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– POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.

TÓPICO 1 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: POR QUE FAZER?

TÓPICO 2 – FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: COMO FAZER?

TÓPICO 3 – POLÍTICA DE FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

TÓPICO 1

UNIDADE 1

FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES: POR QUE FAZER?

1 INTRODUÇÃO

Neste tópico, vamos começar a trabalhar os principais conceitos relacionados à área de Formação e Desenvolvimento de Coleções, no intuito de promover uma reflexão mais aprofundada acerca do papel de uma coleção e do bibliotecário nas Unidades de Informações. Vamos voltar nossa atenção para este processo que compõe várias atividades centrais para uma unidade de informação?

Ao pararmos para pensar sobre a coleção, podemos dizer que ela se apresenta com um conjunto que informações e itens bibliográficos que atendem a necessidades informacionais de diversas pessoas que procuram uma determinada biblioteca. Você já pode visualizar a responsabilidade que tem o bibliotecário na formação e desenvolvimento de uma coleção e quanto assertivo ele deve ser?

Nessa direção é de extrema importância que os profissionais bibliote-cários reflitam sobre algumas questões antes de iniciar sua prática: por que, para quem, onde e como desenvolvemos coleções? A importância destas re-flexões acrescentam aos bibliotecários uma visão desta temática para além do enfoque tecnicista.

Formar e desenvolver coleções envolvem questões sociais, éticas e políticas, as quais constantemente vão direcionar suas decisões técnicas. Assim, lembramos que precisamos conhecer profundamente as necessidades da comunidade a ser atendida e pensar em políticas de seleção e de aquisição de itens bibliográficos, avaliar periodicamente a pertinência da coleção e, ainda, incluir estratégias de preservação para que cada coleção possa ser sempre desfrutada em sua plenitude.

2 O QUE É COLEÇÃO?

Você observou que utilizamos aqui os termos acervo e coleção. Porém, existem diferenças entre eles? O que você acha? A compreensão dos objetivos e a missão de uma determinada biblioteca, suas especificidades e seu público, possibilita-nos pensar sobre a composição de suas coleções.

Nesse sentido, não podemos nos esquecer de considerar o contexto institucional a que a biblioteca está relacionada, as atividades desenvolvidas por essa organização, seus documentos e políticas. Por exemplo, quando tratamos de uma biblioteca universitária temos que levar em conta os projetos político-pedagógicos dos cursos e seus currículos, entre outros fatores.

Se, por acaso, atuarmos em uma unidade especializada em assuntos jurídicos, teremos que nos basear nos documentos legislativos que norteiam as ações e processos da organização prestadora dos serviços, seja ela pública ou privada.

IMPORTANTE

IMPORTANTE

Litton, em 1975, no prefácio de sua obra Como se forma um acervo bibliográfico já nos alertava que a formação do acervo de livros em uma biblioteca é tarefa exclusiva do bibliotecário.

As coleções devem refletir fielmente o tipo de instituição que esse unidade está ligada, seja uma biblioteca especializada, pública, escolar, universitária, comunitária, entre outras.

A formação de acervo bibliográfico proporciona ao bibliotecário a oportunidade de concretizar um trabalho cativante. “É animador receber os pacotes contendo as publicações novas há pouco solicitadas para atender às necessidades de determinados leitores, preencher lacunas específicas da coleção e proporcionar um melhor serviço de informação” (LITTON, 1975, p. 2).

Uma coleção reflete o cenário e os objetivos de determinado tipo de biblioteca. De forma geral, Barros e Kobayashi (2005) afirmam que seu acervo é composto por diversos tipos coleções! Cada coleção é agrupada por tipos de publicação, tais como: obras de coleção geral, de referência, de periódicos, de folhetos, de pastas e de apostilas, itens audiovisuais, artefatos digitais/eletrônicos, entre outros).

Portanto, o acervo bibliográfico corresponde ao montante total dos livros de uma biblioteca, podendo compreender diversas coleções diferentes. Segundo visão das autoras Romani e Borszcz (2006), esse acervo comumente é dividido em: coleção de referência, didática, informativa (de consulta e estudo), de lazer e institucional.

A Coleção de referência consiste naquela formada por fontes de informação secundárias, em que as obras dão suporte à pesquisa documental, tais como: anuário, estatísticas, atlas (geográfico, corpo humano etc.), bibliografias (gerais, específicas, pessoais etc.), índices, resumos, biografias (coletivas, individuais etc.), cadastros, catálogos, dicionários (de línguas, termos técnicos etc.), enciclopédias (gerais, especializadas), guias e tabelas. Destaca-se que estes materiais podem se encontrar em qualquer formato, desde que a biblioteca disponha de meios para acessá-los.

No caso da Coleção Informativa de Consulta e Estudo, também chamada de Coleção Básica e/ou Corrente, as fontes de informação apoiam a pesquisa e o ensino, uma vez que a coleção abrangerá títulos voltados à especialidade de cada área e conterá o que há de mais atual e de real valor na literatura especializadas. Por exemplo: livros, normas técnicas, material audiovisual, periódicos, multimeios, hemeroteca e outros.

Para as referidas autoras, a Coleção Lazer pode ser formada por obras literárias, recreativas, com a finalidade de proporcionar lazer à comunidade de usuários, geralmente livros, material audiovisual, periódicos, entre outros.

Diferentemente da Coleção Institucional. Esta é formada pelo conjunto de materiais relacionados com a memória institucional, tais como documentos que IMPORTANTE

O acervo de biblioteca é composto de diversas coleções que refletem tipos de fontes de informação específicas. Essas fontes, frequentemente, são categorizadas como primárias, secundárias e terciárias.

• Fontes primárias: são os conteúdos que vêm diretamente das fontes com originalidade.

Consiste na informação que não pode ser alterada ou disfarçada por opiniões e/ou seleções.

Compõem a literatura primária e são publicadas da mesma forma em que são produzidos por seus autores, como por exemplo, podem formar as coleções de legislação, de normas técnicas, de patentes, de periódicos, de projetos de pesquisa em andamento, de relatórios técnicos, de teses e de dissertações, entre outras.

• Fontes secundárias: são aquelas que possuem informações baseadas nos documentos primários e são arranjadas segundo um plano definitivo que acaba por guiar o leitor aos documentos primários. Temos como exemplo, as coleções de manuais, as coleções científicas, bases de dados e bancos de dados, as coleções de bibliografias e de biografias, catálogos de bibliotecas, coleções de dicionários bilíngues e multilíngues e de enciclopédias, sejam elas em formato físico ou eletrônico.

• Fontes terciárias: são as que subsidiam o leitor na pesquisa de fontes primárias e secundárias.

Servem como sinalizadores de localização ou indicadores sobre os documentos primários ou secundários, tais como: coleções de bibliografia de bibliografia, de guias bibliográficos, de revisões de literatura etc. (BAGGIO; COSTA; BLATTMAN, 2016; CUNHA, 2001).

envolvem a instituição como: relatórios, material didático, fotografias, vídeos, filmes, obras raras, catálogo de produtos, descritivos de patentes, diretórios, manuais técnicos, guias, livros técnicos, periódicos especializados etc.

No tangente à Coleção Didática, Romani e Borszcz (2006) a caracterizam por aquela que é formada por obras recomendadas pelos professores como literatura obrigatória para o aprendizado do conteúdo dos currículos dos cursos oferecidos pela instituição: livros-texto, manuais, apostilas e outros.

Portanto, podemos compreender que as coleções podem estar relacionadas aos diferentes tipos de fontes de informação (primária, secundária e terciária) e/ou à finalidade do material (didática, lazer, informativa, institucional etc.).

3 FORMAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

Agora que diferenciamos uma coleção de um acervo, podemos avançar e pensar um pouco, em termos sócio-históricos, à área da Biblioteconomia. Como surgiu o processo de formação e desenvolvimento de coleções enquanto prática realizada pelos bibliotecários?

Carece lembrar que aproximadamente após os anos de 1950, o advento das tecnologias de informação e comunicação proporcionaram um aumento considerável na produção e disseminação de informações, e consequentemente, dos registros bibliográficos em diversos suportes (físico e digital) e gêneros (textual, audiovisuais, sonoros, pictográficos, entre outros).

Assim, este fenômeno de explosão bibliográfica ou informacional, como podemos nos referir, exigiu um aprimoramento na postura dos profissionais.

Os bibliotecários ao redor do mundo sentiram a necessidade de um comportamento mais proativo, de modo que os acervos e as coleções ficassem mais disponíveis e prontos para serem acessados por seus usuários, uma vez que existia, frequentemente e acumulativamente, grande quantidade de produção de informações.

Dentro desse cenário, as tecnologias de informação e comunicação influenciaram ativamente na concepção da formação e desenvolvimento de coleções.

No Brasil, mais especificamente após a década de 1960, a comunidade bibliotecária começa a voltar sua atenção e preocupação para este fato (VERGUEIRO, 1989).

Para Vergueiro (1989), um bom montante de bibliotecários de outros países ao redor do mundo (convém destacar que nosso país demorou um pouco mais) deposita seu olhar compenetrado sob as coleções das bibliotecas. De forma que pudessem desenvolvê-las, selecioná- las, desbastá-las, enfim, dar um destino mais coerente e útil, o qual atendesse integralmente as necessidades informacionais dos usuários da informação.

Autoras como Dias e Pires (2003, p. 8), corroboram com a ideia explanada acima e afirmam que: “até a década de 1960, havia grande preocupação por parte dos administradores de serviços de informação documentária, em acumular material bibliográfico, pois as coleções volumosas constituíam sinais de status e o foco estava centrado na oferta de documentos”.

E mais, Vergueiro (1989, p. 13) já nos alertava: “chegou o tempo da biblioteca abrir-se à todas as fontes de informação e o bibliotecário tornar-se a ponte entre o acervo sobre o qual tem a responsabilidade e um usuário cuja exigência cresce exponencialmente”.

Com o advento da informação eletrônica, expressivas mudanças aconteceram nos acervos das bibliotecas. Nota-se que na década de 1990, passou-se a discutir:

“como administrar o acervo a partir dos ‘impactos’ das novas tecnologias de comunicação e informação (NTCI), especialmente sob o ponto de vista da mudança do paradigma ‘posse X acesso’ aos itens de informação nas bibliotecas” (CORRÊA;

SANTOS, 2015, p. 3).

Assim, Figueiredo (1993) aborda um pouco mais esta atividade que se apoia na “seleção de livros”, enquanto uma das atividade centrais do bibliotecário. Nesse sentido, a autora rememora as falas dos importantes: bibliotecário estadunidense Jesse Shera e do bibliotecário francês Gabriel Naudé.

Segundo Shera (1976) apud Figueiredo (1993, p. 12), o bibliotecário tem “como sua responsabilidade básica, a de colocar nas estantes da sua biblioteca, aqueles livros que mais contribuem para o desenvolvimento intelectual da sua clientela”. E ainda para o francês Naudé, segundo Clarke (1971) apud Figueiredo (1989, p. 11):

A arte de constituir e organizar uma biblioteca requer mais do que as modestas práticas de um vendedor de livros; o bibliotecário na verdade, tem que conhecer tanto os livros como pessoas, o bastante para fornecer os livros apropriados para seus leitores, sem hesitação, assim como os farmacêuticos têm que conhecer tanto as drogas como as pessoas para prescreverem as drogas necessárias aos seus pacientes.

Dessa forma, esses profissionais vêm sentindo o chamado para apenas deixarem de serem meros armazenadores de estoques de informações, como vinham fazendo há muitos anos. E sim, começam a se preparar para uma prática da mediação da informação em que o foco ficasse na apropriação da informação pelo usuário.

Dias e Pires (2003, p. 8) sinalizam que no cenário da segunda metade do século XX:

a função do profissional da informação passa a ser considerada elemento de ligação entre o universo de fontes de informação documentária e as necessidades dos usuários. Os acervos passaram a ser seletivos, dinâmicos e integrados à comunidade, o que vem exigindo mudança radical na forma de gerenciar a coleção/ acervo: a gestão científica e a adoção de sistema de avaliação para subsidiar a tomada de decisão e o planejamento desses cuidados.

Nesse sentido, as autoras afirmam ainda que a formação e desenvolvimento de coleções, enquanto área do conhecimento, apresentava pouca produção na literatura científica nacional. Já outros países como os Estados Unidos têm extensa produção Bibliográfica nesta área.

Porém, apesar da pouca literatura brasileira na área, observou-se que aproximadamente na década de 1970, os profissionais brasileiros já apresentavam essa preocupação com as coleções. Como consequência disso, a educação dos profissionais em nível de graduação passou a inserir a disciplina “Formação e Desenvolvimento de Coleções”, que se tornou obrigatória no currículo mínimo

DICAS

Você conhece um do livros clássicos (e sempre atual, apesar de ter seu conteúdo escrito em 1935) A Missão do Bibliotecário do autor espanhol Ortega Y Gasset? Sugiro que se você ainda não o leu, faça-o com urgência, pois a obra apresenta reflexões estimulantes sobre o que seu autor chamava de a “nova missão do bibliotecário”.

José Ortega y Gasset (1883-1955), filósofo espanhol e pesquisador do conhecimento, foi convidado, com honras, para palestrar no Congresso Internacional de Bibliotecários. Na ocasião, Ortega y Gasset, já antevia o que referia-se como a “nova missão” do bibliotecário, uma vez que para ele, o artefato livro não era apenas um objeto material organizado nas estantes, mas algo vivo.

Ao fazer a leitura da obra, você poderá compreender que o autor se referia a uma urgente e necessária mudança de perspectiva no olhar profissional bibliotecário. Uma mudança na qual o foco central deslocara-se da organização do acervo e das coleções para a informação neles contida. Assim sendo, o processo de formação e desenvolvimento de coleções deveria ser proativo e protagonizar outro fenômeno correlacionado a ele: a mediação da informação e a apropriação da mesma pelo seu leitor.

O livro ainda nos leva a questionar: será essa já é uma realidade constituída na ação dos bibliotecários atualmente? Ou ainda, o enfoque da ação destes profissionais prevalece de forma mecanicista, concentrado na organização da informação; ou o seu agir concentra-se na necessidade daquele ser humano que recorre a biblioteca?

Não podemos nunca nos esquecer que a atuação do bibliotecário não é para a organização da informação, e sim, para seus leitores: para pessoas. É a partir do conhecimento de suas necessidades que o bibliotecário vai pensar nas melhores formas possíveis de organização da informação.

FONTE: ORTEGAYGASSET, J. Missão do bibliotecário. Brasília: Briquet de Lemos, 2006.

dos cursos de Biblioteconomia. E, enfatiza-se que ainda hoje, após a nova Lei de Diretrizes e Bases para Educação, promulgada em 1996, continua sendo fortemente contemplada nas matrizes curriculares.

E ainda no contexto brasileiro, nas décadas de 1980 e 1990, no Brasil, encontramos entre os autores que mais estudaram a temática: Waldomiro Vergueiro e Nice Figueiredo, cujas essenciais contribuições apresentaram a sistematização do processo e atividades administrativas que orientam o trabalho do bibliotecário voltado às coleções e aos acervos. Tais pesquisadores constituem-se como nosso principal marco teórico desde então quando se trata das atividades voltadas ao gerenciamento de coleções (CORREA; SANTOS, 2015).

Foi por meio dessas leituras que a formação bibliotecária, principalmente em nível de graduação, abordou de forma metódica a necessidade de planejar ações para

“transformar suas tarefas anteriormente realizadas de modo intuitivo ou a partir de uma visão ‘artística’ da profissão, para um enfoque mais organizado e sistêmico”

(CORREA; SANTOS, 2015, p. 3).

A denominação “formação e desenvolvimento de coleções” vem sendo usada para definir atividades referentes à composição do acervo bibliográfico. Enfatiza-se que a professora e pesquisadora da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, Dra. Elisa Cristina Delfini Correa, propõe uma nova nomenclatura para a

“Formação e Desenvolvimento de Coleções”. O novo termo “Gestão de Estoques Informacionais”, já está sendo utilizado em artigos da área, inclusive, por outros autores, e também se desponta em alguns cursos de graduação para designar nome de disciplina: “Gestão de Estoques Informacionais”.

NOTA

O renomado Professor Waldomiro de Castro Santos Vergueiro tornou-se uma referência nacional, principalmente com a publicação de sua tese intitulada Bibliotecas Públicas e a Mudança Social: a contribuição do Desenvolvimento de Coleções nos anos de 1990.

Para fins deste material didático, vamos adotar o termo “desenvolvimento de coleções”, o qual foi utilizado para compor a ementa desta disciplina aqui na UNIASSELVI.

Pois bem, o que é “desenvolvimento de coleções”? Podemos iniciar esta resposta explicando que é um processo decisório e um conjunto de atividades que carecem um planejamento. Dessa forma, determinam-se critérios, etapas e métodos que objetivam a formação de um acervo ideal com diversas coleções (estoques informacionais) que respondam às necessidades de um usuário, instituição ou comunidade.

O desenvolvimento de coleções é um processo que, para Vergueiro (1989) e Weitzel (2013), perpassa por algumas etapas definidas como: estudo de comunidade, atividades de seleção e aquisição, avaliação e desbastamento e descarte.

DICAS

No nosso campo da Biblioteconomia e da Ciência da Informação, como em outras áreas do conhecimento científico, algumas nomenclaturas são representadas de formas diferentes para denominar alguns conceitos semelhantes, processos e pessoas que se relacionam com estas áreas.

A multiplicidade de pensamentos é característica do fazer científico contemporâneo, ou pós-moderno, como podemos chamar. Nessa direção, é possível que cada pesquisador justifique por meio de pesquisas e fundamentações conceituais e teórica suas sugestões e novos termos.

Ressalta-se que não se trata da questão de verdadeiro ou falso. A denominação escolhida pelos profissionais e pesquisadores que a utilizam reflete seus posicionamentos e pontos de vista. Observe os casos a seguir:

• Denominações para as ações que abrangem o planejamento das coleções escolhidas para compor o acervo das bibliotecas / unidades de informação: Formação e Desenvolvimento de Coleções e/ou Gestão de Estoques Informacionais.

• Termos usados para caracterizar os receptores das práticas e serviços oferecidos pelas bibliotecas e unidades de informação: clientes, usuários, leitores e interagentes.

E aí, dentro destes termos qual lhe apetece mais? Qual você considera mais apropriado?

Saiba mais e fundamente sua opinião a partir dos dois conhecidos artigos a seguir:

• De Formação e Desenvolvimento de Coleções para Gestão de Estoques de Informação:

um panorama da mudança terminológica no Brasil, escrito por Elisa Cristina Delfini Correa e Luana Carla de Moura dos Santos. Disponível no link: https://periodicos.sbu.unicamp.br/

ojs/index.php/rdbci/article/view/8634631.

• Usuário, não! Interagente. Proposta de um novo termo para um novo tempo, escrito por Elisa Cristina Delfini Correa. Disponivel no link: https://periodicos.ufsc.br/index.php/eb/

article/view/1518-2924.2014v19n41p23.

Já as autoras Romani e Borszcz (2006, p. 27), consideram-no como um conjunto de:

atividades referentes ao desenvolvimento de coleção: avaliação, seleção, aquisição e descarte devem ser desenvolvidas por todas as unidades de informação, ou seja: bibliotecas, salas de leitura e núcleos de informação tecnológica. Estas unidades devem desenvolver uma coleção voltada às áreas de interesse dos seus usuários, levando em consideração as características da instituição a que está inserida (áreas de atuação).

O desenvolvimento de coleções é considerado, na visão de Pires e Dias (2003, p. 9), um processo cíclico, ou seja: “ininterrupto, com atividades regulares e contínuas, respeitando a especificidade de cada tipo de unidade de informação em função de seus objetivos e seus usuários”.

Veja adiante, a conhecida figura, originalmente, concebida pelo bibliotecário norte- americano G. Edward Evans. Porém, ela foi (e é ainda) amplamente utilizada para representar este processo, bastante abordado no Brasil, pelo Professor Waldomiro Vergueiro.

FIGURA 1 – PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DE COLEÇÕES

FONTE: Vergueiro (1989, p. 17)

Nessa perspectiva, desenvolver coleções requer sistematização, criação de procedimentos para seleção, aquisição, avaliação e desbastamento do acervo. As coleções devem evoluir harmoniosamente em todas as áreas, evitando, assim, o

crescimento desordenado que se faz sem metas ou objetivos definidos. Portanto, o desenvolvimento de uma coleção é um processo intelectual de construção de uma coleção da biblioteca que atende às prioridades institucionais e aos interesses da comunidade usuária (MIRANDA, 2017).

Ao analisarmos a Figura 1, podemos refletir que o processo de desenvolvimento de coleções está presente em todas as bibliotecas e deve ter na sua centralidade sob a coordenação de um bibliotecário. Ademais, a gestão da formação e do desenvolvimento do acervo, enquanto processo, sempre foi atividade presente nas bibliotecas de todas as épocas, seja por meio dos suportes iniciais, como os tabletes de argila da Antiguidade, ora até a modernidade, com o aparecimento das publicações eletrônicas (MIRANDA, 2017).

Atualmente, observa-se a preocupação com as coleções digitais, especialmente no que tange à aquisição de e-book. É certo que a informação digital propiciou tanto

Atualmente, observa-se a preocupação com as coleções digitais, especialmente no que tange à aquisição de e-book. É certo que a informação digital propiciou tanto

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