADE DE PELOTAS/RS

Marina Mendonça Loder – marina@pelotas.ifsul.edu.br Angélica Silveira Possebom – angelicasilveira@gmail.com Natália Naoumova – naoumova@gmail.com

Nirce Saffer Medvedovski - nirce.sul@gmail.com

RESUMO

O presente estudo visa avaliar a percepção dos usuários em relação aos aspectos cromáticos dos Conjuntos Habitacionais no qual vivem. A temática tem seu enfoque voltado para os Conjuntos Habitacionais pela importância das habitações sociais; pelo aumento desse tipo de construção (em função das políticas habitacionais atuais) e pela baixa composição formal, devido à redução de custos que sempre visam nos empreendimentos desse porte. O que se percebe são obras sem valorização da forma e sem aspectos estéticos interessantes e atrativos. A cor é um elemento importante que pode e tem tudo para ser o diferencial. A cor aplicada na arquitetura compõe a imagem da cidade que se tem, e ela é importante pelo bem-estar que pode causar aos seus usuários. Este estudo tem como objetivo compreender o processo de relação do homem com ambiente. A metodologia se baseia nos aspectos da percepção ambiental e nas técnicas de Avaliação Pós-Ocupação. Dentro desse contexto dois métodos distintos são utilizados: questionários e grupos focados. Resultados deste estudo servirão de base para avaliar se as

perguntas feitas aos usuários realmente contribuem para atingir o objetivo da pesquisa proposta. O estudo foi conduzido no Conjunto Habitacional Jardins do Sul, localizado na cidade de Pelotas, Brasil.

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ABSTRACT

This study aims to assess the users' perception regarding the chromatic

aspects of the housing in which they live. The study focuses on the importance of social housing, which has become progressively important due to the

increase number of this type of construction (pushed by current housing policies) and low formal composition (as result of cost reductions, common to projects of this size). What we are observing are constructions without

appreciation of form and without interesting or attractive aesthetic

aspects. Color is an important element that can be the differential aspect. The color applied in the architecture makes up the image you have of the city, and it is important for the well being that it can cause its users. The study aims to understand the process of man's relationship with the environment. The methodology is based on aspects related to environmental perception and methods of Post-Occupancy Evaluation. Two different methods are applied: questionnaires and focus groups. The study was conducted in the South Gardens Housing, located in the city of Pelotas, Brazil. The results show interesting features for future discussions on the topic.

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INTRODUÇÃO

O presente artigo faz parte de um estudo para dissertação de mestrado intitulado: “Cor e Habitação: um estudo dos aspectos cromáticos nas

fachadas dos conjuntos habitacionais de Pelotas/RS”. A finalidade da

pesquisa é investigar a referência das cores utilizadas nos conjuntos habitacionais da cidade de Pelotas em relação às imagens e percepções causadas por elas.

É habitual e notório salientar, que tudo que nos rodeia, tanto nos ambientes naturais, como nos ambientes construídos e urbanos, como um todo, possuem suas cores definidas. A cor é inevitável na vida, nos meios no qual vivemos. Nesse contexto, percebe-se que tudo que a natureza criou está em plena harmonia, incluindo as cores naturais e as suas combinações; mas pode-se afirmar que nem tudo que é criado pelas mãos dos homens, encontra-se no mesmo nível. As cidades muitas vezes se caracterizam por um caos visual causado pelo uso inadequado das cores, ou então, pela falta de aplicação da cor como, por exemplo, em construções de concreto aparente.

A temática relata a importância das cores para a imagem da cidade, relacionadas ao bem-estar que elas podem e devem causar aos usuários desses conjuntos e da cidade como um todo. O bem-estar que se visa é indispensável à boa qualidade e desempenho do ambiente construído, influenciado pelo comportamento das pessoas.

O estudo será baseado em estudos como os de Nasar(1992), Purcell(1984), Tosca(1994, 1998), Reis(2002), dentre outros que abrangem a área de percepção.O objetivo deste estudo, através de métodos de APO, visa

investigar o desempenho visual mais satisfatório dos ambientes e das relações ambiente- comportamento (RAC). O artigo aqui dissertado será um

modelo/teste de análise dos dados, este teste foi aplicado no conjunto

Habitacional Jardins do Sul, localizado no Centro da Cidade de Pelotas- RS- Brasil, e sua justificativa está nos capítulos que seguem.

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1. IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA

Desde o passado que se percebe a importância da construção das cidades, não só na estética da arquitetura, mas nos valores e significados da cultura, da economia e da política no qual essa sociedade está inserida. Com o tempo, as questões políticas passaram a ser repensadas no quesito que tange o direito à moradia, assim, ela passa a ser um aspecto importante para ser apreciado e aplicado.

À medida que ocorre esse crescimento, alguns problemas ocorrem, como é o caso da carência da habitação de baixo custo. Para as pessoas, os conjuntos habitacionais têm sido um meio de adquirir moradia própria. Com as novas políticas habitacionais percebe-se que, de uns tempos pra cá, vem ocorrendo um crescimento bastante considerado dessas tipologias. A cidade de Pelotas-RS é um desses palcos.

Da década de 50 aos tempos atuais, o número de conjuntos habitacionais é cada vez maior. Na grande maioria, os conjuntos por possuírem objetivos econômicos de baixos custos - para construção e totalização de seus imóveis, são planejados com composições bastante simplificadas, tanto de sua

arquitetura, contempladas por suas formas cada vez mais planas, como por sua composição cromática. Percebe-se uma monotonia muito grande, o uso repetido de formas semelhantes, uma redução da complexidade do aspecto formal, uma simplificação e redução de detalhes nas edificações. Essa redução que aqui se trata, é um dos aspectos importantes das carências projetuais desses conjuntos habitacionais.

As cores, nesses casos, podem e devem ser características importantes para exploração dos aspectos estéticos e formais dessas obras, influenciando de certa forma no comportamento e na imagem da cidade que se vê. Pode-se dizer que a problemática está na prática atual dos projetos desenvolvidos que não considera opiniões de moradores como base de planejamento visual do ambiente urbano. Muitas vezes, nem mesmo profissionais de arquitetura são contemplados em projetar os estudos cromáticos dessas habitações, optando os condomínios dos conjuntos a submeterem-se às opiniões de vendedores e

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lojistas de casas de tintas. Os arquitetos são profissionais responsáveis para criarem esse tipo de planejamento e devem como tal saber o que fazer quanto aos limites e vantagens adequadas à sua concepção. Mas será que os

mesmos pensam da mesma forma que os próprios usuários? Será que estão cientes do que os moradores gostam e que achariam importante para a visão cromática daquele espaço? No caso em estudo, quem são as pessoas

responsáveis pelas pinturas nos conjuntos habitacionais: a construtora, o arquiteto, o condomínio? Pressupõem-se aqui que a cor/policromia é um dos aspectos, ferramentas efetivas do design urbano. Ela deve ser tratada como elemento indispensável nos estudos para um bom desempenho do ambiente construído e bem vivenciado. O panorama que se visa trabalhar enfoca três grandes aspectos, que estarão relacionados, que são: os conjuntos

habitacionais, a percepção ambiental e o estudo das cores na policromia da cidade.

O tema tratado tem seu enfoque na área de percepção e análise da imagem da cidade, enquadrando-se também dentro do problema habitacional brasileiro. Esses problemas estão relacionados com os atributos físicos, espaciais e perceptivos que afetam o desempenho dos conjuntos já construídos. O estudo em questão, baseado no processo de interação do indivíduo com o ambiente como um todo, está enfatizado em cima do termo - processo de percepção ambiental e, este é apenas uma das formas de relacionar esse tipo de estudo, visto que existem diversas denominações sobre o termo, como psicologia ambiental, dentre outros.

O interesse por essa problemática é desvendar, através da avaliação pós-ocupação, qual a percepção dos usuários dos conjuntos habitacionais como um todo, em especial o estudo de caso de Pelotas-RS, sobre as cores utilizadas nesse tipo de habitação. Esse interesse é no sentido de contribuir para o bom desempenho dos empreendimentos habitacionais de interesse social, visando à apropriação desses ambientes pelos seus usuários, através da sua plena satisfação. O estudo parte da hipótese de que as cores podem influenciar na percepção de seus usuários e no seu pleno bem-estar.

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2. O OBJETO DA PESQUISA

A pesquisa em análise é parte de um modelo estruturado da dissertação, conforme citado anteriormente. De todos os conjuntos habitacionais

construídos na cidade de Pelotas, desde 1956 até 2010, são levantados 95 conjuntos. São considerados conjuntos habitacionais neste estudo, todos os prédios residenciais, construídos numa mesma área de terreno, separados na sua implantação por prédios distintos. Para que se possa fazer a compreensão de um todo, todos esses conjuntos foram catalogados através de diversos levantamentos, como levantamentos cromáticos, de relação cor e forma, dentre outras análises. Nas análises de relação cor e forma, perceberam-se tipologias diferenciadas da pintura da cor sobre a forma, sendo classificados em cinco categorias: edifícios com tipologias lisas, onde o prédio predomina com uma só cor, tipologias horizontais, onde a cor predominante da parede se diferenciava da cor dos detalhes horizontais, como demarcação de vigas. Assim como tipologias verticais finas, tipologias verticais mais largas, e edifícios com tipologias mistas. Para esse estudo as tipologias verticais foram unificadas numa tipologia apenas considerada vertical, abrangendo os dois parâmetros, finas e largas.

No estudo amplo da dissertação serão aplicados questionários como um dos critérios de avaliação pós-ocupação. Dos 95 conjuntos totalizados serão

escolhidos quatro conjuntos, representando cada uma das tipologias, conforme aparece na figura 1a, abaixo. As representações da tipologia 1 serão

replicadas para cada uma das demais( tipologias 2, 3 e 4).

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Figura 1: a) Estrutura Geral da Dissertação, a qual aparece em escala de cores; b) Estrutura Geral dessa Pesquisa- Piloto, a qual aparece em escala de cores. Fonte de ambas: LODER, Marina

Para averiguação do questionário-piloto, foram aplicados questionários para o primeiro grupo de tipologias, que são os edifícios com características de

predominância de uma cor. O edifício escolhido para essa primeira amostra é o Conjunto Habitacional Jardins do Sul, ele possui 4 pavimentos, 42

apartamentos e 3 salas comerciais, conforme aparece na figura 1b,

apresentada anteriormente. A média utilizada para a amostra foi baseada no seguinte propósito: População: 42 apartamentos – média de 3 pessoas por apartamentos=126 pessoas, utilizamos 30%= 37 entrevistas.

O conjunto tem o predomínio da cor S1005-Y90R para todas as paredes e pequeno detalhe, quase imperceptível, para o contorno interno das janelas, em tonalidade azul, conforme o código NCS - S3030-B. Sua escolha se deu pela sua forma predominantemente plana e pela sua cor em tons bege, sem características que se destacassem com maior pregnância. Para esse estudo foi utilizado o Sistema NCS (THE NATURAL SYSTEM OF COLOUR). O Natural Colour System é um sistema internacional que descreve a relação entre as cores baseado na percepção humana. É conhecido também como Natural Colour System- NCS, foi referenciado em diversos estudos cromáticos, como nas pesquisas de TOSCA (1990, 1994, 1996), REIS (2010), PURCELL (1984), NAOUMOVA (2009), DEL RIO (2002).

2.1 MÉTODOS

Na pesquisa serão utilizados dois métodos de análise para determinar a avaliação pós-ocupação: o questionário e o grupo focal, também conhecido como focus group.

Na aplicação dos questionários serão considerados 4 grupos de respondentes, conforme as tipologias mostradas na figura 1, que responderão perguntas referentes às imagens dos outros conjuntos mostradas a ele, organizados por categorias de A à D, do questionário. As perguntas da primeira parte do

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aqui se visa intrinsecamente avaliar questões referentes a variável

“familiaridade”. Alguns autores como NASAR (1992), PURCELL (1984) e KAPLAN & KAPLAN (1983) apontam a familiaridade como fatores relevantes da preferência. Na Categoria B do questionário, o usuário responderia perguntas referentes às outras tipologias, representados por imagens do edifício 2 (tipologias horizontais), 3 (tipologias verticais) e 4 (tipologias mistas), todos eles edifícios da cidade de Pelotas, que podem ou não ser conhecidos - familiarizados a esses usuários. Nessa categoria se visou avaliar indiretamente as questões referentes às tipologias, indagando saber qual a percepção

desses usuários em relação às tipologias cromáticas utilizadas. Foram

apresentadas imagens individualmente de conjuntos, a Figura 3 demonstra as imagens num só contexto, como demonstrado abaixo.

Figura 3: Imagens das Tipologias Demonstradas – Foto de Conjuntos Habitacionais da Cidade de Pelotas, a qual aparece em escala de cores. Fonte: LODER, Marina

A Categoria C do questionário procura identificar qual a percepção dos

usuários quanto às variáveis de complexidade, sendo apresentadas ao usuário imagens de conjuntos localizados em diversas regiões do mundo, (conjuntos fora do seu campo visual- provavelmente desconhecidos à ele), conforme mostra a Figura 4, abaixo.

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Figura 4: Imagens de Conjuntos Habitacionais Mundiais, a qual aparece em escala de cores. Fonte: LODER, Marina.

A última categoria do questionário visou identificar o perfil desse usuário, com perguntas referentes ao sexo, idade e tempo de moradia.

Outro método de estudo utilizado foi o grupo focal. Nesta análise foi realizado um convite aos moradores para que, por livre e espontânea vontade, eles fossem colaborar com a pesquisa. No dia determinado, os usuários foram colocados num mesmo ambiente, onde foram passados diversos

questionamentos sobre as relações cromáticas e percepção de cor e forma. O material foi demonstrado ao mesmo tempo para todos participantes, pergunta por pergunta, até que todos respondessem e discutissem a questão. O estudo durou cerca de 60 minutos e foi filmado para que depois todas as pontuações fossem analisadas pelas pesquisadoras.

2.2 RESULTADOS

A discussão da pesquisa resultou em dar respostas para as questões cromáticas na percepção dos usuários dos Conjuntos Habitacionais. O conjunto estudado, embora possua duas cores no seu contexto, ele foi

pontuado na catalogação da pesquisa como “Tipologia- Liso”; por possuir em toda a sua extensão a mesma coloração, na cor bege. Uma característica bastante interessante é que a cor da parede é tão predominante que pra muitos usuários, a cor do detalhe (espessura das paredes nas aberturas das janelas) nunca havia sido percebida. Os resultados demonstram que nenhum usuário julgou a cor do seu conjunto como Muito Agradável, ficando grande parte- 51,35% concentrado em afirmar que as cores do seu conjunto não são

Nem agradáveis, Nem desagradáveis e 37,83% julgou que a cor do seu

conjunto era Agradável, em contrapartida com 10,81% da população da amostra, que julgou a cor como Desagradável. Na totalidade da amostra a grande maioria dos usuários julga que as cores do seu conjunto influenciam no seu estado emocional. Essa influência varia de forma Positiva à Nem positiva,

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Para que uma obra arquitetônica se confirme entre outros elementos da

perspectiva urbana, é preciso que ela tenha um diálogo com o entorno no qual ela está inserida. È necessário que ela resgate a essência deste entorno e replique isso em significados. Procurando contemplar essa visibilidade de conhecimento os usuários foram questionados a julgarem qual a percepção que teriam do seu conjunto num contexto da cidade, numa visão externa a ele. Os resultados alcançados demonstram que nenhum morador julgou essa percepção como muito boa, mas a grande maioria julga a percepção geral do seu conjunto como Nem boa, Nem ruim. A relação de percentual entre os moradores que julgam ter uma percepção Boa do seu conjunto se equivale ao somatório dos que julgam ter uma percepção Ruim e Muito Ruim a respeito dele. Essa análise nos traduz que a cor desempenha um papel importante na vida social e na vida de cada cidadão. O fenômeno da cor tem raízes na Psicologia da Percepção e inclui a compreensão da harmonia e simbologia cromática. Quando então questionados se gostariam que seu conjunto fosse pintado de uma só cor, a grande maioria respondeu que não, e as cores preferidas para pintura do seu prédio ficaram caracterizadas nas tonalidades de bege em primeira instância, com opções posteriores, que variaram entre os tons alaranjados e esverdeados. Algumas cores com tons entre os amarelados, avermelhados, azuis e branco tiveram percentuais pequenos para cada

tonalidade. Pra esse quesito as respostas foram livres.

O desempenho da policromia baseia-se na interação entre forma e cor, o jogo de volumes que compõe o todo, nas saliências volumétricas ou reentrâncias, o jogo de efeitos causados pelas luzes e sombras. Esses valores de julgamento foram também considerados nas Categorias B e C do questionário,

respectivamente com imagens de conjuntos de Pelotas e conjuntos em locais variados – mundiais. Os resultados encontrados na Categoria B nos dizem que a grande maioria dos moradores julgou com uma maior preferência, o conjunto habitacional com tipologia de verticalidade na pintura, sobre valendo os de linhas horizontais e os mistos. Nas imagens dos conjuntos mundiais, a preferência se fixou pelos conjuntos com complexidade de nível baixa, em comparação com conjuntos de média e grande complexidade. No grupo focal,

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a grande maioria dos usuários admitiu que a complexidade de alto nível, causa uma percepção negativa, afirmando que a imagem apresenta uma perturbação ao olhar, pelo excesso da variedade da forma e pelo grande número de cores utilizadas. Eles apontaram que a variedade da forma é atrativa, agradável, mas desde que seja usada com cautela. As cores mais claras foram destacadas positivamente.

CONCLUSÕES

O estudo realizado foi de grande valia, pois foi capaz de mensurar alguns dados que serão pertinentes ao todo da pesquisa, que ainda está em processo de desenvolvimento.

O que se pode constatar não é apenas a importância da visão do pesquisador, ou dos pesquisadores da área, mas a construção da estima no repertório da percepção do ser humano, no ambiente no qual está vivenciando. Na pesquisa pôde-se constatar de maneira geral, que o usuário não percebe a importância do espaço em que vive. O ambiente por já ser conhecido, vivenciado, não permite ser visto de certa forma com um “outro olhar”, ele passa a ser

familiarizado a este expectador. A familiaridade afeta a satisfação das pessoas, elas passam a sentir-se satisfeitas com a aparência visual, por estarem

influenciadas, ou ainda podería-se dizer até que “viciadas” ao espaço no qual estão submetidas, sua própria moradia. Isso se aplica aos resultados do questionário-piloto, pois a percepção que tiveram do conjunto no qual residem foi mais relevante para os índices mais agradáveis que para índices baixos de preferência. Há necessidade de se questionar e analisar o ambiente, a cor é uma ferramenta que pode melhorar a percepção visual, a estética das

construções através do uso adequado de suas cores. Essa metodologia permitirá melhorar a imagem visual percebida do ambiente nos conjuntos habitacionais através da percepção dos habitantes. A imagem cromática dos conjuntos habitacionais será caracterizada pelo estudo de caso a ser seguido, influenciando assim na imagem da cidade.

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conjuntos habitacionais, visando provocar conotações positivas aos seus usuários. Proposta de melhorias para o bem-estar, através das cores preferencialmente percebidas, reflete numa composição que influencia na imagem da cidade.

Conforme LYNCH (1997) uma arte extremamente desenvolvida do design urbano está ligada à criação de um público crítico e atento. Se a arte e o público crescerem juntos, nossas cidades irão transformar-se numa fonte de prazer cotidiano para seus milhões de habitantes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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LYNCH, K. A imagem da cidade. São Paulo: Martins Fonte, 1ª. edição, 1997

DEL RIO, V.; DUARTE, C. R.; RHEINGANTZ, P. A. (Org.) Projeto do lugar:

colaboração entre psicologia, arquitetura e urbanismo. Rio de Janeiro:

Contra Capa, 2002. Parte 2, pg.167

NAOUMOVA, N. Qualidade estética e policromia de centros históricos. Tese (doutorado em planejamento urbano e regional). Faculdade de

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TOSCA, T. F. PESQUISA E APLICAÇÃO DE CORES. Estudo de cores para

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TOSCA, Theano Fanny. PESQUISA E APLICAÇÃO DE CORES. Coeficientes

ou mistura: o aspecto visual do problema no contexto urbano.Volume 15,

Issue 3, Junho de 1990, Páginas: 129-150, Theano Fanny Tosca. Primeiro artigo publicado on-line: 13 MAR 2007, DOI: 10.1002/col.5080150305.

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