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SEGURANÇA ALIMENTAR. Em tempos de (in)sustentabilidades produzidas. Wanda Griep Hirai

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SEGURANÇA

ALIMENTAR

Em tempos de (in)sustentabilidades produzidas

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H613 Hirai, Wanda Griep.

Segurança Alimentar em tempos de (in)sustentabilidades produzidas/ Wanda Griep Hirai. Jundiaí, Paco Editorial: 2011. 216 p. c/ Bibliografia.

ISBN: 978-85-64367-83-8

1. Segurança Alimentar 2. Nutrição 3. Política alimentar . 4. Movimentos Sociais. I. Hirai, Wanda Griep. II. Título.

CDD: 300 ©2011 Wanda Griep Hirai

Direitos desta edição reservados à Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.

IMPRESSO NO BRASIL PRINTED IN BRAZIL

Índices para catálogo sistemático:

1. Ciências Sociais 300

2. Outros Serviços Sociais 363 3. Fome-problema Social 363.8

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Aos meus filhos Thiago e Raquel, inspiração das lutas cotidianas e fonte de amor para enfrentá-las. Aos meus pais, cuja sabedoria fez brotar da terra frutos generosos de uma mesa farta que compartilho com todos aqueles que sonham com um mundo sem fome.

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Agradecimentos

A Deus por ser fonte de amor e de esperança que se re-nova diariamente.

À Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS e à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES, que ofereceram seus serviços para a consolidação da minha formação. De forma especial, à minha orientadora Dra. Gleny Terezinha Duro Guimarães, pela dedicação, responsabilidade e competência profissional, condições cruciais para a consecução desta obra que é fruto da minha tese de doutoramento. Aos ex-colegas de turma, de forma especial ao Dr. José Ricardo Costa que, além de com-partilhar a jornada da qualificação profissional, foi incansável incentivador para a publicação deste livro.

Aos meus ex-alunos da UCPEL, que me instigaram a buscar respostas para suas inquietações e dúvidas, bem com aos meus ex-colegas professores, especialmente à Dra. Ana Luisa Xavier Barros e à Dra. Maria Manuela A. Valente, cuja parceria, amizade e colaboração foram imprescindíveis para que eu chegasse à finalização do meu doutorado. À Faculda-de Faculda-de Serviço Social da UniversidaFaculda-de FeFaculda-deral Faculda-de Alagoas – FSSO, especialmente à professora Ms. Telma Sasso de Lima, pela amizade e incentivo para novos desafios na caminhada docente. A Dra. Maria Adriana Torres e à Ms. Giana Raquel Rosa, que representam um novo tempo de inserção profissio-nal em terras alagoanas através do diálogo docente qualifica-do e interdisciplinar.

À todos aqueles amigos de longe e de perto que, no mo-mento certo, estiveram presentes e que a seu modo contribu-íram para a consecução de meus objetivos e sonhos.

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Debulhar o trigo Recolher cada bago do trigo Forjar no trigo o milagre do pão E se fartar de pão Decepar a cana Recolher a garapa da cana Roubar da cana a doçura do mel Se lambuzar de mel Afagar a terra Conhecer os desejos da terra Cio da terra, propícia estação E fecundar o chão

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Prefácio

Ao falar de direito humano, a alimentação parece um

tema óbvio; no entanto, esse óbvio está longe de ser uma

re-alidade. De forma exemplar, Wanda Griep Hirai demonstra

que a fome é historicamente constituída de acordo com os

interesses sociais e econômicos de cada época,

principal-mente fruto da sociedade gestada no sistema capitalista.

A publicação deste livro é de extrema importância, pois

chega para preencher uma lacuna na área da produção do

conhecimento no que diz respeito à recente Política

Na-cional de Segurança Alimentar e NutriNa-cional. O direito à

alimentação é assegurado em lei, com uma legislação

ai-nda muito recente, e apenas em 2010 foi regulamentado

o Sistema Nacional de Segurança Alimentar Nutricional

(SISAN). Ainda em 2010, o Brasil deu um passo

signifi-cativo no que se refere ao arcabouço legal, através da

pro-mulgação da Emenda Constitucional nº 64, que inclui a

alimentação entre os direitos sociais no artigo 6º da

Con-stituição Federal. São fatos que demonstram o quanto

esse tema é recente e que precisa de uma política pública

forte, assegurando a milhões de brasileiros o direito e o

acesso à alimentação adequada, com quantidade e

quali-dade que garantam condições dignas de sobrevivência.

A autora, de forma exemplar, trata o assunto de

ma-neira interdisciplinar, na medida em que a fome,

alimen-tação, segurança ou insegurança alimentar não dizem

re-speito apenas à área da saúde ou nutrição, mas também à

sociedade, refletindo todos os meandros da questão social.

Essa é uma obra fundamental para todos os

pro-fissionais da área das ciências sociais e da saúde,

es-pecialmente aqueles que atuam na gestão pública e

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na iniciativa privada operando as Políticas de

Segu-rança Alimentar e Nutricional. Políticas essas que

de-vem estar articuladas com o sistema de proteção social.

Wanda Griep Hirai aborda o assunto de forma

in-édita, não só pelo resgate histórico, retomando autores

clássicos, mas principalmente pela densidade com que

trata a constituição da Política Pública de Segurança

Alimentar e Nutricional.

É uma obra que nos instiga a manter acesa a chama

da indignação diante das injustiças sociais, ao

defla-grar os interesses econômicos e sociais que criam

me-canismos de manutenção e reprodução da miséria e

da fome, indignação quando demonstra que o Brasil,

mesmo com um dos maiores potenciais mundiais de

produção na área da alimentação, permanece com altos

índices de fome, de pobreza e de desigualdade social.

Após conhecer esta obra o leitor se tornará um grande

defensor da Política Pública de Segurança Alimentar.

Profa. Dra. Gleny Terezinha Duro Guimarães

Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Serviço

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Sumário

Introdução...13

Capítulo 1

Pobreza e Fome: Trajetória Histórica da

Desumanidade Humana...19

1. Reflexões Preliminares acerca da Pobreza e da Fome..19 2. (In)segurança Alimentar e Serviço Social...23 3. Pobreza Segundo Rahnema: Sentidos Atribuídos...28 4. As Quatro Dimensões da Pobreza Segundo Rahnema..31 5. A Utilidade da Pobreza: Reflexões a Partir de Mollat..34 6. Marx e o Processo de Pauperização...48 7. Amartya Sen e a Abordagem da Pobreza

como Privação de Capacidade...51

Capítulo 2

A Fome e suas Implicações: Uma Incursão nas Denúncias de Josué de Castro e os Caminhos da

Implantação da Política de Segurança Alimentar no Brasil..55

1. A Relevância da Obra de Josué de Castro:

Ousadia e Determinação...55 2. A Investigação de Josué de Castro: As Características Regionais do Brasil...56 3. Considerações Sobre o Conjunto da Realidade

Brasileira na Obra de Josué de Castro...72 4. A Política de Segurança Alimentar no Brasil...74 5. A Política de Segurança Alimentar a Partir

da Criação do Ministério do Desenvolvimento

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6. A Implantação dos Consad(s): Possibilidades

de Desenvolvimento Através dos Arranjos Regionais...84

7. Reflexões Sobre as (In)sustentabilidades Produzidas: Avanços e Descompassos para a Consolidação da Política Nacional de Segurança Alimentar...88

7.1. A Revolução Verde e o contexto internacional da política de segurança alimentar e nutricional...94

7.2. Os dados da pesquisa nacional de amostra por domicílio (PNAD)...102

Capítulo 3 Diálogos do Serviço Social com a Pobreza, a Fome e o Estado: Decifrando seus Contornos...109

1. O Serviço Social e a Análise da Pobreza...109

2. A Fome na Perspectiva do Serviço Social: Algumas Reflexões...138

3. O Diálogo do Serviço Social com Foco na Pobreza, na Fome e no Estado...150

Conclusões...169

Notas...177

Referências...195

Apêndice A Trajetória da Política de Segurança Alimentar no Brasil...209

Apêndice B Quadro elaborado com base nas informações do site do MDS (2009) e apresentado na defesa da tese: Segurança Alimentar em tempos de (in)sustentabilidades produzidas...211

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INTRODUÇÃO

A aproximação com a temática tratada nesta obra vem atravessando minha formação acadêmica, que se remete ao início da década de 1980, quando foi iniciada a graduação no curso de Serviço Social na Universidade Católica de Pelotas, concluída na Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Nesse período, a crise econômica que assolava o país fazia--se sentir no campo de estágio de uma pequena comunidade vinculada às Comunidades Eclesiais de Base, situada na peri-feria de Campinas/SP. Nesta, eram atendidas famílias empo-brecidas, em sua maioria, provenientes do processo migrató-rio no sentido Norte-Nordeste ao Centro-Sul do país. Com essas famílias foi possível conhecer o drama da fome e suas consequências na vida daquele grupo humano.

Naquele período, não se poderia imaginar que a dura realidade da fome vivenciada pelo grupo de migrantes nor-destinos, para a qual se buscava alternativas na condição de “aprendiz da profissão”, viesse novamente cruzar com as fu-turas vivências profissionais. Mas, o encontro ocorreu: sem planejar de antemão, seguiu-se a trajetória profissional e esta chegou ao Estado de Alagoas, mais especificamente no curso de Serviço Social da Faculdade de Serviço Social (FSSO), na Universidade Federal de Alagoas. Fazer parte do corpo do-cente dessa unidade de ensino desde abril de 2010 tornou-se um desafio para o enfrentamento dos inúmeros problemas decorrentes da pobreza e da fome. Alagoas é o estado cujo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é o pior do Bra-sil – 0,677, ocupando a 27ª posição no ranking nacional. O índice de insegurança alimentar nos domicílios nordestinos chega a 46,4 %, contra 76,5% no sul do país.

Este Estado, onde hoje vivo e dou continuidade às mi-nhas atividades enquanto professora e pesquisadora, onde o mar e céu se confundem pelo seu tom azulado e as belezas

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Wanda Griep Hirai

naturais são inimagináveis, a vida das populações empobreci-das é densa de sofrimento, violência e fome, cujas marcas da exclusão desfilam nos espaços obscuros da cidadania negada.

A fome é uma das expressões mais contundentes da po-breza e se tornou motivo de inquietações na minha vida estu-dantil e profissional. Não se compreendia por que a pobreza provocava situações dramáticas de fome se, na condição de filha de agricultores familiares, nascida num estabelecimento rural ao Sul do Rio Grande do Sul, de apenas 60 hectares, e que abrigava três gerações (meus avós, meus pais e meus irmãos), nossa família também poderia ser considerada po-bre em comparação com os latifundiários locais. Entretanto, tinha-se uma mesa farta, com alimentação variada e produ-zida, quase na sua totalidade, por meio do cultivo familiar.

Sem a noção exata do alto grau de autonomia alimentar imbricado naquele modo de vida, bem como dos princípios de sustentabilidade existentes no interior de um sistema de produção agrícola — modificado substancialmente pela Revolução Verde — no final da década de 1980, o exercício profissional desvelou contradições materializadas no coti-diano da população empobrecida, cuja vida era ameaçada pela fome no espaço urbano.

Desde então, durante mais de vinte anos do cotidiano profissional, foi possível visualizar cenas que nem o tempo e muito menos a recorrência fizeram com que se naturali-zassem. O contato com famílias empobrecidas – que não conseguiam obter os requisitos básicos de uma alimentação suficiente e adequada para a reprodução da vida – e que, em consequência, tinham a sua existência em risco, impulsio-nava a buscar respostas e a discutir sobre as possibilidades do trabalho do Serviço Social de forma mais consistente, mais direta e envolvida. Como pode a profissão intervir, no sentido do estabelecimento de políticas sociais mais efeti-vas? Como trabalhar para a implantação de um autêntico

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15 SEgurança alimEntar em tempos de (in)sustentabilidades produzidas

Estado de Direito e, com isso, pela consolidação de uma sociedade mais equitativa?

Depois de alguns anos fora do Rio Grande do Sul, na vol-ta para esse esvol-tado, a fome continuou a ser a fonte de inquie-tação, porque era uma volta ao convívio com cenas em que o ser humano se aproximava de latões de lixo para deles reti-rar seu alimento, em que centenas de famílias iniciavam seu dia sem a certeza do que iriam comer, mesmo residindo em uma cidade conhecida como “Cidade dos Alimentos”, dada a sua capacidade produtiva que, aliada à diversidade, lhe confere tal denominação. Essas vivências profissionais foram determinantes para que se buscasse, através da academia, o conhecimento necessário para desencadear o processo que envolve as complexas questões determinantes da fome. Era necessário, então, obter subsídios sobre o sistema de produ-ção agrícola, visto que a superaprodu-ção da fome é possível por dois mecanismos: a compra ou a produção dos alimentos.

Para compreender tal processo, o mestrado na centená-ria Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel da Universidade Federal de Pelotas, do Programa de Pós-Graduação em Sis-temas de Produção Agrícola Familiar, recentemente implan-tado, poderia oferecer aporte teórico e aproximação com a realidade local, o que resultou na dissertação “Agricultura Familiar e Segurança Alimentar: a importância da produção para o autoconsumo em três municípios do Rio Grande do Sul”, orientada pelo Prof. Dr. Flavio Sacco dos Anjos.

As questões que alimentavam a inquietação e que toma-ram forma no percurso da dissertação de Mestrado indicam que, se hoje se tem em nosso país uma política pública de se-gurança alimentar, muito ainda falta para a extinção de mo-delos agrícolas excludentes e insustentáveis, que contribuem para agravar ao quadro de insegurança alimentar.

As estruturas da realidade social envolvem complexas formas de organização e apresentam parcelas populacionais

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