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SOLOS DA AMAZÔNIA: CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS DO ECOSSISTEMA DE TERRA FIRME E VÁRZEA

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SOLOS DA AMAZÔNIA: CARACTERIZAÇÃO DOS SOLOS DO ECOSSISTEMA DE TERRA FIRME E VÁRZEA

Franciney Souza SANTOS Universidade do Estado do Amazonas-UEA, graduando em Geografia, franciney.santos@hotmail.com

Moises Barbosa da SILVA Universidade do Estado do Amazonas-UEA, graduando em Geografia pesquisador bolsista da FAPEAM moisesbarbosauea@gmail.com

José Roselito Carmelo da SILVA UEA – Universidade do Estado do Amazonas, Orientador Prof. MSc Jroselito@uol.com.br

INTRODUÇÃO

Este trabalho faz uma abordagem analítica do solo da Amazônia, descrevendo deste o conceito de pedogênese, fatores envolvidos na formação do solo até a melhor forma de manejo desse solo para agricultura.

O solo predominante na região amazônica em 70% é o Latossolo e Argissolos de origem caulinítica, que são de baixa fertilidade (álicos e distróficos), possuem boas propriedades físicas como infiltração e profundidade efetiva e 80% de sua Capacidade de Troca Catiônica provém da matéria orgânica. Ou seja, os solos da Amazônia são solos pobres constituídos basicamente por caulinita e goethida, podendo ocorre ainda gibbsita e hematita estando sempre sobrepostos a crostas ou restos de crostas lateríticas. Solos extremantes argilosos podem impor um impedimento físico ao crescimento das raízes dos vegetais, com isso dificultando algumas formas de agricultura na região.

Ao se deparar com distinção dos horizontes e perfis dos solos da Amazônia, é perceber que o equilíbrio de todo um ecossistema está em conexão permanente entre a floresta e as águas dos rios que definem os processos de formação, morfologia, horizontes e perfis, e outros processos que permeiam a distinção dos solos da Amazônia.

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solos de várzea compreendem áreas férteis que se restringem as margens dos rios. Contribuindo para uma grande aglomeração de populações ao longo das margens dos rios, convivendo com o vai e vem das águas.

Em suma os solos da Amazônia apresentam características peculiares quanto ao fato de ainda estarem guardando inúmeras reservas de plantas, animais e minerais que estão num processo de apropriação e exploração gradativa sem estudos aprofundados.

MATERIAIS E MÉTODOS

Os solos da Amazônia estão divididos em classes (solos latossolicos) e grupos (solos latossolos) e grandes grupos (latossolos amarelos) com isso foi utilizado um mapa base de delimitação esquemática dos principais solos brasileiros para identificação destas classes, grupos e grandes grupos na região amazônica. Foi utilizada a carta de cores de Munsell, para identificação dos perfis de solos e também pesquisa bibliográfica. Visitas técnica in loco na região.

RESULTADO E DISCURSSÕES

CONCEITO DE PEDOGÊNESE OU FORMAÇÃO DO SOLO:

O termo solo é aplicado à parte do manto de intemperismo que sofreu decomposição e modificações intensas, tornando-o capaz de comportar o desenvolvimento de vegetais. (BIGARELLA, 2007)

Solos são corpos naturais, ocupam porções na superfície terrestre, suportam plantas e as edificações do homem e apresentam propriedades resultantes da atuação integrada do clima e dos organismos, atuando sobre o material de origem, condicionado pelo relevo, durante um período de tempo (Soil Survey STAFF, 1951, citado por SILVA).

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FATORES ENVOLVIDOS NA FORMAÇÃO DO SOLO:

Baseado nos estudos pioneiros de Dokuchaev (1846 - 1903) citado por Bigarella a formação do solo e suas propriedades são ocasionado pelo clima, organismos, material de origem e tempo. Posteriormente, foi adicionado o relevo como um novo fator. Os fatores de formação de solos são elementos que determinam as transformações nos materiais minerais e orgânicos que ocorrem durante o processo de formação de solos. Os principais fatores de formação de solos são:

Matéria orgânica (M.O.): são originados das plantas, dos animais, e dos micro-organismos que vivem na terra. É encontrada em diferentes estágios de decomposição, sendo a quantidade e sua natureza conseqüência da atividade dos micro-organismos, os quais são afetados pela: umidade, aeração, temperaturas e reação do solo, além do Fig. 01. O diagrama ilustra o solo como um sistema aberto, sujeito à evolução através dos tempos (Diagrama, modificado e adaptado de Bridges, 1979). Legenda: a= material mãe; b= ganho intempérico; c= perda por lixiviação; d= perda de água; e= translocações; f= perda superficial de água e erosão do solo; g= ganhos de água e de solos (sedimentação); h= ganhos de energia solar; i= perda de energia; j= ciclos geoquímicos e biológicos (plantas/animais); k= perda pela evaporação; l= entrada de água.

A, A/B.B, & C- horizontes do solo

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indispensável suprimento de energia e nutrientes. A M.O. Influi em muitas propriedades do solo, tais como: a absorção e a retenção de água, o armazenamento de bases em formas trocáveis e a capacidade de fornecer nitrogênio, fósforo, enxofre (entre outros).

Clima: o clima condiciona os tipos de vegetação, o qual, com o tempo, influem no desenvolvimento do solo. A precipitação e temperatura regulam a natureza e a velocidade das reações químicas.

Relevo: a topografia e a cobertura vegetal regulam a velocidade do escoamento superficial das águas pluviais. Isto interfere na quantidade de água que infiltra e percola no solo.

Os seres vivos (microrganismos): a decomposição de matéria orgânica libera gás carbônico cuja concentração no solo pode ser até 100 vezes maior que na atmosfera. Isso diminui o pH das águas de infiltração. Alguns minerais, como alumínio, tornam-se solúveis somente em pH ácido, isto é, necessita desta condição para tornam-se desprender de sua rocha de origem. Assim como raízes que exercem forca mecânica nas rochas que pode acarretar sua desagregação;

Tempo: variável dependente de outros fatores que controlam o intemperismo, principalmente dos constituintes do material de origem e do clima. Em condições de intemperismo pouco agressivas é necessário um tempo mais longo de exposição para haver o desenvolvimento de um perfil de alteração.

PROCESSOS PEDOGENÉTICOS:

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EVOLUÇÃO PEDOGÉNETICA:

Simonson 1959-1978 propôs um processo sistêmico, enfatizando a dinâmica do sistema em termos de quatro conjuntos interativos de processos: adição, remoções, translocações e transformações. O ambiente pedogênico inclui todos os fatores, processos e condições, designados como vetores que afetam a pedogênese (Johnson & Watson-Stegner 1987,citado por SILVA, 2009). Aqueles externos ou herdados pelo sistema, portanto não devidos à sua evolução, constituem os vetores exógenos (relevo, clima, material-mãe, organismo, entre outros). Aqueles que se desenvolvem dentro do solo, são os vetores endógenos (horizontes, concreções, estrutura, etc.).

Figura 02: Processos Pedogenéticos.

Fonte:< http://www.dct.uminho.pt/pnpg/gloss/gifs/perfil_ampl.jpg>, acesso: 27/06/2010.

H2O como

precipitação, condensação e runoff, • • • •

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HORIZONTES E PERFIL DE SOLO DA AMAZÔNIA:

O perfil do solo pode ser constatado a partir da observação de um corte vertical (em vertentes) no terreno. A estratificação dos horizontes do solo é conferida a partir dos recortes e toposseqüências do solo observado, distinguidos pela cor. Na exploração dos solos os horizontes são relacionados por letras maiúsculas na ordem de O, A, B, C e R, podendo ainda, entretanto haver outras letras e códigos nos intervalos dos horizontes.

A designação dos horizontes está baseada no grau de desvio ou de diferenciação com relação ao material parental, com base na posição que ocupa no perfil e ao processo que originou suas principais características (fig.03).

O horizonte A contém a maior parte da matéria orgânica; o B é pobre em matéria orgânica e rico em argila. Abaixo do horizonte B encontra-se uma camada irregular (horizonte C) que contém remanescente da rocha-mãe, passando gradacionalmente à rocha mãe fresca. O horizonte A constitui o topsoil e o B o subsolo. Um solo no qual se desenvolveu o perfil completo é dito “maduro”. Existem vários tipos de horizonte A, B e outros, que são

importantes na Classificação de Solos: A proeminente, A húmico, A melanozêmico

,

B

textural, B espódico, B plíntico e B latossólico. Figura 03. Horizontes do solo.

Fonte:< http://www.dct.uminho.pt/pnpg/gloss/gifs/perfil_ampl.jpg>, acesso: 27/06/2010. O - Horizonte com predominância de restos orgânicos.

A - Horizonte mineral escurecido pela acumulação de matéria orgânica.

E - Horizonte de cores claras, de onde as argilas e outras partículas finas foram lixiviadas pelas águas perculantes.

B - Horizonte de acumulação de materiais provenientes de horizontes superiores, nomeadamente argilas. Pode apresentar cores avermelhadas, devido à presença de óxidos e hidróxidos de ferro.

C - Horizonte constituído por material não consolidado.

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PROCESSOS DE FORMAÇÕES LATERÍTICAS NA AMAZÔNIA:

As primeiras ocorrências de lateritos na região foram feitas por Katzer (1903) citado por LIMA 2007, que descreveu como arenitos ferruginosos, aos quais deu a denominação de "Grés do Pará". Shaw et al.1925. citado por JHENNY) noticiaram a ocorrência de bauxita fosforosa em Trauira e Pirocaua (Maranhão). Jhenny fez uma descrição mineralógica e petrográfica, e discutiu a gênese da bauxita fosforosa de Trauira, enfatizando o papel da lateritização.

A ocorrência de depósitos lateríticos na Amazônia é generalizada. Muitos são aluminosos ou fosfáticos, outros manganesíferos ou niquelíferos (Costa. 1991). Muita ênfase foi dada ao estudo desses depósitos em virtude do seu grande interesse econômico.

Os lateritos da Amazônia podem ser classificados em dois grandes grupos, com base em suas feições geográficas, mineralógicas e geoquímicas, os quais estão relacionados com o grau de evolução:

Laterítos imaturos: estão distribuídos por toda região, e formam o relevo jovem que domina em toda Amazônia. Os perfis de tais laterítos apresentam características típicas de baixo grau de evolução. A presença de um horizonte concrecionário ferruginoso é clássico. Laterítos maturos: estão muito bem representados na Amazônia, mas não têm a mesma extensão geográfica dos imaturos, restringindo-se às regiões específicas descritas anteriormente e indicadas na figura 1. Em geral, compõem o relevo mais elevado, sob a forma de platôs ou morros. São laterítos evoluídos, com maior complexidade de horizontes, texturas, estruturas, mineralogia, feições geoquímicas e mineralizações associadas.

Distribuição geográfica - Os laterítos são encontrados por toda a região Amazônica Entretanto, somente os laterítos ferruginosos e bauxíticos constituem grandes corpos. As principais regiões lateríticas identificadas na Amazônia são (Fig. 05):

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– principalmente na borda norte do Rio Amazonas: a. Trombetas, Nhamundá e Faro - laterítos bauxíticos b. Almeirim, Monte Dourado e Felipe - laterítos bauxíticos e caulínicos; 5. Pitinga (Amazonas) - grande variedade, principalmente laterítos bauxíticos e com resistatos (Sn, Nb, Y). Outros depósitos pequenos, isolados, destacam-se dentro do quadro atual de conhecimento geológico da Amazônia: 6. Cassiporé (AP); 7. Vila Nova (AP); 8. Serra do Navio (AP); 9. Tucuruí (PA); 10. Quatipuru (PA); 11. Manaus (AM) e outros.

Além disso, corpos isolados, geralmente protegidos por espessos chapéus-de-ferro ressaltam-se na Amazônia: 12. Maraconaí (PA) 13. Maicuru (PA); 14. Seis Lagos (AM).

A MORFOLOGIA DOS SOLOS DA AMAZÔNIA (CARTA DE MUNSELL PARA ESPECIFICAR A COR DO SOLO) E ABORDAGENS EROSIVAS:

A morfologia corresponde à “anatomia do solo” e constitui-se na base fundamental para identificação do solo, que deverá ser completada com as análises de laboratório.

Várias características são observadas na descrição morfológica de um perfil de solo. As principais são: a) cor; b) textura; c) estrutura; d) consistência; e) espessura e f) transição.

Figura 04: Distribuição geográfica das principais regiões e corpos isolados lateríticos conhecidos na Amazônia.

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Cor - É a característica normalmente mais notada. As várias tonalidades existentes no perfil são úteis para a identificação e delimitação dos horizontes, ressaltam certas condições de extrema importância. Por exemplo: solos escuros indicam altos teores de restos orgânicos decompostos, solos vermelhos indicam boa drenagem com altos teores de ferro, solos cinza indicam excesso permanente de água no perfil. A cor deve ser descrita por comparação com uma escala padronizada. A mais usada é a “Carta de Cores Munsell para Solos”, Munsell, 1946 (Fig. 05). Esta tabela consiste de 170 pequenos retângulos com colorações diversas arranjadas sistematicamente (Fig. 06). Uma vez que se ache o colorido mais próximo, anotam-se os três elementos básicos que compõem uma determinada cor:

Matiz - cor pura

Valor - medida do grau de claridade da cor

Croma - proporção da mistura da cor fundamental com a tonalidade de cinza.

Textura do Solo - Quando se separam os constituintes minerais unitários dos pequenos agregados ou torrões, verifica-se que um determinado horizonte do solo é composto de um conjunto de partículas individuais. Para que essas partículas sejam estudadas, é necessário classificá-las em frações cujos limites convencionais são (Fig. 07):

Figura 05: Carta de Cores Munsell para Solos. Fonte: Manual Técnico de Pedologia 2007 (IBGE).

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Estrutura do Solo - O termo estrutura refere-se ao tamanho, forma e aspecto do conjunto de agregados que aparecem naturalmente no solo. Estes agregados têm formato e tamanhos variados e estão separados uns dos outros por pequenos fendilhamentos (Fig. 08). Para examinar e descrever a estrutura de um horizonte do solo retira-se de um determinado horizonte um bloco (ou torrão), que possa ser mantido na palma da mão e os selecionam com os dedos os agregados naturais.

Os fatores responsáveis pela maior estruturação dos solos são: ação da matéria orgânica, das raízes e das argilas, efeito dos óxidos e hidróxidos de ferro e alumínio e atividade microbiana.

Consistência do Solo - A resistência do material do solo, em estado natural, a alguma força que tende rompê-los é conhecida como consistência, o grau de consistência varia não só

Figura 08: Exemplos de Tipos de Estrutura. Fonte: Manual Técnico de Pedologia 2007( IBGE).

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em função das características mais fixas do solo, tais como textura, estrutura, agentes cimentantes etc, como do teor de umidade existente nos poros por ocasião de sua determinação. Sendo assim, a consistência do solo é normalmente determinada em três estados de umidade:

1- molhado – para estimar a plasticidade e pegajosidade; 2- úmido – para estimar a friabilidade;

3- seco – para estimar a dureza ou tenacidade.

Porosidade - constitui uma importante característica física do solo, à qual estão relacionadas a condições de circulação da água e do ar no solo. Estas são vitais ao desenvolvimento da fauna e da flora do solo, assim como da vegetação de superfície.

Segundo Ribeiro (2006) a bacia Amazônica é comumente dividida em duas áreas distintas, conhecidas como área de Terra Firme e área de Várzea ( planície de inundação.)

Os solos de Terra Firme ocupam cerca de 90% de áreas de florestas e apesar de serem revestidos de uma exuberante floresta, possuem baixa fertilidade química natural por serem solos bastantes intemperizados, o que atribui a sua manutenção a uma ciclagem de nutrientes através da decomposição da liteira depositado pela própria floresta. Suas cores variam de bruma a vermelhos escuros, caracterizados em solos distróficos 40%, argilossolos distróficos 29% e plintossolos 7,5%.

A presença de ferro é a principal responsável pela coloração vermelha e na forma de goethita na coloração amarela e os teores de fósforo são muito baixos o que formam um ambiente quase inapropriado para o desenvolvimento de qualquer sistema, seja natural ou de exploração agropecuária.

Nas áreas de várzea pode ser encontrada uma riqueza de nutriente sendo estes oriundos da deposição de sedimentos trazidos anualmente nas inundações perenes pelas águas do rio Amazonas, em se tratando de Amazônia. Tendo como entrave para o cultivo o tempo em que passa inundada.

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Abordagens erosivas

Seguindo os passos de Silva (2009), pode-se afirmar que de modo geral a erosão dos solos referem-se aos processos de remoção de partículas e transportes destes materiais, considerando como fatores controladores destes processos a erosividade da chuva, as propriedades dos solos (textura, densidade aparente, porosidade, teor de matéria orgânica, teor e estabilidade de agregados e pH do solo) e cobertura vegetal das encostas.

As especificidades da região Amazônica: solos antigos, formados de sedimentos já empobrecidos em nutrientes, condições climáticas que favorecem o intemperismo, causando a hidrolise dos minerais, a lixiviação dos nutrientes e a quebra do seu poder de alto regulação, através das queimadas e do desmatamento, deixam o solo suscetível a erosão.

De certo que, conseqüentemente irá desencadear outros problemas como o assoreamento dos igarapés com os excessos de sedimentos e a diminuição das condições de vida para os organismos aquáticos favorecendo ainda mais o assoreamento de seus leitos e logo as inundações.

Todos estes processos atingem todas as condições de sobrevivência vegetal e animal na região, fazendo com que o principal responsável destes processos venha sofrer as conseqüências dos seus atos devastadores contra a floresta fundamentados muitas vezes no sistema capitalista ou em argumentos políticos.

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Considerando a declividade do terreno e a temporalidade da espécie, faz-se lembrar que a falha para que ainda não se tenha alcançado o sucesso, encontra-se principalmente na falta de soluções muitas vezes políticas para o escoamento destas produções para que elas cheguem aos grandes centros consumidores em bom estado de consumo e valores econômicos competitivos.

O ECOSSISTEMA DE VÁRZEA E TERRA FIRME AS DIFERENCIAÇÕES DO SOLO (EUTRÓFICOS E DISTRÓFICOS):

Os solos da Amazônia das áreas de floresta (terra firme), que cobrem a maior parte da Amazônia, são de predominancia dos Latossolos com pouca diferenciação dos horizontes; dos Argissolos com argilas com baixa atividade e horizonte B textural; e os Plintossolos com a presença do horizonte plíntico que é identificado principalmente por cores mosqueadas ou variegadas, compostas de tons desde vermelhos a acinzentados. Visto que o ecossistema de terra firme vai sempre vai está compondo a vista de uma grande floresta, com animais e plantas com uma ampla diversidade.

Os solos mencionados são solos distróficos, mas com exceção para o último que também pode apresentar solos eutróficos em poucas ocasiões. Contudo, ocasionalmente ocorrem manchas de Terras Pretas de Índio nesses solos, devido a atividades de populações indígenas. Esses solos distróficos aparentemente apresentam uma vasta vegetação, levando a primeira observação a solos férteis, mas com mais aprofundamento percebe-se uma acelerada capacidade de troca catiônica que torna esses tipos de solo como base apoio e não como mantenedores da floresta, visto que é o contrário. Pois a entrada e saída de energia e matéria são constantes devido a rápida absorção dos nutrientes pela floresta ou pelo solo, que filtra e deposita nas águas uma grande parte dos nutrientes.

E de certa forma, basicamente as áreas de várzeas possuem solos diferenciados, com uma dinâmica mantida pelos rios, com um ecossistema voltado diretamente ao nível das águas. Têm por características serem solos pouco desenvolvidos, solos jovens, visto que seus horizontes se assentam diretamente, do horizonte A sobre o horizonte C determinado pelos rios.

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de lagos piscosos, e que também favorecem a concentração humana e atividades de pesca e agricultura.

São solos saturados por água recebendo continuamente renovação de nutrientes como pode ser observado na figura 10 sublinhado por uma linha vermelha.

Os solos de várzea que apresentam, especialmente, maior relevância de prática de uso e predominância são os solos Gleissolos (partes baixas) que margeiam os rios, com cores acinzentadas, azuladas ou esverdeadas. Entre os solos da Amazônia estão os Neossolos Flúvicos ou Solos Aluviais que constituem solos poucos evoluídos e ausência de horizonte B, partes altas.

Os Gleissolos estão mais centrados na calha do Rio Amazonas e seus tributários, enquanto que os Neossolos circundam os Gleissolos até foz do Amazonas, observado na figura 10.

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Considerando os horizontes e o perfil dos solos da Amazônia e observando a carta Munsell, pode-se afirmar que as cores dos solos da Amazônia estão balanceados entre os componentes da cor que constitui uma característica importante quanto a observação de horizontes e do perfil do solo. Nesse contexto, a classificação dos solos da Amazônia segundo a carta de Munsell, pode-se constatar que o matiz (hue) refere-se à combinação dos pigmentos vermelho e amarelo condizendo com a melhor expressão dos solos de Terra Firme, das áreas cobertas de florestas como Latossolos, Argissolos e Plintossolos. E que a luminosidade (value) do preto e do branco, e a pureza da cor (chroma), com a intensidade,

condizem com os solos de Várzea, das áreas de inundação, Gleissolos e Neossolos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir das análises abordadas das peculiaridades dos solos como os seus perfis, horizontes, características químicas e físicas e os demais fatores que atuam nas suas alterações, podemos concluir que, dentro de uma ótica de utilização e de aplicação do solo para benefícios da sociedade, o solo é fundamental para trabalhos de atividades na agricultura, pecuária e outras atividades de subsistência. Para o agricultor (camponês), o solo tem importância de substancia, pois a ele importa a composição desse solo para o cultivo e criação de animais. Já para o homem da cidade, esse solo apresenta-se como suporte, pois cabe

Figura 10:Principisl solos da Amazônia.

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apenas a construção de residências e desenvolvimento de atividades econômicas e sociais, de interesse de setores imobiliários e da construção civil, pois onde há locais de interesse desses setores há uma valorização desse solo.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFIAS

BIGARELLA, João José. Estrutura e origem das Paisagens tropicais e subtropicais. 2ª Ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2007.

JENNY, H. "Factors of Soil Formation. New York, McFray-Hill.

LIMA, H. N.; TEIXEIRA, W. G. e SOUZA, K. W. De. Os solos da paisagem de várzea com ênfase no trecho entre Coari e Manaus. In: Comunidades Ribeirinhas amazônicas: modos de vida e uso dos recursos naturais. Manaus: EDUA, 2007.

Manual Técnico de Pedologia 2007, IBGE.

MARTINS, G. C. Uso e ocupação do solo e áreas de risco na cidade de Manaus (AM), 2010. EMBRAPA. Semana do Meio Ambiente da Escola Normal Superior – UEA – Semear 2010.

Munsell soil color company. Munsell soil color charts, New York, 2000.

SILVA, A. S. Da. Análise morfológica dos solos e erosão. In: Erosão e conservação dos solos, conceitos, temas e aplicações. 4ª Rio de janeiro: Bertrand Brasil, 2009.

Imagem

Figura 02: Processos Pedogenéticos.
Figura 03. Horizontes do solo.
Figura 04: Distribuição geográfica das principais regiões e corpos isolados lateríticos conhecidos na  Amazônia
Figura 05: Carta de Cores Munsell para Solos.
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