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EMPREGADO DOMÉSTICO - Novas Regras. Matéria atualizada com base na legislação vigente em: 08/04/2013. Sumário:

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EMPREGADO DOMÉSTICO - Novas Regras

Matéria atualizada com base na legislação vigente em: 08/04/2013.

Sumário:

1 - Introdução

2 - Empregado Doméstico 2.1 - Idade Mínima

3 - Direitos

3.1 - Novos Direitos

3.1.1 - Direitos Garantidos Pendentes de Regulamentação 3.2 - Direitos Não Conferidos

4 - Admissão de Doméstico 4.1 - Anotações na CTPS 5 - Rotinas de Permanência 5.1 - Salário

5.1.1 - Proibição de Descontos de Alimentação, Vestuário, Higiene ou Moradia 5.2 - Jornada de Trabalho

5.2.1 - Horas Extras 5.2.2 - Trabalho Noturno

5.2.3 - Intervalos para Repouso/Refeição 5.3 - Vale-Transporte

5.4 - Contribuição Previdenciária 5.5 - Fundo de Garantia

5.6 - Férias 5.7 - 13º Salário

5.8 - Salário-Maternidade 5.9 - Estabilidade

5.10 - Afastamento por Doença 5.11 - Salário-família

6 - Rescisão de Contrato 6.1 - Aviso Prévio

6.2 - Multa do FGTS

6.3 - Dispensa por Justa Causa - Configuração 6.4 - Outros Procedimentos

6.5 - Seguro-Desemprego

1 - INTRODUÇÃO

Neste comentário analisaremos as regras asseguradas a categoria de empregados domésticos, tendo em vista a publicação da Emenda Constitucional nº 72, de 02/04/2013.

A Emenda Constitucional nº 72/2013 passou a garantir às empregadas domésticas uma gama de direitos sociais que antes não lhe eram conferidos, para estabelecer a igualdade de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais.

2 - EMPREGADO DOMÉSTICO

Considera-se empregado doméstico a pessoa física que presta serviços de natureza contínua e de finalidade não econômica, a pessoa ou a família, no âmbito residencial desta, na forma do art. 1º da Lei nº 5.859/1972.

São considerados domésticos: as faxineiras, as diaristas, a babá, a governanta, a dama de companhia, o jardineiro, o motorista particular, o cuidador de idosos, entre outros que trabalhem nas condições citadas, inclusive o caseiro, quando o sítio ou local onde exerce sua atividade não tenha finalidade lucrativa.

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O empregador doméstico é a pessoa ou família que admita a seu serviço empregado doméstico.

2.1 - IDADE MÍNIMA

Com a Emenda Constitucional nº 72/2013, ficou determinado a proibição de trabalho noturno, perigoso ou insalubre a empregados domésticos menores de 18 e de qualquer trabalho a menores de 16 anos.

Todavia, desde 13/06/2008, com a publicação do Decreto nº 6.481, é proibido o trabalho do menor de 18 anos nas atividades descritas na Lista das Piores Formas de Trabalho Infantil, anexa ao Decreto nº 6.481/2008, que se inclui o serviço doméstico, in verbis:

Atividade: Serviço Doméstico Item Descrição

do Trabalho

Prováveis Riscos Ocupacionais Prováveis Repercussões a Saúde 76 Domésticos Esforços físicos intensos; isolamento;

abuso físico, psicológico e sexual;

longas jornadas de trabalho; trabalho noturno; calor; exposição ao fogo, posições antiergonômicas e movimentos repetitivos;

tracionamento da coluna vertebral;

sobrecarga muscular e queda de nível.

Afecções musculoesqueléticas (bursites, tendinites, dorsalgias, sinovites, tenossinovites); contusões; fraturas;

ferimentos; queimaduras; ansiedade;

alterações na vida familiar; transtornos do ciclo vigília-sono; DORT/LER;

deformidades da coluna vertebral (lombalgias, lombociatalgias, escolioses, cifoses, lordoses); síndrome do esgotamento profissional e neurose profissional; traumatismos; tonturas e fobias.

Assim, permanece a orientação de que a idade mínima para contratação de empregado doméstico é 18 anos.

3 - DIREITOS

Os empregados domésticos já possuíam os seguintes direitos conferidos pela Constituição Federal de 1988:

• Salário mínimo, fixado em lei, nacionalmente unificado, capaz de atender a suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social, com reajustes periódicos que lhe preservem o poder aquisitivo, sendo vedada sua vinculação para qualquer fim;

• Irredutibilidade do salário;

• 13º salário com base na remuneração integral;

• Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;

• Repouso nos feriados civis e religiosos;

• Gozo de férias anuais remuneradas de 30 dias com, acréscimo de 1/3;

• Licença-maternidade, com a duração de 120 dias;

• Licença-paternidade, com a duração de 5 dias;

• Aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de 30 dias, nos termos da lei;

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• Estabilidade para empregada doméstica gestante; e

• Aposentadoria.

É assegurada à categoria de empregados domésticos a integração à Previdência Social.

3.1 - NOVOS DIREITOS

Com a nova redação do parágrafo único do art. 7º da CF/1988 dado pela Emenda Constitucional nº 72/2013, os empregados domésticos passam imediatamente a ter os seguintes direitos, além daqueles que já eram conferidos:

• Garantia de salário, nunca inferior ao mínimo, para os que percebem remuneração variável;

• Proteção do salário na forma da lei, constituindo crime sua retenção dolosa;

• Duração do trabalho normal não superior a 8 horas diárias e 44 horas semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva de trabalho;

• Remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em 50% à do normal;

• Redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança;

• Reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

• Proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; e

• Proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência.

3.1.1 - Direitos Garantidos Pendentes de Regulamentação

Os direitos a seguir também foram conferidos com a Emenda Constitucional nº 72/2013 aos empregados domésticos, todavia, pendem de regulação por lei para serem aplicados:

Relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, nos termos de lei complementar, que preverá indenização compensatória, dentre outros direitos;

Seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

Fundo de garantia do tempo de serviço;

Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;

Salário-família pago em razão do dependente do trabalhador de baixa renda nos termos da lei;

Assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;

Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

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3.2 - DIREITOS NÃO CONFERIDOS

Ainda não está assegurado aos empregados domésticos:

Piso salarial proporcional;

Adicional por trabalho penoso, insalubre ou perigoso.

À categoria de emprego doméstico não se aplica o contratato por prazo determinado, inclusive o de experiência, pois, a Consolidação das Leis do Trabalho não se aplica à categoria de empregados domésticos, conforme art. 7º da CLT, aprovada pelo Decreto-lei nº 5.452/43.

4 - ADMISSÃO DE DOMÉSTICO

Não houve alteração nas regras para admissão de empregados domésticos, nesse caso, o empregador doméstico continua podendo exigir os seguintes documentos (Lei nº 5.859/72):

Carteira de Trabalho e Previdência Social - CTPS;

Atestado de boa conduta; e Exame médico.

4.1 - ANOTAÇÕES NA CTPS

O empregador deverá efetuar o preenchimento da CTPS do doméstico, anotando os dados solicitados, conforme exemplo abaixo:

CONTRATO DE TRABALHO

Empregador ...

CNPJ/CPF ...

Endereço ...

Município ... UF ...

Esp. do Estabelecimento ...

Cargo ... CBO nº ...

Data Admissão ... de ... de ...

Registro nº ... Fls./Ficha ...

Remuneração Especificada ...

...

...

...

...

Ass. do Empregador ou a Rogo c/Testemunha 1.º ... 2.º ...

Data saída ... de ... de ...

...

Ass. do Empregador ou a Rogo c/Testemunha

1.º ... 2.º ...

Com. Dispensa CD nº ...

Instruções de preenchimento da CTPS:

Empregador: Preencher com o nome completo do empregador.

CNPJ/CPF: Por se tratar de emprego doméstico, deve ser informado o número do Cadastro das Pessoas Físicas (CPF) do empregador. Com o recolhimento do FGTS deve ser informado

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o número da matrícula CEI na parte de Anotações Gerais. A matrícula CEI é obtida na Receita Federal do Brasil.

Espécie de estabelecimento: Residência, sítio, chácara, outros.

Cargo ou função: Discriminar a função (empregado doméstico nos serviços gerais, cozinheiro do serviço doméstico, motorista no serviço doméstico, outros); mesmo que se especifique a função, deve-se identificá-la como de trabalho doméstico.

Classificação Brasileira de Ocupações (CBO):

* 5121-05 - Empregado doméstico nos serviços gerais - Caseiro;

* 5121-10 - Empregado doméstico arrumador - Arrumador no serviço doméstico;

* 5121-15 - Empregado doméstico faxineiro - Faxineiro no serviço doméstico;

* 5121-20 - Empregado doméstico diarista - Empregado doméstico diarista;

* 5162-10 - Cuidador de idosos - Acompanhante de idosos, cuidador de pessoas idosas e dependentes, cuidador de idosos domiciliar, cuidador institucional.

Data da admissão: A data do início das atividades.

Salário ajustado: Não poderá ser inferior ao mínimo fixado por lei, devendo ser, também, colocado por extenso. Este poderá ser ajustado por hora, por dia ou por mês.

5 - ROTINAS DE PERMANÊNCIA

A relação empregatícia doméstica é baseada na confiança, entretanto para evitar uma ação trabalhista, há necessidade de burocratizar esta relação, tomando as seguintes medidas:

I - fazer recibos de todos os pagamentos e adiantamentos de salários, de férias e de 13º salário, efetuados aos domésticos;

II - fazer anotações na Carteira de Trabalho - CTPS de admissão, de aumento de salário, de concessão de férias;

III - fazer controle de ponto, que deve conter a marcação de entrada e saída;

No recibo de pagamento deve estar discriminado o nome do empregador doméstico, o nome do empregado doméstico, a função, as parcelas integrantes da remuneração e os descontos.

5.1 - SALÁRIO

O empregado doméstico faz jus ao salário mínimo nacional, atualmente estipulado em R$

678,00 por mês. O valor diário do salário mínimo corresponderá a R$ 22,60 e o valor horário, a R$ 3,08, conforme Decreto nº 7.872/12.

No Estado de Santa Catarina, desde 2009, há previsão de pagamento de piso salarial mínimo para empregados domésticos, por força da Lei Complementar Estadual nº 459/09. Desde janeiro de 2013, o valor do piso salarial é de R$ 765,00 por mês (LCE nº 593/13).

O pagamento do salário deve ser efetuado até o 5º dia útil do mês subsequente, por aplicação analógica do parágrafo único do art. 459 da CLT.

5.1.1 - Proibição de Descontos de Alimentação, Vestuário, Higiene ou Moradia

É vedado ao empregador doméstico efetuar descontos no salário do empregado por fornecimento de alimentação, vestuário, higiene ou moradia, na forma do art. 2ºA da Lei nº 5.859/1972, acrescido pela Lei nº 11.324/2006.

Poderão ser descontadas as despesas com moradia somente quando essa se referir a local

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diverso da residência em que ocorrer a prestação de serviço, e desde que essa possibilidade tenha sido expressamente acordada entre as partes.

As despesas referidas de alimentação, vestuário, higiene ou moradia não têm natureza salarial nem se incorporam à remuneração para quaisquer efeitos.

5.2 - JORNADA DE TRABALHO

A duração normal do trabalho doméstico passou a ser de no máximo 8 horas diárias, salvo se houver acordo de compensação de horário, observando-se o limite de 44 horas semanais.

A fixação da jornada deve estar prevista no contrato de trabalho celebrado entre as partes, não podendo, todavia, ultrapassar os limites estabelecidos na legislação vigente.

NOTA ITC: Até o presente momento não há obrigação do empregador doméstico fazer controle de ponto, todavia, para evitar reclamações futuras, orientamos que o empregado doméstico faça a anotação da hora de entrada e de saída, em registro manual, na forma do § 2º do art. 74 da CLT.

5.2.1 - Horas Extras

Consideram-se extras, as horas laboradas além da jornada normal, de cada empregado doméstico, comum ou reduzida.

Assim, a duração normal do trabalho poderá ser acrescida de horas suplementares, sem previsão de limite, devendo a hora suplementar ser pelo menos, 50% superior à da hora normal.

5.2.2 - Trabalho Noturno

À categoria de empregado doméstico passa a ser garantido o adicional noturno, todavia, ainda não há norma legal determinando qual deve ser o percentual do mesmo.

5.2.3 - Intervalos para Repouso/Refeição

Ao empregado doméstico é assegurado um descanso semanal de 24 horas consecutivas, o qual salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deve coincidir com o domingo, no todo ou em parte (Lei nº 605/1949, alterada pela Lei nº 11.324/2006).

Ainda não estão assegurados aos empregados domésticos os intervalos intrajornada ou entre jornadas.

5.3 - VALE-TRANSPORTE

Os empregados domésticos são beneficiários do vale-transporte, na forma da Lei nº 7.418/85, regulamentada pelo Decreto nº 95.247/87.

O vale-transporte constitui benefício que o empregador antecipará ao trabalhador para utilização efetiva em despesas de deslocamento residência/trabalho e vice-versa. Entende-se como deslocamento a soma dos segmentos componentes da viagem do beneficiário, por um ou mais meios de transporte, entre sua residência e o local de trabalho.

O vale-transporte é utilizável em todas as formas de transporte coletivo público urbano ou, ainda, intermunicipal e interestadual com características semelhantes ao urbano, operado diretamente pelo poder público ou mediante delegação, em linhas regulares e com tarifas fixadas pela autoridade competente. Excluem-se os serviços seletivos e os especiais.

O empregador poderá descontar, mensalmente, o vale-transporte do doméstico na parcela equivalente até 6% de seu salário básico.

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O vale-transporte será, também, custeado pelo empregador que participa dos gastos do deslocamento do empregado com a parcela que exceder a 6% do seu salário.

5.4 - CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA

A contribuição previdenciária dos empregados domésticos atualmente é calculada mediante a aplicação da correspondente alíquota 8%, 9% ou 11%, sobre o seu salário-de-contribuição mensal, de acordo com a tabela de salário-de-contribuição vigente, limitado ao teto máximo (Artigos 20 e 28 da Lei nº 8.212, de 24/07/91).

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO ALÍQUOTA

Até R$ 1.247,70 8%

De R$ 1.247,71 até R$ 2.079,50 9%

De R$ 2.079,51 até R$ 4.159,00 11%

A contribuição do empregador doméstico é de 12% do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço (Artigo 24 da Lei nº 8.212/91). A contribuição do empregador também está limitada ao teto máximo do salário-de-contribuição.

Esses recolhimentos são efetuados em GPS no dia 15 do mês seguinte ou trimestre seguinte, sob pena de recolher com juros e multa, consoante o disposto no art. 30 da Lei nº 8.212/91.

Caso não haja expediente bancário neste dia, o recolhimento poderá ser efetuado no dia útil subsequente. O recolhimento será sob o código, conforme o caso (ADE/CODAC nº 71/11):

Código GPS Especificação da Receita

1600 Empregado Doméstico Mensal - NIT/PIS/PASEP.

1619 Empregado Doméstico Patronal 12% Mensal Afastamento/Sal.

Maternidade.

1651(*) Empregado Doméstico Trimestral - NIT/PIS/PASEP - (que recebe até um salário mínimo).

1678(*) Empregado Doméstico Patronal 12% Trimestral Afastamento/Sal.

Maternidade.

(*) O recolhimento trimestral somente é possível quando o salário-de-contribuição fica limitado ao valor do salário mínimo.

Todavia, com a Emenda Constitucional nº 72/2013 o Governo deve promover medidas, através de lei, para simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias, para fins de contratação de empregados domésticos.

5.5 - FUNDO DE GARANTIA

A inclusão do empregado doméstico no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS será efetivado através do primeiro depósito na conta vinculada, equivalente a 8% da remuneração mensal, até o dia 7 do mês seguinte ao da competência, na forma do Decreto nº 3.361/2000.

Para efetivar o depósito do FGTS, o empregador doméstico deve obter matrícula CEI junto à Receita Federal do Brasil, pessoalmente ou via internet, na forma do § 1º do art. 19 e art. 22 da IN/RFB nº 971/2009.

O FGTS do empregado doméstico será recolhido através de GFIP avulsa ou pré-impressa ou através de GRF gerada pelo GFIP/SEFIP, conforme Manual da GFIP/SEFIP.

Até o presente momento não houve alteração quanto à alíquota de recolhimento do FGTS para empregado doméstico, bem como, mudança na forma do procedimento de recolhimento.

5.6 - FÉRIAS

Os empregados domésticos tem direito a férias de 30 dias, desde 20/07/2006, com o advento

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da Lei nº 11.324/06, remuneradas com, pelo menos, 1/3 a mais que o salário normal, após cada período de 12 meses de serviço prestado à mesma pessoa ou família.

Cabe ao empregador doméstico fixar quando serão concedidas as férias, observando o prazo limite de 12 meses subsequentes à data em que o empregado doméstico tiver adquirido o direito, sob pena de ter de pagar as férias em dobro.

O pagamento da remuneração das férias será efetuado até 2 dias antes do início do respectivo período de gozo.

Aplicam-se aos domésticos as mesmas regras de férias conforme a Consolidação das Leis do Trabalho, artigos 129 a 153.

O empregador doméstico deverá anotar na CTPS da empregada doméstica a concessão das férias, informando o período aquisitivo e o período de gozo, no espaço destinado a anotação de férias.

5.7 - 13º SALÁRIO

O empregador doméstico deverá pagar ao doméstico a cada ano, a gratificação natalina (13º salário), correspondente a 1/12 da remuneração devida, por mês, em dezembro, em observância a Lei nº 4.090/62 e a Lei nº 4.749/65.

O pagamento do 13º salário deverá observar o que segue:

- Entre os meses de fevereiro e novembro de cada ano, o empregador pagará, como adiantamento do 13º salário, de uma só vez, metade do salário recebido pelo respectivo empregado doméstico no mês anterior;

- Até o dia 20 de dezembro de cada ano a segunda parcela do 13º salário, calculado com base na remuneração do mês de Dezembro, compensada a importância que recebeu a título de adiantamento e a tributação respectiva.

5.8 - SALÁRIO-MATERNIDADE

A empregada doméstica faz jus ao benefício de salário-maternidade sem prejuízo do emprego e do salário, com duração de 120 dias.

O art. 73, I, da Lei nº 8.213, de 24/07/1991, dispõe que o salário-maternidade será pago diretamente pelo INSS à empregada doméstica, em valor correspondente ao do seu último salário-de-contribuição, que não será inferior ao salário mínimo e nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição para a Previdência Social.

O salário-maternidade é devido à empregada doméstica, independentemente de carência (Art.

26 da Lei nº 8.213/91).

O início do afastamento do trabalho é determinado por atestado médico e poderá ser requerido no período entre 28 dias antes do parto e a data de sua ocorrência.

O salário-maternidade também é devido à segurada empregada doméstica que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção, sendo que o prazo também é de 120 dias, desde Maio de 2012, por força da ACP nº 5019632-23.2011.404.7200.

O benefício de salário-maternidade pode ser solicitado pelo portal da Previdência Social na Internet (www.mpas.gov.br), pelo telefone 135 ou nas Agências da Previdência Social (deve fazer agendamento prévio pelo site da Previdência), mediante o cumprimento das exigências legais.

No período de salário-maternidade da segurada empregada doméstica, caberá ao empregador doméstico recolher apenas a parcela da contribuição previdenciária a seu encargo (12%),

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sendo que a parcela devida pela empregada doméstica será descontada pelo INSS quando do pagamento do benefício.

5.9 - ESTABILIDADE

A empregada doméstica gestante passou a ter garantia de emprego, por força da Lei nº 11.324/06, assim, as mesmas tem estabilidade desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto, não podendo sofrer nesse período dispensa arbitrária ou sem justa causa.

5.10 - AFASTAMENTO POR DOENÇA

O empregado doméstico que ficar incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias consecutivos terá direito ao benefício previdenciário de auxílio-doença, desde que cumprida uma carência de no mínimo 12 meses de contribuições previdenciárias, quando for o caso, na forma dos artigos 25, 26 e 59 da Lei nº 8.213/1991.

Este benefício será pago pelo INSS a partir do primeiro dia de afastamento, desde que requerido em até 30 dias do início da incapacidade. Caso o requerimento seja feito após o 30º dia do afastamento da atividade, o auxílio-doença só será concedido a contar da data de entrada do requerimento, conforme art. 60 da Lei nº 8.213/1991.

Observa-se que quando a incapacidade para o trabalho for por período de até 15 dias, o doméstico não é encaminhado ao INSS e, nesse caso, cabe ao empregador doméstico remunerar os dias de afastamento por doença comprovado por atestado médico, conforme art.

6º, § 1º, da Lei nº 605/1949.

Durante o percebimento do benefício de auxílio-doença o empregado doméstico não poderá ter a sua relação de trabalho terminada.

5.11 - SALÁRIO-FAMÍLIA

Os empregados domésticos passaram a ter direito ao salário-família, com a Emenda Constitucional nº 72/2013, todavia, até o presente momento não houve regulamentação do assunto, portanto, ainda não há orientação quanto à forma do pagamento e os valores das cotas.

6 - RESCISÃO CONTRATUAL

As hipóteses de rescisão contratual são por dispensa sem justa causa, por pedido de demissão ou por dispensa por justa causa. Poderá ocorrer rescisão por morte do empregado doméstico.

As verbas rescisórias serão devidas conforme a causa da rescisão do contrato de trabalho e o seu tempo de serviço (mais de um ano ou menos de um ano), conforme quadro abaixo:

QUADRO RESUMO DE DIREITOS TRABALHISTAS

CAUSA DO AFASTAMENTO

SALDO DE SALÁRIO

AVISO PRÉVIO

13º SALÁRIO

FÉRIAS VENCIDAS

+ 1/3

FÉRIAS PROP.

+ 1/3

IND.

ART. 9º DA LEI 7238/84

IND.

ART.

479

SALÁRIO- FAMÍLIA(*) Pedido de

demissão (menos de 1

ano)

SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM

Pedido de Demissão (mais

de 1 ano)

SIM NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM

Dispensa sem Justa Causa (menos de 1

ano)

SIM SIM SIM NÃO SIM NÃO NÃO SIM

(10)

Dispensa sem Justa Causa (mais de 1 ano)

SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM

Dispensa por Justa Causa (menos de 1

ano)

SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM

Dispensa por Justa Causa (mais de 1 ano)

SIM NÃO NÃO SIM NÃO NÃO NÃO SIM

Morte do Doméstico (Menos de 1

ano)

SIM NÃO SIM

NÃO SIM NÃO NÃO SIM

Morte do Doméstico (Mais

de 1 ano)

SIM NÃO SIM SIM SIM NÃO NÃO SIM

(*) Como visto no subitem 5.11 ainda não há a sistemática da forma de pagamento do salário-família para os empregados domésticos.

6.1 - AVISO PRÉVIO

O empregador doméstico não querendo mais a prestação de serviços do empregado doméstico deverá dar ao mesmo o aviso prévio, por escrito, em 2 vias, dando a outra parte recibo na segunda via, que poderá ser trabalhado ou indenizado.

O prazo do aviso prévio é de 30 dias, conforme determinado na Constituição Federal (Art. 7º).

Informamos que a nova regra relativo ao acréscimo de 3 dias no aviso prévio é aplicável somente ao aviso prévio definido na CLT, conforme art. 1º da Lei nº 12.506/11. Todavia, o Ministério do Trabalho e Emprego, através da Nota Técnica nº 184/12, está entendendo que se aplicaria a nova regra do prazo do aviso prévio também aos empregados domésticos.

O período do aviso prévio indenizado será computado para fins de cálculo das parcelas de 13º salário e férias.

Na hipótese de pedido de demissão, deve o empregado doméstico pré avisar o seu empregador de seu desligamento, ou seja, com antecedência de 30 dias.

A falta de aviso prévio por parte do doméstico dá ao empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao respectivo prazo, aplicação analógica do art. 487, § 2º, da CLT.

6.2 - MULTA DO FGTS

Caberá na rescisão contratual por dispensa sem justa causa, ao empregador doméstico o pagamento da multa rescisória de 40% do montante depositado na conta vinculado do FGTS do empregado doméstico, cfe. art. 18 da Lei nº 8.036/90, que será recolhido junto com o FGTS da rescisão, através da GRRF, conforme Circular CAIXA nº 548/11. Esse procedimento poderá ser revisto pelo Poder Legislativo.

O empregador doméstico não efetua o recolhimento da contribuição social de 10% sobre o FGTS depositado, conforme art. 1º da Lei Complementar nº 110/01.

Acrescenta-se que poderá haver mudança no procedimento acima, em face à lei que venha a regulamentar o inciso I do artigo 7º da CF/1988.

6.3 - DISPENSA POR JUSTA CAUSA - CONFIGURAÇÃO

O ensejo da justa causa para a rescisão do contrato de trabalho pelo empregador doméstico são aqueles previstos no art. 482 da CLT.

Os casos mais comuns de faltas graves são o abandono de emprego, ato de indisciplina e

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insubordinação, ofensa física, incontinência de conduta e mau procedimento e desídia no desempenho das funções.

A justa causa configura-se de modo a deixar induvidoso o ato ilícito do empregado doméstico de violação das normas supra citadas, e a repreensão/punição pelo empregador doméstico deve ser imediata, de preferência por escrito e na presença de testemunhas.

Ressalta-se, no entanto, que esta modalidade de despedida é de difícil prova na Justiça do Trabalho.

6.4 - OUTROS PROCEDIMENTOS

O empregador deverá efetuar as anotações de baixa na Carteira de Trabalho, apondo a data da saída, assinatura e as últimas atualizações de salário e férias.

Orientamos o empregador doméstico a preencher o Termo de Rescisão do Contrato de Trabalho - TRCT, Aviso Prévio e Atestado de Exame Médico, realizado 15 (quinze) dias antes do desligamento.

O pagamento a que fizer jus o empregado doméstico deverá ser efetuado em dinheiro ou cheque administrativo, conforme acordem as partes, salvo se o empregado doméstico for analfabeto, quando o pagamento somente poderá ser feito em dinheiro (Art. 477, § 4º, da CLT).

Atente-se para o fato de que qualquer compensação no pagamento das verbas rescisórias não poderá exceder a um mês de remuneração do empregado (Art. 477, § 5º, da CLT).

Não é devida assistência (homologação) na rescisão contratual do empregado doméstico, nos termos do artigo 5º da Instrução Normativa SRT nº 15/2010.

6.5 - SEGURO-DESEMPREGO

O benefício do seguro-desemprego, regulado pela Lei nº 7.998/1990, será concedido ao empregado doméstico vinculado ao FGTS que tiver trabalhado por um período mínimo de 15 meses nos últimos 24 meses, contados da data da sua dispensa sem justa causa.

Para a habilitação ao seguro-desemprego, o trabalhador deverá apresentar ao órgão competente do Ministério do Trabalho e Emprego (Resolução/CODEFAT nº 253/2000):

I - Carteira de Trabalho e Previdência Social, na qual deverá constar a anotação do contrato de trabalho doméstico e a data da dispensa, de modo a comprovar o vínculo empregatício, como empregado doméstico, durante pelo menos 15 meses nos últimos 24 meses;

II - termo de rescisão do contrato de trabalho atestando a dispensa sem justa causa;

III - comprovantes do recolhimento da contribuição previdenciária e do FGTS, durante o período referido no inciso I, na condição de empregado doméstico;

IV - declaração de que não está em gozo de nenhum benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto auxílio-acidente e pensão por morte; e

V - declaração de que não possui renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua família.

O valor do benefício do seguro-desemprego do empregado doméstico corresponderá a um salário mínimo e será concedido por um período máximo de 3 meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 meses.

Por fim, poderá haver mudança no procedimento acima, em face à lei que venha a regulamentar o inciso II do artigo 7º da CF/1988.

(12)

Fonte: Editorial ITC.

Atenção! De acordo com o disposto no caput e inciso XIII do art. 7º, e nos arts. 24, 29 e 101 a 184, da Lei nº 9610/1998 (Direitos Autorais) e no artigo 184 do Decreto-Lei nº 2848/1940 (Código Penal), na redação dada pela Lei nº 10.695/2003, é expressamente proibida, por qualquer meio, a reprodução parcial e/ou total de matérias exclusivas do site:

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