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Processador o filme da era digital

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Academic year: 2021

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Fotografar o aquário

Quantas vezes ficámos maravilhados com as fotografias de peixes nos sites da Internet, ou nas revistas da especialidade? Quantas vezes pensámos em tirar fotos aos nossos peixes mas pensámos que “isso é só para profissionais”? E quantas vezes fotografámos os nossos aquários e “a coisa” não correu nada bem? Pois é, a resposta a estas perguntas é algo que nos está “atravessado” e nem conseguimos pensar. Bem, podemos sim. Há umas quantas regras a seguir e conceitos a reter mas nada de muito complicado. E os resultados? Melhor do que estaríamos à espera.

Primeiros conceitos

1. Utilização de máquina digital vs máquina de filme

(não podemos falar de fotografia analógica porque na realidade existem processos químicos presentes na revelação do rolo que não são o oposto do digital).

É irrelevante a utilização de uma ou de outra. O digital torna-se mais simples e mais rápido de manusear e permite ver de imediato o resultado, o que também pode proporcionar a repetição da sessão num curto espaço de tempo.

Processador – o filme da era digital Filmes de 35mm

2. Utilização de flash

Não é aconselhável a utilização de flash para evitar duas coisas: a) as cores esbatidas quando reflectem o luz do flash; b) o reflexo do próprio flash no vidro do aquário; b1) … pode assustar os peixes.

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Clube Millennium bcp – Núcleo de Aquariofilia – Fotografar o aquário.

Fotografar o aquário

Nestes casos, é muito importante saber desligar o flash da nossa câmara fotográfica. Para isso recorremos ao manual da mesma (de leitura obrigatória, mesmo que pense que a facilidade de manuseamento convida à sua dispensa). Se a sua máquina não permite a eliminação do flash, tente colocar uma folha de papel branco entre o flash e a máquina. Incline-a de forma a que, quando o flash disparar, a luz deste seja desviada para o tecto ou para uma parede lateral. 3. Utilização de tripé

Quando se tiram fotografias sem recurso ao flash, o automatismo da máquina fotográfica tende a utilizar velocidades muito baixas para compensar a falta de luz, ou luz inadequada. Para velocidades (ver glossário no fim do artigo) abaixo de 1/60s, qualquer pequeno movimento na câmara inutiliza a fotografia, esta fica “tremida” ou desfocada. É nesta altura que precisamos de um tripé. Quase todas as máquinas, independentemente do preço e qualidade, têm por baixo um orifício que permite acoplá-las ao tripé.

Parte de baixo de uma máquina revelando o orifício de ligação ao tripé

Exemplo de um tripé

Com estas “dicas”, estamos em condições de começar a tirar fotografias, contudo, vamo-nos deter um pouco mais para pensar sobre algumas questões que vão melhorar ainda mais a nossa performance. Assim, meditemos no seguinte:

1. Planificar

Antes de começar a disparar, temos que olhar bem para o aquário e apreciar os vários ângulos. Mentalmente podemos tomar nota dos planos que queremos fotografar, que tipo de enquadramento queremos, etc. Nesta fase, estamos a preparar as nossas fotografias. É ainda imprescindível decidirmos se queremos tirar fotografias individuais aos peixes ou às plantas.

2. Preparar

Após as decisões que tomámos anteriormente, temos que preparar o equipamento para a sessão (por muito pomposo que vos soe o termo, é efectivamente de uma sessão de fotográfica que se trata). Assim, colocamos a máquina no tripé e começamos a regulá-la para o que pretendemos.

a) Se começarmos pelos grandes planos do aquário, afastamos o tripé, para nos permitir utilizar o zoom. Assim podemos fazer o enquadramento que idealizámos;

b) Se começarmos pelos peixes, temos que colocar o tripé mais junto ao aquário e vamos ter de regular o programa da máquina para “desporto” (vulgarmente o “bonequinho a correr”).

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Como os peixes estão em movimento, precisamos de velocidades altas para os “congelar” na fotografia. Ao fazer isto, vamos ter o número de elementos nítidos reduzidos devido à pouca profundidade de campo (mais velocidade implica maior abertura e menor profundidade de campo, menor velocidade implica menor abertura e maior profundidade de campo);

c) Se começarmos pelas plantas, como normalmente estão mais paradas que os peixes (atenção aos movimentos provocados pela água que vem do filtro ou da pedra difusora), a nossa preocupação, resume-se, a um bom enquadramento, com o tripé junto do aquário e a máquina no programa completamente automático (fotógrafos mais experiente, podem sempre fazer uso do modo manual).

3. Fotografar

Cuidado com as linhas horizontais e verticais, que devem aparecer na fotografia, paralelas ao topo e/ou fundo ou aos lados, respectivamente. Atenção à regra dos terços (ver glossário no final do artigo) na colocação dos motivos principais nas zonas onde as linhas imaginárias se tocam. Há que evitar elementos perturbadores, como esquinas, tubagens, termómetros, etc.

a) Panorâmica – a fotografia do aquário

Se bem que a fotografia “clássica” mostre o aquário de frente, podemos melhorar significativamente o impacto se procurarmos outros ângulos que encaminhem os olhos para determinados pormenores que queremos destacar (um tronco, uma planta, um espaço decorado de forma diferente, etc.);

Uma abordagem diferente à tradicional vista geral do aquário

b) Grande Plano – fotografar peixes

É opinião generalizada que esta parte se revela a mais difícil. Temos que encarar a fotografia dos peixes como a que representa o maior desafio ao fotógrafo. Sem o recurso ao equipamento sofisticado de quantos fotografam Botão das velocidades e programas

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Clube Millennium bcp – Núcleo de Aquariofilia – Fotografar o aquário.

Fotografar o aquário

a natureza, temos que nos munir de uma grande dose de paciência. Os peixes estão em constante movimento o que nos diz que precisamos de recorrer a um programa que tenha velocidades rápidas, como já foi referido anteriormente. É necessário alguma rapidez na decisão de disparar e tentar que o fundo onde o peixe está seja contrastante, ou neutro, com a coloração deste para que ele se destaque e não o resto. Vamos tentar fugir à posição clássica do peixe completamente visível para o mostrar no seu ”dia-a-dia”. Esta forma de encarar a fotografia vai tornar as nossas fotos mais naturais, menos “fabricadas”;

c) Grande Plano – fotografar plantas

As sugestões já referidas servem perfeitamente para esta parte do nosso plano. Fotografar grupos, ou plantas individualmente deve realçar a sua vertente estética e o seu efeito enquanto agrupadas ou não. Vamos evitar que os peixes se atravessem à frente. Como temos a máquina regulada no automático, e estamos a fotografar motivos relativamente estáticos, o peixe que passe no alcance do visor, vai ficar desfocado. O resultado final é uma mancha na foto. Também aqui temos que nos preocupar com os ângulos. É complicado andar com uma máquina agarrada ao tripé de um lado para o outro mas quem ganha é a qualidade da foto.

Nesta foto, o interesse era fotografar a pequena Lótus, tudo à volta ficou desfocado

4. Resultados

Após terminada a sessão, chega o momento que nos vai alimentar o ego. Transferimos as fotos do cartão para o computador e começamos a visioná-las, ou mandamos revelar o rolo (em certos locais, este processo leva menos de uma hora e pode vir já também em CD, o que facilita o trabalho de digitalização). A escolha das melhores fotos tem que assentar nos conceitos e ideias referidas. Nalguns casos precisaremos de repetir uma ou outra foto mas de uma forma geral, as fotografias estão tão boas como as que nos lembramos de ver na imprensa ou Internet. Parecia difícil mas apenas nos deu um prazer enorme. Para terminar, fica um pequeno glossário cuja única finalidade é esclarecer algumas expressões que foram mencionadas e cujo carácter mais técnico pode tornar confuso

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falar de assuntos que estão intimamente relacionados e que têm uma ordem natural.

Glossário.

Obturador – cortina que é

accionada quando pressionamos o botão de disparo. É ele o responsável pela entrada de luz que depois é captada pelo sensor ou filme.

Abertura – relacionada com o obturador,

permite a entrada de luz e determina a profundidade do campo visual com que a fotografia vai ficar. As aberturas são medidas em valores decimais e são inversamente proporcionais ao diâmetro do obturador. Assim, valores da ordem dos 2.6 indicam-nos que o obturador vai estar completamente aberto (se for esta a abertura mínima da lente) e que a quantidade de luz que vai entrar para a nossa máquina é muito elevada, valores da ordem dos 22 revelam que o obturador vai estar muito fechado, consequentemente, a luz

que vai passar por tão pequeno orifício é muito reduzida.

Profundidade de campo – grosso modo, é a quantidade de objectos que aparecem

focados na fotografia. A relação com a abertura é também inversamente proporcional à grandeza dos números, isto é, valores de 2.6 abrem muito o obturador, reduzindo a capacidade da máquina de focar todos os objectos, logo, a profundidade de campo é pequena. Enquadra-se neste caso as fotografias de grandes planos, onde só o sujeito principal nos aparece focado, tudo o resto fica difuso. Valores próximos de 22, reduzem o obturador ao mínimo mas permitem que o maior número possível de objectos fique focado.

Velocidade – representa a rapidez com que o obturador abre e fecha. A velocidade é

medida em fracções de segundo e quanto maior for o denominador dessa fracção, mais rápida se torna a acção de abrir e fechar. A utilização de velocidades altas (1/4000 por exemplo) produz o efeito de “congelar” as imagens em movimento. Velocidades mais baixas (1/60 por exemplo) tornam os movimentos arrastados. Também a velocidade está relacionada com a abertura na razão inversa, ou seja, velocidades altas requerem aberturas baixas (obturador mais aberto) para compensar a entrada de luz, e vice-versa.

Exemplo de um obturador onde se pode ainda ver o mecanismo responsável pela abertura (explicada a seguir).

Visor LCD de uma máquina Reflex. No topo, pode ver-se a velocidade, no caso 1/4000s, e ao lado a abertura, f4 na foto.

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Clube Millennium bcp – Núcleo de Aquariofilia – Fotografar o aquário.

Fotografar o aquário

Regra dos terços – esta regra sugere-nos que

na altura de fotografar, façamos mentalmente a divisão da imagem em 9 parte iguais, imaginando duas linhas horizontais e duas linhas verticais. O ponto de intersecção dessas linhas imaginárias, é onde devemos colocar os nossos motivos principais. Isto torna a fotografia mais equilibrada porque é para onde os nossos olhos se focam de imediato. Esta técnica requer prática para que se torne automática, ao fim de algum tempo.

Texto e fotos de António Pires

Fotos de Água Salgada do aquário do Luís Marçal, autor do artigo “Água salgada – o Mito I” Fotos de Água Doce de aquário próprio.

Os pontos I1, I2, I3 e I4 são onde os motivos devem ser colocados, conforme referido.

Referências

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