Perícia Contábil
Módulo 6.1
Perícia Contábil
PERÍCIA CONTÁBIL
Base do processo e operação da perícia contábil
Validade/Prova documental da perícia
01 – A prova da exatidão do documento apresentado em juízo; 02 – A prova da exatidão do documento público;
03 – A qualidade das cópias juntadas nos autos; 04 – A importância do documento público;
05 – A Mudança do documento público para particular processual; 06 – A importância da prova do documento particular;
07 – O documento reconhecido firma e autenticado; 08 – A Data do documento particular juntado nos autos; 09 – Quem é considerado autor do documento particular?;
10 – A consideração da autenticidade, assinatura e veracidade do documento; 11 – A autenticidade não duvidosa do documento particular;
12 – Força de prova processual de telegramas e demais meios de transmissão; 13 – Presunção de telegrama e radiograma;
14 - Prova contra quem escreveu de cartas e registros domésticos;
15 – Anotações pelo credor em documentos representativos de obrigação; 16 – Livros Comerciais contra o seu autor;
17 – Livros comerciais provas a favor do seu autor; 18 – A indivisibilidade da escrituração contábil;
19 – A exibição integral dos livros e documentos comerciais; 20 – A exibição parcial dos livros e documentos comerciais; 21 – A autenticidade da reprodução mecânica;
22 – A eficácia da reprodução fotográfica;
23 – Conferência da Cópia de documento particular; 24 – Documentos rasurados;
25 – A falsidade documental;
26 – Cessação de fé do documento particular;
PERÍCIA CONTÁBIL
1
–
A prova da exatidão do documento
apresentado em juízo:
Explicando o tópico acima, caso uma das partes apresente alguma prova fotográfica em geral, que como prova é fundamental para a resolução do processo, e a outra parte não impugnar a prova apresentada, fica a parte que apresentou a prova fotográfica isenta de apresentar o documento original e ou cópia autenticada do documento fotografado.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 225, onde se lê; “As reproduções fotográficas, cinematográficas, os registros fonográficos e, em geral, quaisquer outras reproduções mecânicas ou eletrônicas de fatos ou de coisas fazem prova plena destes, se a parte, contra quem forem exibidos, não lhes impugnar a exatidão”. Seguindo este raciocínio é inviável exigir previamente cópia autenticada de documentos.
Assim: O artigo acima citado põe fim a autenticação de documentos.
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2
–
A prova da exatidão do documento
público:
Se um determinado funcionário público atestar, no contrato bancário registrado, que o cliente bancário quitou a dívida à instituição bancária em dinheiro, caberá futuramente ao Banco provar o contrário.
Neste caso a perícia deverá atentar no contrato atestado pelo funcionário público, para fazer algum cálculo de processo de revisão contratual, desconsiderando o contrato juntado pelo banco sem a devida anotação da quitação.
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3
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A qualidade das cópias juntadas
nos autos:
Certidão pode ser considerada uma confirmação do funcionário público sobre um determinado documento registrado na repartição pública. Traslado é a cópia do documento original arquivado na repartição pública. Cópia autenticada é a cópia do documento original assinada e autenticada pelo funcionário público, atestando que está idêntica à original. Estas reproduções possuem o mesmo valor de prova aos originais.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 365, onde se lê; “Fazem a mesma prova que os originais: I - as certidões textuais de qualquer peça dos autos, do protocolo das audiências, ou de outro livro a cargo do escrivão, sendo extraídas por ele ou sob sua vigilância e por ele subscritas;
II - os traslados e as certidões extraídas por oficial público, de instrumentos ou documentos lançados em suas notas;
PERÍCIA CONTÁBIL
4
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A importância do documento
público:
Explicando este tópico, dando como exemplo um processo revisional de contrato. É sabido que todo processo revisional contratual, necessita-se de um contrato que originou determinada dívida e ou crédito, assim na maioria das vezes o banco apresenta um contrato acordado por ambas partes e assinado, e uma cláusula determinando onde esta registrado o instrumento contratado. Assim, em tese, o contrato ou documento público deverá ser registrado no registro competente para ter validade jurídica.
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5
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A Mudança do documento público
para particular processual:
O documento autenticado ou firmado pelo funcionário público inabilitado de desempenhar uma determinada tarefa ou função, perde a condição de documento público, tendo a mesma eficácia que um documento particular, ou seja, o documento público automaticamente esta convertido para particular perdendo a força de prestar como prova, e sim, somente indício acerca do seu conteúdo.
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6
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A importância da prova do
documento particular:
Todo documento particular escrito, na maioria das vezes necessita de assinatura da pessoa obrigada a fazer, mas a assinatura não é indispensável, pois um requisito é que o autor obrigado esteja ciente do conteúdo do contrato ou documento. Como por exemplo os livros fiscais, seu conteúdo é a prova de que uma determinada operação foi executada, assim é dispensável a assinatura.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 368, onde se lê; “As declarações constantes do documento particular, escrito e assinado, ou somente assinado, presumem-se verdadeiras em relação ao signatário.
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7
–
O documento reconhecido firma e
autenticado:
Toda assinatura em documento é considerada autêntica, quando for assinada e posteriormente reconhecida a assinatura na presença do cartorário ou tabelião responsável.
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8
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A Data do documento particular
juntado nos autos:
O Resultado de uma ação em relação ao instrumento particular para terceiros, é realizado somente após a sua transcrição no registro público.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 370, onde se lê; “A data do documento particular, quando a seu respeito surgir dúvida ou impugnação entre os litigantes, provar-se-á por todos os meios de direito. Mas, em relação a terceiros, considerar-se-á datado o documento:.
I - no dia em que foi registrado;
II - desde a morte de algum dos signatários;
III - a partir da impossibilidade física, que sobreveio a qualquer dos signatários;
IV - da sua apresentação em repartição pública ou em juízo;
V - do ato ou fato que estabeleça, de modo certo, a anterioridade
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09
–
Quem é considerado autor do
documento particular?:
O autor do documento particular é considerado aquele que assinou, assim na perícia o documento particular deverá estar em nome de alguma das partes do processo. Documento juntado no processo assinado por outra pessoa que não faz parte do processo, o perito de praxe não poderá usar como prova documental.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 371, onde se lê; “Reputa-se autor do documento particular:
I - aquele que o fez e o assinou;
II - aquele, por conta de quem foi feito, estando assinado;
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10
–
A consideração da autenticidade,
assinatura e veracidade do documento;
A prova documental apresentada em processo é de competência da parte contra quem foi produzida, se admite ou não a veracidade do conteúdo e autenticidade da assinatura. A não manifestação das provas apresentadas no prazo de 10 dias é considerado por verdadeiro pelo judiciário, salvo se não foi coagido e obrigado a assinar tal prova.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 372, onde se lê; “Compete à parte, contra quem foi produzido documento particular, alegar no prazo estabelecido no art. 390, se lhe admite ou não a autenticidade da assinatura e a veracidade do contexto, presumindo-se, com o silêncio, que o tem por verdadeiro.
PERÍCIA CONTÁBIL
11
–
A autenticidade não duvidosa do
documento particular;
O judiciário entende que expressamente ou tacitamente, não existiu no processo nenhuma manifestação das provas apresentadas, já dá por concluída a produção de provas das partes. Como por exemplo: Sabemos que o quesito é um documento particular elaborado pelas partes, se não for apresentado no prazo previsto e ou não for impugnado pelas partes algum quesito, e concluído a fase da apresentação documental.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 373, onde se lê; “Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo anterior, o documento particular, de cuja autenticidade se não duvida, prova que o seu autor fez a declaração, que lhe é atribuída.
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12
–
Força de prova processual de
telegramas
e
demais
meios
de
transmissão;
Explicando este tópico, temos como por exemplo uma petição de juntada de documentos probatórios. O perito poderá fazer uma petição ao judiciário via fax ou e-mail, caso estiver impossibilitado de comparecer, assim posteriormente deverá juntar a petição original no processo devidamente assinada.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 374, onde se lê; “O telegrama, o radiograma ou qualquer outro meio de transmissão tem a mesma força probatória do documento particular, se o original constante da estação expedidora foi assinado pelo remetente.
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13
–
Presunção de telegrama e
radiograma;
Um exemplo clássico desde caso seria um documento enviado em sedex c/AR de um cedente bancário a um destinatário correntista. Neste caso o banco poderá apresentar em juízo a cópia do contrato, desde que apresente posteriormente a data da expedição da carta com o devido AR assinado pelo destinatário.
PERÍCIA CONTÁBIL
14 - Prova contra quem escreveu de
cartas e registros domésticos;
As cartas e registros: são documentos particulares que fazem prova contra quem os escreveu. Estes documentos não foram fabricados tendo a finalidade de servir como prova, mas podem ser utilizados para demonstrar fatos que interessam ao processo. No judiciário é habitualmente usar esses documentos como meios de prova em ações de família, usucapião e cobrança.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 376, onde se lê; “As cartas, bem como os registros domésticos, provam contra quem os escreveu quando:
I - enunciam o recebimento de um crédito;
II - contêm anotação, que visa a suprir a falta de título em favor de quem é apontado como credor;
PERÍCIA CONTÁBIL
15
–
Anotações pelo credor em
documentos
representativos
de
obrigação;
Caso o credor apresentar uma nota escrita em qualquer parte de um documento de obrigação contratual, e mesmo se não for assinada, este documento faz prova em benefício ao devedor. Como por exemplo, uma entrevista bancária para adquirir casa própria, e for definido nesta entrevista taxa de juros contratuais e no contrato do SFH for taxa diferente da entrevista, o devedor (mutuário) poderá requerer em seu beneficio o documento de entrevista dos juros ofertados inicialmente.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 377, onde se lê; “A nota escrita pelo credor em qualquer parte de documento representativo de obrigação, ainda que não assinada, faz prova em benefício do devedor.
PERÍCIA CONTÁBIL
16
–
Livros Comerciais contra o seu
autor;
Os livros comerciais registrados em órgãos competentes, é um meio de prova contra o seu autor, mas o empresário comerciante, pode não concordar com os fatos ocorridos em lançamentos.
PERÍCIA CONTÁBIL
17
–
Livros comerciais provas a favor
do seu autor;
Os livros comerciais registrados em órgãos competentes, é um meio de prova a favor do seu autor, assim tudo aquilo que fora escriturado é um fato verdadeiro dos acontecimentos comerciais.
PERÍCIA CONTÁBIL
18
–
A indivisibilidade da escrituração
contábil;
A escrituração contábil é indivisível em litígio, ou seja, existem fatos contabilmente escriturados que são a favor e outros que são contra, as provas não poderão serem separadas umas das outras, é considerado tudo um único conjunto, que poderá ser prova documental prejudicial ou não a uma determinada empresa.
PERÍCIA CONTÁBIL
19
–
A exibição integral dos livros e
documentos comerciais;
A parte interessada desde que se manifeste através de um requerimento, pode pedir a exibição integral dos livros comerciais e dos documentos do arquivos, salvo se autorizado pelo Juiz.
PERÍCIA CONTÁBIL
20
–
A exibição parcial dos livros e
documentos comerciais;
O Juiz pode ordenar a parte para exibir a documentação parcial de um determinado livro comercial, podendo extrair somente as partes que são interessantes para o processo, podendo também ser reproduzido cópias autenticadas.
PERÍCIA CONTÁBIL
21
–
A autenticidade da reprodução
mecânica;
A reprodução mecânica é um meio licito de prova documental, caso a parte apresente a conformidade, sua autenticidade será descartada, salvo impugnado sua autenticidade. Através desta impugnação o Juiz ordenará a realização da perícia.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 383, onde se lê; “Qualquer reprodução mecânica, como a fotográfica, cinematográfica, fonográfica ou de outra espécie, faz prova dos fatos ou das coisas representadas, se aquele contra quem foi produzida lhe admitir a conformidade.
PERÍCIA CONTÁBIL
22
–
A
eficácia
da
reprodução
fotográfica;
As cópias de documentos juntados em processos poderão ter valores de originais e valerem como certidões, desde que o escrivão portar por fé a sua conformidade.
PERÍCIA CONTÁBIL
23
–
Conferência
da
Cópia
de
documento particular;
As cópias de documentos particulares juntados em processos poderão serem conferidas pelo escrivão mediante a apresentação das originais, e tais documentos terão a mesma força probante de prova das originais. Caso as originais sumirem, as cópias poderão serem juntadas no processo, mas quem decide a apreciação dos documentos é o Juiz, dando ou não a mesma exatidão que as originais.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 385, onde se lê; “A cópia de documento particular tem o mesmo valor probante que o original, cabendo ao escrivão, intimadas as partes, proceder à conferência e certificar a conformidade entre a cópia e o original.
§ 1o - Quando se tratar de fotografia, esta terá de ser
acompanhada do respectivo negativo.
§ 2o - Se a prova for uma fotografia publicada em jornal,
PERÍCIA CONTÁBIL
24
–
Documentos rasurados;
Quando o documento for apresentado rasurado, a apreciação de usar como prova documental ou não é de exclusividade do Juiz.
PERÍCIA CONTÁBIL
25
–
A falsidade documental;
Quando o documento público ou particular apresentado, for constatado com falso ou diferente das informações do original, é cessado a fé do documento, ou seja, ele não será considerado documento probatório em processo.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 387, onde se lê; “Cessa a fé do documento, público ou particular, sendo-lhe declarada judicialmente a falsidade.
Parágrafo único. A falsidade consiste:
PERÍCIA CONTÁBIL
26
–
Cessação de fé do documento
particular;
Quando o documento particular for apresentado, e a assinatura não comprovar sua exatidão, ou até mesmo assinar um documento em branco e for abusivamente preenchido e for constatado tais irregularidades, o documento não terá validade e ou força probante.
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 388, onde se lê; “Cessa a fé do documento particular quando:
I - lhe for contestada a assinatura e enquanto não se lhe comprovar a veracidade;
II - assinado em branco, for abusivamente preenchido.
PERÍCIA CONTÁBIL
27
–
Ônus da prova na denuncia de
falsidade
e
na
verificação
de
assinatura;
“No caso do inciso II há uma inversão do ônus da prova. Se o réu
contestar a assinatura em sua resposta, caberá ao autor provar sua veracidade, mas se o documento gozar de presunção de
autenticidade, quer seja por se tratar de instrumento público ou particular com firma reconhecida e declaração de aposição na
presença do tabelião, incumbirá ao réu comprovar a falsidade”. Academia Brasileira de Direito Processual Civil
Esta situação é amparada pelo Código Civil Brasileiro em seu artigo 389, onde se lê; “Incumbe o ônus da prova quando:
I - se tratar de falsidade de documento, à parte que a argüir;
PERÍCIA CONTÁBIL
28
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Procedimento na denuncia da
falsidade;
O procedimento na denuncia da falsidade documental esta amparada pelos artigos 390 ao 395 CC, o incidente da falsidade poderá ser denunciado em qualquer tempo na tramitação do processo, e a parte poderá contestar até 10 dias da denuncia. Neste caso o Juiz poderá suspender o processo até a resolução do incidente