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HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL CLÍNICA DE ORTOPEDIA, TRAUMATOLOGIA E CIRURGIA DA MÃO

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Academic year: 2022

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HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL

CLÍNICA DE ORTOPEDIA, TRAUMATOLOGIA E CIRURGIA DA MÃO

Fratura do colo do fêmur no esqueleto imaturo.

Relato de Caso e revisão da literatura.

Américo Zoppi Netto

SÃO PAULO-SP 2012

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2 Fratura do colo do fêmur no esqueleto imaturo.

Relato de Caso e revisão da literatura.

Americo Zoppi Netto

1- Médico Residente em Ortopedia e Traumatologia do Hospital do Servidor Público Municipal

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Hospital do Servidor Público Municipal – HSPM, como requisito parcial para obtenção do título de Ortopedista e Traumatologista. Trabalho realizado no Serviço de Ortopedia, Traumatologia e Cirurgia da Mão do Hospital do Servidor Público Municipal de São Paulo. Não existe de conflito de interesse.

Orientador: Prof. Dr. Claudio Santili

Américo Zoppi Netto

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3 Fratura do colo do fêmur no esqueleto imaturo.

Relato de Caso e revisão da literatura.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Hospital do Servidor Público Municipal – HSPM, como requisito parcial para obtenção do título de Ortopedista e Traumatologista.

Aprovada em ______ de _________________ de _______.

COMISSÃO EXAMINADORA

Luiz Carlos Angelini

Hospital do Servidor Público Municipal - HSPM

Lucíola Assunção Alves

Hospital do Servidor Público Municipal - HSPM

Marcelo Tavares de Oliveira

Hospital do Servidor Público Municipal - HSPM

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4 Resumo

Objetivo: Fraturas do fêmur proximal em crianças são raras, sendo menos de 1%

das fraturas pediátricas, e são resultados de grande energia cinética, como acidentes automobilísticos, queda de lajes e grandes alturas, e agressões. Esta ocorrendo um aumento desses casos, devido ao aumento gradual e sistemático da violência. Trata se de uma urgência medica devido ao possível acometimento de outros sistemas alem do músculo esquelético, devendo receber tratamento de urgência a fim de evitarmos ou minimizarmos suas seqüelas. Apesar de haver uma classificação amplamente difundida e utilizada, ela esta desatualizada. Esse artigo descreve um caso acometendo um adolescente, seu tratamento ate a presente data, e propõe um novo item na classificação de Delbet Colonna.

Palavras chave: fratura fêmur proximal, esqueleto imaturo, tratamento de urgência, Delbet Colonna.

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5 Abstract

Objective: Proximal femoral fractures in children are very rare, comprising less than 1% of all pediatric fractures, and are typically result form high energy mechanism, such motor vehicle accidents and falls from great high. It’s a medical urgency due to the fact that is associated with other life treat injuries (visceral trauma i.e.), and all injuries should be treated as urgency. Even though there is a well-known and used classification for such fractures, it’s outdated. In this article, a case is reported, it’s management thru nowadays, and we propose a new item in the Delbet Colonna classification

Keywords: Proximal femoral fractures, immature skeleton, urgency, Delbet Colonna.

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6 Lista de figuras e tabelas

Figura 1: Radiografia panorâmica da bacia do esqueleto imaturo evidenciando uma fratura multifragmentaria do quadril direito

Figura 2: Radiografia perfil do esqueleto imaturo evidenciando uma fratura multifragmentaria do quadril direito com avulsão do trocanter maior e desvio importante.

(7)

7 Sumário

1. Introdução...8

2. Objetivos...9

3. Relato do caso...10

4. Técnica operatória e Manejo pós operatório...12

5. Revisão da literatura...14

6. Conclusão...16

7. Referencias...17

(8)

8 1. Introdução

As fraturas do fêmur proximal no esqueleto imaturo são lesões graves, podendo apresentar alto índices de complicações, principalmente pelo comprometimento da irrigação sanguínea do colo e cabeça femorais.

Ocorrem por traumas que envolvem alta energia cinética como quedas de altura, acidentes automobilísticos e a prática de esportes radicais. O tratamento visa prevenir complicações imediatas e, principalmente, as tardias como: necrose avascular, pseudoartrose, coxa vara, consolidação viciosa e o fechamento fisário prematuro.

(9)

9 2. Objetivos

O objetivo desse artigo é o relato de um caso de fratura de colo do fêmur em adolescente, com comprometimento associado do trocanter maior, demonstrado em padrão de lesão não contemplado pela classificação clássica de Delbet e Colonna .

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10 3. Relato de caso

Identificação:E.M.S.D.R., 13 anos, masculino.

QD:Dor no quadril direito apos queda há um dia.

HDA:Paciente vitima de queda de grande altura, cerca de 4,0 metros (caiu ao praticar “tirolesa”), no dia 08/11/2011. Atendido inicialmente em outro serviço, e posteriormente transferido ao nosso serviço no dia 09/11.

EFO:Dor, edema e incapacidade funcional no quadril direito, com o membro inferior direito rotação externa e encurtado, em comparação ao contralateral. Sem déficit nervoso (motor e sensitivo) e/ou vascular membro inferior direito.

Exame radiográfico: Fratura do colo femoral direito com avulsão do trocanter maior; era uma fratura multifragmentaria da região transtrocanteriana fêmur direito, com a avulsão do trocanter maior. Figura 1: raio x bacia panorâmica

Figura 2: raio x em perfil quadril direito

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11 Plano de tratamento: Osteossíntese do colo femoral na urgência em 09/11/2011.

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12 4. Descrição da Técnica operatória e Manejo pós-operatório:

Inicialmente tentou-se uma redução fechada da fratura na mesa ortopédica com tração axial e rotação interna, mas isso demonstrou-se ineficaz. No controle pelo intensificador de imagens, na posição Antero posterior (AP) observou-se que a fratura estava reduzida e os fragmentos alinhados, porem na incidência Perfil, os fragmentos distais estavam desviados posteriormente, sem possibilidade de alinhamento, apesar das manobras realizadas para redução.

Transferimos então o paciente para uma mesa ortopédica normal, e o paciente foi posicionada em decúbito dorsal horizontal com coxim na região posterior para elevação quadril direito, sendo mantida em discreta rotação interna. Utilizou-se a via de acesso anterolateral ao quadril conforme preconizado por Watson-Jones.

Na abordagem ao foco fraturário, observou-se que a impossibilidade da redução ocorria por interposição de partes moles (provavelmente fibras dos músculos glúteo médio, mínimo e do tensor da fáscia lata). Esses tecidos moles foram removidos da interposição e procedeu-se o alinhamento dos fragmentos ósseos com o menor dano possível ao retinaculo da região proximal do fêmur e cuidado na preservação da cápsula articular.

Após o controle visual da redução, confirmou-se a redução com o uso do intensificador de imagens, nas incidências em AP e Perfil. Realizou-se fixação provisória com três fios de Kirschner. Após novo controle de imagem, procedeu-se a fixação rígida e estável com a introdução a partir da região trocanteriana de três parafusos esponjosos de grandes fragmentos (6,5 mm), em direção a cabeça femoral. Devido a cominuição observada no trocanter maior, procedemos sua fixação mediante cerclagem com amarrilhos utilizando fios de aço de 0,8 cm de diâmetro.

O paciente permaneceu internado por um 4 dias para controle da dor e início de exercícios, com contração isométrica na musculatura flexo-extensora do quadril, sem qualquer tipo de imobilização externa. Na alta hospitalar foi orientado para permanecer com o coxim abdutor por 6 semanas e não apoiar o membro operado por 12 semanas, fazendo uso de muletas durante esse tempo. Após esse período iniciou exercícios de hidroterapia e treino de marcha, com apoio parcial.

Na última avaliação realizada em julho do corrente ano, o paciente deambulava com o auxilio de muletas. Na Cintilografia Óssea realizada nessa época

(13)

13 constatou-se a consolidação da fratura. Foi autorizado a colocar carga total no membro afetado e praticar atividade esportiva de baixo impacto como natação.

Atualmente apresenta-se assintomático e sem limitação da mobilidade do quadril acometido e sem sinais radiográficos de sofrimento vascular na cabeça femoral, alem da consolidação da fratura.

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14 5. Revisão da Literatura e Discussão

Na analise da bibliografia médica sobre as fraturas intertrocantericas do quadril no esqueleto imaturo observou-se baixa prevalência mas com uma forte tendência do incremento desses números.

Esse fato esta intimamente relacionado ao aumento dos acidentes automobilísticos (colisões e atropelamentos). Santili et al (1) descreveu o aumento de incidência dessas lesões nos dias atuais, apontando o aumento da violência urbana como principal sua causa. Outras causas são a queda de alturas, em especial de lajes (altura media de 3,16m de acordo com Santili et al (2) ) e o abuso doméstico (Pastor et al (3) ).

As fraturas do colo do fêmur em crianças são ocasionadas por acidentes de alta energia cinética. A associação com outras lesões (fraturas do anel pélvico, ossos da perna, radio distal, traumatismo crânio-encefálico, trauma torácico e outras) devem ser lembradas, diagnosticadas e tratadas convenientemente.( Rockwood e Wilkin’s (4) ).

O grande desafio no tratamento dessas fraturas e evitar suas sequelas como a necrose asséptica da parte proximal do fêmur e a coxa vara. É imperativa uma atuação rápida e precisa da equipe de traumatologia ortopédica. De acordo com Santili et al (2) no estudo de 79 casos, reportaram que o tempo médio entre o diagnostico e o tratamento, sendo ele cirúrgico ou não foi de 3,4 dias, ou 78 horas.

Kuo et al (5) advertem que quando o tratamento cirúrgico for realizado em até 12 horas apos o trauma, o risco de osteonecrose é muito menor e que a qualidade da redução e da fixação também influenciam no resultado. Diversos autores (Kuo et al

(5), Cheng et al (6)) concordam que o mais importante é a redução anatômica e uma estabilização rígida e estável, não se preocupando com uma possível lesão da placa epifisária. A ocorrência de osteonecrose depende muito mais da lesão inicial do que do tipo de redução obtida (Beaty (7)).

Considerarmos a principal sequela, coxa vara, Eberl et al (8) reportaram que há uma correlação direta entre o tipo de síntese utilizada e o aparecimento dessa alteração. Esses autores preferem o uso de síntese mínima e imobilização; apesar de ser cedo para afirmarmos, nosso caso, aparentemente, não esta evoluindo para tal deformidade.

A cintilografia óssea realizada após sete meses da cirurgia não mostrou área de necrose na região proximal do fêmur. Esse exame apesar de não afastar

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15 definitivamente a chance do desenvolvimento de necrose avascular é um indicio promissor de bom resultado. (Dujmovic, Vande Berg et al (9).

Nossa estratégia de tratamento foi diferente do reportado por Cheng et al (6) e Santili et al (1), que na grande maioria, utilizaram a redução fechada, com fixação interna rígida e estável, ou o tratamento conservador com tração cutânea ou esquelética e gesso pelve-podálico, respectivamente.

Foi necessário o amarilho do grande trocanter devido a sua avulsão, o que esta de acordo com Havranesh et al (11), que preconizam tal abordagem somente nos casos de grande desvios. Nas referencias pesquisadas, não encontramos o uso de parafusos esponjosos, mas ha a descrição do uso de parafusos canulados, placas de angulo fixo e bloqueadas, hastes intramedulares flexíveis ou rígidas, alem dos já citados acima.

Quanto a não liberação de carga imediata, Dietz et al (12) também seguem esse padrão, porem, somente restringem-na por um período de quatro a seis semanas, e não fazem o uso de fisioterapia. Preferimos restringir carga até que o exame de cintilografia óssea não demonstrasse áreas sugestivas de osteonecrose (Dujmovic (9, Vande Berg et al. (10)) e utilizamos fisioterapia isométrica na musculatura flexo-extensora do quadril. Não encontramos o uso de hidroterapia associada ao tratamento descrita na literatura medica.

O amarrilho do trocanter maior foi necessário pela avulsão observada. Por esse motivo, e difícil classificar essa fratura segundo os critérios adotados por Delbet-Colonna, uma vez que esses autores nunca descreveram esse padrão.

Entendemos por isso, que há necessidade da incorporação de um novo tipo nessa classificação. Seria o quinto tipo: a fratura explosão pertrocanterica. (Santili et al (2)).

Não esta descrito na literatura pertinente a utilização de hidroginástica no pós-operatório para treino de marcha, diminuindo a descarga de pressão da forca peso sobre o membro operado. Entendemos essa modalidade de reabilitação foi de extrema valia, pois minimizou a perda do tônus muscular, facilitou o retorno do paciente à deambulação normal, melhorou sua propriocepção e motivou seu lado psicológico por integrá-lo mais rapidamente às suas atividades sociais. O uso de fisioterapia tradicional nesses casos é pouco divulgado e de resultados pouco conhecidos. Diferentemente de Storhm et al (13) que liberaram carga no pós- operatório imediato, preferimos retardar a liberação da carga até sete ou oito meses após a cirurgia aguardando-se a consolidação óssea.

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16 6. Conclusão

As fraturas do colo do fêmur no esqueleto imaturo, apesar do aumento recente na sua incidência, ainda são pouco frequentes. Evoluem, no entanto, com altos índices de complicações, principalmente a necrose avascular relacionada com a alteração da irrigação sanguínea da cabeça e colo femorais.

A evolução favorável observada no presente caso pode ser atribuída à redução anatômica obtida e a síntese adotada, apesar da necessidade da abertura do foco de fratura. A reabilitação pós-operatória empregando-se hidroterapia permitiu rápida readaptação da criança às suas atividades habituais.

A inclusão do comprometimento do trocanter maior avulsionado na dissipação da energia do trauma deve ser considerada na classificação desse tipo de fratura.

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17 7. Referências

1- Santili C, Akkari M, Figueiredo MJPS, Junior NO, Braga SR in Fratura do colo do fêmur na criança- avaliação de 79 casos; estudo realizado no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP).

2- Santili C, Akkari, Figueiredo MJPS, Junior NO, Braga SR, Waisberg G in As classificações para as fraturas do fêmur nas crianças acompanharam as mudanças na energia do trauma imposta pela violência; estudo realizado no Departamento de Ortopedia e Traumatologia da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo (ISCMSP).

3- Pastor AJ, Gupta A, Press CM, Gourineni P in Femoral neck fractures as the sentinel signo f child abuse in infant: a case report; J Pediatric Orthopics B 2012 May 6.

4- McCarthy J, Noonan K in Rockwood and Wilkins’ fracture in children 7th ed Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins: 2010.

5- Kuo FC, Kuo SJ, Ko JY, Wong T in Complications of hip fractures in children; Chang Gung Med J 2011 Sep-Oct: 34(5): 512-9.

6- Cheng JC, Tang N in Decompression and stable internal fixation of femoral neck fractures in children can affect the outcome; J Pediatric Orthopedic 1999 May-jun: 19(3): 338-43.

7- Beaty JH in Fractures of the hip in children: Orthop Clin North AM 2006 Apr:37(2): 223-32, vii.

8- Eberl R, Singer G, Ferlic P, Weinberg AM, Hoellwarth ME in Post- traumatic coxa vara in children following screw fixation of the femoral neck: Acta Orthop 2010 Aug: 81(4): 442-5.

9- Dujmovic F in Nuclear medicine today: Med Pregl 1999 Sep-Oct: 52(9-10)”

409-12.

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18 10- Vande Berg BC, Malghem J, Lecouvet FE, Maldague B in Hip imaging:

what is the Best modality? : J Radiol 2001 Mar: 82 (3 Pt 2): 373-84; quiz 385-6.

11- Havranesh P, Staudacherova I, Hajkova H in Proximal femoral fractures in children: Acta Univ Carol Med (Praha) 1989: 35(7-8): 223-42.

12- Dietz HG in Screw ostesynthesis of proximal fêmur fractures in children:

Oper Orthop Traumatol 2009 Sep: 2193): 349-57.

13- Strohm PC, Schmal H, Kuminack K, Reising K, Sudkamp NP in Intertrochanteric femoral fractures in children: Unfallchirurg 2006 May:

109(5): 425-30.

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