• Nenhum resultado encontrado

Correlation between sleep profile and behavior in individuals with specific learning disorder

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2019

Share "Correlation between sleep profile and behavior in individuals with specific learning disorder"

Copied!
8
0
0

Texto

(1)

Artigo Original

Original Article ISSN 2317-1782 (Online version)

Este é um artigo publicado em acesso aberto (Open Access) sob a licença Creative Commons Attribution, que permite uso, distribuição e reprodução em qualquer meio, sem restrições desde que o trabalho original seja corretamente citado.

Correlação entre o perfil do sono e o

comportamento em indivíduos com

transtorno específico da aprendizagem

Correlation between sleep profile and behavior

in individuals with specific learning disorder

Amanda Maião Franklin1

Célia Maria Giacheti1

Nathani Cristina da Silva1

Leila Maria Guissoni Campos2

Luciana Pinato1

Descritores

Neurodesenvolvimento Comportamento Sono CBCL Aprendizagem

Keywords

Neurodevelopment Behavior Sleep CBCL Learning

Endereço para correspondência:

Luciana Pinato

Av. Hygino Muzzi Filho, 737, Mirante, Marília (SP), Brasil, CEP: 17525-000. E-mail: lpinato@marilia.unesp.br

Recebido em: Maio 16, 2017

Aceito em: Dezembro 04, 2017

Trabalho realizado na Universidade Estadual Paulista – UNESP - Marília (SP), Brasil.

1 Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista – UNESP - Marília (SP), Brasil. 2 Universidade de Marilia – UNIMAR - Marília (SP), Brasil.

Fonte de financiamento: Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica, CNPq proc. 26212/2013.

Conflito de interesses: nada a declarar. RESUMO

Objetivo: Correlacionar o sono e o comportamento em indivíduos com transtorno específico da aprendizagem. Método: Na análise do sono, foram utilizados o Questionário de Hábitos Gerais de Sono, o Diário de Sono e a Escala de Distúrbios do Sono em Crianças (EDSC) e, para análise do comportamento, foi utilizado o

Child Behavior Checklist (CBCL). Resultados: 65,5% dos indivíduos com transtorno específico de aprendizagem

apresentaram indicativo de distúrbios de sono, sendo os mais frequentes os distúrbios de transição sono-vigília e

escores totais para distúrbios de sono acima do aceitável. Além disso, os indivíduos com transtorno específico de aprendizagem apresentaram maior latência de sono que o respectivo grupo controle. Quanto ao comportamento, 72,4% dos indivíduos com transtorno específico de aprendizagem apresentaram quadro clínico de problemas

comportamentais. No grupo controle, nenhum dos participantes apresentou indicativo de problemas de sono ou

comportamento. No grupo transtorno específico de aprendizagem, os distúrbios de sono encontrados apresentaram

correlação com os problemas comportamentais. Conclusão: Indivíduos com transtorno específico da aprendizagem

apresentaram altos índices de distúrbios de sono e alterações comportamentais. Quanto piores os distúrbios de

sono, piores foram os aspectos comportamentais dos indivíduos com transtorno específico da aprendizagem.

ABSTRACT

Purpose: This study aimed to correlate sleep profile and behavior in individuals with Specific Learning Disorder

(SLD). Methods: The Sleep General Habits Questionnaire, Sleep Diary, and Sleep Disturbance Scale for Children

(SDSC) were used in analysis of sleep, whereas the Child Behavior Checklist (CBCL) inventory was used in

analysis of behavior. Results: 65.5% of the individuals with SLD presented symptoms of sleep disorders, most

frequently wakefulness-sleep transition and sleep disturbance total score, which showed values higher than acceptable. In addition, individuals with SLD presented higher sleep latency than those with typical development. Concerning behavior, 72.4% of the individuals with SLD presented clinical condition of behavior problems. In the control group, none of the participants showed symptoms of sleep or behavior problems. In the SLD group, correlation was observed between behavioral problems and sleep disturbance. Conclusion: Individuals with

(2)

INTRODUÇÃO

A linguagem é um exemplo de função cortical superior complexa que inclui a compreensão, a produção e o uso de diferentes modalidades de comunicação (e.g. elementos gestuais, fala e escrita) determinadas por fatores biológicos, psíquicos, regionais, sociais e culturais/étnicos, e que necessita de base anatomofuncional íntegra associada a estímulos externos para prover o desenvolvimento adequado(1,2).

Dentre os vários transtornos do neurodesenvolvimento atendidos na clínica fonoaudiológica, destaca-se o transtorno

específico da aprendizagem (TA), que inclui os transtornos

persistentes da leitura, da escrita e da matemática(3).

Essa condição diagnóstica pode acometer crianças e adolescentes em idade escolar que necessariamente apresentam falha persistente na aprendizagem e uso de habilidades

acadêmicas (leitura, escrita e/ou matemática) e é indicada

pela presença de sintomas descritos no DSM 5(3) que incluem:

(1) Leitura de palavras de forma imprecisa, silabada ou lenta;

(2) dificuldade para compreender o que foi lido; (3) erros ortográficos; (4) dificuldade para escrever palavras, frases e textos; (5) dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou cálculo; e (6) dificuldades no raciocínio lógico matemático. Estas dificuldades necessariamente devem persistir

por mais de 6 meses, mesmo com intervenções desenvolvidas pela escola, pedagogos/psicopedagogos ou pelo fonoaudiólogo.

O transtorno específico de aprendizagem caracteriza-se

por alterações persistentes prejudiciais nas habilidades básicas

acadêmicas de leitura (e.g. imprecisão ou lentidão, dificuldades de compreensão do que é lido), escrita (e.g. dificuldades ortográficas e gramaticais) e/ou matemática (senso numérico,

cálculo e raciocínio)(4). A frequência dessas alterações acomete cerca de 5% a 15% de escolares, sendo as dificuldades de leitura

e escrita mais frequentes no sexo masculino e de matemática no feminino(5). Esse diagnóstico deve ser realizado por equipe

multidisciplinar, por meio de avaliações sistemáticas das habilidades envolvidas, análise das oportunidades de aprendizagem escolar, idade cronológica, histórico de fracasso, currículo escolar e intervenção sem resposta a curto ou médio prazo(6,7).

A base etiológica é influenciada por fatores genéticos(8) e

outros fatores correlatos (e.g. saúde geral, comportamento e sono) que podem agravar o quadro e ser determinantes para

definição da equipe de trabalho, planejamento terapêutico e o

sucesso ou não do tratamento fonoaudiológico nestes casos(9-11). O sono é um processo fisiológico que conhecidamente pode influenciar diversos aspectos comportamentais como a

hiperatividade, o humor, a agressividade(9,10), além de funções

cognitivas em crianças e adolescentes(12). A atenção e a memória,

aspectos de extrema importância no desenvolvimento da linguagem falada ou escrita, também podem sofrer alterações negativas da privação parcial ou total de sono(11). Estudos realizados em crianças com distúrbios do sono têm demonstrado déficits

cognitivos e de aprendizagem(13,14).

Além de a privação de sono alterar o processamento da linguagem e também o desempenho escolar, diversos estudos demonstraram que a melhora da qualidade do sono provoca

consequente melhora acadêmica(15,16).

Levando-se em consideração a alta prevalência de distúrbios

do sono em crianças com baixo desempenho escolar(17), ressalta-se

a importância de se investigar se o padrão de sono tem relação

com o comportamento de indivíduos com transtorno específico da aprendizagem, pois esse pode ser um fator que justifique ou agrave o quadro, que influencie o desempenho na pré-escola ou escola regular ou ainda na intervenção e sucesso terapêutico

fonoaudiológico.

O objetivo do presente estudo foi correlacionar o perfil de sono e o comportamento de indivíduos com transtorno específico

da aprendizagem e do respectivo grupo controle.

MÉTODOS

Casuística

Participaram deste estudo 58 indivíduos de ambos os gêneros,

com faixa etária entre 8 e 13 anos. O grupo TA foi composto por 29 indivíduos avaliados durante cinco sessões de 50 minutos em clínica-escola de Fonoaudiologia (Centro Especializado

em Reabilitação - CER - UNESP - Marília - SP) para definição do diagnóstico fonoaudiológico em transtorno específico da

aprendizagem (TA) (Tabela 1). O grupo controle foi composto

por 29 indivíduos controles sem problemas específicos de

aprendizagem (leitura, escrita e matemática), pareados por sexo e faixa etária ao grupo TA (Tabela 1). Os indivíduos de ambos os grupos frequentavam escola pública do município onde a pesquisa foi realizada e estavam matriculados no ensino

fundamental I e II. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de

Ética em Pesquisa (CEP) da instituição onde foi desenvolvida, sob o protocolo de número 0698/2013. Todos os responsáveis pelos participantes assinaram Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).

Tabela 1. Caracterização dos grupos: transtorno específico da aprendizagem (TA) e controle

Características TA (N=29) CONTROLE (N=29)

Idade em anos (min-max) 8-13 8-13

Sexo Feminino N (%) 11 (37,9%) 11 (37,9%)

Sexo Masculino N (%) 18 (62,1%) 18 (62,1%)

Critérios de seleção

Os critérios de inclusão para o grupo TA foram: crianças de ambos os sexos, com diagnóstico fonoaudiológico de transtorno

específico da aprendizagem, segundo a definição, as características diagnósticas e a classificação do DSM-5(3).

Os indivíduos passaram por processo de diagnóstico fonoaudiológico e multidisciplinar englobando aspectos fonoaudiológicos, neuropsicológicos e pedagógicos em uma clínica escola de uma Universidade Pública do interior do Estado

de São Paulo, realizado em três etapas: (1) História clínica;

(2) Avaliação fonoaudiológica baseada no Roteiro Descritivo da Avaliação Fonoaudiológica da Criança(18) e aplicação do Teste

de Desempenho Escolar – TDE(19): composto de 3 subtestes: Escrita, Leitura e Aritmética e avaliações afins; e (3) Entrevista

com professor.

Para receber o diagnóstico de transtorno específico de

(3)

(1) História Clínica: presença de histórico de alterações de linguagem anterior ao início da alfabetização; histórico de

dificuldade para narrar histórias e para o aprendizado da correspondência letra-som;

(2) Avaliação Fonoaudiológica e afins: para inclusão no

grupo TA o indivíduo necessariamente deveria apresentar falhas:

Nas habilidades de leitura como discriminar letras de

números; identificar correspondências entre letras do alfabeto e respectivos nomes; identificar correspondências

entre palavras faladas e escritas, leitura de palavras e frases, e na compreensão na leitura de frases e/ou de pequenos textos;

Nas habilidades de escrita como dificuldade em: realizar

tarefa de cópia, escrita sob ditado de frases e pequenos

textos, presença de erros ortográficos e habilidades matemáticas-numéricas e aritméticas (i.e., dificuldade em: identificar relações entre quantidade e numeral); identificar relações matemáticas entre quantidades (e.g. de equivalência, de ordem, diferente de..., maior e menor que...); dificuldade em compreender e resolver

problemas aritméticos simples;

Dificuldade no raciocínio lógico-matemático (organizar,

planejar e executar cálculos).

(3) Informações do professor: dificuldade escolar nas três habilidades acadêmicas envolvidas: leitura, escrita

e matemática, com determinada duração, mesmo após intervenção pedagógica na própria escola (reforço escolar). Foram excluídos da amostra indivíduos disléxicos, os

quais apresentaram somente dificuldade na leitura e escrita,

com desempenho adequado nas habilidades de raciocínio lógico-matemático.

Os critérios de inclusão do grupo controle foram indivíduos com

a mesma faixa etária do grupo TA, pareados por sexo, ausência de queixa escolar, desempenho adequado nas habilidades acadêmicas

de leitura, escrita e matemática, segundo idade e escolaridade e

ausência de histórico de doenças psiquiátricas e neurológicas.

Instrumentos

Questionário de Hábitos Gerais de Sono

Foi utilizada uma versão adaptada e validada por Belisio(20)

à qual foram acrescentadas informações sobre comportamentos da hora de dormir, tipo de escola e rotina de estudo, resultando em 35 perguntas: 19 perguntas alusivas às rotinas, 4 à saúde, 5 sobre as atividades diárias e 6 quanto ao ambiente de sono.

Inventário de Comportamentos CBCL

No presente estudo, foi utilizada a versão brasileira do inventário de comportamentos “Child Behavior Checklist for ages 6-18 and 4-18” (CBCL), cujo objetivo é registrar, de forma padronizada, a descrição dos pais ou responsáveis sobre

o comportamento dos filhos(21).

Os escores obtidos nos itens do CBCL foram convertidos

em escore “T” para fins de análise dos dados e classificados

em 11 escalas comportamentais: ansiedade, depressão, queixas somáticas, problemas sociais, problemas de pensamento, problemas

de atenção, delinquência, agressividade, escala externalizante,

escala internalizante e total de problemas de comportamento.

O Software Assessment Data Manager (ADM) traçou um perfil comportamental de cada indivíduo classificando as escalas em:

clínica, limítrofe e não clínica.

Diário de Sono

Este instrumento consiste em seis itens a serem observados e anotados pelos pais ou responsáveis durante um período de cinco dias: os horários de ir para a cama e de levantar, tempo na cama ou o tempo que passa dormindo, o estado de sono ao longo do dia, a maneira como o indivíduo desperta e os despertares noturnos.

Escala de Distúrbios do Sono em Crianças (EDSC)

Neste estudo, foi utilizada a versão brasileira da EDSC(22)

com 26 itens para a avaliação do sono em crianças e adolescentes com indicação de seis grupos de distúrbios do sono, a saber: distúrbios de início e manutenção do sono (DIMS); distúrbios respiratórios do sono (DRS); distúrbios do despertar (DD);

distúrbios de transição sono-vigília (DTSV); sonolência

excessiva diurna (SED); hiperidrose do sono (HS) e escore total de distúrbio de sono (TS).

Análise dos resultados

A análise descritiva foi utilizada para demonstrar a dispersão dos dados a partir da média e erro padrão da média (epm) e percentual. Para a comparação entre os grupos, foi utilizado o

ANOVA e, para correlação dos dados, foi utilizado o coeficiente

de correlação de postos de Spearman.

RESULTADOS

A avaliação sobre rotinas, saúde geral, atividades diárias e ambiente de sono mostrou que 34,5% do grupo TA reside com mais de 4 pessoas o que não diferiu do grupo controle (37,9%). Também não houve diferença entre os grupos quanto ao fato de dormirem ou não sozinhos em um quarto (Tabela 2). Quanto aos problemas de saúde e a rotina de alimentação, os indivíduos do grupo TA apresentaram um percentual maior de problemas de saúde que os indivíduos do grupo controle, assim como de utilização de medicamentos e realização de tratamento médico

ou terapêutico (Tabela 2). Os pais de 34,5% dos indivíduos do

grupo TA relataram que seus filhos dormem mal, enquanto no

grupo controle esse percentual foi de 6,9% (Tabela 2). O grupo TA também apresentou maior percentual de familiares com problemas de sono, de indivíduos que cochilam durante o dia

e com dificuldade em levantar pela manhã em comparação ao

grupo controle (Tabela 2). Quanto aos aspectos respiratórios, o grupo TA apresentou maior percentual de ronco, bruxismo e indicativo de apneia obstrutiva do sono (Tabela 2).

(4)

A média de horas de sono do grupo TA durante a semana (9,3h ± 0,3h) não diferiu em comparação ao grupo controle (8,6h ± 0,2h). Por outro lado, os indivíduos do grupo controle apresentaram maior tempo de sono no final de semana (9,9h ± 0,3h, p = 0,0008) do que durante a semana. O horário de dormir e de acordar do grupo TA não diferiu do grupo controle

durante a semana ou aos finais de semana (Figura 1A), porém os indivíduos de ambos os grupos foram dormir mais tarde e

acordaram mais tarde aos finais de semana do que nos dias de

semana (Figura 1A).

Na comparação entre os tempos para o início de sono

(latência de sono), o grupo TA apresentou maior latência de

sono, em minutos, que o grupo controle (TA 13,0 ± 1,7min, controle 8,8 ± 1,1min, p = 0,01) (Figura 1B).

Quanto aos distúrbios de sono, segundo a EDSC, 65,5% dos indivíduos do grupo TA apresentaram indicativo de distúrbios de sono, sendo o mais frequente o DTSV (51,7%), seguido do escore total para os distúrbios de sono acima do aceitável (41,4%) (Tabela 3). Os indivíduos do grupo controle não apresentaram indicativo de distúrbios do sono.

A análise do comportamento dos participantes por meio do inventário CBCL, mostrou que 72,4% dos indivíduos do grupo TA apresentaram quadro clínico de problemas de

comportamento em pelo menos uma classificação de problemas

Tabela 2. Aspectos que podem influenciar na qualidade do sono

Características % TA % Controle

Mais que 4 residentes na casa 34,48 (N=10) 37,93 (N=11)

Domem sozinhas no quarto 44,83 (N=13) 48,27 (N=14)

Declaram dormir mal 34,48 (N=10) 6,89 (N=2)

Problemas de saúde 41,37 (N=12) 0

Uso de medicação contínua 51,72 (N=15) 0

Tratamento/Terapia Médica 41,37 (N=12) 6,89 (N=2)

Roncam 51,72 (N=15) 20,68 (N=6)

Rangem os dentes 48,27 (N=14) 17,24 (N=5)

Fala durante o sono 48,27 (N=14) 24,13 (N=7)

Mexe-se muito durante o sono 68,96 (N=20) 51,72 (N=15)

Grita dormindo 24,13 (N=7) 0

Anda durante o sono 24,13 (N=7) 0

Familiares com problemas de sono 55,17 (N=16) 24,13 (N=7)

Cochilam durante o dia 48,27 (N=14) 20,68 (N=6)

Ingerem café, chá ou refrigerante 100 100

Dificuldade em levantar pela manhã 48,27 (N=14) 24,13 (N=7)

Queixa de apneia 34,48 (N=10) 0

Legenda: Percentual (%) de indivíduos que apresentaram cada parâmetro analisado sobre: rotinas, saúde, atividades diárias e quanto ao ambiente de sono dos grupos transtorno específico da aprendizagem (TA, N=29) e controle (N=29)

Legenda: Em A, média ± erro padrão da média (epm) do horário em que os indivíduos foram dormir ou acordaram durante a semana e durante o final de semana (fds), # significa semana ≠ fds, p< 0,05. Em B, tempo (média ± epm em minutos) que os indivíduos demoraram a iniciar o sono (latência de sono), * significa TA ≠ controle, p< 0,05. Em C, o percentual de indivíduos de ambos os grupos que apresentaram dificuldade para iniciar o sono, sonolência excessiva diurna (SED) e acordares durante a noite, N = 29 por grupo

(5)

de comportamento. Não foram encontrados quadros clínicos para problemas comportamentais no grupo controle.

Dentre as categorias de problemas comportamentais

classificadas como clinicas no grupo TA, 27,5% de indivíduos

apresentaram classificação clínica para problemas de ansiedade,

27,5% para depressão, 20,7% para problemas somáticos, 37,9% para problemas sociais, 41,3% para problemas de pensamento, 55,2% para problemas de atenção, 24,1% para comportamentos

de delinquência e 31% para agressividade. Categorias clínicas

de problemas internalizantes, problemas externalizantes e

de total de problemas de comportamento foram encontradas respectivamente em 58,6%, 48,3% e 62,1% do grupo TA.

As análises de correlação entre os distúrbios de sono e os problemas comportamentais no grupo TA mostraram haver relação entre os distúrbios de sono (DIMS, DRS, DD, DTSV, SED, HS e escore total de problemas de sono) com os problemas de ansiedade, depressão, queixas somáticas, problemas sociais,

problemas de pensamento, de atenção, delinquência, agressividade,

problemas internalizastes, externalizantes e total de problemas comportamentais (Figuras 2-4).

Tabela 3. Distúrbios de sono em crianças e adolescentes com transtorno específico da aprendizagem (N=29)

DIMS DRS DD DTSV SED HS TS

% de indivíduos com escore acima do aceitável 24,1 37,9 13,8 51,7 0 34,5 41,4

Legenda: DIMS = distúrbio de início e manutenção de sono; DRS = distúrbios respiratórios de sono; DD = distúrbios do despertar; DTSV = distúrbio de transição sono-vigília; SED = sonolência excessiva diurna; HS = hiperidrose de sono; TS = escore total de distúrbios de sono

Legenda: De A-K, correlações entre o distúrbio de inicio e manutenção de sono (DIMS) e os problemas comportamentais de ansiedade (A); depressão (B); queixas somáticas (C); problemas sociais (D); problema de pensamento (E); problema de atenção (F); problema de delinquência (G); problema de agressividade (H); problemas internalizantes (I); problemas externalizantes (J) e total de problemas comportamentais (K). De L-V, correlações entre o distúrbio respiratório do sono (DRS) e os problemas comportamentais de ansiedade (L); depressão (M); queixas somáticas (N); problemas sociais (O); problema de pensamento (P); problema de atenção (Q); problema de delinquência (R); problema de agressividade (S); problemas internalizantes (T); problemas externalizantes (U) e total de problemas comportamentais (V); Em W e X, correlações entre o distúrbio do despertar e ansiedade (W); e Depressão (X); N=29

(6)

Legenda: De A-G, correlações entre o distúrbio de sonolência excessiva diurna (SED) e os problemas comportamentais de pensamento (A); problema de atenção (B); problema de delinquência (C); problemas de agressividade (D); internalizantes (E); problemas externalizantes (F) e total de problemas comportamentais (G). De H-R, correlações entre o distúrbio de hiperhidrose do sono (HS) e os problemas comportamentais de ansiedade (H); depressão (I); queixas somáticas (J); problemas sociais (K); problema de pensamento (L); problema de atenção (M); problema de delinquência (N); problemas de agressividade (O); internalizantes (P); problemas externalizantes (Q) e total de problemas comportamentais (R). De S-AD, correlações entre os escores totais dos distúrbios de sono e os problemas comportamentais de ansiedade (S); depressão (T); queixas somáticas (U); problemas sociais (V); problema de pensamento (W); problema de atenção (X); problema de delinquência (Y); problemas de agressividade (Z); internalizantes (AB); problemas externalizantes (AC) e total de problemas comportamentais (AD); N= 29

Figura 4. Correlações entre distúrbios de sono e problemas de comportamento em indivíduos com transtorno específico da aprendizagem – Parte 3

Legenda: De A-I, correlações entre o distúrbio do despertar (DD) e os problemas comportamentais de queixas somáticas (A); problemas sociais (B); problema de pensamento (C); problema de atenção (D); problema de delinquência (E); problema de agressividade (F); problemas internalizantes (G); problemas externalizantes (H) e total de problemas comportamentais (I). De J-T, correlações entre o distúrbio de transição sono-vigilia (DTSV) e os problemas comportamentais de ansiedade (J); depressão (K); queixas somáticas (L); problemas sociais (M); problema de pensamento (N) problema de atenção (O); problema de delinquência (P); problema de agressividade (Q); problemas internalizantes (R); externalizantes (S) e problemas totais de comportamento (T). De U-X, correlações entre o distúrbio de sonolência excessiva diurna (SED) e os prob lemas comportamentais de ansiedade (U); depressão (V); queixas somáticas (W); problemas sociais (X); N= 29

(7)

DISCUSSÃO

Os resultados do presente estudo mostraram que indivíduos

com transtorno específico da aprendizagem (65,5%) apresentaram

altos percentuais de distúrbios do sono quando comparados aos percentuais de distúrbios de sono apresentados por indivíduos com desenvolvimento típico avaliados neste e em outros estudos (até 40%)(23,24).

Considerando que o sono desempenha funções essenciais em processos de atenção, formação de memória, plasticidade e maturação cerebral, os dados do presente estudo salientam a importância da investigação da qualidade e dos distúrbios do

sono em quadros que envolvam déficits em processamentos

neurais(9,12) como no transtorno específico da aprendizagem(12).

A investigação e o tratamento das alterações de sono previamente ou concomitantemente à intervenção fonoaudiológica podem determinar melhora no comportamento, performance escolar, e na qualidade de vida (15,17).

O grupo TA apresentou percentuais maiores de indivíduos

que acordam durante a noite e sentem dificuldades para voltar a

dormir, que roncam, rangem os dentes, mexem-se muito durante a noite, falam e/ou andam dormindo e apresentam indicativo de apneia do sono, quando comparado com o grupo controle.

Um importante componente desta avaliação, em adição à

descrição da qualidade de sono é a identificação dos subtipos de

distúrbios de sono presentes(25). Os distúrbios de sono com maior ocorrência no grupo com transtorno específico da aprendizagem

foram o DTSV, DRS, HS e DIMS além de escore total para os distúrbios de sono acima do aceitável. O fato de o SED não estar presente nesta população pode decorrer do fato de 48% dos indivíduos apresentarem cochilos durante o dia e 100% ingerirem bebidas estimulantes como café e refrigerante, características

estas que podem mascarar a sonolência excessiva diurna.

O indicativo de problemas respiratórios de sono no grupo TA corrobora a hipótese de estudos anteriores em que alterações no padrão respiratório podem levar à fragmentação do sono noturno, alterando seu ciclo, e afetar o desenvolvimento da

linguagem e desempenho acadêmico(26,27).

Quanto à análise do comportamento, o presente estudo mostrou

alta prevalência de comportamentos alterados no grupo TA,

destacando os problemas de atenção. Estudos anteriores haviam descrito que alterações de leitura apresentam correlação com problemas comportamentais(28,29). O presente estudo acrescentou

dados a essa discussão demonstrando ainda que distúrbios de

sono específicos apresentaram correlação com as alterações de comportamento no transtorno específico da aprendizagem.

Neste caso, quanto piores os distúrbios de sono, piores foram os problemas comportamentais. Isto reforça a hipótese de que

os distúrbios de sono poderiam influenciar negativamente as

características deste quadro, especialmente o comportamento. A correlação entre sono e alterações comportamentais foi descrita em diversos quadros, como autismo(30), TDAH, e até mesmo

em crianças com desenvolvimento típico(31) com melhora do

comportamento após tratamento dos distúrbios do sono(17,25).

Tal correlação bidirecional indica que a investigação dos padrões de sono e comportamento em quadros de transtorno

específico da aprendizagem pode ser benéfica ao tratamento

fonoaudiológico.

CONCLUSÃO

Indivíduos com transtorno específico da aprendizagem

apresentaram alto percentual de distúrbios de sono, sendo, o mais frequente, o distúrbio de transição sono-vigília e alto percentual de problemas atencionais. Quanto piores os distúrbios de sono, piores foram os aspectos comportamentais desses indivíduos.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho foi realizado com financiamento da Fundação de

Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP 11/51495-4)

e Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica,

CNPq proc. 26212/2013.

REFERÊNCIAS

1. ASHA: American Speech-Language-Hearing Association. Definitions of communication disorders and variations [Internet]; Rockville; ASHA;

1993 [cited 2017 May 4]. Available from www.asha.org/policy

2. Saur D, Schelter B, Schnell S, Kratochvil D, Küpper H, Kellmeyer P, et al.

Combining functional and anatomical connectivity reveals brain networks

for auditory language comprehension. Neuroimage. 2010;49(4):3187-97. http://dx.doi.org/10.1016/j.neuroimage.2009.11.009. PMid:19913624. 3. American Psychiatric Association. Diagnostic and statistical manual of

mental disorders: DSM-5. 5. ed. Arlington: American Psychiatric Association; 2013. 991 p.

4. Moll K, Kunze S, Neuhoff N, Bruder J, Schulte-Ko¨rne G. Specific learning disorder: prevalence and gender differences. PLoS One. 2014;9(7):e103537. http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0103537. PMid:25072465. 5. Schirmer C, Fontoura DR, Nunes ML. Distúrbios da aquisição da linguagem

e da aprendizagem. J Pediatr. 2004;80(2):S95-103. http://dx.doi.org/10.1590/ S0021-75572004000300012.

6. Silver CH, Ruff RM, Iverson GL, Barth JT, Broshek DK, Bush SS, et al. Learning disabilities: the need for neuropsychological evaluation. Arch Clin Neuropsychol. 2008;23(2):217-9. http://dx.doi.org/10.1016/j. acn.2007.09.006. PMid:17977692.

7. Pham AV, Riviere A. Specific learning disorders and ADHD: current issues in diagnosis across clinical and educational settings. Curr Psychiatry Rep. 2015;17(6):38. http://dx.doi.org/10.1007/s11920-015-0584-y. PMid:25894357. 8. Deriziotis P, Fisher SE. Speech and language: Translating the genome. Trends

Genet. 2017;33(9):642-56. http://dx.doi.org/10.1016/j.tig.2017.07.002. PMid:28781152.

9. O’Brien LM, Gozal D. Neurocognitive dysfunction and sleep in children: from human to rodent. Pediatr Clin North Am. 2004;51(1):187-202. http:// dx.doi.org/10.1016/S0031-3955(03)00184-6. PMid:15008589.

10. Zuculo GM, Knap CC, Pinato L. Correlation between sleep and quality of life in cerebral palsy. CoDAS. 2014;26(6):447-56. http://dx.doi. org/10.1590/2317-1782/20140201435. PMid:25590906.

11. Blissitt PA. Sleep, memory, and learning. J Neurosci Nurs. 2001;33(4):208-15. http://dx.doi.org/10.1097/01376517-200108000-00007. PMid:11497074. 12. Engle-Friedman M, Riela S, Golan R, Ventuneac AM, Davis CM,

(8)

13. Rhodes SK, Shimoda KC, Waid LR, O’Neil PM, Oexmann MJ, Collop NA, et al. Neurocognitive deficits in morbidly obese children with obstructive sleep apnea. J Pediatr. 1995;127(5):741-4. http://dx.doi.org/10.1016/S0022-3476(95)70164-8. PMid:7472827.

14. Owens J, Spirito A, Marcotte A, Mcguinn M, Berkelhammer L. Neuropsychological and behavioral correlates of obstructive sleep apnea syndrome in children: a preliminary study. Sleep Breath. 2000;4(2):67-78. http://dx.doi.org/10.1007/BF03045026. PMid:11868122.

15. Kaemingk KL, Pasvogel AE, Goodwin JL, Mulvaney SA, Martinez F, Enright PL, et al. Learning in children and sleep disordered breathing: findings of the Tucson Children’s Assessment of Sleep Apnea (TucCASA) prospective cohort study. J Int Neuropsychol Soc. 2003;9(7):1016-26. http://dx.doi.org/10.1017/S1355617703970056. PMid:14738283.

16. Dewald JF, Meijer AM, Oort FJ, Kerkhof GA, Bogels SM. The influence of sleep quality, sleep duration and sleepiness on school performance in children

and adolescents: a meta-analytic review. Sleep Med Rev.

2010;14(3):179-89. http://dx.doi.org/10.1016/j.smrv.2009.10.004. PMid:20093054. 17. Gregory AM, Sadeh A. Sleep, emotional and behavioral difficulties in

children and adolescents. Sleep Med Rev. 2012;16(2):129-36. http://dx.doi. org/10.1016/j.smrv.2011.03.007. PMid:21676633.

18. Giacheti CM, Ferrari C. Roteiro descritivo da avaliação fonoaudiológica da criança. In: Giacheti CM, editor. Avaliação da fala e da linguagem:

perspectivas interdisciplinares. Marília: Cultura Acadêmica; 2016. 270 p.

19. Stein LM. TDE: teste de desempenho escolar: manual para aplicação e interpretação. São Paulo: Casa do Psicólogo; 1994, 1-17.

20. Belísio AS, Louzada FM, Azevedo CVM. Influence of social factors on

the sleep-wake cycle in children. Sleep Sci. 2010;3(2):82-6.

21. Bordin IA, Rocha MM, Paula CS, Teixeira MCTV, Achenbach TM, Rescorla LA, et al. Child Behavior Checklist (CBCL), Youth Self-Report

(YSR) and Teacher’s Report Form(TRF): an overview of the development

of the original and Brazilian versions. Cad Saude Publica. 2013;29(1):13-28. PMid:23370021.

22. Ferreira VR, Carvalho LB, Ruotolo F, de Morais JF, Prado LB, Prado GF. Sleep disturbance scale for children: translation, cultural adaptation, and validation. Sleep Med. 2009;10(4):457-63. http://dx.doi.org/10.1016/j. sleep.2008.03.018. PMid:18706856.

23. Hochadel J, Frölich J, Wiater A, Lehmkuhl G, Fricke-Oerkermann L.

Prevalence of sleep problems and relationship between sleep problems

and school refusal behavior in school-aged children in children’s and parents’ ratings. Psychopathology. 2014;47(2):119-26. http://dx.doi. org/10.1159/000345403. PMid:24080494.

24. Gupta R, Bhatia MS, Chhabra V, Sharma S, Dahiya D, Semalti K, et al. Sleep patterns of urban school-going adolescents. Indian Pediatr. 2008;45(3):183-9. PMid:18367762.

25. Wiggs L, Stores G. Sleep patterns and sleep disorders in children with autistic spectrum disorders: insights using parent report and actigraphy. Dev Med Child Neurol. 2004;46(6):372-80. http://dx.doi.org/10.1017/ S0012162204000611. PMid:15174528.

26. Machado Gomes A, Santos OM, Pimentel K, Marambaia PP, Gomes LM, Pradella-Hallinan M, et al. Quality of life in children with sleep-disordered breathing. Rev Bras Otorrinolaringol (Engl Ed). 2012;78(5):12-21. http:// dx.doi.org/10.5935/1808-8694.20120003. PMid:23108815.

27. Fensterseifer GS, Carpes O, Weckx LLM, Martha VF. Mouth breathing

in children with learning disorders. Rev Bras Otorrinolaringol (Engl

Ed). 2013;79(5):620-4. http://dx.doi.org/10.5935/1808-8694.20130111. PMid:24141679.

28. Tomblin JB, Zhang X, Buckwalter P, Catts H. The association of reading disability, behavioral disorders, and language impairment among second-grade children. J Child Psychol Psychiatry. 2000;41(4):473-82. http:// dx.doi.org/10.1111/1469-7610.00632. PMid:10836677.

29. Byars AW, deGrauw TJ, Johnson CS, Perkins SM, Fastenau PS, Dunn DW, et al. Language and social functioning in children and adolescents

with epilepsy. Epilepsy Behav. 2014;31:167-71. http://dx.doi.org/10.1016/j. yebeh.2013.11.007. PMid:24434307.

30. Fadini CC, Lamônica DA, Fett-Conte AC, Osório E, Zuculo GM, Giacheti CM, et al. Influence of sleep disorders on the behavior of individuals

with autism spectrum disorder. Front Hum Neurosci. 2015;18(9):347.

PMid:26150777.

31. Vélez-Galarraga R, Guillén-Grima F, Crespo-Eguílaz N, Sánchez-Carpintero R. Prevalence of sleep disorders and their relationship with core

symptoms of Inattention and hyperactivity in children with attention-deficit/

hyperactivity disorder. Eur J Paediatr Neurol. 2016;20(6):925-37. http:// dx.doi.org/10.1016/j.ejpn.2016.07.004. PMid:27461837.

Contribuições dos autores

Imagem

Tabela 1. Caracterização dos grupos: transtorno específico da  aprendizagem (TA) e controle
Figura 1. Hábitos de sono de indivíduos com transtorno específico da aprendizagem (TA) e controle
Figura 2. Correlações entre distúrbios de sono e problemas de comportamento em indivíduos com transtorno específico da aprendizagem – Parte 1
Figura 3. Correlações entre distúrbios de sono e problemas de comportamento em indivíduos com transtorno específico da aprendizagem – Parte 2

Referências

Documentos relacionados

Pois, mesmo não sendo possível, ainda, atestar a eficácia da técnica em relação à repassivação das armaduras, esta técni- ca ainda possui a vantagem de não necessitar a

With a total abundance ranging between 11,000 and 26,000 individuals, and probably above 18,000, our results strongly suggest that golden-crowned sifakas are more abundant

Em uma primeira análise sobre a planta-baixa da obra identificou-se visualmente que as curvas diretrizes das superfícies 1, 2, 3 e 4 podem ser descritas por

especificamente a sociedade em transformação, mas o conjunto das diferentes religiões que se oferecem como alternativas sacrais, o que significa que a religião muda para poder

Educação Metas Sociais Iniciar validação Dada a grande quantidade de indicadores levantados para essas áreas, especialmente indicadores intermediários (processo e. atividades),

O armazenamento da embalagem vazia, até sua devolução pelo usuário, deve ser efetuado em local coberto, ventilado, ao abrigo de chuva e com piso impermeável, no

§ 1º No prazo de dez (10) dias antes do inicio da votação, a comissão Eleitoral publicará, e a Diretoria do SINDICATO entregará a cada Chapa registrada, uma única vez, a

5 Médica estagiária/ Resident, Policlínica Geral do Rio de Janeiro/ Resident of General Medicine; Graduada pela Universidade Gama Filho, RJ, Brasil.. 6 Médica graduada /