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Um passo para trás: Políticas Públicas e compreensão do funcionamento e das demandas da Educação Infantil no Município de Santa Maria/RS

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Academic year: 2020

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Um passo para trás: Políticas Públicas e compreensão do

funcionamento e das demandas da Educação Infantil no

Município de Santa Maria/RS

A stepback: Public Polices and comprehension of the

performance and requirements of Early Childhood Education in

the City of Santa Maria/RS

Carolina Fontana da Silva, carolinafontana.s@gmail.com Profa. Dra. Graziela Escandiel de Lima

Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, Rio Grande do Sul

Submetido em 28/08/2017 Revisado em 04/09/2017 Aprovado em 30/10/2017

Resumo: Este texto objetiva apresentar o Projeto de Pesquisa “Mapeamento da Educação Infantil no Município de Santa Maria: tensões e ressonâncias acerca das políticas públicas – expansão e qualidade” e as primeiras relações estabelecidas. A partir dos dados referentes às vagas e matrículas por faixa etárias, turno e esferas, num processo em que teorias, práticas, espaços, tempos e políticas públicas se inter-relacionam e podem constituir a expansão com qualidade da Educação Infantil no Município.

Palavras chave: Educação Infantil. Políticas Públicas. Expansão. Qualidade.

Abstract: This paper aims to present the Research Project "Mapping the Early Childhood Education in the City of Santa Maria: tensions and resonances about public policies - expansion and quality" and the first established relations. Through the data regarding the vacancies and enrollments by age group, day shift and sphere, in a process in which theories, conceptions, practices, spaces, times and public policies are interrelated and can constitute the expansion with quality of the Early Childhood Education in Santa Maria city.

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Introdução

O presente texto sistematiza os questionamentos e as proposições que impulsionaram e demandaram o início da Pesquisa “Mapeamento da Educação Infantil no Município de Santa Maria: tensões e ressonâncias acerca das políticas públicas – expansão e qualidade”. Demonstram-se também as primeiras ações e dados traduzidos em análises preliminares que apontam para a consecução de outras ações no sentido de empreender os objetivos da pesquisa que de alguma forma vão sendo reorganizados e reorientados, tendo em vista mapear outras situações que se situam no âmago das discussões sobre oferta e demanda com qualidade para a Educação Infantil.

A necessidade do mapeamento da Educação Infantil partiu, inicialmente, de algumas problemáticas trazidas por professoras do Município de Santa Maria nas reuniões realizadas em conjunto com o Subprojeto Pedagogia Educação Infantil do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), dessa forma, caracteriza-se como um trabalho colaborativo envolvendo acadêmicas dos Cursos de Pedagogia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), professoras do Centro de Educação e do Sistema Público de Ensino – Rede Municipal de Santa Maria, acadêmicas do curso de Especialização em Gestão Educacional e Mestrado em Educação da UFSM.

Algumas demandas trazidas nas reuniões apontavam, principalmente, ao número excessivo de crianças nas turmas ou, até mesmo, para escolas que ano após ano encontram-se sobrecarregadas de turmas e, em contraposição, escolas, também de Educação Infantil e na mesma região da cidade, com vagas ociosas. Aponta-se também escolas de Educação Infantil com vagas disponíveis – que seria o espaço pensado para as crianças pequenas – e escolas de Ensino Fundamental com turmas de Educação Infantil superlotadas, que a princípio foi uma medida paliativa para suprir a Lei n. 12.796/2013, que determina obrigatoriedade de matrícula para as crianças de 4 e 5 anos na Educação Infantil.

Além desse fator, a partir do Trabalho de Conclusão de Curso de Pithan (2015), percebeu-se a dificuldade em ter acesso a determinados documentos, quando estes são, principalmente, solicitados por acadêmicas. Este fato nos leva a crer que os dados acerca da Educação de crianças pequenas em instituições

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como creches e/ou pré-escolas são, de certa forma, acessíveis apenas para algumas pessoas.

Com base nesse cenário, percebeu-se, também, a necessidade de dar “um passo para trás”, a fim de visualizar esta dimensão judicial da Educação Infantil e buscar compreender em que medida a expansão da Educação Infantil está acontecendo e com que qualidade, além de visualizar os tempos e espaços em que essa etapa da Educação Básica acontece. Para tanto, fez-se necessário o estudo das Políticas Públicas vigentes, a sua compreensão e a aproximação com a realidade do município, através de comparações dos dados levantados a nível regional e nacional, tendo como foco, principalmente, o acompanhamento da implementação da Lei 12.796/2013 que determina a obrigatoriedade de matrícula das crianças de 4 e 5 anos na Educação Infantil.

A fim de cumprirmos com o intuito da pesquisa, trabalhou-se com a abordagem quantitativa aliada à qualitativa, através dos dados referentes ao número de matrículas e vagas nas diferentes esferas do atendimento às crianças e por turnos e o número de vagas para crianças de zero a três e quatro e cinco anos. Para tanto, dedicou-se um olhar atento, através dos dados coletados junto aos estudos feitos, às formas de atuação do Sistema Municipal de Ensino com seu Conselho Municipal de Educação no município de Santa Maria, no que se refere à implementação das políticas públicas na Educação Infantil.

A abordagem quantitativa deu-se a partir da tentativa de se trabalhar com dados coletados na SMEd (Secretaria de Município de Educação) e no Conselho Municipal de Educação (CME), através de um instrumento de coleta de dados com informações acerca do atendimento das crianças nas diferentes esferas administrativas. Em função de 2016 ter sido um ano de “eleição”, não foi viável nos reunir com os representantes destes órgãos para fazer, junto a eles, a análise completa dos dados coletados, assim como o instrumento entregue ao CME não tenha retornado para análise, além de faltar alguns dados.

Políticas Públicas: adentrando na busca por significados

No primeiro semestre de 2016, o grupo reunia-se quinzenalmente para estudos e organização das etapas e ações da pesquisa. Nas primeiras reuniões organizamo-nos a fim de pensar o cronograma para o primeiro semestre, tendo

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como problemática principal o seguinte questionamento: “Como e em que espaços e tempos é feita a Educação das crianças com idade de zero a cinco anos no município de Santa Maria?”.

A partir desses encontros debruçamo-nos na primeira etapa da pesquisa, elencando as seguintes ações/objetivos: a) realizar estudos acerca das políticas públicas que auxiliam a pensar a Educação Infantil e sua oferta; b) identificar e estudar as políticas públicas para a Educação Infantil nas diferentes esferas (Federal, Estadual e Municipal), c) acessar os dados dos Censos da Educação, Observatório do PNE e elaborar compilações de acordo com os objetivos do Projeto; d) elaborar protocolos próprios, questionários e/ou entrevistas com vistas a: identificar as atribuições das diferentes instâncias de gestão e monitoramento da oferta, organização e acompanhamento do trabalho desenvolvido na Educação Infantil no município de Santa Maria; e e) produzir estudo sobre as características da população atendida nas escolas enfocando a Educação Infantil na esfera pública e privada.

Com foco na primeira ação, que diz respeito aos estudos acerca das políticas e referenciais teóricos pertinentes à temática em questão, discutimos inicialmente o texto “Caos Calmo: (In)Constâncias no cenário da política de Educação Infantil brasileira”, de Fabiana Oliveira Canavieira (2012). Neste texto, a autora faz uma breve “Linha do Tempo” com os acontecimentos que envolvem a Educação Infantil a nível Nacional, desde meados da década de 80, pela ótica da militância social, problematizando e refletindo sobre o processo de construção política da área, contextualizando-a. Esta análise nos deu suporte para compreendermos o que nos trouxe ao cenário da Educação Infantil atual e como podemos visualizá-lo em sua totalidade.

Tendo como base os assuntos discutidos nos artigos, e sendo estes o suporte para aprofundarmos as discussões, passamos a analisar o Plano Municipal de Educação (PME), aprovado em 18 de agosto de 2015, pela Lei n° 6001:

A construção do PME é um processo democrático e coletivo que visa envolver toda a sociedade no debate, já que a educação é um direito fundamental de todos os cidadãos. Neste sentido, faz-se necessário a instituição do Fórum Municipal de Educação (FME) que é a instância responsável por planejar e coordenar o processo de elaboração do PME, bem como avaliar e monitorar o cumprimento das metas do PME

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após sua aprovação ao longo da próxima década. (SANTA MARIA, 2015, p. 8).

Na Lei n° 6001 de 18 de agosto de 2015 dois dos sete Artigos que compõem o referido documento nos facilitam a compreensão de algumas problemáticas levantadas no Projeto, sendo eles:

Art. 3° As metas previstas no Anexo I desta Lei serão cumpridas durante o prazo de vigência deste PME, desde que não haja prazo inferior definido para metas e estratégias específicas.

Art. 4° A execução do PME e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas, realizadas pelas seguintes instâncias:

I – Secretaria de Município de Educação – SMED; II – Conselho Municipal de Educação – CME; e III – Fórum Municipal de Educação – FME/RS.

§ 1° Compete, ainda, às instâncias referidas neste artigo:

I – divulgar os resultados do monitoramento e das avaliações nos respectivos sítios institucionais da internet; e

II – analisar e propor políticas públicas para assegurar a implementação das estratégias e o cumprimento das metas.

§ 2° A Ca da 2 anos, o Fórum Municipal de Educação elaborará estudos para aferir a evolução no cumprimento das metas estabelecidas no Anexo I. (SANTA MARIA, 2015b, p. 1-2).

Composto pelo total de vinte metas e suas respectivas estratégias, assim como no Plano Nacional de Educação, a primeira meta é a que se refere à Educação Infantil:

Meta 1: Universalizar, até 2016, a Educação Infantil na Pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de Educação Infantil em creches para as crianças de até 3 anos, de modo a contribuir para o alcance da meta nacional de 50% (cinquenta por cento) até o final da vigência do PME e oferta de Educação Infantil pública em tempo integral com garantia de qualidade no atendimento as crianças. (SANTA MARIA, 2015b, ANEXO, p. 1).

Para que a meta acima mencionada seja alcançada, o PME propõe 32 (trinta e duas) estratégias. A fim de melhor compreendê-las, em nossas reuniões de estudos, dedicamos tempo para discutir as estratégias em três dimensões, quais sejam: Dimensão 1 - Organização das Instituições; Dimensão 2 - Ampliação/Expansão do Atendimento; e Dimensão 3 - Formação/Recursos Humanos. Algumas reuniões foram destinadas à reflexão mais acurada acerca de cada estratégia e quais as suas implicações para a educação das crianças

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pequenas no município, além de classificá-las dentro destas dimensões propostas.

Para a dimensão intitulada “Organização das Instituições”, incluímos a estratégia 1.2, 1.3, 1.4, 1.6 1.7, 1.14, 1.15, 1.20, 1.22, 1.23, 1.24, 1.25, 1.26, 1.27, 1.28 e 1,29 porque se tratam de estratégias relacionadas às questões que concernem aos aspectos organizacionais da escola, como, por exemplo, o currículo, discussões com a comunidade, etc. Mostrou-se notório que o número de estratégias para esta dimensão é superior às outras duas. Na dimensão denominada “Ampliação/Expansão do Atendimento”, que trata justamente de um dos pilares da proposta deste Projeto, visto que fala sobre expansão, classificamos as estratégias 1.1, 1.5, 1.10 e 1.19, caracterizando-se como a dimensão com menor número de estratégias. E, por fim, a dimensão de “Formação/Recursos Humanos”, que são estratégias voltadas para a formação continuada ou para os investimentos que resultem em melhorias nas condições de organização e implementação do trabalho pedagógico pelo viés de um olhar para o professor e suas ações cotidianas, identificamos as estratégias 1.8, 1.9, 1.11, 1.12, 1.13, 1.16, 1.17, 1.18, 1.21, 1.30 e 1.31.

Outra temática discutida pelo grupo, mas já no segundo semestre do ano, foram os convênios entre a Prefeitura Municipal de Santa Maria e as escolas da Rede Privada, a fim de suprir a demanda de matrículas que a Rede Pública não está dando conta, após a implementação da Lei n. 12.796/2013. O estudo ainda não foi aprofundado, mas um primeiro contato foi realizado a partir do acompanhamento das notícias publicadas no site da Prefeitura Municipal de Santa Maria e dos dados levantados com a Secretaria de Município de Educação (SMEd)1.

O grupo dedicou-se, durante alguns meses, a estudos sobre os Conselhos Municipais, a partir das escritas de Carlos Roberto Jamil Cury (2006) e, também, do livro organizado pela Profa. Dra. Marilene Gabriel Dalla Corte, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), intitulado “Políticas Públicas e Conselhos Municipais de Educação: interlocuções com o Pró-Conselho”, para compreendermos qual a função desempenhada por esse órgão, a fim de que

1 Esta parte do trabalho será aprofundada em estudo monográfico que será concluído

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pudéssemos elaborar o instrumento de coleta de dados que seria, posteriormente, encaminhado para o mesmo.

Um Conselho de Educação é, antes de tudo, um órgão público voltado para garantir, na sua especificidade, um direito constitucional da cidadania. Eis porque um conselheiro, membro desse órgão, ingressa no âmbito de um interesse público cujo fundamento é o direito à educação das pessoas que buscam a educação escolar. (...) Suas funções, voltadas para essa finalidade, são um múnus público, e devem ser levadas adiante por um órgão colegiado, formado por membros que se reúnem em uma colegialidade, horizontalmente organizada. Sob coordenação não hierárquica, todos os membros se situam no mesmo plano concorrendo, dentro da pluralidade própria de um Conselho, para a formação de uma vontade majoritária ou consensual do órgão. (CURY, 2006, p. 41-42).

Com base nas fontes utilizadas, compreendemos que as funções básicas do Conselho Municipal de Educação são de caráter consultivo, através do assessoramento ao respectivo Executivo na área de educação; caráter normativo/deliberativo, relacionado ao poder de decisão em matérias específicas, com competências atribuídas pela Lei de criação ou outros instrumentos; e de caráter fiscalizador, com a função de controle e mobilização social desse órgão colegiado. No entanto, a principal, que norteia todas as outras é a função normativa.

À medida que avançávamos os estudos com base no aporte teórico, simultaneamente, buscávamos, prioritariamente, suporte na Lei n° 12.796, de 4 de abril de 2013, que instituiu a obrigatoriedade da matrícula para crianças de 4 e 5 anos; a Resolução CMESM n° 30, de 21 de novembro de 2011, que define as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil no Sistema Municipal de Ensino de Santa Maria – RS; e Lei n° 6001, de 18 de agosto de 2015, que estabelece o Plano Municipal de Educação. Além de outras Leis e Pareceres que vão ao encontro dos tópicos trabalhados.

Em relação ao Mapeamento da Educação Infantil propriamente dito, agendamos visitas na Secretaria Municipal de Educação e no Conselho Municipal de Educação, a fim de recolhermos dados para nossa pesquisa. O instrumento de coleta de dados entregue, em síntese, solicitava o número de escolas por dependência administrativa, a forma de distribuição de vagas, informações relativas aos convênios e a lista de escolas privadas com Registro e Autorização do Conselho Municipal de Educação para funcionamento.

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Para realizar uma análise mais aprofundada do tema, utilizamos dados disponibilizados no site do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), Plataforma QEdu e Observatório do PNE, sendo feito um recorte a nível nacional e outro a nível local para dialogarmos com os dados coletados através do instrumento elaborado. Os dados mais específicos do município ficaram por conta da SMEd, porque não tivemos retorno do instrumento entregue ao CME.

Questões teórico-metodológicas e apresentação dos dados

Os dados coletados no site do Observatório do PNE contêm informações referentes ao ano de 2007 à 2014, a nível nacional e local, e quanto ao nível local, informa tanto sobre a Rede Pública como sobre a Rede Privada. Os dados aqui analisados correspondem às matrículas (de 0 a 3 e de 4 e 5 anos), a distribuição de escolas de Educação Infantil por dependência administrativa e Educação Integral.

A proposta é que possamos fazer, em tempo real, um acompanhamento dos dados frente às metas do Plano Nacional de Educação (PNE) e do Plano Municipal de Educação (PME). A meta 1 do PNE consiste em:

Universalizar, até 2016, a Educação Infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de Educação Infantil em Creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças até 3 anos até o final da vigência deste PNE. (BRASIL, 2014a, ANEXO, p. 1).

Frente a esta meta, a nível nacional, no último censo realizado (2014), o número alcançado foi de crianças de 4 e 5 anos de idade matriculadas foi de 89.1% (Fonte: IBGE/Pnad – Observatório do PNE), faltando 9.9% para atingir a meta esperada. Na faixa etária dos 0 a 3 anos o número atingido, em 2014, foi de 29.6% (Fonte: IBGE/Pnad – Observatório do PNE), faltando 20.4% para atingir a meta de 50%.

Para a Estratégia 1.7 que diz respeito à Oferta de atendimento em creche por dependência administrativa, segue a Tabela 1 referente à Educação Infantil como um todo, a Tabela 2 referente às matriculas no nível Creche (0 a 3 anos) e a Tabela 3 referente às matriculas na Pré-escola (4 e 5 anos):

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Tabela 1 – Crianças matriculadas na Educação Infantil

Ano Pública Privada

2012 62,5% 37,5%

2013 64,6% 35,4%

2014 58,1% 41,9%

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 2 – Crianças matriculadas no Nível Creche (zero a três anos)

Ano Pública Privada

2012 54,3% 45,7%

2013 56,5% 43,5%

2014 43,1% 56,9%

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 3 – Crianças matriculadas no Nível Pré-escola (quatro e cinco anos)

Ano Pública Privada

2012 63,3% 36,7%

2013 65,4% 34,6%

2014 58,2% 41,8%

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

Indicadores disponíveis sobre a meta 6, frente à Educação Integral, representados na Tabela 4, referente à Educação Infantil como um todo.

Tabela 4 – Matrícula em turno integral na Educação Infantil

Ano Todas as redes

2012 60%

2013 57,4%

2014 51,8%

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

Os dados referentes à educação em turno integral no Nível da Pré-escola (4 e 5 anos) estão exemplificados na Tabela 5, e na Tabela 6 os dados referentes à Educação Integral na Pré-escola por Rede – pública e privada –, de 2012 a 2014.

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Tabela 5 – Educação em turno integral na Pré-escola

Ano Todas as redes

2012 13,9%

2013 16,6%

2014 11,7%

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

Tabela 6 – Educação Infantil em relação à oferta Pré-escola/Rede

Ano Pública Privada

2012 12,5% 23,7%

2013 11,2% 24,8%

2014 5,5% 19,7%

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

A coleta feita no site do QEdu diz respeito somente às matrículas no período de 2012 à 2014, nos níveis Creche (0 a 3) e Pré-escola (4 e 5), conforme indica a Tabela 7:

Tabela 7 – Matrículas na Educação Infantil no período de 2012-2014

Ano Creche Pré-escola

2012 2.234 3.976

2013 2.676 4.152

2014 3.283 4.755

Fonte: MEC/Inep/Censo Escolar/Preparação: Todos Pela Educação

Os dados do Censo Escolar pela Plataforma do INEP por Dependência Administrativa nos anos de 2012 à 2015, conforme a Tabela 8:

Tabela 8 – Matrículas na Educação Infantil por Dependência Administrativa

Ano Dependência Creche Pré-escola

2012 Estadual 0 66 Federal 75 74 Municipal 1270 2340 Privada 874 1441 2013 Estadual 0 59 Federal 75 32 Municipal 1441 2466 Privada 1145 1545 Continua

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Conclusão

Ano Dependência Creche Pré-escola

2014 Estadual 0 87

Federal 40 84

Municipal 1637 2466

Privada 1579 2067

Fonte: http://matricula.educacenso.inpe.gov.br/controller.php

Os dados coletados através do instrumento elaborado e entregue para a Secretaria de Município de Educação demonstram o número de escolas por dependência administrativa, a forma de distribuição de vagas, informações relativas aos convênios, como formas de acerto e repasses de verbas e/ou designação de professores para as escolas, número de crianças matriculadas, etc., assim como a lista de escolas privadas com Registro e Autorização do Conselho Municipal de Educação para funcionamento. Seguem as informações coletadas, na Tabela 9 e na Tabela 10:

Tabela 9 – Número de escolas por Dependência Administrativa no Município de Santa Maria

Número de escolas por dependência administrativa

Federal 01

Estadual 01

Municipal 77 (entre EMEI e EMEF)

Confessionais e/ou Filantrópicas conveniadas ao Município

03

Privadas Dado ainda inconsistente.

Quadro síntese com número de crianças matriculadas por dependência administrativa. Fonte: Elaborado com base nos dados da Secretaria de Município de Educação – Santa

Maria/RS.

Tabela 10 – Convênio com escolas da Rede Privada Dados dos convênios com escolas – Vagas na Educação Infantil

Número de vagas 281

Formas de distribuição das vagas Dado ainda inconsistente. Formas de acerto dos convênios Cedência de profissionais Número de crianças de 0 a 3 anos 129

Número de crianças de 4 e 5 anos 152

Turnos de atendimento Manhã e tarde

Quadro síntese com os dados referentes aos convênios feitos na Educação Infantil. Fonte: Elaborado com base nos dados da Secretaria de Município de Educação – Santa

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Quanto às escolas da Rede Municipal, a Educação Infantil é ofertada tanto por Escolas Municipais de Educação Infantil como por Escolas Municipais de Ensino Fundamental. As escolas de Ensino Fundamental normalmente ofertam vagas para a Pré-escola, como demonstrado na Tabela 11:

Tabela 11 – Oferta de vagas de Educação Infantil na Rede Municipal Vagas ofertadas para Educação Infantil na Rede Municipal

EMEI (20 escolas) Creche Pré-escola Parcial 786 Integral 648 Parcial 1781 Integral 38 EMEF (54 escolas) Creche Pré-escola Parcial 19 Integral 135 Parcial 1328 Integral 114 Quadro síntese com o número de crianças matriculadas Educação Infantil na Rede Municipal

de Ensino.

Fonte: Elaborado com base nos dados da Secretaria de Município de Educação – Santa Maria/RS.

Com base nos números demonstrados vemos que há uma distribuição de número de crianças e turmas nas escolas que não prima pela equidade e coerência com a especificidade da Educação Infantil, que tem sua caracterização de acolhimento e possibilidade de permanência nas instituições de “modelo creche”. Essas instituições, supostamente, teriam mais vagas em turmas de turno integral e maior oferta de turmas de crianças pequenas – Berçários e Maternais. O que tem acontecido é o fechamento da possibilidade de permanência da criança em tempo integral na escola, visto que há mais demanda do que vagas nas escolas.

Percebemos também que há uma média de 90,95 crianças matriculadas em Pré-escolas de Escolas Municipais de Educação Infantil, enquanto que apenas 26,70 estão em Escolas Municipais de Ensino Fundamental. Essa evidência nos mostra também a tendência das EMEFs em acolher crianças cada vez menores para que essas continuem nas escolas na continuidade de sua experiência de vida escolar.

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A oferta de Educação no município em estudo: análises possíveis

A análise e discussão dos dados está ainda em processo de elaboração e discussões, por isso, as considerações expostas a seguir serão, ainda, provisórias frente ao estudo necessário a ser feito.

Os Censos Escolares analisados (Observatório e QEdu) utilizam os dados coletados pelo INEP. A análise feita, até o dado momento, vai de 2012 a 2014, pois os dados referentes ao ano de 2015 ainda não estão disponíveis nos portais acima citados.

As matrículas na Educação Infantil, no decorrer dos anos analisados, oscilaram. Segundo o Observatório do PNE as matrículas na Educação Infantil na Rede pública aumentaram 2,1% de 2012 para 2013, mas diminuíram 6,5% de 2013 para 2014. Enquanto que na Rede Privada de Ensino diminuíram 2,1% de 2012 para 2013 e aumentaram 6,5% de 2013 para 2014. Essa oscilação refletiu em ambos os níveis, Creche e Pré-escola. O número nas creches diminuiu na Rede Pública e aumentou na Rede Privada, da mesma forma aconteceu com a Pré-escola com a mesma variação no percentual apresentada anteriormente.

Os números coletados na plataforma QEdu apontam para um aumento significativo de matrículas tanto na Creche quanto na Pré-escola, sendo de 1049 e 779, respectivamente, entre os anos 2012 e 2014. Assim como os dados do INEP que apontam para um aumento de 1037 matrículas na Creche, de 2012 para 2014, tanto na Rede Pública como na Privada, e de 181 na Pré-escola.

Os dados disponibilizados pela SMEd não nos permitem fazer uma análise do número total de crianças matriculadas na Educação Infantil, porque ainda nos faltam os dados referentes ao número de crianças matriculadas na Rede Privada de ensino, que nos foi cedido através de uma tabela que consta apenas as escolas em tramitação e/ou reguladas e, ainda assim, de maneira incompleta.

Considerações Provisórias

Os dados estão sendo organizados tendo como base o referencial teórico estudado e os objetivos aos quais o grupo se dedica nas reuniões de estudo e reflexões acerca da Educação Infantil.

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Os desafios da implementação da Lei 12.796/2013 estão cada vez mais claros para o grupo. Dentre eles, sinalizamos algumas inquietações: Como atuam CME e SMEd na implementação de uma política pública de grande transformação social que se propõe a colocar todas as crianças a partir de 4 anos nas escolas? Como e em que medida os processos de conveniamento têm sido eficazes na redistribuição de vagas de Educação Infantil no município? Essas vagas podem ser consideradas públicas? Como se caracterizariam essas formas de distribuição de vagas em escolas confessionais, filantrópicas e particulares no provimento da educação institucional de crianças pequenas? A regularização e autorização para o funcionamento das instituições de Educação Infantil têm sido processos eficazes no tocante à segurança e ao atendimento às políticas públicas vigentes? Essas são algumas das questões que nortearão os processos de investigação futuros na pesquisa.

Dessa forma, sinalizamos para a necessidade de intensificarmos esforços na coleta de dados de forma qualitativa, em forma de entrevistas e tendo como base o quantitativo da oferta da Educação Infantil. Pretendemos que essa intensificação aconteça de forma a paulatinamente podermos melhor visualizar as questões tanto relacionadas à expansão quanto à qualidade prevista no atendimento à criança pequena no município. Isto porque a ideia de expansão e qualidade serão focos de estudos e análises a partir da abordagem que se pretende.

Realizar este “passo para trás” e buscar entender como está posta a Educação Infantil, via Políticas Públicas, quais os acompanhamentos feitos e o que determina, e por vezes limita, o trabalho de Professoras e Gestoras, fez-se prioridade para a pesquisa no ano de 2016. Os dados levantados, mesmo que insuficientes, proporcionaram-nos reflexões acerca do cenário atual, levando-nos ao questionamento sobre o Atendimento Educacional Especializado. Nesse sentido, a expansão e qualidade, foco dos trabalhos para o ano de 2017, também serão analisadas na perspectiva do AEE.

Partimos do entendimento de que a educação pública de qualidade é um direito de todas as crianças, incluindo, nesse sentido, aquelas que precisam do AEE, assim sendo, olharemos não apenas as questões relacionadas ao acesso, mas também à sua permanência. Planeja-se mapear a oferta da Educação

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Especial nas Escolas de Educação Infantil de Santa Maria, assim como conhecer e detalhar as formas de organização do AEE desenvolvidas nas escolas.

No tocante à oferta do AEE, estamos realizando o mapeamento das escolas com o referido atendimento em relação a: Número de crianças incluídas por escolas e por turmas, formas de atendimento realizado pelo serviço especializado, assim como focalizaremos o olhar nas escolas com maior número de crianças que necessitam do AEE, tendo em vista a necessidade de entender como se estrutura o trabalho. Nesse caso, serão realizadas incursões mais específicas com Equipes Diretivas e profissionais responsáveis pelo AEE nas escolas.

Pensa-se que esse estudo se constitui como uma oportunidade para a construção de um espaço para discutir, socializar e produzir conhecimentos acerca da expansão com qualidade da Educação Infantil, dando também a conhecer o mapeamento da oferta e do AEE na rede Municipal. O grupo de trabalho se reestrutura a todo o momento, tendo em vista o trabalho formativo do PIBID e as demandas que se apresentam nas escolas. Ainda assim, os dados estão sendo trabalhados de forma a contribuir para o escopo das discussões da política pública que tem tensionado a qualidade da Educação Infantil no município.

Referências

BRASIL. Congresso Nacional. Emenda Constitucional nº 59, de 11 de novembro de 2009. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 12 nov. 2009a.

_________. Congresso Nacional. Lei 13.005/14. Aprova o Plano Nacional de Educação e dá outras providências. Congresso Nacional. Câmara dos Deputados, Diário Oficial da União, Brasília, 25 jun. 2014a.

_________. Congresso Nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União. Brasília, 1996.

_________. Lei nº 12.796 de 04 de abril de 2013. Altera a Lei 9.394 [...] para dispor sobre a formação de profissionais da educação e dar outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm>. Acesso em: 16 fev. 2015.

_________. LDB: Lei de diretrizes e bases da educação nacional. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.

(16)

– 9. ed. – Brasília: Câmara dos Deputados, 2014b. Disponível em:

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Tabela 1 – Crianças matriculadas na Educação Infantil
Tabela 7 – Matrículas na Educação Infantil no período de 2012-2014
Tabela 9 – Número de escolas por Dependência Administrativa no Município de Santa  Maria
Tabela 11 – Oferta de vagas de Educação Infantil na Rede Municipal  Vagas ofertadas para Educação Infantil na Rede Municipal

Referências

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