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COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL

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Academic year: 2022

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COMUNICAÇÃO

ORGANIZACIONAL

AULA 3

Profª Cláudia Osna Geber

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CONVERSA INICIAL

Olá! Tudo bem? Pronto para mais uma aula? Então, agora que você já sabe os conceitos e definições deste tema, já entende a sua importância e tem compreensão dos diferentes tipos de comunicação, além de quando e como utilizá-los, vamos falar sobre os diferentes públicos para quem a comunicação organizacional se destina, com suas diferenças e particularidades.

Abordaremos:

 Conexão com diferentes públicos;

 Funcionários: um dos públicos da comunicação organizacional;

 Clientes: outro importante público dessa comunicação;

Stakeholders (acionistas): também um consumidor com quem a comunicação interage;

 Comunicação organizacional moderna: como a comunicação e impactada, e impacta, no novo meio digital.

CONTEXTUALIZANDO

As interações humanas, dentre as quais enquadram-se as organizações, não existem sem as práticas de comunicação. As empresas que utilizam essas práticas de forma consciente sabem que públicos distintos demandam diferentes abordagens, com o objetivo final de relacionar os interesses da empresa com os do público-alvo, internos e externos.

Conhecer os diferentes tipos de públicos com os quais a organização tem interface e saber o que falar, como falar e para quem falar, é o começo para o sucesso de toda comunicação (Pimentel, 2017), principalmente se considerarmos que, quando nos comunicamos, não conseguimos garantir que a mensagem será completamente entendida pelo público a quem ela se destina.

Isso acontece porque a mensagem transmitida sofre diversas interferências, como o domínio que o emissor e o receptor têm do idioma utilizado na mensagem, o conhecimento do tema por ambos, a atenção à mensagem, e muitos outros aspectos. Uma das formas de minimizar essas interferências é conhecer o público a quem a comunicação se destina.

Pronto para aprender sobre esses públicos e como esse conhecimento pode ser um grande diferencial de mercado?

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Saiba mais

Mas antes, leia a reportagem abaixo, que dá ainda mais clareza sobre a importância desse tipo de comunicação no meio empresarial, com destaque para algumas de suas particularidades.

LOBO, M. Comunicação organizacional: tirar o planejamento estratégico do papel. Mundo Marketing, 30 jan. 2013. Disponível em:

<https://www.mundodomarketing.com.br/artigos/marilia-

lobo/26600/comunicacao-organizacional-tirar-o-planejamento-estrategico-do- papel.html>. Acesso em: 14 fev. 2019.

TEMA 1 – VISÃO GERAL

O início da discussão sobre os tipos de relações que as organizações estabelecem iniciou na década de 80; considera-se, desde essa época, a importância da manutenção dessas relações, buscando resultados para as empresas.

Essa associação entre a organização e seus públicos é uma característica importante da comunicação organizacional, provável consequência de os estudos iniciais da temática serem relacionados com a Teoria das Relações Humanas (Castro, 2015).

Quando falamos em comunicação organizacional, temos que primeiramente pensar na comunicação humana e nas múltiplas perspectivas que permeiam o ato comunicativo no interior das organizações. Além disso, não podemos compreender as organizações apenas como instituições com objetivos e metas; afinal, organizações são compostas por pessoas com diferentes pensamentos, culturas e visões (Kunsch, 2006).

Como consequência, a comunicação nas organizações é algo complexo;

trata-se de relações entre pessoas, departamentos, setores e organizações, que sofrem interferências diversas (Kunsch, 2006).

Nesse contexto, não é possível falar sobre comunicação organizacional sem abordar seus públicos estratégicos, sejam eles internos ou externos, já que todas as empresas se relacionam com públicos estratégicos (Ernst et al., 2015).

A comunicação, que antes tinha somente o objetivo de alcançar metas, agora tem uma visão muito maior sobre os interesses organizacionais, em que a comunicação pode ser gerenciada, analisada e mensurada; a mensagem deve

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fazer sentido para o público, por meio de uma troca de informações (Abbud;

Lima, 2015).

Alguns autores ainda consideram que o objetivo principal do trabalho desenvolvido pela área de comunicação é definir, comunicar e se relacionar com os públicos-alvo que a organização deseja atingir.

Mas, o que são públicos? Público nada mais é do que qualquer grupo que exerce influência ou é influenciado pela instituição, seja de forma direta ou indireta. Ou seja, público não é apenas um grupo de pessoas, mas sim um grupo essencial que influencia no planejamento de comunicação (Ernst et al., 2015)

Portanto, é primordial que os responsáveis pela comunicação organizacional conheçam o público com quem vão lidar, já que eles são distintos, e entendem as mensagens também de formas distintas (Ernst et al., 2015).

Ressaltamos que é por meio dessa comunicação que as empresas se relacionam com diferentes públicos (Teclógica, 2018).

Essa importância fica ainda mais evidente ao analisarmos que uma das principais causas de problemas na comunicação organizacional é o fato de muitas pessoas ainda a utilizarem como instrumento de poder, despreocupadas em ouvir os demais, pois se ocupam em distribuir informações, assim fazendo da comunicação um ato bastante burocrático. Além disso, a comunicação muitas vezes é vista como um problema apenas da área responsável, e não de todos os demais envolvidos no processo.

A comunicação deve, então, ser vista nas organizações no seu sentido original, o de “tornar comum” a todos, promovendo assim a interação, o diálogo, a participação e o reconhecimento de todos os envolvidos no processo.

Conseguir a participação desses públicos é também uma estratégia competitiva, já que toda organização tem como um de seus principais objetivos atender as necessidades de um determinado público-alvo; por conta disso, saber identificar quem é o público com quem se deseja falar é fundamental para o sucesso da empresa (Ernst et al., 2015)

Considerando a importância de saber quem é o seu público-alvo, a empresa deve, entre outras medidas, desenvolver um banco de dados sobre seus públicos, com informações relevantes (como renda, escolaridade e gênero) que auxiliem na tomada de decisões (Pimentel, 2017).

Destaca-se, porém, que as organizações, ao se comunicarem com os mais diversos públicos, devem compreender que as mensagens nem sempre

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geram os resultados esperados ou são compreendidas da forma desejada. Isso acontece por diversos motivos, como as relações, os contextos, os comportamentos e a complexidade do processo de comunicação (Kunsch, 2006). Lembramos também que o público da comunicação tem uma função ativa nesse processo, interagindo com o que foi transmitido; ou seja, a comunicação é uma via de mão dupla (Abbud; Lima, 2015).

Abordaremos, assim, os principais públicos do processo de comunicação organizacional, para minimizar as interferências e atingir os resultados esperados.

Saiba mais

Leia ao artigo e compreenda ainda mais sobre a importância da comunicação para as empresas, e também a relevância dos diferentes públicos nessa temática.

CRUZ, L. O papel estratégico da comunicação nas organizações.

Administradores, 19 set. 2016. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/artigos/empreendedorismo/o-papel-

estrategico-da-comunicacao-nas-organizacoes/98324/>. Acesso em: 14 fev.

2019.

TEMA 2 – FUNCIONÁRIOS

Eu trabalhei em um Shopping que tinha sido recém-adquirido pela

“Administradora Y”. Os funcionários da “Administradora X”, que vinha gerenciando o shopping, me relataram uma situação bastante complicada.

Assim que a venda foi concretizada, a Administradora X optou por não contar aos seus funcionários; porém, como geralmente acontece, a notícia “vazou” e os funcionários foram questionados pelos lojistas. Ao questionarem a diretoria, os colaboradores foram informados de que nada estava acontecendo e, se caso o shopping fosse vendido, eles seriam os primeiros a saber. Os funcionários acreditaram até o momento que ficaram sabendo da notícia por jornais locais, ficando todos muito indignados e incrédulos com a organização; como consequência, ficaram desmotivados.

Ao relatar esse caso real, busquei destacar a importância de uma comunicação efetiva entre a empresa e seus funcionários. O estudo da comunicação entre empresas e funcionários começou com a Escola das

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Relações Humanas, do norte-americano Elton Mayo, que inseriu o chamado fator humano nas organizações, ao considerar os trabalhadores como pessoas com sentimentos e necessidades psicológicas. Como resultado, foi apresentado que a motivação, a comunicação e a supervisão com os funcionários auxiliam a criar um clima de comprometimento entre patrões e funcionários, gerando satisfação e aumentando a produtividade (Figaro; Rebechi, 2013).

Um dos destaques de empresas que buscam o sucesso é exatamente utilizar métodos para engajar os funcionários; ou seja, fazer com que o funcionário se envolva com a empresa. A busca por esse engajamento acontece porque é sabido que funcionários engajados têm um melhor desempenho, são mais motivados e buscam resultados para a empresa. Além disso, quanto maior a motivação da equipe, menor tende a ser o índice de turnover (mudança de funcionários por desligamentos), o que gera uma significativa economia para a empresa (Ernst et al., 2015).

Ao se comunicarem com seus funcionários, as empresas devem ter em mente importantes direcionamentos a seguir, dentre os quais destaca-se a necessidade de comunicar constantemente para o funcionário o que acontece dentro da empresa, o que faz com que ele se sinta parte das decisões da organização. Além disso, ao entender que a empresa é a única fonte oficial de informações, os colaboradores não irão buscar por outras fontes (Figaro;

Rebechi, 2013).

Outro aspecto muito importante é a distribuição das informações da empresa para os funcionários, tendo em mente que todos precisam ser bem- informados, ainda que cada um tenha diferentes “necessidades de comunicação”, demandando apenas informações que são essenciais para a realização de um bom trabalho. Essa distribuição está diretamente relacionada ao nível hierárquico e funcional e à especialidade do funcionário (Figaro;

Rebechi, 2013).

Além disso, é importante ter cautela ao comunicar as informações para os funcionários, fazendo isso de tal forma que as mensagens sejam compreensíveis para todos os que a receberem. Uma forma que funciona bem é detalhar com instruções, por exemplo, além de passar uma mensagem clara, precisa e exata.

A repetição também pode ajudar (Figaro; Rebechi, 2013).

Em um contexto digital, deve-se também lembrar que as tecnologias de informação auxiliam na criação de novos métodos de produção e novas formas

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de consumo; nesse contexto, a comunicação torna-se um instrumento ainda mais eficiente para mobilizar os colaboradores das empresas a se envolver com as organizações (Figaro; Rebechi, 2013).

É fundamental também considerar o funcionário como um participante ativo no processo de comunicação organizacional. Por muito tempo, a comunicação foi considerada como algo de menor importância na avaliação do rendimento do funcionário, provável resquício dos modelos de Taylor e Ford, em que se comunicar não era permitido (Figaro; Rebechi, 2013).

Atualmente, porém, saber se comunicar é uma das características mais requisitadas, especialmente em relação ao desempenho do funcionário.

Demanda-se também dos funcionários que utilizem a comunicação como uma ferramenta de trabalho (Figaro; Rebechi, 2013).

Finalizamos esse tópico reforçando que colaboradores que se sentem importantes, reconhecidos e valorizados na empresa em que trabalham, alcançam melhores resultados e refletem a imagem da empresa (Ernst et al., 2015).

Saiba mais

Em um contexto em que a Comunicação Organizacional e suas relações com os funcionários torna-se cada dia mais fundamental, leia ao artigo e entenda como um líder de sucesso deve se comunicar nas empresas.

FERNANDES, M. O papel estratégico na comunicação da sua empresa. Cultura colaborativa, 2 nov. 2016. Disponível em:

<https://culturacolaborativa.socialbase.com.br/lideranca-na-comunicacao/>.

Acesso em: 14 fev. 2019.

TEMA 3 – CLIENTES

A Comunicação tem um papel muito importante para ajudar as empresas a alcançarem sucesso, e esse papel estratégico da comunicação ganhou ainda mais relevância quando ela começou a trabalhar o relacionamento com os clientes, assim auxiliando a organização mais amplamente no alcance de suas metas (Ernst et al., 2015).

A melhor forma de satisfazer o cliente é entender e atender aos objetivos e ao que ele busca na compra; para tanto, é fundamental que a empresa invista em comunicação e estabeleça canais de comunicação com os clientes

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Em se tratando destes canais, quando mais eficientes eles forem, melhor será a imagem da organização para os clientes, e, dentre os diversos canais para se estabelecer uma comunicação com os clientes destacam-se (Formas..., 2006):

 Comunicação pessoal: Tenha em mente que todo cliente busca receber um bom atendimento, e nenhum atendimento é tão eficiente quanto a comunicação pessoal, que deve sempre priorizar a cordialidade, a educação e o respeito.

 Caixa de sugestões: Nos locais em que o cliente é atendido de forma física, um espaço para que ele deixe críticas e sugestões é bastante indicado, assim como um canal online no caso do atendimento virtual.

 Correspondência personalizada: Manter contato com os clientes, informando de novos produtos e promoções, por exemplo, é muito importante; contudo, essa comunicação é mais eficiente quando é feita de forma personalidade e quando o cliente se sente especial.

 Pesquisa com clientes: As pesquisas que permitem um maior aprofundamento sobre quem são os clientes auxiliam muito no entendimento de como estabelecer a comunicação com o cliente.

Saiba mais

Em se tratando da comunicação pessoal, há um interessante artigo da Diretora executiva da agência Ogilvy, uma das principais agências de publicidade do Brasil, que reforça a importância das organizações enxergarem os clientes não apenas como “público-alvo”, mas sim como seres humanos que devem ser abordados e conquistados.

AUGUSTO, R. As raízes militares do marketing. LinkedIn, 23 jan. 2019.

Disponível em: <http://www.meioemensagem.com.br/home/opiniao/2019/01/23/

as-raizes-militares-do-marketing.html>. Acesso em: 14 fev. 2019.

Nesse contexto, as empresas devem ter em mente que suas relações com os consumidores vão muito além das questões do consumo, atingindo as dimensões do comportamento humano (Augusto, 2019).

A busca por essas relações positivas deve ser uma constante nas organizações. Vejamos algumas dicas para ajudar a aprimorar a comunicação (Balineiro, 2018):

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Ouça o cliente: Ao se comunicar com o cliente é fundamental que a empresa realmente escute o que ele tem a dizer, ouça o feedback com atenção e, com estas informações, busque atende-lo da melhor forma. Se o cliente perceber esse esforço, além de ficar satisfeito é muito provável que ele se torne um cliente fiel.

Utilize a Tecnologia: Atualmente não é possível se aproximar do cliente sem utilizar da tecnologia e uma ótima forma de fazer isso é por meio das redes sociais.

Não se esqueça do cliente: Após o cliente fazer a compra é importante a organização ter em mente que ele continua sendo importante para ela, estando à disposição e mantendo contato.

Preste atenção no que é dito: Tanto no meio físico quanto no meio digital é importante lembrar de manter um tom profissional, tendo em mente que os clientes são pessoas consumindo os produtos e adotando uma linguagem apropriada para tanto.

Seja objetivo: Em se tratando da comunicação com o cliente a melhor estratégia é “ir direto ao ponto”, sendo claro e simples ao passar as informações.

Buscando ouvir os clientes, nos últimos anos diversas empresas intensificaram seus canais de comunicação, seja através da internet ou de redes telefônicas. Destaca-se que escutar as reclamações e sugestões dos clientes é uma das consultorias mais baratas e eficientes, por garantir o alinhamento da empresa com os desejos dos consumidores. Portanto, o cliente deve ser visto como um consultor, alguém que pode ajudar a empresa a melhorar.

Ao ouvir o cliente, a empresa se aproxima de garantir lucro para o seu negócio, já que escutar as demandas dos consumidores reflete em fidelização destes, pois a organização passa a entender quais são suas demandas e o que pode ser feito para atendê-las.

Saiba mais

Leia o artigo, e descubra como o gestor de comunicação da Petrobras conseguiu reconstruir a reputação da empresa para os seus clientes quando est reputação estava praticamente destruída.

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MOTTA, B. As raízes militares do marketing. LinkedIn, 24 jan. 2019. Disponível em: <https://www.linkedin.com/pulse/antes-de-falar-era-preciso-fazer-bruno- motta>. Acesso em: 14 fev. 2019.

TEMA 4 – STAKEHOLDERS

Como acredito que já tenha ficado claro ao falarmos sobre alguns dos públicos da comunicação organizacional, o papel desse setor vai além de apenas vender um produto ou serviço para o cliente ou de ser elo de comunicação com os funcionários. A comunicação organizacional tem a função de pensar de forma estratégica e ajudar a organização com um discurso que reflita a identidade organizacional e converse com todos os públicos em um contexto político, social e econômico (Godoy, 2015)

Neste contexto, um dos papéis do comunicador é gerenciar a comunicação entre a organização e os stakeholders, buscando estratégias para atingir e se relacionar com esse público. A palavra stakeholder vem da união das palavras em inglês stake – que significa “estaca” ou “aposta” – e holder – que significa “possuidor”, “dono”. Atualmente entende-se stakeholder como aquele que tem participação ou interesse em alta – o caso de empresas, pessoa, ou um grupo, que tenha o poder de legitimar as ações de uma organização e influência na gestão e nos resultados da organização (Godoy, 2015).

A relação entre a comunicação organizacional e os stakeholders começou em 1984, com Edward Freeman, um filósofo americano que publicou o livro Strategic Management: A Stakeholder Approach (Gerenciamento Estratégico:

uma abordagem para os acionistas). Este livro, além de trazer o conceito de stakeholder, também começou a levantar questões sobre esse grupo e como as organizações poderiam atendê-lo (Godoy, 2018; Ernst et al, 2015).

São considerados como stakeholders acionistas, órgãos governamentais, grupos políticos, associações comerciais, sindicatos, financiadores, fornecedores, clientes e funcionários (Godoy, 2018). Nas empresas em que trabalhei, o termo stakeholder era usado exclusivamente para se referir aos acionistas da empresa.

Os stakeholders podem ser classificados em dois grupos: primários, que são os proprietários das empresas, seus clientes, fornecedores, colaboradores e competidores; e secundários, que sãos governos, comunicação, mídia, ONGs e instituições financeiras (Ernst et al., 2015). Tal categorização serve para

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facilitar a tomada de decisões de comunicação. Podemos também pensar nos seguintes termos (Manesco, 2018):

 Grau de dependência: Públicos que impactam diretamente na sobrevivência da organização: governo, funcionários, clientes e fornecedores.

 Grau de participação: A organização não tem dependência, mas esse tipo de público colabora para o seu crescimento: consultoria, prestadores de serviços, redes sindicais e redes setoriais, comunidades próximas etc.

 Grau de interferência: Públicos que podem interferir diretamente na imagem da organização, sendo divididos em: rede de concorrência e comunicação de massa – veículos de comunicação.

Ao mapear os stakeholders, a empresa consegue entender com quais públicos se relaciona e quais merecem uma aproximação (Manesco, 2018).

Após esta definição, as empresas devem criar formas de se relacionar com esse grupo, estabelecendo canais de diálogo com foco em relações duradouras (Ernst et al., 2015).

Ainda, a importância de mapear os stakeholders deve-se ao fato de que os responsáveis pela comunicação organizacional não conseguem criar estratégias diferenciadas para cada um dos stakeholders da empresa. Então, ao entender os grupos, é possível definir planos de comunicação com base nos comportamentos e atitudes de cada um e na posição que ocupam na organização. Por exemplo (Teixeira, 2013):

 Mensagens com relatórios especificados, baseados nas expectativas dos stakeholders;

 Forma de entrega desses relatórios;

 Quem irá entregar os relatórios;

 Nível de formalidade dos relatórios;

 Frequência de envio dos relatórios.

Reforça-se, portanto, a importância de as organizações darem uma atenção maior para os grupos que têm poder; por exemplo, os acionistas tendem a querer não apenas receber um relatório de seus investimentos, mas também participar das decisões, e assim o CEO das empresas deve se preocupar em manter um relacionamento com esses importantes influenciadores das organizações (Godoy, 2018).

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Saiba mais

Leia o artigo e aprofunde seus conhecimentos sobre o tema.

ABREU, E. E. P. Comunicação & stakeholders. TI especialistas, 13 fev. 2015.

Disponível em: <https://www.tiespecialistas.com.br/comunicacao- stakeholders/>. Acesso em: 14 fev. 2019.

TEMA 5 – COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL MODERNA

A demanda da comunicação organizacional na gestão empresarial se intensificou a partir dos anos 1970, após o contexto Fordista, dando espaço para relações de trabalho mais flexíveis (Figaro; Rebechi, 2013). Contudo, as informações e os processos de comunicação sempre se fizeram presentes no decorrer da evolução das estratégias empresariais e das organizações (Cardoso, 2006).

A comunicação organizacional se apropria da comunicação que ocorre na sociedade como um todo, sendo diretamente impactada pela mudança do cenário analógico para o digital. Consequência direta disso é que o processo de produção e veiculação de mensagens nas organizações também vem passando por importantes mudanças (Kunsch, 2006).

Vivemos uma era de muitas mudanças, e obviamente as organizações também são diretamente impactadas, de modo que há novas práticas de gestão em busca de qualidade, produtividade, satisfação com o cliente e preocupação social, as quais influenciam diretamente nas relações com as empresas (Cardoso, 2006).

Nesse mundo cheio de mudanças, é fundamental entender a complexidade dos processos da comunicação na gestão estratégica das empresas, de modo a enfrentar a competitividade. Nesse cenário, a comunicação organizacional deixou de ser um processo homogêneo, vertical e com ênfase apenas na instrumentalidade da comunicação (Cardoso, 2006).

A comunicação atual tem uma integração mais efetiva entre as áreas, estando sob uma perspectiva muito mais integrada, pois ultrapassa uma visão meramente instrumental e técnica. Essa comunicação tem a capacidade de sustentar a prática cotidiana, indo além das empresas e incorporando diferentes modelos de gestão da comunicação (Kunsch, 2006).

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Nesse cenário digital, a comunicação tem um papel fundamental, sendo vista de forma muito mais estratégica do que no passado, já que ela não é mais apenas um instrumento que transmite mensagens, sendo agora vista como processo social e fenômeno organizacional (Kunsch, 2006).

Isso é reflexo, também, do poder da comunicação e da mídia na sociedade contemporânea; portanto, as organizações devem se preocupar em ir além de seus objetivos econômicos, e assumir a responsabilidade pela construção de um mundo melhor (Kunsch, 2006).

Destaca-se, assim, o foco na questão éticas dentro das organizações, que muitas vezes precisam inclusive adotar uma postura diferente em relação a determinados assuntos (Teclógica, 2018). Nesse contexto, a comunicação organizacional vai além do foco de diminuir os conflitos, tornando-se importante também que ela atue com vistas a garantir a ética organizacional, o que é fundamental em uma empresa que vive em um cenário global – atuando, inclusive, como um diferencial competitivo.

Mas como a comunicação pode auxiliar com a questão ética? Assim como a comunicação pode ajudar ou prejudicar as reputações das empresas, ela tem uma estreita relação com a responsabilidade social; portanto, o planejamento de comunicação deve ir além dos objetivos da empresa – como já falamos previamente, pois deve envolver os interesses da sociedade, com um compromisso ético de viabilizar canais de diálogo.

Ainda, a comunicação organizacional deve respeitar a diversidade dos públicos com quem interage, eliminando quaisquer preconceitos e mantendo um clima favorável para que todos poderem compartilhar informações, sendo as empresas mais promovem a comunicação como uma extensão de seus princípios e valores aquelas que mais se espelham na ética.

Finalizo com o olhar que devemos ter para o futuro da comunicação, estando abertos para as novas formas e métodos de atuação, como por exemplo o formato audiovisual, com um apelo mais dinâmico (por exemplo uma TV Corporativa para o contato com os funcionários), e “de olho” nas tendências do mercado para aplicá-las no negócio, buscando atender as necessidades e alcançar a aceitação do público-alvo (Comunicação..., 2018), sempre priorizando questões éticas.

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Saiba mais

Leia este interessante artigo e compreenda mais sobre a importância da ética para as organizações.

BATISTA, F. A importância da ética empresarial como fator competitivo para o mercado. Administradores, 14 mar. 2017. Disponível em:

<http://www.administradores.com.br/artigos/negocios/a-importancia-da-etica- empresarial-como-fator-competitivo-para-o-mercado/103308/>. Acesso em: 14 fev. 2019.

TROCANDO IDEIAS

O foco das empresas, que antes era a produção, agora está nas pessoas.

E a comunicação deve se adequar a essa nova realidade, assumindo assim um importante papel nas organizações (Cardoso, 2006).

Considerando esse papel cada vez mais fundamental da comunicação nas organizações, reflita e converse com seus colegas sobre como vocês avaliam a comunicação feita por algumas empresas nacionais para que os funcionários votassem no candidato X ou no candidato Y nas últimas eleições.

Você entende que os gestores estavam utilizando sua liberdade de expressão e criando um canal aberto com os funcionários ou o que aconteceu foi coerção exercida por quem tinha mais poder?

NA PRÁTICA

Marlene Marchiori é escritora e organizadora de mais de 12 livros sobre temas relacionados à comunicação, cultura e estratégia nas organizações, tendo pós-doutorado em Comunicação Organizacional pela Brian Lamb School of Communication, nos Estados Unidos, doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo, e graduação em Comunicação e Administração de Empresas.

Essa importante pesquisadora do assunto que estamos estudando tem uma empresa, a March Comunicação e a MMarchiori, que oferece diversos serviços relacionados à Comunicação e Estratégia, dentre os quais destacam- se diversos workshops. Analise os workshops oferecidos (<http://marlenemarchiori.com.br/workshops/>) e, pensando em cada um dos públicos abordados nesta aula, escolha um workshop específico imaginando que

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você tem uma empresa e está buscando aprimorar seu relacionamento com estes públicos.

FINALIZANDO

Começamos esta aula esclarecendo a importância de pensarmos na comunicação como algo feito por pessoas, seres humanos com emoções e ações.

Tratamos, então, da importância de entender os diferentes públicos da comunicação organizacional, temática que começou a ser discutida em 1980, sendo atualmente fundamental a sua compreensão para a realização de uma comunicação eficaz.

Abordamos, na sequência, cada um dos principais públicos da comunicação organizacional, começando pelos funcionários, tema que vem sendo debatido desde a Escola das Relações Humanas, e que é uma importante forma de comunicação para o sucesso das empresas.

Seguimos para os clientes, um importante público, principalmente ao consideramos que um dos principais objetivos de uma organização é se relacionar e atender bem aos seus clientes. Nesse sentido, trouxemos dicas e sugestões para aprimorar esse relacionamento.

O último público falado foram os stakeholders, com os quais a organização deve estabelecer um bom relacionamento, por serem importantes tomadores de decisão e influenciadores do sucesso da empresa.

Finalizamos esta aula com um aprofundamento sobre a comunicação organizacional moderna, trazendo um debate sobre a questão ética, que não pode, de forma alguma, ser deixada de lado pelas empresas.

Espero que você aprofunde seus conhecimentos com as indicações deixadas nos quadros Saiba Mais, e nos vemos na próxima aula.

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REFERÊNCIAS

ABBUD, M.; LIMA, M. Comunicação organizacional: histórico, conceitos e dimensões. In: INTERCOM, 14., 2015, Joinville. Anais... Disponível em:

<http://www.portalintercom.org.br/anais/norte2015/resumos/R44-0415-1.pdf>.

Acesso em: 14 fev. 2019.

AUGUSTO, R. As raízes militares do marketing. LinkedIn, 23 jan. 2019.

Disponível em: <http://www.meioemensagem.com.br/home/opiniao/2019/01/23/

as-raizes-militares-do-marketing.html>. Acesso em: 14 fev. 2019.

BALIEIRO, F. Potencialize a comunicação com o cliente com 5 dicas. Agendor, 2018. Disponível em: <https://www.agendor.com.br/blog/comunicacao-com-o- cliente/>. Acesso em: 14 fev. 2019.

CARDOSO, O. Comunicação empresarial versus comunicação organizacional:

novos desafios teóricos. RAP, Rio de Janeiro, 2006.

CASTRO, J. Comunicação organizacional. Medium.com, 2015. Disponível em:

<https://medium.com/verbetes-comunicação/comunicação-organizacional- dc98a74e6a41>. Acesso em: 14 fev. 2019.

COMUNICAÇÃO organizacional: conceitos para uma gestão mais estratégica.

Teclógica, 3 jul. 2018. Disponível em: <https://blog.teclogica.com.br/comunicac ao-organizacional/>. Acesso em: 14 fev. 2019.

ERNST, T. et al. A Comunicação organizacional como ferramenta para o engajamento de públicos estratégicos. In: INTERCOM, 14., 2015, Joinville.

Anais... Disponível em: <http://www.portalintercom.org.br/anais/sul2015/resum os/R45-0862-1.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2019.

FIGARO, R.; REBECHI, C. A comunicação no mundo do trabalho e a Comunicação da organização: duas dimensões Distintas. Revista Interamericana de Comunicação Midiática, 2013.

FORMAS de comunicação com o cliente. Infomoney, 1 jan. 2006. Disponível em: <https://www.infomoney.com.br/educacao/guias/noticia/563106/formas- comunicacao-com-cliente>. Acesso em: 14 fev. 2019.

GODOY, R. Stakeholders. Medium.com, 17 nov. 2015. Disponível em:

<https://medium.com/verbetes-comunicação/stakeholders-ae65697080bb>.

Acesso em: 14 fev. 2019.

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KUNSCH, M, M, K. Comunicação organizacional: complexidade e atualidade.

Novos Olhares, ed. 18, 2006.

MANESCO, M. Quem são os stakeholders? Race, 1 jul. 2014. Disponível em:

<https://www.racecomunicacao.com.br/tag/stakeholder/>. Acesso em: 14 fev.

2019.

PIMENTEL, M. Em pauta: manual prático da comunicação organizacional.

InterSaberes, Curitiba, 2017.

TEIXEIRA, D. Plano de comunicação com foco nos Stakeholders. Projetoseti, 6 maio 2013. Disponível em: <https://projetoseti.com.br/plano-de-comunicacao- com-foco-nos-stakeholders/>. Acesso em: 14 fev. 2019.

Referências

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