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Editorial v. 3, n.2, 2009 :: Brapci ::

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5 RECIIS – R. Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde. Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.5-6, jun., 2009

Editorial

[www.reciis.cict.fiocruz.br] ISSN 1981-6278

DOI: 10.3395/reciis.v3i2.267pt

Fiel ao seu caráter transdisciplinar, a presente edição da RECIIS – Revista Eletrônica de Comunicação, Infor-mação & Inovação em Saúde oferece aos leitores um conjunto de textos que, uma vez mais, são um convite e um estímulo a uma reflexão que favoreça a aproximação disciplinar entre os campos da informação, comunicação e saúde. Os vetores Tecnologias de Informação e Comu-nicação – TIC e etnografia compõem a tônica dos olhares que tensionam os recortes disciplinares e descortinam um leque de possibilidades para novas pesquisas.

Repensando processos de formalização em sistemas informatizados: analisando a co-evolução entre software e prá-ticas organizacionais é mais um alerta sobre os riscos da

aceitação passiva do discurso sobre o potencial das TIC na melhoria e aprimoramento dos processos organiza-cionais. Pensar um software como produto de práticas sociais convertidas em programas de computador é uma lembrança bem vinda sobre a impossibilidade de disso-ciar as dimensões social e técnica tecidas nos artefatos tecnológicos. Dentre outras contribuições, o texto traz questões e metodologias ainda pouco exploradas no estudos dos sistemas de informação em saúde (SIS) no Brasil, fortemente influenciados pelo formalismo ingê-nuo, e deixa para o campo da saúde o desafio de pensar a tão necessária interoperabilidade entre sistemas de informação para além de quesitos técnicos e tecnológicos. Antes, interoperabilidade como uma terminologia que possa harmonizar campos de prática e de conhecimento particulares e idiossincrásicos.

Um olhar por sobre as formas de interação social proporcionadas pelas TIC é apresentado em Interação nos ambientes virtuais de aprendizagem: uma análise de dois fóruns de discussão, resultado da análise de dois fóruns

de discussão disponíveis a uma mesma turma de es-pecialização lato sensu em saúde. Aqui, o potencial das

tecnologias no processo de construção coletiva de conhe-cimento é realizado segundo “interesses” que podem ser explicitados pelo padrão de fluxos de informação e grau de interação no âmbito das redes sociais. O emprego

de métodos quantitativos oriundos da análise de redes sociais e qualitativos de análise dos discursos para aná-lise de ambientes virtuais de aprendizagem sinaliza as potencialidades derivadas da utilização de tecnologias informatizadas de análise para avaliação do uso de tec-nologias informacionais.

É ainda sob a perspectiva de redes sociotécnicas que o texto A dinâmica da organização da pesquisa em biomedicina no Brasil: anatomia de uma experiência recente na Fundação Oswaldo Cruz faz uma primeira e pioneira leitura das

estratégias que orientaram a organização do processo de pesquisa em biomedicina no Brasil. Na tradição dos estudos sociais da ciência e tecnologia, e a partir da análise de um programa de fomento à pesquisa, o estudo de caso ressalta, entre outros pontos, o papel central

da articulação de redes cooperativas. Enquanto uma descrição, se vale de inscrições, e revela a importância dos registros e da formalização do conhecimento para, a partir do passado, apre(e)nder para o futuro.

Etnografia é a lente proposta por Versos que curam: etnografia dos saberes de cura numa poética-visual para contar

a história e as estórias de mais uma rica experiência de educação em saúde no Brasil. Um conjunto de folhetos de cordel é o ponto de partida para recriar a “Terceira Viagem dos Poetas ao Brasil – Nordeste – Caravana da Saúde”, em um percurso que reforça a importância de pensar o processo de divulgação cientifica à luz dos saberes locais. Ao tratar um conjunto de documentos que tratam de doenças e curas como objeto de uma in-vestigação antropológica, o autor contribui para aportar novos olhares na abordagem dos materiais produzidos no âmbito da educação em saúde, com destaque para o tratamento da dimensão imagética desses produtos. É com um convite a uma etnografia do corpo que o texto

Deficiência e perícia médica: os contornos do corpo aponta a

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6 RECIIS – R. Eletr. de Com. Inf. Inov. Saúde. Rio de Janeiro, v.3, n.2, p.5-6, jun., 2009 do corpo deficientenão se apóia em “um ato descritivo e

objetivo sobre lesões, mas [em] um discurso moral sobre quais expectativas sociais não são passíveis de serem atendidas por determinados corpos”. A mesma narrativa biomédica que

inclui uma pessoa no sistema de proteção social do Estado contribui para o estigma e para sua exclusão do sistema social. A transformação do discurso biomédico, ancorado na patologia e disfuncionalidade, em um discurso que incorpore todos os componentes sociais da experiência da deficiência é um processo que demanda um esforço articulado de políticas públicas, onde a informação e a comunicação têm um papel fundamental.

Finalmente, as relações entre meio ambiente e saúde são o cenário para o texto Zoneamento climático da larva do mosquito transmissor do vírus da dengue no Estado do Rio

Grande do Sul, uma contribuição que corrobora com a

visão da importância do uso da pesquisa na formulação de políticas públicas de saúde.

A seção de Resenhas ganha, além de livros, um es-paço para as novas escrituras e mediações em saúde, que procura acolher e discutir as diversas expressões e produções culturais que tomam a saúde como objeto de reflexão. Resenhas do documentário A Casa dos Mortos e

do filme Fim do Silêncio inauguram esse espaço.

Boa leitura!

Maria Cristina Soares Guimarães Josué Laguardia

Referências

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