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Formação e Desenvolvimento de Coleções

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Academic year: 2022

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Indaial – 2019

F ormação e

D esenvolvimento De C oleções

Prof. ª Daniella Camara Pizarro

Prof. ª Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas Mattos

1a Edição

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Elaboração:

Prof. ª Daniella Camara Pizarro

Prof. ª Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas Mattos

Revisão, Diagramação e Produção:

Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI

Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial.

P695f

Pizarro, Daniella Camara

Formação e desenvolvimento de coleções. / Daniella Camara Pizarro; Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas Mattos. – Indaial:

UNIASSELVI, 2019.

161 p.; il.

ISBN 978-85-515-0383-6

1. Bibliotecas - Serviços de informação. - Brasil. I. Mattos, Miriam de Cássia do Carmo Mascarenhas. II. Centro Universitário Leonardo Da Vinci.

CDD 025.2

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a presentação

Prezado acadêmico, seja bem-vindo!

É uma satisfação estar aqui para refletirmos sobre esta importante temá- tica curricular, a qual comumente chamamos de Formação e Desenvolvimento de Coleções. Este livro didático pretende propiciar a você conhecimentos exi- gidos na ementa desta referida disciplina. Vamos conhecê-la? Nesta direção, a ementa de “Formação e Desenvolvimento de Coleções”, do Curso de Biblioteco- nomia da UNIASSELVI, propõe que trabalhemos os “Fundamentos, processos de formação e desenvolvimento de coleções em unidades de informação. Prin- cípios, políticas e instrumentos para a formação e desenvolvimento de coleções bibliográficas. Seleção, aquisição, avaliação e processo de formação e desenvol- vimento de coleções”.

Para facilitar nossa caminhada, vamos trabalhar esses conteúdos reagrupados e inter-relacionados de forma coerente em três unidades.

Na Unidade 1, vamos compreender o que significa o desenvolvimento de coleções, bem como reflitir algumas questões: por que, para quem, onde e como desenvolvemos coleções. E, por fim, compreender a finalidade da Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções.

Na Unidade 2, vamos entender como se dá o ciclo do desenvolvimento de coleções e suas etapas, tais como: estudo da comunidade, o processo de seleção, aquisição e desbastamento, e ainda: a dinâmica de avaliação da própria coleção.

Na Unidade 3, abordaremos o que chamamos de “tópicos especiais”, ou seja, temas que, embora não falem diretamente sobre formação e desenvolvimento de coleções, são necessários para a problematização dos processos que permeiam o tema na sociedade contemporânea, entre eles movimento de acesso aberto e direitos autorais.

Sugerimos que leia atentamente cada unidade deste livro didático, bem como após cada leitura, concentrar-se na realização das autoatividades. Elas vão ajudar você a reforçar e fixar seu aprendizado nesta disciplina. É importante lembrar que devemos ter uma boa gestão do tempo de estudo na qual possamos praticar uma leitura atenta, calma e que possamos nos concentrar nas reflexões aqui propostas. Desejamos um ótimo estudo e que este material possa contribuir na sua formação para sua prática futura como bibliotecário!

Tudo de bom!

Prof.ª Daniella Camara Pizarro

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Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material.

Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura.

O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.

Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador.

Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão.

Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade.

Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE.

Bons estudos!

Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos!

UNI

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UNIDADE 1 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES:

CONCEITOS IMPORTANTES ... 1

TÓPICO 1 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: POR QUE FAZER? ... 3

1 INTRODUÇÃO ... 3

2 O QUE É COLEÇÃO? ... 4

3 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES ... 6

RESUMO DO TÓPICO 1... 14

AUTOATIVIDADE ... 15

TÓPICO 2 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO FAZER? ... 19

1 INTRODUÇÃO ... 19

2 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO FAZER ... 20

RESUMO DO TÓPICO 2... 24

AUTOATIVIDADE ... 25

TÓPICO 3 – POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES... 29

1 INTRODUÇÃO ... 29

2 POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES ... 29

LEITURA COMPLEMENTAR ... 47

RESUMO DO TÓPICO 3... 50

AUTOATIVIDADE ... 51

UNIDADE 2 – ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES ... 53

TÓPICO 1 – PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE SELEÇÃO ... 55

1 INTRODUÇÃO ... 55

2 ESTUDO DE COMUNIDADE ... 55

3 SELEÇÃO ... 62

RESUMO DO TÓPICO 1... 69

AUTOATIVIDADE ... 71

TÓPICO 2 – PRINCÍPIOS E TÉCNICAS DE AQUISIÇÃO, DESBASTAMENTO E AVALIAÇÃO ... 75

1 INTRODUÇÃO ... 75

2 AQUISIÇÃO ... 75

3 DESBASTAMENTO ... 83

3.1 CRITÉRIOS PARA DESCARTE ... 84

4 AVALIAÇÃO ... 85

LEITURA COMPLEMENTAR ... 89

RESUMO DO TÓPICO 2... 97

AUTOATIVIDADE ... 99

s umário

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DE COLEÇÕES ... 101

TÓPICO 1 – MOVIMENTO DE ACESSO ABERTO E SUAS RELAÇÕES NAS ATIVIDADES DE BIBLIOTECONOMIA ... 103

1 INTRODUÇÃO ... 103

2 ACESSO ABERTO: LUTA ENTRE DAVI E GOLIAS ... 105

3 ENTENDA O QUE É O MOVIMENTO ACESSO ABERTO ... 106

3.1 VOLTANDO UM POUCO A HISTÓRIA ...112

4 ACESSO ABERTO NA AMÉRICA LATINA ... 117

RESUMO DO TÓPICO 1... 123

AUTOATIVIDADE ... 124

TÓPICO 2 – DIREITOS AUTORAIS OU DIREITOS DOS AUTORES? ... 125

1 INTRODUÇÃO ... 125

2 UM POUCO SOBRE O “DOSSIÊ COPYSOUTH” ... 125

3 DIGITAL RIGHTS MANAGEMENT (DRM) ... 132

4 LEI Nº 9.610: OS DIREITOS AUTORAIS ... 135

4.1 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL: DIREITO DO AUTOR E O DIREITO DO CIDADÃO AO ACESSO A INFORMAÇÃO ... 137

5 ACESSO ABERTO E DIREITOS AUTORAIS: IMPACTOS PARA PROFISSIONAIS DA INFORMAÇÃO ... 138

5.1 SOFTWARES E SERVIÇOS DE BASES DE DADOS, UTILIZADOS PELAS BIBLIOTECAS UNIVERSITÁRIAS ... 138

5.2 REDES SOCIAIS E COMPARTILHAMENTO ... 139

5.3 CÓPIAS PARA FINS EDUCATIVOS, DE PRESERVAÇÃO E ACESSO A DEFICIENTES ... 141

LEITURA COMPLEMENTAR ... 147

RESUMO DO TÓPICO 2... 151

AUTOATIVIDADE ... 153

REFERÊNCIAS ... 154

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UNIDADE 1 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO

DE COLEÇÕES: CONCEITOS IMPORTANTES

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

PLANO DE ESTUDOS

A partir do estudo desta unidade, você será capaz de:

• conhecer os conceitos gerais sobre a temática Formação e Desenvolvimen- to de Coleções;

• compreender a importância de sua reflexão e aplicação nas bibliotecas unidades de informação;

• atentar-se às diferentes denominações existentes deste processo, por exemplo: Gestão Estoques Informacionais;

• entender de forma global o porquê e como se faz a Formação e Desenvol- vimento de Coleções;

• compreender a finalidade da Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções;

Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: POR QUE FAZER?

TÓPICO 2 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO FAZER?

TÓPICO 3 – POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

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TÓPICO 1

UNIDADE 1

FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: POR QUE FAZER?

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico, vamos começar a trabalhar os principais conceitos relacionados à área de Formação e Desenvolvimento de Coleções, no intuito de promover uma reflexão mais aprofundada acerca do papel de uma coleção e do bibliotecário nas Unidades de Informações. Vamos voltar nossa atenção para este processo que compõe várias atividades centrais para uma unidade de informação?

Ao pararmos para pensar sobre a coleção, podemos dizer que ela se apresenta com um conjunto que informações e itens bibliográficos que atendem a necessidades informacionais de diversas pessoas que procuram uma determinada biblioteca. Você já pode visualizar a responsabilidade que tem o bibliotecário na formação e desenvolvimento de uma coleção e quanto assertivo ele deve ser?

Nessa direção é de extrema importância que os profissionais bibliote- cários reflitam sobre algumas questões antes de iniciar sua prática: por que, para quem, onde e como desenvolvemos coleções? A importância destas re- flexões acrescentam aos bibliotecários uma visão desta temática para além do enfoque tecnicista.

Formar e desenvolver coleções envolvem questões sociais, éticas e políticas, as quais constantemente vão direcionar suas decisões técnicas. Assim, lembramos que precisamos conhecer profundamente as necessidades da comunidade a ser atendida e pensar em políticas de seleção e de aquisição de itens bibliográficos, avaliar periodicamente a pertinência da coleção e, ainda, incluir estratégias de preservação para que cada coleção possa ser sempre desfrutada em sua plenitude.

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2 O QUE É COLEÇÃO?

Você observou que utilizamos aqui os termos acervo e coleção. Porém, existem diferenças entre eles? O que você acha? A compreensão dos objetivos e a missão de uma determinada biblioteca, suas especificidades e seu público, possibilita- nos pensar sobre a composição de suas coleções.

Nesse sentido, não podemos nos esquecer de considerar o contexto institucional a que a biblioteca está relacionada, as atividades desenvolvidas por essa organização, seus documentos e políticas. Por exemplo, quando tratamos de uma biblioteca universitária temos que levar em conta os projetos político-pedagógicos dos cursos e seus currículos, entre outros fatores.

Se, por acaso, atuarmos em uma unidade especializada em assuntos jurídicos, teremos que nos basear nos documentos legislativos que norteiam as ações e processos da organização prestadora dos serviços, seja ela pública ou privada.

IMPORTANTE

IMPORTANTE

Litton, em 1975, no prefácio de sua obra Como se forma um acervo bibliográfico já nos alertava que a formação do acervo de livros em uma biblioteca é tarefa exclusiva do bibliotecário.

As coleções devem refletir fielmente o tipo de instituição que esse unidade está ligada, seja uma biblioteca especializada, pública, escolar, universitária, comunitária, entre outras.

A formação de acervo bibliográfico proporciona ao bibliotecário a oportunidade de concretizar um trabalho cativante. “É animador receber os pacotes contendo as publicações novas há pouco solicitadas para atender às necessidades de determinados leitores, preencher lacunas específicas da coleção e proporcionar um melhor serviço de informação” (LITTON, 1975, p. 2).

Uma coleção reflete o cenário e os objetivos de determinado tipo de biblioteca. De forma geral, Barros e Kobayashi (2005) afirmam que seu acervo é composto por diversos tipos coleções! Cada coleção é agrupada por tipos de publicação, tais como: obras de coleção geral, de referência, de periódicos, de folhetos, de pastas e de apostilas, itens audiovisuais, artefatos digitais/eletrônicos, entre outros).

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Portanto, o acervo bibliográfico corresponde ao montante total dos livros de uma biblioteca, podendo compreender diversas coleções diferentes. Segundo visão das autoras Romani e Borszcz (2006), esse acervo comumente é dividido em: coleção de referência, didática, informativa (de consulta e estudo), de lazer e institucional.

A Coleção de referência consiste naquela formada por fontes de informação secundárias, em que as obras dão suporte à pesquisa documental, tais como: anuário, estatísticas, atlas (geográfico, corpo humano etc.), bibliografias (gerais, específicas, pessoais etc.), índices, resumos, biografias (coletivas, individuais etc.), cadastros, catálogos, dicionários (de línguas, termos técnicos etc.), enciclopédias (gerais, especializadas), guias e tabelas. Destaca-se que estes materiais podem se encontrar em qualquer formato, desde que a biblioteca disponha de meios para acessá-los.

No caso da Coleção Informativa de Consulta e Estudo, também chamada de Coleção Básica e/ou Corrente, as fontes de informação apoiam a pesquisa e o ensino, uma vez que a coleção abrangerá títulos voltados à especialidade de cada área e conterá o que há de mais atual e de real valor na literatura especializadas. Por exemplo: livros, normas técnicas, material audiovisual, periódicos, multimeios, hemeroteca e outros.

Para as referidas autoras, a Coleção Lazer pode ser formada por obras literárias, recreativas, com a finalidade de proporcionar lazer à comunidade de usuários, geralmente livros, material audiovisual, periódicos, entre outros.

Diferentemente da Coleção Institucional. Esta é formada pelo conjunto de materiais relacionados com a memória institucional, tais como documentos que IMPORTANTE

O acervo de biblioteca é composto de diversas coleções que refletem tipos de fontes de informação específicas. Essas fontes, frequentemente, são categorizadas como primárias, secundárias e terciárias.

• Fontes primárias: são os conteúdos que vêm diretamente das fontes com originalidade.

Consiste na informação que não pode ser alterada ou disfarçada por opiniões e/ou seleções.

Compõem a literatura primária e são publicadas da mesma forma em que são produzidos por seus autores, como por exemplo, podem formar as coleções de legislação, de normas técnicas, de patentes, de periódicos, de projetos de pesquisa em andamento, de relatórios técnicos, de teses e de dissertações, entre outras.

• Fontes secundárias: são aquelas que possuem informações baseadas nos documentos primários e são arranjadas segundo um plano definitivo que acaba por guiar o leitor aos documentos primários. Temos como exemplo, as coleções de manuais, as coleções científicas, bases de dados e bancos de dados, as coleções de bibliografias e de biografias, catálogos de bibliotecas, coleções de dicionários bilíngues e multilíngues e de enciclopédias, sejam elas em formato físico ou eletrônico.

• Fontes terciárias: são as que subsidiam o leitor na pesquisa de fontes primárias e secundárias.

Servem como sinalizadores de localização ou indicadores sobre os documentos primários ou secundários, tais como: coleções de bibliografia de bibliografia, de guias bibliográficos, de revisões de literatura etc. (BAGGIO; COSTA; BLATTMAN, 2016; CUNHA, 2001).

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envolvem a instituição como: relatórios, material didático, fotografias, vídeos, filmes, obras raras, catálogo de produtos, descritivos de patentes, diretórios, manuais técnicos, guias, livros técnicos, periódicos especializados etc.

No tangente à Coleção Didática, Romani e Borszcz (2006) a caracterizam por aquela que é formada por obras recomendadas pelos professores como literatura obrigatória para o aprendizado do conteúdo dos currículos dos cursos oferecidos pela instituição: livros-texto, manuais, apostilas e outros.

Portanto, podemos compreender que as coleções podem estar relacionadas aos diferentes tipos de fontes de informação (primária, secundária e terciária) e/ou à finalidade do material (didática, lazer, informativa, institucional etc.).

3 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

Agora que diferenciamos uma coleção de um acervo, podemos avançar e pensar um pouco, em termos sócio-históricos, à área da Biblioteconomia. Como surgiu o processo de formação e desenvolvimento de coleções enquanto prática realizada pelos bibliotecários?

Carece lembrar que aproximadamente após os anos de 1950, o advento das tecnologias de informação e comunicação proporcionaram um aumento considerável na produção e disseminação de informações, e consequentemente, dos registros bibliográficos em diversos suportes (físico e digital) e gêneros (textual, audiovisuais, sonoros, pictográficos, entre outros).

Assim, este fenômeno de explosão bibliográfica ou informacional, como podemos nos referir, exigiu um aprimoramento na postura dos profissionais.

Os bibliotecários ao redor do mundo sentiram a necessidade de um comportamento mais proativo, de modo que os acervos e as coleções ficassem mais disponíveis e prontos para serem acessados por seus usuários, uma vez que existia, frequentemente e acumulativamente, grande quantidade de produção de informações.

Dentro desse cenário, as tecnologias de informação e comunicação influenciaram ativamente na concepção da formação e desenvolvimento de coleções.

No Brasil, mais especificamente após a década de 1960, a comunidade bibliotecária começa a voltar sua atenção e preocupação para este fato (VERGUEIRO, 1989).

Para Vergueiro (1989), um bom montante de bibliotecários de outros países ao redor do mundo (convém destacar que nosso país demorou um pouco mais) deposita seu olhar compenetrado sob as coleções das bibliotecas. De forma que pudessem desenvolvê-las, selecioná- las, desbastá-las, enfim, dar um destino mais coerente e útil, o qual atendesse integralmente as necessidades informacionais dos usuários da informação.

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Autoras como Dias e Pires (2003, p. 8), corroboram com a ideia explanada acima e afirmam que: “até a década de 1960, havia grande preocupação por parte dos administradores de serviços de informação documentária, em acumular material bibliográfico, pois as coleções volumosas constituíam sinais de status e o foco estava centrado na oferta de documentos”.

E mais, Vergueiro (1989, p. 13) já nos alertava: “chegou o tempo da biblioteca abrir-se à todas as fontes de informação e o bibliotecário tornar-se a ponte entre o acervo sobre o qual tem a responsabilidade e um usuário cuja exigência cresce exponencialmente”.

Com o advento da informação eletrônica, expressivas mudanças aconteceram nos acervos das bibliotecas. Nota-se que na década de 1990, passou-se a discutir:

“como administrar o acervo a partir dos ‘impactos’ das novas tecnologias de comunicação e informação (NTCI), especialmente sob o ponto de vista da mudança do paradigma ‘posse X acesso’ aos itens de informação nas bibliotecas” (CORRÊA;

SANTOS, 2015, p. 3).

Assim, Figueiredo (1993) aborda um pouco mais esta atividade que se apoia na “seleção de livros”, enquanto uma das atividade centrais do bibliotecário. Nesse sentido, a autora rememora as falas dos importantes: bibliotecário estadunidense Jesse Shera e do bibliotecário francês Gabriel Naudé.

Segundo Shera (1976) apud Figueiredo (1993, p. 12), o bibliotecário tem “como sua responsabilidade básica, a de colocar nas estantes da sua biblioteca, aqueles livros que mais contribuem para o desenvolvimento intelectual da sua clientela”. E ainda para o francês Naudé, segundo Clarke (1971) apud Figueiredo (1989, p. 11):

A arte de constituir e organizar uma biblioteca requer mais do que as modestas práticas de um vendedor de livros; o bibliotecário na verdade, tem que conhecer tanto os livros como pessoas, o bastante para fornecer os livros apropriados para seus leitores, sem hesitação, assim como os farmacêuticos têm que conhecer tanto as drogas como as pessoas para prescreverem as drogas necessárias aos seus pacientes.

Dessa forma, esses profissionais vêm sentindo o chamado para apenas deixarem de serem meros armazenadores de estoques de informações, como vinham fazendo há muitos anos. E sim, começam a se preparar para uma prática da mediação da informação em que o foco ficasse na apropriação da informação pelo usuário.

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Dias e Pires (2003, p. 8) sinalizam que no cenário da segunda metade do século XX:

a função do profissional da informação passa a ser considerada elemento de ligação entre o universo de fontes de informação documentária e as necessidades dos usuários. Os acervos passaram a ser seletivos, dinâmicos e integrados à comunidade, o que vem exigindo mudança radical na forma de gerenciar a coleção/ acervo: a gestão científica e a adoção de sistema de avaliação para subsidiar a tomada de decisão e o planejamento desses cuidados.

Nesse sentido, as autoras afirmam ainda que a formação e desenvolvimento de coleções, enquanto área do conhecimento, apresentava pouca produção na literatura científica nacional. Já outros países como os Estados Unidos têm extensa produção Bibliográfica nesta área.

Porém, apesar da pouca literatura brasileira na área, observou-se que aproximadamente na década de 1970, os profissionais brasileiros já apresentavam essa preocupação com as coleções. Como consequência disso, a educação dos profissionais em nível de graduação passou a inserir a disciplina “Formação e Desenvolvimento de Coleções”, que se tornou obrigatória no currículo mínimo

DICAS

Você conhece um do livros clássicos (e sempre atual, apesar de ter seu conteúdo escrito em 1935) A Missão do Bibliotecário do autor espanhol Ortega Y Gasset? Sugiro que se você ainda não o leu, faça-o com urgência, pois a obra apresenta reflexões estimulantes sobre o que seu autor chamava de a “nova missão do bibliotecário”.

José Ortega y Gasset (1883-1955), filósofo espanhol e pesquisador do conhecimento, foi convidado, com honras, para palestrar no Congresso Internacional de Bibliotecários. Na ocasião, Ortega y Gasset, já antevia o que referia-se como a “nova missão” do bibliotecário, uma vez que para ele, o artefato livro não era apenas um objeto material organizado nas estantes, mas algo vivo.

Ao fazer a leitura da obra, você poderá compreender que o autor se referia a uma urgente e necessária mudança de perspectiva no olhar profissional bibliotecário. Uma mudança na qual o foco central deslocara-se da organização do acervo e das coleções para a informação neles contida. Assim sendo, o processo de formação e desenvolvimento de coleções deveria ser proativo e protagonizar outro fenômeno correlacionado a ele: a mediação da informação e a apropriação da mesma pelo seu leitor.

O livro ainda nos leva a questionar: será essa já é uma realidade constituída na ação dos bibliotecários atualmente? Ou ainda, o enfoque da ação destes profissionais prevalece de forma mecanicista, concentrado na organização da informação; ou o seu agir concentra-se na necessidade daquele ser humano que recorre a biblioteca?

Não podemos nunca nos esquecer que a atuação do bibliotecário não é para a organização da informação, e sim, para seus leitores: para pessoas. É a partir do conhecimento de suas necessidades que o bibliotecário vai pensar nas melhores formas possíveis de organização da informação.

FONTE: ORTEGAYGASSET, J. Missão do bibliotecário. Brasília: Briquet de Lemos, 2006.

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dos cursos de Biblioteconomia. E, enfatiza-se que ainda hoje, após a nova Lei de Diretrizes e Bases para Educação, promulgada em 1996, continua sendo fortemente contemplada nas matrizes curriculares.

E ainda no contexto brasileiro, nas décadas de 1980 e 1990, no Brasil, encontramos entre os autores que mais estudaram a temática: Waldomiro Vergueiro e Nice Figueiredo, cujas essenciais contribuições apresentaram a sistematização do processo e atividades administrativas que orientam o trabalho do bibliotecário voltado às coleções e aos acervos. Tais pesquisadores constituem-se como nosso principal marco teórico desde então quando se trata das atividades voltadas ao gerenciamento de coleções (CORREA; SANTOS, 2015).

Foi por meio dessas leituras que a formação bibliotecária, principalmente em nível de graduação, abordou de forma metódica a necessidade de planejar ações para

“transformar suas tarefas anteriormente realizadas de modo intuitivo ou a partir de uma visão ‘artística’ da profissão, para um enfoque mais organizado e sistêmico”

(CORREA; SANTOS, 2015, p. 3).

A denominação “formação e desenvolvimento de coleções” vem sendo usada para definir atividades referentes à composição do acervo bibliográfico. Enfatiza-se que a professora e pesquisadora da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Dra. Elisa Cristina Delfini Correa, propõe uma nova nomenclatura para a

“Formação e Desenvolvimento de Coleções”. O novo termo “Gestão de Estoques Informacionais”, já está sendo utilizado em artigos da área, inclusive, por outros autores, e também se desponta em alguns cursos de graduação para designar nome de disciplina: “Gestão de Estoques Informacionais”.

NOTA

O renomado Professor Waldomiro de Castro Santos Vergueiro tornou-se uma referência nacional, principalmente com a publicação de sua tese intitulada Bibliotecas Públicas e a Mudança Social: a contribuição do Desenvolvimento de Coleções nos anos de 1990.

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Para fins deste material didático, vamos adotar o termo “desenvolvimento de coleções”, o qual foi utilizado para compor a ementa desta disciplina aqui na UNIASSELVI.

Pois bem, o que é “desenvolvimento de coleções”? Podemos iniciar esta resposta explicando que é um processo decisório e um conjunto de atividades que carecem um planejamento. Dessa forma, determinam-se critérios, etapas e métodos que objetivam a formação de um acervo ideal com diversas coleções (estoques informacionais) que respondam às necessidades de um usuário, instituição ou comunidade.

O desenvolvimento de coleções é um processo que, para Vergueiro (1989) e Weitzel (2013), perpassa por algumas etapas definidas como: estudo de comunidade, atividades de seleção e aquisição, avaliação e desbastamento e descarte.

DICAS

No nosso campo da Biblioteconomia e da Ciência da Informação, como em outras áreas do conhecimento científico, algumas nomenclaturas são representadas de formas diferentes para denominar alguns conceitos semelhantes, processos e pessoas que se relacionam com estas áreas.

A multiplicidade de pensamentos é característica do fazer científico contemporâneo, ou pós-moderno, como podemos chamar. Nessa direção, é possível que cada pesquisador justifique por meio de pesquisas e fundamentações conceituais e teórica suas sugestões e novos termos.

Ressalta-se que não se trata da questão de verdadeiro ou falso. A denominação escolhida pelos profissionais e pesquisadores que a utilizam reflete seus posicionamentos e pontos de vista. Observe os casos a seguir:

• Denominações para as ações que abrangem o planejamento das coleções escolhidas para compor o acervo das bibliotecas / unidades de informação: Formação e Desenvolvimento de Coleções e/ou Gestão de Estoques Informacionais.

• Termos usados para caracterizar os receptores das práticas e serviços oferecidos pelas bibliotecas e unidades de informação: clientes, usuários, leitores e interagentes.

E aí, dentro destes termos qual lhe apetece mais? Qual você considera mais apropriado?

Saiba mais e fundamente sua opinião a partir dos dois conhecidos artigos a seguir:

• De Formação e Desenvolvimento de Coleções para Gestão de Estoques de Informação:

um panorama da mudança terminológica no Brasil, escrito por Elisa Cristina Delfini Correa e Luana Carla de Moura dos Santos. Disponível no link: https://periodicos.sbu.unicamp.br/

ojs/index.php/rdbci/article/view/8634631.

• Usuário, não! Interagente. Proposta de um novo termo para um novo tempo, escrito por Elisa Cristina Delfini Correa. Disponivel no link: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/

article/view/1518-2924.2014v19n41p23.

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Já as autoras Romani e Borszcz (2006, p. 27), consideram-no como um conjunto de:

atividades referentes ao desenvolvimento de coleção: avaliação, seleção, aquisição e descarte devem ser desenvolvidas por todas as unidades de informação, ou seja: bibliotecas, salas de leitura e núcleos de informação tecnológica. Estas unidades devem desenvolver uma coleção voltada às áreas de interesse dos seus usuários, levando em consideração as características da instituição a que está inserida (áreas de atuação).

O desenvolvimento de coleções é considerado, na visão de Pires e Dias (2003, p. 9), um processo cíclico, ou seja: “ininterrupto, com atividades regulares e contínuas, respeitando a especificidade de cada tipo de unidade de informação em função de seus objetivos e seus usuários”.

Veja adiante, a conhecida figura, originalmente, concebida pelo bibliotecário norte- americano G. Edward Evans. Porém, ela foi (e é ainda) amplamente utilizada para representar este processo, bastante abordado no Brasil, pelo Professor Waldomiro Vergueiro.

FIGURA 1 – PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

FONTE: Vergueiro (1989, p. 17)

Nessa perspectiva, desenvolver coleções requer sistematização, criação de procedimentos para seleção, aquisição, avaliação e desbastamento do acervo. As coleções devem evoluir harmoniosamente em todas as áreas, evitando, assim, o

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crescimento desordenado que se faz sem metas ou objetivos definidos. Portanto, o desenvolvimento de uma coleção é um processo intelectual de construção de uma coleção da biblioteca que atende às prioridades institucionais e aos interesses da comunidade usuária (MIRANDA, 2017).

Ao analisarmos a Figura 1, podemos refletir que o processo de desenvolvimento de coleções está presente em todas as bibliotecas e deve ter na sua centralidade sob a coordenação de um bibliotecário. Ademais, a gestão da formação e do desenvolvimento do acervo, enquanto processo, sempre foi atividade presente nas bibliotecas de todas as épocas, seja por meio dos suportes iniciais, como os tabletes de argila da Antiguidade, ora até a modernidade, com o aparecimento das publicações eletrônicas (MIRANDA, 2017).

Atualmente, observa-se a preocupação com as coleções digitais, especialmente no que tange à aquisição de e-book. É certo que a informação digital propiciou tanto oportunidades quanto desafios aos bibliotecários no gerenciamento do acervo bibliográfico. Miranda (2017, p. 41) alerta que tais materiais têm algumas restrições a serem observadas, diferentemente dos livros impressos: “em alguns contextos, considerando a realidade brasileira, esse assunto está bastante avançado (bibliotecas acadêmicas, especializadas); em outros, a situação ainda está indefinida (bibliotecas públicas, escolares)”.

Portanto, a gestão de coleções englobará atividades como seleção, aquisição, processamento, armazenamento, desbaste e promoção do uso dos materiais da biblioteca. Ela também terá como objetivo principal disponibilizar as fontes de informação para os seus usuários. Assim, os bibliotecários precisam estar preparados e competentes para realizarem tais ações, de forma que satisfaçam as necessidades informacionais da comunidade (OLIVEIRA, 2019).

Por fim, lembramos que embora esse processo seja rotineiro e aconteça nas unidades de informação, ele não acontece sempre da mesma maneira. Cada unidade contém suas peculiaridades, sejam elas bibliotecas especiais (em penitenciárias, hospitais etc.), especializadas ou organizacionais, universitárias, escolares, públicas e/ou comunitárias.

Para cada tipo de biblioteca existem públicos diferenciados nas suas necessidades informacionais, além dos diferentes objetivos institucionais que vão influenciar no desenvolvimento de cada uma das etapas da formação e desenvolvimento de coleções.

ESTUDOS FUTUROS

Veremos detalhadamente, nas próximas unidades, as etapas da formação e desenvolvimento de coleções, bem como suas finalidades, atividades e técnicas.

(21)

Agora que já compreendemos o porquê do desenvolvimento de coleções, vamos dar continuidade a nossa reflexão. No próximo tópico, vamos explorar como fazer este processo e ainda, para quem e onde o concretizamos.

(22)

Neste tópico, você aprendeu que:

• O acervo bibliográfico corresponde ao montante total dos livros de uma biblioteca, podendo compreender diversas coleções diferentes.

• A gestão da formação e do desenvolvimento do acervo, enquanto processo, sempre foi atividade presente nas bibliotecas de todas as épocas.

• A gestão de coleções engloba diversas ações e têm como objetivo principal disponibilizar as fontes de informação para os seus usuários.

• Desenvolver coleções requer sistematização, criação de procedimentos para seleção, aquisição, avaliação e desbastamento do acervo.

• O desenvolvimento de coleções é um processo cíclico definido pelas seguintes etapas: estudo de comunidade, atividades de seleção e aquisição, avaliação e desbastamento e descarte.

RESUMO DO TÓPICO 1

(23)

1 As opções a seguir apresentam etapas ou fases do processo de desenvolvi- mento de coleções, à exceção de uma. Assinale-a.

a) ( ) Avaliação.

b) ( ) Desbastamento.

c) ( ) Gestão de estoques informacionais.

d) ( ) Aquisição.

e) ( ) Seleção.

2 Analise as assertivas a seguir e indique com V para as sentenças verdadeiras e com F as falsas.

a) ( ) O desenvolvimento de coleções consiste em um processo mecânico, definido por duas etapas: aquisição e desbastamento.

b) ( ) Um acervo bibliográfico pode ser composto por diversas coleções.

c) ( ) Um acervo bibliográfico pode ser composto por diversificadas fontes de informação.

d) ( ) O termo Gestão de Estoques informacionais pode ser utilizado para se referir ao processo de desenvolvimento de coleções.

e) ( ) Uma coleção bibliográfica pode ser composta por diversos acervos.

f) ( ) Uma fonte de informação secundária como as obras de referência podem compor uma determinada coleção de uma biblioteca.

3 Uma política para o desenvolvimento de coleções deve estar consubstanciada na prática diária das atividades de seleção, aquisição, avaliação e:

a) ( ) Utilização.

b) ( ) Acesso.

c) ( ) Preservação.

d) ( ) Disseminação.

e) ( ) Desbastamento.

4 Assinale a alternativa mais alinhada sobre a responsabilidade do bibliotecário na condução das atividades da formação e desenvolvimento de coleções:

a) ( ) A função do profissional da informação passa a ser considerada elemento de ligação entre o universo de fontes de informação documentária e as necessidades dos usuários uma vez que os acervos passaram a ser seletivos, dinâmicos e integrados à comunidade.

b) ( ) O bibliotecário deve focar sua atenção na organização do acervo e das coleções de modo que se possibilite uma eficaz recuperação da informação.

c) ( ) Esse profissional, durante o desenvolvimento da coleção, deve atentar-se mais em atender os objetivos e planos da instituição em que está inserido do

AUTOATIVIDADE

(24)

bibliotecário entretanto, a etapa de aquisição é a de maior responsabilidade pois mobiliza recursos financeiros da instituição em que a biblioteca está inserida.

5 No Brasil, a temática relativa à formação e desenvolvimento de coleções vem sendo tratada de forma mais assertiva a partir da segunda metade do século passado, tanto no campo prático como teórico da Biblioteconomia. Assinale a alternativa que NÃO condiz com a realidade brasileira:

a) ( ) Já na década 1970, observou-se que os profissionais brasileiros já apresentavam essa preocupação com as coleções e com o seu desenvolvimento.

b) ( ) A educação dos profissionais, em nível de graduação, passou a inserir a disciplina “Formação e Desenvolvimento de Coleções”, a qual se tornou obrigatória no currículo mínimo dos cursos de Biblioteconomia.

c) ( ) No contexto brasileiro, nas décadas de 1980 e 1990, no Brasil, encontramos entre os autores que mais estudaram a temática: Waldomiro Vergueiro e Nice Figueiredo, cujas essenciais contribuições apresentaram a sistematização do processo e atividades administrativas que orientam o trabalho do bibliotecário voltado às coleções e aos acervos.

d) ( ) O termo alternativo “Gestão de Estoques Informacionais”, já está vem sendo utilizado em artigos da área, inclusive, por outros autores, e também, se desponta em alguns cursos de graduação para designar nome de disciplina:

“Gestão de Estoques Informacionais”.

e) ( ) Há uma vasta e extensa produção científica e bibliográfica na área da Biblioteconomia sobre formação e desenvolvimento de coleções no Brasil, que ultrapassa inclusive os estudos estadunidenses.

6 Com relação às coleções bibliográficas, segundo as autoras Romani e Borszcz, na obra Unidades de Informação: conceitos e competências, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) O acervo é um acervo comumente e é dividido em duas grandes coleções:

didática e institucional.

b) ( ) O acervo é comumente e é dividido em três grandes coleções: didática, informativa e institucional.

c) ( ) A principal coleção que compõe o acervo de uma biblioteca é a de referência.

d) ( ) O acervo é comumente e é dividido em: coleção de referência, didática, informativa (de consulta e estudo), de lazer e institucional.

e) ( ) O acervo não comporta divisões e é denominado, com frequência, como Acervo Geral.

7 Ainda com relação às coleções bibliográficas, segundo as autoras Romani e Borszcz, na obra Unidades de Informação: conceitos e competências, indique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas.

(25)

ção secundárias, as quais as obras dão suporte à pesquisa documental, tais como: anuário, estatísticas, atlas (geográfico, corpo humano etc.), bibliogra- fias (gerais, específicas, pessoais etc.), índices, resumos, biografias (coletivas, individuais etc.), cadastros, catálogos, dicionários (de línguas, termos técni- cos etc.), enciclopédias (gerais, especializadas), guias e tabelas.

b) ( ) A coleção informativa de Consulta e Estudo também pode ser chamada de Coleção Básica e/ou Corrente.

c) ( ) Um acervo bibliográfico pode ser composto por diversificadas fontes de informação.

d) ( ) O acervo é dividido em diversas coleções: referência, didática, informativa, de lazer e institucional.

e) ( ) A coleção lazer pode ser formada por obras literárias, recreativas, com a finalidade de proporcionar lazer à comunidade de usuários, geralmente livros, material audiovisual, periódicos, entre outros.

f) ( ) A coleção didática é formada por obras recomendadas pelos professores como literatura obrigatória para o aprendizado do conteúdo dos currículos dos cursos oferecidos pela instituição: livros-texto, manuais, apostilas e outros.

g) ( ) A coleção institucional consiste no conjunto de materiais relacionados com a memória institucional, tais como documentos que envolvem a instituição como: relatórios, material didático, fotografias, vídeos, filmes, obras raras, catálogo de produtos, descritivos de patentes, diretórios, manuais técnicos, guias, livros técnicos, periódicos especializados etc.

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TÓPICO 2

FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO FAZER?

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Agora que já abordamos os conceitos de desenvolvimento de coleções e o porquê de realizá-lo, pretendemos discutir como fazê-lo, uma vez que este é um processo que requer planejamento e conhecimento da unidade de informação, bem como do seu cenário interno e externo.

Tal conjunto de atividades merece ser devidamente planejado. Nessa esteira, o bibliotecário é o principal orquestrador desse processo no qual deve estabelecer normas de seleção, aquisição, conservação e disseminação do material bibliográfico que compõe e/ou vai compor a coleção. Esta não é uma tarefa simples, e para tanto, sempre é bem-vindo o acompanhamento de uma equipe ou comissão de apoio.

Segundo Romani e Borszcz (2006), tal comissão, liderada por um bibliotecário, tem objetivo de apoiar o planejamento das atividades que envolvem a formação e desenvolvimento da coleção e do acervo. Além do referido profissional, recomenda-se que participem diversos representantes das principais áreas de atuação da organização a qual a unidade de informação está subordinada, bem como representantes do setor administrativo e financeiro. Dentre as principais atribuições desta comissão, encontra-se:

a) analisar e avaliar a política de seleção e seus princípios e normas;

b) ajudar na realização de uma reavaliação periódica do processo;

c) coordenar programas de desenvolvimento de acervo;

d) procurar conhecer as características de seus usuários, seus interesses culturais e suas principais atividades profissionais.

Nesse sentido, para que as propostas iniciais da comissão sejam implementadas, é necessário que a formação e desenvolvimento de coleções seja compreendida como um processo. Anteriormente, no Tópico 1, já adiantamos que esse conjunto de atividades é cíclico, ininterrupto, com atividades regulares e contínuas (DIAS; PIRES, 2003).

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Vergueiro (1989) também concorda com a ideia de que a formação e desenvolvimento de coleção consiste em um processo sistêmico já que é composto de um conjunto de etapas inter-relacionadas e que se retroalimentam, tais como: estudo de usuários, seleção aquisição e descarte e avaliação.

E ainda, esse processo tem por característica ser “[...] ininterrupto, sem começo ou fim, tendo necessariamente que se tornar uma atividade rotineira das bibliotecas, garantia única para sua total efetividade” (VERGUEIRO, 1989, p. 18)

Mais que um conjunto de atividades e etapas, o processo de formação e desenvolvimento de coleções envolve a gestão das informações de interesse das diversas áreas e, para isso, pode contar com metodologias específicas para planejar, decidir, operacionalizar e avaliar a formação e o desenvolvimento de coleções, de modo que se atenda a demandas específicas (DIAS; PIRES, 2003).

Ademais, a gestão de um acervo vai além da sua localização, agrupamento e conservação de títulos. Isso inclui também traçar metas que levem em consideração os objetivos da instituição, as demandas informacionais existentes e potenciais, o contexto social, político e econômico (CORRÊA; SANTOS, 2015).

2 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO FAZER

O desenvolvimento de coleções também pode ser entendido enquanto um conjunto de serviços de informação que requer um planejamento e o conhecimento da realidade onde a biblioteca está inserida, assim como seu ambiente interno e externo, sua missão, seus objetivos, seus usuários e suas funções.

Para tal, realiza-se um diagnóstico com intuito de conhecer as forças externas à unidade de informação e alguns fatores, como: direção da unidade, política, legislação, mudanças sociais e demográficas, mercado, tecnologia, entre outros (DIAS; PIRES;

2003).

Nessa direção, atenta-se que para gerir um acervo, a tarefa de planejar está intrinsecamente relacionada às especificidades, aos objetivos e ao público-alvo de cada tipo de biblioteca. Para Oliveira (2019), o entendimento da finalidade da biblioteca e dos atores que com ela se relacionam é essencial.

(29)

Como vimos anteriormente, podemos deduzir, portanto, que pensar no desenvolvimento de coleções em uma biblioteca prisional será feito de forma diferente do que numa biblioteca universitária. Além da natureza das instituições serem diferentes (Penitenciária versus Universidade), existem peculiaridades inerentes a cada ambiência, as quais vão determinar o processo de seleção e aquisição dos itens bibliográficos e o relacionamento com a comunidade usuária.

As bibliotecas contam com diversos serviços, funções e públicos. Elas podem ser divididas em biblioteca pública, biblioteca pública temática, biblioteca comunitária, biblioteca nacional, biblioteca escolar, biblioteca universitária, biblioteca digital, biblioteca especializada e biblioteca especial.

• Bibliotecas públicas:

centro local de informação, disponibilizando prontamente para os usuários todo o tipo de conhecimento [...]. Portanto, as bibliotecas públicas baseiam-se na igualdade de acesso para todos [...].

Serviços e materiais específicos devem ser fornecidos para usuários inaptos, por alguma razão, a usar os serviços e materiais regulares, por exemplo, minorias linguísticas, pessoas deficientes ou pessoas em hospitais ou prisões (UNESCO, 1994, p. 1).

• Bibliotecas públicas temáticas: possuem as características de uma biblioteca pública e apresentam um acervo temático para um público específico, exemplo: biblioteca pública infantil (SISTEMA NACIONAL DE BIBLIOTECAS PÚBLICAS, c2019).

• Bibliotecas comunitárias: possuem aspectos diferenciados das públicas, são unidades dentro de bairros/comunidades que irão auxiliar na necessidade informacional de um determinado público. São geridas com recursos financeiros oriundos da própria comunidade (FERREIRA; SILVA, 2011).

• Biblioteca nacional: instituição considerada depósito legal já que em todos os países é responsável pela execução de uma política governamental para a preservação e disseminação da produção intelectual e identidade cultural de um país.

• Biblioteca escolar: oferece serviços de apoio à aprendizagem e livros da comunidade escolar e possibilita a formação e educação de cidadãos.

• Bibliotecas universitárias: acompanham a dinâmica do seu macro ambiente universitário e disponibilizam informações que possibilitem o desenvolvimento científico e tecnológico da comunidade acadêmica.

• Biblioteca digital: oferece recursos informacionais em texto completo nos formatos digitais, como: livros, periódicos, teses, imagens, vídeos, entre outros; os quais são armazenados e disponíveis para acesso eletrônico.

• Bibliotecas especializadas: consiste em uma unidade dedicada à publicações sobre um assunto específico e temáticas particulares. Exemplo: bibliotecas jurídicas, unidades de informação organizacionais, entre outras (UNESCO, 1994, 2000, 2008).

• Bibliotecas especiais: diferentemente das bibliotecas especializadas, prestam suporte por meio de seus serviços a um determinado público em especial que encontra-se em alguma situação específica, como, por exemplo: bibliotecas prisionais, bibliotecas hospitalares etc. (UNESCO, 1994, 2000, 2008).

ATENCAO

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Por exemplo, em uma penitenciária, por ser um ambiente de segurança máxima, dificilmente a chefia de segurança liberará a presença de um livro de engenharia no acervo que trate da construção de túneis. Provavelmente, na Universidade, caso haja um curso de engenharia e arquitetura, o mesmo livro será muito bem-vindo.

De outra forma, no cárcere é importante que os bibliotecários contemplem livros jurídicos como o código de execução penal. É importante que os leitores da biblioteca tenham acesso à legislação para que possam requerer seus direitos, caso tenham dificuldades no apoio jurídico que devem ter.

Nessa direção, o profissional da informação responsável por gerir uma coleção deve possuir conhecimento da unidade de informação que atua, dos seus usuários, dos recursos financeiros e humanos, da missão, objetivos, valores, prioridades e o alinhamento com a organização mantenedora da biblioteca. Oliveira (2019) destaca algumas responsabilidades inerentes ao referido profissional:

a) selecionar materiais em todos os formatos para aquisição e acesso;

b) revisar e negociar contratos para adquirir ou acessar recursos eletrônicos;

c) gerenciar a coleta através do desbaste informado, cancelamento, armazenamento e preservação;

d) redigir e revisar políticas de desenvolvimento de coleções;

e) promover o marketing das coleções e recursos;

f) avaliar coleções e serviços relacionados, uso de coleções e experiências dos usuários;

g) responder aos desafios dos materiais selecionados;

h) realizar atividades de contato e divulgação na comunidade;

i) preparar orçamentos, gerenciar alocações e demonstrar gestão responsável de fundos;

ESTUDOS FUTUROS

Antes mencionamos duas etapas muito importantes do processo de desenvolvimento de coleções: seleção e aquisição, as quais iremos abordar detalhadamente na Unidade 2 do nosso livro didático. Vamos aguçar nossa curiosidade?

As coleções são formadas pela aquisição dos itens bibliográficos. Esta aquisição pode acontecer por meio de doação, compra e/ou permuta.

Porém, antes da aquisição, é justamente no processo de seleção, enquanto atividade intelectual, que nos baseamos nas necessidades informacionais de usuários reais e potenciais para decidir a composição dos acervos, o número suficiente de obras mais demandadas, a qualidade e utilidade das mesmas.

Você viu como alguns pontos centrais merecem toda atenção: o usuário, o assunto, o tipo de documento, a conservação da coleção e o seu custo? (FIGUEIREDO, 1993; VERGUEIRO, 1989).

(31)

j) trabalhar com outras bibliotecas para apoiar o compartilhamento de recursos e desenvolvimento e gestão de coleções cooperativas;

k) solicitar fundos suplementares para o desenvolvimento e gerenciamento de coleções por meio de concessões e doações monetárias.

Ademais, quando o bibliotecário assume de forma competente essa complexa tarefa de formação e o desenvolvimento de coleções acaba por promover com efetividade o uso da coleção.

Dessa forma, é possível:

avaliar a efetividade das decisões quanto ao reconhecimento das necessidades informacionais. Também inclui a averiguação do nível de satisfação dos usuários e do cumprimento dos objetivos institucionais.

Mas, para obter sucesso, a Gestão de Coleções precisa ser flexível, pois reconhecer e absorver as mudanças do entorno podem definir o sucesso ou fracasso de uma coleção (OLIVEIRA, 2019, p. 46).

Ao pensarmos sobre a citação de Oliveira, não podemos deixar de considerar que o acervo deve ser desenvolvido com base em um plano preestabelecido que garanta sua continuidade e que também, se necessário, adeque-se no decorrer do percurso. Tudo isso deve estar contido em um instrumento que oriente e norteie as ações planejadas e/ou readequadas. Tal instrumento deve contemplar políticas e diretrizes para a seleção, aquisição e desbastamento de materiais informacionais e denomina-se o que chamaremos de Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções.

Você verá que o desenvolvimento de coleções:

como atividade de planejamento, deve ter um plano detalhado pré- estabelecido, a fim de garantir um mínimo de continuidade ao processo e correções de rota, quando necessárias. É o que se costuma chamar, genericamente, de estabelecimento de uma política para o desenvolvimento da coleção, um documento onde se detalhará quem será atendido pela coleção, quais os parâmetros gerais da mesma e com que critérios esta se desenvolverá (VERGUEIRO, 1998, p. 23).

Mais adiante, no Tópico 3, abordaremos a finalidade e as diretrizes para a construção de Política de Formação e Desenvolvimento de Coleções.

(32)

RESUMO DO TÓPICO 2

Neste tópico, você aprendeu que:

• A formação e desenvolvimento de coleções é um processo intelectual e operacional.

• Este processo conta com cinco etapas: estudo de comunidade, seleção, aquisição, desbastamento e avaliação.

• O bibliotecário pode contar com uma comissão de apoio para desenvolver as coleções.

• Quando o bibliotecário assume de forma competente essa complexa tarefa de formação e o desenvolvimento de coleções acaba por promover com efetividade o uso da coleção.

• A tarefa de planejar e gerir um acervo está intrinsecamente relacionada às especificidades, aos objetivos e ao público-alvo de cada tipo de biblioteca.

(33)

1 A formação e desenvolvimento de coleções é melhor entendido enquanto:

a) ( ) Instrumento de gestão do acervo.

b) ( ) Processo intelectual.

c) ( ) Processo intelectual e de gestão do acervo.

d) ( ) Atividade corriqueira.

e) ( ) Estudo de cenários.

2 Analise as afirmações a seguir e indique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

a) ( ) O desenvolvimento de coleções consiste em um processo mecânico, definido por cinco etapas que não se retroalimentam.

b) ( ) um acervo bibliográfico pode ser selecionado e adquirido por um bibliotecário com ajuda de outros profissionais.

c) ( ) O desenvolvimento de coleções consiste em um processo sistêmico, definido por cinco etapas que se retroalimentam.

d) ( ) O bibliotecário é o único responsável por fazer a seleção das obras bibliográficas que comporão o acervo de uma biblioteca.

e) ( ) É importante a existência de uma comissão de formação e desenvolvimento de coleção; independente do protagonismo do bibliotecário da unidade.

f) ( ) A comissão de formação e desenvolvimento de coleção deve ser liderada pelo bibliotecário da unidade de informação.

3 Quanto ao desenvolvimento de coleções, assinale a opção CORRETA:

a) ( ) É capaz de utilidade ou inutilidade de um livro como critério para a seleção.

b) ( ) Não permite o desenvolvimento de políticas e diretrizes para a seleção e aquisição de livros.

c) ( ) Viabiliza o processo de seleção do acervo por meio de permuta.

e) ( ) Trata apenas da formação de coleções bibliográficas institucionais.

f) ( ) Para realizá-lo, basta apenas conhecer a instituição e o usuário da biblioteca.

4 Sobre a atuação do bibliotecário, marque a opção INCORRETA:

a) ( ) O bibliotecário deve selecionar materiais em todos os formatos para aquisição e acesso.

b) ( ) O bibliotecário deve redigir e revisar políticas de desenvolvimento de coleções.

c) ( ) Esse profissional, durante o desenvolvimento da coleção, deve atentar-se em atender os objetivos e planos da instituição, bem como as necessidades informacionais da comunidade usuária.

d) ( ) O profissional da informação deve preparar orçamentos, gerenciar alocações

AUTOATIVIDADE

(34)

com outras bibliotecas, compartilhando cooperativamente recursos e desenvolvimento e gestão de coleções pode ser complexo demais e exigir muitos recursos financeiros que a biblioteca não disponha.

5 Analise as afirmações a seguir e indique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:

a) ( ) O tipo de unidade conhecido como Biblioteca Digital não comporta a gestão das coleções.

b) ( ) O desenvolvimento de coleções também pode ser entendido enquanto um conjunto de serviços de informação que requer um planejamento e o conhecimento da realidade onde a biblioteca está inserida, assim como seu ambiente interno e externo, sua missão, seus objetivos, seus usuários e suas funções.

c) ( ) A gestão de um acervo está atrelada a sua localização, agrupamento e conservação de títulos. Ela não deve considerar metas e os objetivos da instituição, as demandas informacionais existentes e potenciais, o contexto social, político e econômico.

d) ( ) Recomenda-se a criação de uma comissão de formação e desenvolvimento de coleções no sentido de respaldar a atuação do bibliotecário neste processo.

e) ( ) Entre as atribuições de uma comissão de formação encontra-se analisar e avaliar as política de seleção bibliográfica do acervo e seus princípios e normas.

f) ( ) A Política de Desenvolvimento de Coleções contempla diretrizes para a seleção, aquisição e desbastamento de materiais informacionais de uma biblioteca.

6 Entre as atribuições da comissão de formação e desenvolvimento de coleções, uma das alternativas a seguir é falsa. Assinale-as e indique a INCORRETA:

a) ( ) Analisar e avaliar sobre a política de seleção e seus princípios e normas.

b) ( ) Coordenar programas de desenvolvimento de acervo.

c) ( ) Ajudar na realização de uma reavaliação periódica do processo.

d) ( ) Coordenar programas de ações culturais na biblioteca.

e) ( ) Procurar conhecer as características de seus usuários, seus interesses culturais e suas principais atividades profissionais.

7 Assinale a alternativa mais adequada com relação à elaboração da política de desenvolvimento de coleções, o bibliotecário deve ter ciência:

a) ( ) Do estado atual da coleção, das áreas do conhecimento mais solicitadas, do perfil das necessidades informacionais da clientela, dos objetivos da instituição à qual a biblioteca está agregada, ou seja: conhecer o cenário interno e externo à biblioteca.

b) ( ) Do estado atual da coleção, das áreas do conhecimento mais solicitadas, do perfil das necessidades informacionais da clientela, dos objetivos da instituição à qual a biblioteca está agregada, e principalmente, do orçamento

(35)

a biblioteca está agregada.

d) ( ) Das áreas do conhecimento mais solicitadas e do perfil das necessidades informacionais da clientela à qual a biblioteca está agregada.

e) ( ) Do estado atual da coleção e das áreas do conhecimento mais solicitadas.

(36)
(37)

TÓPICO 3

POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

UNIDADE 1

1 INTRODUÇÃO

Agora que você já compreendeu o que é o processo de gestão de um acervo e de suas coleções, vamos abordar o último tópico desta unidade: as questões éticas e políticas que direcionam a maneira como uma coleção irá se desenvolver.

Para isso, começaremos pela Política de Desenvolvimento de Seleções. Por que, então, toda a biblioteca tem este instrumento?

No decorrer das cinco etapas que correspondem ao desenvolvimento de seleção – estudo de comunidade, seleção, aquisição, desbastamento e avaliação – é preciso recorrer ao planejamento prévio que foi estabelecido para a execução de tais fases. Nessa direção, a política referida garante que as ações sejam realizadas de acordo com o planejado e de forma padronizada.

Quando vamos fazer a seleção do material bibliográfico para compor o acervo, por exemplo, atendemos à exigência de alguns critérios que estão elencados na política. Da mesma forma, para adquiri-los, a aquisição precisa atender ao que está orientado no documento de política de desenvolvimento de coleção. E assim por diante, o desbastamento e avaliação também são regulamentados.

2 POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

Dessa forma, podemos garantir a excelência das ações e a efetividade do uso da coleção de nossa biblioteca. Vamos, agora, pensar em outra questão: Você sabe o que é política?

(38)

No contexto da formação e desenvolvimento de coleções, a política geralmente é refletida e materializada em um instrumento chamado Política de formação e desenvolvimento de coleções ou Política de Gestão de Estoques Informacionais.

Assim, o intuito é estabelecer diretrizes para as ações e tomadas de decisões ligadas às fases do processo de formação e desenvolvimento de coleções.

Tal política reflete a atividade de planejamento já que conta com um plano detalhado pré- estabelecido visando à continuidade e sustentabilidade deste processo, e ainda: pode apresentar correções de rota e outros encaminhamentos, quando necessário. O estabelecimento de uma política para o desenvolvimento da coleção é um documento em que se detalha quem será atendido pela coleção, sob quais os parâmetros gerais e critérios a mesma se desenvolverá (VERGUEIRO, 1989).

Já na visão de Correa (2016), redigir um documento de política de gestão de estoques de informação é um dos mais importantes exercício de reflexão e democracia no fazer de um bibliotecário. A política de GEI não é somente um mero documento a mais no cenário da biblioteca. Ele representa o resultado de uma série de decisões negociadas entre diversos profissionais qualificados e a comunidade que interage com um rico material informativo, o qual foi selecionado e adquirido, segundo critérios específicos, para sejam disponibilizados da maneira mais organizada possível.

Esse conjunto de diretrizes e normas têm o objetivo de delinear ações e estratégias gerais, bem como determinar instrumentos e critérios que facilitem a tomada de decisão na composição e desenvolvimento de coleções. Tudo isso, claro, de forma alinhada com as perspectivas institucionais, com os diferentes tipos de serviço de informação e dos usuários do sistema (DIAS; PIRES, 2003).

NOTA

O surgimento da política remonta à Grécia Antiga, e um dos grandes articuladores políticos desse período foi Aristóteles, que falava que a política era um mecanismo que tinha como fim último a felicidade dos homens. Uma definição mais moderna de política trabalha com a ideia de que a política é meramente o ato de buscar exercer o poder dentro de uma nação.

A política é o nome que se dá para a capacidade do ser humano de criar diretrizes com o objetivo de organizar seu modo de vida. Essa palavra também faz menção a tudo que está vinculado ao Estado, ao governo e à administração pública com o objetivo final de administrar o patrimônio público e promover o bem público, isto é, o bem de todos.

Para o ato de governar, uma característica fundamental é a capacidade de mediar conflitos entre as pessoas. Assim, o político deve conduzir sua gestão de forma a mediar os conflitos existentes na sociedade de forma a encontrar uma saída que seja boa para todos.

FONTE: <https://brasilescola.uol.com.br/politica/>. Acesso em: 9 ago. 2019.

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