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APRENDIZAGEM COOPERATIVA DISTRIBUÍDA NA BIBLIOTECA KIDLINK-BRASIL

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Academic year: 2021

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RASIL

NEIDE SANTOS

Aprendizagem Cooperativa a Distância Kidlink - Brasil

Pesquisadora-Bolsista DI/PUC-Rio/CNPq Colaboradora da COPPE/Sistemas/UFRJ

neide@les.inf.puc-rio.br

HELOÍSA M.COSTA FERREIRA

Coordenadora da Biblioteca Kidlink KPerson - RS

heloisa@PRO.VIA.RS.COM.BR

Projeto Kidlink-Brasil

R. Marquês de S. Vicente 225, 5o. and - Prédio do RDC Gávea - Rio de Janeiro - RJ - 22 453

Abstract

The paper reports the "locales" for distributed cooperative learning at the Kidlink-Brasil Project Library. The "locales" were being built using Web functionality and Internet cooperative tools. At the moment, six virtual "locales" were being developed: the Interactive Mural, the Reading Corner, the Portfolio, the Virtual Classroom, the Interactive Learning Studio and the Learning Space.

Resumo

Neste artigo, são apresentados os "locais" de aprendizagem cooperativa distribuída da Biblioteca Kidlink. Usando a funcionalidade da Web e as ferramentas de cooperação disponíveis na Internet, estão sendo constituídos preliminarmente seis "locais virtuais": Mural Interativo, Cantinho de Leitura, Portofólio, Sala de Aula Virtual, Oficina de Aprendizagem Interativa e Sala de Estudos.

1.

I

NTRODUÇÃO

A pesquisa e o desenvolvimento dos recursos computacionais para uso em educação, tradicionalmente, correm em paralelo com os avanços da computação. Os programas de auto-instrução apoiados por computadores, das décadas de 60 e 70, foram desenvolvidos, a partir da melhoria da interação homem-máquina. Contudo, tais programas não provocaram o impacto esperado na educação de massa. Nos anos 80, na maioria dos países desenvolvidos ou não, os setores governamental, acadêmico e educacional financiaram e pesquisaram de forma intensiva o potencial dos computadores para a melhoria e ampliação da oferta de educação. Neste época, as ferramentas de produtividade (editores de texto, bancos de dados, editores gráficos, planilhas eletrônicas, etc) tornaram-se populares nos meios educacionais devido ao surgimento das interfaces gráficas e da conseqüente facilidade de uso. Estes programas, também, não causaram o impacto esperado na educação.

(2)

A análise histórica do desenvolvimento científico e tecnológico aponta que a ruptura de um status-quo vigente é fruto da confluência simultânea de condicionantes tecnológicos, econômicos, culturais e sociais. Na década atual, parece existir condições necessárias para que a informática e tecnologias associadas alterem o processo educacional, dada a difusão das redes de comunicação, os avanços na tecnologia de hipertexto e a urgência econômica e social pela ampliação das oportunidades educacionais. Um dos cenários educacionais emergentes combina o uso das redes de computadores e a aprendizagem cooperativa distribuída [Santos, 1996].

No entanto, este novo cenário passou a requerer que profissionais de educação repensassem suas práticas pedagógicas e a própria escola. Lucena [1997] apresenta a possibilidade de construção de uma escola aberta no contexto do Projeto Kidlink-Brasil, através do uso intensivo das tecnologias de rede, entre elas aquelas tecnologias que apoiam a aprendizagem cooperativa distribuída.

Um dos espaços para aprendizagem cooperativa distribuída no Projeto Kidlink-Brasil está inserido na Biblioteca Virtual Kidlink. O objetivo deste trabalho é descrever os “locais” da Bibllioteca Virtual, apoiados na Internet e na infra-estrutura do Kidlink. Com este propósito, de início, apresentamos os conceitos básicos sobre aprendizagem cooperativa distribuída e o referencial teórico que embasa a proposta de trabalho da Biblioteca. A seguir, descrevemos os “locais” da Biblioteca Kidlink e oferecemos as conclusões.

2.

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ISTRIBUÍDA 2.1CONCEITOS BÁSICOS

As primeiras redes de computadores surgiram no final dos anos 60 e início dos anos 70, sendo conhecidas como tecnologias de Redes Locais (LANs - Local Area Networks). Estas redes atendiam a uma nova circunstância tecnológica e social, composta por computadores menores e mais baratos e pela necessidade de compartilhamento de dados e informações. Porém, as várias tecnologias de Redes Locais não eram compatíveis. Ao lado do desenvolvimento das LANs, começavam a ser construídas as chamadas WANs (Wide Area Networks), que conectavam computadores distantes geograficamente. No entanto, LANs e WANs eram incompatíveis entre si. A questão pendente era como maximizar o uso de recursos computacionais e compartilhar dados geograficamente remotos, com compatibilidade, segurança e rapidez.

No final de 1970, usando tecnologias variadas, surge o projeto ARPA (Advanced

Research Projects Agency), visando resolver os problemas de incompatibilidade das

redes. O principal aspecto das pesquisas do ARPA era um enfoque novo para interconectar LANs e WANs, que se tornou conhecido como internetwork ou Internet [Comer, 1994].

A partir de meados de 80, a Internet é, de forma crescente, um conjunto de redes de computadores que interligam milhões de computadores, se tornando um espaço enorme de troca de informações e comunicação.

(3)

Este avanço tecnológico foi, e está sendo, fruto de demandas sociais e dos setores produtivos, pois os problemas e desafios do mundo moderno apresentam tais dimensões e complexidade que sua solução envolve cada vez o trabalho em equipe. Hoje, serviços e produtos para o suporte a trabalho cooperativo encontram-se em plena expansão. O emprego de métodos e ferramentas para o trabalho cooperativo chegou também à esfera educacional, sendo usual ouvirmos atualmente as expressões trabalho cooperativo em educação, aprendizagem colaborativa, aprendizagem cooperativa, como termos correntes e significando atividades similares. Recentemente, surgiu o termo “aprendizagem cooperativa distribuída”. Para clarificar a proposta de aprendizagem cooperativa distribuída na Kidlink-Brasil, definimos, a seguir, sucintamente: trabalho cooperativo, aprendizagem cooperativa e aprendizagem cooperativa distribuída.

2.1.1 TRABALHO COOPERATIVO

O termo “trabalho cooperativo” possui uma longa história nas ciências sociais, sendo primeiramente empregado no século XIX por economistas como designação geral e neutra do trabalho envolvendo múltiplos atores. A colaboração, a troca de informação, a capacidade de comunicação, o respeito às diferenças individuais e o exercício da negociação são requisitos importantes para o trabalho cooperativo. Para haver cooperação é necessário existir um ambiente democrático onde todos possam se expressar cooperando individualmente sem se sentirem ameaçados por alguma forma de poder. O papel da comunicação é fundamental, podendo ser realizada de várias formas, através de encontros face à face ou por meios eletrônicos. Nos dias atuais, os serviços das redes de comunicação têm pontencializado o trabalho cooperativo, especialmente apoiado em CSCW (Computer Supported Cooperative Work).

2.1.2APRENDIZAGEM COOPERATIVA

A aprendizagem cooperativa incorpora algumas facetas básicas do trabalho cooperativo, mas agrega elementos novos: a intencionalidade da aprendizagem e a tutoria [Barros, 1994]. A interdependência positiva, a confiança mútua, a interação, a responsabilidade individual e o compartilhamento e socialização das informações entre alunos e professores, engajados na realização de uma tarefa comum devem ser os pontos de sustentação da aprendizagem cooperativa [Holden, Holcomb & Wedman, 1992].

A aprendizagem cooperativa independe do uso das novas tecnologias, exigindo basicamente uma postura pedagógica inovadora e sem preconceitos. Mas, a popularização e potencialidades das redes de comunicação estão forjando um espaço para que a aprendizagem cooperativa ocorra nos limites das salas de aula e fora deles. A Internet fornece serviços cada vez mais estáveis, seguros e amigáveis para a criação de ambientes virtuais de aprendizagem cooperativa distribuída, onde alunos e professores cooperam entre si, sem as limitações de barreiras geográficas e de tempo.

2.1.3 APRENDIZAGEM COOPERATIVA DISTRIBUÍDA

Em linhas gerais, a aprendizagem cooperativa distribuída consiste no desenvolvimento de atividades centradas na aprendizagem cooperativa com o suporte das tecnologias da Internet. Na aprendizagem cooperativa distribuída, a comunicação e a interação são

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pontos chave. Em ambientes distribuídos, a cooperação pode ocorrer de forma síncrona. ou assíncrona. Na cooperação assíncrona, as pessoas não necessitam estar cooperando em tempo real. Um exemplo seria o correio eletrônico. Na cooperação síncrona, elas interagem em tempo real. Um exemplo seria as sessões de chat. Os editores cooperativos podem ser assíncronos ou síncronos, dependendo da forma de utilização.

A seguir, é apresentado, de forma breve, o referencial teórico que sustenta o uso da cooperação distribuída na prática educacional.

2.2FUNDAMENTOS EDUCACIONAIS DA APRENDIZAGEM COOPERATIVA

Educar tradicionalmente centrava-se no ato de ensinar. As demandas do mundo moderno aliadas à popularização de novas tecnologias da informação, vêm tornando o ato de educar em disponibilizar ferramentas orientadas para o ato de aprender. Autonomia na aquisição do conhecimento e cooperação na resolução de problemas são dimensões integradas ao binômio educar-aprender. Estamos nos desprendendo de práticas pedagógicas instrumentais de cunho comportamentalista e lançando mão de práticas construtivistas e pós-construtivistas.

Os serviços de aprendizagem cooperativa distribuída na Biblioteca Kidlink, acompanhando a noção de escola aberta do Projeto Kidlink-Brasil, busca inspiração em Vygotsky. Vygotsky [1989] propõe o interacionismo, também chamado de Construtivismo Sócio-Interacionista ou ainda Construtivismo Histórico Social. O interacionismo é baseado em visão de desenvolvimento apoiada na concepção de um organismo ativo, onde o pensamento é construído gradativamente num ambiente histórico e, em essência, social [Giraffa, 1995]. O ponto central das pesquisas de Vygotsky repousa no reconhecimento de que a interação social possui um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo. Vygotsky considera que toda a função no desenvolvimento cultural de uma criança aparece primeiro no nível social, entre pessoas, e depois no nível individual, dentro próprio sujeito.

Vygotsky identifica três estágios de desenvolvimento na criança e que podem ser estendidos a qualquer aprendiz:

• nível de desenvolvimento real - determinado pela capacidade do indivíduo solucionar

sozinho as atividades que lhe são propostas;

• nível de desenvolvimento potencial - determinado através da solução de atividades

realizadas sob a orientação de uma outra pessoa mais capaz ou cooperação com colegas mais capazes; e

• zona de desenvolvimento proximal - considerada como um nível intermediário entre

o nível de desenvolvimento real e o nível de desenvolvimento potencial.

A interação entre os sujeitos é fundamental para desenvolvimento pessoal e social, pois a interação busca transformar a realidade de cada sujeito, mediante um sistema de trocas com "o par mais capaz" e do conceito "zonas proximais de desenvolvimento" [Vygotsky, 1989]. Através das diferenças individuais, a aprendizagem cooperativa vai

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sendo edificada, a partir da reflexão e da construção social do conhecimento sustentadas pela interação dos indivíduos envolvidos.

3.

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Uma das formas de se por em prática a teoria de Vygostky é a criação de ambientes de cooperação, que enfatizem tanto o desenvolvimento cognitivo, quanto os aspectos sociais e a cultura. Uma biblioteca virtual pode ser inserida neste contexto.

3.1BIBLIOTECA VIRTUAL

Biblioteca virtual pode ser compreendida como um lugar de articulação da relação sujeito-cultura, onde a seu próprio modo, cada indivíduo chega a um acordo com seu ambiente, enriquecido pelas possibilidades de trocas com seus pares. [Ferreira & Lucena, 1997]. Uma biblioteca virtual fornece os espaços onde o sujeito aprende a descobrir, trocar informações com os outros, informações estas que serão úteis na construção do seu conhecimento. A troca e o conflito podem levar o indivíduo a aceitar o fato de estar em situação de transformação e de cooperar para a resolução de problemas.

Uma biblioteca virtual, assim como os museus virtuais, devem ser pensados como patrimônios culturais que se articulam com a sociedade, como uma janela para o mundo. Para que isto aconteça, ela deve ser um ambiente interativo onde os usuários acessem informações atualizadas, trocando idéias em uma perspectiva de relativização cultural, que deve ser o caminho para a elaboração de novos mapas culturais. Uma biblioteca deve integrar gradualmente novas formas de relação e de integração com o público, atraindo novos leitores.

A utilização da leitura e da produção intelectual é geradora de discussões, descobertas e pesquisas, em um processo onde o outro constitui um papel de suma importância. Um ambiente cooperativo é formado por diversos momentos interativos. No caso dos jovens, é importante dar atenção às suas inquietudes, cativar seus interesses, fomentar o exercício da leitura e colocar a seu alcance meios novos e tecnologias em ambiente propício. O espaço para jovens em uma biblioteca deve atrai-los como leitores e impulsioná-los à leitura como um eixo social, acentuando sua importância na evolução intelectual, afetiva e lúdica do ser social.

O Projeto Kidlink Internacional e a proposta de escola aberta proposta por Lucena [1997] para a Kidlink-Brasil possibilitaram a criação da Biblioteca Kidlink, que se apoia em Vygotsky e na noção de biblioteca virtual de Ferreira & Lucena [1997].

3.2 OS LOCAIS DE APRENDIZAGEM COOPERATIVA NA BIBLIOTECA KIDLINK

A Biblioteca Kidlink foi estruturada em Janeiro de 1997, visando constituir-se em um ambiente virtual flexível e interativo, onde o indivíduo, à busca informações, pudesse de

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alguma forma participar sem barreiras para seu crescimento pessoal. A proposta da Biblioteca é oferecer a professores e jovens espaços de troca de informações e cooperação, espaços virtuais de auto-expressão textual ou não textual, espaços virtuais de expressão compartilhada, cursos on-line, tutoriais e seminários virtuais.

Dada à gama variada de interesses e motivações dos usuários da Biblioteca Kidlink, estão sendo criados vários "locais" onde possa ocorrer a aprendizagem cooperativa. Em todos os "locais", o usuário é incentivado a colaborar, no pressuposto de que o conhecimento é uma construção social e coletiva que deve ser compartilhada. Em alguns "locais" da Biblioteca, o usuário pode realizar atividades sozinho, mas ele é sempre solicitado a deixar sua contribuição pessoal como forma de colaboração, que passa a ficar disponível para todos.

A estratégia de desenvolvimento da aprendizagem cooperativa distribuída na Biblioteca Kidlink apoia-se em formas de implementação de baixo custo e na integração fácil e segura dos diferentes "locais", onde o usuário caminha de acordo com seus interesses e necessidades. Para tanto, a Biblioteca procura otimizar as funcionalidades da Web e integrar ferramentas de cooperação e colaboração disponíveis na Internet, oferecendo suporte aos diferentes usuários. Do site do Kidlink-Brasil, a partir da opção Hiperteca, acessamos a Biblioteca.

Biblioteca

⇒ Mural Interativo ⇒ Cantinho de leitura ⇒ Portofólio

⇒ Sala de Aula Virtual ⇒ Oficina Aprend. Interativa ⇒ Sala de Estudos

Figura 1 - Links Disponíveis na Biblioteca da Hiperteca Kidlink-Brasil

A Figura 2 apresenta os desdobramentos dos "locais" Mural Interativo, Cantinho da Leitura, Portfólio, Sala de Aula Virtual, Oficina de Aprendizagem Interativa e Sala de Estudos, em desenvolvimento na Biblioteca.









Mural Interativo, composto de:

Quadro de Avisos Troca de mensagens

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Sessões de chat Grupos de discussão

### Cantinho de Leitura, estantes de material de consulta, composto de

Prateleiras com um acervo bibliográfico (livros, revistas, artigos) Prateleiras com software educacional

Mapotecas

### Portfólio, com Retratos

###

Sala de Aula Virtual para: Cursos on-line

Seminários virtuais pré-agendados Tutoriais

### Oficina de Aprendizagem Interativa, utilizando: Estórias interativos

Ambientes literários

### Sala de Estudos voltada para

Aprendendo a estudar

Cantinho da pesquisa

Figura 2 - Representação Esquemática dos "Locais" da Biblioteca Kidlink

3.2.1MURAL INTERATIVO

O 'local" Mural Interativo está previsto para ser o grande espaço informal de trocas entre os usuários Kidlink. Este "local" será a porta de entrada da Biblioteca, portanto estamos pensando em implementar uma interface amigável, fácil e atraente.

No Mural, os usuários poderão fixar, ler e responder mensagens livres no quadro de aviso disponível. Poderão ainda, trocar mensagens através de correio eletrônico, participar de grupo de discussão e de sessões de chat.

3.2.2CANTINHO DE LEITURA

O Cantinho da Leitura está sendo composto de estantes com material de consulta ( livros, revistas, artigos), prateleiras com software educacional e mapotecas. O usuário poderá, além de realizar consultas, "baixar" o material disponível. Neste "local", ele poderá trabalhar sozinho ou não, mas será sempre incentivado a apresentar sua contribuição sobre o material manipulado, através de comentários, "dicas", sugestões e desafios para os demais usuários.

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Portfólio é um dos "locais" concebidos para guardar a história coletiva do Projeto Kidlink e a história de seus membros, através de fotos, cartazes, etc.

3.2.4SALA DE AULA VIRTUAL

A Sala de Aula Virtual é um "local" formal de aprendizagem cooperativa distribuída, onde ocorrem cursos interativos, tutorias e seminários virtuais voltados, em um primeiro momento, para professores e outros profissionais envolvidos com educação. Cursos e seminários virtuais precisam ser interativos e dinâmicos, pois os alunos aprendem melhor se adotado o enfoque de cooperação e de participação ativa.

Como a interatividade nas páginas Web ainda tem alto custo computacional, está sendo criado um espaço de interação e cooperação usando serviços disponíveis na Internet, tais como correio eletrônico, grupos de discussão, murais interativos, chats integrados à Web. Para tanto, a partir do site Web de um curso será possível "baixar" arquivos de texto e software, acessar grupos de discussão e acessar correio eletrônico, conversar com alunos e professores através de chats, etc.

3.2.5OFICINA DE APRENDIZAGEM INTERATIVA

A Biblioteca Kidlink integra-se também ao esforço do Projeto Kidlink-Brasil de ampliação dos espaços de auto-expressão de jovens, bem como de cooperação entre eles. Neste sentido, estamos desenvolvendo suporte pedagógico e computacional para o "local" Oficina de Aprendizagem Interativa orientada para construção de Estórias Interativas e de Ambientes Literários.

As Estórias Interativas podem ser desenvolvidas em torno de temas propostos pelos jovens ou em torno de temas propostos pelos professores. Para apoiar o trabalho do professor de sala de aula, na Oficina de Aprendizagem Interativa - Estórias Interativas, oferecemos sugestões que podem potencializar a auto-expressão, a cooperação, a criatividade e o espírito crítico. Entre as sugestões estão:

• a construção cooperativa de estórias relacionadas ao universo dos alunos (exemplos:

brincadeiras prediletas, folclore, meios de transporte utilizados, elementos físicos e geográficos presentes no meio ambiente em que vivem, etc);

• a redação de desafios, charadas e jogos de adivinhação propostas por duplas de

alunos para serem resolvidos por duplas de colegas da mesma turma ou não;

• a construção cooperativa de desenhos relacionadas ao universo dos alunos

(exemplos: brincadeiras prediletas, folclore, meios de transporte utilizados, elementos físicos e geográficos presentes no meio ambiente em que vivem); e

• a construção cooperativa de estórias sobre fatos reais, onde os alunos apresentam

seus pontos de vista, discutindo, com a ajuda do professor, novos pontos de vista apresentados por outros alunos.

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Para o desenvolvimento das Estórias Interativas, seria interessante que dispuséssemos, de imediato, de um editor cooperativo. Um editor cooperativo permitiria que um grupo de usuários, geograficamente distantes ou não, realizasse uma sessão de aprendizagem cooperativa, onde um mesma estória fosse mostrada e editada e onde a inclusão de um texto ou gráfico por um dos participantes fosse propagada imediatamente para os outros participantes. Como ainda não integramos um editor cooperativo à infra-estrutura da Biblioteca, usaremos formulários HTML, acessados a partir do site Kidlink-Brasil/Hiperteca/Biblioteca e o apoio de um grupo de discussão. A partir de um formulário, os jovens iniciam e/ou dão continuidade a um estória. O texto é submetido ao administrador do site e distribuído para os demais usuários da lista.

O objetivo da Oficina de Aprendizagem Interativa - Ambientes Literários, é oferecer um "local" de troca de opiniões sobre autores e suas obras. Poderemos ter ambientes literários livres (os jovens escolhem obras e autores) e ambientes literários (orientados para a discussão de uma obra e/ou autor específico, Livro do Mês ou Semana da Poesia, coordenados por um professor).

Pela natureza dos Ambientes Literários, os usuários trabalham com o suporte de um grupo de discussão. É importante o uso de ferramenta de cooperação assíncrona, pois desta forma os usuários podem ler as opiniões apresentadas, refletir sobre elas e apresentar seu ponto de vista.

3.2.6 SALA DE ESTUDOS

Muitos jovens relatam que não sabem estudar ou que não conseguem se organizar para cumprir as tarefas escolares nos prazos estipulados. Estamos implementando o "local" Sala de Estudos com o espaço Aprendendo a Estudar, com a finalidade de ajudar estes jovens, através de:

• uma agenda para marcação de provas e de outros compromissos escolares, visando

ajudá-los a aprenderem a administrar melhor seu tempo, a ser implementada como formulário HTML;

• “dicas” sobre como estudar e aprender a estudar, implementadas como páginas

Web, no formato de hipertexto; e

ajuda assíncrona (correio eletrônico) e síncrona (sessões de chat), para auxiliar os

jovens a aprenderem a estudar.

Outra função deste "local" é ser um Cantinho de Pesquisa, com links para endereços de

sites educacionais ricos e interessantes (como o StudyWeb), para as principais máquinas

de busca da Web (Yahoo, AltaVista, Cadê, etc) e para jornais e revistas de cunho educacional, visando complementar e enriquecer a aprendizagem.

Esperamos que a implementação dos "locais" propostos promova o exercício efetivo da cooperação e da comunicação entre os jovens e entre eles e seus professores. Mas, fundamentalmente, esperamos ajudar a tornar o processo de aprender, o ato de ler e de

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pesquisar atividades interessantes, desempenhadas com gosto e curiosidade, rompendo com a visão de que as bibliotecas reais e virtuais são lugares enfadonhos e aborrecidos.

4.

C

ONCLUSÕES

As redes de comunicação têm nos levado a repensar a educação e a escola. Uma escola aberta, nos moldes propostos para a Kidlink-Brasil, mostra-se viável, podendo entre outras funções, apoiar a aprendizagem cooperativa distribuída.

No contexto da Kidlink-Brasil, um dos espaços para aprendizagem cooperativa distribuída é a Biblioteca Kidlink. Através de uma série de "locais virtuais", estamos propondo, apoiando e provendo suporte para diferentes formas de atividades cooperativas.

No momento em que as KHouses - as escolas abertas do Projeto Kidlink-Brasil - tornam-se realidade em diferentes cidades do Brasil e abrigam também os alunos das escolas públicas, podemos sonhar com a democratização do acesso à Internet e aos instrumentos e aparatos tecnológicos do nosso tempo. Logo, passa a ser nossa missão como educadores colaborar para que os espaços educacionais abertos na Internet sejam úteis, conseqüentes e adequados à nossa realidade, além de lúdicos e prazerosos.

A Biblioteca Kidlink é um espaço aberto e em permanente construção e reconstrução. Sugestões e propostas inovadoras de atividades cooperativas distribuídas vindas de professores, profissionais da educação e jovens são necessárias e bem vindas. Neste sentido, Kidlink-Br põe à disposição da comunidade dois sites:

http://venus.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/hiperteca e

http://venus.rdc.puc-rio.br/kids/kidlink/acd/acd_index.htm.

R

EFERÊNCIAS

B

IBLIOGRÁFICAS

Barros, Lígia. Suporte a Ambientes Distribuídos de Aprendizagem Cooperativa. Tese

de Doutorado. Rio de Janeiro: COPPE/Sistemas/UFRJ.Outubro 1994 (unpublished)

Comer, D. E. The Internet Book: Everything You Need to Know About Computer

Networking and How the Internet Works. New Jersey: Prentice Hall, 1994.

Ferreira, Heloísa & Lucena, Marisa. Anais do SENAI. São Paulo, Junho 1997.

Giraffa, Lúcia. Fundamentos de Teorias de Ensino-Aprendizagem e sua Aplicação em Sistemas Tutores Inteligentes. T.I. n. 487. Porto Alegre: CPGCC-UFRGS. Novembro 1995.

Holden, M. C.; Holcomb, C. M.; Wedman, J. F. Designing HyperCard Stacks for Cooperative Learning. The Computing Teacher. Feb. 1992, 20-25.

Lucena, Marisa. Um Modelo de Escola Aberta: O Projeto Kidlink no Brasil. Tese de

Doutorado. Rio de Janeiro: COPPE/Sistemas /UFRJ. Abril 1997.

Santos, Neide. Framework para Educação à Distância Via Internet. Projeto de Pesquisa

de Pós-Doutorado (unpublished). Departamento de Informática/PUC-Rio. Junho

1996 (unpublished)

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Vygotsky, Lev S. A formação Social da Mente. São Paulo: Livraria Martins Fontes Editora Ltda, 1989.

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Figura 1 -  Links Disponíveis na Biblioteca da Hiperteca Kidlink-Brasil
Figura 2 - Representação Esquemática dos "Locais"  da Biblioteca Kidlink

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